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Um ano novoorganizado

Conselho Editorial

Revista Canavieiros - Dezembro de 200603

Editorial

A última edição do ano da Revista Canavieirostraz matérias que dizem basicamente a mesmascoisa, que o maior desejo de toda cadeia produti-va para 2007 é ter uma organização maior.

Não que o setor esteja desorganizado, masainda é preciso definir exatamente o papel de cadapersonagem dentro do setor e que cada um façasua parte com a maior qualidade possível, paraassim aproveitar todas as oportunidades do anun-ciado crescimento extraordinário tanto na produ-tividade de cana, como na comercialização deaçúcar e principalmente de álcool.

Com isso a reportagem de capa traz umamatéria falando a importância em se produzir eprincipalmente plantar mudas de cana sadia,pois como o nosso entrevistado do mês, o pre-sidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtivado Açúcar e Álcool do Ministério da Agricultu-ra, Luis Carlos Corrêa de Carvalho, disse, a res-ponsabilidade da produção da cana-de-açúcartem que ficar na mão do fornecedor, ou seja, oprodutor rural precisa mostrar, através de pro-dutividade, que é capaz de assumir esse com-promisso, enquanto que os responsáveis pelasunidades industriais se dediquem totalmente naimplantação de novas tecnologias e na difíciltarefa de ganho de mercado, principalmente ex-terno, de açúcar e álcool.

Essa edição também traz uma matéria anali-sando o que precisa ser melhorado dentro doplantio mecanizado e para isso foram ouvidasas fontes mais confiáveis, os próprios usuários,que dão um exemplo de organização dentro doGrupo de Motomecanização.

O lado político da cadeia produtiva tambémé fundamental para a busca dessa organização,e para isso o repercutiu ouviu as intenções dostrês deputados federais que têm a missão delegislar na câmara federal em prol do setorsucroalcooleiro.

Para ser forte politicamente é preciso ter união,e isso está retratado nas matérias sobre a últimareunião da Orplana, da parceria entre a Copercanae a Milenia, do convênio assinado entre CTC eSecretaria da Agricultura e do lançamento doObservatório do Setor, resultado da parceria en-tre FEA/USP, FUNDACE e ÚNICA.

Matérias sobre custos de produção tambémforam desenvolvidas, como a medida tomada peloGoverno Federal de agilizar o processo de libera-ção de novas marcas de defensivos com o obje-tivo de redução de preços, mas será que isso vairealmente ocorrer? A Andef questiona a medida.

Também tem o resultado da fantástica inicia-tiva da Cocred e Copercana que desenvolveramum projeto com o objetivo de viabilizar a produ-ção de amendoim como rotação de cultura, a fer-tilidade do solo e o cooperativismo agradecemessa iniciativa.

Em se falando de amendoim, as páginas daRevista Canavieiros, também mostram os resul-tados de um experimento que teve como objetivoidentificar qual é a forma mais viável para se com-bater as manchas pretas e castanhas, uma doen-ça perigosa que atinge boa parte dos campos noestado de São Paulo.

O antes da porteira fala de como o produtorpode criar uma renda-extra voltando ao passadoe produzindo o açúcar mascavo, um produto quepossui grande valor agregado.

Chuvas, Legislação, Cultura, Classificados eAgenda completam essa edição que tem em suaessência trazer informações para a organização ecrescimento do setor, razão dessa para a existên-cia dessa publicação.

Um 2007 de grandes conquistas para todosque contribuem para o fortalecimento da cana,do açúcar e do álcool.

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2020202020

IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTE

CapaCapaCapaCapaCapa

OUTRASDESTAQUES

Antes da Porteira

Notícias

Notícias

Cocred

Canaoeste

Açúcar Mascavo:o doce sabor dos nutrientes

Projeto Amendoim deverá aumentar aprodução em 87,5%

Orplana realiza reunião do ConselhoDeliberativo na sede da Canaoeste

UM ERRO CAROPARA O BOLSO

10

12

16

Notícias

CopercanaCopercana capacita colaboradorescom Curso de Cálculo deDimensionamento de Bombas

DESTAQUE

INFORMAÇÕESSETORIAIS

AGENDE-SE

CULTURA

CLASSIFICADOS

REPERCUTIU

26

Revista Canavieiros - Dezembro de 200604

3 5

3 2

2 8

2 4

3 6

3 7

CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini Paixão

Clóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan

Manoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EQUIPE DE JORNALISMO:Carla Rossini – MTb 39.788

Cristiane Barão – MTb 31.814

Marino Guerra – MTb 39.180

REVISÃO GRAMATICAL:Igor Fernando Ardenghi

DIAGRAMAÇÃO:SPM Comunicação

FOTOS:Carla Rossini

Marino Guerra

CAPA:Foto: Marino Guerra

COMERCIAL E PUBLICIDADE:Daniella Felício

[email protected]

DEPARTAMENTO DE MARKETINGE COMUNICAÇÃO:

Artur Sandrin, Carla Rossini, Daniella

Felício, Daniel Pelanda,

Letícia Pignata, Marino Guerra, Roberta

Faria da Silva, Tatiana Sicchieri

IMPRESSÃO:São Francisco Gráfica e Editora

TIRAGEM:6.000 exemplares

A Revista Canavieiros é distribuída

gratuitamente aos cooperados, associa-

dos e fornecedores do Sistema

Copercana, Canaoeste e Cocred. As

matérias assinadas são de responsabili-

dade dos autores. A reprodução parcial

desta revista é autorizada, desde que

citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP CEP: 14.170-680

Fone: (16) 3946 3311

Ponto de Vista

08

Muda Sadia alavanca aprodutividade docanavial

Marcos VirgílioCasagrande

05

Mudança dementalidade

Entrevista

Luis Carlos Corrêade Carvalho

3 8

PRAGASE DOENÇAS

3 4

CULTURASDE ROTAÇÃO

LEGISLAÇÃO3 0

NOVASTECNOLOGIAS

3 1

Formas corretas paragarantir a sanidade dasmudas

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Revista Canavieiros - Dezembro de 200605

Entrevista

Luis Carlos Corrêa de Carvalhoé engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP e pós-graduadoem Agronomia e em Administração pela USP

perfilLuiz Carlos Corrêa de Carvalho, que

o setor conhece como Caio Carvalho, épresidente da Câmara Setorial da CadeiaProdutiva do Açúcar e do Álcool do Mi-nistério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento. É vice-presidente da Abag(Associação Brasileira de Agribusiness),diretor da Canaplan Consultoria Técni-

ca e diretor de relações com o mercadodas Usinas do Grupo Alto Alegre.

Engenheiro agrônomo formado pelaEsalq/USP e pós-graduado em Agro-nomia e em Administração pela USP,é considerado um dos maiores conhe-cedores do setor sucroalcooleiro. Foi

superintendente geral do ProgramaNacional de Pesquisas em Cana-de-açúcar (Planalsucar) entre 1978 e1981; diretor de Modernização doInstituto do Açúcar e do Álcool(1985/86) e secretário-executivo daComissão Executiva Nacional do Ál-cool (1985/86).

Mudança dementalidadeCristiane Barão

O futuro do agronegócio da canadeve passar por uma mudança

de mentalidade em que os grupos in-dustriais devem concentrar-se

apenas na atividade fim, buscan-do estabelecer parcerias com

os fornecedores de matéria-prima. No entanto, os for-

necedores deverãoestar organiza-

dos, essa é a opinião do presidente daCâmara Setorial da Cadeia Produtivado Açúcar e do Álcool e vice-presi-dente da Abag, Caio Carvalho.

De acordo com ele, as ações depesquisa e desenvolvimento devemser coordenadas para otimizar esfor-ços e recursos. “A coordenação depolíticas, de pesquisa e desenvol-vimento precisam ter foco, objetivi-dade e metas definidas. Esse é o cal-canhar de Aquiles que nós tere-mos”, afirma.

Carvalho vê, como positivo, ofato de o Brasil ter tomado a frenteno processo de levar tecnologiapara o mundo tropical. “Acho quevai e isso é muito bom, principalmen-te para nós que somos produtorescom custo muito baixo”, diz. Leia, aseguir, os principais trechos da en-trevista que ele concedeu àCanavieiros, no Fórum promovidopela Abag, em Ribeirão Preto no úl-timo dia 7.

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06

Entrevista

CANAVIEIROS: Qual será a par-ticipação dos pequenos e médios pro-dutores de cana nesse processo de cres-cimento do setor?

CAIO CARVALHO: Eu entendoque o processo de produção de canatem uma característica básica, que é aescala. E quando eu falo em escala, re-firo-me à escala industrial. Portanto, oque eu tenho visto cada vez mais é aprocura de empresas de fora que que-rem vir para cá e a primeira perguntaque fazem é a seguinte: como é queeu organizo os produtores? Então,acho também que há uma mudançade mentalidade. Nós vamos passarpor isso, eu não tenho dúvidas.

CANAVIEIROS: Você acreditaque o Consecana seja o melhor ins-trumento para manter o equilíbrioentre os elos da cadeia?

CARVALHO: Eu acho que sim.E vou até mais longe: o Consecana éa alma do equilíbrio do sistema, voudar um exemplo clássico. Hoje, nosEstados Unidos, há um grande te-mor: o preço do milho está subindomuito e, assim, a margem industrialfica pequena. Isso pode ser umdesestímulo para a produção de álco-ol. No Brasil, o que acontece: o preçoda matéria-prima está casado com o doproduto final. Se o preço do produto

final sobe, o da matéria-prima tambéme assim por diante. O Consecana é uminstrumento de equilíbrio.

CANAVIEIROS: Em São Paulo, noano passado, a cana ocupou pratica-mente metade da área com culturas. Émais vantagem para o produtor inves-tir em áreas onde há menos cana?

CARVALHO: Essa é uma análise in-teressante. Em regiões como a de RibeirãoPreto, Jaú e Araçatuba, esta última maisrecentemente, onde há maior concentra-

ção de cana, a tendência é de a matéria-prima se valorizar. Ou seja, o produtor temopções e o preço sobe. Em regiões maisdistantes, onde tem pouca cana, quemproduz entrega para uma unidade indus-trial e, nesse caso, a relação é diferencia-da. Então, o Consecana é positivo porquenão permite o que outras agriculturas fa-zem quando isso ocorre.

CANAVIEIROS: Dá para pensarem como será a relação entre forne-cedores de matéria-prima e indús-trias daqui para frente?

CARVALHO: O que eu sinto éque a visão do futuro do agronegócioda cana vai estar muito amarrada àforma como os produtores industri-ais enxergam o negócio. Eu sinto quemuitas multinacionais que virão parao Brasil irão vir com uma visão deindústria. Ou seja, elas vão querer for-necedor de cana ou prestadores deserviço que produzam cana.

CANAVIEIROS: Em relação àpesquisa e desenvolvimento, o quefalta para o Brasil?

CARVALHO: Em primeiro lugaré importante que não dispersemos os

parcos recursos que existem e, em se-gundo lugar, é preciso ter coordena-ção. Eu tenho visto estudos parecidosconduzidos por várias universidades

“Muitas multinacionais quevirão para o Brasil irão vircom uma visão de indústria.

Ou seja, elas vão quererfornecedor de cana.”

“(O Brasil) É o únicopaís do mundo que tem

duas agriculturas, emboraa gente conheça uma só.”

