I
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
Fundada em 18 de fevereiro de 1808
Monografia
Variação das médias iniciais de células CD4 e de carga
plasmática do HIV-1, em hospital universitário de
Salvador (Bahia, Brasil), 2000 – 2012
Marcela Fonseca Pereira
Salvador (Bahia)
Novembro, 2015
II
FICHA CATALOGRÁFICA
(elaborada pela Bibl. SONIA ABREU, da Bibliotheca Gonçalo Moniz : Memória da Saúde Brasileira/SIBI-
UFBA/FMB-UFBA)
P436
Pereira, Marcela Fonseca
Variação das médias iniciais de células CD4 e de carga plasmática do
HIV-1, em hospital universitário de Salvador (Bahia, Brasil), 2000 –
2012/ Marcela Fonseca Pereira. (Salvador, Bahia): MF, Pereira, 2015
Viii, 29 fls.
Monografia, como exigência parcial e obrigatória para conclusão do Curso de Medicina da
Faculdade de Medicina da Bahia (FMB), da Universidade Federal da Bahia (UFBA)
Professor orientador: Carlos Roberto Brites Alves.
Palavras chaves: 1. HIV. 2. CD4. 3. Terapia antirretroviral. I. Alves, Carlos Roberto
Brites. II. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina da Bahia. III.
Título.
CDU: 616.98
III
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA
Fundada em 18 de fevereiro de 1808
Monografia
Variação das médias iniciais de células CD4 e de carga
plasmática do HIV-1, em hospital universitário de
Salvador (Bahia, Brasil), 2000 – 2012
Marcela Fonseca Pereira
Professor orientador: Carlos Brites
Monografia de Conclusão do
Componente Curricular MED-
B60/2015.1, como pré-requisito
obrigatório e parcial para conclusão do
curso médico da Faculdade de Medicina
da Bahia da Universidade Federal da
Bahia, apresentada ao Colegiado do
Curso de Graduação em Medicina.
Salvador (Bahia)
Novembro, 2015
IV
Monografia: Variação das médias iniciais de células CD4 e de carga
plasmática do HIV-1, em hospital universitário de Salvador (Bahia, Brasil), de
Marcela Fonseca Pereira.
Professor orientador: Carlos Brites
COMISSÃO REVISORA:
Carlos Roberto Brites Alves, Professor do Departamento de Medicina Interna e
Apoio Diagnóstico da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da
Bahia.
Aurea Angelica Paste, Professora do Departamento de Medicina Interna e Apoio
Diagnóstico da Faculdade de Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.
Angelina Xavier Acosta, Professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de
Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.
Lene Silvany Rodrigues Lima Santos, Doutoranda do Curso de Doutorado do
Programa de Pós-graduação em Medicina e Saúde (PPgMS) da Faculdade de
Medicina da Bahia da Universidade Federal da Bahia.
TERMO DE REGISTRO ACADÊMICO:
Monografia avaliada pela Comissão Revisora, e julgada
apta à apresentação pública no IX Seminário Estudantil de
Pesquisa da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA, com
posterior homologação do conceito final pela coordenação
do Núcleo de Formação Científica e de MED-B60
(Monografia IV). Salvador (Bahia), em ___ de
_____________ de 2015.
V
“Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência,
portanto, não é um ato, mas um hábito”. (Aristóteles)
VI
Aos Meus Pais, Maria do Socorro
e Marcos Antônio, e ao meu
irmão, Pedro Augusto.
VII
EQUIPE Marcela Fonseca Pereira, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA. Correio-e:
Carlos Roberto Brites Alves, Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA.
INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Faculdade de Medicina da Bahia (FMB)
Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos
FONTES DE FINANCIAMENTO
1. Recursos próprios.
VIII
AGRADECIMENTOS
Ao meu Professor orientador, Doutor Carlos Brites, por sua disponibilidade e pelos
ensinamentos essenciais a minha vida profissional de futura médica.
Ao Doutor Eduardo Netto, pelo grande auxílio na análise estatística dos dados.
À Estela Luz, pela importante colaboração no levantamento de dados.
