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Coordenadora do MAAT/UFRN Diretora da Missão Arqueológica Argentina no Egito DRA. MARCIA SEVERINA VASQUES DRA. MARÍA VIOLETA PEREYRA Universidad de Buenos Aires DRA. LILIANA MANZI Oriente  Antigo Dias 28, 29 e 30 de agosto/2017 Auditório B do CCHLA, Sala C-5 (Setor II) e Auditório do Centro de Educação Inscrições gratuitas: www.cchla.ufrn.br/maat

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Coordenadora do MAAT/UFRN

Diretora da Missão Arqueológica Argentina no Egito

DRA. MARCIA SEVERINA VASQUES

DRA. MARÍA VIOLETA PEREYRA

Universidad de Buenos AiresDRA. LILIANA MANZI

I CICLO DE DEBATES SOBRE

Oriente  AntigoMESOPOTÂMIA   · EGITO   · GRÉCIA · ROMA

Dias 28, 29 e 30 de agosto/2017 Auditório B do CCHLA, Sala C-5 (Setor II) e Auditório do Centro de Educação

Inscrições gratuitas: www.cchla.ufrn.br/maat

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

I CICLO DE DEBATES SOBRE ORIENTE ANTIGO

28 a 30 de agosto de 2017

Coordenação geral

Dra. Marcia Severina Vasques

Organização

Dra. Marcia Severina Vasques

Ms. Arthur Rodrigues Fabrício

Ms. Keidy Narelly Costa Matias

Ms. Liliane Tereza Pessoa Cunha

Ms. Ruan Kleberson Pereira da Silva

Alaide Matias Ribeiro

Elian Jerônimo de Castro Júnior

Felipe Aiala de Mello

Matheus Breno Pinto da Câmara

Pedro Hugo Canto Núñez

Talita Alves da Cruz

Fonte da imagem · Arte da Capa

Cartaz idealizado a partir de uma representação retirada da tumba de Nebamun. Arte

de Keidy Narelly Costa Matias

Sítio eletrônico

http://cchla.ufrn.br/maat

E-Mail

[email protected]

Catalogação: conforme NBR 6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas

I Ciclo de Debates Sobre Oriente Antigo (8.: 2017: Natal, RN) Caderno de resumos do I Ciclo de Debates Sobre Oriente Antigo [recurso eletrônico] / I Ciclo de Debates Sobre Oriente Antigo no Rio Grande do Norte; organização, Profª Drª Marcia Severina Vasques (UFRN) . –– Natal: MAAT – Núcleo de Estudo de História Antiga, 2017. 17p. Conteúdo: Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma. Modo de acesso: World Wide Web: < http://www.cchla.ufrn.br/maat > Encontro realizado no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1. História Antiga 2. Etnicidade e Identidade 3. Arqueologia 4. Literatura no Mundo Antigo I. Vasques, Marcia Severina IV. Título

CDU- 930.85

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O I Ciclo de Estudos sobre Oriente Antigo tem como objetivo levar o debate científico à

comunidade universitária por meio de conferências ministradas por profissionais

(doutores) e comunicações orais a serem feitas por pesquisadores (mestres), alunos de

pós-graduação (mestrandos) e de graduação (iniciação científica e bacharelado), que

estão desenvolvendo a pesquisa na área. Este primeiro Ciclo de Debates está sendo

proposto na área de Oriente Antigo com foco na Egiptologia, um dos ramos da História

Antiga que está sendo desenvolvido e aperfeiçoado no PPGH – Programa de Pós-

graduação em História da UFRN e que será um dos pontos fortes do grupo de pesquisa

cuja criação está sendo planejada para o presente ano.

Dra. Marcia Severina Vasques, coordenadora.

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RETRATOS DE MÚMIA:

DEBATE SOBRE A ETNICIDADE E A IDENTIDADE CULTURAL NO EGITO ROMANO

Dra. Marcia Severina Vasques (Departamento de História/UFRN)

9h – Auditório B/CCHLA

Com a derrota de Marco Antônio e Cleópatra VII na Batalha de Actium, o Egito tornou-se

uma província romana a partir de 30 a.C., domínio que se estendeu até a divisão do

Império entre Ocidente e Oriente, em 395 d.C. Essa época caracteriza-se por seu

multiculturalismo, resultado do encontro de culturas variadas como a egípcia nativa, a

grega e a romana. Em consequência, muito se tem debatido, academicamente, sobre a

aplicação ao Egito Romano de conceitos como o de etnicidade e identidade cultural. Ao

refletirmos sobre essa temática, pretendemos abordar a pertinência do uso desses

conceitos para o Egito do Alto Império, entre os séculos I e II d.C.. Utilizaremos como

documentação a cultura material funerária do período, com destaque para os retratos

de múmia, comumente chamados de “Retratos do Fayum”.

