economia

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CIDADE & REGIÃO CORREIO DE UBERLÂNDIA • DOMINGO 6/9/2009 A6 Faturamento cresce 27% no 1º semestre > SEGUNDO A EBIT, 15,2 MILHÕES DE PESSOAS TIVERAM PELO MENOS UMA EXPERIÊNCIA DE COMPRA PELA INTERNET ECOMMERCE CRESCIMENTO NO BRASIL PRODUTOS MAIS VENDIDOS ECOMMERCE 1º SEMESTRE DE 2008 R$ 3,8 bilhões 1º SEMESTRE DE 2009 R$ 4,8 bilhões OS 5 MAIS CUIDADOS Livros e assinaturas de revistas e jornais Saúde, beleza e medicamentos Informática Eletrodomésticos Eletrônicos Fonte – 20º relatório WebShoppers, e-bit Informação ANTES DA COMPRA Não visite sites sugeridos em mensagens não solicitadas (Spam) Compre apenas de empresas online confiáveis e reconhecidas no mercado Visite sites como Buscape (www.buscape.com.br), Bondfaro (www.bondfaro.com.br) e Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br) Leia a política de privacidade do site Desconfie ao se deparar com muitos itens difíceis de serem encontrados em um mesmo site ou com preços muito abaixo dos praticados no mercado DURANTE A COMPRA Use seu próprio computador Registre todas as etapas do processo de compra, impri- ma as páginas ou salve em arquivo de imagem APÓS A COMPRA Verifique o extrato do cartão de crédito Acompanhe a entrega do produto Não apague os registros de sua compra Se você for vítima de golpe, registre sua reclamação em sites especializados LYGIA CALIL | REPÓRTER [email protected] A facilidade de com- prar pela inter- net, ao alcance do mouse, encanta cada vez mais pessoas no Brasil. A possibilidade de chegar até elas e se lançar em um mundo sem fron- teiras é o que motiva em- presários já consolidados ou novos empreendedores a abrir lojas virtuais. Em Uberlândia, o mercado se- gue a tendência mundial e várias empresas se aven- turam nas páginas da rede mundial. Uma pesquisa divulga- da no mês passado aponta o crescimento de 27% no faturamento do comércio eletrônico no primeiro se- mestre deste ano. Confor- me o relatório, realizado pelo e-bit com o apoio da Câmara Brasileira de Co- mércio Eletrônico, as em- presas virtuais faturaram R$ 4,8 bilhões nos seis pri- meiros meses deste ano. No mesmo período do ano pas- sado, o valor foi de R$ 3,8 bilhões. “Tudo isso em meio à crise. Estes números repre- FATURAMENTO DAS EMPRESAS VIRTUAIS FOI DE R$ 4,8 BI NOS SEIS PRIMEIROS MESES DE 2009 sentam bem o potencial do comércio pela internet. É um mercado infinito, pois permite vender qualquer coisa para qualquer pes- soa no mundo”, afirmou Wellington Borges, diretor de uma empresa de tecno- logia em Uberlândia. Segundo o relatório, nes- te ano, 15,2 milhões de pes- soas tiveram pelo menos uma experiência de com- pra pela internet. No meio do ano passado, eram 11,5 milhões de consumidores. O crescimento dá margem à expectativa de ultrapas- sar os R$ 10 bilhões em ne- gócios virtuais até o fim do ano no País. Na avaliação de Efraim Sales Borges, que tem uma empresa de tecnologia em Uberlândia, há dois perfis de empresários na web: os que já estão consolidados e procuram mais um canal de relacionamento e os que apostam na internet para potencializar os negócios. “Percebo que Uberlândia está se posicionando nes- te mercado. Cada vez mais empresas procuram estar na internet, tanto as pe- quenas quanto as grandes”, disse. SITE TEM MAIS DE 3 MIL ITENS O diretor de novos negó- cios do grupo Martins, Juarez Alves de Carvalho, afirmou que o grupo aposta e investe no comércio eletrônico por meio do site de varejo eFácil (www.efacil.com.br), manti- do desde 2000. Reformulada em 2006, a loja virtual co- meçou a mostrar resultados em 2007 e, desde então, o faturamento cresceu cerca de dez vezes. “Na nossa missão de in- tegrar produção e consumo, identificamos que a internet já é e será cada vez mais um canal para o consumo. Nas pesquisas, somos classifi- cados sempre entre os seis principais sites no segmento em que atuamos”, disse. O site oferece cerca de 3 mil itens, com foco em ele- trodomésticos, eletroportá- teis e eletrônicos. De acordo com o executivo, o perfil do consumidor do site é pare- cido com os e-consumidores de toda a internet. A maioria dos comprado- res está na região Sudeste e o Triângulo Mineiro é um importante mercado, pois o grupo tem uma vantagem em relação aos outros sites: a estrutura logística presen- te em Uberlândia. “Se outros sites demoram em média de uma semana a dez dias para entregar os pedidos, nós gastamos um, no máximo dois dias. É nossa vantagem competitiva”, disse. GRUPO MARTINS USO DA INTERNET É SEGURO De acordo com a advoga- da Laine Souza, especialis- ta em direito da informática e telecomunicações, fazer compras pela internet é tão seguro quanto em lojas co- muns. “Às vezes, é mais se- guro usar o cartão na inter- net do que nas lojas, pois não há o contato com o funcioná- rio que pode clonar o cartão”, disse. O banco de dados arma- zenado pelo site é um bom indicador do nível de segu- rança. Se guardar, por exem- plo, números de cartão de crédito, desconfie – a loja é um alvo potencial de ataque de hackers em busca destes dados e terá que oferecer mecanismos de segurança muito maiores do que as que não têm estes números no banco de dados. Outra es- tratégia é procurar por sites como o Reclame Aqui (www. reclameaqui.com.br), que registra reclamações de usu- ários. O mito de que tudo que está na internet não é pro- tegido por leis é combatido pela advogada. Segundo ela, a legislação que vale para qualquer transação comer- cial também é válida no am- biente online. “As empresas são responsáveis pelo que vendem”, disse Laine Souza. LEGISLAÇÃO CONSUMIDORES RECLAMAM As reclamações de usu- ários de lojas virtuais e in- ternet banking no Procon de Uberlândia saltaram de 91, em 2008, para 161 até agos- to deste ano — um aumento de mais de 95%. Segundo o superintendente do órgão, Franco Cristiano Alves, as re- clamações aumentam con- forme o uso do e-commerce se dissemina. De acordo com ele, os sites de leilão são os mais problemáticos, já que não se responsabilizam pelas nego- ciações. “Há casos no Brasil de pessoas que receberam pedras pelos Correios, no lu- gar dos produtos pelos quais elas pagaram. Por mais que os sites digam que não têm res- ponsabilidade sobre o negó- cio, eles respondem judicial- mente, sim, pelos prejuízos do consumidor”, afirmou. Caso o consumidor se sin- ta prejudicado, pode procu- rar o Procon da cidade onde mora. “As lojas virtuais são tão seguras quanto as lojas comuns, desde que se te- nha cuidado. O problema é a desinformação. Nem o con- sumidor nem as empresas conhecem os seus direitos e suas obrigações”, disse Franco. PROCON COMODIDADE AOS CLIENTES O serviço online de venda de passagens de ônibus é feito pela Nacional Expres- so (www.nacionalexpresso. com.br) há dois anos. Hoje, 12% das vendas da empresa são realizadas pela internet. Na avaliação do supervi- sor-comercial da empresa, Sérgio Silveira, a maior van- tagem das vendas pela inter- net é a comodidade ofereci- da ao consumidor. O site oferece outros ser- viços para os e-consumido- res, como o cancelamento de viagens e troca de passagei- ro por e-mail e, nas épocas de maior movimento, há um guichê específico para quem comprou via internet, para retirar a passagem, sem fila. “A tendência é investir cada vez mais neste meio”, disse. Já o empresário Diomes- cley Nunes destacou as van- tagens para o comerciante que oferece seus produtos na rede. Ele adquiriu uma loja virtual de produtos médicos e a implementou com pro- dutos como livros e tratados nacionais e internacionais direcionados para estudan- tes e profissionais da área da saúde. Ele é dono da Livraria Virtual (www.lojamais.com. br) há sete meses. “Mante- nho um escritório adminis- trativo para regular as nego- ciações, como a importação de mercadorias. Para o site, basta uma pessoa para fazer tudo. É muito mais vantajoso do que ter uma loja aberta ao público”, afirmou. EMPRESAS SEGUNDO Efraim Borges, cada vez mais empresas procuram estar na internet, tanto as pequenas quanto as grandes PAULO AUGUSTO FRASES DA SEMANA Percebemos a insatisfação devido ao grande fluxo de veículo e, por isso, resolvemos fazer as obras JOÃO MARCOS COELHO | SUPERINTENDENTE DA INFRAERO

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Reportagens produzidas para a editoria de Economia.