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

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Caio Carvalho durante palestra no Fórum de Bioenergia promovido pela ABAG-RP

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ou, às vezes, até pelo setor privado quelevam a resultados diferentes e quepoderiam ser conduzidos de uma for-ma muito melhor se fossem coordena-dos. Agora, precisamos considerar queestamos num país onde temos duas agri-culturas: uma que é chamada de agricul-tura empresarial e uma outra, de familiar.É o único país do mundo que tem duasagriculturas, embora a gente conheçauma só. Agora, agricultura de dois ti-pos, com dois ministérios (da Agricul-tura e do Desenvolvimento Agrário) eduas estruturas é um exemplo claro deque a gente vai começar a mudar e amelhorar a própria definição de estru-tura de pesquisa quando a gente acre-ditar e, conceitualmente, imaginar quetemos uma agricultura só.

CANAVIEIROS: Uma política degoverno sensata tem que começarpor onde?

CARVALHO: Acho que deve co-meçar pelos exemplos do próprio go-verno. E deve haver coordenação.Uma “descoordenação” de governoleva à “descoordenação” do setor pro-dutivo. Então, a coordenação de políti-cas, de pesquisa e desenvolvimentoprecisam ter foco, objetividade e metasdefinidas. Esse é o calcanhar de Aquilesque nós teremos. Quem chega ao ta-manho da produção de bionergia queo Brasil chegou tem que ter isso de for-ma coordenada. Vou citar um exemplo:a Alemanha avançou o sinal e come-çou a usar o B100 (100% de biodiesel)e no meio do caminho começou a terproblemas enormes com a qualidade dobiodiesel e recuaram para o B5 (misturade 5% de biodiesel ao diesel mineral).Então, é necessária a coordenação. Nósestamos falando de uma mudança fun-damental de conceito, que implica emsair de um padrão de combustível, deum processo produtivo e de um usomuito grande. Obviamente que vamospassar por uma transição até chegar-mos ao novo uso. Para isso, precisa-mos ter coordenação.

CANAVIEIROS: Qual a importân-cia da difusão da tecnologia para ou-tros países?

CARVALHO : Essa é uma luta quecomeçamos no setor privado e que de-

pois a Petrobras entrou e tem feito umtrabalho muito bom e que, para nós, émuito importante. Só com o aumentoda produção é que vamos ter um au-mento do uso. Os países tendem a serpequenos produtores e pequenos usu-ários. Esse é um ciclo negativo. Nóstemos de romper com isso. O Brasil as-sumiu essa posição de estar à frente e

tentar levar tecnologia pelo mundo tro-pical porque isso é importante para nós.Algumas pessoas perguntam se issonão vai provocar competição. Achoque vai e isso é muito bom, principal-mente para nós que somos produtores

com custo muito baixo. Se não tiver-mos isso, o álcool não será umacommoditie. Vão ficar o Brasil e os Es-tados Unidos com 60% da oferta.

CANAVIEIROS: E quais os prejuí-zos dessa concentração?

CARVALHO: O efeito mais impor-tante do conceito da substituição do

combustível fóssil pelo renovável é adesconcentração geográfica da pro-dução. Ou seja, a segurança energéticaque todos reclamam. A Indonésia nãofica dependente do Oriente Médio, oBush (George Bush, presidente dosEstados Unidos) não fica dependen-te do Chávez. (Hugo Chávez, presi-dente da Venezuela)...

CANAVIEIROS: Em relação aouso do hidrogênio como combustível.É uma ameaça ao etanol?

CARVALHO: Ele não é uma ame-aça. Os indicadores de tecnologiaapontam que o hidrogênio deverá ser“carregado” por uma fonte de ener-

gia renovável. O hidrogênio não é umaenergia que se encontra na natureza.Ele precisa ser “carregado” por algumafonte de energia renovável. Temos quever isso como uma oportunidade parao futuro e não como uma ameaça.

“A coordenação depolíticas de pesquisa edesenvolvimento preci-sam ter foco, objetivi-dade e metas defini-das. Esse é o calca-nhar de Aquiles que

nós teremos.”

Entrevista

Revista Canavieiros - Dezembro de 200607

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08

Ponto de Vista

Muda Sadia alavanca aprodutividade do canavial

* Engenheiro Agrônomo especialista em Tecnologia Agrícola do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira

*Marcos Virgílio Casagrande

De acordo com as informações publicadaspela Conab em novembro de 2006, o Brasil

deve fechar a safra 2006/07 com 475,7 milhões de to-neladas de cana-de-açúcar produzidas. Esse númeroé o maior da história e representa aumento de cerca de10% frente a safra anterior. A área ocupada pela cultu-ra aumentou 6%, passando de 5,84 milhões de hecta-res cultivados em 2005/06 para 6,19 milhões de hecta-res nesta temporada. Para atender a essa expansãoseria necessária uma área de viveiro de mudas da or-dem de 40 mil ha.

Neste frenesi, empresários buscam a todo custoocupar os espaços disponíveis, antes que os concor-rentes o façam, plantando cana sem sepreocupar com o seu estado sanitárioe muitas vezes ignorando sua aptidãoao ambiente de produção (condiçõesde solo e clima) da propriedade. Essa“despreocupação” inicial pode custarcaro e colocar em risco a sustentabilidadedo empreendimento. Além disso, emmuitas situações a falta de planejamentopara os plantios comerciais diminui sen-sivelmente a produtividade do canaviale, consequentemente, o lucro do produtor.

Um bom planejamento deve levarem conta itens como a diversidade deambientes de produção; a quantidade de cana a sercolhida no início, meio e final de safra; as épocas deplantio (cana de ano, ano e meio, inverno); o tipo deplantio (manual ou mecânico); o tipo de colheita (ma-nual ou mecânica, queimada ou sem queimar); as ca-racterísticas das variedades (curva de maturação, ap-tidão aos ambientes de produção, brotação desoqueira, aptidão ao plantio e colheita mecanizada,resposta a maturadores, etc.); a disponibilidade demudas e outros. Na prática, é necessário saber quaisas variedades devem ser plantadas e possuir mudassadias dessas variedades, obtidas em viveiros plane-jados, plantados e conduzidos com tecnologia e mão-de-obra especializada. O que diferencia um viveirode um canavial comercial é o controle sanitário reali-zado no viveiro que, por meio de tratamento térmico,visa controlar a bactéria causadora do raquitismo dasoqueira e através do roguing, busca eliminar plan-

tas doentes (carvão, mosaico, escaldadura e amare-linho) e misturas varietais e remanescentes de culti-vos anteriores.

Ao plantar uma cana de origem duvidosa o produ-tor corre o risco de ser “presenteado” com doençasque podem comprometer a produtividade e levar à re-forma precoce do canavial. Além das doenças, pragastambém podem ser transportadas através das mudas e,uma vez instaladas na propriedade, só restará ao pro-dutor despender esforços e recursos para tentar esta-belecer uma convivência tolerável com as mesmas. Umclaro exemplo disso é a expansão do “Bicudo da cana-de-açúcar”, (Sphenophorus levis), em algumas regiões

canavieiras do Estado de São Paulo.

Há mais de uma década o Centrode Tecnologia Canavieira (CTC) pro-move a produção de mudas sadiasjunto às associadas e obtém expres-sivos resultados no aumento de pro-dutividade dos canaviais. O CTCconta com uma equipe de engenhei-ros agrônomos altamente espe-cializados e estrategicamente distri-buídos na Região Centro-Sul paraatender suas mais de 130 associadasno planejamento, plantio e conduçãode viveiros, por meio do programa

Muda Sadia. Esse programa engloba um amplo pa-cote tecnológico que fornece a orientação neces-sária para que a associada CTC esteja suprida demudas das melhores variedades de cana-de-açúcarcom a quantidade e a qualidade sanitária necessá-rias para o plantio.

O desenvolvimento do programa na unidade as-sociada incluí vários itens, com destaque para o pla-nejamento estratégico de variedades para os plantioscomerciais, visando o aumento de produtividade, aintrodução de clones promissores do Programa deMelhoramento do CTC na associada, visando oganho de competitividade em função da antecipaçãodo uso comercial de novas variedades, e o treinamen-to da mão-de-obra da associada envolvida na produ-ção de mudas, visando garantir a sustentabilidadedo agrobusiness com a produção de mudas sadias.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

Page 9: Ed06dez06

Artigo

O final do ano é sempre um momento de balanço. Epara o setor sucroalcooleiro brasileiro em geral, e

para os produtores independentes de cana, em particular,2006 foi um ano considerado positivo. O agronegócio dacana se consolidou como uma das cadeias produtivas maispromissoras e já experimenta os efeitos do crescimentoque já se anunciava há duas safras. O que era estimativa,agora são números consolidados.

Nesta safra, 12 unidades industriais entraram em ope-ração e outras 12 devem iniciar a atividade no próximo ano.Até 2012/13, as novas unidadesdeverão somar 92. A produçãobrasileira deste ano deverá ficarpróxima dos 30 milhões de tonela-das de açúcar e 17,5 bilhões de li-tros de álcool, com uma produçãorecorde de 470 milhões de tonela-das de cana-de-açúcar em 6,2 mi-lhões de hectares. Em relação àsexportações, de janeiro a novem-bro, o complexo sucroalcooleiroapresentou embarques crescentes:74,6% acima da receita obtida nomesmo período do ano passado.

Para o setor, os resultados nãopoderiam ser melhores. E como foio ano para os fornecedores inde-pendentes de cana? Apesar de,tradicionalmente, os produtoresde matéria-prima ficarem a um pas-so atrás dos demais elos da ca-deia produtiva quando o momento é de crescimento e deestarem a um passo à frente nos momentos de crise, nes-te ano os fornecedores independentes de cana conse-guiram um certo avanço em relação à remuneração damatéria-prima, graças à atualização do sistema Consecana,que serve de parâmetro para o pagamento da cana.

Depois de sete anos em vigor e com os mesmosparâmetros de quando foi implantado, em 1998, oConsecana foi revisado, o que garantiu um ganho real de7% sobre o preço da cana, corrigindo uma distorção quese arrastava há anos e que fazia com que, mesmo com as

Condições necessáriaspara crescer

Revista Canavieiros - Dezembro de 20069

*presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo)

perspectivas positivas projetadas para o setor, o valorobtido pela matéria-prima não cobria os custos de produ-ção, principalmente nas duas últimas safras.

A negociação entre os produtores, representados pelaOrplana, e os industriais, da Unica, se arrastou por umano e meio e foram necessárias várias rodadas de conver-sações e contratações de estudos para que o acordo finalfosse firmado em dezembro do ano passado e assinadoem maio. É evidente que o resultado final não contem-plou a totalidade das reivindicações dos produtores, mas

houve avanços importantes,como a atualização dos parâ-metros técnicos e do ajuste daparticipação da matéria-primanos preços dos produtos finais.

O Consecana é um instrumen-to importante para estabelecer oequilíbrio na remuneração doselos da cadeia produtiva. No en-tanto, é preciso que ele seja cum-prido integralmente para que hajauma relação de confiança e tran-qüilidade entre indústria e produ-tores. Há, ainda, alguns ajustes aserem feitos, como na questão doadiantamento de 80%, que não écumprida por algumas das unida-des industriais, o que prejudica oprodutor que precisa se organizare investir na sua lavoura.