Às Doutoras Áurea Paste e Angelina Acosta e à doutoranda Lene Silvany, membros
da comissão revisora, pelas críticas e sugestões, que contribuíram para a construção
desta monografia.
1
SUMÁRIO
ÍNDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS 2
I. RESUMO 3
II. OBJETIVOS 4
III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 5
IV. METODOLOGIA 7
V. RESULTADOS 8
VI. DISCUSSÃO 18
VII. CONCLUSÃO 21
VIII. SUMMARY 22
IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 23
X. ANEXOS Anexo I: Parecer Consubstanciado do CEP
27
2
ÍNDICE DE FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS
TABELAS TABELA I. Idade, células CD4 e carga viral.
TABELA II. Médias de células CD4 à apresentação por ano.
TABELA III. Médias do log da carga viral à apresentação por ano.
8
9
16
GRÁFICOS GRÁFICO I. Distribuição anual das médias iniciais células CD4 por sexo.
GRÁFICO II. Distribuição bianual das médias iniciais de células CD4.
GRÁFICO III. Distribuição anual das medianas e quartis de células CD4.
GRÁFICO IV. Distribuição bianual das medianas e quartis de células CD4.
GRÁFICO V. Distribuição bianual da média idade à apresentação.
GRÁFICO VI. Distribuição bianual da média idade à apresentação por sexo.
GRÁFICO VII. Distribuição bianual das médias iniciais do log da carga viral por
sexo.
10
11
12
13
14
15
17
3
I. RESUMO
VARIAÇÃO DAS MÉDIAS INICIAIS DE CÉLULAS CD4 E DE CARGA
PLASMÁTICA DO HIV-1, EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE
SALVADOR (BAHIA, BRASIL), 2000 – 2012
Aproximadamente 38,6 milhões de pessoas no mundo estão infectadas pelo HIV-
1. Os exames de contagem de células CD4 e de carga viral fornecem informações
sobre estado imunológico do indivíduo e replicação viral, respectivamente. O
melhor momento para iniciar a TARV é na fase assintomática e com contagem de
células CD4 elevada. A apresentação tardia aumenta as chances de transmissão do
vírus e de progressão da doença. Este trabalho tem como objetivo determinar a
contagem média de células CD4+ e os níveis de carga plasmática do HIV-1 no
momento da apresentação, em Salvador, entre 2000 e 2012. O estudo foi realizado
no Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos com base na revisão de dados
disponíveis no SMART, no SISCEL (Sistema de Controle de Exames
Laboratoriais) ou no prontuário. Os dados foram coletados inicialmente do banco
SMART e posteriormente cruzados com o banco SISCEL. As variáveis do estudo
foram: gênero, ano de apresentação, idade à apresentação, cidade de procedência,
contagem inicial de células CD4 e carga viral inicial. Foi realizada análise
estatística dos dados com auxílio do SPSS Versão 20; com determinação das
frequências; médias, desvio-padrão e intervalo de confiança de contagem inicial de
células CD4, valor de carga viral inicial e de idade à apresentação, estratificadas
por sexo. Foram avaliados 851 indivíduos, sendo 34,2% mulheres e 65,8%
homens. A média de células CD4 da amostra foi 297,47; as médias anuais
variaram de 222,85 (IC95% 172,49; 273,21) em 2010 a 341,79 (IC95% 254,05;
429,54) em 2006. Em todos os anos as médias de células CD4 sugerem uma
apresentação tardia. Não observamos progresso na detecção precoce do HIV-1
para a amostra estudada entre 2000 e 2012. Os resultados sugerem a necessidade
de adoção de medidas que possam contribuir para a evolução do diagnóstico na
população estudada.
Palavras-chave: HIV; CD4; Terapia Antirretroviral.
4
II. OBJETIVOS
PRINCIPAL
Determinar a contagem média de células CD4+ e os níveis de carga plasmática do
HIV-1 no momento do diagnóstico, em Salvador-BA, nos anos de 2000 a 2012.
SECUNDÁRIOS
1. Avaliar a oportunidade do diagnóstico da infecção pelo HIV-1, através da
estimativa da contagem de células CD4+.
