economia produtiva É a que preserva...

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INFORMATIVO FETICOM-MG Volume: 1- Edição: 227 DATA: 19/12/2018 ECONOMIA PRODUTIVA É A QUE PRESERVA DIGNIDADE PARA QUEM TRABALHA O favorecimento dos negócios econômicos deveria contemplar também a proteção dos direitos sociais e trabalhistas, como é feito na Escandinávia, que o Brasil elogia, enquanto desmonta a CLT por Marcio Pochmann* Os países escandinavos, que têm sido reconhecidos pela elevada capacidade de gerar competitividade em suas economias, são os mesmos que adotam sistemas generosos de garantia dos direitos sociais e trabalhistas. Prova adicional de que o favorecimento dos negócios econômicos deveria contemplar também a proteção dos trabalhadores. Uma vez desrespeitado em suas garantias, o trabalhador convive com a instabilidade e insegurança que impacta negativamente as condições e relações de trabalho e, por que não dizer, a trajetória da produtividade. Por isso que, não apenas nos países escandinavos, os elevados ganhos de produtividade encontram-se associados à garantia de direitos sociais e trabalhistas. Ainda que as negociações coletivas predominem, com acordos entre patrões e empregados por meio da ação dos sindicatos, que cobrem 90% do total dos ocupados, há o arcabouço legal definido por legislação própria a garantir direitos sociais e trabalhistas essenciais. Nesse sentido, o legislado prevalece sobre o negociado para as questões fundamentais das relações entre o capital e o trabalho. No Brasil, contudo, a opção pelo desfazimento da legislação social e trabalhista avança mais rapidamente, desde a arbitrária ascensão do governo Temer. Como Bolsonaro indica continuidade de governo em relação ao de Temer, não apenas o Ministério do Trabalho desaparece, como também a legislação social e trabalhista tendem a ser ainda mais enfraquecidas. Em síntese, são governos que apostam no tradicional padrão de capitalismo selvagem, na crença de elevar os ganhos de produtividade a partir da destruição dos direitos dos ocupados. Por conta disso, cabe breve balanço do primeiro ano de aprovação da reforma trabalhista realizado por Temer. Sem que houvesse a retomada consistente da economia nacional, a capacidade de geração de empregos seguiu extremamente frágil, acompanhada pela expansão da precarização nos postos de trabalho existentes, bem como o avanço da informalização, à margem da legislação social e trabalhista rebaixada recentemente. Da mesma forma a produtividade, estancada, assim permaneceu. Mas a aposta governamental de validação do negociado ante o legislado terminou implicando na queda sensível dos acordos e convenções coletivas de trabalho realizadas. Segundo a excelente Nota Técnica número 200 do Dieese (Subsídios Para o Debate Sobre a Questão do Financiamento Sindical), houve, a partir do período pós-reforma de Temer, a diminuição em 25% no total das convenções coletivas de trabalho e de 23% nos acordos entre patrões e empregados. Esse sinal inequívoco de que o processo de individualização das relações de trabalho passou a tomar mais força no Brasil pode ser agregado ao próprio enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores. A comparação entre os anos de 2018 e 2017 revela que os sindicatos perderam cerca de 90% da receita atinente ao seu financiamento por força da reforma trabalhista de Temer. A trajetória de destruição do sindicalismo brasileiro parece inequívoco. Em função da reforma de Temer, os sindicatos tiveram a redução da

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INFORMATIVO FETICOM-MG Volume: 1- Edição: 227 DATA: 19/12/2018

/11/2018 ECONOMIA PRODUTIVA É A QUE PRESERVA

DIGNIDADE PARA QUEM TRABALHA O favorecimento dos negócios econômicos deveria contemplar também a proteção dos direitos sociais e trabalhistas, como é feito na Escandinávia, que o Brasil elogia, enquanto desmonta a CLT

por Marcio Pochmann* Os países escandinavos, que têm sido reconhecidos pela elevada capacidade de gerar competitividade em suas economias, são os mesmos que adotam sistemas generosos de garantia dos direitos sociais e trabalhistas. Prova adicional de que o favorecimento dos negócios econômicos deveria contemplar também a proteção dos trabalhadores. Uma vez desrespeitado em suas garantias, o trabalhador convive com a instabilidade e insegurança que impacta negativamente as condições e relações de trabalho e, por que não dizer, a trajetória da produtividade. Por isso que, não apenas nos países escandinavos, os elevados ganhos de produtividade encontram-se associados à garantia de direitos sociais e trabalhistas. Ainda que as negociações coletivas predominem, com acordos entre patrões e empregados por meio da ação dos sindicatos, que cobrem 90% do total dos ocupados, há o arcabouço legal definido por legislação própria a garantir direitos sociais e trabalhistas essenciais. Nesse sentido, o legislado prevalece sobre o negociado para as questões fundamentais das relações entre o capital e o trabalho. No Brasil, contudo, a opção pelo desfazimento da legislação social e trabalhista avança mais rapidamente, desde a arbitrária ascensão do governo Temer. Como Bolsonaro indica continuidade de governo em relação ao de Temer, não apenas o Ministério do Trabalho desaparece,

