dpe-rj - teoria geral do processo - aula 00

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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS PARA TÉCNICO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 1 www.pontodosconcursos.com.br TEORIA GERAL DO PROCESSO PROFESSORA: MARIA APARECIDA LIMA ALGARTE Olá! É com grande satisfação que nós, da equipe do Ponto dos Concursos, lançamos o Curso de Teoria Geral do Processo em Exercícios para o concurso da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. Como professora do Ponto, estou muito feliz em lecionar sobre processo e sua teoria geral, pois o estudo aprofundado dessa disciplina jurídica faz parte de minha rotina diária há quase sete anos. Bom, primeiramente, vamos às apresentações. Sou pós-graduada em Direto Público, e há dez anos trabalho no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT. Iniciei minha trajetória no TJDFT no ano de 2000, como técnico judiciário, tomando posse quando ainda estava na faculdade de Direito. Nos primeiros anos, trabalhei no Juizado Especial Cível e Criminal, onde executei muitas atividades ligadas ao direito processual nos juizados especiais, tais como audiências de conciliação, assessoria na confecção de sentenças e decisões, secretariado de audiências, dentre outras. Em 2004, passei a integrar a equipe de trabalho da Desembargadora Ana Maria Duarte Amarante Brito, que compõe a Sexta Turma Cível do TJDFT. No ano de 2008, tomei posse como analista judiciário, e, atualmente, sou assessora substituta da Desembargadora Ana Maria. Minha rotina de trabalho exige conhecimentos profundos de teoria geral do processo e direito processual civil, pois a apreciação de recursos na área cível tem por pressuposto o domínio da sistemática do processo, desde a petição inicial até a sentença, independentemente de se tratar de ação de conhecimento, execução ou cautelar. Portanto, falar sobre o direito processual civil, seja no aspecto teórico, seja no aspecto prático, constitui tarefa bastante prazerosa para mim, porque faz parte do meu dia-a-dia como profissional e estudante.

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CURSO ON-LINE – PACOTE DE EXERCÍCIOS PARA TÉCNICO DA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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TEORIA GERAL DO PROCESSO

PROFESSORA: MARIA APARECIDA LIMA ALGARTE

Olá!

É com grande satisfação que nós, da equipe do Ponto dos Concursos,

lançamos o Curso de Teoria Geral do Processo em Exercícios para o concurso

da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.

Como professora do Ponto, estou muito feliz em lecionar sobre

processo e sua teoria geral, pois o estudo aprofundado dessa disciplina

jurídica faz parte de minha rotina diária há quase sete anos.

Bom, primeiramente, vamos às apresentações.

Sou pós-graduada em Direto Público, e há dez anos trabalho no Tribunal

de Justiça do Distrito Federal e Territórios – TJDFT.

Iniciei minha trajetória no TJDFT no ano de 2000, como técnico

judiciário, tomando posse quando ainda estava na faculdade de Direito. Nos

primeiros anos, trabalhei no Juizado Especial Cível e Criminal, onde executei

muitas atividades ligadas ao direito processual nos juizados especiais, tais

como audiências de conciliação, assessoria na confecção de sentenças e

decisões, secretariado de audiências, dentre outras. Em 2004, passei a

integrar a equipe de trabalho da Desembargadora Ana Maria Duarte Amarante

Brito, que compõe a Sexta Turma Cível do TJDFT. No ano de 2008, tomei

posse como analista judiciário, e, atualmente, sou assessora substituta da

Desembargadora Ana Maria.

Minha rotina de trabalho exige conhecimentos profundos de teoria geral

do processo e direito processual civil, pois a apreciação de recursos na área

cível tem por pressuposto o domínio da sistemática do processo, desde a

petição inicial até a sentença, independentemente de se tratar de ação de

conhecimento, execução ou cautelar. Portanto, falar sobre o direito

processual civil, seja no aspecto teórico, seja no aspecto prático, constitui

tarefa bastante prazerosa para mim, porque faz parte do meu dia-a-dia como

profissional e estudante.

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Além disso, com o tempo de estudo e trabalho, posso dizer que adquiri

“tarimba” de provas e passei a conhecer a metodologia das diversas bancas

examinadoras, assim como as tendências de concursos voltados para analistas

e técnicos de nível médio e superior.

No caso do concurso para a Defensoria Pública do Rio de Janeiro,

devemos ressaltar, primeiramente, que o número de vagas para o cargo de

Técnico Médio está uma beleza: 400 vagas! Ou seja, vamos estudar, pessoal,

porque a aprovação é plenamente possível!

É fato que a banca examinadora desse concurso – CEPUERJ (Centro de

Produção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro) ainda não tem muita

tradição em organizar concursos voltados para a área do Direito.

Porém, isso não será problema para nós! Primeiro, porque conseguimos

“garimpar” algumas questões de provas organizadas pela CEPUERJ, dentre as

quais destacamos a do concurso para advogado da UERJ, realizado em 2001, e

a do concurso para Assistente Notarial de Registros do Rio de Janeiro,

promovido em 2008. Com isso, já dá para ter uma idéia do “jeitão” da banca!

Segundo, porque as demais questões apresentadas neste curso foram

extraídas das bancas examinadoras mais tradicionais do País, como, por

exemplo, CESPE, Fundação Carlos Chagas e ESAF. Assim, as questões

selecionadas permitem uma revisão de todo o conteúdo de teoria geral do

processo contido no edital, visando preparar o candidato para realizar a prova

objetiva de noções de direito processual civil com muita tranqüilidade.

Então, vamos caminhar, porque, assim como aprendi a ser aprovada em

provas objetivas, vou ajudar você a ser aprovado também!

Nossas aulas serão elaboradas com base no seguinte programa:

Aula 0 – Jurisdição: conceito, características, princípios, classificação;

Aula 1 – Jurisdição e ação;

Aula 2 – Processo e procedimento; sujeitos da relação processual;

Aula 3 – Competência;

Aula 4 – Atos e prazos processuais;

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Aula 5 – Noções básicas de organização judiciária do Estado do Rio de

Janeiro; competência dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais.

Ao final de cada aula, todas as questões de prova estudadas serão

exibidas em lista, para que o candidato possa treinar; o gabarito vem logo

após.

Bom, para “início de conversa”, devemos ressaltar que o estudo do

direito processual começa pela análise de uma trilogia de elementos

estruturais. Assim como as sagas de “Jornada nas Estrelas” e do “Senhor dos

Anéis” possuem suas famosas trilogias de cinema, o nosso direito processual

também é assim composto. Do que estamos falando? Da trilogia estrutural do

processo, que se compõe de JURISDIÇÃO, AÇÃO e PROCESSO.

Em linhas gerais, podemos dizer que JURISDIÇÃO é a atividade do

Estado de dizer o Direito e decidir os conflitos de interesses entre as pessoas

que buscam o Poder Judiciário. Essas pessoas, que, no processo, são chamadas

de partes, têm acesso ao Poder Judiciário por meio do seu direito de AÇÃO. E

o PROCESSO é justamente o meio instrumental utilizado pelo Estado para

dizer o direito e decidir o conflito.

Na aula de hoje, vamos estudar o primeiro componente dessa trilogia, a

JURISDIÇÃO.

Vamos lá?

(TJ/PA – Analista Judiciário – FCC - 2009) Jurisdição é:

(A) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e sancionar

leis que regulamentem situações jurídicas ocorridas na vida em

sociedade.

(B) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de regulamentar a

vida social, estabelecendo, através das leis, as regras jurídicas de

observância obrigatória.

(C) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas no

cargo de dizer o direito no caso concreto.

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(D) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de pleitear,

perante o Estado a solução de um conflito de interesses.

(E) o instrumento pelo qual o Estado procede à composição da lide,

aplicando o Direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de interesses.

Comentários:

Primeiramente, o que vem a ser jurisdição? Jurisdição é função, poder,

atividade do Estado de declarar e realizar o Direito. O próprio termo

jurisdição, que em latim se escreve IURIS DICTIO, significa “dizer o Direito”,

ou seja, aplicar o Direito ao caso concreto, decidindo e solucionando

conflitos.

Quem exerce essa atividade de jurisdição? Atualmente, é o Estado, por

meio de seus juízes. Mas nem sempre foi assim.

Antigamente, lá pelos idos da civilização pré-romana, como não havia

ainda uma estrutura de Estado nem de juízes, as próprias pessoas

encontravam meios de solucionar seus conflitos, ou seja, decidiam seus

problemas pela AUTOTUTELA (ou autodefesa). Se houvesse briga, um crime,

uma disputa de terras, os próprios envolvidos resolviam entre si. Prevalecia, é

claro, a lei do mais forte; o fortão vencia a disputa independentemente de

estar certo ou errado. Os crimes, nessa época, eram resolvidos pela vingança

privada. Isso, obviamente, era tudo, menos justiça.

Mas então, se não fosse pela lei do mais forte, como resolver os

conflitos de interesses entre as pessoas, já que viver em coletividade sempre

acarretou o choque entre o direito de uma pessoa e o direito de outra? Como

definir quem tinha razão? Bom, foi com base nesses questionamentos que

surgiram duas formas de composição dos conflitos:

1. AUTOCOMPOSIÇÃO, por meio da qual uma ou ambas as

partes conflitantes abriam mão de parte de seu interesse. Subdividia-

se em:

1.a) desistência (“vou tocar a minha vida, deixa essa briga pra

lá!”);

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1.b) submissão (“ok, ok, você venceu!”);

1.c) transação (“eu cedo um pouquinho daqui, você cede um

pouquinho daí, e estamos resolvidos!”).

2. HETEROTUTELA: alguém teve a idéia de convocar uma

terceira pessoa para resolver o conflito, dando início, portanto, à

heterotutela, ou seja, a partir daí, a disputa passou a ser solucionada

por alguém de fora da briga. Costumava-se procurar os chamados

árbitros (eis aí o início da ARBITRAGEM, tão em voga, hoje em dia),

pessoas da confiança dos contendores, para decidir os conflitos.

