ebó no culto aos Òrìsà

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    ORIXAS

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    Este O eb no cu lto aosorixs, de Orlando J. Santos,

    Bblris da Nao Ktu,integra um esforo derecuperao de saberesancestrais comuns aos africanose seus descendentes nadispora que, por razesinmeras, vm se perdendo,com incalculveis prejizos paraa cultura negro-brasileira e paraa afirmao de nossa identidadenacional.

    O Autor co mega porabordar a noo de Oldmar.A seguir, observa a constituigaodo Or (cabea) e do homemcomo um todo. Dedica-se explicitao de s, primordial

    ao saber e prticas rituais.Oferece-nos uma viso sumriado que so os ris e asprincipis caractersticas decada um, terminando pordetalhar o "assen tam elo" detrs deles, os mais importantespara os finsa que se prope otexto: Es, Ogn e sl.

    Ingressa, finalmente, emseu objetivo especfico, o eb noCandombl, comegando pelomais importante, o Ebor (ouBori), destinado cabega (Or);seguido do oferecimento doigbn a sl, um dos maiscomplexos, delicados e

    importantes sacrificiosofcrecidos (o igbin

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    Srie Or Vol. 3

    CIP-Brasil. Catalogaao-na-fonteSindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    Santos, Orlando Jos dosS236e 0 eb no cu lto aos orixs / Orlando J. Santos; [ilustra-

    es, Renats Martins]. Rio de Janeiro: Pallas, 1993.140 p. (Srie Or;v. 3)

    Bibliografia.ISBN 85-347-0017-6

    1. Candombls Rituais e prticas. 2. Deuses dos can-dombls Culto. I. Tf tulo. II. Srie.

    93-1007CDD -299.67CDU -299.6.3

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    ORLANDO J. SANTOS

    OEBNo Culto aos Orixs

    QjPAUA$

    Rio de Janeiro1993

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    Copyright 1993 byOrlando J. Santos

    EditoresCristina Warth

    Ari Araujo

    CapaKrisnas

    llustragoesRenats Martins

    ComposipaoCid Barros

    Montagem e DesenhosJos Geraldo O. Lacerda

    Revi sao TipogrficaVera Lcia Santana

    Coordenapao Editorial

    Hernani de Andrade

    Direitos reservados desta edipao PALLAS Editora e Distribuidora Ltda.Ra Frederico de Albuquerque, 44

    Higienpolis CEP 21050-840 Ro de Janeiro RJTel.: 270-0186 - Fax: (021) 590-6996 U s

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    A Ela

    Que me prendeucorn o poderoso ebdo amor verdadeiro.

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    AGR ADECI M ENT O S

    A meu ori', que me fez e me faz forte dia-a-dia.Ib.

    A Ogn, senhor da riqueza quantitativa e qualitativa. Senhor dos caminhos da mode/a^ao, da prosperi-dade e da sabedoria. Meu ris. Ib.

    A meu Bblse. Vafdemar Nagozinho. fb. A Mar/y Bacciotti dos Santos, que datilografou e

    revisou o texto inicial, demonstrando paciencia com aminha impertinencia e mania de perfeccionismo.

    A meus editores A r i A^aujo e Cristina Warth minha gratidao pe/o espado concedido no catlogo edi

    torial da Pallas. A meu Filho-de-Santo Waldemar de Almeida Sng "cuca-fresca" que s vai se preocupar no diaem que a "havaiana" aumentar de preqo. Obrigado pormu ito. . .

    A Ajibola isau Badiru (Bb Onfsgn), pelosnmeros ensinamentos que me tem transm itido.

    Que ose de Ogn acompanhe a todos

    por toda a vida.

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    APRESENTA^O

    Este livro de Orlando J. Santos, Bblris daNaqao Ktu, integra um estorco de recuperalo de saberes ancestrais copiuns aos africanos e seus descendentes

    na dispora que, por razes inmeras, vm se perden- \do, com incalculveis preju izos para a cu ltura negro-bra-sileira e para a a fi rm a rio de nossa identidade nacional.

    Sua pub i cacao envolve questoes nao somente ticas, como tambm referem ptica pela qual ve o mundo, bem corno, ainda, visto o Povo-do-Santo pela soc iedade global em que est inserido.

    tais questoes envolvem, essencialmente, o segredosob o qual sao mantidas certas informaQoes essenciais,

    estratgia que, num sistema de tradiQao oral do saber,nao s o integra funcionando como ins trumento regulador da distribuicao do conhecimentobem como temsua excelencia e eficcia demonstradas como prtica dosaber ritual; funcionou, tambm, como tcnica de preservado, frente repressao cujo gradiente vai da escravi-zaqao folclorizagao, do aqoite ao oihar recriminador,da tortura e prisao d isc rim ina do e ao preconceito.

    Ora, esta estratgia, tao necessria em determinado

    momento, aliada falta de registros escritos (ao contr-

    VII

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    rio do que ocorreu em outros lugares, dos quais Cuba ex empio) somada, ainda, a nmeros outros fatores

    dentre os quais, admitamos, a inseguranca e a vaidade fa-zem presenta at hoje levaram a urna espcie de solu-cao de continuidade na transmissao desses saberes, ge-rando adaptages onde estas nao cabem; perda de "fundamentos" imprese indiveis eficacia dos rituais; insegu-ranca onde tal sentimento nao pode encontrar lugar; de-sordem; quebra da hierarquia; em suma, urna sucessaodas chamadas "marmotagens"; a possibi/idade da deso-nestidade fazer frente competencia.

    Isto, sem con tar a criagao do tao decantado "m odelo de pureza Nag", fruto da ragao e, ao mesmo tempo , da manutengao de tal estado de co isas, alimentadopela i/sao deformada de certa inte lectualidade acadmica.

    Neste contexto, o trabalho de Orlando J. Santos,um legtimo in telectual "do sistema", com seu saber for

    jado na prtica ritu a l do Candombt, assoma em im portancia no sentido da recuperalo desses saberes cuja di

    vulgaba o em letra de forma nao significa sua vulgariza-gao, pelo contrrio, visa a provar ao Povo-do-Santo esociedade global como um todo que nao estamos tratando com um mero tecido de superstigoes, mas comurna complexa e sutil epistemologia, como bem j oadvertiu Roger Bastide.

    E se o tex to, p o r vezes, pode parecer confuso, isto sedeve legtima tradiga o do saber negro-brasileiro que,ao invs de buscar a dissecala o do ob jeto, c ircunda-o,aborda-o em suas mltiplas facetas, em sua totalidade econcretude, conferndo cap tagao de sua essncia o ca-rter de revelagao.

    Aqu i, Orlando J. Santos comega p o r abordar levemente a nogao de Oldumar. A seguir, observa a consti-tuigao do Or (cabega) e do homem como um todo. Dedicase expcitagao de s, prim ord ial ao saber e pr-ticas rituais. Oferece-nos urna visao sumria do que saoos Oris e as principis caractersticas de cada um, terminando por detalhar o "assentamento" de tres deles, os

    VIII

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    mais importantes para os fins a que se prope o texto:

    s, giin esl.Ingressa o Autor, finalmente, em seu objetivo especfico, o Eb no Candombl, comeando pelo mais importante sacrificio (ebo), o Ebor (ou Bori), destinado cabea (Ori); seguido do oferecimento do igbin aOs-l, um dos mais complexos, delicados e importantes sacrificios oferecidos (o gbfn considerado o "boi deOxal").

    Finalmente, penetramos no campo mais genrico

    da prtica do ebo, aquele voltado s demandas que nossao impostas pelo dia-a-dia, para as quais o sacrificio sefaz necessrio em busca da vitria, do sucesso e do equilib rio . Constatando a simplicidade e a seriedade de taisprticas rituais, melhor compreender o Leitor os cuidados de que se cercou o Autor antes de revel-los, forne-cendo conhecimentos indispensveis a quem pretendeutilizarse das sutis energas que envolvem sua prtica.

    Autorizamo-nos, pois, a fazer urna ltima observa-ao queles a quem sua leitura se destina: respeito sua cabea fora divina que ne/a habita , cabea de seusemelhante, sao componentes essenciais ao bom xito detais prticas, onde o dio, a mesquinhez e sentimentosbaixos nao podem encontrar tugar, sob risco de "o feitiovirar contra o feiticeiro". O que costumamos classificarcomo bem e mal, sao faces de uma mesma moeda, cujovalor precisamos saber a ferir.

    , portanto, com muito prazer, que apresento aopblico leitor mais este trabaiho de Orlando J. Santos,0 Eb no Culto aos Orixs, desejando-lhe e a todos sucesso e m uito ^e.

    Ari Araujo

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    NDICE

    Agradecimento VIApresentapao VIIIntrodugao 1A mportncia de Oldumar 30 culto de Ors 7su 19Assentamento de s (pessoal) 29su Om Yang 31

    Os r/'s 33s 35Ogn 37Oss/' 39Osnyin 41Lgn Ede 43Osumr 45Ob/wiy 47

    Sng 49Qsun 51Oy 53Yemonja 55Nan 57Ors/ 59

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    Assentamento de gun 61Assentamento de risl 75

    Ebor i 77Or de sacrificio para o

    igbin de Orisal 95Ebs de Od e efo 101Outros ebs 115Palavras finais 126Bibliografia 127

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    INTRODUCTO

    Existe a manifestacao dos Oris, no consciente e noinconsciente dos homens. Existem a razao e a emopao,que geram acertos e desacertos. E a cada passo h sempre algo a ser reformulado, repensado, refeito, modifica

    do. Seja l o que for, preciso que se abra um caminhopor onde se possa respirar com razo o nosso dia-a-dia.

    necessrio refazer a consciencia de quem sou EU,para encontrar o equilibrio emocional, adormecido emnosso inconsciente.

    Comece, j, a questionar a sua vida com os ris eo porqu dos ris em sua vida.

    0 meu intuito com este O Eb no Culto aos Ori-xs faze-lo ciente de que ebo s importante quan

    do se o faz tendo por finalidade a reestruturacao doindividuo com o meio onde vive.

    Se cuide!

    O A uto r

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    A IM PORTANCIADE O L D M A R

    Ele pode ser visto como a base estrutural do Universo. 0 centro nervoso, ondas eletromagnticas do buraco negro. Partculas que deram origem Terra e a to das as formas de vida.

    Entretanto, encontramos dificuldades para explicara essncia de Oldumar, que est intrnsecamente acoplado fragmentado e expansao do principio cosmolgico*. E isso s nos permite ter das aproximadas, naoexatas, do que seja Deus. Desta forma, passamos por umprocesso experimental de laboratorio existencial.

    Quic um dia nos encontremos dentro dos parmetros previstos por Oldumar, cuja onipresenca estguardada em segredo numa simples partcula de tomo barreira da existencia onde nos tornamos inertes es-trutura global do Universo em que nao se enquadram asidias comuns.

    * Nota do Editor: I interessante observar que tal princ pio de expansao doqual s o agente coincide com a teor ia do Big Bang, a mais provvelpara a origem do universo, e que acaba de ser atestada pelo astrofi'sico americano George Smoot.

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    Assim, a causa-origem de todas as causas continua

    sendo um grande mistrio para o homem que, de todasas formas (com mu tas filosofas, crenpas e crendices),tenta explicar o inexplicvel. E de Oldmars poss-vel explicar o efeto, porque a causa, mesmo quando en-quadrada numa visao espiritualista, acaba por esbarrarem um grande porqu, a par tir do momento de conce-ber-se as idias de tempo e espapo.

    Se a vida surgiu a partir de urna transmutapao fragmentada de Oldmar, podemos traduzi-loda seguinteforma: Dizer Fazer Organizar lanpar energa capaz de movimentar-se no espapo vazio e fazer-se onipo-tente, onipresente e onisciente em relapao ao Universoque Ele prprio cr iou. E a alma da existencia passa a sersombra e o espirito da vida, vento.

