Download - Vagner Santos
-
7/21/2019 Vagner Santos
1/35
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE AGRONOMIADEPARTAMENTO DE GEOCINCIAS
CURSO DE GEOLOGIAGRUPO DE ESTUDOS EM PETROLOGIA
TRABALHO DE GRADUAO
Mapeamento Expedito para Caracterizao das
Unidades Jardim Glria Unidade Jardim Glria;
Complexo Juiz de Fora e Granada Charnockito, Matias
Barbosa, Minas Gerais.
Aluno
Vagner Santos
Orientador
Prof. Rubem Porto Jr.
1999
-
7/21/2019 Vagner Santos
2/35
NDICE
AGRADECIMENTOS
RESUMO
LISTA DE FIGURAS
1- INTRODUO
2- LOCALIZAO E VIAS DE ACESSO3- OBJETIVOS
4- METODOLOGIA
5- GEOLOGIA REGIONAL
5.1- COMPLEXO JUIZ de FORA
5.2- COMPLEXO ANDRELNDIA
5.2- COMPLEXO MANTIQUEIRA
6- ESTGIO TUAL DO CONHECIMENTO SOBRE A REA7- GEOLOGIA DA REA ESTUDADA
7.1- UNIDADE JARDIM GLORIA
7.2- COMPLEXO JUIZ DE FORA
7.3- GRANADA CHARNOCKITIDE
8- ESTUDOS DAS PARAGNESES METAMORFICAS
9- ASPECTOS DA GEOLOGIA ESTRUTURAL
10- ASPECTOS DO METAMORFISMO
11- COCLUSES
12- BIBLIOGRAFIA
-
7/21/2019 Vagner Santos
3/35
AGRADECIMENTOS
Sou grato a algumas pessoas que colaboraram nesta
experincia, que foi a realizao deste trabalho.
Agradeo ao colega Jorge Lus S Cunha, pela camaradagem,
pelo acompanhamento dos trabalhos de campo e pelo tempo quedispendeu durante a realizao das etapas subsequentes.
Agradeo Prof. Beatriz Paschoal Duarte (UERJ), por, mesmogrvida, se deslocar at o campo durante a realizao dosperfis.
Agradeo Sra. Ana Maria Paschoal Duarte, que sequer
conheci, mas que nos alojou em sua casa em Juiz de Fora.
Agradeo ao Prof. Rubem Porto Jr. (GEP/UFRRJ) pela orientaoe camaradagem durante a realizao de todas as etapas dotrabalho.
-
7/21/2019 Vagner Santos
4/35
RESUMO
A partir de um trabalho expedito realizado na regio de regio de Matias Barbosa Juiz de Fora, sul de Minas Gerais, algumas consideraes sobre aspectos da
geologia dessa regio puderam ser feitas, baseadas nas trs unidades geolgicas
definidas para a regio: Unidade Jardim Glria; Complexo Juiz de Fora e Granada
Charnockito.
A Unidade Jardim Gloria foi a mais freqentemente observada. Dois litotipos
puderam ser caracterizados associados a esta Unidade: biotita-granada gnaisse ebiotita-sillimanita-granada gnaisse, ambos com boudins de rocha calcissilicatica,
sendo o primeiro predominante em rea em relao aos demais. Em funo da
paragnese encontradas foi caracterizado um metamorfismo em fcies granulito,
com retroao para fcies anfibolito. Trs fases de deformao foram associadas
a estas rochas.
O Complexo Juiz da Fora representado na regio por um nico conjunto de
rochas denominados de ortogranulitos. Em rea apresentaram-se subordinados
aos litotipos da Unidade Jardim Glria. So rochas macias, escuras, em geral
com ortopiroxnio observados a vista desarmada. As paragneses observadas
indicam facies granulito para este conjunto, com indcios de retrometamorfismo
para a facies anfibolito.