No entanto, a expectativa é que essas arestas sejamaparadas porque o desejo dos elos é que o setor reúnatodas as condições para crescer de forma ordenada parafazer frente à demanda que se abre nos mercados internoe externo. Este ano de 2006 foi de crescimento, mas daquipara frente o ritmo de expansão será cada vez maior, o queexigirá harmonia e confiança entre os elos da cadeia. So-mos os agentes dessa expansão e teremos de ser tambémos responsáveis pelas mudanças que busquem aprimo-rar a cadeia como um todo, porque a tranqüilidade narelação entre os elos é uma das condições para o setorcrescer de forma equilibrada e sustentada.

Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

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Copercana capacita colaboradorescom Curso de Cálculo de Dimensionamento de Bombas

NotíciasCopercana

10

Carla Rossini

O curso aconteceu no dia 23de novembro no Auditório

da Canaoeste em Sertãozinho e foiministrado pelo representante co-mercial da THEBE, José Pinto Sobri-nho. Segundo ele, o objetivo do cur-so é “capacitar os profissionais devenda para que eles possam atendercada vez melhor o cliente”, afirmou.

Os produtos produzidos pelaTHEBE, que são vendidos nas Lojasde Ferragens da Copercana, atendemaos mercados de açúcar/álcool, agrí-

cola e sistemas de incêndio.

Para o gerente comercial daCopercana, Luís Ricardo Meloni,essa estratégia de capacitar os fun-cionários é muito importante porquepermite um conhecimento maior da-quilo que está se colocando à dispo-sição do cliente. “Estamos conse-guindo diferenciais no mercado por-que atendemos os nossos consumi-dores com mais informações e quali-dade nas vendas e assistência”, afir-mou Meloni.

A Copercana e a THEBE, empresa fabricante de Bombas Hidráulicas, ministraram um curso de Cálculoe Dimensionamento de Bombas para os funcionários da Copercana que trabalham diretamente ligadosnas vendas de bombas.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

XVII Leilão Beneficentede Sertãozinho arrecada R$ 500 Mil

Carla Rossini

Voluntários e empresas de Sertãozinho e região se mobilizaram para a realização do evento em prol dasentidades assistenciais de Sertãozinho

Há três anos, o sistemaCopercana, Canaoeste e

Cocred, em conjunto com IrmãosTonielo e a Fundação Vidalina Flóridi,organizam o Leilão Beneficente deSertãozinho. Neste ano, mais um gru-po entrou para a lista de organizadores:o Grupo TGM.

O XVII Leilão Beneficente deSertãozinho aconteceu dia 25 de novem-bro no Clube de Campo Vale do Sol econtou com a participação de grandeparte dos empresários de Sertãozinho eregião que, através dos arremates dasprendas, proporcionaram a arrecadação

da quantia recorde de R$ 500 mil (em 2005,o leilão arrecadou R$ 400 mil).

A verba é destinada a 14 instituições filiadasa Fundação Vidalina Flóridi. Neste ano, foramleiloados 280 lotes que foram doados por em-presas e pessoas que desejam ajudar, entre eles,os cooperados do sistema Copercana e pesso-as das próprias instituições.

Com o slogan “Ajude de Coração, sejaSolidário” os números finais do leilão mos-tram, a cada edição, que mais integrantes dasociedade estão preocupados com as ques-tões sociais. Neste ano, mais de 350 pessoascompareceram ao Clube de Campo Vale doSol para arrematarem as prendas.

Além da ajuda dos doadores deprendas e arrematadores, o Leilão tam-bém conta com o apoio de dezenas devoluntários que colaboram doando seutempo e trabalho. Com isso, o LeilãoBeneficente de Sertãozinho mostra ocaráter solidário da populaçãosertanezina. “Gostaria de agradecer al-guns parceiros e voluntários que sem-pre nos auxiliam para que o leilão acon-teça. Deixo o meu abraço, de coração,para todos aqueles que contribuírampara a realização do XVII Leilão Benefi-cente de Sertãozinho”, disse AntonioEduardo Tonielo, presidente daCopercana e Cocred.

Funcionários das lojas de ferragens daCopercana durante o curso de Cálculo eDimencionamento de Bombas

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NotíciasCopercana

Revista Canavieiros - Dezembro de 200611

Presidente e diretoresda Milenia visitam a CopercanaCarla Rossini

O objetivo da multinacional é estreitar relações com a cooperativa

O presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, rece-

beu, na sede da cooperativa, a visitado presidente da Milenia, Luiz CláudioBarone, que estava acompanhado dediretores e gerentes da multinacional.A visita aconteceu no dia 20 de dezem-bro e teve como principal objetivo es-treitar as relações entre a cooperativae a multinacional.

Além dos presidentes, tambémparticiparam da reunião outros inte-grantes. Pela Copercana, estavampresentes o diretor, Pedro EsraelBighett i e o gerente de comer-cialização, Frederico José Dalmaso.Já a Milenia, contou com a participa-ção do diretor comercial, Aledino

Carminatti; do diretor supply chain,Luiz José Traldi; do gerente demarketing de culturas perenes, ElcioCorrêa de Moraes; do gerente co-mercial, Silas Decaro e do assessorcomercial, Marcelo Angeli.

Durante a reunião, houve umaapresentação dos números decomercialização dos produtos daMilenia realizados nos anos de 2005e 2006 junto à cooperativa. Segundoo assessor comercial, Marcelo Angeli,houve um aumento considerável nasvendas dos produtos Milenia pelaCopercana em 2006. “Conseguimosaumentar a nossa participação nasvendas aos cooperados neste ano.Isso é muito bom”, afirmou Marcelo.

A Milenia Agrociências S.A.foi cria-da em 1970 e é especializada em produtospara proteção das lavouras. Atualmente,ela ocupa o sexto lugar no ranking do se-tor. A companhia integra o grupoMakhteshim Agan, dono de empresas queestão entre as mais avançadas do mundona área de química fina. Possui fábricasna América Latina e Europa, além de Isra-el, atuando em mais de cem países.

A companhia possui unidades in-dustriais em Londrina, no Paraná, e emTaquari e Cruz Alta, no Rio Grande doSul. Conta com duas filiais, nove regio-nais de vendas e com a Milenia Paraguai,que comercializam a linha de produtospara cooperativas, revendas e produto-res de todo o país e do exterior.

Marcelo B. Angeli, Elcio Corrêa de Moraes, Frederico José Dalmaso, Luiz Cláudio Barone, Antonio Eduardo Tonielo,Aledino P. Carminatti, Luiz José Traldi, Silas Decaro e Pedro Esrael Bihetti

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NotíciasCanaoeste

12

A Orplana – Organização dePlantadores de Cana da Re-

gião Centro-Sul do Brasil, realizou-aúltima reunião do Conselho De-liberativo no ano de 2006. O auditó-rio da Canaoeste, em Sertãozinho, foio local escolhido pelos presidentesdas associações para a realização dareunião, que aconteceu no dia 15 dedezembro.

Os deputados federais Duarte No-gueira, Mendes Thame e Arnaldo Jar-

Carla Rossini

A última reunião do ano de 2006 da Orplana foi marcada pela maciça participação dospresidentes das associações

dim prestigiaram a reunião que tevecomo pauta a posição da safra 2006/2007 em 01/12/2006; Projeção de pre-ços; Custo de produção de Novembro;Demonstrativo do Pagamento das Con-tribuições por parte das Associações;Balancete; Agenda para 2007, entreoutros assuntos.

O presidente da Orplana eCanaoeste, Manoel Ortolan, lembrouque 2006 foi um excelente ano para ostrabalhos realizados pela Orplana. “Par-

“Orplana realiza reunião

ticipamos ativamente das decisões dosetor e conseguimos terminar este anocom excelentes resultados para os pro-dutores de cana-de-açúcar”, afirmouOrtolan.

Após a reunião, a Orplana ofere-ceu um almoço de confraternização aospresentes que foi servido no Cred Clu-be. Os deputados fizeram uso da pala-vra e firmaram o compromisso de reali-zaram um bom trabalho nos próximosquatro anos na Câmara Federal.

O presidente da Associação de Fornecedores de Cana de MonteAprazível, João Thomas Leal Pimenta; o deputado federal Mendes

Thame e o presidente da Canaoeste e Orplana, Manoel Ortolan

do Conselho Deliberativo na sede da Canaoeste”

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

Manoel Ortolan, presidente da Orplana; Mendes Thame,deputado federal; José Coral, vice-presidente da Orplana e

Duarte Nogueira Júnior, deputado federal.

O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti e suaesposa Sandra e o presidente da Copercana, Antonio

Eduardo Tonielo e sua esposa Neli

O deputadofederal ArnaldoJardim durante

seu discurso

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NotíciasCanaoeste

Oswaldo Alonso, Maria José, Sônia e Paulo Canesin, LuizCarlos Tasso Júnior e Gustavo Nogueira

Paola, Laís, Luiz, Simone, Ivanilde, Cristina e Rosana

Dr. HermínioJacon, presidenteda Associação deFornecedores deCana de LençóisPaulista

O prefeitomunicipal deSertãozinho,José AlbertoGimenez

Dr. OtacílioRodrigues deAlmeida,presidente daAssociação deNovo Horizonte

Ismael PerinaJúnior,presidente daAssociação deGuariba

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0,3124 0,3577

NotíciasCanaoeste

ConsecanaConselho dos Produtores de Cana, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 14/06DATA: 30 de novembro de 2006

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue duranteo mês de NOVEMBRO de 2006. O preço médio do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO é de R$ 0,3577.

Os preços levantados pela ESALQ/CEPEA de faturamento do açúcar e do álcool, anidro e hidratado, destinados aosmercados interno e externo, nos meses de MAIO a NOVEMBRO e acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinado à industria (AAI e AHI),incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e VHP) e do álcool anidro e hidratado,carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de MAIO a NOVEMBRO eacumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 03/05, são os seguintes:

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16

NotíciasCocred

Projeto Amendoimdeverá aumentar a produção em 87,5%Marino Guerra

O projeto de financiamento doscustos de produção da safra

de verão 06/07 de amendoim realizadoentre a Cocred e a Copercana deveráelevar a produção em 87,5% em relaçãoa safra passada. Em 2006 foram entre-gues na Unidade de Grãos daCopercana cerca de 800 mil sacas, paraa colheita que se iniciará em fevereirode 2007 é esperada a entrega de 1,5 mi-lhões de sacas.

A previsão para essa produção éretirada da ótima perspectiva de produ-

Adesão de um grande número de produtores, investimento na produção e condições climáticasfavoráveis são os principais fatores desse crescimento

tividade para a safra atual, que está em150 sacas por hectare. Devido a condi-ções climáticas e financeiras adversas asafra passada registrou uma produtivi-dade de 100 sacas por hectare.

Outro crescimento apresentado estána área plantada que na safra passadafoi de 8 mil hectares e nessa safra repre-senta 10 mil hectares.

“Com o objetivo de reverter o fracodesempenho de produtividade do anopassado e também cumprir com o seu

papel dentro do cooperativismo aCocred em parceria com a Copercanaatravés do projeto de financiamento,garantiram que o produtor tivesse re-cursos para investir nos principais itenspara aumentar a produtividade perantea safra anterior”, avaliou o gerente geralda Cocred Márcio Meloni.

Para o produtor João Nilson Magro,que há mais de 30 anos planta amendoimcomo forma de rotação de cultura e queespera uma produtividade de 400 sacaspor alqueire para essa safra, o projeto dasduas cooperativas foi importante, poisdisponibilizou recursos aos produtoressem a cobrança de altas taxas de jurospraticadas pelo sistema bancário.

