É hora de pressionar -...

4
Jornal dos FuncionÁrios do bradEsco • • são Paulo, Maio dE 2013 É HORA DE PRESSIONAR Sindicato entrega à direção do Bradesco pauta de reivindicações e lança Campanha de Valorização. Lucro do primeiro trimestre reforça necessidade de pressionar o banco por melhor remuneração e condições de trabalho A Campanha Nacional de Valorização dos Funcionários do Bra- desco volta às ruas de todo o Brasil em maio, com debates nos locais de trabalho e atividades de mobilização para pressionar o processo de negociação. O lucro líquido ajustado, no primeiro trimestre de 2013, foi de R$ 2,943 bilhões, 3,4% superior ao mesmo período de 2012. As atividades financeiras foram responsáveis por 68,4% do lucro, e 31,6% desse total vieram das atividades de seguros, previdência e capitalização. "As instituições financeiras têm o papel de estimular e promover o desenvolvimento econômico e social. E têm o compromisso de elevar o nível de vida dos brasileiros, com mais crédito, menos juros e mais empregos. Não podemos aceitar que um banco que lucra tanto não dê o retorno devido para seus funcionários nem para a sociedade como um todo", diz a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. Demissões • Apesar do lucro, o Bradesco está reduzindo os postos de trabalho. O número de trabalhadores da instituição caiu de 103.385 em dezembro de 2012 para 102.793 em março deste ano. Em relação a março de 2012, a redução foi maior: 2.309 postos a menos. Para Juvandia, o fato de o banco oferecer menos empregos nesse cenário de crescimento entra em choque com o discurso de responsabilidade social do Bradesco, que é uma das marcas mais valiosas do mundo. “Além de piorar o atendimento ao cliente, a sobrecarrega de tra- balho põe em risco a saúde dos bancários, que já sofrem em excesso com a cobrança pela venda de produtos e pelo cumprimento de metas abusivas”, afirma a dirigente. A defesa do emprego e o aumento de funcionários nas agências está na pauta de reivindicações entregue ao banco em abril (veja mais na página 2). Receita e Despesa • Devido à queda com a despesa de pessoal, as Receitas de Prestação de Serviços e Tarifas agora cobrem ainda mais os gastos com os trabalhadores. A relação entre essa receita e a despesa com o pessoal aumentou de 145,4% no último trimestre de 2012 para 147,4% no primeiro trimestre de 2013. No primeiro trimestre de 2012, a relação era de 138,8%. “Os números reforçam a necessidade de mobilização para melho- rar as condições de trabalho e remuneração no Bradesco. A partir de maio, a Campanha de Valorização vai levar esse debate para os locais de trabalho”, finaliza Juvandia. O mascote da campanha de valorização é o homem de lata, uma alusão ao personagem do Mágico de Oz que queria ter um coração e ser tratado como gente. O personagem faz analogia ao robozinho mascote do Bradesco. “Nada contra ele, que é até bastante engraçadinho e sofisticado, mas a mensagem é essa: somos humanos, queremos ser valorizados. Não nos trate como robôs, não queremos ser tratados nem como máquinas e nem como lata”, afirma o dirigente sindical Marcelo Peixoto. A brincadeira vale também para os clientes que querem ser atendidos por pessoas, e são contra as agências sem caixa (veja matéria na página 3). “Já entregamos a pauta de reivindicações ao banco e esperamos iniciar um processo de negociações que aborde todos esses pontos e traga melhorias para os bancários. É importante que os funcionários acompanhem esses debates de perto e estejam preparados para a mobilização caso não haja avanços”, diz Marcelo. HOMEM DE LATA

Upload: hanguyet

Post on 26-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Jornal dos FuncionÁrios do bradEsco • • são Paulo, Maio dE 2013

É hora de pressionarSindicato entrega à direção do Bradesco pauta de reivindicações e lança Campanha de Valorização. Lucro do primeiro trimestre reforça necessidade de pressionar o banco por melhor remuneração e condições de trabalho

ACampanha Nacional de Valorização dos Funcionários do Bra-desco volta às ruas de todo o Brasil em maio, com debates nos locais de trabalho e atividades de mobilização para pressionar o

processo de negociação.O lucro líquido ajustado, no primeiro trimestre de 2013, foi de

R$ 2,943 bilhões, 3,4% superior ao mesmo período de 2012.As atividades financeiras foram responsáveis por 68,4% do lucro,

e 31,6% desse total vieram das atividades de seguros, previdência e capitalização.