como também a legislação social e trabalhista tendem a ser ainda mais enfraquecidas. Em síntese, são governos que apostam no tradicional padrão de capitalismo selvagem, na crença de elevar os ganhos de produtividade a partir da destruição dos direitos dos ocupados. Por conta disso, cabe breve balanço do primeiro ano de aprovação da reforma trabalhista realizado por Temer. Sem que houvesse a retomada consistente da economia nacional, a capacidade de geração de empregos seguiu extremamente frágil, acompanhada pela expansão da precarização nos postos de trabalho existentes, bem como o avanço da informalização, à margem da legislação social e trabalhista rebaixada recentemente. Da mesma forma a produtividade, estancada, assim permaneceu. Mas a aposta governamental de validação do negociado ante o legislado terminou implicando na queda sensível dos acordos e convenções coletivas de trabalho realizadas. Segundo a excelente Nota Técnica número 200 do Dieese (Subsídios Para o Debate Sobre a Questão do Financiamento Sindical), houve, a partir do período pós-reforma de Temer, a diminuição em 25% no total das convenções coletivas de trabalho e de 23% nos acordos entre patrões e empregados. Esse sinal inequívoco de que o processo de individualização das relações de trabalho passou a tomar mais força no Brasil pode ser agregado ao próprio enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores. A comparação entre os anos de 2018 e 2017 revela que os sindicatos perderam cerca de 90% da receita atinente ao seu financiamento por força da reforma trabalhista de Temer. A trajetória de destruição do sindicalismo brasileiro parece inequívoco. Em função da reforma de Temer, os sindicatos tiveram a redução da

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/11/2018 quantidade de seus próprios empregados em 21%, assim como tiveram de diminuir as despesas de prestação de serviços e se desfazer do patrimônio historicamente constituído. Com os governos de direita e de extrema-direita representados, respectivamente, por Temer e Bolsonaro, o Brasil inverte o bom sentido possível da produtividade, conforme verificado nos países escandinavos, entre outros. Volta assim à sua normalidade histórica, de prensar os rendimentos na base da pirâmide social na convicção de que, assim, mais sobra na pouca riqueza gerada a ser apropriada selvagemente por poucos. Até quando? *Professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho, ambos da Universidade Estadual de Campinas

FONTE: REDE BRASIL ATUAL

PRESIDENTE DA CUT DEFENDE DIÁLOGO

COM GOVERNO, MAS PREVÊ RESISTÊNCIA Vagner Freitas lembra que Bolsonaro também teve votos de trabalhadores, que devem ter seus direitos defendidos. Ele prepara encontro nacional das centrais para articular ações unitárias O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que a central vai procurar o governo Bolsonaro para tratar dos interesses dos trabalhadores, mesmo não havendo, neste momento, qualquer canal de diálogo. "Diferentemente do que fez com o [presidente Michel] Temer, que nunca foi eleito, o senhor Jair Bolsonaro, com todas as críticas que eu possa fazer, foi eleito presidente da República. E portanto nós vamos tratá-lo assim, como quem foi eleito, e vamos levar a nossa pauta de reivindicação dos trabalhadores para ser

negociada", afirmou, em entrevista ao jornal El País. O dirigente aproveitou a entrevista para esclarecer declaração dada em novembro, em Curitiba, sobre não reconhecer Bolsonaro como presidente. "Acho que o Bolsonaro foi eleito com medidas que enganaram a população que votou nele, [entre eles] muitos trabalhadores, não tenho dúvida nenhuma. Mas ele foi eleito, então nós vamos tratá-lo como presidente da República e vamos fazer a representação dos trabalhadores." Segundo ele, cabe ao movimento sindical proteger os direitos sociais e trabalhadores, sem considerar opção eleitoral de cada um. "O Brasil não tem 57 milhões de empresários. Obviamente que houve votos de trabalhadores que elegeram o Bolsonaro. Nós vamos representar esses trabalhadores, independentemente da opção político-eleitoral que eles fizeram." A proposta da CUT, acrescenta, é de que as centrais promovam um encontro nacional logo no início do ano, para aprovar uma pauta comum a ser apresentada ao novo governo. Uma pauta, diz Freitas, "que fala da não retirada de direitos, da manutenção da Previdência pública e geral como ela é hoje; da não privatização das empresas públicas; [uma pauta] que proporá uma mesa nacional de negociação permanente para os trabalhadores do setor público; que enfatizará a negociação no setor privado". Assim, o governo terá a oportunidade de se manifestar. "Se ele vai nos ter como um interlocutor ou não, é uma decisão que ele vai tomar. Nós vamos procurar a interlocução." Na entrevista, o sindicalista fala ainda de reforma da Previdência, precarização, "reforma" trabalhista e o futuro das centrais sindicais. "Nós temos que estar juntos para poder representar e proteger os trabalhadores."

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/11/2018 FONTE: REDE BRASIL ATUAL

GUEDES E GOVERNADORES DISCUTIRÃO REFORMA DA PREVIDÊNCIA EM JANEIRO

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, se reunirá com governadores, em janeiro, para discutir reforma da Previdência. A afirmação é do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, que permanecerá no cargo no próximo governo. Segundo o secretário, é muito importante os governadores defenderem a reforma da Previdência. “Dois terços dos inativos dos estados são de regimes especiais, com aposentadorias de servidores com 49 anos de idade, em média. Então os novos governadores já estão muito interessados em colocar o tema de previdência no debate”, disse o secretário, que também estará presente no encontro com os governadores, além do secretário especial da Previdência, Rogério Marinho. O secretário acrescentou que um grupo de governadores está se mobilizando para defender a necessidade da reforma da Previdência em um fórum que será realizado em fevereiro do próximo ano. Almeida acrescentou que a reforma da Previdência tem sido muito debatida no país e as diversas propostas estão convergindo para alteração na idade mínima, definição de período de transição e regras igualitárias entre o setor privado e o público.