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Page 1: Economia

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • DOMINGO • 6/9/2009

A6

Faturamento cresce 27% no 1º semestre > SEGUNDO A E!BIT, 15,2 MILHÕES DE PESSOAS TIVERAM PELO MENOS UMA EXPERIÊNCIA DE COMPRA PELA INTERNET

E!COMMERCE

CRESCIMENTO NO BRASIL

PRODUTOS MAIS VENDIDOS

E!COMMERCE

1º SEMESTRE DE 2008

R$ 3,8 bilhões1º SEMESTRE DE 2009

R$ 4,8 bilhões

OS 5 MAIS

CUIDADOS

1º Livros e assinaturas de revistas e jornais2º Saúde, beleza e medicamentos3º Informática4º Eletrodomésticos5º Eletrônicos

Fonte – 20º relatório WebShoppers, e-bit Informação

ANTES DA COMPRA ! Não visite sites sugeridos em mensagens não

solicitadas (Spam)

! Compre apenas de empresas online confi áveis e reconhecidas no mercado

! Visite sites como Buscape (www.buscape.com.br), Bondfaro (www.bondfaro.com.br) e Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br)

! Leia a política de privacidade do site

! Desconfi e ao se deparar com muitos itens difíceis de serem encontrados em um mesmo site ou com preços muito abaixo dos praticados no mercado

DURANTE A COMPRA ! Use seu próprio computador

! Registre todas as etapas do processo de compra, impri-ma as páginas ou salve em arquivo de imagem

APÓS A COMPRA ! Verifi que o extrato do cartão de crédito

! Acompanhe a entrega do produto

! Não apague os registros de sua compra

! Se você for vítima de golpe, registre sua reclamação em sites especializados

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

A facilidade de com-prar pela inter-net, ao alcance do mouse, encanta

cada vez mais pessoas no Brasil. A possibilidade de chegar até elas e se lançar em um mundo sem fron-teiras é o que motiva em-presários já consolidados ou novos empreendedores a abrir lojas virtuais. Em Uberlândia, o mercado se-gue a tendência mundial e várias empresas se aven-turam nas páginas da rede mundial.

Uma pesquisa divulga-da no mês passado aponta o crescimento de 27% no faturamento do comércio eletrônico no primeiro se-mestre deste ano. Confor-me o relatório, realizado pelo e-bit com o apoio da Câmara Brasileira de Co-mércio Eletrônico, as em-presas virtuais faturaram R$ 4,8 bilhões nos seis pri-meiros meses deste ano. No mesmo período do ano pas-sado, o valor foi de R$ 3,8 bilhões.

“Tudo isso em meio à crise. Estes números repre-

FATURAMENTO DAS EMPRESAS VIRTUAIS FOI DE R$ 4,8 BINOS SEIS PRIMEIROS MESES DE 2009

sentam bem o potencial do comércio pela internet. É um mercado infi nito, pois permite vender qualquer coisa para qualquer pes-soa no mundo”, afi rmou Wellington Borges, diretor de uma empresa de tecno-logia em Uberlândia.

Segundo o relatório, nes-te ano, 15,2 milhões de pes-soas tiveram pelo menos uma experiência de com-pra pela internet. No meio do ano passado, eram 11,5 milhões de consumidores. O crescimento dá margem à expectativa de ultrapas-sar os R$ 10 bilhões em ne-gócios virtuais até o fi m do ano no País.

Na avaliação de Efraim Sales Borges, que tem uma empresa de tecnologia em Uberlândia, há dois perfi s de empresários na web: os que já estão consolidados e procuram mais um canal de relacionamento e os que apostam na internet para potencializar os negócios. “Percebo que Uberlândia está se posicionando nes-te mercado. Cada vez mais empresas procuram estar na internet, tanto as pe-quenas quanto as grandes”, disse.

SITE TEM MAIS DE 3 MIL ITENS O diretor de novos negó-

cios do grupo Martins, Juarez Alves de Carvalho, afi rmou que o grupo aposta e investe no comércio eletrônico por meio do site de varejo eFácil (www.efacil.com.br), manti-do desde 2000. Reformulada em 2006, a loja virtual co-meçou a mostrar resultados em 2007 e, desde então, o faturamento cresceu cerca de dez vezes.

“Na nossa missão de in-tegrar produção e consumo, identifi camos que a internet já é e será cada vez mais um canal para o consumo. Nas pesquisas, somos classifi -cados sempre entre os seis principais sites no segmento em que atuamos”, disse.

O site oferece cerca de 3 mil itens, com foco em ele-trodomésticos, eletroportá-teis e eletrônicos. De acordo com o executivo, o perfi l do consumidor do site é pare-cido com os e-consumidores de toda a internet.

A maioria dos comprado-res está na região Sudeste e o Triângulo Mineiro é um importante mercado, pois o grupo tem uma vantagem em relação aos outros sites: a estrutura logística presen-te em Uberlândia. “Se outros sites demoram em média de uma semana a dez dias para entregar os pedidos, nós gastamos um, no máximo dois dias. É nossa vantagem competitiva”, disse.

GRUPO MARTINS

USO DA INTERNET É SEGURODe acordo com a advoga-

da Laine Souza, especialis-ta em direito da informática e telecomunicações, fazer compras pela internet é tão seguro quanto em lojas co-muns. “Às vezes, é mais se-guro usar o cartão na inter-net do que nas lojas, pois não há o contato com o funcioná-rio que pode clonar o cartão”, disse.

O banco de dados arma-zenado pelo site é um bom indicador do nível de segu-rança. Se guardar, por exem-plo, números de cartão de crédito, desconfi e – a loja é um alvo potencial de ataque de hackers em busca destes

dados e terá que oferecer mecanismos de segurança muito maiores do que as que não têm estes números no banco de dados. Outra es-tratégia é procurar por sites como o Reclame Aqui (www.reclameaqui.com.br), que registra reclamações de usu-ários.

O mito de que tudo que está na internet não é pro-tegido por leis é combatido pela advogada. Segundo ela, a legislação que vale para qualquer transação comer-cial também é válida no am-biente online. “As empresas são responsáveis pelo que vendem”, disse Laine Souza.

LEGISLAÇÃO

CONSUMIDORES RECLAMAMAs reclamações de usu-

ários de lojas virtuais e in-ternet banking no Procon de Uberlândia saltaram de 91, em 2008, para 161 até agos-to deste ano — um aumento de mais de 95%. Segundo o superintendente do órgão, Franco Cristiano Alves, as re-clamações aumentam con-forme o uso do e-commerce se dissemina.

De acordo com ele, os sites de leilão são os mais problemáticos, já que não se responsabilizam pelas nego-ciações. “Há casos no Brasil de pessoas que receberam pedras pelos Correios, no lu-

gar dos produtos pelos quais elas pagaram. Por mais que os sites digam que não têm res-ponsabilidade sobre o negó-cio, eles respondem judicial-mente, sim, pelos prejuízos do consumidor”, afi rmou.

Caso o consumidor se sin-ta prejudicado, pode procu-rar o Procon da cidade onde mora. “As lojas virtuais são tão seguras quanto as lojas comuns, desde que se te-nha cuidado. O problema é a desinformação. Nem o con-sumidor nem as empresas conhecem os seus direitos e suas obrigações”, disse Franco.

