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E Se... Max não pega Amélia no porta-malas e ela consegue se encontrar com Vitor? (cena de 14 de fevereiro - escrita antes da cena ir ao ar, sem saber se Manu conseguiria despistar Max) Manuela pára o carro assustada, assim que vê o pai a seguindo. Max sai do carro e vai até a filha, se debruçando na janela: - O que tu estás fazendo correndo desse tanto, menina? Vai tirar o pai da forca é? - Max começa a rir, sarcástico. - Pai? O que senhor tá fazendo? Já não basta mandar seguir a dona Amélia, agora o senhor mesmo vai me seguir? - Eu seguindo tua mãe? De onde tirastes essa ideia absurda? - Ah, seu Max, o senhor não me engana mais. Olha, eu tô com pressa, preciso falar com o Solano na estalagem, com a Terê também. O senhor quer ir junto, falar com seus dois melhores amigos também? - Olha! Não fala assim comigo. Sou teu pai! - Não é o que parece, você não anda agindo mais como tal. Max se afasta da janela assim que Manu dá a partida. Amélia escuta tudo do porta-malas do carro, e até a conversa terminar ela não se acalma, temendo o pior. Mas Manuela consegue sair rapidamente com o carro, deixando o pai para trás, a olhando partir com um olhar devorador e desconfiado. Manuela pára o carro logo atrás da operadora, mais afastado da movimentação. Manu olha para todos os lados, se certificando de que não há ninguém olhando e então abre correndo o porta-malas: - Mãe, a senhora está bem? Amélia estende a mão para a filha, que a ajuda sair: - Meu Deus, Manuela, que loucura. Não sei onde estava com a cabeça quando aceitei essa ideia maluca. Quase morri quando ouvi a voz do seu pai... - Calma, mãe, deu tudo certo. Agora só quero saber se a senhora está inteira! Manu sorri. - Bem ou mal estou, não é? Amélia olha para a filha, zangada. - Ai, mãe, vem aqui. Manuela a puxa, averiguando - A senhora veio de calça e bota, não deve ter machucado nada, né? Deixa eu ver... - Pára, Manu. Eu estou bem. Vamos logo, antes que eu fique brava mesmo com você! - Eu só quero que a minha mãezinha seja feliz. Mesmo que pra isso tenha que sofrer um pouquinho! Amélia a olha com carinho: - Eu sei, filha, me desculpa. Eu fiquei nervosa com a situação. Obrigada por tudo viu? Por tudo que você tá fazendo por mim, se arriscando desse jeito. Te amo. - Eu também te amo, dona Amélia, dá um abraço aqui. As duas se abraçam e vão logo para a estalagem antes que alguém as veja na cidade, principalmente o segurança de Max. - Bom, mãe, vou te deixar aqui. Pedi pra Terê avisar o Vitor, e ele deve estar te esperando no quarto. - Obrigada, querida. Amélia abraça Manu. - Vê se namora bastante viu? Que eu vou demorar pra passar aqui. Mas o Fred vai estar vigiando a estalagem junto com a Terê, não se preocupa.

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Page 1: E se... II emily

E Se... Max não pega Amélia no porta-malas e ela consegue se encontrar com Vitor? (cena de 14 de fevereiro - escrita antes da cena ir ao ar, sem saber se Manu conseguiria despistar Max) Manuela pára o carro assustada, assim que vê o pai a seguindo. Max sai do carro e vai até a filha, se debruçando na janela: - O que tu estás fazendo correndo desse tanto, menina? Vai tirar o pai da forca é? - Max começa a rir, sarcástico. - Pai? O que senhor tá fazendo? Já não basta mandar seguir a dona Amélia, agora o senhor mesmo vai me seguir? - Eu seguindo tua mãe? De onde tirastes essa ideia absurda? - Ah, seu Max, o senhor não me engana mais. Olha, eu tô com pressa, preciso falar com o Solano na estalagem, com a Terê também. O senhor quer ir junto, falar com seus dois melhores amigos também? - Olha! Não fala assim comigo. Sou teu pai! - Não é o que parece, você não anda agindo mais como tal. Max se afasta da janela assim que Manu dá a partida. Amélia escuta tudo do porta-malas do carro, e até a conversa terminar ela não se acalma, temendo o pior. Mas Manuela consegue sair rapidamente com o carro, deixando o pai para trás, a olhando partir com um olhar devorador e desconfiado. Manuela pára o carro logo atrás da operadora, mais afastado da movimentação. Manu olha para todos os lados, se certificando de que não há ninguém olhando e então abre correndo o porta-malas: - Mãe, a senhora está bem? Amélia estende a mão para a filha, que a ajuda sair: - Meu Deus, Manuela, que loucura. Não sei onde estava com a cabeça quando aceitei essa ideia maluca. Quase morri quando ouvi a voz do seu pai... - Calma, mãe, deu tudo certo. Agora só quero saber se a senhora está inteira! – Manu sorri. - Bem ou mal estou, não é? – Amélia olha para a filha, zangada. - Ai, mãe, vem aqui. – Manuela a puxa, averiguando - A senhora veio de calça e bota, não deve ter machucado nada, né? Deixa eu ver... - Pára, Manu. Eu estou bem. Vamos logo, antes que eu fique brava mesmo com você! - Eu só quero que a minha mãezinha seja feliz. Mesmo que pra isso tenha que sofrer um pouquinho! Amélia a olha com carinho: - Eu sei, filha, me desculpa. Eu fiquei nervosa com a situação. Obrigada por tudo viu? Por tudo que você tá fazendo por mim, se arriscando desse jeito. Te amo. - Eu também te amo, dona Amélia, dá um abraço aqui. As duas se abraçam e vão logo para a estalagem antes que alguém as veja na cidade, principalmente o segurança de Max. - Bom, mãe, vou te deixar aqui. Pedi pra Terê avisar o Vitor, e ele deve estar te esperando no quarto. - Obrigada, querida. – Amélia abraça Manu. - Vê se namora bastante viu? Que eu vou demorar pra passar aqui. Mas o Fred vai estar vigiando a estalagem junto com a Terê, não se preocupa.