    Desta forma, o homem continua, como sempre, merc do prprio destino, sem muita consciencia de si.Ele, entao, tem que retroceder ao seu passado, em buscade sua origem sopro eterno de vida. E entre as vidaseternas estao os ris, porpao de Oldmar feito ho

    mem. Estes foram os primeiros seres criados, com ajuncao de:

    A G U A + T E R R A = B A R R OBARRO + SOPRO DIV INO = MO VIMENTOMO VIMEN TO + ESTRU TURA = HOMEMHOMEM + CONSCINCIA = ORS.

    Assim sendo, o homem comum resultado dessajunpao, e dentro dele existem nmeros pontos a serem

    tocados para que se transforme continuamente. O pro-cesso lento, porm exato. Para compreender esta colo-capao bastante simples: basta olhar o tronco de umar-vore e ver que a natureza se perde em seus ramos, transformando-a em fonte de vida. Entretanto, isto s pos-svel porque as substancias de seu porte sao sugadas datrra atravs da raiz.

    E ns precisamos fazer isso: entrar em nosso campomagntico em busca da verdade e de nossa origem, bus

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    car o tronco com direcionamento para a raiz, para que aramagem nao se perca no nada. . . E a raiz o nosso rs(antepassado divino), que faz parte da estrutura terrestree da consciencia de Oldmar. Assim, a importncia deOldmar igual importncia que o homem d parao seu r/'s or(cabea) / s(protetor) ou seja, pro-tetor da cabea.

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    O CU L T O D E

    RSo

    O culto de rfsest intimamente relacionado comos cuidados que cada um deve ter com a prpria cabega,que um guia certo, ou incerto, do nosso destino.

    O homem tem a tendencia natural de olhar para fora, sempre buscando solupoes as periferias do seu EUe.esquecendo-se quase que completamente de se voltar para dentro de si mesmo onde, sem dvida, encontrar res-postas adeqadas s suas perguntas mais intrigantes.

    A cabera pode ser entendida como o micro domacrocosmo no homem. Por ser O r a cabera fsica,esta , portanto, smbolo da cabera interior chamadaOr n, que constitu a essncia do ser e controla totalmente a personalidade do individuo, guando-o e ajudan-do-o desde antes do nascimento, durante a vida e aps amorte. Esta , entao, a centelha divina no humano.

    A cabega {Ori'} a prmeira a receber a luz e a re-ceber de Deus (Oldmar) o destino, na ocasiao do nascimento.

    Um dos nomes de Deus Orsefonte da qual ori-gnam-se os seres e, originalmente, todo O r bom,

    porm, sujeito a mudanzas, pois a sua prpria condutpode transform-lo negativamente e iniciar-se, assim,

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    urna srie de acontecimentos interminveis de infelicidades na vida de um homem, a despeito de seus esforpospara tentar melhorar.

    Em casos assim, o Orprecisa, entao, de cuidadosespeciis, cultuado como urna divindade "parcialmente" independente e recebe oferendas e orapoes no ato litrgico conhecido por Ebor. Desta forma, os adeptosdo culto de rsdizem:

    Or mo p o o!Cabera, eu te chamo!

    O r re mo k o!Cabera, eu te sado!

    O Destino do Homem

    preciso compreender que a base do sustento humano o seu futuro. Onde agora apia os seus ps, sersua morada eterna. Mais tarde, juntar-se-lhe- a fora es-trutural da composio terrestre. Quem hoje- descendente, amanha ser ancestral, e certamente sentir-se-feliz no espao-alm, por ser lembrado pelos seus descendentes que, nao se esquecendo de seus antepassados,procuram, atravs do culto, melhorar ou, at mesmo,erradicar problemas de origem gentica.

    Desta forma, o individuo que consciente de si,sabe o Od (destino) que rege a sua ancestralidade e seeste tem sido bom para o desenvolvimento material eespiritual da familia. Se nao tem sido bom, ele entao modifica o seu destino familiar. Esta urna das finalidades do culto aos Ors.

    Para exemplificar, digamos que o Od que regeurna determinada familia seja: tagnd. Baseado nes-te cdigo, podemos dizer que esta familia de guerrei-ros, de homens fortes e valentes. Mas, que tipo de guer-reiros? Aqueles que sempre vencem as batalhas? Ou,

    simplesmente, arrumam confuses, gerando problemaspara todos? Se isto o que ocorre, a providencia a ser

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    (ornuda despachar o lado negativo de Etagnd, quewt prejudicando, por exemplo, Otun iy (o lado direi-

    to, ancestralidade masculina).O mesmo pode estar ocorrendo com Osi iy (o la

    do esquerdo, ancestral idade femm ina).Sabendo de sua origem, o homem conhece a si mes

    mo. Pode olhar para o yo Orn (origem espiritual), bemcomo para o wo-Orn (futuro) com dignidade. Despertar Osu (consciencia do inconsciente, que o divinono homem, manifstagao de Deus). E Deus nao ne-n h u m bicho-de-sete-cabegas. o simples despertar daconsciencia plena do homem. E o "adversrio" simplemente aquele que ofusca a consciencia para que, nostroperos da visao mental, o homem se encontre com aluz. Assim sendo, a escuridao claridade absoluta.

    Desperte! Olhe para dentro de si e chame por Or.Ver, assim, o despertar de um Deus forte, capaz de ilu minar a sua mente ofuscada pelos preconceitos doshomens.

    Veja-se dentro de sua originalidade:

    O LADO DIREITO PARA OS SEUS

    AN TEPASSADOSMASCULINOS

    0 I IGADO COMOO CENTRO DAS SUASEMOQES

    SEM REACOES81 NTI MENT AIS

    OS PS VOLTADOS PARA OSEU FUT UR O (OSSO - ESQUE LETO).COMPONENTE ESTRUTURAL DA TERRA

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    Nao podemos esquecer que a Terra quem conta otempo e se conta o tempo, ela sabe de tudo , e quemsabe de tudo, merece respeito. Alm de contar o tempo,gera o espago que se divide em quatro, e o homem temos quatro pontos cardeais expressos em si mesmo. Estrelacionado ao corpo ("eu" fsico), representado pelamente em atividade, criando, simbolizando a inteligencia, a ordem, a justiga e o amor em seus aspectos positivos.

    Pise no chao com respeito, e ganhe favores do lugaronde vive e do espago gerado em torno de si.

    Deus isso: a Natureza em toda a sua plenitude. o equilibrio estrutural, emocional e social. O homemnao estando envolvido com a Natureza perde a sua"identificagao emocional inconsciente com os prpriosfenmenos naturais.

    Se ame,, se goste, se respeite. Isso bom! E o resul

    tado do que bom sempre satisfatrio para mu tos. A vida isso, sem cortes, sem pontas, sem fim e sem come-go, sem fobias, sem torturas mentis que levam sempre oindividuo a urna desestruturagao emocional.

    A manifestagao de Deus visfvel no homem debom carter, e bom carter inclu verdade, sinceridade,honestidade e serendade.

    NORTE

    SUL -

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    O homem nao precisa julgar-se superior a todos os

    ou tros e levantar a cabea acima do normal, dando-nos.i percepo clara de sua atrofia mental. Tambm naoprecisa curvar-se demais, deixando claro a sua timidez ecomplexo de inferioridade. Seja normal. Seja divino!. . .

    Se voce bb/r (zelador), conscientize-se desua real condio dentro do culto, nao utilizando seusconhecimentos para explorar a falta de experincia dosiniciados.

    Se voc yw, ou iniciado de qualquer outro irau dentro da hierarquia existente no Candombl,lembre-se que o conhecimento dos mais graduados nem.ompre constitu sabedora, portanto, estes nao podemutilizar o que sabem para dmnuf-lo como pessoa. Oimples conhecer pode ser urna arma contra aqueles quenao tm pleno dominio do conhecimento.

    Sempre que possvel faa lembrar aos mais velhos

    to culto que yw tambm responsvel pela continui-

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    O Candombl, hoje, sem dvida urna religiao com

    muita freqncia e pouca permanencia, e isso se deve existencia de "sacerdotes" inescrupulosos, do tipo queraspa, pinta, catula, adoxa e assenta sem saber o qu. Eunao me cansarei de dizer que a cabega dos outros nao laboratrio de pesquisas. "Fazer" Santo despertar oadormecido no mais profundo do inconsciente humano,e isso arte ritualstica de manipulagao da prpria vida,o que, com certeza, nao est ao alcance de muita gente.

    Assim que o ywo, ou at pessoas com ttulos de

    gbnrni, Ogan, etc., saem de suas casas de origem embusca de um outro Pai-de-Santo que o adote. Este, porsua vez, sedento por um "axezinho" (dinheiro), e motivado peio orguiho de ter sob seu se um filho de outrobbln'$, tenta corrigir "erros". Tanto unscomo outros, indulgentes, apressados e sbitos, quebram em pe-

    o que nao pode ser reajuntado a mente hu-u- Isto apenas um exempo do que acontece em

    dsccr. r.. do sacerdcio apressado.Por isto, antes de "fazer" Santo escolha, e mu itobem, o seu A/a$e. Mu tos dizem que o Ors quem es-colhe o bb/ris. Puro engano, porque o livre arbitrio , nada mais, nada menos, que o poder absoluto dedecisao. E o futuro do homem depende dele decidir oque ele quer hoje, agora. Cuide do seu presente e preserve o seu futuro, em bom estado de equilibrio, prefer-ve! nao ter Santo "feito", do que ter santo "mal feito".

    E isso pode ser observado, analisado sem muita d ificul-dade, na prpria estrutura scio-econmica e cultural deboa parte dos adeptos do culto que se julgam com umgrande "poder", porm, desprovidos da base estruturaldo conhecimento ritual, atravs da qual possvel atingir a essncia, a espiritualidade, ligar o homem aos rse estes fonte de vida, tornando-o um veculo de comu-nicago social, facilitando muito os seus passos sobre aTerra. Havendo co m u n ic a lo entre os homens, haver

    comunicacao entre os rs, e conseqentemente comOldmar, que a fonte de todas as fontes de vida, oconsciente e inconsciente do ser.

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    Isto possvel quando se acorda e se diz:

    Or m i o!Or mo pe o o!

    Sim, chame, convide sua cabega a participar do seudia-a-dia. Or urna divindade com poderes ilimitados,cnquanto que os rs nao atuam em todos os camposde ago. Alm do mais, o poder do ri$ igual ao de-.(.'nvolvimento do Or, a depender da clareza de concep-go do individuo em relagao a urna determinada divin

    dade (ris).Aqueles que Ihe conhecem a origem, hierarquia,(josto e costume, evocagSes e ritos, conseguem com faci-lidade atingir a essncla do ri$. Isto resultado daconcepgao limpa. Do saber fazer, sabendo o porqu, oque tambm resultante da firmeza do O r /n que jdespertou a consciencia do EU.

    Assim que se cultuam os rsacreditando na ca-bega e na diregao dada ritualidade.

    0 conceito que os yorb tm a respeito dos rs6que todos ns viemos ao mundo para aproveitar devi-damente o nosso tempo. E as pessoas que estao envolvidas no culto, no decurso deste tempo, devem aproveit-lo no aprimoramento das coisas relativas ao estudo ecompreensao da ritualidade, de modo a aprender "tudo"sobre os rs, alcangando o respeito, em decorrncia dobom senso e de sua forga no desenvolvimento dos rituaisem que atua.

    sabido por todos que a melhor maneira de se

    aprender a executar os atos litrgicos , sem dvida, emsua Casa-de-Santo de origem, onde cada iniciado podeparticipar, questionar seu Alse e obter respostas ampias em relago ao que ocorre em dado momento.Assim, vai-se aprendendo, enquanto esclarecem-se as d-vidas. Este o ambiente adequado a um aprendizado seguro, onde a prtica da magia pode provar sua eficcia,em termos de resultados finis. 0 iniciado pode certifi-car-se, da aps da, da potencialidade do culto.