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NOITE PROFANA: OBSCENIDADE E DESSACRALIZAÇÃO NO AMPHITRVO DE PLAUTO

Dr. Marcos Tindo (Departamento de Letras/UFRN)

10h – Auditório B/CCHLA

Em Amphitruo, onde figuras religiosas e zombarias se juntam como em nenhuma outra

peça romana, Plauto põe em cena os eventos que precedem o nascimento do herói mais

venerado no mundo clássico, Hércules, em forma de uma paródia cômica. Mostra-se aqui

como o escritor neutralizou a gravidade do mito para evitar que esta comédia se tornasse

simplesmente uma tragédia intercalada com piadas. Analisa-se como Plauto selecionou

os elementos da história conforme constava em fontes anteriores e subverteu-os aos

seus propósitos. O dispositivo mais importante empregue para tal fim parece ter sido o

uso extensivo da obscenidade como meio de profanação das personagens. Apesar de a

obscenidade não ser incomum em Plauto, e admissível na cultura romana do seu tempo,

funciona nesta peça como instrumento de degradação, a qual recai praticamente na sua

totalidade sobre as personagens de Júpiter e Alcmena, que são precisamente aqueles

que, de outra forma, seriam os menos suscetíveis de serem risíveis. O deus principal no

panteão teve que ser despojado do sagrado para que também se tornasse risível, e assim

a inseminação da futura mãe do seu filho semideus (contada alhures como um ato um

ato que dignifica a figura da mulher sobre quem tal honra foi concedida) foi retratada

nesta peça como traição e meninice.

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RAMESSÉS III, ENTRE AS BATALHAS DE HOJE E DO AMANHÃ: GUERRA, SUBJUGO E

MEMÓRIA NO TEMPLO DE MEDINET HABU

Ms. Arthur Rodrigues Fabrício (MAAT/UFRN)

14h – Sala C 5 – Setor de Aulas II

Segundo faraó da XX dinastia, Ramessés III (1187 a.C. – 1157 a.C.) ocupou o trono do

Egito durante a passagem da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, em meio a um

instável clima social e político, permeado por tentativas de invasões estrangeiras, greves

de trabalhadores e uma tentativa de regicídio no decorrer de um coup d’État gestado em

seu próprio harém real. Todavia, o terceiro Ramessés erigiu um suntuoso complexo de

culto real, em Medinet Habu, possivelmente a última grande estrutura monumental

construída durante o Novo Império, carregando neste grande parte da herança cultural

egípcia do período, seus padrões artísticos, arquitetônicos, escultóricos, seus mitos,

anseios e rituais, suas crenças no pós-vida e na função do faraó. Em meio à complexidade

de funções e significados deste espaço de múltiplas sacralidades, um deles se sobressai:

o discurso de memória imbuído nas iconografias e nos registros escritos. É a este discurso,

com base no conceito de memória cultural, que nos dedicaremos nesta comunicação,

enfatizando como os eventos bélicos, e suas representações, ocorridos durante o reinado

de Ramessés III, constituíram-se em núcleo principal do projeto rememorativo e da

perpetuação da autoimagem do faraó à época.

A PRESENÇA DA AUSÊNCIA: CARTAS EGÍPCIAS AOS MORTOS E O ENSAIO SOBRE A DÁDIVA

(I PERÍODO INTERMEDIÁRIO)

Ms. Keidy Narelly Costa Matias (ARCHAI-UnB – MAAT/UFRN)

14h30 – Sala C 5 – Setor de Aulas II

Neste trabalho realizamos uma análise das cartas egípcias dedicadas aos mortos, escritas

em cumbucas de cerâmica contendo comidas e bebidas que, na medida em que atraíam

os mortos aos alimentos, também os faziam ler cartas contendo petições e reclamações

de suas supostas negligências, haja vista ser o ancestral morto um dos responsáveis pela

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proteção dos seus descendentes no mundo dos vivos. As cartas escritas em pequenas

cumbucas testemunhavam às preocupações dos vivos na continuação da vida dos seus

ancestrais, mas em troca exigiam que os mortos lhes protegessem e os ajudassem a

resolver problemas cotidianos (disputas por heranças, por propriedades, questões de

doença etc.) causados por mortos maléficos. Assim, apropriamo-nos da conceituação de

Marcel Mauss, no livro Ensaio sobre a Dádiva, para refletirmos sobre os papeis sociais

dos vivos e dos mortos, pois os vivos deveriam manter a vida dos mortos e estes, por sua

vez, deveriam manter a ordem no cotidiano dos viventes.