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- Tá bem, até mais, minha filha, e toma cuidado. – Amélia acaricia o rosto da filha e lhe dá um beijo, entrando na estalagem em seguida. O segurança de Max percorre toda a cidade, já alertado pelo patrão, que percebe a ausência da mulher. Fred o vê na frente da estalagem e se posiciona perto de Veloso, para qualquer tentativa de flagra ou invasão. Nesse mesmo instante, Amélia, já dentro da estalagem, chega até Terê, feliz e nervosa ao mesmo tempo: - Oi, Terê. Como vai? - Amélia, quanto tempo! Que bom te ver. Como você está minha amiga? - Ai, Terê, acho que você já imagina... - Sim, fiquei sabendo. Mas se acalma, tudo vai dar certo. Pelo menos nesse momento. - Eu espero que sim. Tô tão apavorada, nervosa. - Calma, Amélia. Ele está lá no quarto te esperando. – Terê sorri e encoraja Amélia, que consegue abrir um sorriso. - Obrigada, Terê. Vou até lá... - Pode ir, vou ficar de prontidão aqui. Amélia segue animada para o quarto de Vitor e de repente escuta ele conversando com alguém. Ela se esconde e vê Estela saindo, se despedindo: - Tchau, Vitor, pode ficar tranquilo, eu falei com a Manuela, vai dar tudo certo pro catálogo. Amélia então percebe o motivo que levou Estela a frequentar o quarto de Vitor, sentindo certa culpa por se deixar levar pelo ciúme causado pelas insinuações de Max. Ela espera Estela sair e bate na porta. Vitor abre e não acredita no que vê: - Amélia! – Ele fica estático. - Não vai me deixar entrar? – Amélia diz sorrindo. Ele a puxa logo em seguida, fecha a porta rapidamente, segurando com uma mão sua cintura e com a outra sua nuca, a guiando devagar até a cama. Os dois vão andando, sem dizer nada, só olhando um para outro. Amélia joga sua bolsa na cadeira, segura a nuca de Vitor com as duas mãos e os dois chegam até a cama quase se beijando, até que Vitor diz, eufórico: - Eu tava com tanta saudade. Não aguentava mais ficar sem tocar você, sem te ver, sem sentir sua pele na minha... - Vitor encosta o nariz em Amélia, percorrendo todo seu rosto. - Eu te amo tanto, Amélia, tanto... - Vitor fala chegado cada vez mais próximo aos lábios de Amélia, olhando fixamente para eles. E ela, antes que se deixasse levar por um beijo, diz rapidamente, quase sem fôlego: - Me ama, Vitor... Os dois não conseguem resistir e rendidos por uma paixão e uma saudade imensa, depois de tantos dias distantes um do outro, se entregam a um beijo apaixonado e longo. Vitor senta Amélia com cuidado na cama e a olha sorrindo, maravilhado, levando suas mãos aos joelhos dela, que apóia seus braços nos ombros de Vitor. Ele tira as botas de Amélia com cuidado e depois vai subindo até a sua cintura, abrindo com cuidado os botões de sua blusa e ao mesmo tempo a beijando. Os dois vão se afastando até a cabeceira da cama, Amélia tira a blusa de Vitor e segura com força suas costas, o puxando para si, e os dois finalmente se amam pela segunda vez como se fosse a primeira.

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Depois de se amarem, os dois se abraçam deitados na cama, enrolados no lençol. Vitor beija os cabelos de Amélia, que está deitada em seu peito, e diz: - Meu amor. Pensei que a gente não ia conseguir nunca mais ficar assim. - Eu tô com tanto medo, Vitor... de permitir que o Max consiga acabar com tudo isso que a gente está vivendo, e por minha culpa. - Não. – Vitor se solta de Amélia e a faz virar de lado para ele, olhando em seus olhos, segurando seu rosto - O Max não vai conseguir acabar com o que eu tô sentindo, com o que eu sei que você tá sentindo. Não é culpa sua, Amélia. – Ele a beija várias vezes até ela dizer: - Quando é que a gente vai conseguir ficar assim de novo? – Ela olha para Vitor com tristeza - Eu deixei o Max ter tempo pra bolar todo esse plano sórdido, de me seguir, de me enclausurar. E agora... agora eu fiquei sem controle da minha própria vida, da minha felicidade... com você. Vitor a escuta sério e a pega em seus braços novamente, até que repara algumas marcas em seu corpo: - Amélia, o que é isso? - O quê? - Você está cheia de hematomas. – Vitor vai se afastando e olhando o corpo de Amélia. Ela se cobre e diz: - Por favor, Vitor. - Mas, Amélia... Isso não parece nenhum tipo de batida ou sei lá, alergia. Isso aqui é uma lesão, e séria. - Por favor – Amélia segura o braço de Vitor, o contendo – Só me faz esquecer isso e não me faça falar o que eu não posso relembrar. - Meu Deus, Amélia... Amélia cerra os lábios de Vitor com os dedos e o beija levemente, impedindo que ele termine a frase. Ele então retribui o beijo, a abraçando com intensidade, e logo depois do beijo ele retoma, segurando seu rosto com fervor: - Aquele desgraçado me paga, eu vou acabar com isso, eu te prometo, tá me ouvindo? Eu te prometo. - Pelo amor de Deus, Vitor. Não faz nada, não pensa nisso agora, eu te imploro. Eu preciso esquecer, me ajuda. Me ajuda... – Amélia diz em tom desesperador, pedindo com os olhos, que Vitor a protegesse naquele momento e continua - Eu quero só que você me ame, que você tire do meu corpo qualquer marca que o Max possa ter deixado. Vitor não consegue responder, e fica sem reação, deixando Amélia aflita: - Eu não queria que você soubesse. Tenho tanto medo de te perder, que você... que você não me queira mais como antes, porque o Max... Vitor inconformado com as palavras de Amélia, a beija desesperadamente, sentindo a mesma dor de Amélia em imaginar tudo que ela passou: - Nunca. Nunca Amélia. Meu Deus, isso não vai mudar em nada o que eu sinto por você. Pelo contrário, eu te amo ainda mais, eu quero você ainda mais. – Ele a abraça com força, beijando com carinho o rosto de Amélia, segurando sua cabeça contra o travesseiro, chegando até o pescoço - Eu vou fazer você esquecer tudo o que você sofreu... já é passado. Os dois se beijam e se amam mais uma vez. Depois de um tempo, Amélia decide ir embora, com medo de que o segurança descubra onde ela está:

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- Vou embora. – Ela dá um leve beijo em Vitor e se levanta com o lençol. Ele sorri e tenta puxá-la de volta mas não consegue. - Mas já? - Sim, você sabe que infelizmente nosso tempo é curto. Ela se veste e Vitor faz o mesmo, quando terminam, ele a segura pela cintura e diz: - Eu acho que tudo isso que tá acontecendo com a gente é uma forma de colocar o nosso amor à prova... sempre. Eu acho que... a cada hora a prova fica mais difícil e a gente acaba tendo que sentir um certo prazer nisso, pra ter forças pra continuar... Vitor a beija mais uma vez com intensidade e termina, olhando nos seus olhos: - Eu acho que você merece, que eu continue lutando por essa história, me debatendo até transpor a última barreira, a mais difícil... aquela que ninguém acreditaria que seria possível derrubar...- Vitor a olha fixamente com desejo, vai se aproximando e a beija novamente. Os dois vão se afastando devagar, Vitor encosta sua testa na de Amélia, com os olhos fechados, ainda a abraçando forte pela cintura e ela responde, tocando o rosto de Vitor com suavidade: - Mas você não merece isso... Eu não queria que isso estivesse acontecendo. - Você prefere assim? Que nada disso tivesse acontecido, desde o começo? - Mas você há de convir que é uma atitude mais inteligente...não sofrer, viver... - Não. – Vitor balança sua cabeça negativamente – O amor é o triunfo da imaginação sobre a inteligência. É assim que é o amor. É assim que eu te amo Amélia... Sem entender nada, nada...mas imaginando tudo! Amélia não consegue dizer nada, ele se aproxima e pega seu rosto novamente, a beijando cada vez mais. De repente os dois são interrompidos quando Fred bate na porta: - Vitor, mãe? Os dois se assustam, e Vitor abre a porta: - Oi, Fred. - E aí, Vitor? Mãe... Acho melhor a Manuela levar a senhora de volta pra fazenda. O segurança do seu Max já foi embora e eu averiguei que ele retornou. Pode ir tranquila até o carro que eu dou escolta. - Tá certo, filho. Toma cuidado. - Pode deixar. Vitor olha Amélia já com saudade e tristeza nos olhos, a puxando pelo braço e olhando pros seus lábios, sem se importar com Fred: - Amélia... não esquece de mim. Me espera, que eu vou te tirar de lá o mais rápido possível. - Não faz nada sem pensar, Vitor, por favor. Eu não quero que o Max faça nada contra você. - Ele não vai fazer. Nem contra mim nem contra você. Te prometo... Fred interrompe e diz: - Calma, Vitor, a Manu não vai deixar a dona Amélia sozinha nenhum segundo naquela casa, e a porta do quarto vai ficar trancada, não é, mãe? Por precaução. Vamos dar um jeito naquele segurança também. Vitor a beija mais uma vez, e Amélia vai embora com Fred.

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E Se... Max flagrasse Amélia e Vitor na cama? (Cena de 27 e 28 de fevereiro - Vitor invade a fazenda para levar Amélia.) Amélia está no quarto lendo um livro quando de repente escuta a voz de Vitor, gritando na sala: - Amélia, desce aqui. Amélia! Ela logo se levanta assustada e diz sozinha: - Meu Deus, é o Vitor? Na sala, Max aparece com um semblante calmo, com as mãos no bolso, como se nada estivesse acontecendo e olha fixamente para Vitor, que estava com os olhos cheios de raiva: - Ora, ora! Quem está aqui. Vitor Villar. Nesse instante Amélia desce e fica parada na escada vendo a cena, até que Vitor a olha: - Amélia. Eu vim te buscar. Vamos embora daqui, agora! Ela não consegue falar e quando tenta, Max se prontifica: - Ah, mas que coisa mais bela. O super-herói veio buscar a mocinha casada. Tu estás ficando doido das ideias é, seu afrescalhado? O que tu pensas que vai fazer? - Eu não penso em nada, Max! Eu vou levar a Amélia comigo, agora. E você não vai me impedir de nada. Amélia desce as escadas aparentemente nervosa e assustada: - Pelo amor de Deus, Vitor... Max a interrompe novamente: - Fica onde estás, Maria Amélia. Tu nem penses em se aproximar desse moleque, senão eu acabo com essa história aqui mesmo. Vitor se aproxima de Max cheio de fúria e com os olhos vermelhos. Amélia percebe que algo pode acontecer e corre na frente de Vitor, ficando entre os dois. - Pára, Vitor. Chega. Vai embora... - Amélia? Como assim... Max começa a sorrir cinicamente: - Tu não ouvistes minha mulher? Vai embora daqui. Tu não tens vergonha na cara de aparecer aqui depois de se acostar com minha mulher? Estás arriscando tua vida. - Amélia, vem comigo, por favor. Essa é a chance da gente... De repente, Vitor percebe o olhar desesperado de Amélia e sente algo em suas costas: - Vitor, cuidado! – Amélia grita e Max a segura pelo braço. Vitor olha para trás e encontra Veloso com uma arma em suas costas e Max diz: - Tu tens certeza que não vai embora daqui? Ahn? - Vai embora, Vitor, vai! – Amélia diz quase chorando, temendo pela vida de Vitor. Vitor, sem ter mais o que fazer, vai se desvirando lentamente e olha inconformado para Amélia e Max, levantando suas mãos e tentando se afastar: - Calma. Eu vou embora... - Anda, moleque, vai embora. Veloso pega Vitor pela camisa, o levando até a porta. Vitor se desprende do capanga com ódio e o empurra para trás. Ele olha para Amélia, triste e cheio de raiva, e vai embora.