Naquela época, era comum serem convidados os sacerdotes ou os

anciãos para solucionar as brigas, pois essas pessoas tinham sabedoria

e conhecimento dos costumes do grupo social.

Com o passar do tempo, a heterotutela começou a ser exercida pelo

Estado. A essa altura - estamos falando do início da civilização romana em

diante-, o Estado passou a se firmar como instituição central, detentora de

poderes e autoridade suficientes para impor suas leis e sua vontade sobre os

particulares. A partir de então, a tendência foi a de o próprio Estado chamar

para si a autoridade e o dever de solucionar os conflitos vivenciados entre as

pessoas. Na época, os cidadãos compareciam perante o pretor, ou seja, o

juiz, relatavam os conflitos e se submetiam ao que ele decidisse.

Mas deveria haver uma forma de tornar essa solução de conflitos mais

objetiva, a fim de evitar preferências ou influências da parte mais rica, ou

impedir que um caso fosse decidido de forma diferente de outro idêntico.

Surgiu, então, a figura do LEGISLADOR, que passou a ser responsável pela

elaboração de normas gerais a serem aplicadas a todos os casos semelhantes,

independentemente da preferência das partes. Como se pode notar,

historicamente, a figura do juiz é anterior à do legislador.

Em linhas gerais, essa é a história de criação da JUSTIÇA PÚBLICA: “O

Estado, já suficientemente fortalecido, impõe-se sobre os particulares e,

prescindindo da voluntária submissão destes, impõe-lhes autoritativamente a

sua solução para os conflitos de interesses.” (CINTRA, Antonio Carlos de

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Araújo e outros. Teoria geral do processo. 26ª ed. São Paulo: Malheiros, 2010.

P. 29).

A jurisdição é, precisamente, o nome dessa atividade de dizer o Direito

e decidir os conflitos de interesses das partes. Na realidade, jurisdição é, ao

mesmo tempo, PODER, FUNÇÃO e ATIVIDADE.

A jurisdição é o PODER estatal de decidir imperativamente os conflitos

e impor suas decisões aos envolvidos. É, também, FUNÇÃO estatal, encargo do

Estado de promover a pacificação dos conflitos sociais por meio de suas

decisões. Além disso, consiste na própria ATIVIDADE do juiz de conduzir os

processos judiciais na forma estabelecida em lei.

O exercício da jurisdição, via de regra, se dá no Poder Judiciário, por

meio de juízes, que são agentes do Estado encarregados por lei de decidir os

litígios. Geralmente, quando as partes conflitantes não entram em acordo,

passam a invocar a tutela jurisdicional para solucionar a lide. Há, ainda,

hipóteses de conflitos em que a intervenção do Poder Judiciário é obrigatória,

pois nessas situações, somente o Estado juiz pode determinar as sanções e

providências cabíveis, como é o caso dos processos criminais e de alguns

assuntos referentes ao Direito de Família (anulação de casamento, perda do

poder familiar etc.).

Não custa mencionar que, ainda hoje, existem diversas formas de

autotutela e autocomposição em nosso ordenamento jurídico, ou seja, meios

alternativos ao Judiciário para solucionar conflitos. Vamos citar alguns

exemplos:

a) Nosso Código Civil, em seu artigo 1.210, parágrafo 1º,

permite que o possuidor de um bem, por sua própria força, impeça

atos de perturbação à sua posse, independentemente de ter que

recorrer ao Judiciário;

b) A Lei 9.099/95, Lei dos Juizados Especiais, traz exemplo

claro de autocomposição dentro de um processo: as partes podem

firmar acordo e pôr fim à disputa com o auxílio de um conciliador,

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sem necessidade de que um juiz conduza esse acordo. No final, o juiz

apenas homologa o acordo celebrado entre as partes;

c) A figura da arbitragem, hoje, está ganhando força. De acordo

com as regras estabelecidas na Lei 9.307/96, as partes celebram um

contrato em que estipulam a cláusula compromissória, ou seja, o

compromisso de submeter qualquer conflito decorrente do contrato à

decisão de um árbitro.

Bom, como podemos observar, a resposta correta para o exercício

proposto é a letra C, que traz o conceito de jurisdição como poder de a

autoridade judiciária dizer o direito, aplicando a lei ao caso concreto e

solucionando conflitos.

Vamos ver o que há de errado nas demais proposições?

A letra A está falsa porque a jurisdição não é exercida pelo Poder

Executivo, muito menos tem por atividade a propositura ou a sanção de leis.

Essa atividade administrativa é privativa do Chefe do Executivo (Presidente,

Governador e Prefeito).

A letra B também está errada porque trata da atividade legislativa

estatal de elaborar as leis, a cargo dos órgãos do Poder Legislativo.

A letra D está falsa porque o conceito mencionado na assertiva é o de

AÇÃO, direito público que a pessoa tem de invocar a jurisdição para

solucionar um conflito, e não da jurisdição.

A letra E está errada, porque essa afirmativa traz o conceito de

PROCESSO, que é a forma utilizada pela parte para exercer o seu direito de

ação e provocar a jurisdição, ou seja, o instrumento utilizado para provocar a

jurisdição, com esta não se confundindo.

CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO

A JURISDIÇÃO possui algumas características importantes. São elas:

1. INÉRCIA (OU PRINCÍPIO DISPOSITIVO): a jurisdição, via de

regra, é função estatal provocada pelas partes por meio da ação

judicial. Normalmente, o juiz não age de ofício, sem ser acionado

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pelas partes. Se, por exemplo, eu constato que o carro que comprei,

zerinho, zerinho, não funciona, e mesmo assim, fico quietinha e não

entro com uma ação na Justiça contra o fabricante do veículo para

obter o conserto do bem, meu dinheiro de volta ou um carango novo,

não tem juiz no mundo que adivinhe meu problema e intervenha nessa

questão, sem minha provocação.

Nesse sentido, o artigo 2º do Código de Processo Civil

estabelece que “nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão

quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas

legais.”

Mas há exceções a essa regra. São hipóteses em que o Estado-

Juiz age independentemente da vontade ou acionamento das partes.

Vamos ver algumas dessas exceções: O artigo 989 do Código de

Processo Civil determina que o juiz pode, de ofício, determinar a

abertura do processo de inventário se ninguém requerer sua abertura

no prazo legal. O artigo 1.129 do Código de Processo Civil, por sua

vez, estabelece que o juiz, de ofício, pode ordenar àquele que

detenha o testamento de pessoa falecida, que exiba o documento em

juízo, sob pena de expedir um mandado de busca e apreensão desse

testamento.

(OAB/DF – Exame de Ordem - 2006) O princípio dispositivo,

segundo o qual nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão

quando a parte ou o interessado a requerer, encontra exceção no

processo de inventário.

A assertiva está correta, pois, como exemplificamos, o processo

de inventário consiste em uma das exceções à inércia da jurisdição.

Nesse caso, se ninguém requerer a abertura do inventário no prazo

legal, o juiz pode assim proceder, de ofício.

2. SUBSTITUTIVIDADE: uma vez provocada a jurisdição, o

Estado-Juiz passa a conduzir o processo em substituição à vontade das

partes, dizendo quem tem o direito e aplicando a lei. Não interessa se

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o autor ou o réu ficará ou não satisfeito com a decisão, sendo certo

apenas que o que for decidido deverá prevalecer, independentemente

da vontade das partes. Em virtude de a atividade jurisdicional

substituir a atividade das partes, passa a ter relevância que o juiz,

como representante do Estado, seja IMPARCIAL, não envolvido no

litígio, a fim de que a decisão a ser proferida sobre a disputa seja a

mais justa possível, sem se ater a interesses pessoais ou preferências

de uma das partes.

3. UNIDADE: a jurisdição, como poder de um Estado

soberano, é una. Não existem várias jurisdições em um único Estado

dotado de Soberania, mas sim uma única jurisdição, um único poder,

cujo exercício, por motivos didáticos e organizacionais, é dividido

entre vários juízes e órgãos. Assim, a jurisdição é única, mas seu

exercício pode ser fracionado em diversos órgãos, aos quais a lei

atribui COMPETÊNCIAS, ou seja, parcelas da jurisdição.

O artigo 1º do Código de Processo Civil fala que “a jurisdição

civil, contenciosa e voluntária, é exercida por juízes, em todo o

território nacional, conforme as disposições que este Código

estabelece”. Deve-se ter em mente que a classificação obedece a

critérios puramente didáticos, pois todas as divisões do exercício da

jurisdição dizem respeito ao mesmo poder jurisdicional do Estado.

4. IMUTABILIDADE DOS ATOS JURISDICIONAIS: somente os atos

jurisdicionais são considerados imutáveis, ou seja, dotados de

DEFINITIVIDADE, porque apenas sobre eles incide a chamada COISA

JULGADA. Mas o que seria coisa julgada? De forma bem sucinta, pode-

se dizer que a coisa julgada é a eficácia, é o efeito da sentença que a

torna imutável, quando não mais couber contra ela qualquer recurso

judicial. Deve-ser ressaltar que atos legislativos e administrativos

sempre podem ser modificados pelo Poder Judiciário, quando, por

exemplo, contiverem alguma ilegalidade. Porém, os atos judiciais,

quando não mais sujeitos a recursos, tornam-se definitivos, não

podendo ser modificados por nenhum outro órgão ou Poder.

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5. SECUNDARIEDADE: normalmente, espera-se que as pessoas

consigam, por si sós, vencer seus desafios e superar seus conflitos.

Porém, quando elas próprias não podem ou não encontram formas de

decidir quem tem razão em uma lide ou um conflito de interesses,

recorrem ao Poder Judiciário, pois este, como último recurso (ultima

ratio), decide a disputa de forma definitiva. Daí porque essa

característica da jurisdição é denominada secundariedade, ou seja,

primeiro as partes procuram se entender; se não for possível, porque

não querem ou não podem, devem buscar a tutela jurisdicional.

PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO

Agora que já estudamos as características da jurisdição, vamos falar um

pouco sobre os princípios da jurisdição. Acerca desse tema, gostaria de

ressaltar algo: na hora de resolver questões de prova sobre princípios de

direito processual civil, como é o caso dos princípios da jurisdição, deve-se

tomar cuidado com as exceções. Questões que tragam termos como “em

nenhuma hipótese”, “necessariamente”, “sempre” ou “nunca”, em se

tratando de princípios, devem ter a atenção redobrada do candidato.

Normalmente, a ideia geral é a de que os princípios são regras absolutas,

acima do bem e do mal, mas não é bem assim! Como você poderá perceber,

muitos dos princípios listados abaixo contêm exceções.

Então, vamos a eles:

1. TERRITORIALIDADE ou ADERÊNCIA AO TERRITÓRIO ou

IMPRORROGABILIDADE: como vimos anteriormente, a jurisdição é una,

mas seu exercício encontra limites territoriais. Assim, os juízes

exercem a atividade jurisdicional nos limites territoriais de sua

competência, não podendo fazê-lo fora desses limites, porque aí não

terão autoridade. Por exemplo, um juiz da Comarca de Franca/SP

exerce sua jurisdição nos limites territoriais dessa comarca, não tendo

autoridade sobre outros territórios. Lembre-se de que o termo

“comarca” não necessariamente corresponde aos limites do Município

de Franca/SP, podendo abranger outros municípios lindeiros, como é o

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caso do Município de Pedregulho/SP, que está inserido na Comarca de

Franca/SP. Assim, caso o juiz de Franca/SP necessite praticar atos

processuais em outra comarca, como, por exemplo, oitiva de uma

testemunha residente em Campinas/SP, deverá solicitar a cooperação

do juiz de Campinas/SP, por meio de carta precatória, para que o juiz

de Campinas/SP proceda à oitiva da testemunha e depois encaminhe

ao juiz de Franca/SP o termo de audiência.

Existem várias formas de cooperação entre juízes ou órgãos

jurisdicionais, como cartas precatórias, cartas rogatórias e cartas de

ordem.

(Magistratura de São Paulo – 2008) Se é preciso produzir

uma prova fora do território do juiz, ele deverá se deslocar até o

foro do outro, lá cuidando de alcançar aquela, com auxílio dos

órgãos auxiliares do juiz visitado.

A afirmação está falsa. Como vimos no exemplo do juiz de

Franca/SP, caso ele necessite produzir provas fora dos limites de sua

jurisdição, deverá solicitar a cooperação do juiz da outra jurisdição,

por meio de carta precatória, e não se deslocar até lá para produzir a

prova.

2. INVESTIDURA ou JUIZ NATURAL: quem exerce a jurisdição?

Objetivamente falando, a atividade jurisdicional é exercida apenas

pelos órgãos monocráticos (juízes) ou colegiados (Tribunais) prévia e

abstratamente estabelecidos na Constituição Federal ou na lei para

julgar os conflitos de interesses. É vedada a criação de um juízo de

exceção, ou seja, de um juízo designado para julgar um caso

específico, que já ocorreu (artigo 5º, XXXVII). Portanto, para exercer a

jurisdição, o juiz ou órgão jurisdicional deve ser previamente

investido, designado por lei para julgar todas as causas inseridas em

sua esfera de competência. Deve, também, ser IMPARCIAL, não

podendo dar preferência a essa ou àquela causa, a esse ou àquele

assunto.

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3. INDELEGABILIDADE: um juiz ou órgão jurisdicional não

pode delegar os poderes de que foi investido pela Constituição Federal

a outros órgãos. Da mesma forma, os poderes atribuídos a um juiz

pela Constituição não podem ser delegados a outra autoridade ou a

outro órgão pelo legislador infraconstitucional, muito menos pelo

próprio juiz.

Existem exceções a essa regra. A Constituição Federal autoriza

que o Supremo Tribunal Federal, durante a execução forçada de suas

decisões, delegue algumas de suas atribuições para que outros órgãos

jurisdicionais pratiquem atos no processo de execução (artigo 102, I,

m, da Constituição). O artigo 492 do Código de Processo Civil também

é um exemplo claro de exceção ao princípio da indelegabilidade da

jurisdição, pois permite que Tribunais deleguem a competência para a

colheita de provas aos juízes de primeira instância, por meio da

expedição de cartas de ordem.

4. INDECLINABILIDADE ou INAFASTABILIDADE: uma vez

provocado, o órgão jurisdicional não poderá recusar-se ao exercício da

jurisdição, ou seja, não poderá eximir-se de decidir o conflito de

interesses sob o pretexto de que existem lacunas na lei. A

Constituição Federal fala, em seu artigo 5º, XXXV, que “a lei não

excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a

direito”. Isso significa que até mesmo um direito ameaçado, ou seja,

que ainda nem foi violado, pode ser defendido no Poder Judiciário,

por meio da tutela preventiva e tutela de urgência.

Ainda de acordo com esse princípio, pode-se afirmar que a

parte não precisa esgotar as vias extrajudiciais, amigáveis ou

administrativas para resolver seu conflito; se assim o desejar, pode,

antes de qualquer outra providência, buscar o Poder Judiciário para

solucionar a pendência.

Existe apenas uma exceção a essa regra, que é o caso da

Justiça Desportiva. Havendo questões desportivas a serem resolvidas,

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a Constituição exige que as partes primeiro esgotem as instâncias

administrativas antes de recorrerem ao Poder Judiciário (artigo 217,

§1º da Constituição Federal).

Reparem que o princípio da inafastabilidade da jurisdição

está sempre na “mira” do examinador:

(Promotor de Justiça/RN - 2004) Pode a lei

infraconstitucional condicionar o acesso ao Poder Judiciário ao

prévio esgotamento das vias administrativas, exceto no tocante

às questões desportivas.

A assertiva é falsa, pois o entendimento correto é justamente o

contrário. De acordo com o princípio da inafastabilidade da jurisdição,

nenhuma lei poderá restringir o acesso das pessoas ao Poder

Judiciário, muito menos condicionar o acesso à Justiça ao

esgotamento das vias administrativas. A única exceção a essa regra,

prevista na própria Constituição Federal, como vimos, diz respeito à

matéria desportiva, para a qual o acesso ao Judiciário é condicionado

ao exaurimento das vias administrativas.

Os examinadores também gostam de fazer “peguinhas” com os

nomes dos princípios, com o objetivo de induzir em erro os candidatos

menos preparados, o que não é o nosso caso, claro!

(Ministério Público/PI - 2002) Pelo princípio da

inafastabilidade do controle jurisdicional, nenhum juiz será

afastado de suas funções sem que se lhe garanta, em processo

adequado, os direitos inerentes ao contraditório e a ampla

defesa.

A assertiva está incorreta! Inafastabilidade da jurisdição não

tem nada a ver com a questão de o juiz se afastar de suas funções

para responder a processo administrativo disciplinar, mas sim com o

fato de que o juiz não pode se eximir de julgar alegando lacunas na

lei.

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5. INEVITABILIDADE: uma vez que buscam a tutela

jurisdicional, as partes não podem se esquivar do que for decidido

pelo Poder Judiciário, devendo se submeter aos efeitos da decisão

proferida pelo órgão jurisdicional.

(TRT 5 – Técnico Judiciário – CESPE - 2008) Constituem princípios

da jurisdição contenciosa o juiz natural, a improrrogabilidade e a

indeclinabilidade.

O item está correto. Como já estudamos, esses são alguns dos

princípios da jurisdição. Cuidado apenas com a variação de nomes dos

princípios. O candidato deve memorizar todos os nomes, porque às vezes,

durante a prova, ele sabe o significado de cada princípio, mas por não se

lembrar dos nomes dados pela doutrina ao mesmo princípio, acaba errando a

questão. Também deve o candidato prestar atenção ao instituto sobre o qual

versam os princípios. Isso porque, assim como a jurisdição, o processo

também tem princípios próprios, e uma misturinha desses conceitos pode

“enrolar o meio de campo” na cabeça do candidato, acarretando o erro de

uma questão de prova fácil.

(TJ/MT – Analista Judiciário – VUNESP - 2008) A redação do artigo

2º do Código de Processo Civil vigente: “Nenhum juiz prestará a tutela

jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos

e formas legais”, denota diretamente o princípio:

(A) da legalidade.

(B) da inércia da jurisdição.

(C) do juiz natural.

(D) da ampla defesa.

(E) do acesso à justiça.

A resposta correta é a letra B, pois, como já estudamos, o artigo 2º da

lei processual civil é o correspondente legislativo do princípio da inércia da

jurisdição.

CLASSIFICAÇAO DA JURISDIÇÃO

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(TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) A jurisdição é a atividade

desenvolvida pelo Estado por meio da qual são resolvidos conflitos de

interesses visando-se à pacificação social. Acerca desse tema, julgue os

itens seguintes.

I. A jurisdição pode ser dividida em ordinária e extraordinária.

II. A jurisdição pode ser classificada em comum ou especial.

III. Por seu inegável alcance social, a justiça trabalhista é exemplo

claro de jurisdição comum.

IV. Considerando-se a sistemática federativa vigente no Brasil, a

justiça comum é dividida em federal e estadual.

Comentários:

Para resolver as questões acima, precisamos conversar um pouco sobre

algumas classificações doutrinárias da jurisdição. Devemos lembrar que a

jurisdição, como poder estatal, é una. Porém, para efeitos didáticos e

organizacionais, a doutrina prefere desmembrá-la em algumas divisões

teóricas. Vejamos as principais:

1. JURISDIÇÃO PENAL E CIVIL: pela nomenclatura, pode-se

incorrer no equívoco de pensar que a divisão da jurisdição em penal e

civil consiste simplesmente em separá-la como sendo jurisdição penal

a que processa crimes e jurisdição civil, aquela que cuida dos

processos na área cível. Não é bem assim. Como se sabe, em todos os

processos ajuizados perante o Poder Judiciário, a atividade

jurisdicional tem por finalidade a resolução de uma lide, uma

pretensão. Essa pretensão varia de acordo com a matéria e com o

tema trazido na petição inicial. Assim, temos causas que tratam de

matérias criminais, cíveis, comerciais, eleitorais etc.