2. Avaliar a evolução temporal dos níveis de células CD4+.
3. Avaliar a evolução temporal da carga viral média inicial.
5
III. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Aproximadamente 38,6 milhões de pessoas no mundo estão infectadas pelo HIV-1 1.
No Brasil, estima-se que, até junho de 2014, 734.000 pessoas eram infectadas, prevalência de
0,4%. Entre indivíduos de 15 a 24 anos, a prevalência foi de 0,6%, sendo 0,7% na população
masculina e 0,4% na feminina. Dentre as cidades brasileiras, Porto Alegre e Florianópolis
apresentam maior prevalência de HIV desde 2006. Em 2012, as taxas de casos de AIDS
nessas cidades foram 93,7 e 57,0, respectivamente, para cada 100.000 habitantes. Em
Salvador, essa taxa foi de 31,6 2.
A infecção é dividida nas seguintes fases: fase aguda; latência clínica; síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS) 3. A depleção de células CD4, especialmente nos tecidos
linfoides, é a principal consequência da infecção pelo HIV-1. Os exames de contagem de
células CD4 e de carga viral fornecem informações sobre estado imunológico do indivíduo e
de replicação viral, respectivamente, e são muito úteis no acompanhamento da progressão da
doença. A contagem de células CD4 é o principal marcador de gravidade em pessoas
assintomáticas, enquanto a carga viral é importante na avaliação da resposta terapêutica 1, 4, 5,
6.
Cerca de 50 a 90% dos indivíduos infectados pelo HIV apresentam sintomas na fase
aguda, que corresponde às primeiras semanas após a infecção até o momento de início da
produção de anticorpos. Essa fase é autolimitada e as manifestações clínicas geralmente
ocorrem entre a primeira e terceira semana, compondo a chamada Síndrome Retroviral Aguda
(SRA). A fase de latência clínica costuma ser assintomática, podendo durar meses a anos e a
contagem de células CD4, geralmente, é maior que 350 células/mm³. Durante a fase de
latência vai ocorrendo a queda gradativa do CD4 e quando chega entre 200 e 300 o indivíduo
passa a apresentar os sintomas constitucionais – febre baixa, perda de peso, fadiga, sudorese
noturna –, além de diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas e
lesões orais. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida é definida pela presença de
infecções oportunistas – pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose pulmonar atípica ou
disseminada, meningite criptocócia, retinite por citomegalovírus – e costuma ocorrer quando a
contagem de células CD4 é menor que 200 células/mm3 3.
O surgimento da terapia antirretroviral (TARV) foi um grande marco no tratamento da
AIDS, pois permitiu modificar a história natural da doença através da restituição imunológica
6
do indivíduo, reduzindo a quantidade de hospitalizações e infecções oportunistas e tornando a
AIDS uma doença crônica 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12
. Aproximadamente 74% dos brasileiros infectados
estão vinculados a algum serviço de saúde e são monitorados através de exames laboratoriais
ou estão sendo tratados. Em 2012, 313 mil pessoas estavam recebendo terapia antirretroviral
(TARV); esse número é mais que o dobro de pessoas em relação há dez anos 2, 12
.
O melhor momento para iniciar a TARV é na fase assintomática e com contagem de
células CD4 elevada 13
. Recentemente a recomendação é que todas as pessoas com
diagnóstico de HIV iniciem a TARV, independente da contagem de células CD4, pois alguns
estudos mostram que o atraso no início da TARV implica em maiores taxas de falha
terapêutica 5, 14, 15
. Por outro lado, pessoas com níveis de células CD4 acima 500 células/mm3
após reconstituição imune pelo uso de TARV apresentam expectativa de vida próxima ao da
população não infectada 13
. O consenso europeu classifica como apresentação tardia
indivíduos com contagem inicial de células CD4 menor que 350 ou evento definidor de
AIDS, embora haja uma tendência de se aumentar este valor para menor que 500 16, 17, 18
. A
contagem inicial de células CD4 menor que 200 indica AIDS avançada 12, 19
.
