e-book top 10 artigos mais lidos em 2010 e-consulting corp. 2011
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A E-Consulting® Corp. (www.e-consultingcorp.com.br),
empresa do Grupo ECC, é uma Boutique de Projetos e
Conhecimento 100% brasileira, especializada nos
setores e práticas de TI, Internet, Mídia, Telecom e
Contact Center, líder na criação, desenvolvimento e
implementação de estratégias e serviços profissionais
em TI, E-Business e Comunicação Digital para empresas
líderes em seus mercados.
Atuando no tripé Consultoria de Negócios, Análise e
Desenvolvimento Tecnológico e Comunicação 360o., a
E-Consulting® Corp. Desenvolve seus projetos e
soluções a partir de metodologias proprietárias
associadas às metodologias golden-standard de mercado.
A empresa é, atualmente, formada por cerca de noventa profissionais multidisciplinares, com vasta
experiência em bancos de investimentos, agências de publicidade, empresas de consultoria e tecnologia.
Seu modelo de negócios e atuação reúne somente clientes preferenciais, parcerias duradouras, metodologias comprovadas, experiências únicas, serviços exclusivos, atendimento personalizado e foco em resultados.
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Desenvolvendo Estratégias B2B Eficazes
á algum tempo estávamos querendo
escrever este artigo e achamos que o
timing apropriado seria agora. Nosso
trabalho de consultoria vem nos mostrado que
definitivamente as empresas passaram a
incorporar a Internet em seu planejamento
estratégico, em suas atividades funcionais e,
portanto, passaram a alocar uma parcela do
budget para desenvolvimento de alguma
aplicação em Internet. A Internet nas empresas
passa cada vez mais a adquirir um caráter mais
independente em relação à tecnologia e
marketing/comunicação.
O management das companhias passa a perceber
a importância de ter uma estrutura pensante que
tire benefícios da Internet. Mas quais são estes
benefícios e quais os obstáculos necessários para
se montar uma estrutura funcional e rentável
para Internet?
Vamos por partes. Cada país, cada setor de
atuação, cada empresa, possui especificidades
que ditarão quais os benefícios, como obter esses
benefícios e quais as dificuldades para se atingir
esses benefícios.
As empresas possuem diferentes níveis de
“internetização” e dependem da Internet de
maneiras diferentes. Portanto, os resultados
aparecem de forma distinta para cada uma delas.
Em nossa análise e experiência, acreditamos que
uma empresa pode extrair os seguintes
benefícios a partir da Internet:
1. (Re) definição de posicionamento
estratégico;
2. Otimização de processos;
3. Redução de custos;
4. Aumento de receita;
5. Criação de valor intangível.
Para atingir este resultado, deve-se analisar quais
os pré-requisitos e dificuldades que uma empresa
pode ter na adoção de um modelo operacional,
seja B2B ou B2C. As maiores dificuldades
certamente estão na adoção de um modelo B2B.
Um modelo B2B gera maiores custos de transição
por consumidor em comparação ao B2C.
Tipicamente, num modelo de B2C, há múltiplos
fornecedores similares de produtos e serviços,
enquanto que no B2B existem poucos
fornecedores qualificados.
Por muitas vezes, a fim de maximizar o retorno
potencial do modelo transacional adotado, a
empresa compradora (existe a compradora e a
fornecedora no modelo de B2B) é encorajada a
adaptar parte de sua estrutura para facilitar as
transações.
H
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Outros fatores que validam esta afirmação são o
preço médio dos produtos vendidos (que é muito
maior no B2B que no B2C) e o fato do
relacionamento com os clientes dever objetivar
maior fidelidade e longo prazo (uma vez que há
maior custo de transição por consumidor e preço
médio mais elevado para os produtos vendidos).
Vale realçar que modelo de receitas de um B2B
não é totalmente dependente do número de
consumidores e visitantes.
Outro ponto que deve ser ressaltado é a
característica viral de crescimento do B2B, onde a
participação de um fornecedor leva à
participação de outros concorrentes. Outro ponto
importante é que o desenvolvimento de soluções
B2C na Web é relativamente menos complexo
que as soluções B2B uma vez que o processo de
compras é menos específico e complexo
(compare processo de compras de livros na
Amazon.com e compras de aço no
MetalSite.com).
As empresas que são mais inclinadas a adotar um
B2B possuem certas características-chave, dentre
as quais:
• Alta difusão na cadeia de valores na qual
está inserida;
• Inovações tecnológicas fazem parte da
cultura da empresa;
• Processos representando mais de 20%
dos custos;
• Produtos possuem configuração
complexa;
• Intensa pressão por cortes de despesas.
Para a adoção de um B2B, alguns fatores se
comportam como estimuladores na seleção do
modelo ideal:
Maior experiência com tecnologias Web
A experiência de certas empresas com a adoção
de Intranet e outros meios de troca eletrônica de
informação faz com que a confiança nas
aplicações e métodos transacionais aumente.
Consolidação de padrões em cada indústria (“Standardização”)
A adoção e promoção de padrões e formatos em
cada indústria é um pré-requisito para que a
tecnologia ganhe a penetração desejada.
Simplificação das tecnologias aplicadas
Há algum tempo atrás qualquer empresa de e-
commerce necessitava desenvolver internamente
as soluções de comércio eletrônico. A
“standardização” vem fazendo com que
empresas se especializem no desenvolvimento de
soluções possibilitando que as empresas que
desejam praticar comércio eletrônico possam
adquirir e customizar aplicações.
Aumento de “stickness”
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Um desenvolvimento de aplicação B2B só ganha
força quando está integrado com a infra-
estrutura da empresa e faz parte do dia-a-dia da
empresa. Isto dá credibilidade e garante que os
usuários vejam valor agregado, garantindo
“stickness”.
Aspectos da integração vão desde a sinterização
do processo de trabalho, gerenciamento da
cadeia de valores, compras e até integração da
força de vendas, etc.
Redução de custos
A redução de custos é um importante “driver”
para a implementação tecnológica. A redução de
custos atingida por uma determinada empresa de
um setor forte faz com que outras empresas,
desejando maior competitividade, estudem
meios de também reduzir custos.
Além disso, as empresas estão visualizando
reduções de custo também a longo prazo; porém
este benefício é diferente para cada setor.
Exemplificando, estima-se que o setor de papel e
celulose tenha uma economia de custos da
ordem de 15 a 25% enquanto o setor químico
atinja 10% e o setor de higiene 5%.
O processo de redução de custos leva a uma
análise de ROI (retorno sobre o Investimento). A
adoção de um B2B é totalmente dependente de
um modelo aceitável de ROI. Se um investimento
não tiver retorno não há porque fazê-lo.
Acreditamos que um modelo de B2B represente
uma evolução tanto para compradores como
para vendedores. Reduções de custo significativas
impactam a empresa como um todo e compelem
a administração da empresa a encarar o B2B
como um elemento de vantagem competitiva.
Podemos enumerar alguns fatores críticos que
devem ser analisados por uma empresa no
processo de adoção de um B2B, a fim que
obtenha sucesso na implantação e execução do
modelo:
• Modelo de negócios;
• Tamanho do mercado;
• Posicionamento da empresa;
• Tecnologia;
• Inércia Estrutural e Processual;
• Tecnologia;
• Marca e distribuição;
• Gerenciamento e execução interna;
• Time.
Alguns desses fatores nos mostram que algumas
empresas, em estágios diferentes, podem
visualizar mais obstáculos que outras na adoção
de um B2B.