A classificação em jurisdição penal e civil leva em conta o

objeto da ação. Segundo a divisão proposta (jurisdição penal e civil),

podemos afirmar que a jurisdição penal cuida das causas criminais ou

penais, ou seja, da pretensão punitiva, no caso do cometimento de

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uma infração penal (crime ou contravenção). Atenção: a justiça penal

militar, que apura crimes militares, está incluída na jurisdição penal,

pois seu objeto é o julgamento de crimes; da mesma forma, o

julgamento de crimes eleitorais também está incluído na jurisdição

penal!

E a jurisdição civil, somente cuida das causas ou pretensões

cíveis? Não, essa jurisdição cuida de todas as outras causas que não

estejam inseridas na jurisdição penal. Trata-se de um critério de

exclusão, que pode ser resumido do seguinte modo: todas as ações

que não tiverem por objeto as infrações penais, ou seja, os conflitos

que não se incluírem na jurisdição penal, estarão na jurisdição civil.

Mas como assim?! Inclusive as causas trabalhistas, administrativas,

tributárias? Sim, todas elas estão abrangidas pela jurisdição civil,

segundo essa classificação. Outro ponto importante que deve ser

levado em conta para a resolução de questões de prova: as causas

submetidas à Justiça Eleitoral podem estar na jurisdição penal ou na

jurisdição civil. Portanto, atenção, concurseiros: crimes eleitorais se

inserem na jurisdição penal, mas as demais matérias eleitorais, como,

por exemplo, candidaturas, eleições, inelegibilidades, são abrangidas

pela jurisdição civil.

2. JURISDIÇÃO ESPECIAL E COMUM: essa classificação leva em

conta os organismos judiciários que a exercem. De acordo com esse

critério de classificação, jurisdição especial é aquela constituída por

órgãos aos quais a Constituição Federal atribuiu competências para

julgar causas de natureza diferenciada e específica.

Quais são as “Justiças” que compõem a jurisdição especial? São

a Justiça Militar, a Justiça Trabalhista e a Justiça Eleitoral. Cada uma

delas aprecia apenas as matérias vinculadas à sua denominação.

Assim, a Justiça do Trabalho é competente para examinar ações

oriundas das relações trabalhistas, a Justiça Eleitoral aprecia as

matérias relacionadas às eleições políticas e a Justiça Militar examina

causas penais fundadas no direito penal militar e na Lei de Segurança

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Nacional. Isso significa que todas as demais matérias são julgadas por

órgãos pertencentes à jurisdição comum, como, por exemplo, as

questões cíveis, comerciais, tributárias, administrativas,

constitucionais, e também as criminais (à exceção dos crimes

militares, que são da competência da Justiça Militar, que é jurisdição

especial, e dos crimes eleitorais, que são da Justiça Eleitoral, também

jurisdição especial).

A Justiça Comum, por sua vez, abrange a Justiça Estadual e a

Justiça Federal, ambas com competência para apreciar e julgar

processos referentes a todas as matérias não incluídas na jurisdição

especial. O diferencial da Justiça Federal em relação à Justiça

Estadual é que a Justiça Federal julga as matérias elencadas no artigo

109 da Constituição Federal, que dizem respeito,predominantemente,

a interesses da União e causas internacionais, enquanto que a Justiça

Estadual, em caráter residual, aprecia todas as demais questões não

abrangidas pela jurisdição especial ou atinentes à Justiça Federal.

Observe a seguinte tabelinha sobre as classificações quanto ao

objeto da ação (jurisdição civil e penal) e quanto ao organismo

judiciário que exerce a jurisdição (jurisdição comum e especial) para

facilitar o entendimento:

ÓRGÃOS DA JUSTIÇACRITÉRIO DO OBJETO

DA AÇÃO

CRITÉRIO DO ORGANISMO

JUDICIÁRIO

Juízes e Tribunais

Eleitorais

Jurisdição penal

(crimes) e civil (outras

matérias eleitorais) Jurisdição especial

Juízes e Tribunais

Militares Jurisdição penal Jurisdição especial

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Juízes e Tribunais do

Trabalho Jurisdição civil Jurisdição especial

Juízes e Tribunais

Estaduais

Jurisdição penal

(crimes) e civil (outras

questões) Jurisdição comum

Juízes e Tribunais

Federais

Jurisdição penal

(crimes) e civil (outras

questões)

Jurisdição comum (causas

internacionais e de

interesse da União)

3. JURISDIÇÃO SUPERIOR E INFERIOR: essa classificação

considera a posição hierárquica dos órgãos de jurisdição. Quando uma

sentença é proferida, ela é, no mais das vezes, favorável a uma parte

e contrária à outra. Isso significa que, normalmente, há um ganhador

e um perdedor. Se no dia-a-dia é comum a gente ficar inconformado

com uma situação contrária aos nossos interesses, na Justiça é a

mesma coisa: quando a parte tem uma sentença desfavorável a ela,

seu desejo, via de regra, é de que a ação seja examinada novamente;

daí porque existe o duplo grau de jurisdição, com a finalidade de que

uma instância de jurisdição superior reexamine o que a instância

inferior decidiu, verificando se a decisão está correta ou contém erros

de procedimento ou de julgamento. Portanto, jurisdição inferior é

aquela composta por juízes de direito que examinam a ação desde o

princípio. Jurisdição superior é aquela exercida pelos órgãos a que

cabem os recursos contra as decisões da jurisdição inferior, sendo

exemplos desses órgãos os Tribunais de Justiça Estaduais, Tribunais

Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho e Eleitoral e

Tribunais Superiores do Trabalho, Eleitoral e Superior Tribunal Militar.

O Superior Tribunal de Justiça é órgão que fiscaliza o devido

cumprimento das leis federais. Apesar de compor a jurisdição comum,

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sua posição é hierarquicamente superior à dos Tribunais de Justiça,

pois aprecia, por meio do chamado Recurso Especial, demandas

provindas desses Tribunais. As matérias de sua competência estão

previstas no artigo 105 da Constituição Federal.

E o Supremo Tribunal Federal, a qual jurisdição pertence? Na

realidade, o Supremo funciona como órgão de superposição, o que

significa que ele julga “recursos interpostos em causas que já tenham

exaurido todos os graus das Justiças comuns e especiais”; em outras

palavras, o Supremo se sobrepõe a todas as Justiças (CINTRA, Antonio

Carlos de Araújo e outros. Teoria geral do processo. 26ª ed. São Paulo:

Malheiros, 2010. P. 198).

Agora, sim, podemos resolver as questões sobre a classificação da

jurisdição. Vamos examinar cada uma das proposições:

I) (TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) A jurisdição pode ser

dividida em ordinária e extraordinária.

A assertiva está errada. Não existe essa classificação da jurisdição em

ordinária e extraordinária. A classificação existente acerca dos graus de

jurisdição divide a jurisdição em inferior e superior. O Supremo Tribunal

Federal, por sua vez, constitui órgão de sobreposição em relação a todos os

outros órgãos e tribunais, mas não perfaz uma jurisdição extraordinária, à

parte.

II) (TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) A jurisdição pode ser

classificada em comum ou especial.

O item está correto. Didaticamente, a jurisdição se divide em comum

(Justiça Estadual e Federal, com competência para o julgamento de causas

cíveis e criminais não abrangidas pela jurisdição especial) e especial (Justiça

do Trabalho, Justiça Eleitoral e Justiça Militar).

III) (TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) Por seu inegável

alcance social, a justiça trabalhista é exemplo claro de jurisdição

comum.

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Vejam o “peguinha” do CESPE! A questão está errada. A Justiça do

Trabalho compõe a jurisdição especial, pois a matéria trabalhista foi tratada

de forma específica na Constituição Federal (artigos 111 e seguintes da

Constituição). A classificação em jurisdição especial não tem nada a ver com

nenhuma concepção sociológica, mas sim com matérias que foram tratadas de

forma diferenciada pela Constituição Federal.

IV) (TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) Considerando-se a

sistemática federativa vigente no Brasil, a justiça comum é dividida em

federal e estadual.

O item está correto. A jurisdição comum é dividida, segundo o

interesse predominante, em Justiça Federal, para causas internacionais ou de

interesse da União, e Justiça Estadual, para todas as demais causas que não se

enquadrem na jurisdição especial ou na Justiça Federal (caráter residual).

Bom, esta aula demonstrativa foi um “aperitivo” do que vem por aí. Na

aula 01, traremos exercícios sobre outros temas relacionados à jurisdição,

como jurisdição contenciosa e voluntária, substitutivos da jurisdição, espécies

de tutela jurisdicional e, por fim, o segundo elemento da trilogia estrutural do

processo: a ação! Por ora, tenho certeza de que os conteúdos e exercícios

apresentados são suficientes para que o candidato consiga resolver as

questões sobre os temas propostos da jurisdição. Por isso, não percam o

próximo capítulo da nossa saga!

Até semana que vem e bons estudos!

Questões de prova trazidas nesta aula:

1. (TJ/PA – Analista Judiciário – FCC - 2009) Jurisdição é:

a) a faculdade atribuída ao Poder Executivo de propor e

sancionar leis que regulamentem situações jurídicas ocorridas na

vida em sociedade.

b) a faculdade outorgada ao Poder Legislativo de

regulamentar a vida social, estabelecendo, através das leis, as

regras jurídicas de observância obrigatória.