Estima-se que 50% das pessoas em todo o mundo com sorologia positiva para HIV
desconhecem o seu status sorológico 20
. Na Europa, cerca de metade das pessoas são
diagnosticadas tardiamente 21
. A apresentação tardia ao serviço de saúde implica em atraso
no início da TARV e, consequentemente, maior risco de progressão para AIDS e de
transmissão do vírus 5, 9, 13, 22, 23, 24
. Ainda há poucos trabalhos sobre o tema realizados no
Brasil. Este trabalho se propõe a avaliar a evolução da detecção precoce do HIV-1 em
indivíduos acompanhados no Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos, através da
determinação das médias de contagem de células CD4 e dos níveis plasmáticos do HIV-1 no
momento de apresentação ao serviço, no período de 2000 a 2012.
7
IV. METODOLOGIA
Trata-se de um estudo retrospectivo descritivo a respeito da evolução temporal das
médias da contagem inicial de células CD4 e da carga viral inicial em indivíduos
infectados pelo HIV-1 no período de 2000 a 2012, realizado no Laboratório de Pesquisa
em Infectologia (LAPI), situado no Complexo Hospitalar Professor Edgar Santos.
O estudo foi feito com base na revisão de dados disponíveis nos bancos SMART ou
SISCEL (Sistema de Controle de Exames Laboratoriais) ou no prontuário do Hospital,
entre maio de 2014 e julho de 2015. Apenas 40 indivíduos tiveram informações retiradas
do prontuário, o restante foi obtido através do cruzamento dos bancos SISCEL e SMART,
devido a maior disponibilidade destes dados. Em alguns casos, as datas dos exames de
confirmação do diagnóstico não constavam no sistema, por isso consideramos que o ano
de diagnóstico é virtualmente o mesmo em que o indivíduo realizou a primeira contagem
de células CD4 no Complexo Hospitalar Professor Edgard Santos.
Foram incluídos no estudo uma amostra aleatória de indivíduos que realizaram
contagem inicial de células CD4 entre 2000 e 2012, com idade à apresentação acima de 18
anos. Foram excluídos aqueles que apresentavam primeira carga viral menor que 80
cópias/ml no SISCEL e no SMART, devido ao maior risco desses indivíduos já haverem
iniciado o tratamento no momento do exame.
Com auxílio do SPSS Versão 20 determinamos as frequências, médias, desvio-padrão,
medianas e quartis das principais variáveis: gênero, ano de apresentação, idade à
apresentação, cidade de procedência, contagem inicial de células CD4, em células/mm³, e
carga viral inicial, em cópias/ml. Foram feitas análises estratificadas por sexo e ano de
apresentação. Geradas figuras de distribuição de CV, CD4 e idade por ano e sexo em
histograma e figuras de caixas (com medianas e quartis). A análise estatística foi feita pela
ANOVA (distribuição por ano e bianual) das variáveis CD4, carga viral e idade à
apresentação. Valores de carga viral menores que 80 cópias/ ml foram identificados como
1 (um) no SPSS e valores maiores que 500.000 foram identificados como equivalentes a
500.000.
O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres
Humanos (CEP) da Faculdade de Medicina da Bahia no dia 07 de abril de 2014.
8
V. RESULTADOS
897 pessoas se encaixaram nos critérios de inclusão pré-estabelecidos, mas 46 foram
excluídas porque apresentaram carga viral menor que 80, não confirmada através do
prontuário. Dos 851 indivíduos mantidos na pesquisa, apenas 3 apresentaram carga viral
menor que o limite mínimo, 291 (34,2%) eram do sexo feminino e 560 (65,8%) do sexo
masculino. 690 (81,08%) eram procedentes de Salvador, 152 (17,86%) do interior da Bahia,
apenas 3 moravam em outro estado, enquanto 6 tinham essa informação ausente.
A tabela I contém média, erro padrão, variância, valores mínimo e máximo e percentis 25,
50 e 75 das seguintes variáveis: idade, primeira contagem de células CD4 e log da carga viral
inicial.