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Amélia se desprende de Max, olha para ele com rancor e sobe as escadas chorando. O fazendeiro dá ordens para Veloso ficar de olho e o dispensa, depois diz sozinho: - Ah, esses dois me pagam. Tu que me aguardes, Maria Amélia. Ninguém faz Max Martinez de idiota. Ele coloca as mãos na cabeça e vai até o escritório, se trancando lá por algumas horas. Vitor chega na estalagem nervoso e Terê percebe: - O que foi, meu filho? - Aquele... aquele desgraçado do Max. Eu não acredito... - Calma, Vitor. Senta aqui e me conta. - A Amélia não quis vir comigo, o Max já sabe de tudo, Terê. E ele vai fazer de tudo pra manter a Amélia ao lado dele. Ainda mais agora... Eu temo tanto por ela, sozinha. - Meu Deus do céu! E a Amélia está presa lá na fazenda? - Praticamente. Ela devia ter vindo comigo... Se ela não tivesse consentido, talvez eu teria conseguido me livrar do capanga do Max. E a gente já estaria livre. - Vitor, você tem que entender a situação da Amélia. Ela teme pela sua vida também. - Eu sei, Terê. Mas uma hora isso tem que acabar. O Max consegue tudo, como que uma pessoa consegue influenciar até a autoridade de um lugar? Esse delegado não vai mexer um dedo pra ajudar nesse caso. - Pois é. E isso é tão sério. Vocês dois estão sendo ameaçados sob os olhos de todos. E o Max nem se importa, porque sabe que tem total liberdade pra isso. - É, é disso que eu falo, Terê. Mas eu não vou ficar parado. Tenho que fazer algo, nem que seja sozinho. - Vocês têm que ter muita cautela agora. Fala com a Manu, explica a situação. A Amélia não está sozinha. - Sim, vou fazer isso agora mesmo. Vitor liga para Manu e explica tudo o que aconteceu: - Manu, sua mãe tem que tomar alguma atitude. - Calma, Vitor, eu sei. Mas ela tá com medo, tenta entender. - Eu vou proteger a Amélia, eu amo a sua mãe. Eu faço qualquer coisa pra ter ela do meu lado. - Eu sei, Vitor. Mas a gente precisa ter paciência. Por favor. Eu vou falar com ela, fica tranquilo. Vitor desliga o telefone com insatisfação, coloca as mãos na cabeça, desarrumando o cabelo e soltando o ar pela boca, cansado de ser impotente diante dessa situação. Manuela corre até a fazenda, não encontra Max em casa e corre para o quarto da mãe: - Mãe, abre, sou eu. Amélia, ainda chorando, se levanta e corre para abrir a porta: - Filha...

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- Mãe, o Vitor me contou tudo. O pai então já sabe sobre vocês dois? - Sim, eu nunca tive tanto medo, minha filha. Não sei o que fazer. Seu pai vai fazer alguma loucura, ele me ameaçou, quase atirou no Vitor. – Amélia fica nervosa e Manu a abraça: - Calma mãe. Eu acho que o melhor agora é você sair daqui. Já não tem mais saída, o meu pai não vai deixar vocês dois em paz...Não tem mais conversa com o seu Max. - Mas se eu sair daqui o Max pode fazer alguma coisa com o Vitor. - Mãe, o Vitor sabe se defender e vai defender a senhora também. Eu confio nele. - Mas o que você acha que eu devo fazer agora? - Eu acho que a senhora tem que fazer suas malas. Amélia olha para a filha com tristeza e ao mesmo tempo com firmeza: - Você tem razão, eu vou fazer isso agora mesmo. Eu deveria ter enfrentado seu pai há muito tempo, ou melhor, deveria ter ido embora com o Vitor quando ele veio até aqui. - A senhora não teve culpa de nada. Não tinha como sair daquele jeito, sob ameaça do meu pai. Era impossível. - O Vitor deve estar chateado comigo. - Não está. Tenho certeza, ele te ama. – Manu sorri e pega nos braços de Amélia. - Vamos então arrumar essas malas? As duas arrumam as roupas e, de início, acham melhor colocarem poucas peças na mala. Manuela deixa a mãe no quarto e vai até o quarto de Max: - Hum, aqui está! A outra chave do escritório. Ela se certifica de que a chave reserva não está com o pai e logo em seguida desce as escadas correndo, procurando por Max: - Lurdinha, Lurdinha! - Oi, Manu, o que foi? - Meu pai, onde ele está? - O seu Max tá no escritório com aquele Veloso. - Ótimo. Já que você é a guardiã da chave do escritório, agora você vai usá-la. - Eu? Como assim, Manu? - Simples. Pega a chave e tranca aquela porta. - Mas Manu... - Sem mais nem menos, Lurdinha, faz o que estou te falando. Com cuidado pra eles não escutarem e rápido! Lurdinha assustada, pega a chave e faz o que Manuela pediu. Tranca Max e Veloso no escritório sem que os dois percebam. Nesse meio tempo Manu corre para o quarto de Amélia e a avisa: - Mãe, o caminho está livre. Tranquei o seu Max no escritório por algum tempo! – Manuela começa a sorrir e abraça a mãe. - Filha! Isso é tão perigoso. Seu pai vai perceber logo... - Eu sei, por isso temos que correr. Vamos pra estalagem antes que o meu pai bloqueie todas as saídas dessa fazenda. Amélia e Manu saem correndo de casa, entrando rápido no carro e seguindo para a estalagem. Chegando lá, Manuela ajuda a mãe com a mala e a leva até a porta do quarto de Vitor:

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- Pronto, dona Amélia, agora é com você. Já estava na hora da senhora ir pros braços de quem realmente te merece... Vai lá! Amélia abraça a filha, sorrindo: - Obrigada, filha, te amo viu. – Ela acaricia os cabelos da filha, que sai, deixando a mãe na porta do quarto. Amélia fica parada olhando sem nenhuma reação e resolve bater. Depois de alguns segundos Vitor abre e se depara com ela e a mala ao lado: - Amélia... – Ele olha para a mala e para ela ao mesmo tempo, sem saber o que fazer e o que pensar, até que Amélia diz: - Vitor... Me perdoa? - Meu Deus, Amélia. Não acredito nisso. – Ele a puxa para dentro do quarto rapidamente, tranca a porta e a ajuda com a mala, colocando-a perto da cama. Logo, ele vai até Amélia novamente, segurando seu rosto: - Finalmente, meu amor. Eu já estava pensando que você tinha desistido, que você tinha se conformado. Amélia acaricia os braços de Vitor, que estavam em seu rosto, dizendo: - Eu nunca vou desistir de você. Nunca. Eu não tive coragem, mas eu... te amo tanto...Me perdoa? Vitor a olha nos olhos e depois fixa o olhar em seus lábios. De repente a beija com desejo, segurando sua nuca com ainda mais força, sentindo que naquele momento, finalmente, Amélia era só sua. Ela retribui o beijo segurando o rosto de Vitor e depois tocando seu pescoço com suavidade, já rendida por ele. Vitor a beija no pescoço com fervor, a guiando até a cama. Ela se senta e se apóia no colchão enquanto ele direciona seu corpo devagar contra o de Amélia, beijando seus lábios e depois descendo devagar até seu pescoço novamente. Os dois se afastam eufóricos, Vitor se senta ao lado, ainda segurando seu rosto e diz: - Eu te quero tanto, tanto... – Ele a beija várias vezes nos lábios. – Não me deixa, Amélia. Fica comigo, pra sempre. Ela percorre o rosto de Vitor com as mãos, olhando fixamente em seus olhos, sem dizer nada. Vitor pega a mão de Amélia e a leva em seus lábios, beijando-a com os olhos fechados. Depois, a olha com paixão e toca os lábios de Amélia com os dedos, vai se aproximando cada vez mais, beijando com leveza as maçãs de cada lado de seu rosto, depois a testa, o queixo e alcança seus lábios, os beijando devagar e mordendo levemente. Os dois se deitam devagar, Vitor a beija intensamente, percorrendo seu pescoço e descendo até seu ombro, tirando sua blusa com cuidado. Amélia sobe a camisa de Vitor, segurando ao mesmo tempo seus ombros com força contra seu corpo. De repente, enquanto os dois se amam na cama de Vitor, um barulho enorme os assusta. Max invade a estalagem, passa por cima de Terê e Neca, e dá um chute, arrebentando a porta trancada, flagrando os dois na cama. - Max!!!!! - Amélia grita ao ver o marido por cima dos ombros de Vitor, que logo se levanta sem entender nada. Nesse momento, Terê entra junto com Max, assustada e diz: - Desculpa, eu não consegui...

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- Cala essa boca, sua vidente de araque. Dessa vez tu não adivinhastes que eu ia chegar até aqui antes que tu pudesse acobertar esses dois, não é mesmo? – Max empurra Terê e ela segura Neca que tentava agredir o fazendeiro. Vitor logo se coloca na frente de Amélia (somente vestido com uma cueca), a protegendo de qualquer coisa que Max pudesse fazer: - O que você quer, Max? Não entendeu ainda que essa tentativa de jogo já é perdida pra você? Max, com o rosto furioso, se aproxima mais de Vitor, cuspindo em seu rosto enquanto fala: - Tu é que não entendeste seu... moleque de merda. Quem tu pensas que é pra se acostar com minha esposa? A mulher é minha, e o jogo quem perdeste foste tu. Porque apesar dessa safadeza eu a tenho em meu poder! Vitor joga um olhar raivoso para Max, quase partindo para agredi-lo, mas Amélia, enrolada no lençol e assustada, segura seu braço com força: - Não, Vitor. Pelo amor de Deus. Não faz nada. Nesse instante todos os hóspedes da estalagem vão até o quarto de Vitor tentando ver o que estava acontecendo. Terê não consegue contê-los: - Nossa Senhora da Aparecida... É a dona Amélia e o Vitor sem roupa? Vixi! – Cotinha fica boquiaberta e Terê tenta fazer a moça ficar calada. - Me larga Amélia. – Vitor se desprende e dá mais um passo adiante apontando o dedo para Max: - Olha aqui, seu desgraçado, eu não vou sossegar enquanto não acabar com você, enquanto não te ver longe da Amélia... E ela não é sua mulher mais, há muito tempo. - Isso é o que tu pensas, seu cretininho. Não vou me exaltar como tu... Estou por enquanto muito calmo, porque sei que de mim, viu, Maria Amélia... - Max se esquiva de Vitor e olha para Amélia. – tu não vais conseguir paz nunca, e muito menos o divórcio. Amélia, com os olhos cheio de medo, não consegue dizer nada. Vitor logo se posiciona na frente de Amélia e volta para Max: - Sai daqui, Max. Não tem jeito, você não vai conseguir fazer nada... Nem adianta chamar nenhum de seus homens, porque não vai ser nada difícil a polícia de Juruanã aparecer por aqui, já que esse delegado de Girassol é seu comparsa. Nisso, mais gente chega na porta, se juntando à Neca, Terê e Cotinha. Chegam Beatriz, Lenita, Tavinho, Pimpinela e Glorinha - que entra na multidão e pára ao lado de Max: - Mas o que é que está acontecendo aqui, posso saber? Vou avisar o delegado e se essa bagunça não acabar eu vou mandar prender todos por desordem. Max se enfurece e diz, olhando para Amélia: - Tu não vês que é essa vagabunda que tem que ir presa, junto com esse moleque afrescalhado dos infernos? - Sai já daqui, Max! Ou eu não vou nem lembrar que você já tem idade pra levar um soco nessa tua cara. – Vitor se exalta. - Ah, mas é isso então. Tu queres dar um soco em mim? Tu queres? Então venha. – Max se aproxima de Vitor, que fica ainda mais nervoso e faz um gesto de ataque. Amélia, ainda envergonhada, segura o lençol em volta de seu corpo e tenta conter Vitor:

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- Vitor, pára! Não! Glorinha entra na frente de Vitor, o segurando: - Vamos parar com isso agora! Agora! Fred, Janaína e Nancy vão chegando e empurrando a multidão, tentando entrar no quarto. Fred os vê e diz: - O que está acontecendo aqui? Mãe!? - Tu estás vendo, meu filho? Tua mãe fez essa canalhice com teu pai. Tu vais agora me recriminar e ficar do lado dessa adúltera? Fred fica estático, olhando para a situação: Vitor e sua mãe praticamente sem roupa, diante da fúria de Max e de toda Girassol. - Mãe... calma. – Fred se aproxima de Amélia, abraçando a mãe. Ela chora nos braços do filho. - Não é possível uma coisa dessas. Meu próprio filho acobertando as safadezas da mãe. - Cala essa boca, Max Martinez. Você me dá nojo... Tenho certeza que você armou tudo isso pra minha mãe passar por essa vergonha. - Pois é isso mesmo. Tu estás envergonhada, Maria Amélia? Pois deveria estar mesmo, depois dessa cena diante de toda a cidade. – Max esbraveja ao falar. Nancy, ao lado de Janaína – que fica sem reação olhando para Amélia, Vitor e Max – diz para a irmã, sorrindo: - Jesus! Que babado, Jana! - Pára com isso, Nancy. Fica quieta. - Menina, se foi preciso eu perder todas as minhas esperanças com o Vitor pra ver essa cena aqui, eu juro que fico satisfeita! Hahaha! Que ótimo, bem feito pro velho chifrudo! - Nancy!!!!!!!! Pára! – Janaína aperta o braço da irmã, que reclama e fica quieta, só olhando. Manuela chega depois de ter sido avisada por Beatriz, empurrando a multidão, desesperada: - Mãe!!! – As duas se abraçam e Manuela tenta recompor a mãe, segurando forte no lençol. Fred se distancia e tenta conter Vitor que vai para cima de Max: - Sai daqui, seu desgraçado. Você já conseguiu o que queria, não é? Olha pra isso, o circo que você armou. – Vitor aponta para todos, olhando para Max com os olhos cheio de ódio. - É bom que agora a dona Amélia aprende, vais passar por essa vergonha o resto de tua vida. – Max olha para Amélia, que continua abraçada com Manu, chorando. - E tu, seu moleque.... vou acabar com a tua raça. Pra aprender a não se engraçar com mulher casada! – Max fica cada vez mais perto de Vitor, que reage, sendo segurado por Fred: - Filho da mãe! Vergonha é o que você tá passando. Não tem coragem de me enfrentar? Max se aproxima com o chicote na mão. Glorinha tenta conter Max, em vão. Ele passa por Vitor, ainda sendo segurado por Fred e chega até Amélia. - Tu vais ver só quando chegar em casa. – Max levanta o chicote e Amélia se desespera pensando que Max vai agredi-la. Fred e Vitor se viram, correndo até Max e Manu grita: - Não!!!!!!!!

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De repente, ele dá um tapa no rosto de Amélia, não dando tempo de ninguém impedi-lo. Ela cai nos braços da filha e todos fazem sons assustados, em uníssono. Vitor fica furioso e parte para cima de Max, o segurando pela camisa. Fred nem tenta contê-lo e vai até a mãe, preocupado. Nisso, o delegado chega segurando o braço de Max que estava com o chicote e o separa de Vitor: - Parem com isso, Max e Vitor! Vocês estão fora de si. - Me solta, seu delegadozinho de merda! – Max tenta de desprender. - Max, se contenha, agora! – Geraldo segura o fazendeiro com força, o retirando do quarto com a ajuda de Glorinha. Vitor olha Max com raiva saindo do quarto e tenta segui-lo, mas Fred o segura novamente. Lenita começa a rir e diz para Beatriz: - Beá do céu! Que babado fortíssimo. Não tô acreditando ainda que tá acontecendo isso aqui em Girassol. A titia aqui tá passada com ferro. - Quieta, Lenita. Vamos embora. - Ah, não, agora que tá ficando bom? Olha só esse Vitor só de cuequinha, essa Amélia não é boba nem nada. Fez uma troca e tanto! Ui, morro, “aloka”! - Pára, Lenita, sossega. – Tavinho a segura pelo braço. - Vamos embora, anda... Coitada da Amélia, não merecia isso. – Beatriz puxa Lenita e Tavinho, saindo da confusão. Terê grita assim que Max sai do quarto com o delegado: - Vamos todos embora, anda, anda. Acabou o espetáculo. Todos saem sorrindo ou assustados, deixando somente Vitor, Amélia, Fred e Manuela no quarto. Janaína puxa Nancy, que também queria ficar, e as duas saem do quarto. Vitor se recupera de toda a fúria e se dá conta do estado de Amélia, apavorada. Ele corre até ela, segurando em seu rosto com carinho e preocupação: - Meu amor. Calma... Por favor, fica calma. Amélia não consegue parar de chorar nos braços de Manuela, que diz: - Vitor, por favor, me deixa sozinha com a minha mãe. Vitor hesita, acaricia o rosto de Amélia novamente e sai, pegando uma bermuda e se vestindo. Ele e Fred saem do quarto. Manuela ajuda a mãe a se vestir, ainda em estado de choque. - Calma mãe. Acabou. - Não, filha, que vergonha. Eu não vou conseguir nunca mais olhar no rosto de ninguém dessa cidade. - O meu pai conseguiu fazer o que ele queria, mãe, você não percebeu? Ele saiu de vítima e fez a senhora ficar se sentindo a pior mulher do mundo. Como se a senhora fosse a culpada. - Eu ainda sou casada, Manuela. Todo mundo vai me julgar por isso, sem saber pelo que eu passava com seu pai. - Eu sei, mãe. Mas a senhora deve tentar não pensar no que os outros vão falar... Ninguém tem nada a ver com a sua vida, a senhora não é uma criminosa. - Ai, minha filha. – Amélia desaba e chora novamente nos braços de Manu.