A Unidade caracterizada pelo litotipo granada charnockitide tambm aparece em
reas restritas. Foi interpretado como produto de anatexia das rochas da UnidadeJardim Gloria. As paragneses so de facies granulito, com indcios de um
retrometamorfismo em facies anfibolito.
1 - INTRODUO
Sero aqui apresentados os resultados de um levantamento geolgico expedito
realizado na regio adjacente a cidade de Juiz de Fora (MG). Tal trabalho
referente a disciplina Mapeamento Geolgico, disciplina curricular do curso de
-
7/21/2019 Vagner Santos
5/35
graduao em Geologia do Departamento de Geocincias da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro.
2 - LOCALIZAO E VIAS DE ACESSO
A rea em estudo localiza-se no sudeste do Estado de Minas Gerais, nas
proximidades da cidade de Juiz de Fora estando contida na folha topogrfica
Matias Barbosa na escala 1:50 000 (IBGE), entre os paralelos 2145 e 2150 e os
meridianos 4330 e 4320 (Fig.1). A principal via de acesso a BR-262 que corta
toda a rea. Outras estradas secundrias que cortam tambm a regio, o quefacilitou a realizao dos perfis pretendidos.
Figura 1: Mapa de localizao da rea
-
7/21/2019 Vagner Santos
6/35
No contexto tectnico a rea, a mesma esta inserida no segmento central da Faixa
Ribeira.
-
7/21/2019 Vagner Santos
7/35
3 - OBJETIVOS
A realizao deste trabalho teve como objetivo principal realizar perfis geolgicosna rea estudada objetivando a caracterizao litoestratigrfica e metamrfica da
regio. Procurou-se atingir esta meta atrvs de estudo petrogrfico das litlogias
ocorrentes e a partir das estruturas observadas no campo, correlacionando
ambas informaes, e definindo o grau metamrfico para as rochas da rea.
4 - METODOLOGIA
Fase 1: aquisio dos dados de campo e bibliogrficos
A pesquisa bibliogrfica foi realizada com o objetivo de situar o problema a ser
estudado, no contexto das informaes existentes. A partir disto, foi realizado um
levantamento geolgico expedito, em escala 1:50.000 durante 3 dias
consecutivos, compreendendo a realizao de perfis ao longo de estradas da
regio a partir da utilizao da folha topogrfica Matias Barbosa.
Fase 2: anlise petrogrfica e interpretao textural e estrutural
No laboratrio foram realizadas as descries petrogrficas ao microscpio e
tambm a avaliao macroscpica das amostras coletadas. Foram estudadas um
total de 24 lminas delgadas e 24 amostras de rochas descritas.
Fase 3: produo do relatrio
Utilizando-se das instalaes e recursos do Setor de Petrologia e Mapeamento, foi
produzido o relatrio aqui apresentado.
-
7/21/2019 Vagner Santos
8/35
5 - GEOLOGIA REGIONAL
5.1 - O COMPLEXO JUIZ DE FORA
Ebert (1955,1957) designou a Srie Juiz de Fora referindo-se s rochas
charnockiticas e granuliticas que se estendem por mais de uma centena de
quilmetros, com larguras mdias de 20 KM, situada na regio lmitrofe dos
estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Ebert (1968), define o grupo Paraiba do Sul, antiga Srie Paraiba do Sul, e
granulitos da srie JUIZ de FORA.
Oliveira (1983) conclui que as rochas descritas por Ebert (1957), so muito
semelhantes s que ocorrem ao longo do rio Paraiba do Sul, sendo denominando-
as de Complexo Juiz de Fora (CJF). Com base em aspectos petrolgico-
geoquimico subdividiu o CJF em 4 unidades:
1-Charnockitos e granulitos com intercalaes de gnaisses kinzigitos.
2-Migmatitos diversos, com intercalaes de calcissilicaticas, anfbolitos, quartzitos
e charnockiticos.
3-Gnaisses e granulitos, com intercalaes de metassedimentos e com foliao
intensamente transposta.
4-Gnaisses e migmatitos bandados apresentando composio granitica a dioritica.