Entendemos que os maiores obstáculos para a
adoção de um B2B, hoje são:
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• Ceticismo em relação ao ROI
Alguns empresários ainda se mostram céticos
com relação ao retorno proporcionado por uma
solução de B2B. Acreditamos que estas
preocupações possam ser dirimidas de duas
formas: 1) por um estudo do que uma solução
B2B pode fazer pela empresa e pelo seu setor de
atuação; 2) pela crescente adoção do modelo por
outras empresas e pela divulgação dos primeiros
resultados, aliviando possíveis preocupações com
relação a investimentos em tecnologia e
rentabilidade.
• Morosa adoção tecnológica
Em algumas indústrias, a migração de
compradores e vendedores para o B2B requer
descontinuidade de soluções tecnológicas
próprias já adotadas. Além disso, o limitado
histórico de aplicações de sucesso na Web pode
causar relutância quanto à adoção de uma
aplicação B2B, funcionando em missão crítica.
Outros pontos impactantes podem ser
ineficiências de rede, largura de banda, hosting e
servidores, dentre outros.
• Segurança
Colocar uma cadeia de valores inteira na Internet
sem que os processos-chave, abertos a uma vasta
audiência, estejam vulneráveis aos competidores
e aos hackers. Tecnologias de encriptação e
segurança digital são melhoradas a cada dia;
porém, a cada novo caso de invasão de sistemas
conhecido, mais a desconfiança dos empresários
aumenta.
• Percepção da Indústria de que o B2B é
uma ameaça
Enquanto o B2B estiver crescendo em processo
orgânico poderá estar canibalizando alguns
participantes dos mercados tradicionais. O dilema
consiste em implantar novos métodos e proteger
processos já estabelecidos. Muitas empresas
estão criando soluções que afetam diretamente a
dinâmica do seu setor de atuação.
O relacionamento duradouro entre compradores
e fornecedores talvez não seja mais o mesmo
após a adoção de um processo de leilão de
compras que priorize preço e eficiência ao
relacionamento entre comprador-vendedor.
Este processo pode também pressionar os preços
expondo ineficiências do setor, espalhando
conflitos nos canais de negociação e fazendo com
que alguns participantes não suportem sua
adoção.
• Relutância quanto às mudanças nos
processos
A dinâmica da introdução de uma nova
tecnologia B2B necessita de uma reconfiguração
dos processos internos e, portanto, dos sistemas
legados.
O B2B também introduz uma nova curva de
aprendizado que pode ser frustrante para
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algumas empresas que não estejam visualizando
todo o processo de mudança e o retorno a longo
prazo.
Acreditamos que as empresas já evoluíram
consideravelmente quanto ao entendimento da
necessidade da adoção de um modelo B2B de
comércio eletrônico.
Porém, vemos que ainda há muito espaço para
maturação de entendimento do que é necessário
e qual o retorno a ser esperado. Segundo nossa
última pesquisa, apenas 9% de 114 empresas
entrevistadas possui um plano estruturado de
Internet para ser implantado no prazo de 18
meses.
Cada vez mais, partirá de grandes empresas
capitanearem o processo no qual os benefícios de
um B2B podem se espalhar, reduzindo o
ceticismo nos mercados.
Felizmente, este processo já pode ser visto em
empresas como Votorantim, AmBev, Souza Cruz,
Rhodia, Bradesco, Telefônica, Gerdau, VR e Vale
do Rio Doce, onde ROI, receitas, investimentos,
redução de custos e Internet são componentes
perfeitamente alinhados em suas estratégias
competitivas.
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Mobilidade Corporativa: Prós e Contras
erramentas de comunicação móvel, como
e-mail e telefones celulares, são cada vez
mais importantes e mais utilizadas nos
meios profissionais, especialmente porque,
paulatinamente, o conceito de local de trabalho
deixou de ser, exclusivamente, sinônimo de
mesas de trabalho e telefones fixos em
endereços fixos.
Numa época de competição acirrada, em que
atributos como velocidade, confiabilidade,
disponibilidade e acesso a informações muitas
vezes fazem a diferença no aumento da
capacidade e da eficiência profissional das
pessoas, agregando redução nos tempos de
resposta aos acontecimentos do dia a dia, temos
um cenário em que a mobilidade, suportada pela
tecnologia e pelos avanços dos dispositivos de
comunicação (celulares, smartphones,
notebooks, PDAs, etc), transforma não somente a
forma de se comunicar dos profissionais, como
também a maneira de se trabalhar.
Embora a sua utilização seja reconhecidamente
benéfica para os negócios pela grande eficiência e
flexibilidade que conferem ao seu trabalho, há
que se considerar, também, o outro lado desta
moeda, o pessoal, onde a diluição dos limites
entre os horários de trabalho e aqueles dedicados
à vida pessoal se torna tênues, em função da
acessibilidade 24/7.
A solução para este desafio é fundamental, já que
funcionários e executivos cada vez mais usam
ferramentas de comunicação móveis para
atender ao crescente volume de trabalho
realizado fora do escritório (com escritórios
móveis, home - Office e outros modelos).
De acordo com pesquisa realizada pela EIU
(Economic Intelligence Unit), 75% dos
participantes da pesquisa citaram a falta de
limites entre o horário de trabalho e a vida
pessoal como o principal aspecto negativo trazido
pelas facilidades da comunicação móvel.
Os participantes da pesquisa consideraram uma
desvantagem estar "disponíveis” 24 horas.
Ainda, segundo a pesquisa, praticamente 1/3 dos
entrevistados da pesquisa passam 40% ou mais
do seu horário de trabalho longe do seu principal
local de produção (que seria a mesa do escritório
para 88% dos entrevistados) e aproximadamente
a metade diz que passa de 20 a 40% do seu
horário produtivo fora do seu principal local de
trabalho.
Esses números sugerem uma demanda crescente
por ferramentas melhores que permitam que os
F
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trabalhadores aumentem a eficiência enquanto
estiverem em trânsito.
Dentre todas as ferramentas de comunicação
eletrônica disponíveis para realizar negócios, o
correio eletrônico (e-mail) é a preferida, não
importando o local de trabalho. Um total de 82%
dos entrevistados respondeu que, quando estão
fora de suas mesas, mas ainda no escritório,
querem que o seu e-mail esteja facilmente
disponível, enquanto 49% preferem o acesso à
Internet e 44% querem ter acesso ao telefone do
escritório.
Depois da comunicação por voz (segunda
ferramenta de comunicação mais popular em
viagens de negócios), vem o serviço de
mensagens curtas (SMS).
Com o aumento da complexidade dos negócios e
da necessidade de se trabalhar cada vez mais
conectado em redes produtivas de colaboração e
relacionamentos, sejam com colegas de trabalho,
fornecedores, parceiros, seja com clientes ou
colaboradores de projeto, tanto o conteúdo,
como as ferramentas que devem estar
disponíveis para melhorar o processo de
produção em trânsito das pessoas também têm
sofrido demandas por melhorias e upgrades.
Um total de 75% dos entrevistados considera as
ferramentas móveis muito importantes ou
cruciais para o seu sucesso (menos de 2% não as
consideram importantes). 59% dos entrevistados
consideram a maior rapidez em responder aos
colegas como sendo o principal benefício da
mobilidade, seguido de acesso a informações em
tempo real (57%), tomada de decisões mais
rápida (56%) e maior flexibilidade em relação a
quando e onde trabalhar (53%).
As ferramentas e as tecnologias móveis têm a
capacidade de afetar todos os aspectos das
nossas vidas profissionais.
Elas podem facilitar a comunicação, manter os
funcionários informados em tempo real e reduzir
as horas passadas na mesa de trabalho.
