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Economia p/ SEFAZ/BA Conceitos Iniciais de Economia Professor Fábio Dáquilla www.ricardoalexandre.com.br Auditor Fiscal AULA 00 PDF PDF VÍDEO

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Economia p/ SEFAZ/BA

Conceitos Iniciais de Economia

Professor Fábio Dáquilla

www.ricardoalexandre.com.br

Auditor Fiscal

AULA 00

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Economia p/ SEFAZ/BA Auditor Fiscal AULA 00 | Conceitos Iniciais de Economia Prof. Fábio Dáquilla

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Introdução: Olá Pessoal, tudo bem? É um prazer enorme estar no RA preparando os futuros servidores da SEFAZ-BA. Já temos previsão desse certame para 2018 e quem busca ter o nome entre os aprovados precisa estar antenado nas matérias o quanto antes.

Meu nome é Fábio Dáquilla e estarei com vocês nessa caminhada, lecionando as matérias de Economia e Finanças Públicas. Sou radicado em Brasília-DF e dou aula há mais de 11 anos por aqui, em diversos cursos preparatórios presenciais e online. Também faço parte de uma carreira fiscal, sou Auditor Federal de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional (STN-MF). Aos poucos vamos nos conhecendo melhor. Por enquanto vamos ao que interessa:

Trabalharemos nesse curso (ao menos por enquanto) baseados no edital SAEB/02/2004, o último concurso realizado para este cargo, que foi organizado pela FCC. Como é um edital muito antigo e as coisas mudaram bastante desde então, focarei em usar algumas questões mais modernas da FCC mas não deixarei de usar questões também de outras bancas que facilitem o entendimento da matéria. Quando a banca para o certame de 2018 for definida, atualizaremos o que for necessário. É um curso bem extenso, que cobra quase tudo dos editais tradicionais de microeconomia e macroeconomia. O lado bom é que a sua preparação vai facilitar muito o estudo para quaisquer outros concursos fiscais que vocês venham a prestar no futuro

Vocês verão que tento deixar a matéria o mais esquematizada possível. Deem especial atenção às palavras em negrito e aos mapas apresentados ao final dos temas. Use-os, escreva no seu caderno, na parede, onde precisar e faça uma boa revisão antes do seu concurso, passando o olho em todos os mapas do material, ok? É extremamente importante guardar as palavras chave das matérias e ver como isso é cobrado em prova.

Quaisquer dúvidas, vocês podem me encontrar no e-mail [email protected] e no facebook https://www.facebook.com/fabiodaquilla. Tenho também um grupo de estudos de economia no face chamado Economia Total, onde posto dicas, questões comentadas, entre outros. Entrem lá também: https://www.facebook.com/groups/economia.total/ . Além disso tudo, contaremos com a preciosa ajuda do meu amigo Luís Crisóstomo, coautor dos meus livros e economista do Ministério da Agricultura, que irá me auxiliar na formatação e revisão do curso. Sem as mãos hábeis do Luís esse material certamente não teria tanta qualidade visual, agradeçam o Luís a cada gráfico desse curso.

Por enquanto é isso, iniciemos os trabalhos, sempre com muito ânimo e disposição pela tão sonhada posse!

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É importante vocês saberem também que esse curso está sendo produzido do zero e de forma personalizada para vocês. É um material totalmente inédito que vocês só encontrarão aqui. Isso é ótimo por um lado, mas gera algumas dificuldades: como eu estou escrevendo “na mão”, sem aproveitar nada de materiais passados, pode ser que eventualmente eu demore mais para postar as aulas ou poste uma versão inicial e depois vá “engrossando” ela com mais questões comentadas e complementos da teoria. Fiquem sempre ligados na versão da aula que eu estou postando. Se aparecer uma versão nova abra a aula e verifique o que foi adicionado. De qualquer forma só estou fazendo isso porque o edital de 2018 ainda não saiu (o que significa que temos tempo) e porque quero produzir um material da mais alta qualidade possível, garanto que vai valer à pena a espera. Meu compromisso é com a sua aprovação.

Iconográficos: Temos alguns ícones gráficos que irão ilustrar a nossa apostila para ajudar a visualizar o assunto. Esses iconográficos irão aparecer sempre para demonstrar as seguintes ideias:

CAI NA PROVA

DESPENCA NA PROVA

ESQUEMATIZOU

ACORDE

PEGADINHA

ESSA CONFUNDE

LISTA DE QUESTÕES

COMPLEMENTO DO ALUNO

ATENÇÃO

INTERVALO

QUESTÕES COMENTADAS

GABARITO

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Com isso, desta forma, fica bem mais fácil para você acompanhar a matéria e separar aquilo que é mais relevante tanto no momento de aprendizagem quanto na revisão antes da prova.

Boa Aula!