PROCON

COMODIDADE AOS CLIENTESO serviço online de venda

de passagens de ônibus é feito pela Nacional Expres-so (www.nacionalexpresso.com.br) há dois anos. Hoje, 12% das vendas da empresa são realizadas pela internet. Na avaliação do supervi-sor-comercial da empresa, Sérgio Silveira, a maior van-tagem das vendas pela inter-net é a comodidade ofereci-da ao consumidor.

O site oferece outros ser-viços para os e-consumido-res, como o cancelamento de viagens e troca de passagei-ro por e-mail e, nas épocas de maior movimento, há um guichê específi co para quem comprou via internet, para retirar a passagem, sem fi la. “A tendência é investir cada

vez mais neste meio”, disse.Já o empresário Diomes-

cley Nunes destacou as van-tagens para o comerciante que oferece seus produtos na rede. Ele adquiriu uma loja virtual de produtos médicos e a implementou com pro-dutos como livros e tratados nacionais e internacionais direcionados para estudan-tes e profi ssionais da área da saúde. Ele é dono da Livraria Virtual (www.lojamais.com.br) há sete meses. “Mante-nho um escritório adminis-trativo para regular as nego-ciações, como a importação de mercadorias. Para o site, basta uma pessoa para fazer tudo. É muito mais vantajoso do que ter uma loja aberta ao público”, afi rmou.

EMPRESAS

SEGUNDO Efraim Borges, cada vez mais empresas procuram estar na internet, tanto as pequenas quanto as grandes

PAULO AUGUSTO

FRASES DA SEMANAPercebemos a insatisfação devido ao grande fl uxo de veículo e, por isso, resolvemos fazer as obrasJOÃO MARCOS COELHO | SUPERINTENDENTE DA INFRAERO

Page 2: Economia

CORREIO DE UBERLÂNDIA | TERÇA-FEIRA, 7/4/2009 ECONOMIA | A5

Ovo/fabricante Peso (g)Menor

preço (R$)Loja

Maior preço (R$)

LojaVariação

(%)

Atlético Mineiro/Arcor 230 15,90 Carrefour 19,99 Leal 25,72

Futebol pele verde/Arcor 230 15,90 Carrefour 17,90 Bretas 12,58

Malhação crocante/Arcor 220 15,90 Bretas 17,90 Carrefour 12,58

Baton branco/Garoto 180 16,90 Bretas 18,99 Casa das Balas 12,37

Max steel/Garoto 190 17,29 Bretas 19,99 Casa das Balas 15,62

Polly/Garoto 180 15,99 Extra 20,90 Bretas 30,71

Serenata de amor/Garoto 240 16,70 Extra 18,90 Carrefour 13,17

Bis laka/Lacta 240 16,90 Carrefour 26,99 Leal 59,70

Diamante negro/Lacta 215 16,90 Carrefour 23,90 D’Ville 41,42

Barbie/Lacta 170 18,45 Bretas 25,90 D’Ville 40,38

Confeti Mix/Lacta 235 16,40 Carrefour 26,99 Leal 64,57

Chokito/Nestlé 240 17,90 Carrefour 21,99 Casa das B. 22,85

Clássico ao leite/Nestlé 240 17,90 Carrefour 21,99 Casa das Balas 22,85

Surpresa Batman/Nestlé 180 21,90 Extra 28,98 Leal 32,33

PREÇOS

Ovos de páscoa - número 15

PÁSCOA

Diferença de preços dechocolate chega a 64,5%Segundo o Procon,pesquisa ainda éa melhor maneirade fazer economiaLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

NAS LOJAS, variedade de ovos de chocolate e de preços requer atenção na hora da compra

BEO OLIVEIRA

Com a proximidade da Pás-coa, a venda de ovos de chocola-te se intensifi ca. Para ajudar o consumidor a economizar na compra, a Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Uberlândia divulgou uma pesquisa com 84 marcas em seis estabelecimentos da cidade. A maior variação chegou a 64,5%, no ovo de 235g Confeti Mix, da Lacta, à venda de R$ 16,40 a R$ 26,99 (veja preços e variações nesta página).

O levantamento do Procon não substitui a pesquisa feita pelo consumidor, já que promo-ções podem ser realizadas ao longo desta semana por lojas que ainda tenham estoque elevado. A principal dica do Procon é, ao pesquisar, determinar a compra pelo peso e não pelo número, já que os fabricantes têm numera-ções distintas entre si.

Outra dica é não levar as crianças durante as compras. Segundo o superintendente do Procon, Franco Cristiano Alves, as fábricas usam artifícios como embalagens em motivos de per-sonagens e brinquedos de ‘brin-de’ e cobram mais caro por isso.

Um exemplo é o ovo de 240g Clássico ao leite, da Lacta, à venda, em média, por R$ 19,90. O chocolate é o mesmo utilizado nos ovos Batman e Meninas Su-perpoderosas, que pesam 60g a menos e custam, em média, R$ 5,50 a mais – um aumento de 27,6%.

“Os fabricantes aproveitam a falta de critério de julgamento das crianças. O preço dos ovos infan-tis não compensa, porque a dife-rença entre eles e os ovos tradi-cionais é muito maior que o valor do brinquedo, que geralmente é um brinde barato e não durável”, afi rmou. Os modelos de formatos diferentes também costumam ser mais caros.

De acordo com Franco Alves, é melhor procurar lojas mais po-pulares, que costumam ter preços mais baixos e oferecer mais pro-moções. “A melhor opção para pagar mais barato ainda é gastar a sola do sapato pesquisando e fazendo contas.”

AGRADO

Consumidora vai gastar até R$ 150 com ovosA dona de casa Dirce Mo-

rais das Graças começou on-tem a pesquisar preços de ovos de páscoa. Ela pretende ir a quatro lojas, até amanhã, para comprar cinco ovos para os netos. “São eles que esco-lhem e são muito exigentes. Cada um quer uma marca, de um tamanho e com um brin-quedo diferente. E avó tem que fazer as vontades. Ainda bem

que Páscoa é só uma vez por ano”, disse. Ela acredita que vá gastar de R$ 100 a R$ 150 para satisfazer o desejo dos netos.

Quem também quer agra-dar aos netos é o aposentado Vicente Alves Souza, que pre-tende gastar até R$ 200 para comprar sete ovos. “Tenho que andar muito ainda. Vou a todos os lugares que puder, porque

o preço está alto e há muita variação de uma loja para ou-tra. Pesquisar compensa”, afi rmou.

A vendedora Letícia Apare-cida Silva está em busca de um ovo para o irmão caçula. Ao ver os preços, ela se assus-tou. “Estes com brinquedo são muito caros. Melhor comprar um ovo comum e um dar brin-quedinho separado”, disse.

PESQUISA

Inadimplência crescena renda mais baixa

As famílias com renda de até três salários mínimos au-mentaram sua participação no total de inadimplentes de 32%, em setembro de 2008, para 59%, em março deste ano, conforme mostrou pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para Marcel So-limeo, economista da ACSP, o quadro reflete o acesso de uma ampla parcela de consu-midores de menor rendimento no mercado de crédito nos úl-timos anos.

A pesquisa foi realizada junto a 703 consumidores que procuraram informações no Balcão de Atendimento do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da entidade, que elabora o levantamento semes-tralmente. De acordo com o le-vantamento, a faixa com renda de três a quatro salários míni-mos teve redução na participa-ção do total de inadimplentes, no mesmo período em análise, de 27% para 17%. Já a faixa com quatro a cinco salários mínimos registrou queda de 18% para 13%; a faixa com cinco a sete salários mínimos de 10% para 6%; e as famílias com renda superior a sete salá-rios mínimos tiveram diminui-ção de 13% para 5%.

A maior causa da inadim-plência foi o desemprego do entrevistado ou de alguém da família, citado por 48% dos entrevistados. Em seguida, o descontrole dos gastos foi destacado por 12%. Solimeo destacou que a pesquisa ainda não refl ete o recente aumento do desemprego, pois existe uma defasagem de alguns meses entre a obtenção do crédito e a inadimplência.