“O projeto foi muito importante paraque o produtor rural tivesse condiçõesde adquirir todos os recursos necessá-rios para a produção do amendoim e sema necessidade de buscar recursos nomercado bancário a juros altos”, disseJoão Nilson Magro.

A mesma opinião tem o produtorLuis Antônio Pavani que ao lado de seusirmãos Antônio Marcos Pavani, Fran-cisco Roberto Pavani e José CarlosPavani herdaram do pai, que há mais de50 anos a prática do cultivo do amendo-im e que nessa safra esperam ter umaprodutividade de 450 sacas por alqueire.

“Muitos plantadores de amendoimnão conseguiram um bom preço em seusprodutos nas safras passadas e com isso

O cooperado João Nilson Magroem sua lavoura de amendoim emSertãozinho

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

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NotíciasCocred

Revista Canavieiros - Dezembro de 200617

perderam crédito, tanto bancário como,em alguns casos, nas próprias coopera-tivas. Com essa parceria que a Copercanae a Cocred fizeram, os produtores volta-ram a ter crédito o que foi um incentivopara voltarem a plantar. Eu acredito queisso é uma grande coisa. Eu vejo que aCocred e a Copercana chegaram primei-ro e foram muito importantes para todosos agricultores da região”, disse LuísAntônio Pavani que enxerga as duas co-operativas como verdadeiras parceirasde sua produção.

“Nós montamos com a Cocred e aCopercana uma parceria e essa parcerianos proporcionou uma estabilidade paraa entrega da safra, pois recebemos re-cursos para a aplicação de todos os

insumos, sementes e ajuda no custo depreparo de solo, até no próprio óleo di-esel para fazer preparo de solo o que eunem imaginava. Essa estabilidade nosdeixou mais tranqüilos, porque, sejaqual for o preço final de venda, nós atra-vés de um contrato, já temos um preçoestipulado, isso nunca existiu em lugarnenhum”, completou Pavani.

Segundo pesquisa divulgada pelaConab (Companhia Nacional de Abas-tecimento) as despesas de custeio dalavoura do amendoim ereto no estadode São Paulo até o final de setembrochegam a R$ 1,5 mil por hectare, ou seja,62% do total dos custos do amendoim.

Dentro desses custos os defensivos

representam 25%, as sementes 15%, osfertilizantes 11% e as operações commáquinas 9,78%.

As despesas pós-colheita geram umcusto, segundo a mesma pesquisa, deR$ 662 por hectare, e as despesas comjuros custam R$ 57 o hectare, o custovariado total chega a R$ 2,3 mil por hec-tare. Como a Copercana possui uma Uni-dade de Grãos que diminui boa parte dasdespesas pós-colheita e a Cocred pos-sui uma política de juros diferenciada emrelação aos Bancos Comerciais, aschances do cooperado obter sucesso emseu plantio de amendoim se tornam gran-des, graças ao espírito de parceria que sócooperativas interessadas em seus coo-perados podem proporcionar.

O cooperadoLuis AntonioPavani na sedede sua proprie-dade emJaboticabal

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NotíciasCocred

BalançoPatrimonial

BALANCETE MENSAL - OUTUBRO/2006Valores em Reais

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Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho

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Uma muda mal escolhida é iguala um casamento mal sucedi-

do. A comparação com a união entremarido e mulher vem bem a calharquando o assunto é a escolha damuda para ser realizado um novoplantio de cana-de-açucar, pois nosdois casos, o sucesso depende demuito cuidado e bastante conheci-mento para que se viva feliz parasempre, ou pelo menos até o finaldo ciclo.

Reportagem de Capa

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Os principais fatores que levarãoao produtor obter sucesso na aquisi-ção de mudas rentáveis estão relacio-nados à sanidade do viveiro e tambémna escolha da variedade correta para osolo em que ela será plantada.

Muitas vezes, devido ao altocusto, o valor da muda varia de 20%a 30% no custo total de plantio, oprodutor opta por uma muda de pro-cedência duvidosa, sem saber, em

muitos casos, qual variedade está in-serindo em sua produção. Caso nãotenha muita sorte de ter plantado umacana sadia e ainda ter acertado a va-riedade, esse canavial passará todoo seu ciclo tendo um númeroinsatisfatório de sacarose eliminan-do, em muitos casos, a margem delucro do fornecedor de cana.

Para a escolha da muda correta,o produtor, mesmo se tiver um vi-

Desenvolvimento de mudas no Centro de Tecnologia Canavieira

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

Marino GuerraMarino Guerra

UM ERROCARO PARAO BOLSO

UM ERROCARO PARAO BOLSO

AUtilização de mudas doentes ou escolha de variedades inadequadas pode tirar boa parte dolucro do produtor

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veiro próprio ou se comprar acana de alguém, precisa ficaratendo aos seguintes aspectos:

Tratamento Térmi-co das mudas paraa eliminação doraquitismo dassoqueiras

O raquitismo da soqueira é umadas principais doenças da cana-de-

Revista Canavieiros - Dezembro de 200621

açúcar, isso porque seus sintomas nãosão visíveis, sua transmissão acontecequando facões contaminados com abactéria cortam plantas sadias, comisso, o canavial também corre o riscode ser contaminado em caso de corteou plantio mecanizado.

A única forma de evitar a contami-nação das mudas é recorrer à práticado tratamento térmico, no qual as ge-mas isoladas ou toletes de três gemassão submetidos a um banho de águacom temperatura de 52ºC por aproxima-damente 30 minutos.

O coordenador do viveiro de mu-das da Copercana/Canaoeste, GustavoNogueira, fala de algumas recomenda-ções técnicas para se obter o maior su-cesso possível no tratamento térmico.

“É aconselhável a realização do tra-tamento térmico entre os meses de se-tembro a março, pois, neste período,existe uma faixa de temperatura idealpara a brotação das gemas tratadas,podendo ser mais ou menos elásticode acordo com a temperatura médiaambiental da região, não devendo serinferior a 25ºC”, explica.

Gustavo ainda explica como deveser o procedimento após o banho dostoletes.

“Após os 30 minutos de tratamen-to, os toletes são retirados do banho,aguardando o esfriamento à tempera-tura ambiente num intervalo de 15 a 20minutos, sendo importante que a águado tratamento seja trocada a cada trêsa quatro tratamentos e o tanque limpocom solução desinfetante para evitarque microorganismos desenvolvam-sena água do banho durante os tratamen-tos efetuados e possam prejudicar abrotação das gemas tratadas. Uma vezesfriados, os toletes são colocados emum banho de imersão com fungicidasdurante 10 a 15 minutos. Essa suspen-são fungicida deve ser renovada com-pletamente a cada dia de trabalho, eantes de cada imersão deve ser agitadapara homogeneizar o ambiente”, expli-ca o coordenador do viveiro de mudasda Copercana/Canaoeste.

Modo químico parao controle de plantasdaninhas

Assim como as mudas, as plantasdaninhas também poderão ser planta-das no novo canavial, é por esse moti-vo que os viveiros deverão ser con-servados sem nenhum tipo de vegeta-ção concorrente.

Para o seu controle, é recomendá-vel que seja feito a utilização deherbicidas seletivos em pré-emergên-cia, seguida, se necessário, de aplica-ção de pós-emergência. O modo mecâ-nico de controle deve ser evitado, poispode ferir e dilacerar tecidos, facilitan-do a transmissão de doenças como oraquitismo e a escaldadura.

Roguing: Indispensá-vel para garantira sanidade e aautenticidade varietaldas mudas

O roguing consiste na prática deinspeção e eliminação de touceiras decana de outras variedades ou que apre-sentem sintomas de doenças. Sua prá-tica consiste em uma inspeção visualfeita de forma sistemática e uniformesobre todas as plantas do viveiro.

É preciso efetuar suas operaçõesentre 30 a 45 dias do plantio das mudasou dos toletes, se estenderem durantetodos os oito meses do ciclo da cultu-ra no viveiro e, mesmo após essa data,é preciso fazer vistorias para se evitarque touceiras infectadas sejam trans-portadas para outras áreas.

A prática do roguing deve se es-tender desde a escolha das mudas sa-dias, que serão submetidas ao trata-mento térmico, até o maior número pos-sível de inspeções nos viveiros primá-rios, secundários e terciários.

Suas operações podem ser execu-tadas de modo mecânico, em que é re-alizado o uso de enxada ou enxadão e atouceira é arrancada e transportadapara um local distante para ser queima-da, ou do modo químico que consistena eliminação da touceira pelo uso deherbicida dessecante sem retirá-la do

Divulgação CTC

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Reportagem de Capa

Produtores durante visita ao viveiro de mudas

Gustavo Nogueira, coordenador doviveiro de mudas da Copercana/Canaoeste

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

viveiro, evitando o seu contato comtouceiras sadias.

Cuidados nacolheita

Para o corte das mudas, os podõesdeverão ser desinfetados, pois mesmocom todos os cuidados, algumastouceiras ainda poderão ser portado-ras do patógeno, sem ter apresentadonenhum sintoma, podendo transmitir adoença para as áreas comerciais.

No momento da colheita, também éprimordial que a área esteja livre de plan-tas daninhas, pois caso contrário é pre-ciso tomar muito cuidado na retiradados colmos para não carregar os matospara o novo canavial.

A escolha davariedade

O momento da escolha da varieda-de não depende da sanidade do vivei-ro de muda, mas sim do conhecimento

de quem trabalhará com a produção,pois, para a escolha certa, é fundamen-tal o conhecimento das característicasdo solo e ambientais onde será planta-do o novo canavial.

O coordenador do Programa Canado IAC, Marcos Landell, explica que éprimordial para se ter um ciclo de canaprodutivo a escolha da variedade com-patível com o ambiente.

“Existem variedades que atingemníveis extraordinários de produção emambientes responsivos, ou seja, lo-cais onde as condições ambientaissão bastante favoráveis para o de-senvolvimento da cana. Outras vari-edades já foram lançadas para seadaptarem a ambientes restritivos, ouseja, locais que contêm alguns ele-mentos que não favorecem a culturada cana. Se você plantar uma varie-dade feita para os ambientesresponsivos em um ambienterestritivo, sua produtividade serácomprometida e se você fizer o inver-

so deixará de produzir mais sacarose,pois existem variedades mais rentá-veis. Por isso, a hora da escolha davariedade é de fundamental importân-cia dentro do processo de plantio dacana-de-açúcar”, explica Landell.

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Destaque

CANA REPRESENTA 45,5% do valor da produção agropecuária paulista

Valor da produção estimado para 2006 é de R$33 bi; cana representa R$15 bi

Cristiane Barão

A cana-de-açúcar foi responsável por 45,5% do total do

valor da produção agropecuária deSão Paulo neste ano, de acordo comestimativa divulgada no início do mêspelo IEA (Instituto de Economia Agrí-cola), órgão da Secretaria de Agricul-tura e Abastecimento do Estado deSão Paulo.

O valor da produção agropecuária,que se refere à receita obtida pelas prin-cipais culturas do Estado antes da por-teira, somou R$ 33 bilhões em 2006. Oaumento do valor total em 2006 deveu-se principalmente ao desempenho dacana-de-açúcar, cuja elevação dos pre-ços (22,4%) e da produção (7,2%) re-sultou em crescimento de 31,1%. Sem acana, o valor da produção paulista em2006 contabilizaria R$ 18 bilhões, 6,5%menor em moeda corrente em relaçãoao ano anterior.