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    Mas, a verdade que a transmissao oral deixou etem deixado lacunas a serem preenchidas. Em decorrn-

    cia disso, mu tos tm se dedicado a escrever livros e maislivros sobre as nossas tradigoes, Alguns dignos de elogiose outros de pssima qualidade, tanto grfica, quanto Iite-rria e, por que nao dizer mesmo, desmoralizadores doculto. De qualquer forma, a preocupagao de todos temsido a de escriturar as diversas formas de culto aos ris,considerando que, por mais tempo de convivncia e par-ticipago nos ritos afro, nao se pode dizer que este ouaquele adepto tenha se tornado um conhecedor profundo de "todas" as prticas.

    Apesar da liturgia seguir urna linha x, em termosde execugao, cada bblris tem os seus "segredos"guardados debaixo de suas prprias unhas, e ao escreversobre o tema revela um pouco de seus conhecimentos,do seu s$. Assim, nasce a necessidade de buscar na literatura candomblecista um pouco mais de Saber, frisandoque conhecimento nao sabedoria, pois esta s se alcan-ga com a vivencia. E pensar que alguns "Zeladores"probem os seus filhos-de-santo de lerem. . . Ser porquesabem demais, ou de menos?

    Outro fator importante que o Candombl brasilero tem suas origens em vrios pontos da frica. Ospovos que nos transmitiram o culto fizeram-no de formaidntica de suas origens. Porm, 400 anos depois, pormais que nos esforcemos, nao conseguiremos realizar oculto como era feito em sua origem. Nossa religiao outra? Nao! Tomou forma diferente, foi adaptada a no-vos costumes.

    As mulheres africanas, feitas de r/s, por exemplo,

    sao vestidas somente da cintura para baixo. A visao quese tem disso como se fosse urna banana descascada ata metade, revelando o seu interior. O significado que aparte em descoberto sagrada ( Santo), e nao pode sertocada pelo homem, que passa a se interessar pela partecoberta, onde existe mais um mistrio a ser desvendado.Isso no Brasil seria um absurdo.

    Os povos que transmitiram melhor a visao que ti-

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    nham sobre o mundo, a vida, e Deus, foram os yorb

    (nag), os ejes (Ewe-Fn) e oscongo-angolanos(bantus).Estes conseguiram sobreviver s pressoes, tanto raciais,quanto culturis. Plantaram para sempre o culto de r-s, Inkic.e, Vodun, etc. em trras brasileiras, ainda quemal, devido perseguigo policial e s pressoes da reli-giao predominante.

    O Candombl, em seu carter uniyersal, tem mu itomais que manifestagao ritualstica. Inclui sabedoria,

    crenga, arte, moral, leis e costumes. Isto est presente nopensamento de toda comunidade, de forma implcita eexplcita, objetivando compreender a humanidade e a vida, de modo a integrar o individuo ao Cosmo.

    0 culto de ris conhecido como urna das maisantigas religioes do mundo, na histria da civilizagao dohomem, e seu objetivo principal alcanzar o entendi-mento com o Todo, abrindo caminhos de paz, harmo

    na, moral e f para a humanidade.Embora no existam leis escritas que determinem

    como proceder ritualisticamente, elas fazem parte do saber oral, passado de geragao a geragao, tornando-as in-contestveis no seio comunitrio candombl fsta, exata-mente por estas leis serem a mola mestra que desenvolvea uniao de todos os elementos.

    O culto estruturado em:

    O/dmar Senhor supremo do destino DEUS.Irnmo/ Seres divinos de comunicago Old-

    mar.Or$Sao Irnmolsde comunicago.Ornmil Divindade da sabedoria e patrono do

    orculo de lf-Qp$le de If-O/okum.Egngn So espfritos dos ancestrais.

    Os quatro pontos cardeais simbolizam o Universocomo um todo. Por sua vez, os componentes do Universo sao reagrupados, pertencendo a um desses quatropontos. Assim, temos: o masculino direita, o feminino esquerda, a cabega para o nascente (origem) e os pspara o poente (futuro).

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    YO ORNFRONTE - NASCENTE - ORIGEM

    W ORNOCCIPITAL - PONTE - FUTURO

    A crenca geral que Oldumar o criador do Universo e de tudo que existe. Espalhou seus poderes sobre

    as coisas de tal forma que seu prprio nome revela as caractersticas do poder que possui Deus em relacaoao Universo que ele prprio criou.

    Os ris sao divindades intermedirias de comuni-cagao. Tendo cada um a responsabilidade de guiar os es-pintos para a companhia daqueles da mesma linhagem.Cada um deles tem o seu dia sagrado, alimentos, animaspara sacrificios e folhas adequadas sua forma especfica de comunicagao. A sua importancia est intrnsecamente relacionada com a sua especalidade, o dominioque tem sobre um determinado elemento da Natureza,caracterizando assim o seu poder espiritual e o seu meiode atuacao. Desta forma, a grandeza de um determinadoris nao tao essencial, mas a inter-relacao entre um eoutro que realmente importante.

    As sociedades africanas tm urna conceptpao dualsobre a existencia e os fenmenos da Natureza. 0 pri-

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    meiro relaciona-se com a existncia no iy {terra habitada); e no run (espaco alm). O segundo refere-se aosfenmenos naturais.

    Cada individuo possui seu espirito especifico (Or0.I sto, por sua vez, encontra-se agrupado com outros demesma linhagem ou carter (gb run grupo ouinombro de origem espiritual).

    No que diz respeito aos fenmenos naturais, o que.ilcta a um membro de um gb run afeta da mesmaforma a um membro do gb Aiy. Assim, todos na Ter-i.i tm seu doubl no alm, e a atuacao do homem a ituacao de Oldmar (Deus), no plano naturai e so-brenatu ral.

    Ritualisticamente, acredita-se que todas as coisasda Natureza, tais como pedra, areia, madeira, gua, planta, ote., possuem essncias que podem ser ex tra idas" e111 I izadas para se fazer algo em beneficio dos homens.

    Rituais sao promovidos e correspondem eficciado nossas rezas que abrem facilmente um canal de comu-nicacao dos nossos desejos a Deus. Mas estes rituais va-riam em forma e ordem. preciso saber o tipo certo eossa determinacao advm de If-Olokun. E quando fei-to dentro das especificacoes corretas, os resultados seraosempre satisfatrios.

    Todos os ritos da prtica religiosa sao sistematizados. Desde encantacao, consulta do jogo dos bzios, sacrificios, oferendas, dancas, msicas e mesmo o aparentemente simples ato de co lher ervas sao revestidos debastante objetividade.

    A preocupacao principal o bem-estar da coletivi-dade, cuja responsabilidade de cada membro varia deicordo com o seu nivel de conhecimento. O principalobjetivo saber fazer sem, necessariamente, ter contatocom a negatividade.

    Desta forma, o Candombl urna variante religiosaforte. Cada membro detm, no hlito, no olhar, no andar, as maos e no pensamento, um poder genrico espiritual. As vezes de carter imperceptve!. Mas a verdade que os adeptos nao tm somente este poder, como

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    tambm podem atuar as conseqencias deste mesmopoder. Onde tudo pode ser feito, ou desfeito.

    O ob jetivo deste nosso trabalho tentar revelar asimplicidade contida na complexidade dos ritos sacrifi-ciais denominados ebo.

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    ESU

    s, divindade criada desde os tempos primordiais,

    c o porteiro de Oldmar (Deus). Representante dosliomons e dos Or/'s. Preconceituosamente, visto como,i nogagao da bondade e, nao raramente, associado ao demonio da visao religiosa crista.

    Todava, ele su quem estabelece a extensai (de de comunicagao entre os seres e a natureza divina

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    que interage com os distintos campos existentes em torno de si ou meio externo. Com a ajuda dele, cada organis

    mo pode pulsar em harmona com o Universo.0 s do plasma sangneo o s Bara (rei docorpo) e todos o tm como individual. o que chamamos de s pessoal. 0 individuo j nasce com eie. oelemento animador da matria. sanima os seres, e deles se nutre at o desvanecer da materia, cuja constitui-cao Ihe pertence Agua + Terra que deu origem Es Oni-Yang, cujas caractersticas sao as mesmas dohomem, e se manifesta atravs da bondade e da maldadehumana.

    Desta forma, como se todos ns fssemos"meio" se "meio" Oldmar. Se a vida nos foi doa-da por Oldmar, esta certamente nao se perpetuara,nao fosse o sangue doado por s, que tambm divinoe se manifesta em tudo e em todos.

    A verdade que somos filhos dessa juncao: barro +mi(sopro divino). Enquanto a matria fica no fuiuro,a essncia do ser volta origem e, por outro lado, nemtudo p. Porque s a metamorfose o grandetransformador , organizador fsico e espiritual. Criado

    especialmente para inspeconar os feitos dos homens edos Or isa. Ele atua em todos os nveis, espalhando oudistribu indo o se dos homens, dos Ors e de Oldmar.

    Este mesmo s Bara cria, com a prpria forca interna do homem (fluido energtico humano), o sbio-eltrico ou s social. Este o intermedirio de co-municacao, j que as partculas de tomo, ons e partculas neutras vao se agrupando at adquirir vida prpriae se instalar no quarto estado da materia (4?circunferen

    cia do corpo). Neste caso, ele aparece como s otris.

    O prmeiro ris (ejd), est fixado no segundoestado da matria, e o segundo ris (adjunt) no tercei-ro estado. Assim, qualquer informacao que vier de foraou de dentro necessariamente tem que passar por s.Como ssaiu de dentro, a sua tendncia escapar do

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    homem, fugir, cortar qualquer elo de ligacao existente.Oliando scomega a se distanciar da matria, as extremidades (ps e maos) do homem ficam trios. H necessi-dado, entao, de fazer culto, cham-lo de volta, para ener-i|i/ar novamente o corpo.

    39 ESTADODA MATRIA:

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    O dualismo a caracterstica do Universo, poistudo est apoiado em dois plos. Assim, s age comexpressa permissao de Otdmar. Se ele o mensageirodos Oris, porque s ele pode dar movimento s coisas, por conseguinte, somente ele pode transportar amensagem do som que sai. Esta urna das razes de socupar um lugar de destaque em toda liturgia candom-blecista e receber oferendas antes de todos os rs.

    s aexpanso de vida que transpira por todos osporos do Universo, como se fosse urna peneira, filtrandotodas as impurezas psquicas e comportamentais dos seres. Por isso, os que nao estao seguros do prprio car-ter, dizem:

    s ms mi ornoejmirn n i o s.Exu, nao me faa mal, faa malao filho de outra pessoa.

    Todos do culto de Orisquerem estar de bom acor-do com s, sem necessariamente estar de amores comele. Fundamentado apenas em um profundo conheci-mento de si mesmo, tendo consciencia de que s omovimento da prpria existncia.

    s a l K'at.Exu, aquele cuja grandeza se manifestaem todo lugar.

    Se todos tm o seu s Bara, logo ele individual,porque a composio oignica de cada um diversificada. 0 comportamento, entao, passa a ser nico, e spassa a ser o ajuste, o corretivo, o gerador da conscienciae do refletir. Cabe ao homem optar por seu lado Ebora(fora catica, acoplada prpria natureza de forma in-controlvel), ou seu lado irnmon/ (ser divino, com responsabilidades a cmprir, na Terra e no Espao, geradosem torno do prprio homem). Cada ao do homem

    gera urna reao, e o presente sem dvida o filho do

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    pussado, da mesma forma que o futuro o fiiho do pre

    sente.s fora completa, quando dele se diz:

    Logmn brunSenhor poderoso no run.