ÍSIS DAS MIL FACES, DO TRONCO ÀS SUAS RAMIFICAÇÕES:

A CARACTERIZAÇÃO ISÍACA NA OBRA O ASNO DE OURO

Ms. Liliane Tereza Pessoa Cunha (MAAT/UFRN)

15h – Sala C 5 – Setor de Aulas II

O culto isíaco descrito na obra O Asno de Ouro, do madaurense Apuleio (125 d.C. – 180

d.C.), datada do século II d.C., não se originou em terras romanas e muito menos no

mundo grego. Sua origem remonta ao Egito, onde a deusa era a consorte do seu irmão,

Osíris, e uma das divindades mais importantes da religião, sendo cultuada em diversas

cidades egípcias. A partir da expansão macedônica, o Egito ganha extensões religiosas e

Ísis adentra no mundo grego, onde recebeu bastante aceitação, sendo associada à figura

masculina do deus Serápis, que embora não seja propriamente Osíris para os egípcios,

possui características semelhantes às dele. Desde os períodos mais remotos, a deusa Ísis

é vista como um amálgama de outras divindades e a amplitude do seu poder e das suas

características facilitava os diferentes aspectos do sincretismo greco-egípcio. Embora a

narrativa de Apuleio se passe em terras gregas, o culto isíaco representado nela é o de

origem romana, fruto de um contexto de trocas culturais que culminou em sua chegada

em Roma e no apadrinhamento da deusa por parte dos romanos. Desta forma, esta

comunicação tem como objetivo discutir brevemente sobre a forma como Apuleio

constrói a imagem da deusa, de modo a demonstrar a universalidade que contempla a

figura de Ísis ao longo de toda a sua obra.

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OLHARES SOBRE A GUERRA, APONTAMENTOS SOBRE RELIGIÃO:

REPRESENTAÇÕES VISUAIS EM RELEVOS NEOASSÍRIOS

Ms. Ruan Kleberson Pereira da Silva (MAAT/UFRN)

15h30 – Sala C 5 – Setor de Aulas II

No início do Iº Milênio a.C., o Império Neoassírio se consolidou como unidade política

proeminente no norte da Mesopotâmia. Essa posição foi conquistada mediante um

conjunto diversificado de fatores políticos e econômicos, sendo a prática da guerra um

desses elementos. O estudo da guerra – enquanto conjunto de pluralidade sociopolítica

– possibilita conhecermos com mais profundidade a sociedade assíria. Para tanto, a

análise da materialidade das representações visuais de relevos neoassírios esculpidos em

lajes de pedra fixadas às paredes dos palácios imperiais neoassírios é um dos mecanismos

capazes de ressaltar o entendimento do poder destas imagens como imagens do poder.

Assim, os sentidos acionados pelas representações visuais vinculadas às estruturas

arquitetônicas sugeriram à audiência palaciana que a experiência de guerras ordálicas

era, em primeiro plano, uma ação justificada por princípios religiosos assírios, que

mantinham a Ordem e o Equilíbrio Cósmico assírio e, consequentemente, alterou de

forma significativa a dinâmica geopolítica de todo o Oriente Próximo.

DA PENA À ESPADA: XENOFONTE E A REPRESENTAÇÃO DE ESPARTA EM A CONSTITUIÇÃO

DOS LACEDEMÔNIOS

Ms. Cleyton Tavares da Silveira Silva (doutorando pela UFF)

16h – Sala C 5 – Setor de Aulas II

Pretende-se analisar como Xenofonte, através de suas próprias visões e práticas sociais,

constrói a imagem dos espartanos e seu regime políade, tendo como pano de fundo a

questão da identidade e alteridade entre os gregos durante o intervalo cronológico que

se segue do final do século V ao início do século IV antes da era cristã, período de grande

turbulência política nas cidades-estado helênicas. Para tanto, lançaremos mão dos

escritos em A República dos Lacedemônios e Anabásis, a fim de apontar três elementos

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que entendemos essenciais para a compreensão da narrativa de Xenofonte: a idéia de

Cidade, o que é a Pólis para Xenofonte e como ele a define enquanto comunidade de

Cidadãos; quem fora Xenofonte e de que maneias seu estilo narrativo é influenciado por

suas vivências e experiências; e por fim, estabelecer através de que ferramentas

Xenofonte aponta critérios de auto-definição, e exclusão entre os gregos antigos.

