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UFPE - CFCH - DCPProcesso de Integração Regional
Prof. Marcelo Medeiros
Uma análise crítica do acordo de associação estratégica entre a União Européia e a América Latina
e o Caribe – A Cúpula de VienaFRANKLIN TREIN
FLÁVIA GUERRA CAVALCANTI
Flávia Barros e Ighor Valentim
2017.1
FLÁVIA 2
Sumário● Apresentação dos autores (Flávia)● Histórico da das relações entre UE, América Latina e Caribe (Flávia)● Histórico das Cúpulas (Flávia)● A Cúpula de Viena: expectativas e frustrações (Ighor)● A posição euopeia em relação à Cúpula (Ighor)● A Europa adotou a visão americana porque tem dificuldade para assumir a
“Associação Estratégica” (Ighor)● Conclusão (Ighor)
Franklin Trein● Filósofo● Pós-doutorado em Filosofia pela
Universidade de Estrasburgo (1983/84)
● Pós-doutorado em Relações Internacionais pela Universidade Livre de Berlim (1990)
● Professor aposentado da UFRJ● Filosofia, com ênfase em filosofia
política e Relações Internacionais - União Europeia, politica internacional e Mercosul
FLÁVIA 3
● Graduação: Comunicação Social - UFRJ (1997)
● Mestre em Ciência Política pela UFRJ (2005)
● Doutora em Relações Internacionais pelo Instituto de Relações Internacionais da PUC-Rio (2012)
● Professora adjunta e
pesquisadora da UFRJ● Coordenadora e pesquisadora
do Grupo de Estudos Migratórios da UFRJ
Flávia Guerra Cavalcanti
Histórico das relações entre UE, América Latina e Caribe● 1a geração (1957 - 1970’s)● 1957 - 1971
○ América Latina e Caribe - posição secundária
● Década de 1970○ recessão, inflação e desemprego
○ América Latina - continente estratégico
● Acordos da 1a geração○ assinados com países latino-americanos de grande potencial econômico naquele momento
○ bilaterais
○ relações estritamente comerciais, não-preferenciais (art. 133, Tratado da CEE)
○ México (1975) - “cláusula evolutiva”
FLÁVIA 4
Histórico das relações entre UE, América Latina e Caribe● 2a geração (1980’s)
○ nova conjuntura internacional
● 1985○ entrada da Espanha e Portugal na Comunidade Europeia
○ dimensão política e cultural
● Década de 1980○ protecionismo
○ política comercial da Europa para América Latina e Caribe continuou sendo não-preferencial
● Acordos da 2a geração○ acordos marcos: “declarações de intenções em que as partes se comprometem a aprofundar a
cooperação em negociações posteriores.” (Trein e Cavalcanti, 2007, pág. 70)
○ rompimento da política bilateral
FLÁVIA 5
Histórico das relações entre UE, América Latina e Caribe● 3a geração (fim da década de 1980 - 1990’s)
○ liberalização comercial, transformações políticas, técnico-científicas, sociais e culturais
(globalização)
● Processos de integração na América Latina○ Mercosul (1991) - regionalismo aberto: “zonas de livre comércio e uniões aduaneiras são,
necessariamente, promotoras do livre comércio e possibilitam aos países que delas participam
uma maior inserção nos mercados mundiais.” (Trein e Cavalcanti, 2007, pág. 71)
● União Europeia○ Tratado de Maastricht (1992)
● Acordos da 3a geração○ Novas Orientações para a Cooperação com a América Latina e Ásia na década de 90.
○ cláusula democrática (exceção: México 1991)
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Histórico das relações entre UE, América Latina e Caribe● 4a geração (a partir de 1994)
○ na prática o diálogo político e cooperação para o desenvolvimento não foram contemplados
● 1995○ “União Europeia - América Latina. Atualidade e perspectivas do fortalecimento da associação”
(1996-2000)
○ “Acordo Marco Inter-regional de Cooperação entre União Europeia e o Mercosul”
● Acordos da 4a geração○ poucos avanços para além dos interesses econômicos
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Histórico das Cúpulas UE-América Latina-Caribe● Cúpula do Rio (1999)
○ recuperar a perspectiva política e acrescentar os aspectos sociais e culturais
● Associação estratégica○ Integração simultânea das dimensões econômica, política, social e cultural
● Agenda○ promoção de uma ordem internacional respaldada pelos princípios do direito internacional
○ impulsão da integração regional através de acordos de associação
○ ampliação e fortalecimento da cooperação em matéria de desenvolvimento, educação, cultura,
ciência e tecnologia
● Grupo Bi-regional de Altos Funcionários○ contemplação de temas como o combate à corrupção, ao racismo, desigualdades sociais, drogas
etc.