A idade de 2.8 Ga, ou mesmo superior, indicada no trabalho de Cordani et al(1973). Algumas amostras coletadas nas proximidades da cidade de Juiz de Fora
que fornecem pontos acima da iscrona transamaznica, dispondo-se
aproximadamente no mesmo alinhamento das amostras arqueanas.
Grossi Sad e Barbosa (1985), dividiram o complexo Juiz de Fora em 3 unidades,
denominadas de:
-
7/21/2019 Vagner Santos
9/35
1- Comendador Venncio - constituida por piroxnio diorito e gabro e por
enderbito, com charnockito pouco comum;
2- Raposo - constituida por rochas cataclsticas derivadas do complexo
charnockitico, rochas kinzigticas, migmatitos e cataclasitos de kinzigito e de
migmatito; e
3- Itaperuna - formada essencialmente por granulitos bsicos e cidos.
Segundo Duarte et al. (1994), o dominio tectnico Juiz de Fora constituido por
uma intercalao de 3 unidades litolgicas distintas:
1-Granulitos ortoderivados integrantes do complexo Juiz de Fora,de idade
arqueana-eoproterozica.
2-Metassedimentos peliticos na fcies granulito,de posicionamento duvidoso.
3-Conjunto metassedimentar relacionado ao Ciclo Deposicional Andrelndia.
Duarte (1998) determina 4 associaes litolgicas para o dominio tectnico Juiz de
Fora, sendo estes:
1- Unidade Jardim Gloria- paragnaisses peliticos e semi-peliticos de facies
granulito.
2- Complexo Juiz de Fora- ortognaisses e metabasitos na fcies granulito.
3- Rochas correlatas ao Ciclo Deposicional Andrelndia (metassedimentos),
associados a metabasitos.
4- Complexo Paraiba do Sul- ortognaisses da sute Quirino-Dorndia.Mais 2
rochas granitides/charnockitides intrusivas: a) Biotita gnaisses da sute intrusiva
Matias Barbosa e b)Granada charnockitide.
-
7/21/2019 Vagner Santos
10/35
5.2 - COMPLEXO ANDRELNDIA
Ebert (1968) definiu o grupo Andrelndia como uma sequncia demetassedimentos tendo na base quartzitos, seguidos por granada-mica xisto com
estaurolita, cianita e gnaisses associados a xistos feldspticos, leptinitos,
mrmores, anfibolitos e metaultrabasitos. Esta sequncia se expe no sul de
Minas Gerais sobreposta ao Complexo Barbacena.
Segundo Duarte et all. (1994), o dominio tectnico Andrelndia compreende 2
conjuntos litolgicos distintos:
1-Um conjunto metassedimentar com intruses de metabasito, correlacionado ao
Ciclo Deposicional Andrelndia (Andreis et al.,1989) do proterozico mdio; e
2- Embasamento constituido de ortognaisses do Complexo Mantigueira.
Dentre as rochas supracrustais do Ciclo Deposicional Andrelndia, duas unidades
puderam ser individualizadas: a) como unidade predominante um biotita gnaisse
bandado, quartzo-feldsptico, com pores leucossomticas e que grada para
quartzitos puros, (sillimanita) quartzitos feldspticos ou biotita granada (sillimanita)
gnaisse. Rochas calcissilicticas com a paragnese plagioclsio+
diopsidio+granada associam-se a este conjunto.; e b) lente de sillimanita quatzito
feldsptico, de textura milontica, que grada verticalmente para um biotita
sillimanita gnaisse, marcando o topo do dominio tectnico Andrelndia.
Segundo Duarte (1998) o Dominio Tectnico Andrelndia compreende 2 conjuntos
litolgicos distintos:
1-Conjunto metassedimentar correlacionado ao Ciclo Deposicional Andrelndia
(Andreis et al,1989), com rochas metabasticas que datam do Proterozico
mdio/superior; e
2- Embasamento constitudo de ortognaisses do Complexo Mantiqueira, cuja
histria remonta o Arqueano.