Assim, a cana-de-açúcar participoucom R$ 15 bilhões este ano. Segundo oinstituto, as conjunturas do mercadoexterno (principalmente do açúcar) e in-terno (álcool carburante), principalmen-

te a partir de meados de 2005, dedescompasso entre oferta e demanda,provocaram altas substanciais dos pre-ços desses produtos, com reflexos di-retos nos preços da matéria-prima.

Em 26 das 40 regiões (Escritóriosde Desenvolvimento Rural) do Estado,a cana-de-açúcar foi o principal produ-to, contra 21 EDRs em 2005 e 14 em2004. Estima-se que, sem a cana, o va-lor da produção paulista em 2006 fica-ria em R$ 18 bilhões.

Pelo terceiro ano consecutivo,Barretos seguiu na liderança das regi-ões paulistas por conta do aumento dovalor da produção de sua principal pro-duto, que é a cana, em seguida, está aregião São João da Boa Vista. Altera-ção de destaque no ranking das regi-ões ocorreu no posicionamento deJaboticabal, que foi superado porOrlândia, Araraquara e Ribeirão Preto,colocando-se no sexto-lugar.

De acordo com o levantamento doIEA, em contraposição à conjunturaamplamente favorável da cana-de-açú-

car, a crítica situação dos pecuaristas edos produtores de grãos/fibras em 2006levou a perda de renda estimada de R$1,223 bilhão e R$ 327 milhões, respecti-vamente, em termos absolutos e de14,3% e 11,8%, em termos relativos,quando comparadas a 2005.

Outros produtos no ranking: Ape-sar da redução de 8,64% na participa-ção do produto no total do valor daprodução em relação a 2005, a carnebovina mantém a segunda posição noranking, com participação de 11,93% novalor total ou R$ 3,937 bilhões.

A laranja para a indústria é o tercei-ro principal produto, seguindo a ten-dência dos anos anteriores. O produtotem rendimento previsto em R$ 2,214bilhões, de acordo com dados prelimi-nares do IEA e participa com 6,71% dovalor total. Em quarta posição doranking está a carne de frango, que de-verá atingir R$ 1,299 bilhão, redução de24,55% em relação ao valor do ano pas-sado. Segundo o IEA, este recuo deve-se à queda de 23,45% no preço médiodo produto e a diminuição em 1,44% naprodução da carne de frango. A partici-pação do produto no valor total do Es-tado será de 3,94%.

Ainda de acordo com o IEA, o milhoocupará a sexta posição no ranking,atrás da laranja para mesa. O grão iráalcançar um valor de R$ 1,053 bilhão, comqueda de 7,74% em relação ao R$ 1,142bilhão do ano passado. Esta diminuição,mesmo com o aumento de 9,46% na pro-dução do milho, ocorre por conta da re-dução de 15,72% no preço médio do pro-duto. Segundo o Instituto, o milho queparticipará neste ano de 2006, respon-derá por 3,19% do valor total da produ-ção agropecuária estadual.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

As principaisregiões do Estado

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Destaque

CTC e Secretariaassinam convênio para melhoramento genético

Revista Canavieiros - Dezembro de 200625

A Secretaria de Agricultura deSão Paulo e o CTC (Centro

de Tecnologia Canavieira) assinaramconvênio no último dia 13 que reno-va por mais cinco anos o uso da áreade hibridação do CTC instalada emCamamú (BA) para os trabalhos demelhoramento genético.

Esta cooperação nasceu em 1975quando foram feitos os primeiros en-saios em forma de colaboração vo-luntária entre a Secretaria e aCopersucar, que foram formalizadosna década de 90, desde então, istotem sido feito. Com a reestruturaçãoe composição do CTC, houve umareavaliação entre as instituições paraque este trabalho técnico fosse reali-

zado na forma de convênio. Nesta novafase, o plano de trabalho visa à obten-ção de 200 mil plântulas (planta em em-brião) por ano, originadas de 140 cruza-mentos obtidos em Camamu - Bahia. Es-tas plântulas serão reproduzidas em áre-as do Estado de São Paulo.

Segundo o diretor do Centro deCana IAC, pesquisador MarcosLandell, todas as variedades obtidaslevarão o nome IAC-CTC e serãodisponibilizadas ao produtor de cana-de-açúcar do estado de São Paulo. “Acana exige para florescer e produzirsementes viáveis condições climáti-cas especiais, encontradas em regi-ões litorâneas onde as temperaturasnoturnas em época de florescimento

Cristiane Barão

Parceria permite uso de área na Bahia para cruzamento; variedades obtidas serão disponibilizadas aosprodutores paulistas

(maio e junho) são superiores a 18ºCassociada a alta umidade do ar. A re-gião de Camamú apresenta estas con-dições”, afirma Landell.

O programa de melhoramento ge-nético da cana iniciou-se em 1933dentro do Instituto Agronômico. Sóna última década, foram desenvolvi-das nove variedades de cana-de-açú-car, sendo uma delas, a IAC86-2480,a primeira no Brasil específica paraalimentação bovina. Em março de2005, foi reestruturado o Centro deCana em Ribeirão Preto, que possuium dos maiores bancos de varieda-des de cana do país, com a constru-ção de novos laboratórios e aumentono quadro de pesquisadores.

Lançado o Observatóriodo Setor Sucroalcooleiro

Na tarde do dia 13 de dezembro, a UNICA (União da In-

dústria de Cana-de-Açúcar), a FEA/USP (Faculdade de Economia, Ad-ministração e Contabilidade de Ri-beirão Preto da Universidade deSão Paulo) e a FUNDACE (Funda-ção para pesquisa e Desenvolvi-mento da Administração, Contabi-lidade e Economia) lançaram o Ob-servatór io do SetorSucroalcooleiro, que tem por obje-tivo a realização de estudos volta-dos para o setor, propiciando o de-senvolvimento e a difusão de co-nhecimentos.

Observatório do Setor Sucroalcooleiro será a entidade ligada à UNICA para a confecção de estudossobre o setor de produção de açúcar, álcool e energia

Carla Rossini

O Observatório do Setor Sucro-alcooleiro representa uma parceria im-portante entre a iniciativa privada e osetor acadêmico, afirmou o presidenteda UNICA, Eduardo Pereira de Carva-lho, no lançamento do convênio emRibeirão Preto. Segundo Carvalho, “asociedade precisa disso”, de estudosindependentes de instituições como aFEA/USP de Ribeirão. O presidente daUNICA observou que a escolha da re-gião deve-se ao fato de ser a capital doálcool e do açúcar.

De acordo com o Prof. Dr. RudineiToneto Júnior, diretor da FEA/USP deRibeirão, já estão programados três es-tudos – o valor agregado da cadeiraprodutiva da cana; o impacto da meca-nização da lavoura; e a análise da com-posição do capital das empresas.

O presidente da Canaoeste eOrplana, Manoel Ortolan, participoudo lançamento. Segundo ele, “o Ob-servatório do Setor Sucroalcooleiroserá a entidade ligada a UNICA para aconfecção de estudos sobre o setorde produção de açúcar, álcool e ener-gia.”, afirmou Ortolan.

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Antes da Porteira

Açúcar Mascavo:Açúcar Mascavo:Açúcar Mascavo:Açúcar Mascavo:Açúcar Mascavo:o doce sabor dos nutrienteso doce sabor dos nutrienteso doce sabor dos nutrienteso doce sabor dos nutrienteso doce sabor dos nutrientesCarla Rossini

O desejo de abrir uma empresae a escolha do tipo de sua

atividade são apenas o começo deum longo processo antes de se lan-çar no mercado como empresário. Épreciso saber quais são as oportu-nidades e quais são os riscos que aatividade escolhida oferece. É ne-cessário estudar muito o negóciopara não ter prejuízo.

Foi assim que o cooperado IberêRodrigues Fernandes, proprietário doSítio do Capoteiro, em Bebedouro, in-terior de São Paulo, decidiu deixar deser apenas produtor de cana, agora eletambém industrializa açúcar mascavo.

Iberê conta que o sonho de seu pai,Vicente Rodrigues Fernandes, 83 anos,sempre foi industrializar a cana-de-açú-car. “Meu pai adquiriu essa proprieda-de em 1956. Na época, os 110 hectareseram plantações de laranja. Depois, coma crise da laranja na década de 80, co-meçamos a diversificar as culturas, aospoucos passamos a plantar cana, atéos dias de hoje”, afirma Iberê.

Para dar vida ao antigo sonho dafamília, Iberê abandonou a carreira deengenheiro civil e, no ano de 2001, co-meçou a produzir melado para alimen-tação de abelhas. “Iniciamos a produ-ção de melado e conseguimos fornecer

o produto para 27 municípios da região.Na época, o mel estava com um preçomuito bom, estava sendo comer-cializado para a Europa”, diz.

No ano seguinte, Iberê conta quecomeçou a produzir o açúcar mascavo.“Produzia 15 quilos por dia, era tudoartesanal. Foi assim que comecei a en-contrar um mercado para a minha pro-dução, que foi se ampliando e exigindoum aumento na produção”.

Hoje, a pequena fábrica do Sítio doCapoteiro tem capacidade para produ-zir 1.500 quilos/dia, mas como está fun-cionando em apenas um turno, a pro-

Caldo de açúcar:ponto ideal paracomeçar o processofinal da fabricação doaçúcar mascavo

Além de produzir açúcar e álcool, a cana-de-açúcar é aproveitada na fazenda de cooperados paraproduzir açúcar mascavo

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

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Revista Canavieiros - Dezembro de 200627

Antes da Porteira

dução é de 700 quilos/dia. O açúcarmascavo sai da propriedade de Bebe-douro já embalado em sacos de 20 qui-los ou 500 gramas.

O açúcar mascavoA fabricação do açúcar mascavo é

uma atividade desenvolvida desde operíodo colonial e que hoje está sendoincrementada, devido ao seu alto valornutricional e econômico. O seu consu-mo tem crescido em decorrência da va-lorização de produtos naturais, especi-almente sem aditivos químicos. Por cau-sa de sua composição, que o torna umalimento altamente nutritivo, podesubstituir os açúcares cristal e refina-do na alimentação diária de uma famíliaou nas merendas escolares.

Para fabricar açúcar mascavo dequalidade, o produtor precisa observaros procedimentos básicos recomenda-dos para o processamento de alimen-tos: utilização de medidas rigorosas dehigiene dos trabalhadores na ativida-de, limpeza diária do engenho, dasmoendas, dos reservatórios e dostachos. Além disso, a matéria-primadeve ser de boa qualidade. A tecnologiade processamento deve ser apropria-da, o armazenamento e o processo deembalagem devem estar adequados.

As principais diferenças aparecem no gosto, na cor e na

composição nutricional de cada tipo.A regra básica é a seguinte: quantomais escuro é o açúcar, mais vitami-nas e sais minerais ele tem, e maisperto do estado bruto ele está. A corbranca significa que o açúcar rece-beu aditivos químicos no último pro-cesso da fabricação. Apesar dosaditivos deixarem o produto atraen-te, eles também "roubam" a maioriados nutrientes.

Para citar um exemplo, em 100 gra-mas de um açúcar bem escuro, no caso

mascavo, existem 85 miligramas de cál-cio, 29 miligramas de magnésio, 22 mi-ligramas de fósforo e 346 miligramasde potássio. Para comparar, na mesmaquantidade de açúcar refinado, aque-le tipo branco mais comum, a genteencontra no máximo 2 miligramas decada um desses nutrientes.