Entretanto, juntamente com a liberdade ou
modelo de trabalho mais dinâmico e versátil, a
mobilidade constitui-se num assunto em que os
prós são tangíveis e claros, porém os contras
ainda são um assunto sem limites pré-definidos,
onde se espera que o bom senso seja o grande
fiel desta balança.
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Pessoas, Processos e Tecnologia – a Base para uma
Gestão Eficiente
ritmo e a complexidade das atividades
desenvolvidas nas empresas vêm
aumentando significativamente ao
longo dos últimos anos.
Processos interdepartamentais, equipes
multidisciplinares atuando de maneira integrada
em projetos comuns, dispersões geográficas de
equipes e colaboradores, assim como a busca de
organização e agilidade na otimização dos
processos corporativos acabam por fornecer o
pano de fundo para que a eficiência nos
processos corporativos passe a ser um tema de
extrema relevância para as empresas.
Tudo o que é produzido dentro de uma empresa,
de uma maneira ou outra, acontece via algum
processo (estruturado ou não).
A padronização e a otimização dos processos é,
sem dúvida, um fator que contribui para a
eficiência empresarial, principalmente na medida
em que aumentam a qualidade dos produtos
finais e a produtividade dos recursos humanos,
automatizam a burocracia, definem papéis e
responsabilidades, reduzem erros e
inconsistências, enfim, tratam de organizar o
fluxo de informações e atividades por etapas a
serem cumpridas, muitas vezes por
pessoas/áreas/funções distintas e com
características e perfis/prerrogativas
complementares.
A eficiência da cadeia de atividades e
informações depende, principalmente, da
eficiência individual de cada um de seus elos, e,
para tal, a necessidade, decorrente do cenário
competitivo exige níveis de performance cada vez
maiores: fazer mais com menos, mais rápido, com
menor custo e tudo de maneira organizada e
controlada.
A falta de visibilidade das relações de causa e
efeito entre processos que fazem parte de uma
cadeia maior de valor podem afetar todo um
resultado corporativo, expondo a empresa a toda
a sua cadeia de valor, potencializando riscos e
perdas de competitividade.
Diferenciar-se é sobre ocupar uma posição de
destaque no ecossistema corporativo e requer
agilidade e qualidade nas decisões, sejam elas
estratégicas e/ou táticas, que por sua vez
requerem dados e informações qualificadas e
analíticas acerca das principais variáveis que
impactam os resultados, assim como de
indicadores de performance e valor.
O
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Metodologias, melhores práticas, modelos de
gestão, operações e tecnologia se fundem com
processos. Neste cenário vemos os sistemas de
ERP (Enterprise Resource Planning) como o
grande destaque no provimento de soluções
corporativas de gestão.
O amplo escopo de atuação dos sistemas de ERP,
que promovem a gestão e visão integrada de
processos internos e externos, foram - e tem sido
- uma das principais plataformas geradoras de
dados e informações para a tomada de decisões
nas organizações, assim como promotoras de
ganhos de produtividade e eficiência operacional.
Outro benefício colateral da adoção de sistemas
de gestão (ERPs) constitui-se na definição ou
homologação formal de regras de negócio,
muitas das quais passíveis de serem realizadas
por um sistema.
Pessoas cada vez mais passam a ter foco em
atividades de maior valor agregado e não na
execução mecânica de tarefas, já que são
liberadas para atuarem sobre as informações
geradas e assim utilizarem sua capacidade
intelectual e experiência como diferencial.
Um dos fatores críticos de sucesso para uma
correta implantação de sistemas de gestão (ERPs)
está na participação ativa de uma equipe
multidisciplinar interna que possua o
conhecimento de todos ou, pelo menos, dos
principais processos que serão integrados. Vale
ressaltar que o acompanhamento e suporte de
consultorias externas, via de regra, estão
presentes nos projetos, constituindo-se de uma
força tarefa focada única e exclusiva para o
desenvolvimento das atividades relacionadas ao
mesmo.
Pessoas, processos e tecnologia, trabalhando de
forma integrada, acabam por formar o tripé de
sustentação, execução e entrega das estratégias
corporativas. Assim, quanto maior a aderência e
resposta deste tripé às exigências e definições
estratégicas da empresa, maior será sua
capacidade competitiva da mesma.
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Redes Sociais se Tornam Obrigação para Empresas.
Culpa da Convergência
Web 2.0 – ou Social Media – se tornou
frenesi nos ambientes corporativos.
Muito se tateia, mas, de fato, pouco se
mostra de tangível e interessante (em termos de
resultados claros) em termos aplicações 2.0 pelas
empresas.
Twitter, Orkut, Facebook, Linkedin, Flickr,
Myspace, Google, Yahoo, Formspring, Youtube,
além de Wikis, Blogs, 3dweb e outros aplicativos
desenhados para a lógica das redes e
comunidades fizeram a Internet, sob o ponto de
vista do marketing, do relacionamento e da
colaboração, renascer para o mundo corporativo,
principalmente no tocante a interação das
empresas com 2 públicos fundamentais: clientes
e funcionários.
A Web Social passou a fazer sentido para as
empresas, quando seu tom interativo e
transacional começou a aflorar. E isso se deu, de
fato, com o mundo
multicanal/multidevice/multiplataforma que a
convergência e a mobilidade proporcionaram a
estas aplicações, antes vistas como simples
“redezinhas” de bate-papo de amigos,
adolescentes e nerds.
Se um dia, um grande pensador/empresário do
varejo norte-americano disse “nunca chame seu
cliente de idiota, porque sua esposa é um deles”,
o mesmo vale para as redes sociais: nunca
subestimes grupos, redes e comunidades, porque
seu filho, funcionário, cliente, amigo, marca,
produto, serviço, esposa, amante... e até seu
cachorro estão lá, mesmo que não saibam ou não
queiram.
Aceitemos o fato. Social Media, para empresas,
não é tendência. É urgência. É mainstream. Mas
isso não quer dizer que deve ser infantil,
desconecta da estratégica ou eventual.
As empresas, independentemente de setor, core-
business, cadeia, tamanho ou região, estão
enfiadas até a cabeça na Economia das Redes, na
era do interligado, do interconectado, das trocas
incessantes.
Trocam a todo o momento informações,
recursos, impressões, sensações, experiências,
idéias, opiniões... Influenciam e são influenciadas
diuturnamente por seus diversos stakeholders.
O Fator Relacionamento assume cada vez mais
peso na Economia e no equilíbrio das forças
mercadológicas, uma vez que se tem muito mais
A
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informação, acesso e, portanto, capacidade de
formar opinião e ler realidades.
A cada momento brotam comunidades, micro-
sociedades, grupos e tribos auto-organizadas por
interesses, gostos, hábitos, regiões,
comportamento, pontos de vista.
É o Homem procurando seu similar, seu igual em
qualquer canto do mundo. Religiões, valores,
crenças, culturas, doutrinas e preferências são
aglutinadoras mais que poderosos. O mundo se
redefine a todo instante sócio-geo-politicamente,
se reorganizando em novos grupos,
transnacionais, transregionais, meta-étnicos. Isso
é da natureza humana, é 2.0. Sempre foi e
sempre será.
Aonde vamos parar é uma resposta inexata –
aliás, não há resposta para essa pergunta. O
Homem é o único animal capaz de planejar e
alterar seu destino.
O todo social é fruto da construção do um,
somado ao um e ao um e ao um... elevado à
enésima potência, com diversos vetores, a todo
instante. Justamente por isso as redes (não só
locais, mas virtuais), frutos dessas interações
infinitas, são o novo emaranhado social, o novo
tecido que dará o tom da nossa sociedade,
rediscutindo valores, relendo a História,
reinterpretando fatos, reavaliando propostas,
recriando mercados.