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c) o poder das autoridades judiciárias regularmente investidas

no cargo de dizer o direito no caso concreto.

d) o direito individual público, subjetivo e autônomo, de

pleitear, perante o Estado a solução de um conflito de interesses.

e) o instrumento pelo qual o Estado procede à composição da

lide, aplicando o Direito ao caso concreto, dirimindo os conflitos de

interesses.

2. (OAB/DF – Exame de Ordem - 2006) O princípio dispositivo,

segundo o qual nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando

a parte ou o interessado a requerer, encontra exceção no processo de

inventário.

3. (Magistratura de São Paulo – 2008) Se é preciso produzir uma

prova fora do território do juiz, ele deverá se deslocar até o foro do

outro, lá cuidando de alcançar aquela, com auxílio dos órgãos auxiliares

do juiz visitado.

4. (Promotor de Justiça/RN - 2004) Pode a lei infraconstitucional

condicionar o acesso ao Poder Judiciário ao prévio esgotamento das vias

administrativas, exceto no tocante às questões desportivas.

5. (Ministério Público/PI - 2002) Pelo princípio da inafastabilidade

do controle jurisdicional, nenhum juiz será afastado de suas funções sem

que se lhe garanta, em processo adequado, os direitos inerentes ao

contraditório e a ampla defesa.

6. (TRT 5 – Técnico Judiciário – CESPE - 2008). Constituem

princípios da jurisdição contenciosa o juiz natural, a improrrogabilidade

e a indeclinabilidade.

7. (TJ/MT – Analista Judiciário – VUNESP - 2008) A redação do

artigo 2º do Código de Processo Civil vigente: “Nenhum juiz prestará a

tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer,

nos casos e formas legais”, denota diretamente o princípio:

(A) da legalidade.

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(B) da inércia da jurisdição.

(C) do juiz natural.

(D) da ampla defesa.

(E) do acesso à justiça.

8. (TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) A jurisdição pode ser

dividida em ordinária e extraordinária.

9. (TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) A jurisdição pode ser

classificada em comum ou especial.

10. (TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) Por seu inegável

alcance social, a justiça trabalhista é exemplo claro de jurisdição comum.

11. (TST – Analista Judiciário – CESPE - 2007) Considerando-se a

sistemática federativa vigente no Brasil, a justiça comum é dividida em

federal e estadual.

GABARITO:

1 – C

2 – C

3 – E

4 – E

5 - E

6 – C

7 – B

8 – E

9 – C

10 – E

11 - C

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INFORMÁTICA – PROFESSOR ALEXANDRE LÊNIN

Olá, amigos!

Meu nome é Alexandre Lênin Carneiro. Sou Analista de Planejamento e

Orçamento do Ministério do Planejamento, da área de Tecnologia da

Informação. Trabalho na Secretaria de Planejamento e Investimentos

Estratégicos – SPI, na Coordenação de Sistemas de Planejamento. Sou

professor de informática desde os 18 anos (1990), tendo lecionado em cursos

técnicos, graduação e pós-graduação. Sou Mestre em Ciência da

Computação pela UnB, com formação na área de Inteligência Artificial. No

serviço público, fui funcionário do Serpro, IBAMA e Receita Federal. Sempre

trabalhando na área de informática.

Decidi ingressar no serviço público em 2004. Depois de alguns “quases”

naquele ano, resolvi dedicar-me à arte de estudar para concursos. No início

acreditava que o meu conhecimento e experiência eram suficientes para ser

aprovado em um bom cargo público. Especialmente porque fui aprovado

logo no primeiro concurso que fiz (STJ). Mas ser aprovado não é tudo, é preciso

“ficar dentro das vagas”! Assim, depois de “quase” no STJ, obtive outro

“quase” na Polícia Federal. Neste fiquei na redação por 0,04 ponto. Ficou

evidente a necessidade de ajuda e fiz cursos para aperfeiçoar meus

conhecimentos e, em especial, para aprender como se deve fazer uma prova

de concurso. Percebi que tão importante quanto saber o conteúdo é

aprender a “fazer” a prova!

Os resultados começaram a aparecer um ano depois. Fui aprovado para

alguns bons cargos, tendo tomado posse nos seguintes: Serpro, Analista

Ambiental e Analista-Tributário da Receita Federal do Brasil. Continuei

estudando – agora com mais dificuldade por conta do pouco tempo – para

chegar ao meu objetivo: ciclo de gestão. Precisei adaptar-me aos novos

desafios de trabalhar durante o dia na Receita, lecionar à noite e estudar nas

horas vagas e finais de semana. Aprendi muito sobre como estudar com

pouco tempo, como selecionar material e como fazer isto usando o

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computador. Em 2008 fui aprovado para o cargo de Analista de Planejamento

e Orçamento, meu atual emprego e onde pretendo permanecer.

É uma alegria poder participar desta empreitada com vocês. Em nossos

encontros aqui no Ponto, quero facilitar o aprendizado dos tópicos exigidos

para a prova de Informática do concurso DPERJ/2010 (Técnico Médio de

Defensoria Pública). Pretendo transmitir minha experiência no estudo da

disciplina, compartilhar dicas importantes e esclarecer pontos muito

explorados pelas bancas pela facilidade de confundir os candidatos. Vamos

lá, comecemos ainda hoje!

Portanto, não perca tempo. Venha comigo neste curso de informática em

exercícios. Minha tarefa será transmitir o conteúdo com didática e

objetividade, de forma a facilitar o aprendizado. Por meio de exercícios

escolhidos “a dedo”, abordaremos o conteúdo do edital com seriedade e

dedicação. Além disso, vou rechear nossas aulas com dicas e macetes para

que você aprenda a fazer a prova!

Quero destacar que o nosso curso foi preparado utilizando questões aplicadas

nos mais recentes concursos, não somente em provas da CEPUERJ. Isto porque

esta banca não possui muitas questões de Informática para que possamos

analisar. Daí, fiz uma seleção de questões que permitirão abordar os assuntos

mais cobrados em provas de Informática das mais renomadas bancas. Além

disso, aproveitaremos as questões para complementar conhecimentos e tratar

os assuntos mais cobrados com maior atenção.

As dúvidas vindouras serão solucionadas por meio de fórum específico para

nossa turma. A qualquer momento você pode e DEVE enviar suas dúvidas ao

nosso fórum. É de suma importância não deixar acumular as dúvidas! Sou um

professor preocupado com o fórum de dúvidas e procure responder a todas

as perguntas no menor tempo possível.

Não deixe a dúvida para o dia da prova!

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Use nosso fórum sempre que precisar!

Hoje, apresento uma aula demonstrativa da disciplina Informática em

Exercícios para TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA DA DEFENSORIA DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Ao todo serão ministradas quatro aulas em

formato de exercícios comentados, além desta aula demonstrativa. Eis os

assuntos que trabalharemos neste curso (extraídos do edital):

1 - Noções de Informática Conceitos básicos e modos de utilização de

tecnologias, ferramentas e aplicativos e procedimentos associados a

Internet/Intranet, 2 - Ferramentas e aplicativos de navegação e correio

eletrônico, de grupos de discussão, de busca e pesquisa, 3 - Organização de

informação para uso na Internet, compartilhamento de arquivos em rede local.

4 - Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas

aplicativos e procedimentos em informática: conceitos de hardware e

software. 5 - Procedimentos, aplicativos e dispositivos para armazenamento de

dados e para realização de cópias de segurança (backup), conceitos de

organização e de gerenciamento de arquivos, pastas e programas, noções do

Sistema Operacional Windows XP, criação, formatação, edição e utilização

das ferramentas do MS Word (versão 2003), criação, edição formatação e

utilização de fórmulas, gráficos e ferramentas para solução de problemas

utilizando MS Excel (versão 2003).

Ao montar as aulas, optei por não seguir a sequência do edital. Procurei deixar

os temas associados em aulas consecutivas, para facilitar o aprendizado e

antecipar dúvidas.

ATENÇÃO: esta é uma aula demonstrativa para que você

possa avaliar meu trabalho. Para esta demonstração,

selecionei 06 (seis) questões de temas distintos.

Veja abaixo a organização do conteúdo.

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Aula 0. Aula Demonstrativa: Exercícios diversos.

Aula 1. Internet/Intranet, ferramentas e aplicativos de navegação e correio

eletrônico, de grupos de discussão, de busca e pesquisa.

Aula 2. Noções do Sistema Operacional Windows XP, conceitos de

organização e de gerenciamento de arquivos, pastas e programas.

Aula 3. MS Word (versão 2003) e MS Excel (versão 2003).

Aula 4. Conceitos de Hardware e Software. Organização de informação para

uso na Internet, compartilhamento de arquivos em rede local. Procedimentos,

aplicativos e dispositivos para armazenamento de dados e para realização de

cópias de segurança (backup).

Para esta aula demonstrativa fiz uma seleção de 10 exercícios que permitirão

abordar pontos importantes relacionados ao tema Internet. Nos primeiros

exercícios busquei conceituar Internet e ir aprofundando aos poucos. Em

alguns momentos, como logo no início, fiz um resumo do assunto para que

possamos nivelar o conhecimento e preparar para a solução dos testes.

Ao final da aula todos os exercícios da aula estão listados, seguidos do

gabarito sem os comentários. Você poderá, se desejar, imprimir a lista e fazer

como um simulado.

Primeiramente, permita-me falar sobre alguns conceitos básicos sobre Internet.

A internet é uma rede de computadores de alcance mundial. Uma rede de

computadores é formada pela conexão de computadores, permitindo a troca

de mensagens entre eles. Imagine a rede telefônica, onde podemos falar com

qualquer telefone conectado a ela. A tecnologia empregada para realizar a

conexão entre os telefones pode ser das mais diversas, não importa.

Independente da tecnologia utilizada pelo telefone ou da operadora que o

controla, é possível estabelecer a comunicação entre dois pontos da rede

telefônica.