Idade CD4 LogCV
851 851 811
0 0 40
36,7794 297,47 4,5324
9,80253 248,304 0,87899
96,09 61655,113 0,773
18,09 1 0
76,08 1585 5,7
25 29,7974 83 4,0414
50 35,2108 262 4,6483
75 42,9162 444 5,1761
Variância
Válido
Ausente
TABELA I. Idade, células CD4 e carga viral.
N
Média
Modelo padrão
CD4 - contagem de células CD4 à apresentação
Log CV - log da carga viral à apresentação
N - número de indivíduos
Mínimo
Máximo
Percentis
9
A tabela II contém as médias, desvio-padrão, erro-padrão e intervalo de confiança das
contagens iniciais de células CD4 por ano.
Limite inferior Limite superior
2000 66 310,8 187,46 23,075 264,72 356,89
2001 54 334,56 253,899 34,551 265,25 403,86
2002 68 342,03 231,314 28,051 286,04 398,02
2003 33 273,94 194,288 33,821 205,05 342,83
2004 39 321,74 228,986 36,667 247,51 395,97
2005 33 338,06 226,85 39,49 257,62 418,5
2006 39 341,79 270,667 43,341 254,05 429,54
2007 71 276,3 247,938 29,425 217,61 334,98
2008 85 258,61 196,629 21,327 216,2 301,02
2009 69 309,75 322,74 38,853 232,22 387,28
2010 86 222,85 234,878 25,328 172,49 273,21
2011 101 337,5 269,233 26,79 284,35 390,65
2012 107 271,16 268,462 25,953 219,7 322,61
Total 851 297,47 248,304 8,512 280,77 314,18
Ano Dx - ano de apresentação
N - número de indivíduos
TABELA II. Médias de células CD4 à apresentação por ano.
Ano Dx N Média Desvio padrão Modelo padrãoIntervalo de confiança de 95% para média
10
Através dos valores anuais de células CD4, estimamos a evolução do momento do
diagnóstico do HIV-1. O gráfico I representa a variação anual das médias de células CD4 no
momento da apresentação.
11
O gráfico II representa a distribuição bianual das médias de células CD4 à apresentação.
12
O gráfico III mostra a distribuição anual das medianas e dos quartis de células CD4.
13
No gráfico IV é possível observar a distribuição bianual das medianas e dos quartis de
células CD4.
º * Valores extremos
14
O gráfico V mostra a distribuição bianual das médias de idade à apresentação.
15
As médias bianuais de idade no momento da apresentação, estratificadas por sexo, estão
representadas no gráfico VI.
16
Os valores de carga viral inicial variaram de menor que o limite mínimo a maior do que
500.000. A tabela III contém os valores das médias iniciais de log da carga viral à
apresentação.
Limite inferior Limite superior
2000 64 4,2184 0,86136 0,10767 4,0033 4,4336
2001 50 4,5233 0,83199 0,11766 4,2868 4,7597
2002 55 4,2827 0,9609 0,12957 4,023 4,5425
2003 25 4,6449 0,79719 0,15944 4,3159 4,974
2004 37 4,5433 0,93698 0,15404 4,2309 4,8557
2005 32 4,3872 1,0569 0,18684 4,0062 4,7683
2006 36 4,4981 1,19883 0,1998 4,0925 4,9038
2007 67 4,4761 0,96015 0,1173 4,2419 4,7103
2008 83 4,6915 0,68538 0,07523 4,5419 4,8412
2009 69 4,6379 0,75795 0,09125 4,4558 4,82
2010 86 4,5954 0,92261 0,09949 4,3976 4,7932
2011 101 4,5323 0,83815 0,0834 4,3668 4,6977
2012 106 4,6722 0,7941 0,07713 4,5193 4,8252
Total 811 4,5324 0,87899 0,03087 4,4718 4,593
TABELA III. Médias do log da carga viral à apresentação por ano.
Ano Dx - ano de apresentação
N - número de indivíduos
Ano Dx N Média Desvio padrão Modelo padrãoIntervalo de confiança de 95% para média
17
O gráfico VII mostra a distribuição anual das médias do log da carga viral à apresentação.
