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A expansão económica da Europa Dois séculos de expansão económica terminaram nos primeiros anos do séc. XIV Períodos de escassez e fome A Peste Negra (1347-1350) A grande depressão terminou entre 1460 e 1500. A Europa do século XVI é próspera

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Documento que fala resumidamente sobre a economia do século XVI

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Page 1: economia-seculoXVI

A expansão económica da Europa

•  Dois séculos de expansão económica terminaram nos primeiros anos do séc. XIV

•  Períodos de escassez e fome •  A Peste Negra (1347-1350) •  A grande depressão terminou entre 1460

e 1500. •  A Europa do século XVI é próspera

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Crescimento demográfico

•  Rápido na primeira metade do século, mais lento na segunda até 1620;

•  Nalgumas regiões, população aumentou para o dobro.

•  Esse crescimento esteve na base de uma revitalização da agricultura, comércio e indústria (artesanato).

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Expansão económica: exemplos

•  Crescimento das cidades: a Roma que hoje conhecemos, por exemplo, foi construída sobretudo ao longo do século XVI.

•  Ind. têxtil em desenvolvimento embora os centros de produção se tivessem deslocado.

•  Dependendo do produto, a produção aumentou entre duas a cinco vezes.

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Abertura de novas rotas comerciais

•  Mercadores  portugueses  alongaram  comércio  europeu  para  lá  de  Malaca,  até  à  China  e  ao  Japão.  

•  Sevilha  transformou-­‐se  na  capital  da  economia  atlân@ca.  A  rota  entre  Manila  (Filipinas  e  Acapulco).  

•  Produtos:  especiarias,  porcelana,  seda,  etc.  •  Mesmo  assim,  devemos  considerar  a  economia  interna  da  Europa,  na  qual  se  trocavam  cereais,  vinho,  lã,  sal,  madeira,  etc.  

•  A  escala  da  vida  económica  aumentou  muito  no  séc.  XVI  

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Os mercadores •  Em 1460, os maiores banqueiros eram os

Médicis. •  Em 1545, a maior firma da Europa eram os

Fugger, sediados em Augsburgo, que possuíam minhas de cobre e prata (Tirol), ouro (Silésia), mercúrio (Espanha).

•  Jakob Fugger emprestou uma soma prodigiosa para comprar a eleição de C5 como imperador e conseguiu reaver o dinheiro com juros.

•  Pagamento por vezes era feito sob forma de privilégios comerciais

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Jakob Fugger

•  A este nível, os devedores eram muitas vezes os papas ou imperadores, pelo que o mercador assumia a função de banqueiro.

•  Os Fugger, p/ ex., geriram a venda de indulgencias que escandalizou Lutero

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O mercador

•  A figura do mercador é fundamental para perceber o dinamismo da economia europeia quinhentista.

•  Negócios diversificados: banca (letras de câmbio, empréstimos, câmbios monetários, etc.); posse de manufaturas; mineração; comércio internacional; compra e venda de terra

•  Rede de agentes internacionais •  Sedentarização – fim do mercador itinerante •  Indistinção entre o industrial, o financeiro, e o

comerciante

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A indústria

Artesanato/manufatura

•  Trabalho manual, sem máquinas, embora com excepções

•  O trabalhador encarrega-se de todas as fases da produção, e é responsável pelo produto acabado

Capitalismo industrial •  Distinção entre

empresário e assalariado

•  O 1º é dono da matéria prima e dos meios de produção.

•  Controla o preço e a comercialização do produto

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Passagem da produção artesanal ao capitalismo industrial

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O Arsenal de Veneza, uma das primeiras unidades industriais

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O Arsenal de Veneza

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Uma das primeiras fábricas

•  Produzia os navios da armada veneziana •  Mais de mil trabalhadores assalariados pagos à

peça •  Diversidade de manufaturas (carpinteiros,

cordoeiros, fabricantes de velas) •  Horários e salários fixados pelo patronato

(república de Veneza) •  Trabalhadores requisitados •  Dono é o estado e não um capitalista privado

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Produção artesanal medieval

•  Baseada na família patriarcal •  Processo de aprendizagem em que o oficial pode

chegar a mestre com facilidade •  Produção destinada ao mercado local •  Orgulho na independencia económica •  Sistema corporativo controla abastecimento de

matérias-primas, preços e qualidade do produto final

•  Controle da concorrência

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Duas outra formas de produção pré-industrial