O economista acredita que a próxima pesquisa, que será realizada em setembro, deve mostrar o efeito do aumento do desemprego observado a partir de dezembro sobre a solvência dos consumidores.

Solimeo destacou que en-tre 2006 e 2008 cerca de 20 milhões de CPFs foram consul-tados pela primeira vez, de acordo com os dados do SCPC, o que indica um “imenso con-tingente” de consumidores que buscou alguma forma de fi nan-ciamento.

Segundo a pesquisa, o carnê de loja é a maior fonte de fi nanciamento, com 34% dos débitos. Em seguida, estão os empréstimos (crédito pessoal) e cartão de loja, com 29%; cartão de crédito, 19%; e che-que, 18%.

INDÚSTRIA

Produção cresce em 9 das 14regiões pesquisadas pelo IBGE

Engenheiros da Caixaparalisam 24 horas

GERAIS

PREJUÍZO

Sadia leva ex-diretorfi nanceiro à Justiça

Pesquisa realizada pelo Procon de 26 a 31/03/2009.

A lista completa pode ser acessada em http://www3.uberlandia.mg.gov.br/midia/documentos/procon/PESQUISA_OVOS_DE_PASCOA_2009.xls

O Instituto Brasileiro de Geo-grafi a e Estatística (IBGE) divulgou ontem que a produção industrial cresceu em 9 das 14 regiões pesquisadas em fevereiro em re-lação a janeiro. As principais ex-pansões nessa base de compara-ção ocorreram na Bahia (13,7%), Espírito Santo (8,3%), Minas Ge-rais (5,7%), Paraná (5,7%) e re-gião Nordeste (4,1%). Todos esses locais superaram a média nacional da indústria no período (1,8%).

Os resultados regionais da evolução da produção industrial em fevereiro mostram o forte peso que os segmentos de metalurgia básica e mineração tiveram na derrocada de algumas regiões em fevereiro, segundo a economista da coordenação de indústria do instituto, Isabella Nunes.

Outros locais com taxa positiva na comparação com janeiro foram

Rio Grande do Sul (1,6%), Pará (0,9%), Ceará (0,8%) e São Paulo (0,5%). Do lado negativo fi caram Pernambuco (-5,6%), Santa Catari-na (-4,6%), Amazonas (-2,2%), Rio de Janeiro (-1,7%) e Goiás (-0,5%).

Mas, em relação a fevereiro do ano passado, houve crescimento apenas no Paraná. Nos outros 13 locais, todos mostraram quedas na produção nessa base de com-paração. Entre as áreas com queda superior à da média nacio-nal (-17,0%, segundo divulgou o IBGE na semana passada) estão Espírito Santo (-29,5%), Minas Gerais (-26,0%), Amazonas (-20,8%), Rio Grande do Sul (-20,5%), Santa Catarina (-19,8%), Pernambuco (-17,5%) e São Paulo (-17,5%).

No acumulado do primeiro bi-mestre do ano, todas as regiões registraram queda na produção.

Os acionistas da Sadia decidiram entrar com ação de responsabilidade civil contra o ex-diretor financeiro da empresa, Adriano Lima Ferrei-ra, “pelos prejuízos causados à companhia em razão da celebração de operações com derivativos”.

A decisão de entrar com ação judicial foi tomada on-tem durante assembleia geral extraordinária de acionistas e foi aprovada por unanimida-de. As operações com deriva-tivos arrasaram o caixa da Sadia e levaram a companhia a registrar um prejuízo de R$ 2,5 bilhões no ano passado.

A Sadia segue os passos da Aracruz, que em fevereiro entrou com ação judicial contra seu ex-diretor fi nanceiro, Isaac Za-gury, acusado de ser o respon-sável por um prejuízo de US$ 2,1 bilhões com operações de derivativos. Zagury nega as acusações e diz que todas as operações haviam sido aprova-das pela companhia.

De acordo com a Sadia, relatório elaborado pela con-

sultoria BDO Trevisan, contra-tada pela companhia para apurar as responsabilidades no caso, não encontrou indí-cios de que o Conselho de Administração tivesse conhe-cimento das operações reali-zadas por Ferreira.

O executivo reportava-se diretamente ao Conselho de Administração, e não ao pre-sidente executivo da compa-nhia, como acontece na maio-ria das empresas de capital aberto. Essa estrutura de go-vernança foi bastante critica-da após o episódio e foi alte-rada - desde então, o diretor fi nanceiro passou a se repor-tar ao presidente executivo.

Na Justiça, a companhia vai tentar responsabilizar Ferreira por não avisar ao Conselho que estava reali-zando as operações de deri-vativos cambiais e pelo fato de ele ter descumprido a política fi nanceira da compa-nhia, que limita a exposição em operações fi nanceiras a seis meses do faturamento com exportações.

! Às vésperas do início da operação do programa habita-cional “Minha casa, minha vida”, os engenheiros e arquite-tos da Caixa Econômica Federal ameaçam entrar em greve e

paralisar também as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Responsá-veis pela análise dos projetos, liberação e acompanhamento das obras, a categoria marcou para hoje uma paralisação de 24h de protesto contra a propos-ta de reestruturação da carreira

feita pela Caixa. Depois de me-ses de negociação, segundo a Associação Nacional dos Enge-nheiros e Arquitetos da Caixa (Aneac), a Caixa apresentou uma proposta de aumento de R$ 70 para o piso da categoria e de R$ 26 para os funcionários que estão no topo da carreira.

Page 3: Economia

CORREIO DE UBERLÂNDIA | QUINTA-FEIRA, 9/4/2009A6 | ECONOMIA

CAFEICULTURA

Dívida de produtorespoderá ser convertida

RESTAURANTES

Comida à vontade a preçobaixo atrai consumidoresAlternativa para manter movimento évender só carnes porkg e baixar preçosLYGIA CALIL [REPÓRTER][email protected]

RESTAURANTES mantêm clientes fi éis com a opção de se servirem à vontade pagando preço único

BETO OLIVEIRA

Em tempos de crise econômi-ca, sobrevive no mercado o em-presário que souber se adaptar. Em Uberlândia, proprietários de restaurantes self-service em pon-tos de movimento intenso têm seguido uma tendência para atrair mais consumidores. Em vez de cobrarem por quilo, muitos oferecem comida à vontade, por um preço baixo, e vendem carne à parte.

Foi o que fez Leandro Ramos, que há um ano assumiu o coman-do de um restaurante no Centro da cidade. Quando comprou o estabelecimento, ele oferecia re-feição por R$ 3,50, com direito a um tipo de carne. Hoje, come-se à vontade, com 14 pratos quentes e 10 frios, por R$ 3,99. Carnes e pratos mais sofi sticados, como lasanha, são vendidos por quilo, que custa R$ 14,99.

Com a mudança, Ramos per-deu alguns clientes que já esta-vam acostumados com o sistema anterior. Em poucos meses, po-rém, ele recuperou o que havia perdido e conquistou mais fregue-

ses. Hoje, atende de 150 a 200 pessoas por dia. “Com o preço antigo estava difícil continuar, porque tudo subiu muito — a carne, principalmente — e eu ti-nha de conseguir pagar o aluguel, salário de funcionários, encargos. Acho que este esquema é ideal para quem está no Centro. Dá certo porque é barato e popular”, afi rmou.

Já Wagner Januário Garcia atribui o sucesso do sistema à alta concorrência. Em seu restau-rante, em frente ao Terminal Central, ele cobra R$ 4,75 pelo bufê de 10 pratos quentes e 10 frios, mais uma carne. “Aqui no Centro, são vários restaurantes que oferecem este sistema, cada vez com preços mais baixos. Te-nho que aliar o preço à qualidade

da comida”, disse. Segundo ele, o preço baixo

garante clientela fi el — cerca de 70% dos consumidores frequen-tam o restaurante todos os dias. “O lucro é pequeno, mas tenho clientes fi xos, que não me aban-donam, então já tenho uma parte garantida.” Outra estratégia é manter convênio com empresas vizinhas.