"As instituições financeiras têm o papel de estimular e promover o desenvolvimento econômico e social. E têm o compromisso de elevar o nível de vida dos brasileiros, com mais crédito, menos juros e mais empregos. Não podemos aceitar que um banco que lucra tanto não dê o retorno devido para seus funcionários nem para a sociedade como um todo", diz a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira.

Demissões • Apesar do lucro, o Bradesco está reduzindo os postos de trabalho. O número de trabalhadores da instituição caiu de 103.385 em dezembro de 2012 para 102.793 em março deste ano. Em relação a março de 2012, a redução foi maior: 2.309 postos a menos. Para Juvandia, o fato de o banco oferecer menos empregos nesse cenário de crescimento entra em choque com o discurso de responsabilidade social do Bradesco, que é uma das marcas mais valiosas do mundo.

“Além de piorar o atendimento ao cliente, a sobrecarrega de tra-balho põe em risco a saúde dos bancários, que já sofrem em excesso com a cobrança pela venda de produtos e pelo cumprimento de metas abusivas”, afirma a dirigente. A defesa do emprego e o aumento de funcionários nas agências está na pauta de reivindicações entregue ao banco em abril (veja mais na página 2).

Receita e Despesa • Devido à queda com a despesa de pessoal, as Receitas de Prestação de Serviços e Tarifas agora cobrem ainda mais os gastos com os trabalhadores. A relação entre essa receita e a despesa com o pessoal aumentou de 145,4% no último trimestre de 2012 para 147,4% no primeiro trimestre de 2013. No primeiro trimestre de 2012, a relação era de 138,8%.

“Os números reforçam a necessidade de mobilização para melho-rar as condições de trabalho e remuneração no Bradesco. A partir de maio, a Campanha de Valorização vai levar esse debate para os locais de trabalho”, finaliza Juvandia.

O mascote da campanha de valorização é o homem de lata, uma alusão ao personagem do Mágico de Oz que queria ter um coração e ser tratado como gente. O personagem faz analogia ao robozinho mascote do Bradesco. “Nada contra ele, que é até bastante engraçadinho e sofisticado, mas a mensagem é essa: somos humanos, queremos ser valorizados. Não nos trate como robôs, não queremos ser tratados nem como máquinas e nem como lata”, afirma o dirigente sindical Marcelo Peixoto.

A brincadeira vale também para os clientes que querem ser atendidos por pessoas, e são contra as agências sem caixa (veja matéria na página 3).“Já entregamos a pauta de reivindicações ao banco e esperamos iniciar um processo de negociações que aborde todos esses pontos e traga melhorias para os bancários. É importante que os funcionários acompanhem esses debates de perto e estejam preparados para a mobilização caso não haja avanços”, diz Marcelo.

Homem de LAtA

Página 2 • RAIOS • maio de 2013

A pauta de reivindicações dos bancários do Bra-desco foi entregue ao banco no dia 17 de abril. O texto destaca propostas para melhorar a remune-ração, como a implementação de um novo PCCS. A cláusula de Remuneração Total reivindica que o banco pague mensalmente, a título de remunera-ção complementar, 10% sobre o total das vendas de produtos financeiros das unidades e 5% da re-ceita de prestação de serviços, apurada trimestral-mente e distribuída de forma linear.

Além de melhorias nas condições de trabalho, o texto defende implementação de um programa de reabilitação profissional e o parcelamento para o adiantamento das férias. O auxílio-educação e a adesão ao vale-cultura, do governo federal tam-bém está na lista. Confira todos os pontos no qua-dro nesta página.

encontRo nacional • As prioridades foram debatidas durante Encontro Nacional dos Fun-cionários do Bradesco, realizado no início de abril

com cerca de 130 dirigentes sindicais. “Chega-mos a essa definição após longo debate com em-pregados do banco de todo o país. São questões importantes e reivindicações que podem ser aten-didas pelo banco, e é isso que vamos buscar nas futuras negociações”, afirma a dirigente Elaine Cutis, coordenadora da COE Bradesco.