FONTE: AGÊNCIA BRASIL

ESTUDO DE EQUIPE DE BOLSONARO PROPÕE ACABAR COM O SIMPLES

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), coordenado por dois economistas que fazem parte da equipe de transição do

governo Jair Bolsonaro defendem o fim do Simples Nacional, sistema de tributação simplificada que beneficia pequenas e micro empresas. Como informa a jornalista Maria Cristian Frias, da Folha de S. Paulo, Adolfo Sachsida e Alexandre Ywata avaliam que as modalidades de alíquota de imposto de renda para empresas — Lucro Real, Lucro Presumido e Simples — "distorcem o mercado, precisam ser repensadas e unificadas" para que, então, possa-se pensar em taxar lucros e dividendos. O diagnóstico do Ipea é que o Imposto de Renda da pessoa jurídica pelo regime do lucro real é alto —são 34%, 11 pontos percentuais a mais que a média global. A proposta é rever os incentivos dos regimes de lucro presumido e Simples, diminuí-los e, eventualmente, eliminá-los.

FONTE: BRASIL247

SENADORES DEFENDEM SISTEMA S EM REUNIÃO DA COMISSÃO DE ASSUNTOS

ECONÔMICOS Na última reunião do ano, nesta terça-feira (18), senadores que integram a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) defenderam as empresas integrantes do chamado “Sistema S”, que engloba organizações do sistema produtivo da indústria, comércio e transporte, entre outros, e sofreram ameaça de corte de verbas pelo futuro ministro da Fazenda Paulo Guedes. Segundo declaração de Guedes no dia anterior, é preciso “passar a faca” em até 50% dos recursos destinados a entidades como Sesi, Senai e Sesc, que ofertam cursos profissionalizantes e prestam assistência social à população. Essas empresas são privadas e administradas por federações e confederações patronais, mas administram recursos públicos oriundos de contribuições e

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/11/2018 tributos pagos pelas empresas sobre a folha de pagamentos, com alíquotas variando de 0,2% a 2,5%. Em 2018, segundo a Receita Federal, foram repassados mais de R$ 17 bilhões. Na opinião do senador Armando Monteiro (PTB-PE), a manifestação de Guedes não foi feliz. Para o senador, novos governos têm uma tendência a querer fazer mudanças em certas estruturas sem uma acurada e responsável avaliação dos efeitos dessas posições, como se quisessem “imprimir uma marca de mudança”. Mas esse, observou, não é o melhor posicionamento. — O que se propõe é uma discussão serena, no fórum adequado, para se discutir a relação custo/benefício do Sistema S, porque é uma estrutura que funciona há décadas, que tem foco. Os programas são continuados, daí os resultados que foram obtidos — opinou. O senador Romero Jucá (MDB-RR) mencionou nota emitida por seu partido, que preside, em defesa do Sistema S e de toda a repercussão do trabalho desenvolvido no Brasil. — Talvez o Ministro não esteja familiarizado com o que representa o Sistema S. Nas grandes cidades, ele é importante, mas, nas médias e pequenas cidades, e nos estados menos desenvolvidos, o Sistema S é algo vital para capacitação de empresários através do Sebrae, para formação de mão de obra para a indústria, para o comércio, para a agricultura — afirmou Jucá. O senador Paulo Rocha (PT-PA) afirmou que o Sistema S é primordial para o aprimoramento profissional dos trabalhadores em vários setores. Ele foi um aluno do sistema. Na opinião do parlamentar, há lugar para aprimoramentos, mas não se pode perder a perspectiva de manutenção da estrutura em prol dos cidadãos. — Se o governo vem com mudanças, temos de enfrentá-las de uma maneira democrática, como

construímos o nosso país. Isso não pode ser feito dessa forma preconceituosa, como ele se manifestou pelo menos no primeiro momento. Se há desvio, desvio há até nas sacristias. Então, não é a justificativa disso ou daquilo que pode ser feita de maneira preconceituosa como ele fez: 'Tem de enfiar a faca no Sistema S' — afirmou. Na mesma linha, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) afirmou ser possível analisar uma eventual redução de recursos para o sistema, já que a busca por eficiência deve ocorrer em tudo. — Se tem vazamento, vamos fechar o vazamento, mas jamais tratar a situação só financeiramente. Faço um apelo, não nos dispersemos nessa luta. Mesmo como ex-senadores, vamos tentar salvar o que tem de excelente — eu não disse bom — no Sistema S, e, claro, fechando vazamentos, buscando eficiência — declarou. Serviços O Sistema S reúne entidades empresariais voltadas para o treinamento profissional, assistência social, saúde, lazer e cultura, consultoria, pesquisa e assistência técnica — serviços considerados de interesse público. Atualmente, nove entidades cujos nomes iniciam com a letra S o compõem: — Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) — Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Serviço Social do Comércio (Sesc), ligados à Confederação Nacional do Comércio (CNC) — Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), ligado ao Sistema Cooperativista Nacional (SCN) — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Serviço Social da Indústria (Sesi), ligados à Confederação Nacional da Indústria (CNI) — Serviço Social do Transporte (Sest) e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat),

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/11/2018 ligados à Confederação Nacional do Transporte (CNT) — E o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), cujo Conselho Deliberativo é formado por integrantes das demais confederações.

FONTE: AGÊNCIA SENADO

EQUIPE DE GUEDES QUER ACABAR COM

CONTRIBUIÇÃO COMPULSÓRIA PARA SISTEMA S

A equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, estuda acabar com a obrigatoriedade de pagamento ao Sistema S pelas empresas.

