ecologia organizacional

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ECOLOGIA ORGANIZACIONAL Victor Alexandre Bacchi

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Economy & Finance


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Page 1: Ecologia organizacional

ECOLOGIA

ORGANIZACIONAL

Victor Alexandre Bacchi

Page 2: Ecologia organizacional

Lamarck

Page 3: Ecologia organizacional

Darwin

Page 4: Ecologia organizacional

O novo ambiente

acabou por selecionar

as espécies mais aptas

a sobreviver, de acordo

com as suas próprias

características.

Mariposas e chaminés

Page 5: Ecologia organizacional

Seleção natural - Darwin

• A variabilidade das espécies promove

características que diferem um ser do outro.

• Tais características podem ser adequadas ou

não para cada tipo de ambiente.

• As espécies que possuem as características

mais adequadas, têm maiores chances de

sobreviver e se reproduzir, passando adiante

essa característica.

Page 6: Ecologia organizacional

Ecologia Organizacional

Michael Hannan & John Freeman

As organizações não se adaptam ao

ambiente. É o meio que as seleciona. A

sobrevivência depende da natureza do seu

ambiente e das situações competitivas.

Page 7: Ecologia organizacional

Ecologia

Organizacional

Vs

Escolha

estratégica

Page 9: Ecologia organizacional

• Os seres humanos são capazes de tomar seus

rumos livremente, como seres autônomos.

• A ação organizacional é função dos gestores

da empresa e que, com isso, ela é capaz de

controlar seu destino através das decisões e

atitudes de seus dirigentes.

• A organização não depende apenas da

conjuntura em que está inserida, mas

também, e principalmente, das ações de

seus administradores, que podem alterá-la

ativamente.

Voluntarismo

Page 10: Ecologia organizacional

• Os homens e suas atividades ocorrem

em função do ambiente, dependendo

da situação em que estão inseridos.

• As organizações não tem a opção de se

adaptar ativamente ao meio nem de

alterá-lo para que ele se ajuste às suas

próprias necessidades (limitação na

atuação do gestor).

• As empresas ficam a mercê daquilo

que ocorre em seu ambiente externo,

ou seja, de fatores fora do seu alcance

de atuação e controle.

Determinismo

Page 11: Ecologia organizacional

• O ambiente não impõe uma estrutura

específica para as empresas.

• A mudança da estrutura organizacional é

possível a partir das ações dos

administradores.

• Essas ações variam de acordo com as

percepções, valores e interesses de cada

gestor, o que significa que o fator

determinante na sobrevivência da

organização é a escolha dos indivíduos

que estão no poder.

Escolha Estratégica

Page 12: Ecologia organizacional

• O ambiente é o responsável pela seleção

das empresas que estão mais aptas para a

sobrevivência.

• O administrador tem um papel

meramente secundário, uma vez que suas

ações não influenciam as contingências

da organização de maneira eficaz.

• Ou seja, estar com as características

mais adequadas ao ambiente é o ideal de

acordo com tal raciocínio.

Ecologia Organizacional

Page 13: Ecologia organizacional

ECOLOGIA ORGANIZACIONAL

Joel A. C. Baum

Page 14: Ecologia organizacional

Principais Conceitos

• Variedade: criada pela diversidade (por processos

planejados ou não).

• Seleção: algumas organizações são mais adaptadas

ao ambiente, e são elas que sobrevivem.

• Retenção: as organizações selecionadas são

preservadas e reproduzidas posteriormente.

Page 15: Ecologia organizacional

Inércia Estrutural

• Não adianta a organização tentar

se adaptar ao ambiente. Ela possui

limitada capacidade de mudança.

• As mudanças que ocorrem nas

organizações não podem ser

controladas. O gestor possui

limitada capacidade de atuação.

• As respostas adaptativas não

somente são difíceis, como

perigosas.

Page 16: Ecologia organizacional

Elementos de análise

1. Organização

2. População: conjunto de organizações em

atividades e padrões similares. As

populações formam-se por segregação ou

isolamento (tecnologia, regulamentações).

3. Comunidade: relação entre populações

engajadas em atividades distintas.

Page 17: Ecologia organizacional

Foco dos estudos

Explicar:

• A diversidade (população e comunidade)

Pela análise das taxas de:

• Fundação x Fracasso

• Criação x Morte

Page 18: Ecologia organizacional

Pressupostos

• A Diversidade é uma característica dos

agregados de organizações.

• As Organizações tem dificuldades para operar

num ambiente incerto.

• Uma Comunidade de organizações é raramente

estável.

Page 19: Ecologia organizacional

2 Críticas ao modelo

• Inércia estrutural – desconsideração da ação

humana (Van de Ven).

• As ações dos indivíduos não explicam a

diversidade nas populações de organizações.

Page 20: Ecologia organizacional

Fundação e fracasso

organizacional

Page 21: Ecologia organizacional

Diferença essencial

Abordagem tradicional

• Fundação da Organização: traços

inatos, personalidade do indivíduo.

• Fracasso da Organização:

Inexperiência, incompetência

Administrativa.