No caso dos computadores, acontece o mesmo. Mesmo que os

computadores de uma rede sejam de fabricantes diferentes, utilizando

sistemas diferentes, é possível que estejam conectados e que troquem

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mensagens. E olha que podem utilizar tecnologias diferentes para realizar a

conexão! Na Internet, existe a conexão entre redes inteiras. Usando a mesma

idéia de conectar os computadores em uma rede, a internet conecta redes:

uma “rede de redes”.

O que permite que os computadores desta enorme rede “conversem” uns

com os outros é uma padronização da forma de comunicação. Podemos

pensar nisso como uma “linguagem única para comunicação”. É o chamado

protocolo de comunicação, que determina as regras de como realizar a

comunicação. No caso da Internet, o protocolo – na verdade um conjunto

deles – é o TCP/IP (Transmition Control Protocol / Internet Protocol). Mas não

pense que são apenas dois protocolos, são dezenas de protocolos que

realizam as mais diversas atividades na Internet. O nome do pacote de TCP/IP

(também chamado de pilha TCP/IP) deve-se ao fato de que, inicialmente,

eram apenas estes dois protocolos. Depois, com o tempo, outros protocolos

foram acrescidos, ampliando os serviços prestados pela Internet.

Podemos dizer que a Internet ficou mais conhecida após o surgimento da Web

(World Wide Web - WWW). A Web, por meio do protocolo HTTP (HyperText

Transfer Protocol – protocolo de transferência de hipertextos), permitiu aos

usuários da rede experimentar um novo tipo de texto – o hipertexto – onde é

possível realizar uma leitura não sequencial, saltando de um texto para outro

por meio de hiperlinks (ou apenas links). Além disso, as páginas da web (que

obedecem ao padrão do hipertexto) permitem congregar vários tipos de

mídia (som, imagens, texto etc) em um mesmo local, facilitando a criação de

documentos informativos e atrativos ao mesmo tempo.

Mas nem só de navegação por meio dos hiperlinks web vive a rede mundial.

Diversos protocolos foram aparecendo e integrando-se à pilha TCP/IP.

Utilizando estes protocolos, as pessoas foram criando aplicações Internet.

Mensagens eletrônicas (e-mail), transferência de arquivos, transferência de

áudio e vídeo, acesso remoto a computadores, são bons exemplos de serviços

que podemos encontrar na rede mundial.

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E para participar de tudo isto basta que seu computador esteja conectado à

rede de alguma forma. É preciso que ele obtenha um número especial,

chamado número IP, para que a comunicação possa ser endereçada para

ele e, é claro, para que o computador possa informar o remetente das

mensagens. Esta conexão é feita por meio de uma rede de acesso,

normalmente um “provedor de acesso”. Essa comunicação acontece via

enlaces (links) de comunicação, constituídos de diversos tipos de meios físicos

(por exemplo, os cabos coaxiais e as fibras ópticas).

Resumindo, a Internet é um sistema global de redes de computadores

interconectados. Estes computadores utilizam uma “linguagem universal” para

comunicar-se e oferecer inúmeros serviços a bilhões de usuários. A Internet é

uma “rede de redes de computadores” que trabalha com protocolos

padronizados de comunicação, congregando milhões de redes privadas,

governamentais, acadêmicas e empresariais, mesmo estando estas redes

interligadas por diferentes tecnologias eletrônicas e ópticas. Existe uma vasta

gama de informações e serviços disponíveis na grande rede, notadamente as

páginas com multimídia, o correio eletrônico e a transferência de arquivos.

Feitas as devidas apresentações, vamos aos exercícios que nos permitirão

aprofundar os conhecimentos sobre Internet. Começo por uma questão mais

antiga, mas que vai abrir caminho para as demais.

A World Wide Web, www ou simplesmente Web é um a) conjunto de protocolos HTTP.

b) sinônimo de Internet.

c) sistema de hipertexto.

d) web browser para interagir com páginas web.

e) servidor web responsável por aceitar e responder os pedidos HTTP.

Questão 01 (FCC ‐ 2006 ‐ TRF ‐ 1ª REGIÃO ‐ Analista Judiciário ‐ Área Administrativa)

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GABARITO: C

Comentários: A World Wide Web é um sistema de hipertexto. Quando

digitamos um endereço Internet em um navegador web (browser),

estamos solicitando um recurso (geralmente um documento hipertexto)

por meio do protocolo HTTP. Então, a Web é um sistema de hipertexto

onde podemos saltar de um texto para outro utilizando hiperlinks.

Observe as alternativas. Todas possuem relação com a Web.

Letra A: item FALSO. Este item afirma que a WWW é um conjunto de

protocolos HTTP, o que não é verdade. Na verdade, o protocolo HTTP é

um protocolo que permite a transferência de documentos em formato

hipertexto. Ele dá suporte para as operações da Web, mas não é a

própria Web.

Letra B: INCORRETO. A Web não é a Internet. O sistema de documentos

WWW é um dos serviços disponíveis na Internet, mas não a própria

Internet.

Letra C: Aqui está a resposta correta da questão. A World Wide Web é

um sistema de hipertexto.

Letra D: Já o item “d”, apesar de conter uma informação válida, está

INCORRETO. O browser (navegador) é um aplicativo utilizado para

interagir com páginas web, mas não é o sistema Web. O navegador é

um programa que permite visualizar a informação contida em uma

página da Web.

Letra E: Por fim, o servidor web, citado no item (e) possui a

responsabilidade de por aceitar e responder os pedidos http, mas ele

não é a WWW. É, sim, um dos recursos necessários para o

funcionamento da Web.

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A Web é um sistema cliente-servidor, ou seja, existem componentes que

funcionam como clientes, solicitando recursos e outros componentes

que recebem tais pedidos e os processam, os servidores. Quando

digitamos um endereço em um navegador Internet, estamos realizando

uma solicitação, participando como cliente. O servidor, ao receber o

pedido, responde encaminhando o recurso solicitado. Esta é uma típica

comunicação cliente-servidor. Uma parte da aplicação é executada

no servidor e outra no cliente.

Nos primórdios da Internet, a interação entre os usuários e os conteúdos virtuais disponibilizados nessa rede era dificultada pela não existência de ferramentas práticas que permitissem sua exploração, bem como a visualização amigável das páginas da Web. Com o advento e o aperfeiçoamento de programas de computador que basicamente eliminaram essa dificuldade, os serviços e as aplicações que puderam ser colocados à disposição dos usuários, iniciaram uma era revolucionária, popularizando o uso da Internet.

Segundo o texto, a eliminação da dificuldade que auxiliou na popularização da Internet foi

a) o uso de navegadores.

b) o surgimento de provedores de acesso.

c) o aumento de linhas da rede.

d) o surgimento de provedores de conteúdo.

e) a disponibilização de serviços de banda larga.

GABARITO: A

Comentários: Foram os navegadores Web – browser – que auxiliaram a

popularização da internet, quando passaram a permitir a utilização de

gráficos e uma navegação simplificada e com uso de apontadores

Questão 02 (FCC ‐ 2009 ‐ SEFAZ‐SP ‐ Agente Fiscal de Rendas ‐ Prova 1)

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(mouse). Inicialmente os navegadores utilizavam apenas texto e não

eram tão populares. Mesmo a Internet estava inicialmente restrita ao

ambiente militar e acadêmico. Foi a partir de 1993, com o surgimento

do NCSA Mosaic, que a Internet realmente atingiu o grande público

para conhecer um crescimento exponencial.

Podemos citar como exemplos de navegadores: Internet Explorer,

Mozilla Firefox, Google Chrome, Opera, Netscape e Mosaic. Não se

deve imaginar que um navegador é a Web ou que pode fazer qualquer

coisa na Web. Os navegadores possuem características diferentes e

implementam recursos presentes na Web. Assim, é possível que um

navegador consiga “buscar” uma página na Internet, mas não consiga

apresentar todo o conteúdo do documento por não saber como

trabalhar certos recursos. Por exemplo, a tecnologia Flash, da empresa

Adobe, permite apresentar animações em uma página Web, mas nem

todos os navegadores estão habilitados a trabalhar com esta

tecnologia.

Documentos na forma de textos, imagens, sons e filmes digitais baseados em hipertextos, interligados por meio de hiperlinks, que utiliza hipermídia denominam-se

a) browser.

b) intranet.

c) linguagem HTML.

d) protocolo HTTP.

e) sistema WWW.

GABARITO: E

Questão 03 (FCC ‐ 2009 ‐ TJ‐SE ‐ Técnico Judiciário ‐ Área Administrativa)

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Comentários: Já sabemos que o sistema de documentos hipertexto é o sistema

WWW (Questão 01). Eu trouxe esta questão para falar do item “c” – linguagem

HTML, que guarda ligação com os tais documentos hipermídia.

Os documentos hipertextos são textos não-lineares (popularizados pela Web),

sem um ponto de entrada e saída fixo. Não existe uma hierarquia definida

entre os hipertextos, que são expansíveis e sem limites. Já a linguagem HTML

(HyperText Markup Language) é uma linguagem para criação de hipertextos.

É comum associarmos os hipertextos à Internet, mas não existem estes

documentos apenas na rede mundial.

ATENÇÃO

Cuidado para não confundir a sigla HTTP com HTML. O HTTP é o

protocolo de comunicação para transferir hipertextos,

enquanto o HTML é uma linguagem para construir arquivos

hipertexto.

Letra A) browser: é o navegador Internet. Programa capaz de interagir

com os servidores web realizando requisições de recursos e

apresentando-os aos usuários.

Letra B) Intranet: é uma rede de computadores privada, que trabalha

com os protocolos da Internet e, portanto, é capaz de oferecer os

mesmos serviços: navegação em documentos hipertexto e e-mail, por

exemplo.

Letra C) ERRADO. HTML é uma linguagem de marcação de textos que

permite criar os documentos hipermídia. Não é a Web é uma forma de

criar textos.

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Letra D) ERRADO. O protocolo HTTP é o conjunto de regras de

comunicação para trabalhar com a Web. Mas não é a Web.

Letra E) item CORRETO.