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Sumário: 1 INTRODUÇÃO A ECONOMIA ..................................................................................... 6

1.1 Conceitos iniciais ............................................................................................ 6

1.2 Decisão econômica ......................................................................................... 9

1.2.1 Custo de oportunidade .................................................................................10 1.2.2 Vantagens na Produção ................................................................................12 1.2.3 Possibilidades de produção ............................................................................20

1.2.3.1 Conceitos de possibilidades de produção........................................................................... 20

1.2.3.2 Deslocamentos da curva ...................................................................................................... 24

ANOTAÇÕES ................................................................................................................ 27

Acompanhamento do Aluno ................................................................................... 27

GABARITO .................................................................................................................. 28

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1 Introdução a Economia 1.1 Conceitos iniciais

Vamos inicialmente observar alguns conceitos básicos de economia que servem de alicerce para iniciarmos a nossa caminhada.

Economia é uma palavra que vem do latim “OIKOS”, que significa casa. Basicamente uma primeira noção do que seria economia deriva da organização da casa e dos recursos de uma pessoa. Mas formalmente é importante saber para a prova que a economia é a ciência que estuda a escassez.

Como assim, Fábio?

Estudamos economia apenas porque nos falta recursos. Pense quando você vai ao mercado e volta feliz da vida falando “amor, hoje eu fiz economia”. O que significa essa sentença? Significa, muito provavelmente, que você utilizou seus recursos escassos da melhor forma possível, de uma forma que você nem esperava utilizar de tão barato que foi algum bem. A essência do estudo de economia está aí: vem da escassez de recursos, que é gerada pela combinação de recursos limitados contra necessidades ilimitadas das pessoas. Recursos limitados e necessidades ilimitadas.

Faça um exercício de imaginação: pense que você ganhou na mega sena ou que você é um xeique árabe do petróleo: você estaria numa situação em que seus recursos são praticamente ilimitados, logo, qual seria a utilidade de economizar? Não há a menor necessidade de aplicar melhor os recursos quando eles são infinitos. O binômio de limitação de recursos versus necessidades ilimitadas ou recursos limitados versos necessidades ilimitadas é que motiva o estudo de economia, sendo denominado o problema econômico fundamental.

E aí surge uma primeira pergunta fundamental: como resolver esse problema? E a solução passa por três perguntas principais: o que produzir, como ou quanto produzir e para quem produzir. Com isso formamos um primeiro esboço do que seria o processo de decisão econômica: eu vou decidir produzir algo de alguma forma e para algum público alvo objetivando a melhor aplicação possível dos meus recursos.

Se vamos pensar em produzir algo, nada mais normal, inicialmente, que tentar precisar em que setor da economia vamos operar. A divisão clássica de setores é dada desde o nosso primário e funciona da seguinte forma:

As necessidades humanas podem ser por bens ou serviços. Guarde a diferença:

Bens: são coisas tangíveis, ou seja, concretas, tocáveis, visualizáveis. Exemplo: cadeira, roupa, lápis, etc.

Serviços: são intangíveis, envolvem, em geral, algum esforço humano e/ou algum tipo de experiência, sensação. Exemplos: aula presencial, corte de cabelo, salto de paraquedas, passeio turístico, etc.

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q Primário: engloba as atividades de extração de recursos naturais, o famoso extrativismo. As atividades de retirada bruta de recursos da natureza sem transformação por parte do homem. Exemplos: agricultura, pecuária, mineração, etc.;

q Secundário: engloba as atividades de transformação, ou seja, as atividades da indústria, que obtém os recursos do setor primário e os transforma em bens úteis ao homem. Exemplos: um carro é produzido na indústria fruto de bens primários como aço, borracha, entre outros. Um sapato é fruto da transformação pelas mãos do homem do couro obtido no setor primário;

q Terciário: engloba todos os serviços, ou seja, aquelas atividades que não envolvem a produção de bens.

Atenção: os setores primário e secundário congregam a produção de bens, enquanto o terciário a produção de serviços.

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Figura 1 Conceitos iniciais

OK Fábio, entendi, muito tranquilo até agora. Mas essas coisas caem em prova?

Certamente, vejamos alguns exemplos abaixo:

1. (FUNIVERSA - 2011 - EMBRATUR) Acerca de introdução aos problemas econômicos, de escassez e escolha e de livre mercado, assinale a alternativa correta.

Conceitos iniciais

O que é economia

Ciência que estuda a escassez

Escassez = recursos LIMITADOS

Necessidades humanas ILIMITADAS

Bens -> tangíveis

Serviços -> intangíveis

Resolução: 3 perguntas fundamentais

O que?

Como?

Para quem?