COBRANÇA

Empresários mudam estratégia para manter negócioO casal Lílian Carla Pereira

e Sérgio Furlanetto é proprietá-rio de um restaurante no bairro Tibery e, no ano passado, quan-do eles viram o estabelecimen-to fi car quase vazio na hora do almoço, decidiram mudar a forma de cobrança.

Até julho, o quilo custava R$ 16,90 no self-service com-pleto. Depois, o quilo no bufê de saladas e pratos quentes pas-

sou a custar R$ 9,90 e a carne, R$ 14,90. Lílian Pereira afi rmou que o que perdeu no quilo ga-nhou no aumento do número de fregueses. “Depois que mudei, o restaurante se transformou. A clientela voltou. Hoje estou com a casa cheia, tudo por uma es-tratégia simples, mas muito efi ciente”, disse.

O office-boy Bruno Vieira Santos almoça todos os dias

no restaurante de Wagner Gar-cia. Ele afi rma que, pela quan-tidade que come, certamente dá prejuízo ao proprietário. “Como dois pratos, sempre lo-tados e sempre pago pouco. Para mim, é vantagem, mas não sei se para ele é tanto assim”, disse.

De acordo com o empresá-rio, quem come pouco compen-sa pelos clientes que exage-

ram, como Bruno. “Além disso, ganho também nas bebidas, bombons e chicletes”, disse.

A empresa em que Wagner Alves Lima trabalha mantém convênio com um restaurante que oferece comida à vontade. Segundo ele, o almoço vale a pena para o patrão e para o empregado. “A comida é muito boa e barata. Todo mundo ga-nha”, afi rmou.

INFLAÇÃO

IPCA tem menor alta em 15 anosOs preços dos produtos não-

alimentícios, incluindo gastos com educação, desaceleraram a alta do Índice de Preços ao Consumi-dor Amplo (IPCA), que passou de 0,55% em fevereiro para 0,20% em março, o menor índice para o mês de março desde 1994.

No primeiro trimestre, o IPCA acumula alta de 1,23% e em 12 meses, de 5,61%. O IPCA é usado para balizar o sistema de metas da inflação e dá mais espaço para que o Comitê de Política Monetária (Copom) continue re-duzindo os juros básicos da eco-nomia.

Os preços dos produtos não-alimentícios passaram de alta de 0,63% em fevereiro para 0,17% em março. Já os preços dos ali-mentos tiveram uma trajetória inversa e aceleraram a alta de 0,27% em fevereiro para 0,30% em março. O item frutas exerceu a maior fonte de pressão sobre o grupo alimentos, ao registrar alta de 5,89%, com uma contribuição de 0,05 ponto porcentual no IPCA do mês passado.

O grupo Educação, com varia-ção negativa de 0,37% em março ante alta de 4,77% no mês ante-rior, também foi responsável pelo recuo da inflação do IPCA de março.

O desempenho comportado

da infl ação no primeiro trimestre deste ano foi favorecido pela demanda contida pela crise, a estabilidade no preço da gasolina e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis novos.

Além disso, alguns produtos importantes nas despesas com alimentação das famílias registra-ram defl ação no período, como ca rnes ( - 4 ,70%) , t oma te ( -18 ,90%) , fe i jão ca r ioca (-12,92%) e arroz (-3,87%). Já o preço da gasolina fi cou pratica-mente estável (0,04%) no primei-ro trimestre.

IGP-MBenefi ciada por uma queda

recorde nos preços atacadistas, a primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de abril registrou o menor nível em três anos e meio, com defl ação de 0,53%. A prévia de março também já havia apontado queda, de 0,45%. O desempenho derrubou para 4,99% o acumulado em 12 meses do índice, usado para cálculo de reajuste de aluguéis.

O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, estima que IGP-M fechará abril com a segunda defl ação conse-cutiva do ano, embora menos

Acompanhado de 26 parla-mentares dos estados que mais produzem café - Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo - o governador de Minas, Aécio Neves, reuniu-se ontem com o ministro da Fazen-da, Guido Mantega, de quem recebeu a notícia de que a dí-vida dos produtores, com o governo e a iniciativa privada, pode ser convertida em sacas de café.

Os cafeicultores pretendem rolar sua dívida durante 20 anos, com o oferecimento de estoques de sacas de café, no limite de 5% do total devido, a cada ano. A dívida é estimada em R$ 4,2 bilhões.

Segundo o governador, Mantega garantiu que pelo menos um terço da dívida po-derá ser convertida. Os cafeicul-tores querem também que a parcela da dívida com o setor privado, que representa dois terços do total, possa ser con-vertida, ainda que parcialmente.

Aécio revelou, ainda, que Mantega prometeu pedir ao ministro da Agricultura, Rei-nhold Stephanes, uma defi ni-ção rápida sobre o preço real

da saca, para tomar uma de-cisão.

Outra reivindicação levada ao ministro da Fazenda, e que segundo o governador também será estudada, é a realização pelo governo de leilões para formação de estoque regulador de café, o que também depen-derá dos estudos sobre o valor da saca.

Na avaliação do governa-dor, se for feito leilão para 3 milhões de sacas, ao preço de R$ 320, o país terá estoque regulador, que estabilizará o mercado, puxando os preços para cima.

Segundo dados do setor, desde 1999 houve aumento de preço nos insumos da ordem de 500%, enquanto a recupe-ração do preço do café foi de apenas 42% para o produtor, nesses 10 anos.

O Brasil exportou no ano passado US$ 5,8 bilhões em café sendo que, desse total, US$ 3 bilhões foram produzi-dos em Minas Gerais, onde 400 municípios se dedicam à cafei-cultura. Segundo Aécio Neves, o café é a cultura que mais produz empregos no campo.

intensa do que a apurada em março (-0,74%).

Os preços na construção civil ajudaram na formação da taxa negativa da primeira prévia, com queda de 0,08%, após alta de

0,16% na primeira prévia de mar-ço. A maior oferta, acarretada pela crise, tem ajudado a derrubar as taxas de infl ação na constru-ção nas últimas apurações dos Índices Gerais de Preços (IGPs).

AÉCIO NEVES se reuniu ontem com o ministro Guido Mantega

VALTER CAMPANATO/ABR

Page 4: Economia

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • DOMINGO • 17/1/2010

A3

> REDUÇÃO DE REPASSES DE RECURSOS FEDERAIS É DE 13,5% EM MÉDIA, SEGUNDO SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL

QUEDA FPM

Municípios vão receber menos em 2010RICK PARANHOS | REPÓ[email protected]

Os municípios de pequeno porte do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba

terão os orçamentos para este ano comprometidos devido à queda nas transfe-rências de recursos do Fun-do de Participação dos Mu-nicípios (FPM) feitas pelo governo federal. Segundo levantamento da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), a redução dos repasses em janeiro será, em média, 13,5% menor que no mes-mo período de 2009.

Dos municípios ligados a Associação da Microrre-gião do Vale do Paranaíba (Amvap), Tupaciguara é um dos que devem ter uma das maiores perdas. Pela previsão da STN, a cidade receberá R$ 592.320,50, ou seja, R$ 140.289,32 (19,14%) a menos que os R$

732.609,82 recebidos em janeiro de 2009. Para se ter uma ideia do tamanho da redução, só no mês de ja-neiro os R$ 140.289,32 re-presentam quase meio por cento (0,41%) do orçamen-to anual da cidade, conside-rando somente as receitas correntes líquidas, que são os recursos que os prefeitos têm de investir em novas obras. Se a queda do FPM persistir, nos 12 meses a prefeitura de Tupaciguara deixará de contar com R$ 1.683.471,84 no caixa, o que representará 4,92% de perdas.