Grande oficina •  Oficiais não chegam a

mestres •  Corporações defendem

interesses dos mestres •  Posição de oficial torna-se

permanente e assalariada •  Topo da carreira torna-se

hereditário •  Tensões sociais em que os

donos das oficinas ganham sistematicamente

Indústria doméstica •  Um empresárioda cidade

distribui matéria-prima pelos camponeses e instrumentos de trabalho

•  Por vezes o camponês ocupa-se apenas de uma fase da produção

•  Comum na indústria têxtil italiana e flamenga, no caso da seda em particular

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A seda •  Indústria de luxo, usa materiais preciosos (fio de ouro e

prata) •  Destinada à exportação (ex: vestes litúrgicas) •  Itália autonomiza a produção a partir do bicho da seda •  Os tintos e o fixante (alúmen) são muito caros, bem como

os teares mais complexos •  O capital necessário para a produção do tecido torna

necessária a intervenção do mercador-banqueiro •  Em resultado, os artesãos começaram a trabalhar à peça, e

os mercadores a transformar-se em capitalistas industriais

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Tecidos de seda

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Têxteis de luxo

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Mudança lenta da oficina artesanal para a produção capitalista

•  Clivagem entre capital e trabalho instala-se em muitas partes da Europa

•  A subida dos preços diminuiu os salários reais, proporcionando um aumento da riqueza dos fabricantes, que beneficiaram de margens de lucro maiores.

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A tapeçaria

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A iluminura Página da Bíblia dos Jerónimos, feita em Itália para D. Manuel quando este ainda era duque.

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A Europa Rural Mais de 90% da população vivia em zonas rurais e dedicava-se à agricultura. Bsixa taxa de urbanização, embora o número de cidades com mais de 10 mil habitantes tenha aumentado. O crescimento das cidades e do comércio inter-europeu potenciou o aumento dos preços, e da agricultura com fins comerciais

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Senhores da terra e arrendatários

•  -objetivo era de converter rendas em géneros em dinheiro (cash crops).

-  Por vezes os senhores expulsaram os arrendatários para os substituir por assalariados

-  A proximidade de um mercado (grande cidade ou porto de mar) determinava a relação entre senhorio e camponês.

-  Quando o mercado era exclusivamente local, a agricultura permanecia não especializada e tradicional e os senhorios continuavam a receber as rendas em géneros;

-  Nas zonas com possibilidades de comercialização, a pressão para o estabelecimento de uma agricultura capitalista fazia-se sentir

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As enclosures

•  Motivadas pela produção de gado lanígero que requerem o controle direto de grandes áreas de terra. O caso mais conhecido é o de Inglaterra (referido na Utopia de More)

•  São constituídas por uma variedade de processos: –  Apropriação de terras comunais; –  Reunião de várias parcelas em unidades compactas

delimitadas através de sebes ou cercas; –  Conversão de terra arável em pastos.

As enclosures fizeram prosperar os seus donos em detrimento dos camponeses, muitos deles espoliados e obrigados a emigrar para as cidades ou a mendigar.

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A mendicidade rural

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Brueghel,  A  parábola  dos  cegos  

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Novos contratos de arrendamento

•  A mezzadria ou métayage, consiste em dividir a produção entre senhor e camponês, geralmente a meio.

•  No entanto, permaneciam contratos hereditários (em Portugal, contratos fateusim ou por três vidas)

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A propriedade da terra

•  Banqueiros, e mercadores desejavam a posse da terra.

•  Muitas vezes, os nobres, para quem já não havia o recurso do saque de guerra, endividavam-se (também para fazer face às despesas que a corte envolvia), e davam a terra como pagamento (já sabemos que só reis e príncipes podiam fazer dívidas com impunidade).

•  As guerras de religião em França tiveram como motivo repor a supremacia da nobreza

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A situação do campesinato

•  Embora os salários e a possibilidade de lucro através da venda das colheitas (nas zonas onde era possível) tivessem aumentado o seu rendimento, a subida dos preços anulou essa subida.

•  O século XVI foi marcado por revoltas camponesas, sobretudo na Alemanha, de caráter conservador, em que o objetivo era voltar à situação anterior, ou inaugurar um período de utópico bem estar.

•  Visavam acabar com a exploração senhorial. •  A terra continuou a ser a melhor e mais segura forma

de investimento a longo prazo.

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Brueghel, Apicultores

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A vida nos campos

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O pagamento de impostos

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