Setores

Primário -> extrativismo

Secundário -> indústria de transformação

Terciário -> serviços

ESQUEMATIZOU

CAI NA PROVA

Problema Econômico Fundamental

1. Custo de oportunidade 2. Vantagens comparativas 3. Possibilidades de produção

Bens

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a. Bens é a denominação usual de produtos tangíveis, resultantes das atividades primárias, secundárias e terciárias de produção.

b. As necessidades humanas são ilimitadas, e os recursos produtivos existentes na natureza são escassos, ou seja, não são encontrados em grande abundância.

c. Por mais desenvolvidas que sejam as sociedades, sejam elas constituídas pelos sistemas de economia de mercado socialista ou capitalista, formulam cinco perguntas fundamentais para minimizar o problema da escassez de recursos.

d. Serviços é a denominação usual de coisas intangíveis, resultantes das atividades primárias e terciárias de produção.

e. As necessidades humanas são limitadas, e os recursos produtivos existentes na natureza são encontrados em grande abundância, não havendo, portanto, o problema de se tornarem escassos.

Comentários:

a. ERRADA – Bens é a denominação usual de produtos tangíveis, resultantes das atividades primárias e secundárias de produção. O setor terciário corresponde à produção de serviços.

b. CERTA – O item apresenta exatamente o conceito do problema econômico fundamental: Recursos limitados (escassos) contra necessidades humanas ilimitadas

c. ERRADA – Já vimos que são formuladas três perguntas fundamentais para a solução do problema de escassez de recursos. Cuidado com isso!

d. ERRADA – Guarde no coração: Serviços é a denominação usual de coisas intangíveis, resultantes apenas da atividade terciária de produção.

e. ERRADA – Exatamente o contrário: As necessidades humanas são ilimitadas, e os recursos produtivos existentes na natureza são escassos sim, e cada vez mais escassos.

Resposta: Letra B

1.2 Decisão econômica Já vimos que, para alocarmos os nossos recursos da melhor maneira possível, precisamos decidir algumas coisas, realizar um processo de escolha que envolverá, além das três perguntas fundamentais, três óticas da tomada de decisão econômica: custo de oportunidade, vantagens na produção e possibilidades de produção.

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1.2.1 Custo de oportunidade

Primeiro vamos pensar no significado da palavra: O que é uma oportunidade?

Ter uma oportunidade significa ter uma escolha. Suponha que você está em um emprego normal em sua cidade natal ganhando mil reais por mês. De repente surge uma oportunidade de um emprego que vai te pagar três mil reais, porém você terá que se mudar para São Paulo. Certamente isso é uma oportunidade e você pode aproveitar ou não, e este fato de aproveitar ou não envolve uma escolha: se você escolher permanecer no emprego que está você abre mão da oportunidade em São Paulo, e se escolher a oportunidade em São Paulo você abre mão do seu emprego atual e de ficar na sua cidade natal perto da família. Observe então que toda oportunidade apresenta ao menos uma opção escolhida e uma opção que abrimos mão, e aquilo que abrimos mão nos custa; isso é o custo de oportunidade. Suponha dessa vez que você está na sua vida normal e de repente sai o edital da SEFAZ/BA. Eu aposto que quando você viu que esse edital saiu o seu coração doeu, sim ou não? Dá um medo, um calafrio, um frio na espinha. Como é o nome dessa sensação? Eu te respondo categoricamente: custo de oportunidade. Quando o edital sai não há dúvidas que é uma excelente oportunidade, porém você sabe mais do que ninguém quantas coisas você vai abrir mão para conseguir estudar para esse edital. Passear, namorar, ver TV, Netflix, amigos, boteco, esquece e vai estudar! Tudo isso são custos que a oportunidade de assumir essa vaga te impôs.

Economicamente, quando queremos calcular o valor do custo de oportunidade, comparamos todos os valores daquelas oportunidades que abrimos mão e escolhemos o maior valor que perdemos, esse será o nosso custo de oportunidade. Tomemos um exemplo para ficar mais claro: suponha que o professor Luís está com vinte mil reais no bolso (na verdade não está, mas...), ele tem algumas opções para o que fazer com esse dinheiro. Suponha que há 3 opções: aplicar na poupança, em títulos ou em bitcoins. Esquecendo um pouco a questão do risco, Luís calcula a rentabilidade que obteria após um ano e vê que a poupança retornaria mil reais, títulos 2 mil e bitcoins 3 mil, de acordo com a figura abaixo.

Poupança 1.000

Títulos 2.000

Bitcoins 3.000

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De frente a esses retornos, ele escolhe a melhor oportunidade, ou seja, aplicar em bitcoins. Dessa forma o custo de oportunidade será o valor da melhor opção que abriu mão, ou seja, dois mil.

Você agora é diferenciado! O concorrente ao ver uma situação dessas tende a somar as opções descartadas, chegando neste caso a um valor de 3 mil (1.000 da poupança +

2.000 dos títulos), e isso está totalmente errado. O custo de oportunidade é calculado numericamente pelo valor da melhor opção de que abrimos mão e apenas ela.

A situação de escolha que implica um custo de oportunidade também pode ser chamada de trade off, ou seja, se escolhemos entre passear no parque ou ficar em casa vendo TV, esse conflito de escolhas pode ser chamado de um trade-off entre passear e ver TV. Isso pode ser cobrado em prova.