Crédito: Divulgação

A ideia é retirar a contribuição da lista de recolhimentos compulsórios que incidem sobre a folha de salários. O futuro secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, disse que o objetivo é baixar os custos de contratação para gerar empregos. “O custo da folha [de pagamentos] é onerado em 20% de contribuição patronal para o INSS e mais 6,5% aproximadamente do Sistema S. É esse estudo que está sendo objeto agora de uma avaliação muito precisa, porque o principal objetivo é gerar empregos, fazer a folha de salários ser menos onerada”, afirmou Cintra.

“Não existe política mais regressiva do que tributar o salário, que acaba resultando em 13 milhões de desempregados no país, fora a economia informal”. Nesta segunda-feira (18), Guedes afirmou, na Firjan (Federação das Indústrias do Rio), que pretende “meter a faca” no Sistema S. A declaração levou a interpretações de que o governo poderia estar interessado em ficar com os recursos, hoje destinados a entidades como Sesc e Senai, para financiar políticas próprias de capacitação. O Sistema S é um dos principais financiadores dos programas do Senai e também banca o funcionamento da rede Sesc. São recolhidos cerca de R$ 20 bilhões por ano, segundo o secretário. Cintra afirmou que não se trata de tomar para o governo o recurso que vai para o Sistema S, mas desonerar as empresas. “É simplesmente que o setor privado possa dispor desses recursos voluntariamente em um programa que lhe seja de melhor proveito, não necessariamente obrigando que esses recursos sejam depositados no governo e o governo seja o repassador para as entidades que prestam esse serviço”, afirmou Cintra. “Se as empresas acreditam que é um sistema bom, que lhe presta bons serviços, ela vai poder fazer isso, pagando menos ao governo que faz a intermediação e diretamente financiando esses serviços através de empresas privadas, onde quiser”. Cintra afirmou que a equipe está trabalhando nestes estudos e que até meados de janeiro pretende entregar uma proposta sobre que linha adotar. “Estamos trabalhando muito seriamente nisso e até meados de janeiro vamos ter uma definição sobre que linha adotar, que percentual do ônus

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/11/2018 sobre a folha de salários será reduzido. Esperamos que isso gere um impacto de emprego muito positivo”, afirmou. Ele acrescentou que não o estudo não se concentra apenas no Sistema S, mas também testa a viabilidade de retirar contribuições que incidem sobre a parcela paga ao trabalhador. “Poderá haver uma substituição de fontes. Estamos fazendo substituição de fontes”, afirmou, referindo-se provavelmente à retirada de tributos que incidem sobre os salários e elevando outros que incidem sobre outros pagamentos. A organização do Sistema S O Sistema S começou a ser estruturado no país em 1942 para oferecer uma rede de ensino que melhorasse a produtividade da mão-de-obra e serviços culturais e de lazer com financiamento garantido, mas sem depender da gestão pública. Ele é composto por nove entidades: Sesi: Ligado à indústria, oferece opções culturais, de lazer e esporte, além de serviços de saúde Senai: Ligado à indústria, oferece cursos e assessoria técnica Sesc: Ligado ao comércio, oferece opções culturais, de lazer e esporte Senac: Ligado ao comércio, oferece cursos Sebrae: Ligado à micro e pequena empresa, oferece cursos e apoio para acesso a crédito Senar: Ligado ao agronegócio, oferece cursos Sescoop: Ligado às cooperativas, oferece cursos e assessorias ao setor Sest: Ligado ao setor dos transportes, oferece opções culturais, de lazer e esporte Senat: Ligado ao setor dos transportes, oferece cursos Essas entidades têm representações nacionais que supervisionam as regionais nos Estados. Há diversas formas de escolha dos presidentes. Algumas delas são comandadas pelos presidentes

das respectivas confederações (o Senai é presidido pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria e o Senac, pelo presidente da Confederação Nacional do Comércio). No Sebrae, o presidente é eleito pelo conselho deliberativo, que conta com representantes das associações e de bancos públicos. Já o presidente do Conselho do Sesi é nomeado pelo presidente da República. Quanto custam A Receita Federal arrecadou e repassou, em 2016, R$ 16 bilhões para as nove entidades do Sistema S. Quem mais recebeu foi o Sesc, vinculado ao setor de comércio e serviços, com R$ 4,6 bilhões. Em seguida está o Sebrae, que oferece apoio à micro e pequena empresa, com R$ 3,1 bilhões. Confira a destinação por entidade: VALORES

A quem beneficiam O Sistema S é voltado para os trabalhadores, mas em regra oferece cursos e oportunidades de lazer e cultura para qualquer um. Em 2015, o Senai, ligado à indústria, registrou 3,4 milhões de matrículas em diversos tipos de cursos de educação profissional e tecnológica.

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/11/2018 O Sesc, vinculado ao comércio, ofereceu 18,5 mil apresentações de teatro e 15,6 mil shows de música, segundo os relatórios de gestão das entidades. Quais são as críticas TRANSPARÊNCIA Por lidarem com recursos arrecadados pelo governo, as entidades do Sistema S são pressionadas a comprovarem a destinação das verbas e o atendimento do interesse público. Apenas a partir de 2013, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estipula anualmente regras para o uso do dinheiro público, passou a obrigar essas entidades a divulgarem na internet o quanto receberam de contribuições, o destino dos recursos, a estrutura remuneratória dos funcionários e o nome dos dirigentes e membros do corpo técnico. Em 2016, o TCU (Tribunal de Contas da União) alertou que nem todas essas entidades tinham sistema de auditoria (que confere a veracidade e qualidade das informações) interna e externa e que faltavam, em algumas delas, informações sobre o oferecimento de cursos gratuitos e detalhes sobre licitações. GRATUIDADE Outro ponto que desperta críticas é o percentual de cursos gratuitos oferecidos pelas entidades. A cobrança de mensalidades afasta pessoas sem recursos que precisam se capacitar e coloca em xeque o interesse público que justifica o repasse de verbas ao sistema. Em 2009, após pressão do Ministério da Educação e embates com os empresários, o governo e as entidades firmaram um acordo estipulando percentuais mínimos de oferecimento de cursos gratuitos. Além disso, eles passaram a ter que obedecer a uma carga horária mínima, para impedir que