    A/agbraSenhor do poder

    ou ento:

    E/gbraSenhor da fora.

    o comunicador, o ntermediador. a paiavra deOldmar, o equilibrador de tudo, do todo. a capaci-dade dinmica da vida.

    Na teologia Yorb, s a divindade por ordem

    da unidade psquica do Ser que deu origem ao movimento de Luz, objeto central de estabilidade coletiva do ho-mem. Ele descrito com um carter tao verstil que de-vemos ser cautelosos a respeito do que dissermos sobreele.

    s certamente um r/s inclassificvei (em qual-quer concepo que no seja de dentro da teologiaYorb). Ele mu ito mais que as informaes que oclassificam como isto ou aquilo. Ele no foi um ser humano deificado, como algumas divindades que conhece-mos. Ele urna das principis divindades do cu, ondeestava com Oldmar desde o principio da criao.Nasceu juntamente com o Universo, o ministro do es-pao e serve vontade da criao.

    a divindade mao direita de Ornmil (r/'$a dasabedoria). primordialmente um "relaes pblicas especial" entre o cu e a terra, o inspetor geral que comu

    nica regularmente Oldmar os feitos dos homens edas divindades.Testa e faz relatnos sobre a exatidao dos cultose

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    marido. O efeito fo mgico, tornando-a, assim, a

    preferida do marido. Do jeito que s queria: opalco estava armado para a rivalidade agugada entreas duas esposas, cada urna empenhando-se para sobrepujar a outra no perigoso jogo de ganhar o amordo marido. s, vindo em auxilio de cada urna nasua vez do jogo, e o humor do marido balangandoda direita para a esquerda com a chegada de presentes cada vez mais bonitos. Quando s ficou satis-

    fe ito, as pepas tinham sido bem colocadas comoum quebra-cabecas, e a desastrosa exploso inevita-velmente ocorreria. Entao, ele abruptamente dei-xou de ir ao mercado. A prxima esposa em visita afeira ficou frustrada, nao encontrando mais o "talcomerciante". Voltou para casa em grande fria.

    Sendo assim, o objetivo de sem desarmonizaraquela familia, no que estiver trabalhando comgrande malicia, por firn aconteceu, ocorrendo entelo urna grande tragdia.

    A agao de spode ser vista como simplesmente maldosa, mas o tipo de maldade que gera justiga e exem-plo social. Entao, pergunto: s o Demnio? Nao!s a agao de Oldmar no destino dos homens e naorganizago da vida. Ele bom, o que nao bom ocomportamento do homem.

    s, nesta lenda, nao aparece como guardio dos sacrificios, e sim como guardio dos bons costumes.s senta-se no p do individuo, e este passa a respi

    rar com muita dificuldade, o ar fica muito pesado, o solmu ito quente, o fr i demasiado. O ind ividuo chora eschora com ele.

    s arranja problema onde nao h problema. A verda-de que ele cumpre sua missao de agente universal do

    bem e do mal.Ele aquele que dorme em casa e tranca a porta comum porrete, urna divindade bastante sensvel, fica indignado por qualquer motivo. Parece possuir um poderque somente Oldmar pode conter. Urna palavra dita

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    em momento nao apropriado pode despertar a sua ira.s joga nos dois times sem constrangimento. Anda se-

    nhoriaimente, sutilmente, balancando-se para a direita epara a esquerda; o Dono do Corpo. E os Yorbsaobastante cuidadosos neste sentido. Referem-se a s, di-zendo:

    O ri m i m (jkijrrio r i j r.Minha cabeca nao vai permitir que euexperimente a sua fria.

    Na verdade, ele temido at pelas outras divindades,e isso ocorre em virtude de seu oficio. stem o poderde vida e morte sobre todos. Alrn do mais, incidentalmente malicioso, um fazedor de travessuras, capaz decausar grandes confuses. Provocando situacoes complicadas ou promovendo malicia entre as pessoas. Por isso, melhor estar de bom acordo com s, eie quebra empedacinhos o que nao pode ser reajuntado.

    Certa vez, Sng dizia, gabando-se, que nao havia ne-

    nhum r isa que ele nao pudesse dominar. s logo o de-safiou: sto inclu a mim?Sng inmediatamente replicou, desculpando-se: Mas por que? Certamente voce nao poderia te r sido

    incluido!H quem diga que a forca primordial de s, neste

    mundo, armar emboscadas e criar situacoes dbias,mas, mesrno assim, nao podemos associ-lo ao Diabo.

    s, em nossa concepcao, apenas a interacao bioenergtica entre um homem e os demais. a combina-cao dos plasmas biolgicos entre si. E quando nao hequilibrio plasmtico, o homem cedo ou tarde fica enfermo: do corpo, da mente e da alma.

    Os Yorb entendem que para tudo correr bem necessrio que o homem esteja harmoniosamente em contato com as vibracoes positivas de $. Depositam todaa sua f em su as capacidades benevolentes e protetoras.

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    Ele ocupa urna posigo de destaque, representado porum smbolo que levantado no centro da cidade ou po-voado, o que freqentemente repetido dentro de casae em portas de templos, onde se cultuam os rs. Aspessoas se dirigem u religiosamente, de modo a buscar com ele um bom relacionamento.

    H lugares onde festivais sao promovidos anualmenteem seu nome. Em H Oluj, esse acontecimento se d emfevereiro, para marcar o cultivo anual da trra. Os Yor-b organizam esse festival para pedir as bngaos de Es,

    acalmando-o, para que tudo corra bem com o trabalhodurante o ano. Ele , indubitavelmente, urna das principas divindades dos Yorb. Nao h lugar onde nao sejacultuado e propiciado.

    A nossa visao que Oldumare Bssao justos. Agora, se a justiga aplicada resulta em descontentamente para o sujeito, isto acontece em decorrncia de seu compor-tamento. A justiga em si nao boa e nem m, simples-mente justiga!

    Assim, na mente dos candomblecistas, nao existe oconceito do bem e mal. Nao temos um Deus da luz e ou-tro das trevas. Temos o Universo como um Todo, mani-festagao de Oldumar (o Deus Supremo). O que acontece, porm, que somos um povo que "divide" Deusem diversas partes. Acreditamos que cada elemento oufenmeno da natureza seja urna manifestagao nica deSeu poder. O nosso objetivo estar de bom acordo comtodos os elementos, de modo a abragarmos somente olado favorvel. A gua (Osun) deve servir para man-ter a nossa harmona orgnica, saciar a nossa sede e ou-tras tantas finalidades inumerveis. claro que a guaum atributo maravilhoso de Oldumar, e est presentedesde a gestagao do ser. E a falta desta, mata os seres,mata a vida. Ao mesmo tempo, ela pode provocar doen-gas terrveis. Isso, os candomblecistas atribuem ira de0un. Desta forma, cada Ors corresponde a um ele

    mento da natureza, sem con tu do deixar de ser UM emrelagao ao Universo.Quando fazemos culto a um determinado elemento da

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    natureza (Or/s), como por exemplo: ao raio (Sng) representante da ira de Oldumar, o nosso objetivo atingir a essncia, a conscincia de Oldumarcomo umtodo. Acreditamos que cada agao gera urna reapo proporcional ao som emitido. Saudamos a sua origem, fa-zendo referencia s suas qualidades de energizador datrra sem esquecer, contudo, de seu poder destruidorque racha pilao, paredes, rvores, etc. Desta forma, anossa conscincia completa e a nossa f nao cega.

    Fazemos referencia s suas qualidades, com bastanteobjetividade, acreditando no poder criador e transforma

    dor da palavra.

    EM TUDO NA V IDA S A JUNO DE DOIS PLOSPODE GERAR ENERGIA PARA GARANTIR O

    MOVIMENTO

    s o jr ?Exu, voc amanheceu bem?

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    AS SENT AM ENTO DE S (pessoal)

    200 (duzentas) pedras de caminho (redondinhas)* 6 (seis) penas de odide** tecido vermelho muitos bzos urna cabapa grande,

    Procedimento:

    Pega-se a cabaga e corta-se ao meio, na horizontal. Re*veste-se com o tecido e enfeita-se com bzios, as bor

    das. Fazem-se seis furos em torno da cuia superior e enfeita-se com os ikdide. As pedras p5em-se dentro dacuia inferior.

    Folha8 de s

    Mamona Pega-pinto

    * O nmero 200 (/gba) significa "grande quantidade".* * As penas do pssaro odfdeso chamadas de ikdide.

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    Folha-da-costa

    Folha-da-fortuna Bredo sem espinho Alfavaquinha Malmequer bravo Folha-de-fogo Cansa ncao-de-porco Carrapicho-de-agulha.

    Sacrificio

    Um frango vermelho Urna galinha-d'angola.

    Oferendas

    Um o6/'div id ido em duzentas partes (em cima de s)Um orgb

    Seis bifes assados no fo rno e temperados com:ataare, azeite-de-dende e cebla. Gin seco.

    Obs.: Nunca se deve despejar mel sobre o assenta-mento de s. E tambm nunca se deve exagerarna quantidade de azeite-de-dend. 0 que ocorre o seguinte: quando se oferece gin (que urnabebida extremamente quente), corno se fosse

    fogo em cima de s. Se colocarmos leo emcima de qualquer fogo, a tendencia dele aumentar mas, se exagerarmos na quantidade, ofogo se apaga.

    Quem tem este tipo de s assentado, deve, todos osdias, antes de lavar a boca, mastigar um ataare, des-tampar o assentamento, rezar os o r k i e fazer os pedidos para o dia. 0 maior problema dos candomblecis-

    tas nao encontrar tempo para fazer um culto continuo e conceptivo.

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    Este o Esuda comnidade. o guardiao dos ter-reiros de Candombl.

    Sua cofnposigao de acordo com os fundamentosde cada Zelador. Todava, quando se tem conceppao lim-

    pa a respeito do carter de Es, ele preparado com: ar-gila, matria inicial existencia humana; e ferro, que entra apenas para formar sua estrutura.

    Os animais de sacrificio sao os mesmos do spes-soal. A diferenga que qualquer um dos membros da co-munidade pode ir no p deste e fazer seus pedidose reclamapSes. E neste caso que mora o perigo, porquenota-se que os mas novos nao tem se preocupado muito com os efeitos que um simples pensamento pode pro

    vocar.

    S O M I Y A N G

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    OS O R S

    O destino das pessoas regido pelos Odu, predestinado de tudo o que existe no Universo, favorveis oudesfavorveis vida, em todos os sentidos.

    Cada Od, portanto, est dividido em duas categoras: positivo e negativo, e representa a mais alta mani-festapao da energa csmica de onde nasceu a vida ,e que deu origem aos Or$bsicos, surgindo, assim, ou-tros Ors, mutagoes dos primeiros, dando origem a urnalinhagem de descendentes que chegam at ns por estefio que nos liga ancestralidade.

    Deste modo, todos ns somos Ors de comunica*Cao e a manifestapao do homem a manifestapao da na-

    tureza e de Deus.

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    SEm sua origem cosmogentica o responsvel pela

    existencia da vida na Terra, , portante, o inspetor deOldmar (Deus), desde os tempos primordiais.

    o viajante da rota cu terra, muito veloz, e

    pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo.Todos precisam abraar seu lado favorvel, de modo a transitar pelas encruzilhadas da vida sem serem perturbados por ele.