Ecologia

As causas são ambientais

(sociais, econômicas e políticas)

: processos demográficos /

ecológicos e ambientais

Page 22: Ecologia organizacional

Principais abordagens

ecológicas para

fundação e fracasso

Page 23: Ecologia organizacional

Principais Abordagens

Processos Demográficos

• Dependência da idade

• Dependência do tamanho

Processo Ecológico

• Amplitude do nicho

• Dinâmica da população

• Dependência da densidade

• Interdependência da comunidade

Processos Ambientais

• Processos Institucionais

• Processos Tecnológicos

Page 24: Ecologia organizacional

Processos Demográficos

Processos Variáveis chave Previsões Chave

Suscetibilidade das novatas

Suscetibilidade das adolescentes

Suscetibilidade da obsolescência

Dependência do

Tamanho

Tamanho

organizacionalSuscetibilidade das pequenas

Dependência de

Idade

Idade

Organizacional

Page 25: Ecologia organizacional

Suscetibilidade das Jovens

• São mais vulneráveis pois tem que aprender e criar

novos papéis e rotinas num momento que os

recursos estão sendo exigidos até o limite

(Stintchcombe, 1965).

• Pressões seletivas favorecem as organizações que

demonstram confiança e justificação.

• Confiança e justificação dependem de alta

reprodutividade, que é gerada pela inércia

estrutural.

• Organizações mais antigas possuem estruturas mais

reprodutíveis. (Hannan & Freeman, 1984).

Page 26: Ecologia organizacional

• Maior tamanho leva à inércia

estrutural. A inércia leva a uma

maior confiabilidade, com isso são

menos suscetíveis aos fracasso

(Hannan & Freeman, 1984).

• Tamanho tende a legitimar

organizações. Sucesso é um indicador

de um futuro confiável (Baum)

Suscetibilidade das Pequenas

Page 27: Ecologia organizacional

Algumas Críticas

• Nos estudos há sempre uma

tendenciosidade da amostra (Katz &

Gardner, 1988).

• Existe sim a possibilidade das

organizações jovens adquirirem alta

legitimidade e acesso a recursos mais

cedo (Baum & Oliver, 1991).

Page 28: Ecologia organizacional

Processo Ecológico

Processos Variáveis chave Previsões Chave

Estratégia de

Especialista

São favorecidos em ambientes

concentrados e refindados

Estratégia do

generalista

São favorecidos em ambientes de

grande variabilidade

Fundações

anteriores

Iniciar crescimento em fundações

prévias sinaliza oposrtunidades

Fracassos anteriores

Iniciar crescimento nas mortes

prematuras libera recursos estimula

novas fundações

Dependência de

densidade

Número de

organizações

Iniciar crescimento na densidade

aumenta legitimidade e diminue

fracassos.

Interdependência

de comunidade

Densidade da

população

Examina os efeitos da densidade em

polulações

Dinâmicas de

amplitude e Nicho

Dinâmica da

População

Page 29: Ecologia organizacional

Amplitude de nicho• Alguns estudos não confirmaram a

predominância de especialistas em

ambientes mais refinados.

Dependência de Densidade• Há críticas sobre a generalização da

teoria da dependência. Essas

relações deveriam ser melhor

exploradas (Singh, 1983).

Algumas Críticas

Page 30: Ecologia organizacional

Interdependência da

Comunidade• As comunidades estudadas foram

limitadas em escala e escopo a

setores econômicos isolados de

atividade organizacional.

• A pesquisa organizacional

permanece focada no estudo das

populações.

Críticas

Page 31: Ecologia organizacional

Processos Ambientais

Processos Variáveis chave Previsões Chave

Desordem política

Afetam fundações e fracassos,

relinhando recursos para utilização por

outras organizações

Regulações

governamentais

Afetam fundações e fracassos,

melhorando legitimidade, subsídios,

regulando competição

Ligações

Institucionais

Reduzem níveis de fracasso pois

conferem elgitimidade

Processos

TecnológicosCiclos tecnológicos

Afetam fundações e fracassos,

mudando a importância relativa de

recursos, criando oportunidades

Processos

institucionais

Page 32: Ecologia organizacional

Turbulência política

• Fundações de jornais na Argentina e na Irlanda.

• Aumento de fundações (Jornais).

Regulamentação Governamental

• São vistas como restrições na aquisição de recursos,

afetam a diversidade organizacional (Barnet &

Carroll, 1993; Hannan & Freeman, 1977).

Processos ambientais

Page 33: Ecologia organizacional

Conexões institucionais

• Organizações tem mais chance de sobreviver se ela

obtém legitimidade, suporte social e aprovação do

ambiente institucional (DiMaggio & Powell, 1983).

Processos Tecnológicos

• Altera a natureza da competição (Cohen & Levinthal,

1990).

• Destruição criativa (Schumpeter, 1934; 1950).

Processos ambientais

Page 34: Ecologia organizacional

As ligações de uma organização a um

processo ambiental maior (institucional,

tecnológico, político e governamental)

podem alterar as relações causais

básicas propostas na ecologia

organizacional. Isto sugere a

necessidade de pesquisas adicionais

sobre relações institucionais.