A matéria-prima do açúcar é acana, antes de chegar à mesa, a plan-ta passa por diversas etapas de fa-bricação. Primeiro, ela é moída paraextrair o caldo doce. Depois, come-ça a purificação, em que o caldo éaquecido a 105ºC e filtrado para

Quais as diferençasentre açúcar cristal, refinado e mascavo?

Iberê conta que a qualidade do açú-car mascavo é também determinadapelo seu grau de umidade. “Quantomais seco for o produto, melhor serásua qualidade e maior será o seu tem-po de armazenamento”.

Segundo uma publicação doSebrae-MG, fabricar açúcar mascavo éuma atividade de baixa lucratividade,

cerca de 8% a 10% do faturamento, emcondições normais. Uma unidade total-mente nova envolve alto investimento,sem contar a parte agrícola. Por isso,Iberê manda um recado aos possíveisaventureiros que estejam pensando emmontar uma fábrica de açúcar mascavo:“é preciso muito estudo e uma excelen-te infra-estrutura envolvida para mon-tar o negócio”.

barrar as impurezas. Em seguida, ocaldo é evaporado, vira um xarope esegue para o cozimento, no qual apa-recem os cristais de açúcar. Por últi-mo, os tipos mais brancos de açúcarainda passam pelo refinamento, eta-pa em que o produto recebe trata-mentos químicos para melhorar seugosto e seu aspecto. O resultado fi-nal é o açúcar em cristais. Além dacana, há açúcar nas frutas e no mi-lho (frutose) e no leite (lactose). Abeterraba é outra fonte de açúcar,mas tem um processo de extraçãodiferente. Ela é popular na Europa:como lá não tem cana, a beterraba éa principal matéria-prima.

Iberê Rodrigues Fernandes; Vicente Rodrigues Fernandes e Jairo RodriguesFernandes: proprietários do sítio e da fábrica de Açúcar Mascavo do Capoteiro

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Chuvas de Novembroe Prognósticos Climáticos

Informações setoriais

As chuvas anotadas durante o mês de novembro de 2006, na região de abrangência da CANAOESTE, constam doquadro abaixo.

As chuvas observadas(médias) durante o mêsde outubro “foram” su-periores às históricas.Foram exceções: AçúcarG u a r a n i , C e n t r a lEnergética Moreno,CFM, onde as somas daschuvas foram inferioresàs respectivas médias; e,UNESP Jaboticabal,Andrade Açúcar e Álco-ol e Usina São Francis-co, onde as chuvas “fi-caram” próximas dashistóricas dos locais.

Mapa 1: Água Disponível no Solo no período de 16 a 19 de novembro de 2006.

O mapa 1 mostra que o índice de Água Disponível no Solo, em meados denovembro, encontrava-se em nível crítico em quase toda área canavieira do Esta-do de São Paulo, com exceção de estreitas faixas próximas de Barretos, Franca e,à leste, divisando com Minas Gerais. Condições estas, que neste período permi-

Açúcar Guarani 114 134AgroClimatologia FCAV UNESP-Jaboticabal 167 167Algodoeira Donegá - Dumont 272 180Andrade Açúcar e Álcool 127 131Barretos - IAC/Ciiagro 199 147Central Energética Moreno 164 217CFM - Faz Três Barras - Pitangueiras 108 173Cia Energética Santa Elisa (Sede) 195 167E E Citricultura - Bebedouro 278 185Faz Santa Rita - Terra Roxa 293 199Franca - IAC/Ciiagro 360 206IAC-Centro Apta Cana-Ribeirão Preto 215 173São Simão - IAC/Ciiagro 211 169Usina da Pedra 247 175Usina Ibirá - Santa Rosa do Viterbo 228 229Usina Batatais 300 227Usina M B - Morro Agudo 211 164Usina São Francisco 158 166Médias das observações 214 178

Locais mm chuvas médias históricas

Engº AGRÔNOMOOSWALDO ALONSO

Consultor AgronômicoCANAOESTE

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

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Revista Canavieiros - Dezembro de 200629

Informações setoriais

Os mapas 2 (2005) e 3 (2006), de Água Disponível no Solo, “ficaram” bemparecidos, diferindo nas regiões Nordeste e Leste do Estado de São Paulo que,em novembro, choveu mais que no mesmo mês do ano passado, ou seja, 214mmna média das observações deste ano, contra 155mm em novembro de 2005. Tra-zendo à lembrança o forte veranico daquele novembro.

Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2005.

Mapa 3: Água Disponível no Solo ao final de novembro de 2006.

Os mapas 2 (2005) e 3(2006), de Água Disponí-

vel no Solo, “ficaram” bem pareci-dos, diferindo nas regiões Nordes-te e Leste do Estado de São Pauloque, em novembro, choveu maisque no mesmo mês do ano passa-do, ou seja, 214mm na média dasobservações deste ano, contra155mm em novembro de 2005. Tra-zendo à lembrança o forte veranicodaquele novembro.

Com o fim de subsidiar em plane-jamentos de atividades futuras, o De-partamento Técnico daCANAOESTE resume o prognósticoclimático para a Região Centro Sul doBrasil, que poderão ocorrer duranteos meses de dezembro a fevereiro.Prognósticos estes, de consenso en-tre o INMET - Instituto Nacional deMeteorologia e INPE - Instituto Naci-onal de Pesquisas Espaciais.

- As condições para ocorrência dofenômeno “El Nino” para os próximosmeses ainda se encontram favoráveis;

- Mesmo que de baixa a médiaconfiabilidade, os prognósticos deconsenso INPE-INMET apontam que:

- Prevêem-se temperaturas acima dasmédias históricas nos estados das Regi-ões Centro Oeste/Sudeste e próximas dasnormais nos estados da Região Sul;

- As chuvas previstas para o tri-mestre dezembro/fevereiro poderãovariar entre ligeiramente abaixo danormalidade climática para os estadosda Região Centro Oeste próximas àsmédias históricas, mas com grandevariabilidade para os estados da re-gião Sudeste e dentro da normalidadenos estados da Região Sul.

Exemplificando, na região deabrangência da CANAOESTE, as chu-vas poderão ser, pelas médias históri-cas anotadas pelo Centro Apta - IAC -Ribeirão Preto, de 270mm em dezem-bro e janeiro e de 220mm em fevereiro.

tiam operações de colheita e, mesmo com baixa umidade no solo, as de cultivosmecânicos, químicos e adubações das soqueiras.

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30 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

Legislação

Lei da Mata Atlânticaaprovadano Congresso Nacional e seusreflexos na área rural

Juliano BortolotiAdvogado da Canaoeste

Após uma tramitação de 14anos no Congresso Nacional,

o Projeto de Lei nº 3.295/92, que dis-põe sobre a proteção da vegetaçãooriginal da Mata Atlântica, foi apro-vado neste último dia 29 de novem-bro, no plenário da Câmara dos De-putados, devendo, agora, ser enca-minhado para sanção presidencial. Alei depois de sancionada criará ummarco legal importante para a preser-vação do bioma, consolidando os li-mites da Mata Atlântica, atribuindofunção social à floresta e estabele-cendo regras para seu uso.

O bioma da Mata Atlântica é umdos mais ameaçados do planeta e seconstitui em uma estreita faixa deflorestas que se estende do sul dopaís até o Ceará e o Rio Grande doNorte. Originalmente, o bioma tinhamais de um milhão de quilômetrosquadrados. Hoje, restam-lhe menosde 8% desse total.

Referida lei criará uma grandegama de mecanismos, incentivos eprocedimentos de apoio à preserva-ção das florestas, além de recompen-sar aqueles proprietários rurais queas protegem, ressalvando, porém,que as punições também irão aumen-tar. Um exemplo prático da nova lei,se sancionada, é a permissão ao pro-prietário de uma área com vegetaçãonativa superior ao mínimo exigido le-galmente, “alugar” uma parte da flo-resta para outro proprietário que jádesmatou toda a sua propriedade eque não tenha floresta suficiente àaverbação da reserva florestal legal.Com isso, a floresta passa a ser con-siderada patrimônio com valor, área

produtiva. Esse mecanismo podeconter a destruição da Mata Atlânti-ca, pois a degradação no bioma avan-çou nos últimos anos em razão dafalta de segurança ao proprietáriorural nesta situação, pois se possuíaárea de floresta acima do mínimo le-gal, tal área era considerada impro-dutiva, por não atingir aos índicesde produtividade do INCRA, poden-do a propriedade ser, então, desa-propriada para fins de assentamen-to rural ou loteamento.

Também, com o advento da novellegislação, abrir-se-á a possibilida-de dos proprietários rurais com pas-sivos ambientais, adquirir e doar aogoverno áreas de Unidades de Con-servação (UCs) equivalentes ao quedeveria ser a tão polêmica ReservaLegal da propriedade, sem a restri-ção imposta pela Medida Provisórianº 2.166, que impunha a vigência de30 anos para esse mecanismo. Até anova lei, a compensação sob a for-ma de regularização de UCs vigora-va por trinta anos, passados os quaiso proprietário voltaria a estar obri-gado a recompor sua Reserva Legal,o que não mais ocorrerá a partir dasanção presidencial.

Outro ponto importante do proje-to aprovado, reside nos incentivos fis-cais e econômicos aos proprietáriosde terras na Mata Atlântica que pos-suam área com vegetação nativa pri-mária, conhecida como mata virgem ousecundária, em estágio avançado emédio de regeneração. Esta lei, igual-mente define critérios para protegeresse tipo de vegetação, além de per-mitir algumas explorações no bioma

Mata Atlântica, nas vegetações secun-dárias, desde que seja feita de formaracional e em observância à rígidasregras para a sua preservação.

Ressalta-se, ainda, que o Projetode Lei 3.285/92, não vai ser aplicado atoda extensão original da Mata Atlân-tica, ou seja, aos 1,3 milhão de Km²,aplicando-se, logicamente, para nãoafetar direitos dos proprietários rurais,sobre os remanescentes de vegetaçãonativa existentes hoje, ou seja, cercade 93 mil Km² - 7,3% da sua coberturaoriginal, ou aproximadamente 1,1% doterritório do país.

Por fim, para aquele que cometeros delitos de destruição ou danifica-ção da vegetação ora protegida, MataAtlântica, poderá ser punido com apenalidade de detenção de um a trêsanos e multa.

Sem embargo da importânciaambiental do projeto de lei aprova-do no Congresso Nacional, que es-tabeleceu e definiu os limites daMata Atlântica, os incentivos e osbenefícios fiscais à sua proteção,ressal tamos que devido ainterligação que tal projeto possuiem relação ao tema reserva florestallegal, ficou consignado na CâmaraFederal que, após a aprovação dotexto, daria início à discussão so-bre a polêmica reserva legal quemuito tem afligido os proprietáriosrurais do Estado de São Paulo, quenão mais possuem vegetação nati-va suficiente à sua averbação namatrícula do imóvel, dando início, apartir de agora, a mais uma ampladiscussão sobre o tema.

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Novas Tecnologias

Revista Canavieiros - Dezembro de 200631

Mecanização do plantio:viável apenas na falta de mão-de-obraMarino Guerra

Falta de sincronismo entre as indústrias de tratores e plantadoras e número elevado de perdade gemas são os principais problemas do sistema

A grande novidade das feiras voltadas à cultura da cana-de-açú-

car nos últimos tempos são as impo-nentes plantadoras mecânicas que,com todos os seus recursos, chama-ram a atenção de boa parte dos visi-tantes desses eventos.