CONSTRUCCIÓN DE PAISAJES E ICONOGRAFÍA EN DIÁLOGO A FINES DE LA DINASTÍA XVIII

Dra. María Violeta Pereyra (Diretora da missão arqueológica da Argentina no Egito)

17h – Sala C 5 – Setor de Aulas II

Los monumentos funerarios del antiguo Egipto preservaron una inestimable información

arqueológica e histórica. Entre ellos se encuentra la tumba de Neferhoptep, (TT49),

ubicada en la necrópolis de los nobles tebanos. Su investigación epigráfica es llevada a

cabo una misión de la Universidad de Buenos Aires cuyo objetivo es identificar las

prácticas realizadas en el período posamarniano al que corresponde la cronología del

monumento.

El abordaje conjunto del registro iconográfico y las inscripciones preservadas en la

decoración parietal consideró para su interpretación las estrategias plásticas adoptadas

para el desarrollo del programa decorativo. Las escenas e inscripciones se analizaron a

partir de sus relaciones topográficas y en relación con el espacio geográfico de la

necrópolis para identificar los discursos contenidos en TT49 en relación a las prácticas

rituales desarrolladas en la antigua Tebas.

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A VIDA PARA ALÉM DA MORTE:

O ESPAÇO IMAGINÁRIO DO ALÉM-VIDA NO LIVRO VI DA ENEIDA

Matheus Breno Pinto da Câmara (MAAT/UFRN)

9h – Auditório B/CCHLA

A obra de Virgílio tem sido analisada por incontáveis historiadores. Não à toa, seu escrito

mais notável, a Eneida, é um marco fundamental na literatura latina na qual é conhecida

como era de ouro dos poetas. Entretanto, para além da sua função na literatura, a Eneida

também nos apresenta importantes concepções quanto à cultura e a religião romana do

século I a.C. Dada sua importância e riqueza, o presente trabalho busca analisar o espaço

habitado pelos mortos no livro VI da Eneida, entendendo a função deste para a narrativa

e sua relação com o imaginário romano acerca da morte. Nosso objetivo é o de analisar

como Virgílio constrói esse espaço imaginário a partir de elementos narrativos e alinha a

viagem de Eneias pelo Orco com a cultura mortuária romana no século I a.C. Para tanto,

as práticas funerárias romanas também são objeto de estudo para consolidação dessa

análise. A metodologia utilizada para no presente trabalho se faz tendo como base a

análise de discurso, mais especificamente o método de injunções narrativas, a qual busca

a explicação do texto pelo texto. Uma vez que as bases lógicas da narrativa são

construídas para atender ao enredo e desfecho da história, o autor espelha-se no real e

constrói os elementos que compõem uma linha narrativa lógica para criação do

imaginário.

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ESPAÇO FUNERÁRIO EM ALEXANDRIA, SÉCULOS I E II D.C – ANÁLISE ICONOGRÁFICA DA

TUMBA PRINCIPAL DE KOM-EL-SHOQAFA

Elian Jerônimo de Castro Júnior (MAAT/UFRN)

9h30 – Auditório B/CCHLA

Nessa comunicação, estaremos explanando os caminhos teórico-metodológicos que nos

levaram às indagações a serem respondidas durante a pesquisa: em que grau o contato

entre culturas modificou o espaço, crenças e práticas funerárias? Contamos como fontes

fotografias e desenhos arqueológicos da tumba principal de Kom-el-Shoqafa, construída

por volta do século I e II d.C, na cidade de Alexandria, no Egito. Para o nosso trabalho,

temos como principal questão teórica o espaço funerário, que será entendido como uma

sobreposição de espaços sagrado/mítico e arquitetônico. Além disso, atentamos sobre a

interação cultural presente nesse espaço, que é construído em um contexto de

dominação romana na cidade de Alexandria. Acreditamos que o espaço funerário que

trabalhamos – a câmara principal do complexo de Kom-el-Shoqafa – é um exemplo da

interação cultural presente em Alexandria no início da dominação romana, em que

elementos da religiosidade de diferentes culturas moldam e constroem um espaço

diferenciado, misto e emaranhado.