Visão Crítica

Page 35: Ecologia organizacional

Mudança

Organizacional: Teoria

da Inércia Estrutural

Page 36: Ecologia organizacional

O estudo da Mudança Organizacional

A teoria da Inércia Estrutural de Hanna & Freeman

(1984) analisa duas questões principais:

1. Até que ponto a organização pode mudar

2. A mudança é benéfica?

Page 37: Ecologia organizacional

Até que ponto a

organização pode

mudar?

Page 38: Ecologia organizacional

Mudança e Inércia Estrutural

• As organizações sofrem pressões por uma

performance confiável e por ações responsáveis.

• Essas características requerem estruturas altamente

reprodutíveis (estáveis).

• Reprodutibilidade alcança-se pela institucionalização

e padronização.

Ambas são pressões inerciais contra

mudanças!

Page 39: Ecologia organizacional

Pressões inerciais variam em função da estrutura

organizacional

A estrutura refere-se 2 tipos de características:

• Características centrais: objetivos organizacionais, formas

de autoridade, tecnologia principal, marketing.

• Características periféricas: número / tamanho de

subunidades, níveis hierárquicos, comunicação.

• As características centrais tem um caráter mais inercial.

Possibilidades de mudança em características centrais

declina com a idade e com o tamanho.

Page 40: Ecologia organizacional

A mudança é benéfica?

Page 41: Ecologia organizacional

Relação entre mudança nas características

centrais e suscetibilidade dos novatos

• Mudanças nas características centrais produzem

suscetibilidade dos novatos.

• A tentativa de mudança diminui confiabilidade e a

justificabilidade fazendo a organização voltar aos

níveis de uma novata.

• Mudanças que visam promover a sobrevivência

expõem as organizações a um risco maior.

• As organizações podem fracassar como resultado

direto das suas tentativas de sobrevivência.

Page 42: Ecologia organizacional

Organizações mais velhas embora com menor

probabilidade de mudanças nas características

centrais num primeiro momento, tem maior

probabilidade de morrer durante uma tentativa

de mudança desse tipo.

Relação entre mudança nas características

centrais e suscetibilidade das mais velhas

Page 43: Ecologia organizacional

• Devido a teoria da Inércia estrutural há muitos

estudos sobre fundação / fracasso e poucos sobre

mudança organizacional (Hannan & Freeman, 1984).

• Pois a Mudança organizacional pouco reflete numa

mudança no nível da população.

• Isso até pouco tempo era verdade indiscutível.

Há um crescimento dos estudos relacionando a influência de

fatores ambientais nas taxas de mudança em organizações

individuais e a adaptabilidade dos diferentes tipos de mudanças

organizacionais.

Resumindo...

Page 44: Ecologia organizacional

Reconciliando

adaptação e seleção

Page 45: Ecologia organizacional

Conciliar adaptação e seleção

• As duas visões não são

totalmente incompatíveis.

• A complementaridade das duas

teorias foi refletida em diversas

pesquisas.

Baum e Singh, 1996.

Page 46: Ecologia organizacional

• Organizações mudam

frequentemente em

resposta ao ambiente sem

nenhum efeito prejudicial.

• Taxas de mudança não são

compelidas pela idade e

tamanho (conforme teoria

da inércia estrutural).

Fraqueza da seleção Fraqueza da adaptação

• As mudanças parecem mais

ligadas a buscas aleatórias

do que a uma ação

estrategicamente

calculada.

Page 47: Ecologia organizacional

Conclusão

• Uma análise completa do

ambiente-organização deve cobrir

tanto adaptação quanto seleção.

• Hora de expandir as fronteiras das

duas perspectivas e criar uma

abordagem combinada que veja a

adaptação e seleção como

complementares.

Page 48: Ecologia organizacional

Desafios

Page 49: Ecologia organizacional

Em que a ecologia organizacional contribui

para o progresso dos estudos

organizacionais?

“A força desta teoria pode ser medida pela sua

capacidade para acumular problemas empíricos

resolvidos enquanto minimiza o escopo de

problemas empíricos e conceituais não

resolvidos”.

Page 50: Ecologia organizacional

Principais Desafios...

• A ecologia organizacional avançou no conhecimento do espectro de

problemas empíricos, poucos (se algum) podem ser considerados

resolvidos.

• Há questionamentos sobre a validade dos teste das hipóteses teóricas

decorrente da utilização de banco de dados históricos.

• Os ecólogos organizacionais desejam uma teoria generalizável entre

populações organizacionais (nenhuma teoria pode ser precisa e geral ao

mesmo tempo)

• Teorias devem sacrificar algumas dimensões e maximizar outras.

• Um equívoco é generalizar a teoria da dependência da densidade ou da

teoria da inércia estrutural.

Page 51: Ecologia organizacional

Direções futuras

• O sacrifício do realismo contextual e da precisão de medidas a favor

da generalidade pode esconder muitos problemas chaves da ecologia

organizacional.

• Sacrificar alguma generalidade poderia ser benéfica.

• Focar mais as anomalias (resultados inconsistentes uns com os

outros).

• Isso seria fundamental para especificar em que condições a teoria se

sustenta.