Banco Do futuRo • O encontro foi im- portante para debater a realidade dos trabalhadores em todo país, aprofundar reflexões sobre as inovações tecnológicas e seus impactos sobre o mundo do trabalho, além de discutir es-tratégias para organizar os trabalhadores do banco do futuro. “Esse é um tema muito discutido pelo movimento sindical bancário neste momento. So-mos favoráveis a novas tecnologias, mas queremos que elas sejam favoráveis aos trabalhadores e aos clientes, que propiciem o trabalho decente, com condições de trabalho adequadas e principalmente humanas”, diz Elaine.

Banco recebe pauta de reivindicaçõesmelhoria na remuneração passa por um novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários

PCCS, auxílio-educação e parcelamento do adiantamento das férias estão entre as demandas entregues ao banco no dia 17 de abril

BANCO DO FUTURO?

CA

ETA

NO

RIB

AS

Presidenta Juvandia moreira e representantes da Coe entregam pauta à direção do Bradesco

O Bradesco tem uma política de carreira fechada, que é um dos pilares da filosofia de empresa. O banco tem também um Pla-no de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) que os bancários criticam muito e consideram injusto e an-tidemocrático. “Discordamos de como são feitas as promoções, das distorções salariais e da diferença pequena entre o primeiro comis-sionamento, diante do aumento de horas trabalhadas e da respon-sabilidade cobrada. Isso causa descontentamento interno e faz com que o banco perca novos ta-lentos”, afirma a dirigente sindical Neiva Santos.

Ela explica que o perfil do ban-cário mudou. “Hoje o pessoal entra no banco com expectativa de construir uma carreira promis-sora, mas têm pressa e querem saber onde podem chegar, quais os critérios que serão usados para avaliar sua capacidade. Sem esses elementos, vão para o mercado. O banco sabe disso, deveria abrir o diálogo”, ressalta.

Para ela, esse PCCS que o ban-co oferece não é democrático nem transparente. As pessoas não tem acesso aos requisitos necessários

para candidatar-se às vagas dis-poníveis. “Queremos discutir um modelo no qual o funcionário possa acompanhar as promoções, se candidatar, ter promoção por mérito, com regras claras e defi-nidas, que não privilegiem apenas favorecimento e também por an-tiguidade. Neiva destaca também as diversas incorporações que o banco fez ao longo dos anos e que criaram cargos e salários desiguais. “Além disso, a diferença de salário para o primeiro nível de comis-sionado é muito pequena diante do tamanho da responsabilidade do cargo. Essa é uma das prin-cipais reclamações que ouvimos nas agências. Se o caixa fizer horas extras é capaz de receber salário maior que o primeiro comissio-nado, isso parece simplesmente exploração”, diz.

“O Bradesco se nega a fazer es-sa discussão que seria algo benéfi-co para a gestão e traria inúmeros benefícios para os trabalhadores e também para a instituição que es-taria assim de fato adotando uma postura condizente com o dis-curso de responsabilidade social, com uma empresa detentora da SA 8000”, finaliza.

Novo PCCS é prioridade

• Implantação do (Plano de Cargos, Carreiras e Salários)• Remuneração total• Programa de reabilitação profissional• Parcelamento do adiantamento de férias• Incentivo à diversidade cultural: Vale-Cultura• Programa Treinet no horário de trabalho

e sem pressão• Igualdade de oportunidades

• Auxílio Educação• Melhorias no plano de saúde• Livre acesso do dirigente sindical aos locais

de trabalho• Respeito ao direito de greve• Investimento na segurança • Fim do assédio moral e das metas abusivas• Emprego

PrinCiPAiS PontoS dA PAutA !

Bancários querem novo PCCS

Ma

uri

cio

Mo

rais

SArdinHAdA ContrA PreSSão

o Sindicato organizou no dia 17 de abril um ato em agência do Bom retiro contra a pressão que os funcionários sofrem pelo cumprimento de metas abusivas.

Página 3 • RAIOS • maio de 2013

O Bradesco iniciou um processo de retirada do serviço de caixa em algumas de suas unidades, transformando-as em agências de negócios e investimento.