O CORPO EM CENA: O FEMININO TRÁGICO NA ÁSTY ATENIENSE (V A.C.)

Luci Araújo (PPGH/UFRN)

10h – Auditório B/CCHLA

No presente trabalho analisamos os discursos sobre o corpo das mulheres em Atenas no

século V a.C. Para tanto, compreendemos a historicização do corpo tendo como ponto

central as diferentes representações do feminino veiculadas em cinco peças trágicas

gregas: Medeia, Ifigênia em Taurus, Hécuba, Electra, escritas pelo tragediógrafo

Eurípedes (c. 480 a.C.- 406 a.C.), e Antígona, de Sófocles (c. 496 a.C.- 406 a.C.), assim

como fontes iconográficas a partir da cerâmica grega produzida neste contexto temporal

e espacial. Buscamos a partir dos discursos e representações sobre essas mulheres, que

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permeiam a Antiguidade Clássica, entender o lugar que o corpo feminino ocupava na

sociedade ateniense no contexto da ásty, o espaço urbano da pólis grega.

IMAGENS E ESPACIALIDADES CRISTÃS: AS RELAÇÕES ENTRE O DISCURSO ICONOGRÁFICO

E A FORMAÇÃO DE ESPAÇOS SAGRADOS (SÉC. III-IV D.C.)

Francimagda Almeida Avelino (PPGH/UFRN)

10h30 – Auditório B/CCHLA

O surgimento, desenvolvimento e estruturação do Cristianismo foram marcados por um

longo período de inserção e adaptação ao Império Romano. Apesar de ser uma religião

que encontra na palavra escrita suas balizas doutrinais, as representações imagéticas

passaram a compor sua mensagem a partir do III século, funcionando como meios de

evangelização na difusão da nova crença pelo mundo mediterrâneo. Primordialmente

herdeira clara da tradição helenística romana, a iconografia cristã adotou gradativamente

símbolos e práticas com identidade e características próprias. Assim, nos propomos

analisar, no âmbito da História Cultural, o processo de formação de um repertório

iconográfico cristão e o emprego desses expedientes na constituição de espaços fúnebres

sagrados, analisando a adaptação do discurso religioso às práticas espaciais e ao

imaginário cristão entre os séculos III e IV da era comum.

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LA ORGANIZACIÓN DEL ESPACIO FUNERARIO Y DEL REGISTRO PARIETAL EN LOS

MONUMENTOS FUNERARIOS TEBANOS DEL REINO ANTIGUO

Dra. María Violeta Pereyra (Diretora da missão arqueológica da Argentina no Egito)

14h – Auditório do Centro de Educação

Las tumbas más antiguas de Tebas occidental fueron descubiertas en el área de El-Khokha

y su datación se remonta a la dinastía VI. En la campaña de 2016, durante las

excavaciones que lleva a cabo la Universidad de Chieti como socio científico de la Misión

de la Universidad de Buenos Aires se identificó una estructura funeraria fechada en forma

preliminar a fines del Reino Antiguo anexa a una de las tumbas accesibles desde el patio

de TT49: TT362. El relevamiento detallado de la iconografía preservada en su interior fue

realizado por egiptólogos brasileros miembro del equipo en la campaña siguiente.

La localización y organización de las escenas y su análisis comparativo con el registro

iconográfico de otras tumbas del área permitió considerar algunas variantes de

compositivas y relacionarlas con la escasa evidencia presente en los monumentos

contemporáneos.

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A GEOGRAFIA DE ESTRABÃO E A DESCRIÇÃO DO EGITO ROMANO

Alaíde Ribeiro (MAAT/UFRN)

9h – Auditório B/CCHLA

O objetivo desta comunicação é apresentar os resultados obtidos na pesquisa da

Geografia, fonte histórica do século I, cuja produção é atribuída ao geógrafo e historiador

grego do Ponto, Estrabão de Amásea. O objeto específico do estudo será o Livro XVII,

última parte do extenso tratado geográfico e que contém a descrição do Egito e da Etiópia

nilótica. A partir do estudo deste, na perspectiva da análise de conteúdo proposta por

Laurence Bardin, pretendemos apresentar qual a visão construída pelo geógrafo sobre o

Egito, especialmente, pensando-o enquanto uma província romana. Ademais, propomos

apresentar o debate dos conceitos de “imperialismo, romanização, identidade, poder e

sistema-mundo” presentes na historiografia relativa ao Império Romano, e, tomando o

Livro XVII como exemplo, pensar como os mesmos podem ser aplicados nos estudos da

Antiguidade, sobretudo, nos referentes ao Egito romano.