FLÁVIA 8
Histórico das Cúpulas UE-América Latina-Caribe● Cúpula de Madri (2002)
○ 11 de setembro de 2001
○ Rodada de Doha, OMC
● Reafirmação dos compromissos da associação estratégica● Diplomacia de cúpulas
○ alto nível declaratório
○ compromisso limitado na implementação dos acordos alcançados
FLÁVIA 9
Histórico das Cúpulas UE-América Latina-Caribe● Cúpula de Guadalajara (2004)
○ reafirmação dos compromissos frente ao novo contexto do pós-guerra no Iraque
● Guerra do Iraque○ EUA e Reino Unido - comprometimento da credibilidade das Nações Unidas
● Agenda○ Reforçar os organismos internacionais para torná-los instrumentos eficazes de sustentação do
multilateralismo
○ Retomada da agenda do desenvolvimento dos países latino-americanos
■ Xa Reunião de Altos Funcionários da Cúpula União Europeia - América Latina e o Caribe
■ coesão social○ convergência econômica dentro de cada país (contradiz a associação estratégica - deve abranger
um espaço bi-regional)
FLÁVIA 10
A Cúpula de Viena: expectativas e frustrações.● A IV Cúpula União Européia-América Latina e Caribe foi celebrada nos dias 11
e 12 de maio em Viena.○ Esperava-se que durante esta cúpula houvesse inovações positivas e rupturas com os
paradigmas dos encontros passados.
○ Comissária das Relações Exteriores da União Européia, Benita Ferrero-Waldner
○ A Cúpula deixou muito desejar, sendo dada como um fracasso.
○ Os autores discernem que os motivos desse fracasso são diferentes dos reportados pelas redes
de notícia.
● Motivos para o fracasso segundo a imprensa.○ Esta atribuiu as falhas da conferência a uma crise aos processos de integração na América latina
e União Européia.
■ no caso europeu, o argumento era baseado na rejeição pela França e Holanda da
constituição européia
IGHOR 11
A Cúpula de Viena: expectativas e frustrações.● Motivos para o fracasso segundo a imprensa.
■ No caso da latino-americano é argumentado o esfacelamento da Comunidade Andina de
Nações (CAN). Além do conflito de interesses entre Brasil e Bolívia.
● Rebatendo estes argumentos.○ Pode-se admitir a palavra “crise” desde que ela fosse compreendida como uma etapa inevitável
dos processos de integração.
■ O histórico europeu desde o surgimento da UE.
○ Quanto a América do Sul parece precipitado tirar conclusões.
IGHOR 12
A posição européia em relação à Cúpula● Era esperado que a UE tivesse uma perspectiva mais densa quanto aos
acontecimentos.○ O euroceticismo da década de 1980
○ O Relatório de Cecchini.
● Porém histórico a qual os europeus já haviam acumulado com sua experiência não parece ter sido utilizado durante a cúpula.○ O argumento por parte do Bloco europeu de que a Associação Estratégica (AE) não seria levado
a frente enquanto a América Latina não falasse em uma só voz.
● Debate quanto ao aprofundamento e alargamento.○ Nos processos de integração não há uma separação bem delineada entre um momento à
resolução de problemas internos, e de abertura ao exterior.
○ Muitas vezes esses momentos ocorrem simultaneamente.
IGHOR 13
A posição européia em relação à Cúpula● Na opinião dos autores, a UE deixou-se levar pelo discurso, promovido pelos
EUA, da crise da integração latino-americana.○ O mesmo argumento teria sido usado pelos EUA em 2003 sobre a própria UE.
IGHOR 14
A Europa adotou a visão americana porque tem dificuldadepara assumir a “Associação Estratégica”● Os autores expressam a opinião de que os líderes utilizaram a interpretação de uma fragmentação na
América do Sul para encobrir sua falta de vontade de uma integração mais séria com a região.
○ Os altos custos que a UE assumiria poderiam ser motivos.
● Apesar de não ter havido avanço algum quanto a AE houveram algumas inovações que merecem
atenção
○ Apontamentos de Benita Ferrero-Waldner.■ Acordo de associação com a América Central.■ A proposta de estabelecer uma Assembléia Parlamentar UE-ALC.■ assinatura do Memorando de Entendimento entre a Comissão Europeia e a Secretaria-Geral
Iberoamericana para Processo de Cúpulas.
IGHOR 15
A Europa adotou a visão americana porque tem dificuldadepara assumir a “Associação Estratégica”● Os autores concordam com a declaração de Ferrero-Waldner.
○ A parceria entre parlamentos é condição necessária, mas não condição suficiente para haver
uma real avanço nas relações entre os dois blocos.
■ Os parlamentos podem ter poder sobre aspectos da integração que não são meramentes
econômicos.
● Outros fóruns e negociações parecem também ajudar a avançar as relações entre UE e América Latina
e Caribe.
○ Mas as conversas acabam por seguir concentrado em temas econômicos, e não de integração.
IGHOR 16
Conclusão● “A maior institucionalização das cúpulas e o aproveitamento dos resultados de
outras reuniões, como vimos, não garantem uma associação estratégica.”● A necessidade de vontade dos líderes de ambas as regiões antes que algum
passo, realmente, importante seja dado.● A necessidade de abandonar o argumento de fragmentação da América Latina.
IGHOR 17