-
7/21/2019 Vagner Santos
11/35
5.3 - COMPLEXO MANTIQUEIRA
Barbosa (1954) denominou os gnaisses e migmatitos da Serra da Mantiqueira,mais velhos que a Srie Barbacena, de Srie Mantiqueira e posteriormente para
Grupo Mantiqueira.
Ebert (1955) chamou de Formao Barbacena as facies mais metamorficas com
embasamento Arqueano, retrabalhado na Orognese Assntica.
Ebert (1958), na regio de Piedade do Rio Grande, denominou Gnaisse Piedade,
os metassedimentos gnissicos finamente bandados e de atitude subhorizontal.
Silva et all. (1978) dividiu o conjunto em 2 unidades litolgicas:
1-Complexo Piedade (CP) - os metassedimentos gnissicos e migmatticos; e
2- Complexo Gnissico Migmattico (CGM) - os ortognaisses migmatticos.
O Complexo Piedade teria contatos transicionais com o Complexo Gnissico
Mantiqueira.
Oliveira (1980) e Oliveira e Hasui (1984) caracterizou de Complexo Barbacena os
ortognaisses bandados migmatticos e dobrados, ricos em paleossoma, enclaves
e restos de anfibolitos, metabasitos, metaultrabasitos e leucossomas granodirticas
a granitcas, de idade Arqueana.
Trouw et al. (1986) caracterizou como Grupo Mantiqueira os gnaisses bandados,
ora migmatticos, com intercalaes de anfibolito e hornblenda gnaisse e
ocorrncias locais de charnockito e anfibolito macio, de idade Arqueana.
Heilbron (1993,1995) definiu de Grupo Mantiqueira e posteriormente de Complexo
Mantiqueira os ortognaisses bandados, migmatticos, com enclaves e/ou lentes de
metabsicas e faixas lineares granulticas, sendo que lentes de gnaisse
granodiortico invadem o conjunto. A idade admitida arqueana a proterozica
inferior com retrabalhamento no Brasiliano.
-
7/21/2019 Vagner Santos
12/35
Figueiredo e Texeira (1996) definiram de Complexo Mantiqueira como um
conjunto de biotita-hornblenda gnaisses e migmatticos, tonalitos-gronodioritos-
granitos, com rochas mficas com metassedimentos subordinados e intrusesgranitides. A idade foi determinada como Paleoproterozica com pores
Arqueanas.
Duarte (1998) definiu o Complexo Mantiqueira como um conjunto de ortognaisses
tonalticos a granticos, bandados e migmatticos, com lentes de metabasitos
associadas. Ortogranulitos enderbticos ocorrem em corpos lineares subordinados.
Aplitos granticos cinzentos e rosados invadem o conjunto.
6 - ESTGIO ATUAL DE CONHECIMENTO SOBRE A REA
Heilbron et al (1989) e Heilbron (1993) considera o domnio tectnico Juiz de Fora
(Complexo Juiz de Fora + Ciclo Deposicional Andrelndia) como uma escama
tectnica originada pela coliso continental oblqua entre o Crton do So
Francisco e outro bloco cratnico posicionado a leste durante a Orognese
Brasiliana. O Complexo Juiz de Fora corresponderia a uma parte do segmento dacrosta profunda, provavelmente a raiz de um arco magmtico, que foi incorporado
e intensamente retrabalhado durante a coliso. Esta coliso apresentaria uma
evoluo monocclica.
Figueiredo e Texeira (1996) consideram que o Complexo Juiz de Fora faz parte
de um arco magmtico maduro do Trasamaznico, com retrabalhamento de crosta
Arqueana, correspondendo atualmente aos terrenos que cavalgam para oeste
sobre os terrenos do Crton do So Francisco.
Duarte (1998) prope que o Complexo Juiz de Fora tenha evoluido desde um
ambiente compressivo de raiz de arco magmtico at um ambiente distensivo que
acolheu o metamorfismo granultico, promovido por underplating magmtico.