Outro exemplo de redu-ção é o de Monte Alegre de Minas, que conforme pre-visão da STN deve receber este mês R$ 542.481,96, valor que é 13,61% me-nor que os R$ 627.951,27 de janeiro passado. São R$ 85.469,31 a menos, que representam 0,37% das re-ceitas correntes líquidas do

município previstas para 2010. Se o problema per-sistir, será R$ 1.025.631,72 de perdas (4,44%), previsão que deixa o prefeito Último Bittencourt preocupado. “Estamos apreensivos com isso, porque em janeiro já difi culta honrar com com-promissos como o valor do salário mínimo [R$ 510], o piso dos professores [R$ 950]. Sem falar que os no-vos investimentos podem ser adiados”, afi rmou Bit-tencourt.

Já para municípios do porte de Uberlândia, que é a maior cidade do interior de Minas, a queda do re-passe do FPM é menos sig-nifi cativa devido à indus-trialização, que possibilita arrecadar outros impostos e compensar a perda. Os R$ 82.648,08 a menos em janeiro representam 0,01% do total das receitas corren-tes líquidas anuais do mu-nicípio.

JOÉLIO COELHO disse que metade das prefeituras da região da Amvap depende do fundo para pagar contas ÚLTIMO BITTENCOURT Prefeitura de Monte Alegre deve receber 13,6% a menos que janeiro passado

PREFEITOS PREVEEM DIFICULDADES DE PAGARA redução nos repasses

do FPM, de acordo com a res-ponsável pelo Departamen-to de Economia da Associa-ção Mineira de Municípios (AMM), Angélica Ferreti, se deve à queda na arrecada-ção municipal, já que o go-verno federal ainda mantém a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos, linha branca e construção civil. O FPM é composto por 22,5% do que o governo federal arrecada com IPI e Imposto de Renda. Conforme Adones

Castro, gerente regional da AMM no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, a situação se complica para os municípios onde indústria e comércio são fracos. “O poder local sofre muito com isso, deixa de investir em saneamento básico, saúde, educação”.

A medida do governo, segundo o presidente da Amvap, Joélio Coelho Pe-reira, que também é prefei-to de Centralina, deixou os municípios em uma situação delicada. “Melhora a eco-nomia brasileira, mas deixa

as cidades sem recursos. Metade das que são asso-ciadas à Amvap depende do repasse do FPM para pagar as contas”, disse Joélio Co-elho. Ainda conforme Coe-lho, a exemplo do que ocor-reu no fim do ano passado, o governo terá de fazer com-pensações para garantir aos municípios pelo menos o que receberam em 2008. “E outra saída é a União fazer a reforma tributária e um novo pacto federativo para desonerar os municípios”, afirmou Joélio Coelho.

CONTENÇÃO

BOLO TRIBUTÁRIO FOI MENOR EM JANEIRONo primeiro mês de 2010

o governo federal arreca-dou pouco mais de R$ 3,04 bilhões para formar o Fundo de Participação dos Municí-pios (FPM). No mesmo mês do ano passado foram R$ 3,52 bilhões, o que significa

queda de R$ 476,9 milhões (13,52%). Redução também para os 853 municípios mi-neiros que, segundo cálculo da Secretaria do Tesouro nacional (STN), vão rece-ber R$ 62 milhões a menos que no mesmo período de

2009. O fundo é formado por 22,5% da receita líquida do Imposto de Renda Pes-soa Física (IRPF) e Imposto sobre Produtos Importados (IPI) de todos os municípios, que depois é dividido com as 5.564 cidades brasileiras.

ARRECADAÇÃO

REGIÃO DA AMVAPREPASSES

MUNICÍPIO JAN/2010 !*" JAN/2009 VARIAÇÃO

Monte Alegre R$ 542.481,96 R$ 627.951,27 - 13,61%Tupaciguara R$ 592.320,50 R$ 732.609,82 - 19,14%Uberlândia R$ 2.921.352,92 R$ 3.009.001,00 - 2,91%

!*" PREVISÃO DE REPASSE JÁ DESCONTADOS OS 20% RELATIVOS AO FUNDEB

DIFERENÇA COM JANEIRO DE 2009MUNICÍPIO VALOR % !**"

Monte Alegre R$ 85.469,31 0,37Tupaciguara R$ 140.289,32 0,41Uberlândia R$ 82.648,08 0,01

!**" PERCENTUAL EM RELAÇÃO AOS VALORES DAS RECEITAS CORRENTES LÍQUIDAS DOS RESPECTIVOS ORÇAMENTOS

REPASSE MENORSE DEVE ÀQUEDA NAARRECADAÇÃODOS MUNICÍPIOSCOM O IPI

Móveis são reaproveitadosLYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

Para quem tem opção de comprar novo, jogar qualquer coi-sa fora é algo que

faz parte do cotidiano. Para quem encontra no lixo o que vai usar, se deparar com estes objetos descartados é opor-tunidade. Em Uberlândia, quem procura pode encon-trar móveis e eletrodomésti-cos nas ruas de bairros con-siderados nobres ou de classe média.

Nas duas organizações de recicladores da cidade, a As-sociação dos Recicladores e Catadores Autônomos (Arca) e a Cooperativa de Reciclado-res de Uberlândia (Coru), toda semana chegam equipamen-tos eletrônicos de empresas

e pessoas que jogam no lixo, por estarem estragados ou substituídos por tecnologia mais moderna.

“É o nosso lixo tecnológico. Tem muita coisa que dá para ser aproveitada. Se está estra-gado, mas em bom estado de conservação, podemos man-dar arrumar para revender, ou até usar no nosso escri-tório”, disse o presidente da Arca, Antônio Goretti Sousa.

Atualmente, Coru e Arca usam geladeira, fogão e com-putadores encontrados no lixo que recebem - a Arca só recebe lixo de empresas, en-quanto a Coru busca recicla-dos em toda a cidade. “Sem-pre tem alguém que pode aproveitar estes descartes, chega muita máquina que ainda funciona”, afi rmou Go-retti.

SALA

Em suas longas caminha-das pela cidade, quando gos-ta de recolher latinhas para reciclagem, a aposentada Ma-ria Terezinha Dias Souza, 74 anos, moradora do bairro Pla-nalto, região oeste de Uber-lândia, já encontrou muitos móveis e eletrodomésticos que resolveu levar para casa.

Hoje, o sofá da casa dela, assim como o móvel que usa para a televisão e o colchão em que dorme foram retira-dos da rua. “Qualquer coisa que eu vejo gosto de trazer. Eu lavo, pinto, deixo com o meu jeito. No sofá, coloquei uma capa. Fica tudo novo. Acho um desperdício joga-rem coisas que dão para ser usadas. É melhor dar para al-guém”, disse.

ACHADO NO LIXOBETO OLIVEIRA

MARIA TEREZINHA mobiliou parte da sala com o que encontrou no lixo, como sofá e móvel que sustenta a TV

BETO

OLIV

EIRA

MANO

EL SE

RAFIM

Para municípios do porte de Uberlândia, a queda do repasse do FPM é menos signifi cativa devido à industrialização

Page 5: Economia

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • QUINTA!FEIRA • 18/3/2010

A6

Criação de vagas é recorde em fevereiro> SALDO DE EMPREGOS CRIADOS COM CARTEIRA ASSINADA FOI DE 986, AUMENTO DE 42,4% DIANTE DO MESMO MÊS DE 2009

UBERLÂNDIA

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

Uberlândia seguiu a tendência na-cional na criação de vagas formais

e fechou o mês com 8.961 contratações e saldo de 986 novas vagas no mercado. É o que mostra levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego, com base no Ca-dastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Desde 2000, quando a pes-quisa começou a ser divul-gada, nunca se contratou tanto no mês de fevereiro no município.

O aumento do saldo de contratações foi de 42,4% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Nos últimos 12 meses, a cidade somou mais 8.311 postos de trabalho, a maioria (58%) no setor de serviços, que reúne empresas de diferentes áre-

as, como telemarketing, ata-cadistas, bares, restaurantes e hotéis. De acordo com da-dos do Sine, a empresa que mais contratou por meio do sistema em fevereiro foi a Algar Tecnologia, com 485 pessoas.