E as empresas (e suas marcas, produtos, serviços,
mensagens, grupos, áreas, colaboradores...) são
enormes hubs dessas redes, quer queiram, quer
não.
A Internet e as TICs (Tecnologias da Informação e
Comunicação) são o fermento de todo esse
processo de natureza eminentemente humana.
É do Homem – e de suas organizações, como as
empresas - querer trocar, comerciar, aprender,
imitar, influenciar.
É exponencial esse processo bio-sociológico do
Homem na Era Digital das micro-redes que
formam a Grande Rede.
Esse novo Mercado está em equilíbrio dinâmico;
ou seja, a cada nova interação se cria um novo
patamar de equilíbrio mercadológico, diferente
do anterior.
A cada novo patamar, variáveis novas aparecem,
novos comportamentos aparecem, velhos
paradigmas ficam para trás.
Esse novo Mercado não é estático, não é perene,
não tem dono; somente atores.
O equilíbrio das forças é derivado direto do poder
de cada ator e do poder dos grupos
(permanentes ou temporários) formados por
esses atores – que representam interesses
diversos, modus vivendi e modus operandi
diversos. Por isso é tão dinâmico e tão mais
potencialmente democrático.
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É sabido que as redes de informação – que antes
estavam confinadas à proximidade física – agora
ficaram globais e intermitentes por conta da
Internet.
A Grande Rede é, no fundo, uma mega
arquitetura mutante, pseudo-desorganizada de
computadores, notebooks, hand-helds, celulares,
smart-phones, TVs e demais devices com acesso à
Rede.
O mundo do IP determinará o novo padrão das
trocas entre os humanos e suas empresas, seja
das trocas de informação e recursos, sejam das
transações mesmo.
Aumentam-se assim as possibilidades por se
aumentar a instantaneidade e a riqueza
informacional. Pesquisar, checar, informar,
ofertar, requisitar e comparar é tarefas mais
fáceis, mais possíveis a cada um.
A Informação é o recurso básico dessa nova
Economia que transforma tudo em informação –
de produtos e conhecimento à capital financeiro,
que migra a todo segundo de transferência
eletrônica a transferência eletrônica em formato
de informação. Tudo que pode ser transformado
em bit pode ser considerado informação.
Esse fluxo infinito de informações tem valor –
valores diferentes para agentes econômicos
diferentes em momentos e ocasiões diferentes.
A informação de valor a um agente é aquela
capaz de ser processada, de ser entendida,
tratada, trocada e armazenada. Esse processo é
feito pelas diversas mídias disponíveis (PCs, TVs,
Celulares, Smart-Phones, etc), desde que estes
estejam conectados à Rede.
A natureza e variedade desses devices somente
aumentarão com o tempo.
Tudo que puder estar online estará. Relógios,
roupas, óculos, eletro-domésticos, eletro-
eletrônicos... tudo poderá trocar informação, via
rede, com os outros devices servindo a outros
atores.
Nossa leitura é que nós humanos –
aparentemente fornecedores e usuários dessas
informações – agentes de interação pontual com
a Rede serão, cada vez mais, como parte
integrante online desta Rede.
A revolução digital, principalmente a
convergente, mobile/wireless, está se permeando
entre nós, guiada por uma explosão de novas
diretrizes e tecnologias que foram, uma vez, o
mundo da ficção científica e de seus heróis.
Os telefones celulares, os palm-tops, handhelds,
laptops e as redes sem fios fazem a Internet
virtualmente acessível em qualquer lugar, a
qualquer momento.
Hoje isso já é possível, mas amanhã teremos a
Web realmente transparente, praticamente uma
utility, perceptível somente quando em falta,
como já ocorre com a energia elétrica e o gás.
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 15
Neste momento, quando tudo estiver online,
cada ser humano será um nó ativo no fluxo online
e instantâneo de informações. Por este nó de
rede passarão os impulsos informacionais.
É mais ou menos como se cada Ser Humano fosse
um elo na arquitetura da mega rede de
informações, assim como os computadores já o
são. Ou seja, como se cada Humano fosse, em si,
também mídia para essas informações, uma vez
que a produz, transforma, trata, armazena,
dissemina e troca.
Esse novo Ser Humano digital – o Homus
Informatione - terá acesso instantaneamente à
informação, captando-a, traduzindo-a,
disseminando-a, mas principalmente, criando
novas informações, gerando conhecimento,
deixando suas pegadas, tornando-se, ele próprio,
em informação.
Analogamente, é como se cada ser humano,
nesta rede de informações fosse similar a um
poste de energia elétrica na rede de distribuição
e gerenciamento de energia. E será o usuário 2.0
o artífice desta evolução, porque também será o
consumidor 2.0, o acionista 2.0, o funcionário 2.0,
o ex-funcionário 2.0, o ongueiro 2.0, etc.
Sem dúvida alguma estamos migrando para essa
realidade. E quando isso ocorrer, toda uma nova
Economia, novos mercados com novos valores e
práticas brotarão. Muitos dos que hoje dominam
morrerão e terão cumprido seu papel de ponte
tecnológica.
Alguns sobreviverão inúmeros nascerão. Vale
lembrar, porém, que, atualmente, a digitalização
é uma grandeza ofertada somente a poucas
pessoas no mundo – algo exclusivo das classes e
países mais ricos.
A inclusão digital é um imperativo para que essa
nova Economia – mais transparente, pulsante e
democrática – cresça, eliminando os vícios de
concentração e exclusão daquela oriunda da
lógica agro-industrial. Estamos em momento real
de transição e são nesses momentos que se
definem os futuros possíveis da evolução
humana.
Que futuro queremos? Que Economia queremos?
Que lógica política queremos? Por isso tenho dito
– Tecnologias Sociais – em conjunto com
educação e estímulo à auto-educação - é o
investimento de base mais importante para o
sucesso desse novo milênio.
Ah... querem saber se Internet 2.0 é nova bolha?
Claro que é, porque esse é o processo de
evolução espiral da rede. E como tal, quando
explodir, matará a grande maioria de seus
surfadores. Mas depois virá a 3.0, a 4.0... a n.0.
Querem apostar?
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 16
Governança de TI para Modelos de Negócio Únicos
uando procuramos desenvolver
cenários que representem a
competitividade futura da grande
maioria dos mercados, é inevitável compreender
que dentre as diversas forças de influência, a
evolução tecnológica será a que terá maior
impacto na forma de se fazer negócios.
Por este motivo, grande parte da evolução futura
das organizações passará por habilitar e
beneficiar tecnologicamente seus processos –
seja eles core ou periféricos – como caminho para
adoção de padrões superiores de complexidade
que viabilizem o desenvolvimento de modelos de
negócio únicos.
Conforme as novas camadas de possibilidades
derivadas da evolução tecnológica são absorvidas
pelo modus operandi das empresas, gerenciá-las,
tanto de forma estratégica - garantindo
alinhamento aos objetivos corporativos - como
no âmbito tático e operacional, torna-se um
desafio sem tamanho para aquelas empresas que
não evoluem em seus instrumentos e frameworks
de governança e gestão.
Diante deste contexto, o aumento da relevância
que a Governança de TI e a normatização dos
Modelos de Gestão assumem dentro da
Governança Corporativa é proporcional,
considerando que esta consiste em um conjunto
de processos e diretrizes que orientam a conduta
dos gestores para a tomada de decisão,
garantindo a preservação dos direitos e
interesses dos stakeholders da organização,
inclusive de seus acionistas.