O URL acessado para verificar e fazer o registro de um domínio para a internet

no Brasil é

a) http://www.registro.com.br/

b) http://www.registro.cgi.br/

c) http://registro.br

d) http://cgi.org.br/

e) http://registro.org.br/

GABARITO: C

Comentários: Um nome de domínio é um rótulo de identificação para um

computador, recurso ou serviço conectado à Internet ou a uma rede privada.

Existe um sistema de nomes de domínio (DNS – Domain Name System) que

determina as regras para a criação de nomes de domínio válidos na Internet,

bem como quem administra tais domínios.

O mais importante aqui é que os nomes de domínios são associados a cada

computador da rede por meio de um número, chamado número IP (Internet

Protocol). A chave da questão é que você pode conversar com um

computador por meio do número IP, mas é bem mais fácil memorizar um

nome, não é? Como na telefonia. Cada telefone do mundo possui um número

(cada computador na Internet possui um número IP), mas preferimos anotar

esse número em uma agenda, formando uma tabela que associa o nome

com o número (o mesmo acontece na Internet). A grande diferença

(aparente) é que nós armazenamos os números que nos interessam em nossa

Questão 04 (FCC ‐ 2008 ‐ TCE‐AL ‐ Analista de Sistemas)

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agenda, enquanto na Internet estas tabelas estão armazenadas em

computadores especiais, os servidores do sistema de nomes de domínio.

Observe o exemplo a seguir.

Uma vez que o Sistema de Nomes de Domínio (DNS) armazena os nomes de

forma hierárquica e distribuída, existem vários computadores que armazenam

partes da tabela mundial e, quando precisam, uns “perguntam” aos outros. É

dessa forma que podemos digitar um nome no campo de endereço do nosso

navegador e ele responde com um site da Internet. O sistema DNS é

responsável por converter o nome em um número.

Hoje existem 13 servidores DNS principais (chamados de servidores raiz)

espalhados no mundo e sem eles a Internet não funcionaria. Destes 13, dez

estão localizados nos EUA, um na Ásia e dois na Europa. Para aumentar a

quantidade de servidores disponíveis, uma vez que os clientes consultam a

base para recuperar o endereço IP de um recurso, foram criadas, desde 2003,

várias réplicas e espalhadas pelo mundo, inclusive o Brasil. Aqui, o responsável

pelo gerenciamento dos domínios brasileiros, é o registro.br.

Para acessar um determinado recurso de um domínio, devemos especificar

qual o protocolo utilizaremos e o recurso desejado. É possível, para alguns

casos e configurações de servidores, não especificar o recurso desejado

quando este é o recurso padrão daquele domínio, para aquele protocolo. A

pontodosconcursos.com

Nome do Host(computador, recurso).

raiz

país

Categoria ou nível genérico.Ajuda a classificar o domínio.

.br .

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este endereçamento completo, com protocolo, nome de domínio e recurso,

chamamos de URL. A forma de apresentação de um URL é:

<protocolo>://<nome do domínio>/<localização no domínio>/<recurso>

onde:

<protocolo> é o protocolo utilizado para acessar o recurso

<nome do domínio> é o nome do servidor que fornece o serviço

<localização no domínio> é o local onde o recurso desejado está armazenado

no servidor (em geral uma pasta no servidor).

<recurso> é o recurso propriamente dito (arquivo, por exemplo)

Veja o exemplo a seguir:

A primeira parte do endereço – http:// - indica o protocolo em uso, no

caso o HTTP. A segunda parte, www.pontodosconcursos.com.br,

identifica o nome do domínio (nome do servidor) ou o endereço

Internet onde a informação está localizada. A última parte, index.asp, é

o caminho, no servidor, do recurso solicitado. Lembre-se de que esta

Nome do Domínio

protocolo

servidor finalidadepaís

recurso

http://www.pontodosconcursos.com.br/index.asp.

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última parte pode ser omitida, existindo um recurso padrão

disponibilizado pelo servidor neste caso.

Voltando à questão em análise:

O URL acessado para verificar e fazer o registro de um domínio para a internet

no Brasil é

a) http://www.registro.com.br/

b) http://www.registro.cgi.br/

c) http://registro.br

d) http://cgi.org.br/

e) http://registro.org.br/

GABARITO: C. O URL acessado para verificar e fazer o registro de um

domínio para a internet no Brasil é http://registro.br.

As características:

I. Protocolo sem estado e cliente-servidor orientado à transação;

II. Uso típico na comunicação entre o navegador e o servidor Web;

III. Utiliza o TCP para garantir a confiabilidade;

são pertinentes ao

a) URI.

b) HTML.

c) URL.

Questão 05 (FCC ‐ 2009 ‐ TRT ‐ 15ª Região ‐ Analista Judiciário ‐ Tecnologia da Informação)

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d) HTTP.

e) UAS.

GABARITO: D

Comentários:

Letra a) URI = Uniform Resouce Identifier (Identificador de Recurso

Uniforme): é uma sequência de caracteres que identifica um nome ou

um recurso na Internet. Essa identificação permite a interação com o

recurso por meio de uma rede (normalmente a www), usando

protocolos específicos.

Letra b) HTML = linguagem para criação de documentos hipermídia.

Letra c) URL = Uniform Resouce Locator: (Localizador Uniforme de

Recursos): é um URI que, além de identificar um recurso de rede,

especifica os meios de acessar o recurso (no caso o protocolo).

Letra d) CORRETO. HTTP = HyperText Transfer Protocol (Protocolo de

Transferência de Hipertexto): é o protocolo que permite a transmissão

de arquivos hipermídia. É um protocolo da camada de aplicação do

conjunto de protocolos TCP/IP, que utiliza os serviços do TCP para

garantir a confiabilidade da comunicação, uma vez que o TCP trabalha

com conexão. Em outras palavras, o TCP faz uma espécie de contato

entre o servidor e o cliente para depois enviar as mensagens e conferir

se tudo chegou e se chegou da forma correta. O HTTP utiliza o modelo

cliente-servidor, onde o cliente são os navegadores (solicitantes de

recursos) e os servidores são máquinas que armazenam os recursos a

serem disponibilizados (sítio ou site). Assim, o navegador ou browser faz a

comunicação com os servidores da Web por meio do HTTP, sendo este

protocolo o mais utilizado por estes sistemas.

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Letra e) UAS? Isso existe?

O protocolo padrão para transferência de correio entre hosts no conjunto de

protocolos TCP/IP (definido na RFC 821) é o

a) HDLC.

b) RSVP.

c) SMTP.

d) RTPC.

e) SNMP.

Antes de responder, vamos a alguns detalhes sobre o serviço de correio e seus

protocolos.

O serviço de mensagens eletrônicas da Internet permite o envio de

mensagens como em um correio tradicional. As “cartas” são enviadas

de um remetente para um (ou mais) destinatário em forma digital. Mas,

para utilizar o serviço é preciso possuir uma “conta” ou “caixa postal”

em um servidor de correio eletrônico. Cada caixa postal possui um

identificador único, composto pelo nome da caixa postal (para o

servidor de e-mail, o nome da caixa é o nome do usuário) seguido do

nome único do servidor (domínio), separados pelo símbolo “@” (arroba).

Atualmente, existem duas formas principais de acessar os e-mails: via

software cliente instalado no computador local ou via webmail, que são

programas que funcionam diretamente no navegador internet (sem

precisar instalar no computador do usuário). Os programas clientes de

correio que precisam ser instalados no computador do usuário, quando

Questão 06 (FCC ‐ 2009 ‐ TRT ‐ 15ª Região ‐ Analista Judiciário ‐ Tecnologia da Informação)

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corretamente configurados, acessam a “conta” do usuário no servidor

de e-mail, permitindo o envio e recebimento de mensagens. Estes

programas (por exemplo Outlook, Thunderbird, Outlook Express,

Evolution Mail), quando conectados à Internet, copiam as mensagens

para o computador local, permitindo a gestão das mensagens

eletrônicas mesmo após o usuário desconectar-se da Internet. Neste

caso podemos, por exemplo, quando conectados, copiar as

mensagens para nosso computador e, em seguida, encerrar a

conexão. Após este procedimento, é possível trabalhar as mensagens

sem estar conectado: ler, responder, arquivar, apagar etc. Quando

desejarmos efetivar as operações realizadas, será preciso conectarmos

novamente à Internet e solicitar ao software de correio que execute as

operações. É comum chamar o trabalho realizado sem a conexão

Internet de “off-line”. Portanto, os clientes que são instalados no

computador permitem o trabalho off-line.

Observe que quando utilizamos este tipo de programa é necessário

disponibilizar espaço para armazenamento das mensagens copiadas,

bem como que o software em questão esteja corretamente instalado e

configurado no computador. Além disso, as mensagens transferidas

para o computador local não poderão ser acessadas de qualquer

outro computador da rede. Já os webmails, mesmo sendo clientes de e-

mail, não são instalados no computador do usuário, mas sim em

servidores internet. Estes softwares são acessados por meio de um

navegador web e permitem gerir as mensagens sem a necessidade de

armazenamento local. Daí, as operações realizadas por esta

modalidade exigem que o usuário esteja conectado durante toda a

operação. De outro lado, não exigem espaço para armazenamento de

mensagens no computador do cliente, nem que exista o programa

cliente instalado e configurado na máquina local.

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De um modo geral, quando enviamos uma mensagem, utilizamos o

protocolo SMTP (Simple Mail Transfer Protocol). Para receber uma

mensagem, devemos usar algum protocolo que permite “conversar”

com o servidor e solicitar as mensagens. O POP3 (POP3 = Post Office

Protocol versão 3), por exemplo, permite buscar as mensagens no servir

e armazená-las localmente. O IMAP, de outro lado, permite acessar a

caixa postal sem a necessidade de transferir as mensagens para a

máquina local (muito usado por sistema de webmail). Observe que um

usuário “conversa“ diretamente apenas com o servidor de e-mail que

possui sua conta. É o servidor que realmente envia a mensagem a outro

servidor de e-mail por meio da internet.