fossem contabilizadas capacitações de curtíssima duração em temas como reúso doméstico de cascas de frutas ou embalagem de presentes. Tentativas de mudar o destino das verbas Em setembro de 2015, o governo da então presidente Dilma Rousseff anunciou um pacote de corte de gastos e aumento de receitas para tentar equilibrar as contas públicas. Uma das medidas era reter 30% das verbas arrecadas para o Sistema S. Houve uma forte reação dos empresários, que controlam a gestão dessas entidades. O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, afirmou à época que a medida faria o sistema deixar de atender 1,2 milhão de alunos e 1,5 milhão de trabalhadores. Dois meses depois, o governo desistiu da medida. Em troca, as entidades do Sistema S se comprometeram a oferecer mais vagas para o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) e de educação de jovens e adultos. Em outubro de 2016, o senador Ataídes de Oliveira apresentou um projeto de lei que destina 30% dos recursos arrecadados para as entidades do Sistema S à Seguridade Social. A chance de aprovação é pequena, dado o forte lobby que as entidades exercem sobre deputados e senadores. com informações da Folha SP e Nexo Jornal

FONTE: RÁDIO PEÃO BRASIL

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/11/2018 PLENÁRIO APROVA AFASTAMENTO

OBRIGATÓRIO DAS MULHERES GESTANTES E LACTANTES EM TRABALHOS INSALUBRES

Mulheres gestantes e lactantes poderão se afastar de trabalhos insalubres com direito a pagamento de adicional de insalubridade. De acordo com o Projeto de Lei do Senado (PLS) 230/2018, aprovado pelo Plenário nesta terça-feira (18), essas trabalhadoras terão a prerrogativa de decidir se retornam à atividade em casos de insalubridade leve ou média. O texto segue para a análise da Câmara dos Deputados. O projeto modifica a reforma trabalhista de 2017, que determinou que o afastamento de gestantes e lactantes de trabalhos insalubres só acontecerá mediante apresentação de atestado médico. Com a nova proposta, o afastamento passa a ser a regra. Nos casos de situações de insalubridade leve ou média, a trabalhadora poderá optar por permanecer no cargo. Ela receberá o adicional de insalubridade em qualquer situação. O texto aprovado pelo Plenário foi um substitutivo da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à proposta original, do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO). Na primeira versão o afastamento obrigatório não incluía as lactantes, e o adicional era perdido nos casos em que a trabalhadora se mantivesse fora da função. (Mais informações: Senado)

FONTE: AGÊNCIA SENADO

GARANTIA DE EMPREGO EM ACT SE MANTÉM APESAR DO FIM DA VIGÊNCIA DA

CONVENÇÃO 158 DA OIT A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu a eletricitário demitido sem justa causa o direito à estabilidade prevista em norma coletiva. A cláusula protege os empregados contra a despedida arbitrária ou imotivada e tem fundamento na Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Apesar de essa norma internacional não ter mais vigência no Brasil, a garantia continuou prevista no instrumento coletivo. Assim, a Turma condenou a Companhia Paulista de Força e Luz ao pagamento de indenização substitutiva. No processo, o eletricitário sustentou a ilegalidade da dispensa diante da vedação constante na cláusula 5ª do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) firmado entre a Companhia Paulista e o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Campinas/Sinergia. Segundo o empregado, a Companhia o dispensou sem lhe imputar qualquer descumprimento de obrigação contratual ou infração disciplinar, conduta contrária à proteção prevista na Convenção 158 da OIT. A Força e Luz amparou sua defesa na inconstitucionalidade da Convenção 158. Para a empresa, o dispositivo protetivo não estaria mais em vigor desde a edição do Decreto n° 2.100/96, que encerrou a vigência do decreto. Dessa forma, para a defesa, o ACT, ao dispor de cláusula embasada em dispositivo que não mais possui vigência no Brasil, não poderia gerar os efeitos de proteção à dispensa. A 2ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto (SP) bem como o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região consideraram ilegal a cláusula do acordo coletivo por entender que a Convenção 158 da

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/11/2018 OIT teve sua vigência encerrada em 1996, em data anterior à dispensa do empregado. Assim, não poderia mais gerar os efeitos protetivos. O eletricitário recorreu ao TST para pedir o reconhecimento da estabilidade. A relatora do processo na Segunda Turma, ministra Delaíde Miranda Arantes, deu razão ao empregado para conceder a estabilidade. Para a ministra, apesar de o Supremo Tribunal Federal e a jurisprudência do TST considerarem que a Convenção 158 da OIT não possui mais vigência em vista do Decreto 2.100/97, o caso analisado trata de matéria que se distingue dos demais julgados no TST. O motivo é que “a garantia contra a despedida arbitrária ou imotivada, na hipótese, foi expressamente prevista em acordo coletivo de trabalho”. A magistrada considera que a Convenção da OIT é utilizada apenas como referência, razão pela qual não pode se considerar nula a cláusula do ACT. Ademais, conforme ressalta a ministra, a Constituição da República determina o reconhecimento do acordo e da convenção coletiva. Assim, a análise da garantia de emprego deve ser realizada em respeito ao disposto na cláusula coletiva que garante e protege o direito do empregado contra dispensa sem justo motivo. “É a autonomia da vontade coletiva”. Diante disso, a ministra considerou que o Regional violou o disposto no artigo 7.º, XXVI, da Constituição da República, visto que a garantia contra a despedida arbitrária e sem justa causa estava expressamente prevista no ACT. Por unanimidade, a Segunda Turma acompanhou o voto da relatora. (DA/GS) Processo: RR-442-75.2012.5.15.0042