Tratando especificamente da Governança de TI,
podemos entendê-la como a estrutura de
políticas, relações e processos que permitem o
gerenciamento balanceado do risco com o
retorno do investimento de TI.
Para muitas organizações, a informação e a
tecnologia que suportam o negócio representam
o seu mais valioso recurso e são essenciais para
que a área de TI suporte as tomadas de decisão
de forma rápida, constante e com custos cada vez
mais baixos.
Os caminhos para que a TI atinja os objetivos de
uma auto-governança eficiente e alinhada aos
padrões internacionais são muitos, representados
pela famosa sopa de letrinhas da TI.
Dentre as principais metodologias, podem-se
evidenciar aquelas que possuem alta maior
aplicabilidade, como Cobit, ITIL, CMMI e CGEIT e,
apesar de modelos mais genéricos e aplicáveis a
diversas áreas, 6 Sigma e PMP também entram
no bolo.
Q
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 17
O COBIT (Control Objectives for Information and
Related Technology) é um guia de boas práticas
apresentado como framework, dirigido para a
gestão de tecnologia de informação (TI).
Especialistas em gestão e institutos
independentes recomendam o uso do COBIT
como meio para otimizar os investimentos de TI,
melhorando o retorno sobre o investimento (Ex.
ROI) percebido, fornecendo métricas para
avaliação dos resultados.
O COBIT independe das plataformas de TI
adotadas nas empresas, tal como independe do
tipo de negócio e do valor e participação que a
tecnologia da informação tem na cadeia
produtiva da empresa.
Dessa forma, é a metodologia mais conhecida e
adotada, ainda mais pelo benefício relacionado
de que 80% de seus processos suportam a lei
americana Sarbanes-Oxley (SOx), de 2002, que
criou mecanismos de auditoria e segurança para
as empresas, obrigatório para aquelas listadas na
Bolsa de Valores de NY, por exemplo.
Já a ITIL, (Information Technology Infrastructure
Library) é um conjunto de boas práticas a serem
aplicadas na infra-estrutura, operação e
manutenção de serviços de tecnologia da
informação (TI). A ITIL possui uma dimensão mais
voltada a ampliação da visão operacional do
ambiente de TI e seus standards e SLAs, com
menos foco na gestão e integração com o negócio
em comparação com o COBIT.
Aprofundando o aspecto tático e operacional da
ITIL, o CMMI (Capability Maturity Model
Integration) é um modelo de referência que
contém práticas (genéricas ou específicas)
necessárias à maturidade em disciplinas
específicas, como o processo de desenvolvimento
de produtos e serviços ou os processos de
aquisição e terceirização de bens e serviços
relacionados a TI.
Dentre estas e as dezenas de outras
metodologias de governança relacionadas a TI, a
CGEIT (Certified in the Governance of Enterprise
IT) busca consolidar, sob um mesmo framework,
todo o conhecimento relacionado ao tema.
Utilizando como base a biblioteca da ITIL e
também o COBIT, o CGEIT aborda questões como
alinhamento estratégico, gestão de recursos,
gestão de riscos, mensuração de performance e
entrega de valor, com a proposta de ser a
certificação completa que destaca profissionais
que possuem conhecimento, habilidade e
experiência em maximizar a contribuição de TI
para o sucesso da empresa em gestão e mitigação
dos riscos apresentados pela TI.
No campo das metodologias de gestão, o
conhecimento e aplicação das diretrizes do PMP
e 6 Sigma trazem uma dimensão de negócios e
resultado à TI. O PMO, Project Management
Office (Escritório de Projetos) é uma atribuição
normatizada pela certificação no modelo PMP,
que atesta aos profissionais habilitados
profundos conhecimentos nas boas práticas de
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 18
gerenciamento de projetos, responsabilidade
social e ética. O 6 Sigma, por sua vez, é um
conjunto de práticas originalmente desenvolvidas
para melhorar sistematicamente os processos
produtivos. Hoje em dia, o 6 Sigma é visto como
uma prática de gestão com ênfase no controle da
qualidade, análise e solução de problemas, uso
sistemático de ferramentas estatísticas e
utilização do DMAIC (define-measure-analyse-
improve-control: definir, medir, analisar,
melhorar, controlar) e do PDCA (plan-do-check-
act: planejar, executar, verificar, agir).
De forma resumida, a adoção de tais
metodologias para uma melhor Governança da TI
(e mesmo sua gestão quotidiana) tem como
objetivo maior melhorar o processo de análise de
riscos e tomada de decisão de TI, garantindo
alinhamento aos objetivos corporativos e,
principalmente, à Governança Corporativa e seus
padrões de excelência de mercado.
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 19
Compreendendo as Comunidades Online: Orkut, Linked-
in, Facebook, MySpace, Twitter, Blogs, Foruns,
Messenger...
uito já foi dito sobre a Internet,
especialmente nestes últimos 3
anos. Que a rede tem alterado
conceitos e padrões de negócios ninguém
questiona.
Porém, a premissa mais importante que está por
trás da validade econômico-comercial de todo
processo de e-business, e-commerce ou e-
whatever é a existência de comunidades virtuais
ativas e integradas... e sobre elas, pouco se sabe
pouco se consegue dimensionar, pouca
experiência se tem pouco efetivamente se faz.
Comunidades são grupos de pessoas que se
unem espontaneamente em torno de assuntos,
interesses, vontades, comportamento e atitudes
comuns em relação a algum tema. Isto quer dizer
que pessoas "parecidas" podem pertencer a
comunidades diferentes e pessoas
aparentemente "tão diferentes" podem
pertencer às mesmas comunidades. Um
executivo e um adolescente podem pertencer a
uma mesma comunidade de interesses musicais...
O mistério de formação de comunidades
transcende a tradicional análise de perfis. A
segmentação de targets passa a ter um caráter
diferenciado, uma vez que premissas sócio-
econômicas, geográficas e comportamentais não
são mais suficientes; atitudes e crenças/valores
têm relevância preponderante.
As pessoas têm traços de personalidade comuns,
mas isto não significa necessariamente que sejam
parecidas.
Ser parecido em um ponto com alguém não
significa ser parecido com alguém (alfaces e
marcianos são verdes e nem por isso existe
qualquer relação entre eles).
Pensemos em conjuntos e subconjuntos:
torcedores de times de futebol fazem parte do
conjunto "Torcedores de Times de Futebol",
portanto têm, em nível superior, os mesmos
interesses.
Porém, torcedores do Corinthians e do São Paulo,
dois subconjuntos, têm interesses específicos,
comportamentos e atitudes completamente
diferentes entre si... são 2 comunidades
completamente distintas. Idem para protestantes
e católicos dentro do conjunto cristãos... tão
parecidos e tão discordantes.
M
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 20
Comunidades não são construídas. Elas se auto-
constroem. Mas podem ser potencializadas,
incentivadas. O interesse e vontade (aceitação)
das pessoas são mais forte que qualquer processo
formal de agrupamento.
No mundo virtual, ganha o jogo aquele que
entender que o papel do gerenciador de
comunidades é criar condições para que elas se
desenvolvam, dando ferramentas, feedback,
alimento para seu progresso.
A interferência exagerada do mestre de
cerimônias (Site ou portal) e seu arsenal de
ferramentas de comunidade (chats, forums,
clubes de fidelidade, grupos de e-mail, grupos de
opinião, etc) não é aconselhada.
Estes Sites dirigidos a determinados públicos
devem servir de palco para a interpretação e
desenrolar das relações entre os indivíduos-
membro das comunidades.