Segundo pesquisadores, o interes-se das fábricas de implementos agríco-las na produção de plantadoras mecâ-nicas se deu, principalmente, em decor-rência da grande expansão que o setorpassa, fazendo com que a mão-de-obraexistente se torne insuficiente frente àalta demanda de plantio.

Com a entrada dos novos equipa-

mentos aos campos, os problemas tam-bém foram aparecendo, dentre eles, oque é mais sentido pelos usuários dosistema, é o dano causado às gemas nahora da colheita mecânica das mudas.Outros problemas como a falta de en-tendimento entre as fábricas de tratorese de plantadoras, principalmente na ques-tão da vazão hidráulica, prejudicam naimplantação generalizada do sistema.

Segundo o GMEC (Grupo deMotomecanização - formado por pro-fissionais ligados a usinas e destilari-as), o plantio mecanizado demanda de4 a 6 toneladas de mudas por hectare amais que o plantio convencional, o querepresenta um aumento de R$340,00 amais por hectare de muda colhida, issoem decorrência dos danos provocadosàs gemas e toletes. Para os usuários dosistema, 80% desses danos são provo-cados pela colhedora, que ainda po-dem gerar compactação do solo devi-do ao pisoteio causado pelo peso dasmáquinas em períodos chuvosos.

Para o coordenador do GMEC, LuisAntônio Ferreira Bellini, o elevado cus-to do plantio mecanizado está justa-mente na lesão das gemas na hora desua colheita. “Quando você coloca umaplanilha comparando o plantio manualao mecanizado, percebe-se que, na par-te operacional, o modo mecânico é maiseconômico, mas quando você insere ovalor das mudas no cálculo, o custo doplantio mecânico se torna inviável, en-tão só se usa o sistema mecanizadohoje por uma questão de não ter outrasaída, principalmente para quem estáexpandindo e não existe mão-de-obrana área”, analisa Bellini.

Outro fator identificado pelo coor-

denador está na falta de harmonia eentendimento ente os fabricantes detratores e os de colhedoras, principal-mente nas questões relacionadas àpotência e a vazão hidráulica.

“O descompasso entre fabricantesde implementos e fabricantes de trato-res sempre existiu, mas os implementossempre demandavam pouca vazão epotência dos tratores, fazendo com queo problema não aparecesse. Com o ad-vento do plantio mecanizado, a coisa secomplicou, pois as máquinas são gran-des e necessitam de potência e vazãocorreta para funcionar bem, o que acar-reta um transtorno para quem está ad-quirindo o produto, pois você pode com-prar um trator com 180 cavalos de po-tência e chegar na hora ele não dar con-ta do recado, como também pode adqui-rir um com 220 cavalos e descobrir queo de 180 conseguiria fazer o mesmo ser-viço, gerando assim um grande proble-ma na hora de planejar os custos para aimplantação do sistema. No caso da va-zão hidráulica, ninguém consegue seentender. Eu acho que ainda estamosno início de tudo e que só daqui unstrês ou quatro anos é que poderemoster certeza daquilo que realmente será oplantio mecanizado”, concluiu Bellini.

Luis Antônio Ferreira BelliniCoordenador do GMEC

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Culturas de Rotação

Olho abertopara as ‘Cercosporioses’

As Cercosporioses (‘manchacastanha’ ou ‘mancha preta’),

doença causada pelo ataque de fun-gos nas folhas do amendoim e quepodem atingir 50% da produção,caso a desfolha ocorra antes dos 90dias de idade da cultura, é a grandepreocupação de pesquisadores eprodutores da leguminosa devido aoseu alto grau de ocorrência, para seter idéia, dificilmente é encontradauma lavoura no final de ciclo semregistrar nenhum sintoma, e tam-bém ao grande investimento em

Marino Guerra

Doença mais comum do amendoim, caso não tenha maiores cuidados, pode comprometer tanto a lavouracomo o bolso do produtor

fungicidas necessários para garan-tir a produção.

Os sintomas da doença podem ser per-cebidos se a planta apresentar, na folha,manchas castanhas de até 12 mm, arredon-dadas, com halos amarelos, frutificação dospatógenos no lado superior e ocorrênciaprecoce, no caso da ‘mancha castanha’.Os sintomas para a ‘mancha preta’ são:manchas pretas de até 7mm arredondadas,sem halo amarelo, frutificação dospatógenos no lado inferior da folha e ocor-rência um pouco mais tardia.

Seu alto grau de incidência naslavouras de amendoim usadas comorotação de cultura entre ciclos dacana-de-açúcar acontece sob influên-cia das condições ambientais que fa-vorecem o desenvolvimento dasmanchas devido ao alto teor de umi-dade aliado as altas temperaturas, jus-tamente entre os meses em que o grãoé cultivado.

Para a realização de seu controle,o uso de fungicidas se apresentacomo a forma mais eficiente, porém,

Pulverização utilizando fungicidas de triazóis ou a mistura dostriazóis com estrubilurinas

32 Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

Pulverização utilizando produtos a base clorothalonilmisturados com triazóis ou estrubilurinas

Fotos: Prof. Modesto Barreto

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Culturas de Rotação

em decorrência do seu alto custo, oprodutor precisa se preparar antes deplantar a leguminosa, a fim de evitaro uso de produtos com princípios ati-vos que não combatam de forma efi-ciente o fungo ou o desperdício comaplicações desnecessárias.

Pensando nisso, o professor-dou-tor da Unesp (campus Jaboticabal),Modesto Barreto, realizou um experi-mento no qual usou duas formulaçõesdiferentes em dois ensaios com as mes-mas condições ambientais e de culti-vo. No primeiro ensaio, Barreto apli-cou seis pulverizações utilizandofungicidas de triazóis ou misturandoos triazóis com estrubilurinas, o resul-tado foi a permanência da ação dasmanchas. No segundo ensaio, o pes-quisador pulverizou a lavoura utilizan-do produtos à base de chlorothalonilmisturados com triazóis ouestrobilurinas, o resultado do ensaiofoi o fim do ataque dos fungos.

Tendo o estudo como base, o pes-quisador concluiu que a presença dochlorothalonil é primordial no ataque

das ‘cercosporioses’, porém, emevento promovido pelo Departa-mento de Grãos da Copercana, elealertou sobre a necessidade de no-vos experimentos para se ter certe-za do resultado.

Outro método de-senvolvido porBarreto, só que dessavez com o objetivo dereduzir aplicações defungicidas, é o Siste-ma de Previsão, noqual, baseado nos da-dos climáticoscoletados através demodernas estaçõesmeteorológicas e emi-tidos com um sistemade rede, é possívelidentificar se o ambi-ente está propício ounão para o desenvol-vimento da doença.

O professor ga-rante que esse siste-ma não vai acabar

com a necessidade de aplicação dofungicida, mas com o atraso de al-gumas aplicações, a redução noconsumo dos agroquímicos poderásignificar uma economia expressivanos custos.

Professor Modesto Barreto durante palestra noauditório da Canaoeste

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34

Com o objetivo de reduzir o pra-zo de tramitação dos proces-

sos de registro dos agrotóxicos dequatro anos para 150 dias e com isso oseu custo de R$ 2 milhões para R$ 200mil, o Governo Federal, através de umtrabalho interministerial no qual parti-ciparam os ministérios da agricultura,saúde e meio ambiente, anunciou, noinício de dezembro, uma revisão doDecreto 4.074, de 2002, que regulamen-ta a Lei de Agrotóxicos, além de terpublicado novas resoluções e instru-ções normativas para a organização ereestruturação dos órgãos estataisresponsáveis pelo controle e registrodos produtos químicos.

Através da medida, o Governo Fe-deral pretende aumentar o número demarcas no mercado fazendo com que aconcorrência impulsione o preço doproduto para baixo, ou seja, a princi-pal medida está no fato que os defen-sivos mais tradicionais poderão ser fa-

Governo vai aumentara concorrência entre os defensivos

Pragas e Doenças

Trabalho interministerial lança conjunto de medidas com o objetivo de agilizar o registrodos produtos e com isso obter uma redução de preços

to com os parâmetros internacionais éque tem garantido, ao Brasil, padrõesde qualidade ao alimento produzido, asegurança do trabalhador rural e a pre-servação ambiental. A simplificaçãocasuística, proposta pelos “defenso-res” dos genéricos, rema contra a marédas exigências de mercado, transitan-do na contramão da celeridade pleite-ada por todo o setor e ficando muitoaquém das expectativas, quando mar-tela apenas na questão dos preços”,trecho do artigo escrito por Simon epublicado no site da ANDEF.

O responsável pelo Departamentode Fiscalização dos Insumos Agríco-las do Ministério da Agricultura, LuisEduardo Rangel, não concorda com avisão do representante da indústria dedefensivos, garantindo a permanênciada qualidade dos produtos em decor-rência da aprovação dos três ministé-rios envolvidos com o assunto.

“Exatamente por ter os três minis-térios envolvidos é que nós podemosgarantir as questões relacionadas àsaúde e ao meio ambiente no proces-so de registro. O Ministério da Agri-cultura tem a intenção de oferecer àagricultura nacional mais opções demarcas de agrotóxicos para que o cus-to de produção se reduza”, disse o re-presentante do ministério.

A expectativa do governo é quecom a medida aconteça uma reduçãode 15% a 20% no preço dos defensi-vos agrícolas, ou seja, se um produtorrural tiver, como exemplo, R$ 100 milde custo total de produção, com essamedida ele terá um desconto de R$ 3mil segundo os cálculos da equipe téc-nica do Ministério da Agricultura.

O ministro da Agricultura Luis Carlos Guedes Pinto ao lado da ministra do meio ambienteMarina Silva

Marino Guerra

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

bricados sem que as empresas tenhamque refazer os testes que já haviamsido feitos nos produtos originais.

Para o presidente da ANDEF (As-sociação Nacional de Defesa Vegetal),Cristiano Walter Simon, a mudançados procedimentos pode fazer comque a qualidade dos defensivos hojecomercializados no Brasil diminua.

“A OMS e a FAO estabeleceramprocedimentos para garantia de qua-lidade dos produtos comercializadosno mundo inteiro, com mecanismos se-guros de comparação entre produtostécnicos de mesmo ingrediente ativoe provenientes de diferentes fabrican-tes. Procedimentos incorporados à le-gislação brasileira (Decreto 4074/02 eIN 49/02) que permitiram o registro porequivalência, caracterizando na sim-plificação do processo, desde quesubmetido a avaliação de acordo comas regras estabelecidas. O alinhamen-

Ag

ên

cia

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Revista Canavieiros - Setembro de 200635

Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-se

JaneiroJaneiroJaneiroJaneiroJaneiro de de de de de 20072007200720072007

Pós-Graduação do IAC – Agricultura Tropical e SubtropicalData: Inscrições para o processo seletivo de 08 de janeiro a 09 de fevereiro de 2007

Local: IAC – Avenida Barão de Itapura, 1481 – Campinas/SPTemática: O curso de Pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico (IAC),

referendado pela CAPES, tem como objetivo a formação de pesquisadores, docentes e profissionaisespecializados, ao nível de MESTRADO. Podem ser candidatos ao curso engenheiros agrônomos,

engenheiros agrícolas, biólogos e outros profissionais portadores de diplomas universitários que desenvolvamatividades relacionadas com as ciências agronômica e ambiental. O curso tem duração de dois anos, com

ingresso anual e início do ano letivo em março.Maiores Informações: Tel: (19) 3231-5422 - ramal: 194 ou e-mail: [email protected]

2º Congresso Internacional do EquusData: De 19 a 21 de janeiro de 2007

Local: Marco Zero Agronegócios – Sorocaba/SPTemática: Cursos de Doma Racional, Competições Eqüestres, Palestras Veterinárias e Exposição de Raças.