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Enquanto isso, Terê, Vitor e Fred conversam num quarto de hóspedes vazio da estalagem, longe da multidão que ainda estava na sala de entrada. - Meu filho, vai dar tudo certo. O Max fez isso de propósito, só pra desmoralizar a Amélia, pra deixar você nervoso. - Eu acabo com esse desgraçado, acabo! - Vitor, se você fizer alguma coisa você sabe que vai preso. Meu pai não vai deixar vocês em paz a partir de agora. Toma cuidado, cara. - Não, Fred. Eu preciso ir embora daqui com a sua mãe. - Ela precisa resolver essa situação mesmo. Assinar o divórcio, nem que tenha que chegar a um litigioso. - Pois é. Agora não tem mais jeito, Fred. Tua mãe vai ter que tomar uma decisão. Eu sei que ela deve tá destruída com tudo isso, mas não dá mais... - Calma, Vitor. Vamos esperar a Amélia se recuperar não é? – Terê tenta acalmá-lo. - Eu preciso ficar com ela, ver se ela tá bem... - Vamos esperar a Manu. – Fred diz, ainda assustado com tudo. Vitor começa a andar de um lado para o outro, sem paciência, passando a mãos no rosto. Enquanto isso na delegacia, Max diz para Geraldo: - O que tu pensa que estavas fazendo me prendendo na frente daquele povinho? - Max, eu tinha que fazer isso, como o delegado de Girassol. - Grandes bostas. Tu nem pensas em me prender aqui. - Claro que não, Max. Fiz isso pra acabar com a confusão. - Tu sabes que foi até bom passar por essa humilhação? Aquela vagabunda vai ser lembrada muito mais do que eu. Se acostando com aquele filho de uma égua na frente de todo mundo. - É, situação complicada. - Adultério deveria ser crime pra mulher neste país. Geraldo começa a sorrir. - Tu queres logo me liberar dessa pocilga? Preciso ter uma conversinha a sós com minha esposa. - Pode ir, Max. Mas sem confusão hein. Max sai da delegacia e vai até a estalagem. Nesse meio tempo, Amélia e Manuela já estavam na Estância, levadas até lá por Solano. Vitor não vê as duas saindo. Ele, Fred e Terê vão até o quarto e encontram ele vazio, sem as malas de Amélia: - Pra onde elas foram? – Vitor diz, preocupado. Neca aparece no momento: - A dona Amélia mais a Manuela saíram agorinha com o Solano. - Não acredito nisso. Vou ligar pra Manu. – Vitor se desespera. Fred bate de leve nos ombros de Vitor e se despede: - Calma, cara. Ela precisa de um tempo agora. Vou indo nessa... Fica bem aí. Vitor, com um olhar desacreditado, não consegue prestar atenção nas palavras de Fred e já se distancia, pegando o celular: - Alô, Manu.

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- Oi, Vitor. - Cadê a Amélia, quero falar com ela. - Ela tá dormindo, Vitor. É melhor vocês se falarem amanhã com calma. - Por favor, Manu. Eu preciso ver sua mãe, ouvir a voz dela. - Vitor, me escuta. Ela não quer ver você agora. Amanhã vocês conversam tá? Tchau, se cuida. Vitor desliga o celular e senta na cama: - Droga! - Vitor, se acalma. Quer um chá, alguma coisa? - Não, Terê. Eu quero só a Amélia, só a Amélia! - Você vai ter a Amélia. Mas tudo na sua hora, não é? - Quando vai ser essa hora, Terê? Quando? Não aguento mais isso. Se a gente tivesse ido embora, nada disso teria acontecido. Terê tenta continuar a conversa mas escuta Max: - Cadê ela? Amélia, Amélia! Vitor logo se levanta furioso: - Não acredito que esse desgraçado voltou. - Vitor, não! Fica aqui, eu vou até lá. Por favor. Terê fecha a porta do quarto de Vitor e vai até onde Max está. - O que você quer aqui de novo, Max? - Tu estás surda, é? Já disse que quero falar com a Amélia. Onde ela está? - A Amélia foi embora com a Manuela. - Duvido. Eu vou é ver com meus próprios olhos que ela e aquele afrescalhado estão juntos. - Pode ir parando aí, Max. – Vitor aparece, cruzando os braços. – A Amélia não está aqui. - Como eu posso ter certeza? - Pode revistar o quarto, a estalagem inteira... Max vai até o quarto de Vitor e vasculha todos os quartos vazios, sob os olhos de Terê, constatando que Amélia não estava mesmo por ali. - Olha aqui, seu filho de uma égua, já vou avisar de novo que se tu imaginas que vai ficar com minha esposa, estás muito enganado. Teu pai vai se arrepender, no túmulo, de ter colocado um filho frouxo como tu no mundo. - Cala essa boca! – Vitor se enfurece e Terê o segura: - Calma, filho. Por favor, não faça nada... - Você pode me ameaçar o quanto quiser, Max. Mas pode ter certeza que da Amélia você não vai chegar perto nunca mais. - Veremos, veremos. Max sai da estalagem com o olhar raivoso. Enquanto isso na Estância, Manuela tenta fazer a mãe se acalmar e dormir: - Dona Amélia, a senhora precisa descansar. Tenta dormir. – Manuela acaricia os cabelos de Amélia, que está deitada no seu colo. - Ai, filha, nem sei o que seria de mim sem você, sem o Fred. - A gente vai ficar do seu lado sempre viu? Agora eu que vou cuidar da senhora, eu vou ser sua mãe! – Manu sorri e dá um beijo na testa da mãe. Amélia toca o rosto de Manu com carinho. O tempo passa e Amélia finalmente dorme, sem tocar na comida que Solano havia levado para ela. Manuela sai com cuidado, deitando a mãe na cama delicadamente para não acordá-la.