Segudo a autora, o cavalgamento do Dominio Tectnico Juiz de Fora (onde ocorre
o Complexo Juiz de Fora) sobre o Dominio Tectnico Andrelndia (onde ocorre o
Complexo Mantiqueira) ocorreu durante a Orognese Brasiliana.
-
7/21/2019 Vagner Santos
13/35
7 - GEOLOGIA DA REA ESTUDADA
Na regio estudada foram definidas duas unidades geolgicas distintas: a)Unidade Jardim Gloria; b) Complexo Juiz de Fora e c) o denominado granada
charnockitide.
Na Unidade Jardim Glria foram observados 2 litotipos: 1) Biotita-granada gnaisse
com ortopiroxnio e Biotita-sillimanita-granada gnaisse.
No Complexo Juiz de Fora observado apenas 1 litotipo: os Ortogranulitos.
7.1 UNIDADE JARDIM GLORIA
Biotita-granada gnaisse
Esta rocha pode apresentar tonalidades clara ou escura (segundo propores de
mficos) e cores desde branca amarelada at cinza esverdeada. Associao
mineral observada para esse litotipo : quartzo, plagioclsio, biotita, granada,
clinopiroxnio, ortopiroxnio, ortoclsio, apatita e minerais opacos. A biotita e a
granada podem ser observadas de maneira conspcua em todos os afloramentos,
j o ortopiroxnio tem ocorrncia mais rara.
Os afloramentos estudados apresentam-se em sua maior parte inalterados, por
vezes contendo lentes de rochas mficas, lentes e/ou boudins de rochas de
composio calcissilicatica e veios pegmatticos discordantes (composto por
quartzo, feldspato e biotita). Este litotipo apresenta, predominantemente, umbandamento bem definido. Por vezes, apresentam um fino bandamento com
minerais estirados ao longo da foliao, caracterizando uma deformao milontica
(Fig. 3).
-
7/21/2019 Vagner Santos
14/35
Figura 3: Biotita sillimanita granada gnaisse (UJG). Observarfeies migmatticas e bandamento metamrfico.
A presena de uma alternncia entre bandas mficas (ricas em biotita) e flsicas
(ricas em quartzo e feldspato), confere a estas rochas uma textura
predominantemente granolepidoblstica, tornando-se em alguns pontos (devido
uma forte deformao), milonitca.
No ponto 26 foi constatado um contato tectnico entre o biotita-granada gnaisse
(Unidade Jardim Gloria) e um ortogranulito (Complexo Juiz de Fora).
# Aspectos petrogrficos
Este litotipo caracterizado pela seguinte associao mineral: quartzo,
plagioclsio, biotita, granada e clinopiroxnio.
O quarzo possui granulometria variando de fina a grossa com contornos
xenoblsticos, apresentando alguns gros com extino ondulante. Nas bandas
mficas ocorre com granulometria predominantemente fina, apresentando
-
7/21/2019 Vagner Santos
15/35
orientao dada pelo eixo maior de comprimento dos gros. Ocorre associado a
biotita e ao plagioclsio.
Figura 4: Biotita sillimanita granada gnaisse (UJG). Observar as feiesmilonticas impostas ao litotipo
O plagioclsio ocorre em ambas as bandas (mficas e flsicas) com granulometria
variando de fina a grossa, apresentando alguns gros bastantes fraturados e com
uma saussuritizao incipiente. Por vezes cristais de quarzo intercrescem junto
deste originando a formao de mimerquita.