O Sindicato protestou no final de março, paralisando as atividades nas agências Aclimação, Cambuci e Cás-per Libero. “Esse modelo empurra um número cada vez maior de trabalha-dores para a precarização, sem jorna-da de trabalho respeitada, com falta de igualdade de oportunidades e de trata-mento, o que não condiz com as dire-trizes do trabalho descente previsto pe-la OIT (Organização Internacional do Trabalho)”, afirma a dirigente sindical Anatiana Alves.

Ela lembra que os trabalhadores que atuam no correspondente bancário – o BradescoExpresso – não têm os direitos

assegurados aos bancários, como jornada de seis horas, PLR e piso salarial da cate-goria, entre outros.

“Isso deixa os trabalhadores e clientes em uma situação muito vulnerável. Em alguns deles nem mesmo o atendimen-to prioritário aos clientes preferenciais é respeitado”, diz.

O Bradesco desrespeita, com isto, sua própria federação, a Febraban, que em uma de suas normas traz a exigência de se manter atendimento com os guichês de caixa. No texto, lê-se que "os bancos, à exceção de postos de atendimento ex-clusivamente eletrônicos, devem manter guichês de caixa em suas agências, nos quais o usuário possa ser atendido de for-ma pessoal e possa obter, se preciso reci-bos, quitações e outros comprovantes de transações com a autenticação do caixa".

Bradesco inova com agência sem caixaPROTESTO

Banco estava direcionando clientes para correspondentes, mas Sindicato reverteu situação

Pau

lo P

EPE

em março, Sindicato protestou paralisando atividades em três agências

Novo PCCS é prioridade

Quando saem de férias, os trabalha-dores recebem, além do adicional que corresponde a um terço do salário, o salário do mês seguinte adiantado. Esse adiantamento é descontado de uma só vez no retorno do descanso, o que faz com que muitos trabalhadores acabem passando por dificuldades financeiras nesse período.

Para evitar isso, os bancários adiciona-ram uma nova cláusula na pauta de reivin-dicações entregue à direção do Bradesco em abril que possibilita o desconto do sa-lário adiantado em até dez vezes sem juros, a exemplo do que já fazem alguns bancos. Assim, ao invés de retornar das férias e não receber nada, o trabalhador recebe o salá-rio com o desconto, apenas, da primeira parcela. As parcelas seguintes são descon-tadas nos meses seguintes.

“Só quem é muito controlado foge do

aperto no mês seguinte ao das férias, um período em que as pessoas acabam gastan-do mais. É importante deixar claro que o adiantamento seria opcional, o trabalhador não precisa aderir se não quiser. Trata-se de uma reivindicação que pode ser aten-dida pelo banco e traria mais tranquilida-de ao bancário quando retorna das férias. Vamos lutar por mais esta conquista”, afir-ma o diretor do Sindicato Osvaldo Caeta-no de Jesus.

Vale-cultuRa • O Sindicato quer que o Bradesco pague aos bancários o vale-cultura, que foi sancionado pela presi-denta Dilma Rousseff em 2012 e deve pas-sar a valer a partir de julho, com valores para serem gastos com teatro, cinema ou livros. “O tema aparece pela primeira vez na pauta de discussão, e tem grande apelo entre os bancários”, afirma o dirigente.

Férias e vale-cultura em pautaNOVAS REIVINDICAÇÕES

Sindicato apresenta alternativa para quem volta do descanso sem dinheiro e cobra adesão à programa

Uma das principais reivindicações da pauta é um programa sério e bem estrutu-rado de reabilitação profissional. Hoje, os bancários que sofrem de doenças ligadas ao trabalho são obrigados a se afastar e, quan-do retornam ao trabalho, após tratamento, não são recebidos adequadamente.

“Precisamos é de um serviço de reabili-tação profissional que não foque somente na pessoa adoecida. Culpar apenas o indi-víduo, não levando em consideração a or-ganização do trabalho como fator de sofri-mento e adoecimento do trabalhador, não interferir e nem melhorar o ambiente de trabalho, demonstra um grande equívoco dessa política    de reabilitação profissional que vigora no Bradesco”, destaca  Wal-cir Previtale,  secretário de Saúde da Con-traf-CUT.