FONTE: TST

EMPRESA É CONDENADA A PAGAR TRATAMENTO VITALÍCIO PARA EXPOSTOS

AO AMIANTO Fabricante de telhas e caixas d'água e uma das poucas do país que ainda utiliza fibra do amianto, a Eternit foi condenada a pagar tratamentos vitalícios para ex-trabalhadores da empresa no Rio de Janeiro. A decisão é de primeira instância, da 1ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro.

Crédito: Nova Onda Comunicação

Assinada pela juíza Raquel de Oliveira Maciel na última semana, a sentença foi resultado de uma ação civil pública impetrada pela Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea) e endossada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo Maciel, "é evidente que a assistência à saúde pleiteada e os danos a serem indenizados na espécie têm origem última na relação de trabalho mantida entre os trabalhadores e ex-trabalhadores e a Recorrente [Eternit]." A magistrada ainda assinalou que a Eternit deve montar um comitê para implementar a assistência à saúde dos antigos trabalhadores que foram afetados pelo amianto. O custeio deverá ser "prévio, integral e vitalício de despesas com medicamentos e tratamentos que sejam

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/11/2018 necessários a todos os ex-trabalhadores da Ré [Eternit]". De acordo com a decisão, a Eternit vai gerenciar esse comitê sob a supervisão do Ministério Público do Trabalho. Maciel negou o pedido da Abrea para que o grupo também seja formado por instituições especializadas, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Inca (Instituto Nacional do Câncer). "Essa é uma decisão importantíssima para os trabalhadores expostos ao amianto, principalmente pela falta de estrutura do Sistema Único de Saúde de tratar as doenças decorrentes da substância", diz o advogado da Abrea, Leonardo Amarante, ao UOL. "A situação é tão delicada que, certa vez, paguei um balão de oxigênio para uma ex-funcionária do meu bolso, por que ela não tinha mais condições. A ideia é reverter esse quadro com essa decisão", conta o advogado. No texto assinalado pela juíza, foi ainda ordenado que, caso a Eternit descumpra as obrigações impostas, seja pago R$ 50.000 de multa por dia, destinados "a instituições indicadas pelo Ministério Público do Trabalho". Amarante, no entanto, acredita que a empresa vá recorrer e pedir o efeito suspensivo da decisão, o que atrasaria os atendimentos aos trabalhadores que estão doentes. Indenizações Em agosto deste ano, dois juízes do Trabalho, um de Minas Gerais e outro do Rio de Janeiro, deram ganho de causa a duas mulheres que perderam seus maridos por conta da exposição ao amianto. Nas duas decisões ainda cabe recurso. Na primeira delas, o Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região condenou as empresas Eternit e Saint Gobain a pagarem R$ 400 mil para a família de Antônio Marques Júnior, morto em 2012 por asbestose - tipo de câncer causado pela inalação de amianto (a substância também é conhecida

como asbesto). Júnior havia trabalhado por 16 anos na Eternit entre 1960 e 1970 e começou a ter sintomas doença no começo dos anos 2000. No outro caso, o juiz Daniel Ferreira Brito, do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, deu ganho de causa à viúva e às duas filhas de Luiz Roberto Gonzaga, morto em 2016 por causa de um mesotelioma, outro tipo de câncer que advém da exposição ao amianto. Gonzaga foi funcionário da Precon, empresa fabricante de tubos e conexões, onde trabalhou por cerca de quatro anos, entre 1975 e 1983. "Não há dúvida que há gravidade suficiente para gerar danos morais em ricochete na viúva e filhas do 'de cujus' ex-empregado da ré, posto que viram o seu marido e genitor falecer, depois de um período doente, de mesotelioma (câncer)", escreveu o magistrado na decisão, que definiu R$ 150 mil em indenizações para a viúva e as filhas do ex-funcionário da Precon. Liminar de Rosa Weber Em novembro de 2017, após um debate que se arrastava há pelo menos treze anos, o Supremo Tribunal Federal decidiu proibir o uso do amianto crisotila, utilizado para fabricar telhas e caixas d'água. Até então essa era o único tipo que podia ser comercializado. Mas uma decisão monocrática da ministra Rosa Weber, cerca de um mês depois, mudou o panorama novamente. Em decisão liminar, ela afirmou que o amianto só está vetado nos Estados que já têm leis contra a substância. A decisão atendeu a um pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria e do Instituto Brasileiro de Crisotila. A Eternit era uma das poucas empresas brasileiras que ainda utilizavam o material e se organizou para defender o produto. "Não há registro, no mundo inteiro, de pessoa que contraiu doença por

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/11/2018 usar produtos com amianto, inclusive caixas d'água. O amianto crisotila é um produto natural, presente em dois terços da crosta terrestre, nos leitos dos rios, riachos, lençóis freáticos e até no ar que respiramos", diz um texto publicado no site da empresa. O artigo ainda fala que a campanha contra o produto é uma "guerra suja". Até que todos os recursos estejam esvaídos, a decisão da ministra prevalece e, onde não há leis proibindo sua utilização, o amianto está liberado. É o caso de Minas Gerais e Goiás, estados onde estão grandes produtores que utilizam amianto. A Eternit foi procurada e não respondeu aos questionamentos da reportagem.

