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ECOS E REVERBERAÇÕES DA PANDEMIA NA NOVA ORDEM MUNDIAL ABRIL 2020 // POR DRA MARISTELA BASSO

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ECOS E REVERBERAÇÕES DAPANDEMIA NA NOVA ORDEMMUNDIAL

ABRIL 2020 / / POR DRA MARISTELA BASSO

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A “Nova Ordem Civilizatória” tem por desafios garantir que a comunidadeinternacional se paute, e se conduza, efetivamente, pelo regime democrático e que

seu sistema de tomada de decisões inclua todos os países, e não apenas algunsdeles. Ademais, terá que vencer anacronismos, assimetrias, impedir e bloquear os

jogos de poderes entre os blocos econômicos, cujas decisões, via de regra, sãotomadas sem levar em conta os países mais pobres. Sob essa “Nova Ordem” os

países buscarão desenvolver e estimular maior e mais efetiva cooperação.

A capacidade de o indivíduo, desde a infância, se adaptar, reinventar e sobreviveràs novas realidades produzidas diante das perdas e do luto, serve sempre como

modelo, compondo um repertório reativo em experiências futuras novas e gratificantes.

A pandemia do coronavírus pode serconsiderada o estopim de profundosrearranjos globais. A preocupaçãogeneralizada diz respeito a como se dará areconstrução do mundo depois que atempestade passar. No momento reina umaverdadeira “desordem” na comunidadeinternacional. “Desordem” no sentido de“certa ordem que convém aos países” noenfrentado da crise com reflexos na saúde ena economia. Os tempos são defechamento e isolamento que geram, porassim dizer, um certo “equilíbrio instável”,isto é, quando a mudança é uma constantee inúmeras são as variáveis. As dúvidas sobre o futuro são incalculáveis.As consequências econômicas da pandemiapodem gerar estragos sem precedentes naseconomias nacionais, assim como naquelainternacional. Contudo, em meio a tantas dúvidas,despontam algumas certezas a indicar quevem aí uma nova conformação do mundo,uma nova (re)acomodação de poderes e

jogos de interesses no já complexo tabuleirogeopolítico global. As mudanças não são apenas de caráterglobal, como são também de ordem interna,psíquica dos indivíduos – forçados a entrarem uma nova realidade que não planejarame, tampouco, sentem-se preparados. Damesma forma, a pandemia traz consigoefeitos nas ordens nacionais, domésticasdos países que, além de suas complicaçõesrotineiras, passaram a ter que responder efazer frente aos perigos reais da pandemia,e a ter que apresentar soluções imediatasaos sintomas sociais que afloram comenorme rapidez. Frente a esse cenário, é certo afirmar quenão estamos caminhando apenas emdireção a uma “Nova Ordem EconômicaInternacional”. Trata-se de um fenômenomuito mais profundo e transformador.Podemos afirmar, sem medo de errar, queestamos diante de uma “Nova OrdemCivilizatória”, cujo desafio é responder àsnovas demandas dos países e das pessoasque neles habitam.

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A “Nova Ordem Civilizatória” tem pordesafios garantir que a comunidadeinternacional se paute, e se conduza,efetivamente, pelo regime democrático eque seu sistema de tomada de decisõesinclua todos os países, e não apenas algunsdeles. Ademais, terá que venceranacronismos, assimetrias, impedir ebloquear os jogos de poderes entre osblocos econômicos, cujas decisões, via deregra, são tomadas sem levar em conta ospaíses mais pobres. Sob essa “Nova Ordem”os países buscarão desenvolver e estimularmaior e mais efetiva cooperação. Sob essa ótica, vale lembrar que o FMI e oBanco Mundial estão comprometidos aprover o apoio que as pessoas e os seusestados membros necessitam,disponibilizando financiamentos, assimcomo a assistência técnica de queprecisarem para superar os efeitos nefastosda pandemia. Além do mais, insistem que acooperação internacional é a melhoralternativa para lidar com o impacto docoronavírus na saúde e na economia.Igualmente importante, segundo esses doisimportantes organismos internacionais defomento, é o fortalecimento da confiançanas autoridades públicas e na mídiaresponsável. As evidências de que se aproxima uma novaordem global já eram percebidas desdeantes da pandemia. Fatores importantescomprovam tal afirmação, dentre outros: aperda do protagonismo da ONU; oenfraquecimento da União Europeia, queacabou por se agravar, no curso dapandemia, com o fechamento das fronteirasnacionais, inclusive para os cidadãoseuropeus dos seus países membros, pondo

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em risco a livre circulação das pessoas e oAcordo de Schengen, pilares fundamentaisda organização; os desgastes da OPEP e aqueda do valor do petróleo; oaprofundamento do papel econômico daChina, intensificado frente às ameaçassanitárias e econômicas; os esforços daRússia na criação de um bloco oriental coma China e a Índia; a retomada da hegemoniados EUA; o fortalecimento do dólar e aspróximas eleições americanas.

Na avalanche de acontecimentos, e diantede um contexto dinâmico, é difícil traçarpanoramas objetivos e definitivos diante dacomplexidade do cenário e das inúmerasvariáveis que surgem a cada segundo. Entretanto, uma nova conformação mundialpode ser observada sem grandes esforços. No campo geopolítico internacional, omundo revela novos rearranjos que tendema se fortalecer durante e após a pandemia.

De um lado, é possível observar o chamadonovo “Grupo Ocidental” composto pelos EUAe Inglaterra, recém saída da UE. Nesse bloco,outros países, aliados e concertados a essasduas grandes nações, poderão ingressar,inclusive o Brasil. Por outro flanco, desponta o “GrupoOriental”, composto pela China, Rússia eÍndia, com vantagens demográficas eeconômicas expressivas. No centro, um pouco decadente, mas queainda guarda certo charme, temos o “BlocoEuropeu”, especialmente composto, na linhade frente, por Alemanha e França, logo atráspela Itália, Espanha e Portugal, tentandoficar de pé e, na retaguarda, os demais

países vizinhos com menor podereconômico, em cujos territórios a pandemiaserá ainda mais cruel – sob as perspectivashumanitária e econômica. Isolado, em voo solo, podemos ver o Japão,que, entretanto, busca parceria com Taiwane Singapura para comporem juntos umaforte ponta de lança dos EUA na Ásia. Por certo, outras configurações podem serapontadas. As elencadas acima são,digamos, assim, as mais óbvias no momento.Todavia, cabe destacar que, em toda equalquer análise que se empreenda sobreos princípios e fundamentos da “NovaOrdem Civilizatória”, o “homem”, com suasnecessidades, idiossincrasias e valores, terásempre lugar de destaque e primazia.

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A capacidade de o indivíduo, desde ainfância, se adaptar, reinventar e sobreviveràs novas realidades produzidas diante dasperdas e do luto, serve sempre comomodelo, compondo um repertório reativoem experiências futuras novas egratificantes. Sigmund Freud, em “Luto e Melancolia”(1915), afirma que a reação à perda de umente querido, mas também a algo que tomeas mesmas proporções, é um fenômenonatural e constante durante todo odesenvolvimento humano. O enlutado sabeexatamente o que perdeu. O trabalho doluto é concluído quando a realidadeprevalece e quando atingido certo grau decatexia – nesse momento a libido édesligada e o ego se vê livre e desinibidooutra vez. Então, acontecem asrestruturações interna (do “self”) e asexternas, nacional e global.

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