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Economic and Social Development Department Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura Segurança Alimentar e Nutricional, Recursos Genéticos e Mudanças Climáticas (e Saúde) Marcello Broggio FAO em Brasil Seminário LANIIT Sete Lagoas 23-24 Junho 2015

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Page 1: Economic and Social Development Department Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura Segurança Alimentar e Nutricional, Recursos

Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

Segurança Alimentar e Nutricional, Recursos Genéticos e Mudanças

Climáticas (e Saúde) Marcello Broggio

FAO em Brasil

Seminário LANIIT Sete Lagoas 23-24 Junho 2015

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SUMARIO• Contexto: Prevalência a nível Global e da ALC• Conceito, Dimensões e Monitoramento• Governança, institucionalidade e Políticas • O retrato a partir de Indicadores (avanços)• SAN e Recursos Genéticos• SAN, RG e Mudanças Climaticas• SAN, biodiversidade agrícola e Saúde• Considerações finais

Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

O que é a Prevalência de Subalimentação?Indicador para monitorar o desempenho dos países em relacao aos ODM

Cálculo de acesso ao alimento baseado em estimativas de:• Disponibilidade de alimentos por pessoa (FBA)• Necessidades energéticas da população (faixa etária)• Acesso ao alimento na população

Dados revisados em relação às estimativas publicadas anteriormente → resultado de uma colaboração entre a FAO e o IBGE que identificou que o consumo de alimentos fora de casa não estava sendo contemplado no cálculo.

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Economic and Social Development DepartmentOrganización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura

I. SITUAÇÃO SOFI Global - 2014

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Economic and Social Development DepartmentOrganización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura BRASIL SAI DO MAPA DA FOME

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Economic and Social Development DepartmentOrganización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura

II. Como evoluiu a América Latina e o Caribe?

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Economic and Social Development DepartmentOrganización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura

Oficina Regional de la FAO para América Latina y el Caribe

A prevalência de subalimentação1990-92

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Economic and Social Development DepartmentOrganización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura

Oficina Regional de la FAO para América Latina y el Caribe

A prevalência de subalimentação2012-2014

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Economic and Social Development Department

• Compromisso político em todos os níveis: regional, sub-regional e nacional;

• Em 2005, a região foi a primeira a se comprometer com a erradicação da fome;

• Envolvimento de diversos atores não governamentais: governo, legislativo, organizações da sociedade civil, organizações não governamentais, setor privado e acadêmicos;

• Combinação bem sucedida entre crescimento econômico e políticas sociais, começando a integrar apoio produtivo e proteção social.

Fatores para o sucesso na ALC:

Organización de las Naciones Unidas para la Alimentación y la Agricultura

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III. Relatório Brasil – O Estado da SAN 2014

Objetivos:

• Apresentar um balanço de uma década de implementação de políticas de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e da realização progressiva do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) no Brasil

• Discutir a experiência brasileira de monitoramento de SAN à luz da conjuntura internacional

• Discutir agendas emergentes para a SAN no Brasil

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

Evolução da governança de Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil

Antecedentes

Josué de Castro

Betinho

1ª CONSEA

2003

Reinstituição do CONSEA

FOME ZERO

Estratégia intersetorial

19 ministérios

2006

Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional:

institui o Sistema

Nacional de SAN (SISAN)

2010

Política Nacional de

SAN

Emenda Constitucional:

alimentação vira direto humano

2011

BRASIL SEM MISÉRIA

Plano Nacional de

SAN 2012/2015

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GOVERNANÇA E POLÍTICAS DE SAN - 1

• Política do salário mínimo → aumento de 70% do valor real

• Gastos públicos com políticas sociais dobraram em uma década (R 78 bilhões)

• Programa Bolsa Família → investimentos triplicaram - 13,8 milhões de famílias em 2013

• Brasil Sem Miséria → mais de 22,1 milhões de pessoas superaram a pobreza

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

GOVERNANÇA E POLÍTICAS DE SAN - 2

• Programa Nacional de Alimentação Escolar → repasse do Governo Federal aumentou em quase quatro vezes – 43 milhões de estudantes em 2012

• Fortalecimento da AF → investimentos do Pronaf e do PAA aumentaram 10 vezes em 10 anos→ Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

• Produção de alimentos• Disponibilidade de alimentos• Renda/acesso e gastos com alimentação• Acesso à alimentação adequada• Saúde e acesso à serviços de saúde• Educação

Avanços da SAN (mudanças) Sistema de Monitoramento

06 Dimensões e seus Indicadores

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

Indicadores de Produção de alimentos

• Quantidade de produção de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil aumentou mais de 60% de 2002 a 2012.

• A agricultura familiar é a maior responsável pela produção dos alimentos que vão a mesa dos brasileiros.

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

Indicadores de Renda/acesso ao alimento• A pobreza foi reduzida em 65% em dez anos no Brasil, de 2002 a 2012, de 24,8% para 8,5%; extrema pobreza foi reduzida em 60%, de 9,8% para 3,5%.

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

• Insegurança alimentar domiciliar grave diminuiu de 7% para 5% de 2004 a 2009 (EBIA)

• Insegurança alimentar moderada caiu de 10% para 6,5% - redução total de 30%, com maior redução entre os domicílios de menor renda (EBIA)

• Aumento no consumo de alimentos ultraprocessados de 21% para 25,4% das calorias entre 2002/03 e 2008/09.