2. (CESPE - 2011 - STM) A respeito dos conceitos básicos da teoria econômica, julgue os itens subsequentes.

Quando pessoas altamente qualificadas e bem pagas se dispõem a pagar mais caro por bens e serviços entregues em domicílio, para evitar filas em lojas e supermercados, observa- se um comportamento que reflete o fato de que esses indivíduos se confrontam com um custo de oportunidade do tempo mais baixo.

Comentários:

Vamos pensar em uma pessoa altamente qualificada e bem paga: Anitta. (acho que é mais bem paga que qualificada, mas tudo bem). Você vai ver a Anitta passeando com o cachorro, jogando o lixo fora, ficando na fola do supermercado, entre outras coisas? Creio que não. Por quê? Essas pessoas ganham muito bem concentrando seu tempo nas suas atividades principais, e aí pagam outras pessoas para fazer atividades cotidianas. Perceba, nesse caso o tempo da Anitta é muito valioso para ela abrir mão indo ao supermercado

ESSA CONFUNDE

CAI NA PROVA

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ou pegando uma fila em uma loja. Logo, custa muito para ela abrir mão do tempo que poderia estar produzindo músicas, dançando, se apresentando, etc. o custo de oportunidade do tempo, ou seja, de abrir mão do tempo, é mais alto para esse tipo de pessoa, e não mais baixo como afirma o item.

Resposta: Errado

3. (CESPE – 2016 – TCE-PA) A respeito dos conceitos fundamentais de microeconomia, julgue o item a seguir.

Situação hipotética: Um funcionário que atua como gerente na filial de determinada organização comercial foi convidado a ocupar um cargo na diretoria dessa organização. Para tanto, ele teria de se mudar da pacata cidade onde a filial está localizada para a capital do estado, onde fica a sede da organização. Mesmo ciente de que essa transferência demandaria um processo de adaptação às condições de deslocamento e de segurança típicas de uma metrópole, bem como implicaria maiores custos de moradia, o funcionário aceitou o convite. Assertiva: Nesse caso, o custo de oportunidade do funcionário foi ampliado, uma vez que teve de se mudar de uma cidade pacata para uma metrópole.

Comentários:

Retomemos o conceito de custo de oportunidade: Medimos pela melhor escolha que abrimos mão. Antes de ter essa oportunidade o funcionário vivia na sua cidade pacata e no máximo abria mão de ficar em casa fazendo nada. Agora que passou a ter uma oportunidade de trabalhar na capital, se quiser aproveitá-la, terá que abrir mão de algo muito mais valioso, que é a própria vida na cidade natal, ou seja, ampliou o custo de oportunidade. Pense assim: A escolha passou a doer mais no coração? Certamente aumentou o custo de oportunidade.

Resposta: Certo

1.2.2 Vantagens na Produção

No processo de decisão econômica, além de o individuo analisar as oportunidades disponíveis, ocorre também uma comparação com outros indivíduos e este processo por vezes passa por um levantamento de quem tem vantagem sobre outro na produção.

q Vantagens absolutas: conceito lá dos primórdios do estudo da economia. Ter vantagem absoluta significa ter aquela pessoa ou país ou individuo que produz mais unidades de determinado bem em valor absoluto ou que é absolutamente melhor, mais eficiente, na produção que seus concorrentes. Exemplo: suponha que os Estados Unidos produziram em 2017, 20 milhões

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de veículos e que seja o país que mais produziu carros no mundo nesse período. Isso significa que no mundo os EUA tem vantagem absoluta na produção de veículos. Esse conceito é bastante simples de acertar em prova, basta analisar por exemplo aquele pais que produz mais de determinado bem e ele obterá a vantagem absoluta na produção

q Vantagens comparativas: suponha um outro exemplo agora. Comparando as produções de Estados Unidos e Japão em carros e computadores, divididas na seguinte forma:

Carros Computadores

EUA 10.000 20.000

Japão 9.000 5.000

Analisando essa tabela sob a ótica das vantagens absolutas observaríamos que os EUA têm vantagem na produção dos dois bens, porém o que aconteceria na prática caso existissem apenas esses dois países no mundo? Os EUA produziriam os dois bens e o Japão não produziria nada? Certamente não. Cada país concentraria os seus recursos e a sua mão de obra naquele que ele é melhor. Dessa forma, pense como se você fosse o Japão: apesar de ser pior nas duas atividades, você é só um pouco pior em uma delas (carros) e muito pior na outra (computadores). Obviamente, diante deste caso, você escolheria provavelmente concentrar sua mão de obra e recursos na produção de carros e os EUA vendo isso concentrariam sua mão de obra na produção de computadores. Caso o Japão precise de computadores ou os EUA precisem de carros eles vão comercializar um com o outro e essa seria a situação economicamente mais eficiente para ambos, dado que os seus recursos estão empregados da melhor forma possível.