18
VI. DISCUSSÃO
As médias de células CD4 ao diagnóstico foram inferiores a 350 em todos os anos
entre 2000 e 2012, sugerindo apresentação tardia e que não houve progressão do momento do
diagnóstico. Compatível com este resultado, as médias de idade à apresentação praticamente
não variaram. A maioria dos indivíduos morava em Salvador, pressupondo um acesso mais
fácil ao serviço de saúde quando comparado com o de cidades menores. Embora algumas
pessoas fossem procedentes de interiores do estado da Bahia ou de outros estados, não foi
possível comparar os dois grupos devido ao tamanho relativamente pequeno dessa amostra.
Em relação às médias de carga viral, praticamente não houve variação. Esses valores
mantiveram-se elevados em todos os anos, o que era esperado já que os indivíduos não tinham
iniciado o tratamento quando realizaram o exame.
Dentro do período coberto por esta pesquisa, diversos estudos mostraram alta
prevalência de diagnóstico tardio. Uma coorte italiana mostrou que 63% dos pacientes
matriculados na coorte da Fundação Icona entre 1997 e 2009 se apresentaram com contagem
de células CD4 menor que 350, enquanto um estudo com 161 indivíduos no sul da Alemanha
mostrou que 63,5% tinham contagem inferior a 350 entre 2011 e 2012 25,26
. Outro estudo, em
Liuzhou, China, mostrou que 72,6% de 899 pessoas diagnosticadas entre janeiro de 2009 e
junho de 2010 apresentavam AIDS ao diagnóstico ou desenvolveram a doença um ano depois
27.
Trabalhos realizados no Brasil também mostraram prevalência elevada de
apresentação tardia. Valentini MB et al. (2015) avaliaram 520 indivíduos em Belo Horizonte
entre 2008 e 2010, dos quais 53,7% apresentaram contagem de células CD4 inferior a 350
células/µl, e 37,1% menor que 200 28
. Moreira RI et al. (2011) concluíram que 54% de 1455
indivíduos diagnosticados no Rio de Janeiro tinham contagem de células CD4 menor que 350
entre 1997 e 2009 29
. Por outro lado, o Ministério da Saúde (2014) mostrou queda da
proporção de indivíduos diagnosticados com HIV/AIDS no Brasil apresentando contagem de
células CD4 menor que 200 células/µl entre 2009 e 2012, com aumento do percentual de
pessoas que apresentaram valor de células CD4 superior a 500 células/µl entre 2003 e 2012, o
que indica melhora do diagnóstico e apresentação mais precoce, contrastando com o que foi
encontrado neste estudo 2.
19
De modo semelhante a este trabalho, outros autores também avaliaram a evolução da
detecção precoce do HIV. Lesko CR et al. (2013) observaram que a contagem de células CD4
no momento de apresentação teve um aumento não relevante, em média 1,5 células/µl por
ano, nos países desenvolvidos entre 1992 e 2011, aproximando-se dos resultados descritos
neste estudo 22
. Em contraste, Kiertiburanakul et al. (2014) concluíram que a média de células
CD4 no momento de início da terapia antirretroviral se elevou significativamente em alguns
países asiáticos entre 2007 e 2011, além de haver redução significativa na proporção de atraso
no início do tratamento, embora a taxa de apresentação tardia tenha permanecido elevada. A
evolução do diagnóstico nesses países foi atribuída a mudanças na prática de saúde,
atualização das recomendações da WHO (World Health Organization) e, principalmente, à
expansão da disponibilidade de testes de HIV durante o pré-natal 30
. Ransome et al. (2015)
também mostraram diminuição das taxas de apresentação tardia em Nova York,
especialmente entre homens, associada ao aumento da cobertura de testes para HIV entre
2003 e 2010 23
.
Em relação ao sexo, houve uma prevalência maior do gênero masculino em todos os
anos. Esse dado é compatível com os dados epidemiológicos brasileiros. Alguns estudos
encontraram associação maiores taxas de apresentação tardia, pior resposta terapêutica e
maior mortalidade no sexo masculino, o que pode ser explicado por diferenças no estágio do
diagnóstico ou pela melhor adesão terapêutica entre o sexo feminino 30, 31, 32
. Neste trabalho,
observamos que a média de células CD4 à apresentação é muito próxima entre sexos. Em
alguns anos as médias de células CD4 são maiores entre mulheres, porém essa taxa se inverte
em outros anos.