A CAPELA FUNERÁRIA DE NEBAMUN: UM CASO ESPECIAL NO FINAL DA XVIII DINASTIA

Pedro Hugo Canto (MAAT/UFRN)

9h30 – Auditório B/CCHLA

Essa comunicação tem como objeto de estudo a capela funerária de Nebamun — escriba

contador de grãos —, datada de c. de 1350 a.C., período que compreende o final do

reinado de Amenhotep III (1387 – 1350 a.C.). A maior parte dos onze fragmentos de sua

capela funerária é encontrada no British Museum, mas tais fragmentos são ainda

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comportados pelos Ägyptischen Museum Berlin, Musée des Beaux-Arts de Lyon, Musée

Calvet, além de algumas fotografias do colecionador de Benzion. É provável que a

localização original da capela seja a cidade de Tebas. Nessa comunicação, pretendemos

analisar algumas das cenas da referida capela, visando mostrar algumas de suas

particularidades artísticas.

IMAGENS E IMAGINÁRIOS DE CLEÓPATRA EM PLUTARCO

Felipe Aiala de Mello (MAAT/UFRN)

10h – Auditório B/CCHLA

Este trabalho tem por objetivo analisar a composição do ethos de Cleópatra (69 – 30 a.C.)

feita por Plutarco (46 – 119 d.C.), em sua obra Vidas Paralelas, mais exatamente o tomo

VII, que trata da biografia de Marco Antônio (83 – 30 a.C.), marido de Cleópatra. Esse

texto é extremamente importante para se conhecer e compreender as primeiras imagens

ethóticas construídas de Cleópatra, ainda que a reboque da biografia do general romano,

baseadas em documentos, estereótipos e em imaginários sociodiscursivos construídos

na Antiguidade Clássica. Para a consecução de nossos objetivos, valemo-nos das

categorias de ethos, desenvolvido por Maingueneau, de estereótipo, trabalhado por

Amossy, e de imaginário sociodiscursivo, de Charaudeau. O fato de a história de Cleópatra

ser contada por um greco-romano a partir da vida de um romano faz com que esse relato

seja, em alguns momentos, exagerado, tendencioso, contaminado por aspectos

ideológicos, míticos e mitológicos fortemente presentes na narrativa. Além disso, há que

se considerar: i) a decalagem temporal entre a vida da rainha do Egito e seu amante e a

história de Plutarco; ii) que Plutarco fazia parte de uma sociedade diferente daquela da

rainha e que, por questões várias, tendia em favor de seus propósitos, exagerava,

reformulava e fundia sua história com estereótipos antigos.

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EL PAISAJE FUNERARIO DE TEBAS OCCIDENTAL Y SUS ACTORES SOCIALES

Dra. Liliana Manzi (IMHICIHU/CONICET)

10h30 – Auditório B/CCHLA

A partir del estudio de las expresiones parietales contenidas en la Tumba de Neferhotep

-TT49- se proponen dos líneas de análisis que permitan dar cuenta de las relaciones

sociales establecidas por los miembros de la elite con el estado faraónico. Se parte de la

premisa de que tanto la construcción como la decoración de los hipogeos estuvieron

inmersas en programas operativos que toleraron escasa variación.

En este sentido, “el caso de Neferhotep” es representativo de los desempeños de los

miembros de la elite durante el Reino Nuevo, puesto que el hecho de acceder a “un lugar”

dentro de la necrópolis, conlleva que el beneficiario cuente con credenciales sociales

compartidas con otros nobles y, de modo semejante, se espera que las estrategias de

decoración y de representación de personas también fuesen similares.

El objetivo es analizar a través del individuo las relaciones establecidas con otros actores

sociales como estrategias de integración de sus desempeños con localizaciones y lugares

en el paisaje y de representación a través de los “retratos” que se observan en las paredes

de la tumba.

Mediante el análisis de redes sociales se prevé proponer vinculaciones entre referencias

contenidas en el registro epigráfico acerca de personas y divinidades con el espacio

regional. Luego, en una escala más acotada, se propone reconocer en el programa

decorativo del monumento la existencia de rangos de variación morfométrica en la

representación del propietario y de los actores sociales retratados.