A teoria das vantagens comparativas foi desenvolvida por um economista clássico (vamos ver o que é isso depois) chamado David Ricardo. Essa teoria serviu de base para a defesa do livre comércio internacional entre países como a melhor alternativa para o crescimento econômico mundial pois proporcionaria que cada país focasse naquilo que é melhor possibilitando maiores produções a custos mais baixos. Esse ideal se contrapunha ao ideal mercantilista vigente à época, que versava sobre a pura acumulação de riquezas defendendo que as importações seriam prejudiciais a um país pois dilapidaria as suas riquezas transferindo-as ao país vendedor dos produtos.

Visto isso, vamos pegar uma questão de exemplo e passar um roteiro de como resolver questões de vantagens comparativas e absolutas.

ATENÇÃO

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4. (VUNESP - 2010 - CEAGESP) Um país A precisa de 6h de trabalho para produzir uma saca de trigo e 8h de trabalho para produzir uma mesa de jantar, enquanto o país B precisa de 4h para produzir uma mesa de jantar e 5h para produzir uma saca de trigo.

I. O país B possui vantagens absolutas na produção de mesas de jantar.

II. O país B possui vantagens comparativas na produção de mesas de jantar.

III. O país B possui vantagens comparativas na produção de sacas de trigo.

Está correto, apenas, o que se afirma em

a. I.

b. II.

c. III.

d. I e II.

e. II e III.

Comentários:

Toda vez que vocês observarem esse tipo de questão, sigam os seguintes passos para não errar nunca mais:

a. Monte uma tabela igual a do exemplo acima, separando, países e produtos. A tabela deve ficar mais ou menos desse jeito:

Saca de

Trigo Mesa de

Jantar

País A

Pais B

b. Em seguida preencha os dados da questão, que na maioria das vezes é quantidade produzida ou horas gastas para produção (que é o caso da questão acima)

Saca de

Trigo Mesa de

Jantar

CAI NA PROVA

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País A 6 horas 8 horas

Pais B 5 horas 4 horas

c. Com a tabela montada, desenhamos o seguinte mapa de decisão: Dividimos as vantagens em absoluta e comparativa e cada uma das vantagens por sua vez pode ser dividida entre cada um dos produtos, nesse caso Saca de Trigo e Mesa de Jantar:

d. Agora vamos descobrir quem tem vantagem em qual produto, buscando preencher os espaços 1, 2, 3 e 4.

q Vamos ler o diagrama da esquerda para a direita até chegar em 1: “Vantagem Absoluta em Trigo = 1”. Agora pensemos, quem tem vantagem absoluta em trigo? Nesse caso quem gasta absolutamente menos horas para a produção de trigo será mais eficiente, concorda?

Saca de

Trigo Mesa de

Jantar

País A 6 horas 8 horas

Pais B 5 horas 4 horas

Observamos pela coluna destacada que o País B tem vantagem absoluta em Trigo, pois gasta 5 em vez de 6 horas.

q Agora vemos que “2” representa Vantagem Absoluta em Mesa, logo, quem tem vantagem é de novo o país B, pois gasta 4 em vez de 8 horas na produção.

Saca de

Trigo Mesa de

Jantar

Vantagem

Absoluta

Trigo 1

Mesa 2

Comparativa

Trigo 3

Mesa 4

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País A 6 horas 8 horas

Pais B 5 horas 4 horas

Um mesmo país pode obter mais de uma ou até mesmo todas as vantagens absolutas sem nenhum problema. Aqui o que importa é apenas o valor. Se ele produz mais ou gasta menos horas na produção, é mais eficiente, e portanto possui vantagem absoluta.

q Agora, observamos que “3” trata de Vantagem Comparativa em Trigo. Dessa vez temos que observar não mais o número, mas sim a escolha do país. Como temos dois países e dois produtos, necessariamente cada um dos países escolherá um dos produtos para produzir.

Vamos pegar agora um país como referencial, o país A por exemplo:

Saca de

Trigo Mesa de

Jantar

País A 6 horas 8 horas

Pais B 5 horas 4 horas

Na linha do país A compare sua eficiência com a do outro país. Em trigo A é um pouco pior que B, pois leva 6 horas enquanto B leva 5. Enquanto em mesas A é muito pior que B, pois leva 8 horas em vez de 4 horas de B.

Se você fosse o país A, qual produto escolheria? Aquele que você é um pouco pior ou o que é muito pior? O que é só um pouco pior, certamente, pois é o produto que você é comparativamente melhor. Logo, o país A escolhe produzir trigo. Dessa forma não resta outra opção ao país B, a não ser produzir mesas.

Ao contrário da vantagem absoluta, cada país possuirá uma, e somente uma, vantagem comparativa. Logo se um país A tem vantagem comparativa

GUARDE NO CORAÇÃO

GUARDE NO CORAÇÃO

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num produto X, o outro país B terá vantagem comparativa necessariamente no outro produto Y. Ou seja:

Não é possível um mesmo país ter vantagem comparativa em mais de um produto.

e. Para terminar a questão, vamos terminar o preenchimento do diagrama:

Depois de feito, observe como fica muito fácil julgar os itens:

Comentários:

I. O país B possui vantagens absolutas na produção de mesas de jantar.

CERTO – Vemos diretamente do desenho (“2” da esquerda para a direita) que a Vantagem Absoluta em Mesa é do País B.