FONTE: PORTAL UOL

VESCOVI SUGERE MUDANÇAS NO FGTS

Para secretaria executiva da Fazenda e presidente do Conselho da Caixa, dinheiro do trabalhador no Fundo deveria ser mais bem remunerado Presidente do conselho de administração da Caixa, a secretária executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, defendeu uma ampla remodelagem do FGTS para melhorar a remuneração dos recursos do trabalhador. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Vescovi alertou que o dinheiro do trabalhador hoje é “sub-remunerado”.

Crédito: Divulgação

“A remuneração do FGTS é uma das fontes de desigualdade de renda do País”, avaliou. O FGTS é uma poupança compulsória dos trabalhadores com carteira assinada que rende 3% ao ano mais TR. Desde 2017, além da remuneração normal, o Fundo passou a dividir também a metade do lucro do ano anterior. Com a distribuição do lucro do ano passado, as contas tiveram rendimento de 5,59%. Vescovi também sugeriu que o trabalhador possa aplicar os seus recursos no Tesouro Direto, programa de venda de títulos do Tesouro Nacional pela internet. Nessa modelagem, a secretária ainda defendeu o fim do monopólio da Caixa na gestão do FGTS. Em 217, o banco estatal recebeu R$ 5 bilhões como taxa de administração. “A Caixa é remunerada por isso, mas também carrega todo o risco da gestão do FGTS, inclusive repasses que são feitos para outros bancos”. Segundo ela, é importante que a Caixa possa abrir essas funções para que haja uma competição entre todos os bancos, com regras bem definidas. Para Vescovi, os financiamentos com recursos do FGTS devem ser remunerados pela Taxa de Longo Prazo (TLP), nova taxa aplicada aos empréstimos do BNDES que, em cinco anos, vai se igualar à taxa de mercado, tomando como base um dos títulos da dívida pública, a NTN-B. Essa mudança aumentaria o retorno do fundo para o trabalhador. “Qualquer mudança na remuneração do FGTS precisa ser responsável, preservando a remuneração já contratada nos estoques e mudando daqui para frente”, ponderou. Ela avaliou ainda que a poupança do trabalhador é sub-remunerada porque é uma fonte de recursos mais barata para habitação e infraestrutura. Para

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/11/2018 os projetos de baixa renda com recursos do FGTS, como de habitação que não se viabilizem com a TLP, a secretária disse que se justifica o governo entrar com subsídio. Caixa A secretária também propôs à equipe de transição comandada pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, a segregação dentro da Caixa da contabilidade do banco das suas ações de função social e a parte comercial, de varejo. Na sua avaliação, é possível fazer essas mudanças por meio da atualização das normas, que já foi feita pela atual gestão, em relação à medida de cálculo de risco e retorno das operações. O banco encerrou 2017 com lucro de R$ 12,5 bilhões, alta de 202,6% em relação ao resultado do ano anterior. Depois de ser usado pelo governo como locomotiva de crédito para impulsionar a economia nos últimos anos, o banco também registrou o primeiro recuo na carteira em pelo menos 15 anos. Num primeiro momento, o Conselho de Administração (CA) da Caixa precisou segurar a concessão de crédito porque não tinha capital para aumentar a oferta: “O Brasil está num crise fiscal e não dá para ficar pedindo dinheiro para o Tesouro enquanto ele está em crise e a Caixa teve que se ajustar.”

FONTE: O ESTADO S.PAULO

EQUÍVOCO OU MÁ-FÉ? PATRÕES ESTÃO USANDO CONTRATO DE TELETRABALHO DE

FORMA ERRADA Modalidade de teletrabalho prevista na nova legislação vem sendo usada na contratação de trabalhadores que exercem trabalho externo ou terceirizado. Fique alerta e denuncie ao sindicato da sua categoria

Escrito por: Tatiana Melim

ROBERTO PARIZOTTI (SAPÃO)

A reforma Trabalhista do ilegítimo Michel Temer, que legalizou formas precárias de contratação e acabou com mais de 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), deixou brechas para os patrões contratarem trabalhadores e trabalhadoras de forma ilegal. É o caso de vigilantes, serventes de obras e até mesmo motoristas de caminhão, que estão sendo admitidos equivocadamente com contratos de teletrabalho. Na verdade, eles se enquadram nas categorias de trabalho externo e terceirizado, cuja regulamentação é diferente, ou seja, têm mais direitos e garantias. O alerta sobre o aumento de registro de contratos errados foi feito pelo Ministério do Trabalho, que está prestes a ser extinto pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Para a secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, com a reforma Trabalhista, qualquer trabalhador ou trabalhadora está sujeito a condições precárias de contratação. Isso não significa, no entanto, que os patrões podem usar as brechas da nova lei para cometer fraudes, por equívoco ou má-fé, e deixar de pagar direitos, precarizando ainda mais as condições de trabalho. “Qualquer um hoje pode se tornar um trabalhador intermitente ou parcial, ou seja, trabalha quando a empresa quer, sem garantias, sem salário fixo e tendo de se submeter a exigências cada vez mais absurdas diante das altas taxas de desemprego. Mas isso não dá direito a nenhum empresário de agir como bem entender”.