Na avaliação da diretora do Sistema Nacional de Em-prego (Sine) em Uberlândia, Daisy Afonso, a confi guração da economia uberlandense é o principal fator que contri-bui para os recordes de con-tratações. A cidade possui economia dinâmica, com os setores de serviços e comércio muito fortes. Segundo ela, a vocação de Uberlândia são es-tes dois setores. “Podemos ob-servar que as duas áreas estão em constante crescimento e batem recordes a cada mês”, disse Afonso.

Ontem, havia disponibili-dade de 1,7 mil vagas de em-prego no Sine para o merca-do de Uberlândia. ALGAR TECNOLOGIA respondeu pela criação de 485 vagas formais em fevereiro , segundo o Sine

BETO OLIVEIRA

LIMPEBRÁS FEZ 73 CONTRATAÇÕES

SETORES INTENSIVOS CONTRATAM

QUALIFICAÇÃO ELEVA CHANCE

“NÃO HÁ RISCO DE INFLAÇÃO”

Somente em fevereiro, a Limpebrás, empresa res-ponsável em Uberlândia pela limpeza urbana, contratou 73 novos funcionários. Segundo a encarregada de Recursos Humanos da companhia, Rosi-meire Sampaio, maior deman-da surgiu com o aumento de novas frentes de trabalho. “Em fevereiro, precisamos contra-tar mais equipes. Foi um mês

extraordinário para as contra-tações”, disse. Ontem, havia 30 vagas abertas na empresa.

De acordo com Sampaio, o setor de serviços gerais en-contra difi culdade para con-seguir mão de obra. “É muito difícil encontrar pessoas para serviços mais simples, porque outras áreas, como a cons-trução civil, absorvem muitos profi ssionais”, afi rmou.

Setores intensivos em mão de obra, como calçados e têx-til, voltaram a contratar. O mi-nistro Carlos Lupi disse que os setores que mais empregaram em fevereiro são os que pa-gam melhores salários e que por isso também deve haver, em 2010, uma recuperação dos salários do trabalhador.

O ministro informou que também foi recorde o desem-penho do Caged no primeiro bimestre de 2010, quando foi registrado um saldo líqui-do de empregos gerados de 390.844. Lupi destacou tam-

bém o fato de, “pela primei-ra vez na história”, a região Nordeste ter um desempenho positivo no mês de fevereiro. O número de contratação, no Nordeste superou em 2.146 o de demissões realizadas no período.

Ele disse que os estados da Bahia e do Ceará lideraram as contratações na região, princi-palmente na área de serviços, como hotelaria e restaurantes, por causa do carnaval, e que, apesar do caráter sazonal, ele acredita que esses empregos serão mantidos.

Depois de cinco meses afastada do mercado de tra-balho, a operadora de tele-marketing Maristela Diniz Ferreira, 23 anos, foi contra-tada em fevereiro. Ela afi rmou que o profi ssional da área de serviços em Uberlândia não fi ca sem emprego. “A oferta é sempre muito grande. Não fal-ta vaga para quem quer. Mas é preciso ir atrás, não adianta

fi car em casa parado”, disse.Segundo ela, a experiência

com trabalhos anteriores na área e a qualificação profis-sional, com cursos nas áreas de informática, administra-ção e vendas, a ajudaram na conquista da vaga. “É um diferencial. Acho que quem quer encontrar emprego, deve investir em qualifica-ção”, disse.

O ministro Carlos Lupi dis-se que não há razão para no-vas elevações de juros pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que está reunido, no Banco Central. “Não há risco de infl ação. Juros ele-vados prejudicam o capital produtivo”, afi rmou Lupi.

Ele reconhece que o Co-pom tem independência para decidir, mas considera que

o emprego é o balizador da economia de um país. Se-gundo ele, o capital produtivo é que gera empregos. “A es-peculação em bolsa não gera emprego para ninguém”, dis-se. Segundo ele, o mercado interno continua aquecido e já há, também, uma recupe-ração do mercado externo, o que tem levado as empresas a contratar novamente.

NOVAS FRENTES

CALÇADOS E TÊXTIL

SERVIÇOS

JUROS

MERCADO DE TRABALHOCRIAÇÃO DE VAGAS

MÊS/ANO CONTRATAÇÕES DEMISSÕES SALDOFev/2010 8.961 7.975 986Fev/2009 7.508 6.941 567Jan/2010 7.858 6.703 1.155

FEVEREIROEvolução do emprego no Município

ANO CONTRATAÇÕES NOVAS VAGAS2010 8.961 9862009 7.508 5672008 7.516 3652007 6.225 4782006 5.464 6992005 4.899 1412004 5.076 5072003 4.415 862002 4.698 6982001 4.280 -942000 4.100 99

SALDO LÍQUIDO DE EMPREGOS FORMAIS FOI DE 209.425 NO PAÍS O Ministério do Trabalho

informou ontem que o saldo líquido de empregos criados com carteira assinada no país em fevereiro foi de 209.425, o que representa um novo re-corde para o mês. O recorde anterior para meses de fe-vereiro havia sido obtido em 2008, quando foram abertas 204.963 vagas formais no se-gundo mês daquele ano.

Segundo dados do Cadas-tro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no acumulado dos dois primei-ros meses de 2010, a criação de vagas de emprego superou as demissões em 390.844 postos de trabalho formais. A meta do governo para este ano é atingir 2 milhões de novos empregos com carteira assi-nada. Em fevereiro de 2009, o Caged registrou abertura de 9.179 postos de trabalho com carteira assinada.

SETORES

De acordo com o Caged, os setores de serviços, indústria de transformação e constru-ção civil registraram recorde para os meses de fevereiro na abertura de novas vagas de trabalho formal.

O setor de serviços regis-trou a criação de 85.607 va-gas líquidas em fevereiro. A indústria de transformação registrou um saldo líquido de 63.024 postos de trabalho. De acordo com o Ministério do Trabalho, 7 dos 12 ramos da indústria pesquisados ti-veram desempenho recorde no mês passado: metalurgia, calçados, têxtil, química, ma-terial de transporte, madeira e mobiliário e minerais não-metálicos.

A construção civil teve um saldo líquido de 34.735 vagas em fevereiro. Para o minis-

CARTEIRA ASSINADA

tro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, o resultado forte da construção civil refl etiu o desempenho do programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal. Ele lembrou

que os processos de licen-ças ambientais, por exemplo, demoram e que, por isso, o efeito do programa habitacio-nal será sentido de verdade neste ano. LUPI FAZ APOSTA PARA MARÇO

A criação de empregos formais no país deve bater novo recorde neste mês, se-gundo previsões do ministro Carlos Lupi. Segundo ele, será o melhor resultado para meses de março na história do Caged.

Lupi disse que o último recorde foi em março de 2008, quando foi gerado o saldo líquido de 207 mil empregos com carteira as-sinada. Ele disse que deve reforçar as contratações este mês com a melhoria na produção de alguns se-tores, como de máquinas pesadas e tratores, “que voltará a vender bem”, e do próprio setor automotivo que, segundo o ministro, está com os estoques bai-xos, em função do estímulo nas vendas causado pela

redução do IPI.O ministro disse que,

no mês de março, há con-tratação de professores e uma aceleração nas obras da construção civil. “Os setores se preparam para começar o ano a partir de março. Todo o processo produtivo está crescen-do, com consistência há alguns meses”, afirmou Lupi.

O ministro disse que o desempenho recorde de fevereiro, na geração de empregos, já refl ete a re-cuperação da indústria de transformação que, segun-do ele, deve ter “o melhor ano da história”. Ele dis-se que o setor está com os estoques baixos e por isso terá que aumentar a produção.