II. O país B possui vantagens comparativas na produção de mesas de jantar.

CERTO – Vemos diretamente do desenho (“4” da esquerda para a direita) que a Vantagem Comparativa em Mesa é também do País B.

III.O país B possui vantagens comparativas na produção de sacas de trigo.

ERRADO – Vemos diretamente do desenho (“3” da esquerda para a direita) que a Vantagem Comparativa em Trigo dessa vez é do País A. Adicionalmente, só de saber que o item II está correto, necessariamente o item III está errado, pois não é possível o mesmo pais (B) ter vantagens comparativas em mais de um produto.

Logo, itens I e II corretos.

Resposta: Letra D

Vantagem

Absoluta

Trigo País B

Mesa País B

Comparativa

Trigo País A

Mesa País B

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Antes de continuar, precisamos falar brevemente sobre o que é produção e o que são insumos produtivos:

- Produção: a produção será objeto de estudo de alguns tópicos a frente, porém precisamos que você guarde essa informação básica por agora: produção é o processo pelo qual os insumos são transformados em produtos.

A produção para nós será, a partir de agora, função dos produtores e/ou das firmas, que são unidade capazes de realizar o processo de produção. Em geral, a produção envolve como insumos matérias primas e fatores de produção, que serão combinados para gerar produtos. Como vimos acima, se esses produtos forem bens, a firma pertencerá ao setor secundário e se forem serviços pertencerá ao setor terciário.

Os insumos se dividem em duas componentes bem importantes de serem diferenciadas para a prova:

q Matérias primas: são necessárias para a produção. São normalmente bens provenientes do setor primário que são transformados no processo produtivo, e acabam por serem consumidas neste processo. Exemplo: se produzimos pamonha precisamos de milho como matéria prima, logo, o milho será consumido no processo produtivo de pamonha. Note que as matérias primas são necessárias apenas em quantidade suficiente, ou seja, se aumentarmos a quantidade de matérias primas não necessariamente vamos aumentar a produção pois precisamos de fatores de produção para transformá-las.

q Fatores de produção: ao contrário das matérias primas, os fatores de produção determinam a produção, ou seja, em geral se aumentarmos a quantidade de fatores, desde que haja matéria prima suficiente,

Insumos FIRMA Produtos

CAI NA PROVA

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aumentaremos também a produção. Os fatores não são consumidos no processo de produção, são reutilizados com o passar do tempo. São exemplos de fatores de produção que vamos utilizar no curso daqui para frente trabalho, capital e terra.

o Trabalho (ou mão de obra) – representa a participação humana na produção, ou seja, a quantidade de pessoas economicamente ativas participando do processo produtivo. Em geral, quando uma empresa possui mais trabalhadores, ela produz mais unidades dos seus produtos. Há um ramo da economia que estuda especificamente o mercado de trabalho, ou seja, a oferta e demanda por mão de obra, denominada Economia do Trabalho que é bastante cobrado especialmente nas provas de auditor fiscal do trabalho.

o Capital – este fator não deve ser entendido somente como sinônimo de dinheiro, numerário. Capital representa muito mais do que dinheiro, é o capital fixo de uma empresa. Creio que você já viu algo parecido nos seus estudos de contabilidade em que um bem faz parte do capital de uma empresa quando ele auxilia na produção do produto finalístico desta firma. Por exemplo, se estamos em um curso preparatório as cadeiras e o quadro farão parte do capital (ou do patrimônio) do curso, pois auxiliam na produção do seu bem (ou serviço) final que é o fornecimento de aulas preparatórias para concurso público. Quanto mais capital (cadeiras, quadros, ar condicionado, projetor, etc.) mais alunos conseguimos atender, ou seja, maior será a produção. Tomando outro exemplo, no caso da produção de pamonha todo o maquinário e ferramentas que auxiliarem na produção serão considerados como pertencentes ao capital da firma produtora de pamonha.

o Terra – é um sinônimo também de espaço físico: quanto mais espaço temos, para certas atividades, conseguimos produzir mais. Por exemplo, um agricultor quando tem mais terra pode plantar mais e como consequência produzir mais de seus produtos. Na maior parte do nosso curso desconsideraremos a existência do fator de produção terra e trabalharemos apenas com trabalho e capital.

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Há outros tipos de fatores de produção citados nos livros como capacidade empresarial e tecnologia, porém eles não serão utilizados neste curso por, em geral, não serem cobrados em prova.