O Programa de Reabilitação Profis-sional deve estabelecer etapas de retorno

ao trabalho, considerando as limitações laborais do trabalhador, atuar com uma equipe multidisciplinar, não deve focar nem no trabalho com restrições nem no trabalho sem conteúdo e sim adequar às condições de trabalho a realidade do funcionário. “Queremos também que o Bradesco adote um programa que conte com a participação ativa do trabalhador em todas as etapas” diz.

O dirigente apresenta números alarman-tes: em 2009, dos cerca de 723 mil aciden-tes do trabalho contabilizados, mais de 623 mil pessoas tiveram incapacidade tempo-rária para o trabalho, se afastando do am-biente de trabalho por mais de 15 dias.

“É preciso pensar como esses trabalha-dores retornam ao seu local de trabalho, como são reinseridos e se suas limitações laborais estão sendo respeitadas pelo Bra-desco”, afirma.

Bancários exigem respeito a afastadosREABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Sindicato cobra programa para ajudar quem retorna ao trabalho após doença ocupacional

Página 4 • RAIOS • maio de 2013

Os trabalhadores só garantem conquistas com mui-ta luta e mobilização. Assim acontece nas campanhas nacionais, quando são garantidos reajustes salariais com aumento real, vales alimentação e refeição, li-cença-maternidade de seis meses, entre muitas outras conquistas. Um bom e recente exemplo de força da categoria está na conquista da isenção da cobrança do imposto de renda sobre a PLR.

A entidade representa mais de 135 mil trabalhado-res em São Paulo, Osasco e região, mais de um quar-to do total da categoria no país. Para isso, emprega dezenas de funcionários, divididos em sete regionais, que cobrem todas as regiões de São Paulo e das 15 cidades da sua base. Essa estrutura é necessária para manter a mobilização e luta permanente pela garantia e ampliação de direitos dos trabalhadores.

Descontos e Benefícios • Quem é sindica-lizado recebe mensalmente a Revista do Brasil e um Guia com a lista dos mais de 1.200 convênios com descontos exclusivos. “Também oferecemos diversos serviços a associados, como orientação e apoio jurídico e de saúde gratuitos. Em 2012, os bancários conseguiram recuperar por meio do departamento jurídico cerca de R$ 75 milhões”, destaca a dirigente sindical Sandra Regina. São oferecidos também cursos de formação com 50% de desconto para sindicalizados no Centro de For-mação Profissional.

Bônus • O Sindicato mantém uma campanha permanente de sindicalização que premia novos as-sociados e quem indica novos sócios.

SINDICALIZE-SE

Entra ano e sai ano, o Bradesco continua decepcionando: é o único banco entre os grandes que não paga auxílio educação para seus funcionários. “A direção vem com essa conversa de que o bancário do Bradesco não precisa de nível superior para crescer dentro da empresa. Mas na hora de ser promovido,

a primeira coisa que conta é se tem o diplo-ma. Se não tiver vai ficar sem a promoção merecida”, diz o diretor do Sindicato Van-derlei Alves

Ele lembra que são muitos os exemplos de bancários que estão há mais tempo dentro da empresa e que não tiveram a oportunida-

de de cursar uma faculdade porque o banco colocava todo tipo de dificuldade, alegando a necessidade de dedicação integral à insti-tuição financeira. “Diziam que ele tinha que se dedicar ao banco de corpo e alma para ficar no emprego. Só que hoje esse bancário sofre discriminação, pois os bancários no-

vos que estão chegando para o mercado de trabalho com formação acadêmica têm pre-ferência na hora da promoção. A pergun-ta que todos se fazem é por que os outros bancos, do mesmo porte e de menor porte, podem ajudar seus funcionários a pagar a faculdade e o Bradesco não pode?”, diz.

Auxílio-educação: só falta o Bradesco valorizar funcionáriosEDUCAÇÃO

instituição financeira ainda não atendeu à reivindicação do Sindicato para que empregados possam se aprimorar

Fortaleça a luta da categoria por novos avanços

> FICHA DE SINDICALIZAÇÃOEm abril, o Sindicato enviou fichas de sindicalização para todos os locais de tra-balho. Caso não tenha recebido, cobre seu gerente. Representantes do Sindica-to visitarão os locais de trabalho ainda em maio para recolher as fichas preenchi-das. Se tiver alguma dúvida entre em contato com o representante do Sindicato ou com sua regional nos telefones que constam do expediente dessa edição.