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/11/2018 Segundo a secretária, “além de combater os retrocessos da reforma Trabalhista e garantir nos acordos coletivos a manutenção de todos os direitos, o movimento sindical precisa estar vigilante e combater todo o tipo de fraude, como essa do teletrabalho”.É importante o trabalhador procurar o sindicato e denunciar sempre que duvidar do tipo de contrato de trabalho que estão lhe oferecendo- Graça Costa Entenda as diferenças O teletrabalho, trabalho remoto ou o chamado “home office” estabelece que o trabalhador pode exercer jornadas fora das instalações físicas da empresa, desde que cumpra as mesmas funções previstas para o local interno de trabalho. Nesse caso, o trabalhador pode trabalhar de casa ou qualquer outro local semelhante ao escritório, desde que faça uso de alguma tecnologia que facilite a comunicação, como a internet. As profissões que podem firmar contrato de teletrabalho são: auxiliar de escritório, jornalista, operador de sistemas de informação e consultor online, entre outras atividades que possam ser realizadas com o uso de tecnologia. Segundo o advogado trabalhista, Eymard Louguercio, no caso do teletrabalho, previsto na nova legislação, não foi feita a regulamentação detalhada de como funcionaria essa modalidade de contratação na prática, sobretudo questões ligadas ao controle da jornada de trabalho. “Se não há o controle da jornada, não há o controle e previsão de pagamento de horas extras. Ficaram de aprovar essa regulamentação por decreto, mas até agora nada”, explica. Outras questões que não estão previstas na nova legislação, segundo o advogado, são obrigações ligadas à saúde e segurança do trabalhador, que são responsabilidade do empregador no caso do

trabalho desenvolvido no ambiente interno da empresa. “A empresa tem a responsabilidade de oferecer as condições ergonômicas necessárias para o trabalhador não adoecer, como nos casos de Ler/Dort. No home office, não está estabelecido como isso deve ser feito e de quem é a responsabilidade”, diz Eymard. “Da mesma forma, se um trabalhador sofre um acidente em casa no momento em que está trabalhando, pode ser considerado acidente de trabalho? Não podemos afirmar, pois isso não está claro na lei, será um ponto de disputa nos acordos coletivos das categorias e até mesmo na Justiça do Trabalho”, completa o advogado trabalhista. Trabalho externo é outra coisa Apesar das empresas estarem confundindo teletrabalho com trabalho externo, as diferenças entre as duas modalidades de contrato são enormes. O trabalho externo, como é o caso de motoristas, vigilantes e serventes de pedreiro, é caracterizado por atividades desenvolvidas fora do ambiente da empresa e, portanto, com regulamentação própria, que prevê controle de jornada e pagamento de horas extras. Uma construtora que tem um escritório fixo não pode contratar um auxiliar de obras como teletrabalho por ele desempenhar as suas funções em uma obra fora do escritório. “Isso é trabalho externo, um conceito completamente diferente e que já existia antes da reforma Trabalhista. É o caso também de trabalhadores que entregam bebidas e dos que fazem a coleta de lixo. São atividades que inevitavelmente são desenvolvidas fora da empresa”, explica Eymard. A modalidade de trabalho externo também é diferente do serviço terceirizado, em que o

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/11/2018 trabalhador trabalha nas dependências de outra empresa, como é o caso do serviço de limpeza. “O trabalho terceirizado também tem um conceito bem claro, que é uma empresa contratar os serviços fornecidos por outras empresas. Isso não é teletrabalho e o trabalhador terceirizado, apesar da contratação precária, precisa ter os seus direitos respeitados”, esclarece o advogado trabalhista. O que é teletrabalho? - Trabalhar em casa ou em qualquer outro local com acesso à internet, desenvolvendo funções internas da empresa; - Existe a necessidade de ferramenta de comunicação imediata com o escritório por algum equipamento de tecnologia da informação; - Não há regulamentação detalhada sobre controle de jornada, pagamento de horas extras, responsabilidade pela adequação do ambiente de trabalho, com cuidado à saúde e segurança do trabalhador; - Não há regulamentação clara sobre quem é responsável por garantir as ferramentas de trabalho, como computador, impressora, telefone, pagamento da conta de luz e internet, entre outras questões ligadas ao exercício do trabalho. Exemplos: auxiliar de escritório, jornalista, operador de sistemas de informação, quem executa consultoria online. O que é trabalho externo? - Quase nunca pode ser exercido em casa; - É realizado fora das dependências da empresa, com controle de jornada e garantia de pagamento das horas extras, entre outros benefícios garantidos ao trabalhador; - Não há obrigação de uso da tecnologia da informação para se comunicar com a empresa;

- O empregador é responsável pela adequação do ambiente de trabalho, com cuidado à saúde e segurança do trabalhador; - Exemplos: motorista, pedreiro de construtora, vigilante, engenheiro, quem executa trabalho de consultoria no local do cliente. O que é trabalho terceirizado? - É quando o trabalhador de uma empresa presta serviços no ambiente de outra empresa devido ao contrato firmado entre a empresa contratante e a empresa que presta serviços terceirizados; - É um serviço prestado em área externa da empresa terceirizada, como, por exemplo, trabalhadores terceirizados para fazer o serviço de limpeza de outra empresa; - A empresa terceirizada deve zelar pela saúde e segurança do trabalhador. Já a empresa contratante é corresponsável por abrigar o trabalhador terceirizado em suas instalações; - Com a aprovação da Lei 13.429, sancionada em março de 2017 pelo ilegítimo Temer, a terceirização passou a ser liberada para todas as atividades das empresas, ou seja, todas as profissões podem ser terceirizadas.

FONTE: CUT

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Presidente

Wilson Geraldo Sales Da Silva

Vice-Presidente

Reinaldo Rosa de Souza

Redação e Edição

Aparecida Fernandes