    Os Oris dependem de spara fazerem transmitiras comunicaes dos homens a Deus, pelo fato dele estarlocalizado no meio das encruzilhadas de trs pontas, deonde so gerados vrios caminhos, tornando-o, assim, otradutor divino das mensagens de Qrnml (divindade

    do Orculo de If). urna divindade do fogo, associada ao movimentoe ao processo de criao dos seres, , portanto, um Ori sda fr tilidade e procriao.

    Enquanto o homem respira pelas narnas, s respira por todos os poros. Est associado aos eltrons, energia, cuja grandeza se manifesta em toda a parte.

    s ms m i ornoelmirn n i s

    Exu, nao me faa mal,faa mal ao filho de outra pessoa

    Cores: vermelho e pretoDia: segunda-feiraNatureza: encruzilhadas de trs pontas (orta m ta)Metal: bronzeSaudao: Lary!Contas: miangas azul-arroxeadoEmblema: ogo (porrete), d (cabaa).

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    G N o Orisdos caminhos, da prosperidade e da sabe-

    doria. Est associado ao ferro, elemento essencial cons-trugao de qualquer objeto.

    senhor de dois facoes; um ele usa para cortar a

    horta, e o outro para abrir caminhos. Mesmo tendo guaem casa, banha-se com sangue. Em vez de roupa, usafogo para se cobrir. Est associado s lavas vulcnicas esua fria, quando experimentada pelo homem, desintegrado na certa.

    um Oris nervoso, colrico, que fere e mata, valente e sanguinrio. Com sua natureza tenaz, faz oudesfaz, desconhece totalmente a razao e age somente pela emogao. Est agregado ao sulfato ferroso do ffgado,centro das emogoes e sensagoes humanas.

    E o dono da forja, da casa e do espago fora dela.Portanto, um vencedor de bataihas. Removs os obstculos e abre os caminhos da modelagao da disposigaoorgnica.

    Tem o poder do fogo e anda lado a lado com s.

    Enquanto s o ponto central do tringulo, Ogn representa os caminhos gerados pelo tringulo. um Oris de vitria, o grande conselheiro na hora

    de se escolher novos caminhos a seguir. Por esta razao sediz:

    Ogn sin imonl!Ogun, o imonla quem servirei

    Cor: azul-marinho ou verdeDia: terga-feiraNatureza: jazidas de ferro, caminhos, matasMetal: ferroSaudagao: Ogn y!Contas: migangas azul-marinho ou verdesEmblema: d m j i (dois faces).

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    ssl um On's que est associado ao fro, neblina, or-

    valho e a tudo que nasce e cresce. Por consegu inte, estrelacionado com a fotossfntese fixapo do gs carbnico do ar, atravs da apao da radiapao solar. Como aclorofila tem participado fundamental neste processo,Qssi se torna o irmao de Qsny/'n, que o On'sda

    essncia vegetal.Sendo capador e dominador da fauna e da flora, ge-

    ra progressos e riquezas ao homem, proporcionando amanutenpao do sustento.

    um capador que usa of (arco e flecha), arma poderosa. Qssi' quando bloqueia o caminho, nao o de-simpede. Por isso se diz:

    Ode ! M s if of reLy m i!

    Oh, capador! Nao atire sofrimentos emminha vida, com o seu arco

    Cores: azul-turquesa e azul com douradoDia: quinta-feiraNatureza: florestas, selvas, rvoresMetal: latcoSaudapao: Okr!Contas: mipangas azul-claro

    Emblema: Of (arco e flecha) e rukpr (rabo de boi).

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    S0NYN

    o senhor absoluto das vegetaes. Orfs das fo-Ihas e de suas apiicaes litrgicas e toda composiomgica do Candombl.

    Nada se faz sem s^nyn;ele o detentor da fora,do se, ndispensvel para as divindades. Foi OsQnynquem ensinou a !f a arte curativa, sempre evocado

    quando as coisas nao vao bem. o senhor da magia e da medicina, como s; o

    companheiro indispensvel de Ornm/.

    Portador essencialmente de energas csmicas queconferem ao ser humano o maravilhoso poder de raciocinio. Por isso se diz:

    Osnyin o! J ew j oQsnyin o! J ogn j o0 Ossain, permita que a folha produza seu efeito.0 Ossain, permita que a magia e a medicinaproduzam seus efeitos.

    Cor: verdeDa: tera-feiraNatureza: floresta, folhas e razesMetis: ferro, prata, estanho, lataoSaudao: Ew, ew Qsnyin!

    Contas: miangas verdes e brancasEmblema: galhos de caf com fru tos .

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    L G N E D tambm um guerreiro entre os risa. Surge como

    divindade dentro do runkg (camarinha), onde feita a

    junpao de Q$$d.S1'com Qun, passando a ser o mensagei-ro de Osun YpQnda. um captor habilidoso; em trra firme se alimen

    ta de capa e, su^merso, alimenta-se de peixes. , portan-to, urna d iv in le que domina o poder de mutapao etransforma-se n que quiser. Por isso se diz:

    Olgn, fhQn awofunfun Lni, n ola y fhQn ddLogun, m^stra a P^le que desejar.Se mostraf Pele clara hoje,amanha mostrar pele escura.

    Cores: azul-cla^o com amarelo-ouroDias: quinta e sbadoNatureza: rios e matas

    Metis: cobre, ouro e latoSaudapao: Ls/\ 16 os i Lgn!Contas: mipan9as azul-claro alternadas com amarelo-

    ou roEmblema: Ofa e abb,

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    S M R

    o ri's da riqueza (material e espiritual). Estassociado ao ciclo vital, smbolo de continuidade da vida. representado por urna serpente, que, rastejando sobre a Terra, desenhou vales e rios.

    o Oris que controla e regula os movimentos celestes. Simboliza a atividade, a continuidade e a permanencia. Sua comunicagao com os homens expressa pelo arco-iris, o que revela as suas mltiplas fungoes. Levagua dos mares, transformando-a em chuva, trazendo oraio e o trovao Terra, garantindo a frtilidade e o cres-

    cimento dos elementos da natureza. Por isso se diz:Ar bo bo y i!Aquele que va, d a volta e continua!

    Cores: verde e amareloDa: terga-feiraNatureza: arco-irisMetal: ouroSaudago: Arb bo yi!

    Contas: m gangas verdes e amarelas e braj de bziosEmblema: Ej m j de (duas cobras de bronze ou lato).

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    O B L W I Y

    a divindade da morte e somente ele pode evit")^

    considerado o Re do Mundo e est associado ra {&'gao solar, o que Ihe confere o ttulo de Bb ighnQ0 Pai do fogo.

    um Ors ambivalente e a ele sSo atribuidasdoengas contagiosas. A febre, doengas de pele, ceguei^'surdez, catapora e sarampo sao considerados manifes^'goes de Obtwiy, que utiliza estes meios para levar sseres humanos regeneragao de algum mau costume.isso se diz:

    At to ! Silencio!

    Cores: preto, vermelho e brancoDia: segunda-feiraNatureza: sol, trraMetal: zinco, estanhoSaudago: At to ! Contas: migangas pretas, vermelhas e brancas

    Emblema:jasara (cetro),cabaga.

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    S U N

    a graciosa me das guas profundas. Divindadedos rios, fontes e regatos.

    Ors que enfeita seus filhos com ouro e fica muitotempo no fundo das guas gerando riquezas; que conhe-ce o segredo da vida, mas no o revela.

    Me procriadora, est associada a fisiologa femini-na. Preside a menstruao, gestao e nascimento. considerada a dona do ovo, smbolo de frtilidade, amaior clula viva, e que evoca a idia de fartura e r iqueza.

    Em uma de suas qualidades, tern-se Osun pr, se-nhora das guas frescas, dotada de fora masculina, guerreara que, ao se fazer presente, rodopia como o vento,sem que possamos ve-la, apenas ou^i-la, com sua voz afinada que se assemelha ao canto do g (pssaro amare-lo). por esta razo que muitos a confundem com Oya(risdo vento).

    Enfrenta pessoas poderosas e com sabedoria as

    acalma com sua doce gua que flu sem cessar. Por issose diz:

    fora yy, gbmi!Mae grandiosa, proteja-me!

    Cores: amarelo-ouro ou cinzaDias: quinta e sbadoNatureza: gua doce, rios, lagos e cachoerras

    Metal: cobre (considerado um metal nobre,representante do ouro)

    Saudao: fora yy o!(Apr)\fora yy fi d ro m o n

    Contas: miangas amarelo-ouroEmblemas: abb (leque de metal amarelo) e d.

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    O Y A

    a divindade dos ventos. Guerrera' forte e destemida. Ortsveloz, que nos golpeia cort1a rapidez de umpiscar de olhos. . , ,

    Est presente no tempo e no esp3 0, a V m-'s run mae das nove partes do c^~f0 9ra|] e ven"daval que faz a limpeza do ar que resp1317105, ar emmovimento caracteriza a sua essnci co 0 9que nos queima, sem que tenhamos po$t0 a mao ne e-

    um Ors que faz as coisas s i m ^ n e a m e n t e , grapas sua agilidade de espalhar o seu ?? n mu^ o osvivos e dos mortos, por seu poder e 0nsciencia- or ISS0se diz:

    Oya alagbra n affOy, a poderosa que vive no vento

    Cores: branco com rosa, estampado con1vermelho

    Dias: segunda e quarta-feiraNatureza: vento, raio, montanhas de do|ScumesMetal: cobreSaudapao: E p h oya! ..Contas: migangas marrons (de preferncia' coraEmblema: rker (rabo de boi preto).

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    Y E M O N J A

    Est associada foz dos rios e quebra-mares. Mae

    dos peixes e de todas as caberas. evocada para trazer prosperidade e fertiIidade. um ris que tem o poder de curar as doenpas comgua, sem derramamento de sangue. Com sua prpria riqueza (os peixes) eia pode curar um mau or, no ato doEbori.

    um dos ris mais velhos entre os irnmon/q (seres espirituais) e por este motivo come junto com Egn-

    gn (ancestrais), para saber seus segredos.Distribu encargos e fungoes a todos e em tudo poeordem. Por isso se diz:

    ly m s ow pl-pl nnu om iMinha mae est erguendo as maos, suavemente,dentro das guas

    Cores: prata e azul-claro

    Dia: sbadoNatureza: mar, foz dos rios, enseadas, bai'asMetal: prataSaudagao: Od y!Contas: mipangas pingo d'guaEmblema: Abb (leque de metal prateado).

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    N N um On's bastante complexo. Representa a me-

    mria transcendental do ser humano e o acervo das rea-goes pr-histricas de nossos antepassados.

    urna divindade das guas paradas e dos pantanos.

    Responsvel pela matria-prima (barro) que deu formaao primeiro homem, participando, assim, da criagao domundo e dos seres.

    Nn rege fsicamente o estmago, os intestinos, amemria e os ps. Temida por todos que conhecem osseus hbitos e costumes, este Or o representante dacontinuidade da existencia humana e, portanto, da mor-te. Por isso se diz:

    Slu b Nn Burku!Divindade que separa os espfritostrevosos da morte!

    Cores: azul e branco ou roxoDia: terga-feiraNatureza: pantanos, charcos, lago, lamaMetal: estanhoSaudapao: Slub

    Contas: migangas brancas rajadas de azulEmblema: Ibirin (cetro de nervura de dendezeiro)

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    R S L

    o governante da vida, est associado matriz csmica, como principio masculino e femimno do podercosmogentico.

    Criador do mundo inorgnico, preside a passagern

    do sobrenatural existencia fsica (nascimento) e tanr^.bm morte, quando o ser perde a individualidade e vo|-ta ao p.

    Orl fo i quem deu forma a o homem, portante^ o responsvel pelos defeitos relacionados com a cri^.pao. Est associado idia de repouso, imobilidade,tranqilidade e silencio.