PROTOCOLOS DE EMAIL:

SMTP (Simple Mail Transfer Protocol) é o protocolo padrão para envio de

e-mails. É um protocolo simples que permite apenas o envio de

mensagens. Isto significa que ele não permite ao usuário final buscar

mensagens, apenas envia as mensagens de um servidor para outro.

POP (Post Office Protocol) é um protocolo utilizado para acessar

remotamente uma caixa de correio eletrônico. O POP permite que as

mensagens presentes em uma caixa postal eletrônica possam ser

transferidas para um computador local. Uma das características

importantes deste protocolo é que, já que ele transfere as mensagens

para o computador do usuário, este poderá fazer uso delas mesmo

depois de conectado, ou seja, a conexão à Internet só é necessária

durante o processo de transferência das mensagens.

IMAP (Internet Message Access Protocol) é um protocolo de

gerenciamento de correio eletrônico, onde as mensagens ficam

armazenadas no servidor – diferentemente do POP que realiza a

transferência (ou cópia) das mensagens para a máquina local. Este

protocolo permite o uso tanto do webmail (recurso muito utilizado

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atualmente pela facilidade de acesso aos e-mails a partir de qualquer

computador conectado à rede mundial) quanto do cliente de correio

eletrônico (como o Outlook Express ou o Evolution). Ele, IMAP, permite o

compartilhamento de caixas postais entre usuários membros de um

grupo de trabalho e pesquisas por mensagens diretamente no servidor,

por meio de palavras-chaves. Como nem tudo são flores, as mensagens

armazenadas consomem espaço no servidor, que é sempre escasso.

Como o acesso se dá via Internet, sem o armazenamento das

mensagens no computador de onde se acessa a caixa postal, o

computador deve estar conectado durante toda a utilização do

servidor IMAP.

Agora podemos responder esta questão e outras mais.

O protocolo padrão para transferência de correio entre hosts no conjunto de

protocolos TCP/IP (definido na RFC 821) é o

a) HDLC.

b) RSVP.

c) SMTP.

d) RTPC.

e) SNMP.

GABARITO: C

O protocolo mais comum utilizado para dar suporte ao correio

eletrônico é o

a) HTTP.

Questão 07 ( FCC ‐ 2008 ‐ TRT ‐ 2ª REGIÃO (SP) ‐ Analista Judiciário ‐ Área Administrativa)

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b) NTFS.

c) SMTP.

d) SNMP.

e) FTP.

GABARITO: C

COMENTÁRIOS: Agora ficou até sem graça. O protocolo mais comum é o

SMTP.

Uma mensagem de correio eletrônico enviada ao servidor de um destinatário

será recuperada e transferida para o computador deste destinatário por meio

do protocolo

a) SNMP.

b) HTTP.

c) IMAP.

d) POP3.

e) SMTP.

GABARITO: D

COMENTÁRIOS: Se a mensagem será “recuperada e transferida” pelo

protocolo, então estamos falando do POP3. Cuidado para não confundir-se

com o IMAP. Este último possui o objetivo de acessar remotamente a caixa

postal, sem transferir os emails. É até possível fazer a transferência, mas

utilizando o processo de copiar as mensagens para a máquina local do

usuário por meio do programa de email. Esta não é uma funcionalidade do

IMAP, mas sim uma possibilidade implementada pelos softwares clientes.

Questão 08 (FCC ‐ 2009 ‐MPE‐SE ‐ Técnico do Ministério Público)

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À direita do símbolo @ (arroba) de um endereço de email normalmente

indica-se o

a) nome do usuário, nome do domínio, categoria do domínio e o país.

b) nome do domínio e o país, apenas.

c) nome do usuário, nome do domínio e o país, apenas.

d) nome do usuário, categoria do domínio e o país, apenas.

e) nome do domínio, categoria do domínio e o país, apenas.

GABARITO: E

COMENTÁRIOS: Cada caixa postal possui um identificador único, composto

pelo nome da caixa postal (para o servidor de e-mail, o nome da caixa é o

nome do usuário), seguido do nome de domínio (nome do domínio +

categoria + país), separados pelo símbolo “@” (arroba). Portanto, depois do

arroba aparece o nome de domínio do serviço: letra e.

Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma forma de endereçamento

de correio eletrônico.

I - [email protected]

II - ftp6maria@hotmail:www.servidor.com

III - joao da silva@servidor:linux-a-r-w

Questão 10 (CESPE ‐ 2008 ‐ PRF ‐ Policial Rodoviário Federal)

Questão 09 (FCC ‐ 2009 ‐MPE‐SE ‐ Técnico do Ministério Público – Área Administrativa)

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IV - www.gmail.com/paulo@

V - [email protected]

Como forma correta de endereçamento de correio eletrônico, estão certas

apenas as apresentadas nos itens

a) I e II.

b) I e V.

c) II e IV.

d) III e IV.

e) III e V.

GABARITO: B

COMENTÁRIOS: o endereçamento de correio eletrônico DEVE ser composto de

duas partes separadas pelo caractere @. A parte que antecede o @ é a caixa

postal e o item que aparecer após o @ (at) é o servidor (chamado também de

domínio), assim: <caixa-postal>@<domínio>. Além disso, endereços de e-mail

só podem conter letras do alfabeto americano (sem acentuação, cha),

dígitos, ponto '.', sublinhado '_' e hífen '-'.

É isso aí, chegamos ao final da nossa aula demonstrativa. Esta aula é para que você possa avaliar meu trabalho. Espero você no nosso curso em breve. Até já.

Lênin

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Lista das questões desta AULA DEMONSTRATIVA

Questão 01 (FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Administrativa)

A World Wide Web, www ou simplesmente Web é um a) conjunto de protocolos HTTP.

b) sinônimo de Internet.

c) sistema de hipertexto.

d) web browser para interagir com páginas web.

e) servidor web responsável por aceitar e responder os pedidos HTTP.

Questão 02 (FCC - 2009 - SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Prova 1)

Nos primórdios da Internet, a interação entre os usuários e os conteúdos virtuais disponibilizados nessa rede era dificultada pela não existência de ferramentas práticas que permitissem sua exploração, bem como a visualização amigável das páginas da Web. Com o advento e o aperfeiçoamento de programas de computador que basicamente eliminaram essa dificuldade, os serviços e as aplicações que puderam ser colocados à disposição dos usuários, iniciaram uma era revolucionária, popularizando o uso da Internet.

Segundo o texto, a eliminação da dificuldade que auxiliou na popularização da Internet foi

a) o uso de navegadores.

b) o surgimento de provedores de acesso.

c) o aumento de linhas da rede.

d) o surgimento de provedores de conteúdo.

e) a disponibilização de serviços de banda larga.

Questão 03 (FCC - 2009 - TJ-SE - Técnico Judiciário - Área Administrativa)

Documentos na forma de textos, imagens, sons e filmes digitais baseados em hipertextos, interligados por meio de hiperlinks, que utiliza hipermídia denominam-se

a) browser.

b) intranet.

c) linguagem HTML.

d) protocolo HTTP.

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e) sistema WWW.

Questão 04 (FCC - 2008 - TCE-AL - Analista de Sistemas)

O URL acessado para verificar e fazer o registro de um domínio para a internet no Brasil é

a) http://www.registro.com.br/

b) http://www.registro.cgi.br/

c) http://registro.br

d) http://cgi.org.br/

e) http://registro.org.br/

Questão 05 (FCC - 2009 - TRT - 15ª Região - Analista Judiciário)

As características:

I. Protocolo sem estado e cliente-servidor orientado à transação; II. Uso típico na comunicação entre o navegador e o servidor Web; III. Utiliza o TCP para garantir a confiabilidade; são pertinentes ao a) URI.

b) HTML.

c) URL.

d) HTTP.

e) UAS.

Questão 06 (FCC - 2009 - TRT - 15ª Região - Analista Judiciário)

O protocolo padrão para transferência de correio entre hosts no conjunto de protocolos TCP/IP (definido na RFC 821) é o

a) HDLC.

b) RSVP.

c) SMTP.

d) RTPC.

e) SNMP.

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Questão 07 ( FCC - 2008 - TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Analista Judiciário)

O protocolo mais comum utilizado para dar suporte ao correio eletrônico é o a) HTTP. b) NTFS. c) SMTP. d) SNMP. e) FTP.

Questão 08 (FCC - 2009 - MPE-SE - Técnico do Ministério Público)

Uma mensagem de correio eletrônico enviada ao servidor de um destinatário será recuperada e transferida para o computador deste destinatário por meio do protocolo

a) SNMP.

b) HTTP.

c) IMAP.

d) POP3.

e) SMTP.

Questão 09 (FCC - 2009 - MPE-SE - Técnico do Ministério Público – Área Administrativa)

À direita do símbolo @ (arroba) de um endereço de email normalmente indica-se o

a) nome do usuário, nome do domínio, categoria do domínio e o país.

b) nome do domínio e o país, apenas.

c) nome do usuário, nome do domínio e o país, apenas.

d) nome do usuário, categoria do domínio e o país, apenas.

e) nome do domínio, categoria do domínio e o país, apenas.

Questão 10 (CESPE - 2008 - PRF - Policial Rodoviário Federal)

Em cada um dos itens a seguir, é apresentada uma forma de endereçamento de correio eletrônico.

I - [email protected]

II - ftp6maria@hotmail:www.servidor.com

III - joao da silva@servidor:linux-a-r-w

IV - www.gmail.com/paulo@

V - [email protected]

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Como forma correta de endereçamento de correio eletrônico, estão certas apenas as apresentadas nos itens

a) I e II.

b) I e V.

c) II e IV.

d) III e IV.

e) III e V.

GABARITO

1‐ C

2 ‐ A

3 ‐ E

4 ‐ C

5 ‐ D

6 ‐ C

7 ‐ C

8 ‐ D

9 ‐ E

10 ‐ B