NOVO RECORDE

CARLOS LUPI divulgou ontem o número de empregos criados no país em fevereiro

ELZA FIÚZA/ABR

A qualifi cação é um diferencial. Acho que quem quer encontrar emprego, deve investir em formaçãoMARISTELA FERREIRA | OPERADORA DE TELEMARKETING

AqdM

A CIDADE POSSUI ECONOMIA DINÂMICA, COM OS SETORES DE SERVIÇOS E COMÉRCIO MUITO FORTES

DAISY AFONSO

Page 6: Economia

CIDADE & REGIÃOCORREIO DE UBERLÂNDIA • QUINTA!FEIRA • 28/1/2010

A6

Fusão pode gerar megaempresa> CONSULTORIA FAZ LEVANTAMENTO DO PATRIMÔNIO DAS COOPERATIVAS PARA DEFINIR A PARTICIPAÇÃO DE CADA UMA

LATICÍNIOS

LYGIA CALIL | REPÓ[email protected]

Um projeto de fusão entre as cooperativas mi-neiras de leite

Itambé, Cemil e Minas Lei-te, da goiana Centroleite, e da paranaense Confe-par promete dar origem à maior empresa de lati-cínio da América Latina, com expectativa de fatu-ramento anual de R$ 4 bi-lhões e 40 mil produtores associados.

No Triângulo Mineiro, região que reúne cerca de 2 mil cooperados, com produção de cerca de 500 mil litros de leite por dia, a notícia da fusão é aguar-dada com expectativa po-sitiva, já que, segundo os produtores ouvidos pela reportagem do CORREIO de Uberlândia, o poder de barganha para comprar e vender será muito maior. (Veja mais nesta página).

As negociações, segun-do o presidente da Itam-bé, Jacques Gontijo, estão

em andamento, embora ainda não esteja defi nido um prazo para a concreti-zação. “A consultoria Price está fazendo um levanta-mento do valor das cinco empresas para defi nir a participação de cada uma. Estes valores fi carão pron-tos em 60 dias. Depois dis-so é que vamos nos reunir para começar efetivamen-te a pensar na confi gura-ção desta nova empresa. Mas ainda estamos longe da etapa fi nal”, disse.

Se o acordo for fechado entre as empresas, a ne-gociação ainda deverá ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão responsável no Brasil por garantir a concorrência en-tre as empresas. Juntos, os volumes de leite captados por empresa (veja no qua-dro) representam 10% de toda a produção brasileira.

Segundo Gontijo, a união das empresas vai fortalecer o setor e ofere-cer a ele maior profi ssio-nalização. “Uma mega- JERÔNIMO GOMES “Só conseguiremos uma remuneração mais estável e o fi m da manipulação de preços com união”

EDUARDO DESSIMONE Concretização de união será um movimento natural

BETO OLIVEIRA

CAPTAÇÃO

ITAMBÉ !MG"

3,5 milhões CEMIL !MG"

600 milMINAS LEITE !MG"

1,5 milhãoCENTRO LEITE !GO"

900 milCONFEPAR !PR"

700 mil

RISCO DE FICAR REFÉM DE UMA SÓ EMPRESA PRODUTORES DO TRIÂNGULO ESTÃO OTIMISTAS

CALU ESTUDA PROJETO SEMELHANTE NA REGIÃO

Um projeto parecido está em desenvolvimento entre a Cooperativa Agropecuária de Uberlândia (Calu), Coopera-tiva dos Produtores de Leite do Vale do Rio Grande (Co-pervale), de Uberaba, e Co-operativa de Produtores de Carneirinho (Coocar). A ideia é desenvolver uma central única de captação.

De acordo com o presi-dente da Calu, Eduardo Des-simone, o projeto deverá ser realizado no ano que vem. Enquanto ele não acontece, as cooperativas trabalham como parceiras em novos produtos. “Estamos em uma fase de intensifi car as par-cerias e aproximar as em-presas, para só então pensar em alguma coisa unifi cada. A concretização será um movi-mento natural, depois desta aproximação”, afi rmou.

Na avaliação do produtor Jerônimo Gomes, o coope-rativismo é a “redenção do produtor de leite brasileiro”. “Só conseguiremos uma remuneração mais estável e o fi m da manipulação de preços com força e união. A cooperativa pequena sem-

pre terá o papel de fornecer produtos e serviços para o produtor, mas a venda e in-dustrialização devem ser fei-tas atreladas a uma grande central, como esta que será criada”, disse.

O produtor Adriano Reis Queiróz também vê positi-

vamente a fusão da Itambé. “Seremos donos do negócio. Mas, para a concretização da fusão, vaidades terão de ser deixadas de lado. A tendência do mercado para megacoo-perativas é irreversível. Po-bres daqueles que não aderi-rem à ideia”, afi rmou.

O professor de fi nanças e planejamento empresarial na Universidade Federal de Uberlândia, José Flores Fer-nandes Filho, faz uma aná-lise equilibrada da possível fusão, apontando aspectos positivos e negativos ao pro-dutor.

O principal benefício é a

força de negociação da nova empresa nos mercados in-terno e externo, que aumen-tará conforme o tamanho da cooperativa. “As condições e a estrutura da empresa pro-piciará um poder de barganha muito superior a cada uma delas isoladamente”, disse.

Por outro lado, o mercado

para o produtor estará cada vez mais restrito, na análi-se do professor. “As fusões resguardam os interesses de quem detém o capital. Com menos competitividade no mercado, os produtores cor-rem o risco de fi car na mão só de uma empresa, o que pode ser perigoso”, afi rmou.

ESPECIALISTA REPERCUSSÃO

UBERLÂNDIA

empresa dessa aumentará o padrão de qualidade e efi ciência. Além disso, po-derá remunerar melhor o produtor”, afi rmou.

Volume de leite captado diariamente

pelas empresas que

pretendem a fusão (em

litros)

Aécio Neves anuncia novos secretáriosO governador Aécio Neves

anunciou ontem os nomes dos novos secretários que se-rão empossados hoje em subs-tituição aos secretários que deixam o governo para dispu-tar as eleições de outubro. Por exigência da legislação eleito-ral, todos os candidatos devem se desincompatibilizar de seus cargos no prazo máximo de seis meses antes da eleição.

Serão substituídos quatro secretários e o advogado-geral do Estado. Para o lugar do secretário de Saúde, Marcus Pestana (PSDB), foi anuncia-do o atual secretário-adjunto da Saúde, Antônio Jorge de

Souza Marques (PPS), e para a Secretaria-adjunta, Vagner Eduardo Pereira, diretor da Fa-culdade de Ciências Médicas. Na Secretaria de Desenvol-vimento Social, será empos-sada a ex-reitora da UFMG e diretora da Unesco Ana Lúcia Gazzola (PSB), que substituirá Agostinho Patrus Filho (PV).

Na pasta do Desenvolvi-mento Regional e Política Urbana, o indicado é o atual presidente da Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab), Sebastião Navarro (DEM), que entra no lugar de Dilzon Melo (PTB). Para a Secretaria de Esportes e Ju-

ventude, o vereador de Belo Horizonte Alberto Rodrigues (PV) substitui Gustavo Cor-rêa (DEM). Para a Advocacia-Geral do Estado, o governador indicou o advogado-geral ad-junto, Marco Antônio Rebelo Romanelli, para substituir Bonifácio Andrada.

“Conseguimos, pelo me-nos no primeiro escalão do governo e, espero nos esca-lões secundários, manter o mesmo nível de qualifi cação, manter o mesmo equilíbrio partidário que nos sustentou até aqui. Se temos uma marca neste governo, é a marca da responsabilidade no cumpri-

mento dos objetivos pactua-dos”, disse o governador du-rante o anúncio.

Aécio Neves também anunciou que, até o dia 5 de fevereiro, será anunciada a substituição de outros 20 in-tegrantes do governo, que ocupam cargos de subsecre-tários, diretorias de empresas, fundações e autarquias. O go-vernador também confi rmou que o secretário de Defesa So-cial, Maurício Campos Júnior, deixará, por razões pessoais, o cargo no mês de fevereiro, mas que ainda não há defi ni-ção sobre o nome que o subs-tituirá.

ELEIÇÃO

GOVERNADOR vai passar o cargo para Anastasia em março para disputar as eleições

WELLINGTON PEDRO/IMPRENSA MG

Seremos donos do negócio. Mas, para a concretização da fusão, vaidades terão de ser deixadas de ladoADRIANO REIS QUEIRÓZ | PRODUTOR

MURIEL GOMES 23/6/2007