    Detesta violncia, brigas e tem horror a sangue. Evj.

    ta tudo que excitante. Por isso tido como urna divin-dade da paz, imvel como urna pedra no fundo d'gua.Onde h desavengas, Orsl se envolve na purera

    do branco, e brilha emitindo luz para proteger seus seguidores. Por isso se diz:

    Oba l, bb o!Oh, grande re, meu pai!

    Cor: brancoDia: sexta-feiraNatureza: cu, montanhaMetal: prata, platinaSaudagao: Ep bb!Contas: mgangas brancasEmblema: Opsr (cajado)

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    ASSENT AM ENTO

    DEO G N

    1 faco 1 enxada 1 foice 1 pedao de fe rro (velho, bastante enferrujado) 1 aigu dar grande m u itov inho branco m uito mnr iw (folha de dendezeiro)

    Quando se faz Ogn, deve-se cobri-lo com mnr i w, para que sua manifestao seja tranqila e a menosselvagem possfvel. H aja vista que Ogn, no cu lto, considerado Ebora (fora catica incontrolve l).

    Animais de Sacrificio

    1 cabrito vermelho 4 frangos vermelhos 2 pombos brancos Temperos: ataaree azeite-de-dend Inhame indispensvel em qualquer oferenda

    para gn.

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    Folhas de gn

    Erva-tostaoPrgnParietria

    Canela de macaco Folha de i'rok(gameleira) Espada de Ogn (jung) Palmeira de dend (monr iw ). Esta a principal

    folha de Ogn. {Obs.: a folha de i rok indis-

    pensvel a todos os Oris e pode ser substituidapor todas as outras, contudo, a folha principalde cada Ori,esta nao comporta substituigao.)

    Como Colher as Folhas

    Ao raiar do da tome um bom banho com sabao-

    da-costa. Vista roupas brancas e cubra o o r com pano-da-costa. Faga urna oferenda para QsQnyincom:

    1/2 copo de mel 1 pedago de fumo 1 vela 4 moedas de igual valor

    Antes de adentrar na mata, bata ipatwpa (palmas com ritm o p rprio ) e faga a saudagao:

    0r$ igb ibaOri$ Oko ibaQris Oya ibaQri Qd{? ibaOri Ogn ibaOris Osnyin iba

    Entre no mato mastigando ataare ou o b i (para

    purificar o hlito). Escolha urna rvore frondosa e limpebem o chao. Acenda a vela, faga a oferenda do mel e dopedago de fumo para Osnyin. Enguanto isso diz-se:

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    Mo jb Qsnyn, ors ewOssaiyn, orix das folhas, saudagoes.Qsnyn mo p o o!Ossaiyn, eu te chamo!

    E cante:*

    wa dg l'oj ew, awa dg f'oj e mo ogn,A dg f'oj ew, a dg f'oj e mo ogn.

    au dag lj eu au daglj ma ogum

    au dag lj eu au daglj ma ogum

    Ns te pedimos licenga para os nossos olhos, folha,Pedimos licenga para os nossos olhos verem vossoConhecimento da medicina, ns te pedimos licengaPara os nossos lhos, folha, pedimos licenga paraOs nossos olhos verem vosso conhecimento da magia,

    Ew e n i s k i j, ew j si gbogbo OrsEw k i mo s k i j bb, ew j s i gbogbo Ors.

    eu ni ax qui o j eu j si bb orixeu qui ma ax qui o j bab eu j si bb orix.

    Folha, voc e tem a tradigao dos costumesdo culto sagrado

    Folha, voc para todos os orixs, folha que

    Entende (conhece) os costumes tradicional e oNosso Pa, folha, para todos os orixs.

    k -ir

    Ew p$f p n t p ew, pel p n t p,Lkk a fn n i frf pel p n t p.

    * Cantigas extrafdas de OLIVE IRA, Altair B. Cantando para os Orixs. Rio

    de Janeiro, Ed. Pallas, 1993, p. 44-50.

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    eu pul pu ani t pu eu pul pu nf t pu

    lacaca a fum o ni frf pul pu ni t pu.Pegue a folha gentilmente, demoradament,

    bastante demoradoA folha , gentilmente demorado, bastante demorado,E se esforce tenazmente (com tenacidade), e aFolha nos ser dada alegremente.

    Ao term inar de apanhar as folhas, retire-se do

    mato com muito respeito. Ao chegar m casa, selecione as folhas e lave-ascom muito cuidado. V depositando no p-ilo de rs-t, juntamente com um obi, orgb, aridn, noz-moscada (ralados) e um pouco de mel. Comece entao a socar,enquanto canta para snyin:

    Ew ogn mn, ew s ew ogn m$n l'Qnn,Ew ogn mn, ew m i l'k ew a s s l'gngn .

    eu ogum ma eu ax eu ogum ma lnaeu ogum ma eu mi loqu eu assx lna.

    Folha que conhece a medicina (cura da)Folha das tradigoes e costumes (litrgicos)Folha que conhece os caminhos da magiaFolha que conhece a medicinaFolha, leve-me para o alto (ascender na vida)Folha que ns trocamos nos caminhos das

    tradiges.

    Prgn a/w titun , prgn aiw titun,Gbogbo prgn a/w lse, prgn a/w titun .

    prgun alu titum prgum alu titum bb prgum alu lss pergum alau titum .

    Peregum o dono das folhas novas e frescas.Todos os pereguns sao donos das folhas novas e

    frescas.

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    E tem seu prprio suporte, pois peregurn o donoDas folhas novas e frescas.

    Osonyn a/wo wa, wre pip Or$ ewOsonyn a/wo wa, swre pip Ors ew

    sanhim aluo u xaur puipu rfs eusanhim alu u xaur puipu ris eu

    Osnyn nosso sacerdote, faga-nos o encantoQue nos traga boa sorte erh sua totalidade,

    0 Orixdas folhas.*

    Urna parte das folhas ser utilizada para fo rra r ochao onde ser posto o assentamento do Orf.

    Caso estiver com iyw recolhido, urna parte ser para o forro da esteira.

    Utilize o bagago das folhas para lim par as ferra-mentas do Ors.

    Para fazer sacrificios, ou mesmo urna oferenda

    para Ogn, deve-se levar em considerado o horrio queo Ors sai e o horrio que ele volta. Ogntpor ser capador, seu costume sair bem cedo e voltar tarde. Assim,os sacrificios devem ser feitos pela manha ou tarde.Tudo no culto urna questo de anlise do contexto social humano e do comportamento do Ors.

    Comidas Secas

    milho torrado amendoim torrado feijao fradinho torrado inhame assado feijao preto semicozido gbo (canjica branca cozida)

    * Cantigas extraTdas de OLiVEIRA, Altair B. Cantando para os Orixs. Rio

    de Janeiro, Ed. Pallas, 1993, p. 44-50.

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    7 acags 7 o b i vermelhos (ob i branco nao serve para

    oferenda) 7 orgb

    Sacrificio

    Com 7 ataarena boca, oferega as folhas de aroei-ra para o bode comer. Enquanto se diz:

    E mo f r i kan, mo f 'o r i. . .

    Quando o animai corner as folhas, grita-se o nome do Oris:

    Ogn y e e!Oni/, o n i tmi

    K i n i go.

    Mo /uba bb m i0 k i n i HQpo Qw,0 w nii, Ogn Onifr oko mi.Ogn Oni/r oknrin gbn-gbn gidi.Ogn Onifr oknrin sn-sn gidi.Oknrin w,Oknrin w,Oknrin w wa ww.Oknrin gbn-gbn, gbn gbn.Oknrin gbn-gbn gbl,Ogn!Aso inn n i aso Egngn,Aso mnriwo n i aso Osnyin\

    Meus respeitos, meu pai!

    Aquele que se multiplica por dez,Aquele que vem para casa, Ogn,Senhor de ire da minha fazenda.

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    Aquele que est na casa, Ogn, Senhor de !re da minha fazenda.

    Ogn, Senhor de ir, homem mpossvel eimportancia.Ogn, Senhor de r, o homem que derrub3

    rvores e abre clareiras na floresta, de reimportancia.

    Homem, venha,Homem, olhe.O homem que est nos vigiando no culto.Homem mpossvel de se ter problemas co'11 e*e'

    quando se cauteloso.Homem mpossvel que d sustentagao c^sa> Ogn!Roupa de fogo a roupa de Egngn.Roupas de folhas de palmeiras a roupa e

    Osnyin!

    Neste momento, coloca-se monriwonos mbrosdo iywe tambm em cima das ferramentas de Qn.

    Awa ygn, wa yon,wa yon, wa ygn Oris ti kor re l g^e-Ogn Onl ro!Olonon imgn !Og n Onl a ti ekn!Ogn ofode d ola!Onfr , Onl kQngun kngun de orun,Ogn Onfr oko mi!Ogn n ig b t t i ok bo,

    Asg inn lo mu bora eje! is lw re sorg.Oloko m i, dkun db f i ye d non.Dkun db k'a a fi ye d non.Ogn OnreOko mi!Mje l'Ogn wgn!Mje l'Ogn!Mje n'r,

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    Mje l'Ogn!Ir k i s t Ogn.

    Qya k won gbede nib.O w mqmun ni.Ogn Onir oko mi!Dkun w gb qbo re,Ogn Onir sin Imonte!

    Nosso esforgo, nossa perseverarla,Nosso esforgo, nossa perseveranga, Orisque

    traz a riqueza, frtilidade e felicidade paramorar em casa.

    Ogn dono da casa e da forja!Senhor dos caminhos das folhas novas depalmeira!

    Ogn, dono da casa e do leopardo!Ogn, dono dos caminhos que chegam riqueza!Senhor de r, dono da casa cujas fronteiras

    ficam acima do teto do Orun,Ogn, senhor de Ir da minha fazenda!Ogn, que quando desceu da montanhacobria-se com roupas de fogo e sangue!

    Sem sua ajuda difcil.Senhor da minha fazenda, por favor, proteja-nospara que voltemos vivos dos caminhos.

    Por favor, proteja-nos para que usemos echeguemos vivos dos caminhos.

    Ogn,Senhor de IrE da minha fazenda!Sao sete os Ogn!Tem sete Ogn!Sete em r,

    Tem sete Ogn!r regozija-se por tornar-se a casa de Ogn.Oya cum primenta os ferreiros de l.Ele est bebendo cerveja (emun).Ogn, Senhor de Ir e da minha fazenda!Por favor, venha receber seu eb,Ogn,Senhor de r, o imonle a quem eu servrei

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    Neste momento, comegam os sacrificios, peladem do preceito.

    0 lom i nt'l ti f i j$ w$!Ala$o n il fiim Q n bra Ogn!Ogn t' d n i je aj.Qlol n i mu j nign.Ogn kg la igbn n i je.Ogn gbnn-gbnn je ig i ni t i e.Onlr t'gbde p--p irin n i tro.Ogn Onlr, Ogn y e e!Ire ow, ire omo.Ogn oloko l r!L j oba nl r.Ogn t kgn de d imgn!0 l j oba n i g r.N i gbogbo irnmonl b pj.

    Lqnn sawo j.Ogn y e e!Ogn Onr oko m i sin imgnle.O lomi nl ti fi j we.Alaso n l f i omg k bra.Ogn, dkun w gbbo re.Ogn k'a lw owo.Ogn k i a kl gi!

    se, se, se!A n i $$ gngn k (orko Ogn).Ogn nn n i d i m d.Ogn dkun m j k i gngnO di mo w.Ogn, OI roko.Ogn, pa gb.Ogn l ki ebg Ig gb su.Olroko mgsu t i i isu f j inn o n . Wnrgn-wnron!Oknrin gbn-gbon gidi.Oknrin sn-sn gidi.Oknrin w!Oknrin w!