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Ela sai do quarto e vai até a sala falar com Solano: - Ai, meu amor, minha mãe tá tão abatida. Tenho medo dela não se recuperar. - Calma, guria. A dona Amélia é forte, ela vai sair dessa. - Tomara, tomara... - Vamos dormir? Vou só beber uma água, dar um beijo na minha volita, e vou em seguida, tá? - Tudo bem, te espero no quarto. Manuela sobe e Solano vai até a cozinha. De repente ele escuta palmas batendo do lado de fora. Solano olha pela janela e vê Vitor. Ele então abre a porta: - Vitor. Entra... - Oi Solano. Desculpa vir a essa hora, mas eu não aguentei. Eu preciso ver a Amélia... Ela está aí, não está? - Está, sim. Entra aí... - Obrigado. Licença. - E aí, tu estás se sentindo melhor? - Nada. Preciso demais ver a Amélia. - Eu entendo. Olha só, vou te levar até o quarto dela, mas acho que ela está dormindo. - Tudo bem. Eu não vou acordá-la... Quero só olhar pra ela. Solano sorri e dá um tapa nas costas de Vitor: - Ê, rapaz, tu está mesmo apaixonado por ela não é? - Muito, muito. - Vamos lá. Os dois sobem as escadas e Solano o deixa na porta do quarto de hóspedes: - Pronto. Ela está aí. - Muito obrigado! Vitor abre a porta com cuidado e a fecha. Ele olha Amélia dormindo e se aproxima dizendo baixinho: - Amélia... Ele se ajoelha no chão e a toca no rosto suavemente, tirando os fios de cabelo dos seus olhos e a beija com cuidado no rosto. Amélia desperta e olha para Vitor, ainda sonolenta: - Vitor... - Meu amor. Você está bem? – Ele acaricia seus cabelos, com um olhar preocupado. Ela se levanta e encosta na cama, olhando Vitor sem dizer nada. Até que ele se levanta e senta ao seu lado: - Me desculpa? Me desculpa por não ter conseguido evitar tudo aquilo... – Ele a beija no rosto várias vezes. Amélia toca o rosto de Vitor e o beija de leve nos lábios. Depois diz com tristeza: - O que eu faço? - Vamos embora, Amélia. - Como? O Max vai... - Pára com isso, Amélia, por favor. Você não pode mais ficar a disposição das loucuras do Max. Não dá mais. - Vitor, você não entende. Ele vai matar você, me matar. Eu não posso ser tão negligente assim, a ponto de colocar sua vida em risco.

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- Não é assim, meu amor. A gente precisa colocar esse homem no lugar dele, senão vamos passar a vida toda fugindo. - É isso que eu não quero. Eu não quero fugir sendo que não tenho culpa de nada. Ainda mais agora, a cidade toda vai me condenar. - Ninguém tem nada a ver com isso, Amélia. Me escuta, olha pra mim. – Vitor segura seu rosto. – Eu te amo, eu não vou deixar você, entendeu? Nunca mais. Ela fixa o olhar nos lábios de Vitor e ele percebe, se aproximando dela cada vez mais e a beijando com paixão. Vitor deita ao lado de Amélia na cama e a coloca em seu peito: - Eu vou arrumar um jeito da gente sair daqui, para aquela fazenda você não volta nunca mais. - Vitor... eu tenho tanto medo...de te perder. De acontecer alguma coisa. O Max não vai ficar parado. - Não mesmo. Mas enquanto ele tenta maquinar alguma coisa, a gente já vai estar longe daqui. Amélia não diz nada e fecha seus olhos se ajeitando nos braços de Vitor, até pegar no sono. Ele a deita na cama com cuidado, a cobre e passa a noite toda a vendo dormir. Já é de manhã, Vitor e Amélia dormem abraçados quando Manuela entra no quarto, sorrindo com a cena. Ela fecha a porta e resolve deixar os dois sozinhos. Nisso, Amélia acorda: - Querido? Acorda. – Ela toca o rosto de Vitor, ao seu lado. - Bom dia, amor. – Vitor a beija e levanta os braços, se alongando. - Já amanheceu e a gente não pode ficar aqui por muito tempo. - É. Eu pensei muito ontem a noite e acho que o melhor é irmos pra Juruanã, o mais rápido possível. - Será que não é perigoso? - Perigoso vai ser de qualquer modo, mas eu vou estar do teu lado e tem bastante gente pra nos ajudar. Ele beija Amélia segurando sua nuca e depois diz: - Confia em mim. - Eu confio. – Ela toca seus lábios com carinho e depois os beija. FIM