Indicadores Acesso a Alimentação Adequada

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

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Economic and Social Development DepartmentOrganização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura

• População indígena: taxa de mortalidade infantil foi reduzido de 75/mil nascidos vivos em 2000 para 42/mil em 2009, porém continua 2,5 vezes maior em relação à população brasileira. 26% das crianças menores de 5 anos com desnutrição crônica; 15% com desnutrição aguda.

• Quilombolas: 18,7% das crianças menores de 5 anos com desnutrição crônica; cerca de 6% com desnutrição aguda.

POVOS TRADICIONAIS

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Indicadores de Saúde e acesso a serviços

• Taxa de mortalidade infantil foi reduzido de 26,1 para 15,7 (por mil nascidos vivos) entre 2001 e 2011

• Excesso de peso aumentou em 3 vezes para os homens e dobrou para as mulheres entre 1974/75 e 2008/09; o aumento entre adolescentes e crianças de 5 a 9 anos foi de 3 vezes nos últimos 20 anos.

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Economic and Social Development Department

SAN, produção de alimentos e disponibilidade

Eixos de produção e consumo

•Os agricultores familiares são ao mesmo tempo produtores e consumidores•A população urbana de baixa renda depende da disponibilidade de alimentos de qualidade a preços acessíveis •Agricultura urbana e periurbana: potencial de SAN

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Economic and Social Development Department

Agro-biodiversidade e SAN

• A agro-biodiversidade é chave para a produtividade e a resiliencia dos sistemas agroecologicos• Os recursos genéticos para agricultura e alimentação são determinantes

para o sucesso do empreendimento do agricultor, mais de qualquer outro componente da agro-biodiversidade (polinizadores, micro biota, predadores de pragas etc.) e dos demais “fatores de produção” (solo, água, radiação solar, insumos externos), mas em combinação sinérgica com eles• A disponibilidade e acessibilidade ao tempo certo nos locais de produção

de sementes adaptadas às condições especificas, cujas características e cujo manejo sejam conhecidos e aceitos pelos agricultores, é a condição ideal para garantir produção e renda para o agricultor e disponibilidade de alimentos para os consumidores• A possibilidade de usar o germoplasma (ex situ e in situ/on farm) para

gerar inovação (novas variedades e raças) é a condição necessária para a adaptação às mudanças climáticas e a futuras necessidades ou oportunidades

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Economic and Social Development Department

Obstáculos - 1

Para a disponibilidade atual de sementes adequadas:

•Erosão genética de germoplasma tradicional•Perda de espaço e competitividade da pesquisa publica vs. o setor privado de sementes e biotecnologias nas ultimas décadas•Legislações sem flexibilidade em relação às problemáticas e exigências dos pequenos produtores familiares (UPOV 1978 e 1991, farmer exemption)•Carências no sistema público de ATER, prevalência da “Ater privada”•Incentivos perversos visando empurrar pacotes tecnológicos não adequados•Carência do setor comercial e de infra-estrutura

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Economic and Social Development Department

Obstáculos - 2

Para a disponibilidade futura de sementes adequadas:

•Acesso restrito a germoplasma para P&D e melhoramento •Impedimento a acesso aos recursos genéticos guardados nos bancos de germoplasma públicos•Falta de apoio aos processos de melhoramento participativo•Falta de investimento publico e privado em melhoramento convencional•Incapacidade dos serviços de Ater de promover o uso de sementes adequadas •Dificuldade do setor comercial de produção e venda de sementes de se adequar á diversificação da oferta de sementes

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Economic and Social Development Department

SAN, Recursos Genéticos e Mudanças Climáticas

•As MCs aumentam a variabilidade dos sistemas climáticos e a freqüência e intensidade dos eventos extremos•A adaptação deve então responder com MAIS VARIABILIDADE CULTIVADA para aumentar a resiliencia •O ideotípo seria aquele que reúne produtividade X tolerância X adaptação. MUITOS DELES!•Os esforços de melhoramento deveriam enfatizar a descentralização e o envolvimento dos agricultores•Idealmente, os curadores e os melhoradores deveriam apoiar os agricultores a gerar eles próprios a nova variabilidade (alem de ganhar a antiga de volta)

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Economic and Social Development Department

Recursos Genéticos, qualidade dos alimentos e Saúde

•A variedade e qualidade nutricional dos alimentos é a base para uma alimentação saudável•O germoplasma dos principais cultivos deveria ser vasculhado para novas fronteiras do melhoramento de plantas para prevenir as doenças•P&D deveria enfocar a seleção de variedades com maior teor de vitaminas, ácidos poli-insaturos (Omega-3), polifenolos, terpenos, carotenóides, anti-oxidantes em geral, para amplificar a função nutriceutica dos alimentos que foi à base da medicina preventiva tradicional•Espécies negligenciadas e sub-utilizadas deveriam ser valorizadas para este fim

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Agendas emergentes

• Insegurança alimentar de parte da população e a vulnerabilidade crônica dos povos tradicionais

• Produção (equilíbrio mais adequado entre modelos)

• Acesso à água e convivência com a seca

• Políticas de abastecimento • Disponibilidade de germoplasma adequado

• Alimentação saudável

• Combater o excesso de peso na população

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SOFI – 2014 – www.fao.org Obrigado!