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    Oknrin wwo!Okunrin (gbn-gbngbn-gbn)Oknrin gbn-gbn gbi.gn Onfr oko mi.Ogn Onfr komi!gn dkun ir gbogbo wa.K iy l wa.Ir gbogbo IQonon re gbogbo!re gbogbo won w wQl wa.K si m i!

    Ir gbogbo w l m i w.re gbogbo,Ase, $q, se!

    Ele tem gua em casa e usa tomar banho desangue!

    Ogn o Senhor que tem roupas em casa, masveste-se com folhas novas de palmeiras!

    Ogn aquele que ao chegar come cachorro.Senhor da riqueza e que pode tornar ricas as

    pessoas.Ognque usa marcas tribais come caracol.Ogncarpinteiro aquele que consom urna

    rvore apenas ao encostar-se nela.Senhor de rque deixa o ferro pequenino como

    efeito.

    Ogn,Senhor de fr,salve Ogn!Traga felicidade de dinheiro e felicidade defilhos.

    Ogn,dono da fazenda e da casa da forja!Ele o re na casa da forja.Ogn quem segue o caminho para chegar s

    folhas novas de palmeira!Ele o re para quem cortamos anteepadamente.Com quem todos os irnmonijuntam-se para

    suprir suas deficiencias.A quem cultuamos no caminho (ou: Quem

    cultuado no caminho).

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    Salve gn!gn, Senhor de Ir e da minha fazenda,

    o Imonlea quem eu serv re.Senhor que tem gua em casa e que usa tomar

    banho de sangue.Dono das roupas da casa, a quem os filhos

    cumprimentam ao vestrem-se.Ogn, por favor, venha receber seu eb.Ogn quem nos ajuda a termos tradigao.

    gn, com quem construiremos a riqueza da

    nossa casa!Assim, seja, assim seja, assim seja!Ns temos a graga de no caminho cumprimentar

    (nome do Ogn).

    Ogndo caminho quem conhece o lado erradoda espada.

    Ogn, por favor, nao permita que os caminhosEstejam errados para mim.Ogn, o dono que olha a fazenda.

    Ogn, ele mata, ele recebe.Ogn aquele que ir receber oferendas de

    inhames.

    Dono que olha a fazenda e conhece o bominhame apenas olhando distancia.

    Ele irrequieto!Homem irascfvel, mas de muita importancia.Homem que derruba rvores na floresta e

    abre clareiras, ele muito importante.

    O homem que vem!0 homem que olha!O homem que vigia o culto!0 homem com quem impossvel de se ter

    problemas com ele quando se cauteloso.Homem irascfvel que protege a casa.Ogn, Senhor de Ir e da minha fazenda.gn, Senhor de Ir, o primeiro para mim!gn, por favor, faga-nos todos felizes.

    Nao castigue nossa casa.

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    Que sejam felizes todos os carninhos, felizes

    todos!Sejam felizes todos os que estao dentro de nossacasa.

    0 primeiro para ;nrn!Sejam felizes todos os que esto vindo minha

    casa.Todos felizes,Assim seja, assim seja, assim seja!

    Ao term inar os sacrificios, partem-se os obi,gando-os e extraindo as respostas do ris:

    Vejamos as combinagoes possveis, no jogo de o b iou qualquer outro jogo ritual stico, cuja composigao se

    ja quatro. Tomemos os bzios como exemplo:

    SIM

    con f irma jogada an terior

    SIM

    NA O

    NAO

    Quem est intimamente familiarizado com otema, pode, tranqilamente, extrair outras informagSes,da seguinte forma: o b i de quatro partes 2 partes saofemininas e 2 sao masculinas.

    1. Um feminino aberto e os outros fechados Ajquer dizer: riqueza. Se olhssemos apenas pelosignificado de Okonron, o resultado seria nao,

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    no entanto, este um OkQnrQn cheio de prospe-ridade.

    2. Um masculino e u^1 feminino abertos Ejire quer dizer: amizade. 1,171 resultado de bomrelacionamento social e Que a oferenda foi bem0C0113

    3. Dois masculinos abertos - Okron ~~quer dizer: crimes, dificuldades, ameagas e disputas, um resultado excelente quando a finalidade doque se faz seja perseguir alguem. as se, porexemplo, esta queda tenha safdo aps um assen-

    tamento de gn, st significa que este Ognum Ebora e o seu culto tem que ser feito nomato. .

    4. Dois femininos abertos - Yeye-Oron- quer dizer: fraqueza. um resultado que indica nao ha-ver progressos, atravs do ritual feito.

    5. Dois masculinos e um fern|nin0 abertos Akitaquer dizer: sucesso, porm, depois de rnuitasdificuldades. Este resultado propoe paciencia para solucionar os problemas-

    6. Um masculino e dois femininos abertos Obita quer dizer: neutro- . .

    7. Dois masculinos e dois femininos abertos _Ofun tab i A lafia - quer dizer: tud o de bom. Este resultado a ndicagao de que o sucesso serabsoluto.

    Enfim, o meu objetivo transm't ' r prticas rituahs-ticas, observando os cuidados necesarios a sua execupao.

    gn, por exemplo, um Onsextremamente perigoso,que est relacionado com o sulfato ferroso^do figado(centro das emopoes humanas onde a razao fica sem6Sp3C>)

    Ogn um Or$ nico, com sete qualidades. Urnadlas o destaca como um grande cortador de caberas.Outra, considerada como o Ogndos barbeiros e comecbelos. Outra o faz tao violento que comea ferrugemdo prprio ferro, o seu elemento- E quan o aparece na

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    qualdade de gn-Mkin-d destaca-se como um especialista em comer gente. Portanto, fica aqu o meu aler

    ta: de que nao aconselhvel liciar com este Oris casonao se tenha urna conceppao limpa do seu carter com-portamental, na Terra e no espaco.

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    AS SENTAM ENTO DE R S L

    1 bacia de louga ou gata grande

    1 pedra branca terra frtil areia branca 96 bzios 10 pratos brancos 10 ids de metal branco 1 quartinha 1 pilao 1 rkqrQbranco 1 p$r 10efun muitas moedas de nquel ou prata pano branco de algodao puro algodao o ri

    Procedimento

    Coloque a terra na bacia e cubra-a com urna camada de areia. No centro colocam-se a pedra, os bzios, asmoedas e os de.

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    Com os pratos.faga urna circunferencia em voltados objetos, que estao no centro da baca.

    Os efun sao embrulhados no algodao e serviraocomo oferenda permanente.

    0 plao o seu assento; o opsr o seu apoio;e o irkr o smbolo de sua realeza e autoridade.

    0 pao servir para cobrr o assentamento. Estesimboliza a natureza da luz branca do Oris.

    Sacrificios

    2 i'gbin (caracol da trra) 2 pombos (estes nao sao sacrificados)

    Comidas

    10 kuru funfun (nhame cozdo, socado no pi-lao e embrulhado em folhas de bananera)

    10 acags (ko) gbo (canjica branca) com or arroz com clara de ovos e mel sementes de abbora (tira-se a casca). Fazer um

    pur com molho de tomate, espinafre e ceblaralada.

    pur de feijao branco (sem pele). Com Or e ce-bola ralada.

    frutas: uvas verdes flores brancas

    Folhas de rsl

    Cana-do-brejo Folha-da-costa (branca)Caj Folha da fortuna Rama-de-leite

    Folha-de-lete

    Capeba Golfo branco Jarrinha Folha-de-vintm Beldroega

    Folha de i rok

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    EBORIe 9

    Muitos sacerdotes e outros estudiosos respeitveisda cultura afro-brasileira escreveram sobre o ato litrgico, denominado de Ebor: Ebosacrificio; O r cabe-

    ga. urna forma ritual istica de alimentar a cabeca e fortalecer a psique.Os textos desses autores comecam sempre nos im-

    pressionando pela sua composicao, no tocante ao jogode palavras, mas nao tardam em nos decepcionar com asfamosas frases: " segredo da seita", ou " segredo re-sen/ado aos iniciados awo", e a decepcao do leitor completa, porque nao encontrou no corpo da obra oque leu no ndice ou na apresentacao. Em resumo, o queesses autores nos dizem que guardam os principios doato para nao ferir os preceitos da religiao. Pretexto!

    Em diversas destas obras encontraremos e semnenhuma desculpa receitas abominveis de feiticarias.E eu pergunto: isso nao fere a dignidade humana? Naofere a concepcao do Candombl, que visa simplesmenteo encontro, o equilibrio com Oldmar?

    0 que realmente precisamos fazer , atravs da in-formacao (nao-"misteriosa ), expressar a nossa viso demundo, de vida e de Deus, sem reticencias. Sem conota-

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    goes que gerem dvidas e preconceitos, deixando claroque, enquanto outras religSes creem que Deus perdoa

    os seus pecados, ns eremos em Oidmar como oequilibrio do Universo. Desta forma, nada segredo, nada mistrio, nada "pecaminoso". Julgo, entao, desne-cessria a omissao do conhecimento a leigos ou a iniciados mais novos do culto, sob pretexto de nao possurem$e, visto que o se aumenta exatamente com o prprioconhecimento do individuo.

    0 E bo r , sem dvida, urna das mais belas prticada liturgia candomblesta. Sua necessidade surge, exatamente, quando urna determinada pessoa se sente psicologicamente desestruturada, o que a leva a perturbagoesfsicas e mentis e sua vida comega a sofrer urna srie demudangas indesejveis. Neste caso, Eb or urna obriga-go simples, porm mu ito eficiente, e faz com que a pessoa volte sua estabilidade emocional.

    RitualPrimeiramente consulta-se f, para saber quais sao

    os Orisda pessoa. Isso feito para que nao se cometamerros, tais como: oferecer ob acabega de um filho deSqng; mel aos filhos de Osos/; ou dend aos filhos deril. O ato do Ebor, como j expliquei acima, para a cabega do individuo e nao para o Or isa.

    Podem ser oferecidas para o O r ascomidas sagradas dos Or$, como normalmente se faz, todava nao rigorosamente necessrio seguir-se esta regra porque

    j que o Ebor urna festa para a cabega ele pode comer e beber tudo que o individuo goste. Alguns detalhesdevem ser observados. Por exemplo: nao oferecer comida apimentada ao O r de quem nao goste deste condimento, porque se a pessoa rejeita si nal de que O rnaoaceita.

    Se Ebor urna grande festa para a cabega da pessoa, para que esta venha a ficar contente, os participan-

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    tes devem ser seus bons amigos, para que venham co-mungar juntamente com a felicidade da pessoa que rece

    be o Ebg.Para receber E b o r a pessoa dev passar por urna s-

    rie de rituais de limpeza:

    Ebp Ik

    Pd de azeite-de-dend Pd de gua Pd de mel 9 kr 9 kuru 9 acaps (eko) brancos 9 acaps (eko) vermelhos 9 ovos brancos

    graos: feijo pretofeijo fradinhofeijao cariocaarroz (cru)pipocascanjica branca

    Legumes: beterrabacenou rabatata

    inhamecebla

    Verduras: couverepolhoalface

    Ave: um frango branco Outros: 1 pano branco do tamanho da pessoa

    9 velas1 alguidar grande

    Folhas: prgn, aroeira, sao-gongalinho

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    Tempero: sal, gua, cachaga, azeite-de-dend emel.

    Procedimento

    Poem-se as oferendas arrumadas em ordem, aolado, e acendem-se as 9 velas.

    Pega-se o alguidar e coloca-se-o em frente pes-soa. Esta deve estar com a coluna bem reta e relaxada.De olhos fechados, com 9 ataare na boca e pedindo paras tudo de bom.