Maiores Informações: Tel: (15) 9108-8581 ou e-mail: [email protected]

Responsabilidade Administrativa, Criminal e Civil das Pequenas e Médias Empresas, seusDirigentes e Prepostos Perante a Lei de Crimes Ambientais

Data: 26/01/2007Local: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2050 - Sobreloja B - Bela Vista/SP

Temática: Este curso tem por objetivo informar e alertar as empresas e profissionais sobre a importância doconhecimento da legislação ambiental, com ênfase a Lei de Crimes Ambientais ou Lei da Natureza; paraque se possa entender o conceito de Crime Ambiental e quando ele ocorre; abordar as responsabilidades

civis e criminais das empresas públicas e privadas e de seus profissionais quando envolvidos em eventos queprovoquem danos e impactos ao meio ambiente com o objetivo de evitar multas, apreensões e outras ações/processos cabíveis nestes casos.

Maiores Informações: Tel: (11) 6221-8406 ou e-mail: [email protected]

Biodiesel & Fontes Alternativas e Renováveis de EnergiaData: De 29 a 31 de janeiro de 2007

Local: Blue Tree Towers, Avenida Faria Lima – São Paulo/SPTemática: A conferência trará uma abordagem exclusiva de casos práticos que ajudarão a identificar: 1)

Formas de aproveitamento de biomassa de várias origens 2) Programas e abrangência da Lei de EficiênciaEnergética 3) Utilização de biodigestores resolvendo questões energéticas e ambientais 4) Projetos de MDL

a partir de fontes alternativas e renováveis 5) Linhas de crédito para biodiesel e eficiência energética 6)Planos e análises ministeriais dos setores envolvidos com energia 7) Mercado externo: China e a

possibilidade de exportação de biodiesel 8) Potencial de geração elétrica a partir de fontes eólica e solar.Maiores Informações: Tel: (11) 3463-5638 ou e-mail: [email protected]

Page 36: Ed06dez06

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Cultura

CultivandoCultivandoCultivandoCultivandoCultivandoa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua PortuguesaEsta coluna tem a intenção deesclarecer, de maneira didática,algumas dúvidas a respeito doportuguês

BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”

Advogadae Prof.ª de Português e Inglês

Mestra—USP/RP,Especialista em Língua

Portuguesa, MBA em Direito eGestão Educacional,

Escreveu a GramáticaPortuguês Sem Segredos

(Ed. Madras)com Miriam M. Grisolia

RENATA CARONE SBORGIA

MANUAL DE INSTRUÇÕES DOCONSECANA-SP

O Manual de Instruções doCONSECANA-SP (Conselho dosProdutores de Cana-de-Açúcar,Açúcar e Álcool do Estado de SãoPaulo), em sua 5ª edição, traz vá-rias atualizações, como conse-qüência de uma revisão previstaem seu Estatuto.

Nele, o Regulamento e as NormasOperacionais de Avaliação da Qua-lidade da Matéria-Prima foram har-monizados com o contexto atual.Estas últimas, particularmente, me-receram pequenas, mas sensíveisalterações. O cálculo do rendimen-to dos álcoois residuais foi elimina-do, os coeficientes de conversão deprodutos em ATR, a nova equaçãopara o cálculo do ATR e as partici-pações da matéria-prima nos cus-tos de produção do açúcar e do ál-cool, foram atualizados. Vale a penamencionar que, nesta edição, osprocedimentos para aplicação doATR relativo foram mais detalha-dos, visando facilitar a sua compre-ensão pelos usuários.

Os interessados em conhecer assugestões de leitura da RevistaCanavieiros, podem procurar a

Biblioteca da Canaoeste emSertãozinho – Rua Augusto

Zanini, nº 1461 ou pelo telefone(16) 3946 3300 Ramal 2016.

Pedro não assinou o “ABAIXO ASSINADO”. Não concordou com o conteú-do do documento.

E nós não concordamos com a confusão que Pedro teve entre: ABAIXOASSINADO (sem hífen) e ABAIXO-ASSINADO (com hífen).

Prezados amigos leitores, vejamos:ABAIXO-ASSINADO (com hífen) é documento, requerimento, petição. Refe-

re-se a um papel.

ABAIXO ASSINADO (sem hífen) é uma expressão que nomeia cada um dosindivíduos que participam do referido documento (requerimento ou petição).Refere-se à gente, pessoa.

Ex.: Pedro foi arrolado como abaixo assinado de um abaixo-assinado que nãoassinou e com o qual não concordou.

Ela chegou “POR TRAZ”, e fez a clássica pergunta: Adivinhe quem é?

Prezados amigos leitores, não sabemos quem é!!!! Ficaremos curiosos... atéaprendermos a diferença entre TRAZ e TRÁS.

TRAZ: forma do verbo TRAZER. Ex.: Amor traz paz e paixão. Ele sempre traz o livro para estudar.TRÁS: entra na expressão POR TRÁS. Significa pelo lado traseiro. Ex.: Ela chegou por trás. O veículo foi arranhado por alguém por trás.

Pedro há muito tempo não tem “FIM DE SEMANA”: só vive para trabalhar...

Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

Continuará sem descanso , lazer...

Prezado amigo leitor, todos merecem um FIM-DE-SEMANA!!!

Veja, é uma dúvida que precisamos deixar clara,pois na escrita existe a diferença entre:

FIM-DE-SEMANA (com hífen): descanso, lazer.Ex.: Ele trabalhou a vida toda, sem ter um fim-

de-semana.

FIM DE SEMANA (sem hífen): final de semana.Ex.: A família vai à praia todos os fins de semana.

Prezado amigo leitor, não há como fugir dele (fimde semana), porque em todo mês há no mínimo qua-tro fins de semana!!!

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Repercutiu

Revista Canavieiros - Dezembro de 200637

Durante a reunião do Conselho Deliberativo da Orplana, que aconteceu no dia 15 de dezembro, em Sertãozinho, os deputadosfederais Arnaldo Jardim, Duarte Nogueira e Mendes Thame, recentemente eleitos, concederam entrevistas falando sobre a linha detrabalho que pretendem seguir no mandato que se inicia em 2007.

Segue a íntegra das respostas:

Duarte Nogueira (PSDB-SP)Em primeiro lugar eu gostaria de agradecer o apoio que recebi, não só da Orplana, mas de todo setor produtivo, das associações

e cooperativas, daqueles que acompanharam nosso trabalho como secretário da agricultura e que nos ajudaram muito nos momentosmais difíceis e nas conquistas que tivemos juntos. Agora, neste novo desafio como deputado federal vou levar para o congresso o pesoda nossa região, a sua importância para o desenvolvimento do nosso estado e do nosso país. Espero ter a responsabilidade e a grandeza

necessárias do peso deste mandato e fazê-lo um bom instrumento de transformação daquilo que nospossa trazer mais emprego, mais renda, menos ônus para o setor produtivo para ele poder produzir,gerar é um circulo virtuoso em favor da melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho edesenvolvimento de toda nossa região. Pretendo ajudar o Brasil a crescer, ou melhor, a voltar a crescer.O Brasil está parado, não há uma agenda definida, a não ser uma agenda política do presidente daRepública para formar uma maioria que está sendo, na minha opinião, conduzida para formá-la atravésde um processo fisiológico e não de um projeto de interesse do país, o que não ficou claro na campanhapolítica. E como deputado vou ficar atento a isso e fiscalizar essas ações. Espero todas as informaçõesnecessárias para argumentar em favor daquilo que a gente acredita, para ter orientações técnicasadequadas para defender o setor produtivo de maneira sustentável, considerando a importância dosrecursos naturais, mas de atuar nisso de uma maneira responsável e não apaixonada, e espero podercontinuar ao lado de vocês. Por fim, quero desejar a todos um feliz natal, e que 2007 seja um ano paratodos nós de muita saúde, muita prosperidade e que possamos continuar trabalhando juntos.

Arnaldo Jardim (PPS-SP)Olha de certa forma comecei com o pé direito, a minha primeira atividade em Brasília, foi participar da Enerbio onde estava presente

o nosso querido Manoel Ortolan, e nós vimos naquela conferência que se tornou internacional, a presença muito grande de pessoas deoutros países que olhavam para o nosso país com grandes expectativas. O nosso álcool é hoje uma realidade e referência no mundo,

todos os outros países estão tomando medidas para buscar fontes alternativas de bioenergia, os EstadosUnidos está correndo atrás da produção do álcool a partir do milho, outros países a partir de outro tipode produto e, neste contexto, em que o álcool se torna uma questão mundial, nós continuamos a ser o paísque produz o melhor e mais barato álcool no mundo. Por tanto eu imagino o que será o Brasil nospróximos anos. Nós também sabemos que o mercado de açúcar se ampliou muito e nós temos agora aoportunidade no Brasil, no campo das energias alternativas e de fontes renováveis, temos a implantaçãodo biodiesel. Tudo isso se soma naquilo que nós preconizávamos há muito tempo, que é o papel relevanteque o Brasil vai ter no mercado internacional, no mercado mundial. Para isso tudo, para uma expansãoque será necessária da cana, do seu cultivo, da produção de açúcar e álcool, nós temos a figurafundamental, que é a figura do plantador e do fornecedor de cana. Todos nós temos visto que essecrescimento que se observa hoje no país, não pode prescindir da figura do pequeno produtor e dofornecedor de cana. Eu acho que incrementar as cooperativas que dão escala na compra de insumos, quepermite uma negociação mais articulada é o caminho fundamental para manter e preservar a funçãodentro da cadeia do fornecedor, do plantador de cana. Acho que nós devemos crescentemente discutir na

implantação das novas usinas, que o componente de produção própria, versos produção que se compra de outro, tenha uma presençamaior. Isso se fará não como imposição legal, mas com a construção de um consenso grande em torno desta questão. Eu tenho convicçãoem relação a isso e eu vou colocar no meu mandato de deputado federal a serviço disso, a serviço do país.

Mendes Thame (PSDB-SP)Nós temos que fortalecer a idéia de que o Brasil é uma plataforma mundial de biocombustíveis. No caso

do álcool, a nível federal, é até melhor que o governo não atrapalhe, porque o setor já alcançou um nível deindependência e eficácia, de consistência das suas propostas e vem conseguindo crescer e se firmar nomercado. Mas, há necessidade do governo atuar no sentido de prover toda a logística e toda a infra-estrutura para se criar um Proálcool de exportação. Por outro lado, na questão do biodiesel, nós estamospraticamente na estaca zero. Nós precisamos de um incentivo geral, para todas as regiões, para biodieselfeito de todas as oleaginosas e, a partir deste incentivo geral, subsídios específicos que estimulem algumasregiões, estimule a agricultura familiar, incentivos adicionais. Mas nós temos que ter um incentivo básico.Em nível estadual nós temos que definitivamente resolver a questão da reserva legal que vem preocupandomuito todos os produtores de cana, para que eles possam ter tranqüilidade e produzir cana que é a matériaprima essencial, para que nós possamos ter açúcar e álcool e o Brasil cumprir esse papel relevante nomundo de hoje, que precisa não só de alimentos, mas de energia decorrente da biomassa.

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2006

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