1.2.3 Possibilidades de produção

1.2.3.1 Conceitos de possibilidades de produção

Além de analisar o custo de oportunidade comparando as possíveis escolhas que um agente deveria tomar e as vantagens na produção, levantando em qual produto determinado agente seria mais eficiente, na prática as firmas, e também os países, diversificam os seus produtos analisando as suas possibilidades de produção. Essa análise se concentra em uma curva denominada curva de transformação, curva de possibilidades de produção ou fronteira de possibilidades de produção conforme mostramos abaixo:

Insumos

Matérias primas

Necessários para a produção

Quantidade suficiente

Consumidas na produção

Fatores de produção

Determinam a produção

+Fatores -> +Produção

Utilizados na produção

Tipos

Capital

Trabalho

Terra

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Podemos tecer alguns comentários a respeito desta curva:

- A curva é côncava, ou seja, voltada para a origem

Observação: côncavo x convexo: pra quem não se lembra desses termos emprestados da geometria, relembramos brevemente o assunto (parou aula de economia entrou aula de matemática):

- Toda curva côncava no plano cartesiano é voltada para baixo e para a esquerda no quadrante positivo de x e y, é uma curva voltada para dentro da origem, para o ponto (0,0), ou seja, para a origem, de acordo com a figura abaixo.

- Toda curva convexa é voltada para a direita e para cima no primeiro quadrante do plano cartesiano, é voltada para fora, de acordo com a figura abaixo.

Detalhe: estamos supondo neste caso curvas fruto de funções contínuas e bem comportadas. Para mais informações sobre esse tema consulte seu livro de matemática mais próximo, mas já alerto que isso não será cobrado em uma prova de economia.

- A curva representa, em geral, uma escolha de produção entre dois bens/serviços, porém isso não impede que um dos bens seja tido como “resto”, ou seja, posso escolher por exemplo entre produzir batatas ou qualquer outra coisa, o “resto”.

0

50

100

150

200

250

0 50 100 150

Alim

ento

s

Máquinas

Curva de possibilidade de produção

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- Os pontos sobre a curva representam possibilidades em que empregamos (utilizamos) todos os fatores de produção, não há ociosidade de fatores. Podemos interpretar que em qualquer ponto sobre a curva ou na curva de possibilidades de produção teremos pleno emprego de fatores. A única diferença entre esses pontos (A, B, C ou D) será uma opção do país entre produzir mais de um bem ou de outro, porém, como estamos operando em pleno emprego, para empregar mais pessoas na indústria de alimentos devemos desempregar pessoas na indústria de máquinas e vice-versa, ou seja, para produzir mais de um bem (alimentos) devemos necessariamente reduzir a produção de outro bem (máquinas)1.

- Observe que, caso haja desemprego de fatores na economia não estaremos operando em um ponto sobre a curva (A B C ou D), mas sim em algum ponto interno à curva (ponto E). Isso significa que estaremos produzindo menos que o potencial desta economia, que seria um ponto sobre a curva caso ela estivesse em pleno emprego. Observe o ponto E: neste ponto a economia produz 40 unidades de máquinas e 80 unidades de alimentos, enquanto poderia, por exemplo, estar no ponto C produzindo 90 máquinas e 110 alimentos. Podemos observar que E está visivelmente abaixo do potencial, é um ponto possível porém ineficiente, dado que seria possível empregar mais fatores produzindo mais de ambos os bens.

1 Essa situação genericamente em que não é possível melhorar a vida de ninguém sem piorar a vida de outros (nesse caso melhorar a produção de um bem sem piorar a produção do outro) é denominada ótimo de Pareto, um conceito que é mais cobrado em provas de finanças públicas, porém há a possibilidade de ser cobrado neste tópico.

AB

C

D0

102030405060708090

100110120130140150160170180190200

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Alim

ento

s

Máquinas

F

E

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Costumo dizer que o nome fronteira de possibilidades de produção é um nome bastante feliz para esta curva, pois nos dá a noção de limite: a fronteira é o local em que produzimos o máximo possível, tudo o mais constante, não sendo possível, por exemplo, operar no ponto F na figura, “passar da fronteira” com os recursos existentes.

Para resumir o papo:

- Ponto sobre a curva (A, B, C e D) – possíveis e eficientes

- Pontos internos à curva (ponto E) – possíveis e ineficientes

- Pontos externos à curva (ponto F) – impossíveis, tudo o mais constante

Vamos falar agora mais especificamente sobre os pontos na curva de possibilidades de produção. Sabemos que a escolha por produzir mais máquinas e/ou alimentos vai de pender uma escolha do país, que levará em consideração outros fatores como a necessidade da população por esses produtos, as vantagens comparativas, custos de oportunidade, entre outros. Porém o formato da curva nos esclarece dois fatos bastantes relevantes que veremos a seguir:

Caso um país X opere no ponto A (produzindo 200 alimentos e 0 máquinas) e resolva mudar para o ponto B terá que abrir mão de 30 unidades de alimentos para produzir mais 60 máquinas. Consequentemente de B para C abrirá mão de 60 alimentos para conseguir apenas 30 máquinas a mais e de C para D deixará