Um estudo com 1520 indivíduos em São Paulo, Brasil, entre julho de 2009 e julho de
2010, mostrou que 9% dos indivíduos demoravam pelo menos seis meses após o diagnóstico
para procurar assistência. O mesmo estudo concluiu que a apresentação tardia – com células
CD4 menores que 350 células/µl – estava relacionada a não aceitação do diagnóstico, negação
do tratamento e deficiência física 33
. No nosso estudo não fizemos diferenciação entre data do
diagnóstico e realização da primeira avaliação laboratorial, não sendo possível estimar o
intervalo entre momento de detecção e início do acompanhamento.
20
Este estudo apresentou como limitação o tamanho amostral relativamente pequeno,
especialmente entre os anos de 2003 a 2006. Para compensar esse problema, foi feita uma
avaliação bianual da variação das médias iniciais de células CD4. Outra limitação foi à
indisponibilidade de possíveis resultados de exames realizados em outras instituições e
ausência da data de diagnóstico para alguns indivíduos nos bancos do SISCEL e SMART. A
fim de neutralizar este viés excluímos indivíduos com carga viral inicial menor que 80
cópias/ml cujos dados não foram confirmados em prontuário. Por outro lado, a maioria das
pessoas apresentou carga viral inicial elevada, resultado compatível com o esperado para
primeiro exame após o diagnóstico, fortalecendo a credibilidade das informações colhidas.
A apresentação tardia ainda é prevalente em todo o mundo, entretanto é importante
que estudos sejam feitos em diferentes lugares, a fim de se acompanhar a evolução da
detecção precoce e de determinar necessidades específicas de cada população. Este trabalho
sugere que não houve evolução da detecção precoce do HIV-1 entre as pessoas acompanhadas
no Complexo Hospitalar Professor Edgar Santos.
21
VII. CONCLUSÃO
Não houve evolução na contagem inicial de células CD4 na amostra estudada, entre
2000 e 2012, embora sejam necessários mais estudos para confirmar a validade externa dos
resultados encontrados. A prevalência elevada de diagnóstico tardio sugere a necessidade de
adotar medidas para detecção mais precoce.
22
VIII. SUMMARY
Approximately 38.6 million people worldwide are infected with HIV-1. The CD4 count and
viral load tests provide information about the immune status of the individual and viral
replication, respectively. The best time to start the HAART is in the assyntomatic stage and
with high CD4 cells counts. Late submissions increases the chances of virus transmission and
disease progression. This study aims to determine the median CD4 cell and plasma load levels
of HIV-1 at the time of presentation in Salvador, from 2000 to 2012. The study was
conducted at Professor Edgard Santos Hospital Complex based on review data available in
SMART, SISCEL (Laboratory Tests Control System) or medical records. The data were
collected initially from the SMART bank and after crossed with SISCEL bank. The study
variables were: gender, year of presentation, age at presentation, origin of the city, initial CD4
cell count and baseline viral load. It performed statistics analyses of the data with SPSS
version 20; with determination of frenquecies, average, standard deviation and initial CD4
cell count, confidence interval, baseline viral load and age at presentation, stratified by sex.
We evaluated 851 subjects, 34,2% women and 68,8% men. The average CD4 sample was
297,47; annual average ranged from 222,85 (IC95% 172,49; 273,21) in 2010 to 341,79
(IC95% 254,05; 429,54) in 2006. In all the years CD4 average suggest a late submission. We
did not observe evaluation in diagnosis for the sample studied between 2000 and 2012. The
results suggest the need to adopt measures that can contribute to the evolution of diagnosis in
this population.
Keywords: HIV; CDA; Highly Active Antiretroviral Therapy.
23
IX. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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X. ANEXOS
ANEXO I: Parecer Consubstanciado do CEP
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