    Poe-se um pouco de sal dentro do alguidar ediz-se:

    I yo, yo,/ gly / g

    Em seguida poe-se um pouco de gua e diz-se:

    S k'ara t omK od bo k i ara t om

    K iod bo

    Poe-se um pouco de cachapa e diz-se:

    E bara o tE n i l o r o E bara o tE nil o r

    Poe-se um pouco de azeite-de-dend e diz:

    /r j o tobEpo rj q/ob epo

    Por ltimo, poe-se mel e diz-se:

    dn b ti ol

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    Y/'iba ti owOyin oyin kuru

    Em seguida parte-se urna cebla em quatro partes e diz-se:

    Ik mo p o!Ik r o!

    Pergunta-se, entao, a Ik se aceita o Ebo. Joga-sea cebla no chao, como se faz com obi, orgb, etc.

    A confirmapao idntica ao jogo de quatro b-zios e a consulta tem qe ser feita, no mnimo, duas ve-zes:

    YKO - n a oKQNRON- nao

    TAWA confirma a jogada anteriorJ-FE - simAL FA sim

    Digamos que a primeira jogada saiu Oyek, seguidode Etawa, isto quer dizer que Ik nao aceita o Ebo. 0que precisa o oficiante do ato fazer verificar qual oerro que est sendo cometido, de modo a corrigi-lo. Isso

    s vezes pode ser solucionado espargindo um pouco degua sobre o O rda pessoa. Passe entao o ebo na pessoa, comegando pelo

    frango, enquanto se canta:

    Sr r ebo k nnSr r b kko.

    Aps passado no corpo da pessoa, o frango sacrificado (cortando pelas costas) dentro do alguidar. Que-bram-se-lhe as asas e os ps.

    Passe na pessoa o restante do Ebo e v colocando um pouco de tudo dentro do frango. Enquanto isso,reza-se:

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    S s gb/ (t)fun a .

    S s gba/e.

    S s s ekuru/ysn ebo ekuruS s s ekuruOya gble ekuru.

    Por ltim o, abre-se um o b i e verfca-se se tudofo aceito. Obtendo resposta afirmativa, divida-o em nove partes e ponha-o sobre o Ebo.

    Passe o pao branco no corpo da pessoa, pedin-do paz e limpeza para a sua vida, enquanto retira os residuos dos alimentos.

    Embrulhe o EbQ no pao e amarre-o. A pessoa,ainda com os olhos fechados, salta por cima do Ebo.

    Consulte If para saber onde este deve ser despachado.

    Banho Ingredientes:

    sabo-da-costa, iyereosun, bucha do mato.

    Procedimento

    Pegue um pedapo do sabao e corte-o em fatiasbem finas. Junte um pouco de iyereosun, e misture

    bem, at conseguir a consistencia original do sabao. Divida em duas partes. Ponha urna parte na bucha e d paraa pessoa tomar o banho:

    lave primeiramente a cabega, fr iccionando-abem. Em seguida o rosto, pescopo, trax, bra-po esquerdo, perna esquerda, brapo direito,perna direita, por ltimo barriga e rgaos se-xuais. Lave bem o corpo e retire todo o resto

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    do sabao que ficar na bucha. Coloque a outra

    parte do sabao na bucha e repita o processo.Joga-se a bucha na ra.

    Em seguida, d-se um banho na pessoa com asseguintes ervas:

    espada de Ognaroeira agoita-cavalo malmequer bravoprgn erva-tostao alfavaquinha folha-da-costa mutamba com um pouco de mel, agcar, o b ie

    orgb ralados

    Faga urna pasta com ori e efun, e passe nos pulsos, antebrazos, tornozelos, trax, nuca, na cabega e noumbigo. Em seguida, amarre os contra-egun e faga comque a pessoa vista roupas brancas, com a cabega tambmcoberta com um pao branco (/).

    Recolhe-se a pessoa e deita-se-a sobre urna estei-ra forrada tambm de branco onde, embaixo da mesma,estarao as folhas de fundamento do seu Alase.

    Faga entao oferenda para Ob/wiy: feijao-preto cozido e temperado com cebla

    ralada, passado no azeite-de-dend, enfeitadocom camares fritos e pipocas.

    Pipocas, enfeitadas com 14 fatias de coco. Farofa de azeite-de-dend, enfeitada com ro

    delas de banana-da-terra. Ekq, gboe alude abacaxi.

    A pessoa permanece juntamente com estas ofe-rendas por 24 horas, quando tudo dever ser levantadoe enterrado.

    No dia seguinte, bem cedo, dar-lhe outro banhode ervas.

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    Eb de Egngn

    1 garrafa de pinga 1 bandeira branca (vai dentro da pinga) 9 fsn (varas de amora) 9 kr9 kuru

    Azeite-de-dend Muitas tiras de tecidos estampados Mu tos bzios Muitas moedas correntes Folhas de amora

    Folhas de carambola Folhas de cana Um frango Um o b i Um orgb Areia

    Procedimento

    Leve as comidas ao l i Ik. Passa-se o frango napessoa e esta, com 9 ataare na boca pede tu do de bomaos seus antepassados, soltando seu hlito sobre a cabegada ave. Feito isso, corta-se o frango para os ancestrais.

    Reza de Egngn

    l i m o p oAg k ii ngb ekn gmo r

    K i o ma ta et i wr,Baba awa omo re ni a np o.K o sr w j wa o,K o gb iw re w,M j a rk we,M j a rija s,M j a rija Ogn,M j a rj orni,

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    M j a rij Sopori na,

    B o b tn d i mdn,K a tn p jo , pj /fi ti ay.

    0 terra, eu vos chamo!Ag, ao ouvir o choro dos filhotes,responde rapidamente.0 pai, somos teus filhos e te chamamos.Vem logo nos ouvir.Ouve nossas rezas.Livra-nos da mortalidade infantil.Proteja-nos da ira de Exu.Proteja-nos da ira de Ogum.Proteja-nos da ira das guasProteja-nos da ira de Xapana.Que ao chegar o prximo anoestejamos reunidos, com sade e felicidade.

    Eb de s

    Urna galinha-d'angola Um pombo Um o b i (dividido em duzentas partes) 6 acags vermelhos (ko) Azeite-de-dend

    Muito o ti olje (gim seco) Um mil e duzentos cruzeiros (em moeda corren

    te)

    Invocapao de s

    s ta ri$.Ostr n i orukg bab mg .

    A/gogo j n i orko y np ,s dr, gmgknrin idlfin,0 t sns s i o r i qs$ (?!s,K e, k j k ie n i nje gb m i,A k i lw l i m ti s kr,

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    A k ii ly l i m ti s kur,Asntun se si i n i iti ju,s pta smo otrno lnu,

    0 fi okta dipo iy.Lgemo run, a nla k/,Ppa-wr, a tk mse s, su mse m i omo e/mirn ni o se.

    s iu,O kiri kEbit oknrin,A b ni wrn,

    B i r i d,Olpa eldnmar laelae.O sn skt pnp,Onibod o/run.0 sn nil fogo ti kun.s ! ji.Ogo k ji.Ebgra t i nj ltopa.0 b elkun sunkun,Kr ba elkun,

    Elkun n sunkun,Lary n sun j.O b in im im i m i,Kr ba onimimi.O nim im i n f imu m i,Lry n fi gbogbo ara m i bi jre ,s ma se mi, omo elmirn ni o se,N ito rie n i s b nse k i im o ,B i o b f i ohun, tire si/,

    Ohun olhun n ii maa w kiri.s dr,O r im ik n i j m i r i ib in re.

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    Exu, o nimigo dos orixs.*Ostur o nome pelo qual voc chamado

    por seu pai.Algogo Ij o nome pelo qual voc chamadopor sua mae.Exu Qdara, o homem forte de Idlfn.Exu, que senta no p dos outros.Que nao come e nao permite a quem estcomendo que engula o alimento.Quem tem dinheiro, reserva para Exu a sua part^

    Quem tem felicidade, reserva para Exu a sua par/Exu, que joga nos dois times sem constrangimenAExu, que faz urna pessoa falar coisas que nao de^>.Exu, que usa pedra em vez de sal. ^jaExu, o indulgente filho de Deus, cuja grandezase manifesta em toda a parte.Exu, apressado, inesperado, que quebra emfragmentos que nao poder juntar novamente.

    Exu, nao me manipule. Manipule outra pessoa.

    Exu L/,O kiri ko,Ebit Okunrin,

    * Nota do Editor: Corno facilmente se deduz da bib l iograf ia constilimuitos dos o r k i aqui transcritos no todo, ou em parte foram

    dos do excelente texto de autora de Ski'r Slm ( K i n g )tCantico^Orixs na frica (Sao Paulo, Ed. Oduduwa, 1991). Sentimo-nos, port^ %->sno dever de transcrever a observapo feita por A lta ir B. Oliveira t0responsvel pela reviso do texto em Yorbda presente obra, por j ^ ) la pertine nte e esclarecedora, nao implicando dem rito para a obra c it a J ^ !

    Observa T'gn: Como pessoa tambm ligada ao cul to aosmilitante, discordo da colocaco do o r f k : H e

    s t ris(Exu, inimigo dos Orixs)

    que, na verdade, deve grafar-se:s Ot rs

    (xu, o Oficial da Guarda dos Orixs).H grande diferenpa entre urna coisa e ou tra , sendo, por isso, rT|importante, nao somente o conhecimento do Yorb , mas tambm ' \ 0terpretago do culto (principalmente de s),sem o ran

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    Exu, que causa problemas ao homem quando ohomem nao tem problemas.

    O nspetor de Eledumare, desde o principiodos tempos.Exu amarrou um pedapo de pao na cintura.0 porteiro de Eledumare.Ele dorme em casa e tranca a porta comseu p orre te.E Exu acordou.Seu porrete nao acordouO venervel que chamado Ltopa.

    Ele, que chora com a vftimaat o ponto da vftima se amedrontar.A v ftima est derramando lgrimas,Laryest derramando sangue.Ele que respira junto com a vftimaat o ponto da vftima se amedrontar:a v ftim a est respirando pelas am asLaryest respirando pelo corpo inteiro,como urna peneira.Exu nao me conduza ao mal, conduza ao malmeus inimigos.Pois quem estiver sendo conduzido ao mal porExu, nao sabe.Quando ele deixa sua propriedadevai atrs da propriedade dos outros.Exu Odr,Meu o r nao vai perm itir que eu experimentesua furia.

    Procedimento

    Para o sacrificio :

    um galourna galinha-d'angolaum pombo brancoum peixe de escamas

    (branco)

    se for mulher. as aves saofmeas

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    lara o assentamento de Or:

    urna terrina brancaurna quartinha brancauin kta brancomuitos bziosmuitas moedas (correntes)ou ro

    A pessoa se poe de p em cima da ert i (esteira).Junta bem os ps, mantm a coluna reta e faz trs fle

    xor*, verticais (chamando por Or). Este ato facilita a li-Ixagao de lquido do cccix, que fluir na coluna verte-bi.il, no sentido de baixo para cima, at o cerebro. Isto Na terceira flexao, a pessoa nao se ergue mais. Sen-i .i se? na esteira com a coluna reta, pernas esticadas e

    m.os espalmadas para cima, sobre os joelhos. 0 oficiante do ato, mais os presentes, gritam:

    B ri $ o! (somente o oficiante)O r o! (respondido em coro, pelos presentes)

    Passa-se, entao o acac: na nuca, testa, O r (centro), pulsos e entre os dedos maiores dos ps. Obs.: se am3e da pessoa for falecida, o acag tem que ser passado

    somente no p direito; se for o pai, passa somente no p(squerdo; caso sejam os dois falecidos, nao passa em ne-nhum.

    Neste ato, canta-se:

    B r