AB

C

D0

102030405060708090

100110120130140150160170180190200

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Alim

ento

s

Máquinas

-30

-60

-110

+10

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110 alimentos para produzir apenas 10 máquinas a mais. Para resumir, ao longo da curva vamos desempregando fatores do setor de alimentos e empregando-os no setor de máquinas, porém o rendimento desta troca se modifica:

q A para Bà -30 para +60 = 1 para 2

q B para C à -60 para +30 = 2 para 1

q C para D à -110 para +10 = 11 para 1

Desta forma, perceba que, conforme vamos percorrendo a curva de possibilidades de produção da esquerda para a direita abrimos mão de cada vez mais alimentos para produzir cada vez menos máquinas adicionais – inicialmente deixa-se um alimento para conseguir 2 máquinas, depois dois alimentos para uma máquina e depois onze alimentos para uma máquina. Daí chegamos a duas conclusões: como abrimos mão de cada vez mais alimentos, já vimos que aquilo que abrimos mão representa um custo de oportunidade, logo o custo de oportunidade será crescente, enquanto o rendimento da produção de alimentos será cada vez menor, ou seja, obteremos rendimentos marginais decrescentes.

Guarde muito bem, na curva se possibilidades de produção:

CUSTO DE OPORTUNIDADE CRESCENTE

RENDIMENTOS MARGINAIS DECRESCENTES

1.2.3.2 Deslocamentos da curva

Outro fato importante é que a curva (ou fronteira) de possibilidades de produção pode se deslocar conforme modificamos alguma outras variáveis para a direita (e para cima) ou para a esquerda (e para baixo):

- Quando a curva se desloca para a direita e para cima, caminha no sentido da ampliação da capacidade produtiva, ou seja, algo de positivo, bom, aconteceu para a produção. Os principais motivos podem ser uma melhora na tecnologia ou um aumento no estoque de fatores (mais trabalhadores, mais capital ou mais terra).

- Um deslocamento para a esquerda e para baixo caminha no sentido da redução do potencial produtivo e pode ser provocado, ao contrário do tópico anterior, por uma piora na tecnologia ou uma redução no estoque de fatores.

ESSA CONFUNDE

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Deslocamentos da Curva de Possibilidades de Produção

Vejamos agora como esse tema é cobrado:

5. (FCC - 2010 - METRÔ-SP) A curva de transformação de uma economia mostra que, se os fatores de produção forem fixos e não houver inovações tecnológicas,

a. o custo de oportunidade é crescente.

b. o custo de aumentar a produção de um bem, em termos da redução da produção de outro bem, será decrescente.

c. a taxa de transformação de um bem em outro será constante.

d. independentemente do comportamento da demanda agregada, a economia estará sempre produzindo o máximo possível.

e. o custo de oportunidade será nulo.

Comentários:

a. o custo de oportunidade é crescente.

0

20

40

60

80

100

120

140

0 20 40 60 80 100 120 140

CAI NA PROVA

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CERTO – Acabamos de ver que na CPP (Curva de Possibilidades de Produção) o Custo de Oportunidade é Crescente, enquanto os Rendimentos Marginais da produção são Decrescentes.

b. o custo de aumentar a produção de um bem, em termos da redução da produção de outro bem, será decrescente.

ERRADO – Pense comigo, o que é o “custo de aumentar a produção de um bem em termos da redução de outro bem”? É simplesmente um nome disfarçado para Custo de Oportunidade: Abro mão de um produto para conseguir aproveitar a oportunidade de produzir outro. Como vimos, esse custo é crescente.

c. a taxa de transformação de um bem em outro será constante.

ERRADO – Como vimos, essa taxa é variável, e mostra que abrimos mão de cada vez mais para conseguirmos cada vez menos. Veja as proporções de troca na mudança do ponto A para B, B para C e etc. logo acima.

d. independentemente do comportamento da demanda agregada, a economia estará sempre produzindo o máximo possível.

ERRADO – A curva de possibilidades de produção mostra que quando tomamos pontos sobre essa curva empregamos o máximo possível de fatores, mas isso não garante que produzimos o máximo possível de um determinado bem (pontos A ou D acima) porque podemos operar produzindo quantidades médias de ambos (pontos B e C acima). Além disso, há a possibilidade de produzirmos menos que em pleno emprego de fatores, operando em pontos internos à curva.

e. o custo de oportunidade será nulo.

ERRADO – Guarde: O custo de oportunidade é crescente.

Resposta: Letra A

Por enquanto é isso pessoal, foi um prazer estar com vocês e até a próxima aula. Em breve vou soltar uma nova versão dessa aula com mais questões comentadas ao final.

Um abraço e bons estudos!

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Anotações Acompanhamento do Aluno

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COMPLEMENTO DO ALUNO

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Gabarito

1. B 2. E 3. C 4. D 5. A XXXX

GABARITO