Outro ponto: como as comunidades evoluem de
maneira auto-gerenciada, seu comportamento e
"futuro" é de certa maneira caótico. As
comunidades podem ser temporárias.
A previsibilidade e controle do comportamento
das comunidades devem ser tratados no nível
sugestional, no nível do entendimento da
experiência dos usuários. Só quando se entende a
experiência, pode-se modelá-la.
Por decorrência, acaba o conceito de massa de
manobra, de comunicação de massa por si só.
Porém, como o número de membros de uma
comunidade pode ser grande,
mercadologicamente nasce o conceito de mass
one-to-one ou mass customization, que é a
junção da amplitude da comunicação de massa
com a profundidade da comunicação dirigida, de
forma interativa.
Comunidades são grupos sociais. Grupos sociais
são, por definição, micro-cosmos complexos.
Sob a óptica do comunicador e do gestor de
comunidades, a Internet maximizou a
possibilidade de conhecimento de
comportamento e valores dos membros destas
comunidades e, com isso, a possibilidade do
alcance (permitido) dirigido e individual desses
membros, o que, por definição, facilita qualquer
processo de comunicação, troca, venda
influência, etc.
É muitos os benefícios que as comunidades
virtuais trazem a quem souber coordená-las. Ao
combinar elementos do novo modelo comercial
como foco específico, capacidade de alinhar
conteúdo e estratégias de comunicação,
avaliação interativa de benefício - conteúdo e
serviços gerados pelos membros, acesso direto a
fornecedores e concorrentes e sentido comercial,
elas tendem a aumentar o poder de seus
membros.
O potencial de lucro para os gestores de
comunidades é derivado de fatores específicos
que suportam e proporcionam a expansão dos
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 21
mercados tais como: redução dos custos de
pesquisa, elevação da propensão de compra,
melhor qualidade de targeting - definição de
foco; personalização e geração de valor a
produtos e serviços já existentes; menor
dependência de estruturas físicas; redução das
barreiras geográficas e desintermediação.
Várias são as formas de se aferir receitas em
comunidades. Algumas delas são taxas de
assinatura, taxas de uso e taxas de membro
(membership fee), taxas de entrega de conteúdo
e taxas de serviços.
Devemos lembrar que a Internet criou a exigência
do grátis; portanto a estratégia de receitas deve
ser muito bem analisada em termos do que cada
comunidade aceita, vê valor e entende por justo
em pagar (mas esta é uma discussão que não
cabe neste artigo).
Para os vários gestores de comunidades, o que
está realmente em jogo é quem será o dono do
cliente. Por um lado, o melhor meio de se tornar
dono do cliente pode ser dar-lhe condição de
defesa perante fornecedores, oferecendo-lhe
ferramentas necessárias para aumentar seu
poder de barganha. Este tipo de abordagem
tende a criar lealdade e confiança.
Certamente, a evolução natural dos
empreendimentos que se destinam a
potencializar comunidades será de evoluir de
centros informacionais para centros
transacionais.
O potencial de criação de valor deve basear-se na
posse das informações detalhadas sobre os perfis
de uso e de transação da comunidade como um
todo e dos membros acumulados
especificamente.
Enfim, o cenário da economia das redes é esse:
volta a aldeias e grupos sociais concentrados, mas
reunidos, neste milênio, não mais por fatores
herdados como parentesco ou proximidade
regional, mas sim por fatores de escolha, como
desejos, vontade e aceitação, fatores muito mais
intangíveis e difíceis de gerenciar. Psicologia
individual e sociologia passam a estar na agenda
do dia dos negócios online.
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 22
Customer Care Networks: o Futuro dos Call Centers, o
Motor do CRM
pesar de indiscutivelmente
importantes, para muitas empresas os
processos de interação e
relacionamento com consumidores ainda são
tidos como caros e complexos.
Isso é mais bem observado naquelas companhias
com um volume muito grande de transações para
uma base pujante de clientes.
Imaginemos as dificuldades existentes nos
centros de relacionamento de grandes empresas
do setor financeiro, de telecom, varejistas ou de
bens de consumo, que devem ser capazes de
atender demandas, prover informações e
solucionar dúvidas de alguns milhões de clientes.
Essa observação é igualmente válida para as
operações terceirizadas de Call Center.
À medida que tais dificuldades aumentam,
empresas tendem a criar barreiras a esse
relacionamento com o intuito de reduzir custos
ou níveis de complexidade.
Em contextos como esses é que se observa, de
acordo com o termo cunhado pela E-Consulting, a
oportunidade de criação das chamados CCNs, ou
Customer Care Networks, sobre os modelos
vigentes de CRM (Customer Management
Center). Ou seja, as CCNs ou redes sociais de
consumidores de determinada marca e/ou
empresa tenderão a se transformar nos novos
centros dinâmicos de suporte e atendimento aos
consumidores, em substituição ã boa parte das
atuais operações conduzidas pelos Call Centers
ou Contact Centers.
Assim, de acordo com os estudos da E-Consulting,
os CCNs serão os novos canais e plataformas de
relacionamento entre empresas e consumidores,
tendo seu modelo operacional e de aprendizado
pautado no atendimento e resolução dos
problemas, dúvidas e interesses de consumidores
pelos próprios consumidores da empresa, sem
custos adicionais às empresas.
Embora existam muitas discussões ao redor do
impacto das redes sociais sobre as empresas, em
especial sobre programas de marketing e
relacionamento, pouco se discutiu sobre as
possibilidades dessas se tornarem os novos
canais ativos de relacionamento empresa-
cliente/consumidor.
De uma maneira similar ao relacionamento com
amigos e parentes, o relacionamento entre
empresas e consumidores também tem se dado,
e se dará cada vez mais, em um “Mundo 2.0” e,
A
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 23
portanto, passível de ser interativo multimídia e
multidirecional.
As grandes rupturas que emergem desse
contexto são:
1. Se os clientes querem promover
“conversações” com suas empresas e
marcas prediletas, como facilitar isso?
2. Clientes, Colaboradores e Empresas já se
tornaram “2.0” (i.e. transações e
relacionamentos multidirecionais, ao
invés de unidirecionais)?
3. Se clientes vão ter maior influência sobre
o teor do relacionamento com as
empresas, em detrimento do poder das
empresas, como garantir que isso não
prejudique a rentabilidade das empresas?
4. Se o suporte, atendimento e
relacionamento com clientes se darão no
mundo digital, como organizar uma
arquitetura que prevê múltiplas
tecnologias, formatos, indicadores e
requisitos? E como isso será integrado aos
tradicionais modelos off-line?
5. Como os consumidores serão gerenciados,
integrados e suportados pela empresa,
para prestarem serviços em nome dessas,
para outros consumidores? Com que
liberdade agirão? Que responsabilidade
assumirá? E como e se serão
remunerados?
O advento das tecnologias 2.0 promoveu aos
consumidores, de maneira definitiva e barata, um
conjunto de ferramentas e poderes que não
podem ser desconsiderados pelas empresas em
suas estratégias e práticas de relacionamento.
Consumidores engajados é uma rica fonte de
informações e experiências sobre marcas e
produtos e isso deve ser capturado pelas
empresas. Mais do que isso, consumidores
engajados podem ser agentes transformadores,
prestadores de serviços, embaixadores e elos
fundamentais na cadeia de valor das empresas
perante os demais consumidores.
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 24
Estratégia de Relacionamento Convergente Multicanal
“CLC Enabled”
m dos principais mantras da cartilha
corporativa da gestão de clientes é o
de definir com clareza seu público-alvo
e esquecer os demais.