Edi ta do pe lo sin di ca to dos ban cá rios e Fi nan ciá rios de são Pau lo, osas co e re gião. Pre si den ta: Juvandia Moreira. Di re tor de Im pren sa: Ernesto shuji izumi. Di re to res res pon sá veis: adozinda Praça de almei­da, alexandre de almeida bertazzo, antônio Joaquim da rocha, bruno scola, cássio roberto alves, Edson carneiro da silva, Erica de oliveira batista simões, Givaldo lucas, João Paulo da silva, Jozivaldo da costa Ximenes, Juvandia Moreira, luiz carlos costa, Marcelo Peixoto de araújo, Marcos antônio do amaral, neiva Maria ribeiros dos santos, rubens blanes Filho, rubens luiz neves, sandra regina Vieira da silva, Vagner Freitas, Vanderlei Pereira alves, Walcir Previtale bruno. Contraf-CUT: Elaine cutis Gonçalves, luis augusto Monteiro Fernandes. Fetec-SP/CUT: Maria de lourdes alves da silva, ricar­do corrêa, rodolfo conde, anatiana alves do nascimento, Haroldo luiz da rocha Vieira, carmem luzia domingues, Francisvaldo Mendes de souza, rubens bastos nascimento, Tânia Maria de souza, osvaldo caetano, crislaine bertazzi, Valdecir Texeira e luzenilton creton souza. E- mail: raios@spban ca rios.com.br. Jor na lis ta res pon sá vel: danilo di Giorgi. Produção gráfica: ana carolina Matsusaki. De­nún cias, crí ti cas e su ges tões: rua são ben to, 413, cEP: 01011-100. Telefone: 3188-5200, 2º an dar, se cre ta ria de ban cos. Regionais: Paulista: r. carlos sampaio, 305, tel. 3284-7873/3285-0027 (Metrô brigadeiro). Norte: r. banco das Palmas, 288, santana, tel. 2979-7720 (Metrô santana). Sul: av. santo amaro, 5.914, tel. 5102-2795. Leste: r. icem, 31, tel. 2293-0765/2091-0494 (Metrô Tatuapé). Oeste: r. benjamin Egas, 297, Pinheiros, tel. 3836-7872. centro: r. são bento, 365, 19º andar, tel. 3104-5930. osasco e região: r. Presidente castello branco, 150, tel. 3682-3060/3685-2562

O Bradesco está com dificuldades para certificar novas agências pela certificação SA 8000, norma internacional de responsabilidade social que prevê que a empresa garanta uma série de requisitos que comprovem respeito ao trabalhador e à sua liber-dade de organização. Mas no Bradesco persistem o assédio moral, perseguição ao funcionário que denuncia irregularidades e bloqueio à atuação do Sindicato nos locais de trabalho. “O banco tinha

tentado essa certificação em janeiro para cerca de 300 agências, mas foi negada. Agora estão tentan-do de novo. Mas nós que conhecemos a realida-de no banco sabemos que teria dificuldades com isso, pois existem muitas incoerências” afirma a diretora do Sindicato Erica Simões.

“As agências estão sobrecarregadas, faltam fun-cionários. Isso sem falar nos problemas de segu-rança”, diz, destacando ainda o assédio moral. Ela

lembra ainda que a SA 8000 prevê que o mo-vimento sindical deve ser ouvido no processos de certificação. “Acontece que, até o fechamento desta edição, não fomos contatados pelo banco”, diz Erica.

Em janeiro, dirigentes sindicais se reuniram com o auditor externo responsável no Brasil pela SA 8000. Na oportunidade, várias não-conformi-dades foram apresentadas.

Banco não atende exigências na SA 8000CERTIFICAÇÃO

São muitas as incoerências com as exigências da norma e a realidade do dia a dia

Após muita luta, o Sindicato garan-tiu a inserção do instrumento de combate ao assédio moral na Con-venção Coletiva de trabalho. de-nuncie, com garantia de sigilo, no www.spbancarios.com.br.

> ComBAte Ao ASSÉdio