Uma lição de foco (compreender e gerenciar um
único perfil de cliente é muito mais simples do
que múltiplos!) e um direcionador que leva a um
relacionamento mais qualificado e rentabilizado
(seguindo a regra de quanto mais one-to-one for
o relacionamento com os clientes, maiores as
possibilidades de aproveitamento de
oportunidades comerciais).
Entretanto, parece que este mantra não tem sido
mais suficiente para uma estratégia de
relacionamento com clientes de sucesso.
Diversas variáveis de clientes e consumidores
podem ser analisadas no processo de elaboração
estratégica, cada qual com sua própria
complexidade de entendimento e gestão.
Porém, enxergar os clientes e consumidores ao
longo de seu ciclo de vida (CLC – Customer Life
Cycle) é fator crítico em um contexto de alta
competitividade e de volatilidade dos
relacionamentos comerciais.
A forma como o consumidor evolui no
relacionamento com a empresa, da compra à
fidelização, traz n possibilidades de caminhos a
serem seguidos, na proporção da diversidade do
histórico de eventos que o cliente teve com a
empresa, da sua situação de satisfação atual e
das múltiplas opções a serem criadas para
conduzir cada cliente a novos patamares de
relacionamento.
Diante de tal panorama, começar a pensar em
ciclo de vida pode atingir graus significativos de
complexidade.
Porém, para atribuir gerenciabilidade ao processo
de gestão, a metodologia de desenvolvimento do
modelo conceitual (framework) da estratégia de
relacionamento CLC enabled deve, entre suas
etapas, clusterizar os grupos de clientes em
função de variáveis-chaves como os
direcionadores estratégicos de relacionamento
da empresa (recência, freqüência, valor, nível de
adoção, grau de utilização, comportamento de
compra, etc) e de seu momento de
relacionamento (awareness, experimentação,
primeira compra, recompra, adoção, fidelidade,
descontinuidade, etc).
U
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 25
Uma vez que tais grupos centrais de clientes
foram criados e seus desejos e necessidades
identificados em cada um dos principais
momentos do ciclo de vida, o passo seguinte
consiste em criar o caminho, um roteiro, para que
os clientes atinjam um novo patamar no
relacionamento, que esteja alinhado aos
objetivos e estratégias da empresa.
Mas tal roteiro não é algo explícito. Assim como
nos contos infantis, onde o coelho segue,
eternamente, a cenoura pendurada à sua frente,
a empresa deverá criar uma estratégia baseada
nos artifícios-chave (proposta de valor) que levem
os clientes de cada um dos grupos definidos a
estes níveis superiores de relacionamento.
Tal estratégia terá como elemento central, o
chassis competitivo da empresa, formado por
seus veículos de relacionamento (canais, mídias,
meios, ambientes, etc), que serão os
responsáveis pela disseminação da mensagem,
cada qual com uma abordagem específica e de
forma complementar aos demais.
No contexto atual, o relacionamento multicanal é
a tendência a ser seguida para trazer maior valor
à relação empresa-cliente e sanar as tradicionais
inconsistências das abordagens e interações
pulverizadas e desalinhadas nos múltiplos canais.
Para tanto, a convergência e integração dos
diversos veículos (sob um claro chapéu
estratégico e direcionadores táticos de
relacionamento bem definidos) deve estar no
centro da estratégia de clientes e do próprio
modelo de negócio corporativo.
Conforme novos e inovadores veículos de
relacionamento surgem, primordialmente nos
ambientes virtuais, derivados da Internet e
demais redes de comunicação, interação e
colaboração, o chassis de relacionamento das
empresas se torna defasado e incapaz de atender
às novas naturezas de demandas de seus clientes.
E este é um ponto crítico para qualquer
estratégia de relacionamento, principalmente se
tem o conceito de CLC em sua modelagem.
Se o cliente quer uma nova vida, em novos
canais, de forma integrada, como não se
adequar?
Atualizar o composto de relacionamento com os
novos veículos é apenas uma das vertentes que
uma estratégia de relacionamento convergente
exige. Dentre eles, destacamos:
• Guarda-chuva estratégico com
direcionadores táticos e operacionais para
cada veículo de relacionamento.
• Modelo de Governança do
Relacionamento, disseminado nas áreas
com processos e atividades de
relacionamento com o cliente.
• Fóruns, comitês, grupos de trabalhos e
demais arquiteturas funcionais/matriciais
para alinhamento, coordenação e
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 26
integração das diversas ações de
relacionamento.
• Visão de portfólio de soluções, onde as
áreas de negócio possam definir o melhor
mix veículos de relacionamento (canal,
mídia, meio, etc) em função de seus
objetivos.
• Atualização constante em termos de
novos veículos (como dito).
• Atuação multicanal, onde cada mídia,
meio, canal, veículo, etc tem seu papel
estratégico claramente delimitado e
integrado aos demais.
• Processos de BI apoiados por visão de
clusterização e CLC para análise da
evolução de clientes e do relacionamento.
• Indicadores adequados a uma visão
convergente e multicanal, que mensurem
o grau de utilização de inter-canais, seus
fluxos e migrações, o grau de sinergia e
complementariedade, etc.
Dessa forma, uma estratégia de relacionamento
convergente, multicanal e CLC enabled gera
impacto significativos nos processos corporativos,
demandando novos skills de gestão e práticas de
relacionamento, tanto nas áreas de frente quanto
no back-office.
Transformar uma estratégia de relacionamento
tradicional nesta nova visão estratégica não é
algo trivial, mas é cada vez mais necessário para
gerar experiências únicas e diferenciadas e criar
novos nichos de valor para a empresa.
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 27
Negócios, Processos, TI: O Tripé de Sustentação das
Corporações
e a estratégia pode ser considerada o
cérebro de uma empresa, podemos dizer
que os processos são as veias e artérias
que nutrem o corpo (rativo) com dados e
informações necessários para seus movimentos.
A inteligência de construção de um “chassi”
corporativa que suporte os processos adequados
e seja capaz de suprir as necessidades (mutantes,
móveis) de negócio, derivadas de decisões
estratégicas com focos específicos em aumento
da competitividade da empresa, não pode mais
estar dissociada da Tecnologia da Informação.
A velocidade, volume e organização de dados e
informações são vitais para a tomada de decisão;
quanto mais eficientes os processos
implementados e mais eficaz a tecnologia que os
automatiza, maior será o potencial competitivo
de uma empresa.
O sucesso nos negócios está cada vez mais
atrelado a como as informações fluem pelas
“veias” corporativas, que por sua vez são
construídas pela Tecnologia da Informação.
Neste cenário fundem-se negócios, tecnologia e
operações/processos. O papel desempenhado
pelo CIO/TI e pelo COO/Operações se já não
foram unificados, trabalham numa relação
visceral em que o sucesso/fracasso de um afeta
diretamente o desempenho do outro e os dois
afetam diretamente os resultados corporativos;
ou seja, as metas estratégicas de
responsabilidade do CEO.
KPIs (Key Performance Indicators) agressivos são
atingidos por pessoas que realizam seu trabalho
com base em processos e são suportadas por
tecnologias eficazes e na medida correta da
necessidade do uso.
Já não é de hoje que as principais ferramentas
utilizadas no dia a dia dos negócios são as
tecnológicas, seja para produção, gestão,
relacionamento, transação ou comunicação.
No processo de desenvolvimento de sistemas, a
análise tradicional já não é suficiente para
desenvolvimentos mais complexos, pois a
identificação dos processos envolvidos é
fundamental para que a área de negócio seja
plenamente atendida pela solução.
Somente através de uma abordagem orientada a
processos e serviços é que a TI poderá atender às
reais expectativas do negócio.
Diversas organizações conceberam padrões
normativos para que a relação entre a TI,
S
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 28
processos e negócios se tornasse uma realidade.
Por exemplo, o padrão ITIL (Information
Technology Infrastructure Library): sua meta é
promover a gestão com foco no cliente e na
qualidade dos serviços de tecnologia da
informação (TI).
O ITIL endereça estruturas de processos para a
gestão de TI, apresentando um conjunto
abrangente de processos e procedimentos
gerenciais, organizados em disciplinas, com os
quais uma organização pode fazer sua gestão
tática e operacional para alcançar o alinhamento
estratégico com os negócios.
Em outra ponta, a norma internacional ISO 20000
é a primeira norma editada pela ISO que define as
melhores práticas de gerenciamento de TI e que
fornece um conjunto de processos estruturados e
com qualidade para gerenciar estes serviços.
As intersecções e relacionamentos entre a ISO
20000 e o ITIL podem ser resumidas em 4 frentes,
a saber:
• Fase 1 - Procedimentos internos: a
princípio cada organização conta com uma
série de procedimentos internos, que nem
sempre interagem entre si;
• Fase 2 - ITIL® Melhores Práticas: com a
criação da biblioteca ITIL®, definem-se
processos e procedimentos gerenciais
para que a organização possa fazer sua
gestão tática, operacional e alcançar o
alinhamento estratégico com os negócios;
• Fase 3 - O guia ISO 20000: cria-se a norma
ISO 20000 para controlar e certificar estes
novos processos e procedimentos
sugeridos pelo ITIL®;
• Fase 4 - ISO 20000: por ser uma norma
aderente ao ITIL®, as empresas que
seguem as melhores práticas conseguem
alcançar a Certificação ISO 20000 com
maior facilidade, alinhando os objetivos
de negócio com os objetivos do cliente
(interno e externo), melhorando o nível
de serviço.
Na arquitetura corporativa atual, Negócios,
Processos e TI formam um importante tripé de
sustentação operacional e produtiva, uma efetiva
cadeia de relações do tipo causa-efeito, com
desdobramentos críticos para o sucesso ou
fracasso das organizações.
Assim, quebrar ou, na pior das hipóteses, suavizar
as barreiras que ainda possam existir entre TI e
Negócios é fator crítico de sucesso para a
evolução das empresas nos mercados agressivos.
Porque só o correto alinhamento estratégico e a
importante sinergia gerada pela integração
harmônica deste tripé podem colocar uma
empresa comum em um patamar diferenciado de
competitividade.
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 29
O Agitador Contemporâneo e a Geração Y
eth Godin é considerado um dos maiores
marketeiros da atualidade, em grande
parte por sua abordagem pouco ortodoxa
sobre conceitos que abrangem desde a revolução
pós-industrial, ao viral marketing, passando pelo
fim da mídia como a conhecemos (tendo a
televisão como principal bastião), das sociedades
de consumo onde os consumidores possuem o
poder, das idéias-virus, do marketing de
permissão.
Ao longo de sua carreira de autor escreveu doze
livros que foram traduzidos em mais de trinta
idiomas, possui um dos blogs (de um único
indivíduo) mais populares do mundo, como
empreendedor fundou dezenas de empresas (em
sua maioria empresas de Internet) e foi Vice-
Presidente de Marketing Direto do Yahoo!
Em outras palavras, Godin é um dos principais
“agitadores” contemporâneos: um agitador de
conceitos e mindsets que trata temas inovadores
de forma pouco convencional.
Com um currículo repleto de realizações, trata da
falência do currículo, em seu livro mais recente
“Linchpin” (“Pivô” em tradução literal do inglês) –
que está na lista dos 10 mais vendidos da Amazon
desde seu lançamento.
Ou melhor… da falência do modelo de trabalho
atual pois, segundo suas palavras, “não há mais
nenhuma oferta de um emprego significativo
onde alguém lhe diz exatamente o que fazer”.
Assim o “sistema” precisa de mais Pivôs e menos
Engrenagens.
Partindo da premissa de que não há mais
nenhuma fórmula ou receita para se tornar
indispensável em seu emprego (seja como
executivo ou empreendedor), o profissional de
hoje deve aprender a trilhar seu próprio caminho,
a traçar seu plano de carreira, gerando valor onde
os outros não geram, assumindo desafios e
responsabilidades quando os demais recuam,
realizando ações e empreendimentos complexos,
trabalhosos e impossíveis.
Mas o fato é que não é fácil tornar-se
indispensável. Se algo é fácil é porque já foi feito
e, sendo assim, não é mais escasso e valioso.
Segundo Seth, “você não se torna indispensável
apenas porque você é diferente.
“Mas a única maneira para se tornar
indispensável é ser diferente”. Mais do que um
jogo de palavras, a mensagem de que o valor do
profissional deriva da diferenciação, não é
ambígua.
S
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 30
E esta diferenciação deriva por sua vez de uma
abordagem apaixonada, como um artista que
ama e acredita em sua arte e entrega sua
inspiração e emoções ao seu trabalho, gerando,
além de realização individual, valor indispensável.
Muito holístico e existencialista? Talvez. Mas
segundo o autor, apenas ao se realizar de forma
integral – através de um amplo senso de
propósito – os profissionais transformam as
organizações em mais humanas e propensas a se
conectarem diretamente com seus clientes.
Fora isso a briga se volta para o preço ou para o
bombardeio de mensagens de comunicação, o
que, em última instância, é ruim para (a
lucratividade de) todos.
E quando a cultura de uma organização permite
que cada funcionário se auto-realize como
criador de valor único, atraente e substancial, o
evolução dos resultados tende a atingir
patamares antes inimaginados.
Quando as pessoas percebem que não são
uma engrenagem de uma máquina, uma
commodity facilmente substituível, elas aceitam
o desafio e crescem. Produzem mais do que se
paga para elas, pois o pagamento é feito com
algo que vale mais do que o dinheiro em si.
Paga-se com valor e valor é a moeda da nova
geração da força de trabalho, da geração Y, que
parte da premissa que as ações que trouxeram os
resultados na geração passada tendem a não ter
a mesma perspectiva de sucesso, pois o contexto
de sua aplicação muda, mudou e continuará a
mudar em uma recorrência cada vez mais
acentuada.
Em outras palavras, a entrada de novas gerações
no mundo dos negócios trará, naturalmente, a
renovação de crenças, valores e premissas
tomadas como verdadeiras em decorrência do
processo constante de experimentação.
Conforme talentos e colaboradores diferenciados
(e indispensáveis) performam trajetórias
meteóricas de ascensão profissional, as crenças e
valores que residem na essência do mindset de
estratégia e gestão das empresas de hoje são
diretamente confrontadas por novos pontos de
vistas.
Ao contrário de uma revolução à força, a
evolução deste mesmo mindset ocorrerá de
forma natural e fluida, por substituição dos
profissionais inaptos a compreender os desafios e
oportunidades por aqueles que nasceram,
cresceram e aprenderam a lidar, com
espontaneidade, com o novo contexto, sob novos
conceitos.
Seth Godin pode marketear o quanto quiser, pois
não há maior agitador do que a cada vez mais
contemporânea Geração Y.
Top 10 Artigos Mais Lidos em 2010 | 31
Os artigos deste e-book fazem parte da série de artigos disponibilizados nas newsletters do Grupo ECC. Os textos são produzidos pelos
analistas do Tech Lab (Strategy Research Center) do Grupo ECC e pelos sócios e consultores da E-Consulting Corp. (www.e-
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