A biotita apresenta-se com granulometria variando de fina a mdia com hbito
prismtico a tabular e contornos hipidioblsticos. Apresenta-se com uma
orientao bem definida, sendo que ao microscpio foram observados gros com
mais de uma orientao, envolvendo cristais de granada. Na maioria das rochas,
-
7/21/2019 Vagner Santos
16/35
os minerais opacos esto fortemente associados a esta, com alguns gros
orientados na mesma direo (Fig. 5 e 6)
A granada apresenta-se com granulometria variando de fina a grossa, com
contornos idioblsticos xenoblsticos, com formas variando de arredondadas at
esquelticas, mostarndo, na maioria das vezes, gros fraturados. Duas geraes
de granada puderam ser observadas, sendo que uma delas, (grd2), apresenta
forte relao com a
biotita. Em algumas amostras a granada ocorre como porfiroblastos em uma
matriz fina quatzo-feldsptica. Ocorre associado com a biotita e com os mineraisopacos nas bandas mficas. (Fig 7 e 8).
O clinopiroxnio varia em termos volumtricos, sendo que em algumas rochas
apresenta-se em quantidades expressivas com granulometria variando de fina a
mdia. Podem ser facilmente caracterizados por possurem clivagem perfeita em 2
direes e extino obliqua.
Figura 5: Biotita lepidoblstica em paragnese com Figura 6: Biotita em paragnes com granada.
Granada, flsicos e mineral opaco Observar as duas geraes de granada
-
7/21/2019 Vagner Santos
17/35
Figura 7:Granada, biotita e flsicos. Textura Figura 8: Biotita, granada 1 e granada 2.
Granoblstica.
Biotita-Sillimanita-Granada Gnaisse
Este litotipo tem pouca expresso na rea estudada. So rochas inalteradas com
tonalidade clara e cor branca rosa-amarelada. Sua granulometria
predominantemente fina, a exceo da granada, plagioclsio e quartzo que
ocorrem como porfiroblastos. Foram observados pores leucossomticas com
porfiroblastos de granada em matriz quartzo-feldsptica alm de outra finamente
bandada com minerais estirados, representando uma textura milontica.
Estruturas do tipo sliken sidespuderam ser observadas,em plano de falha (ponto
29). As texturas presentes so granonematoblsticas, grano-
lepidonematoblsticas e prfiro-milontica.
# Aspectos petrogrficos
A associao mineralgica caracterstica deste litotipo pode ser representada por:
quartzo, plagioclsio, sillimanita, biotita, granada 1 e 2 e minerais opacos.
O plagioclsio abundante nessas rochas. Sua granulometria varia de fina a
grossa, e, em algumasamostras, ocorre como porfiroblastos. Possui contornos
-
7/21/2019 Vagner Santos
18/35
hipidioblsticos e hbito que varia de prismtico a tabular com com clivagem em 2
direes perfeita. Compe a maior parte da poro leucossomtica deste litotipo,
junto com o quartzo. O quartzo abundante na rocha. Sua granulometria variade fina a grossa, e seus gros apresentam contornos xenoblsticos. Alguns gros
possuem extino ondulante e estiramento no sentido da foliao. Por vezes
preenche espaos entre os gros. A sillimanita possui granulometria
predominantemente fina apresentando contornos idioblsticos e hbito variando
de acicular a prismtico. Tem clivagem perfeita em uma direo. Os gros
apresentam-se alinhados, seguindo uma orientao preferencial, no sentido da
foliao. Sua associao mais comum com a biotita, a granada e com osminerais opacos.
A biotita possui gronulometria varia de fina a mdia com contornos hipidioblsticos
e hbito que varia de tabular a prismtico. Possui uma orientao bem definida no
sentido da foliao. Ocorre em associao com os opacos e a sillimanita. A
granada tem granulometria variando de fina a grossa, por vezes ocorre como
porfiroblastos dispersos em uma matriz quartzo-feldsptica. Tem contornos
idioblsticos hipidioblsticos e ocorre associada com a biotita e a sillimanita.
Figura 9: Gros de granada (porfiroblastos) em matriz flsica.
-
7/21/2019 Vagner Santos
19/35
Figura 10: Paragnese com granada + biotita + sillimanita. Observar textura lepidoblstica
Figura 11: Biotita + granada + sillimania em gnaisse com textura granolepidobltica.
-
7/21/2019 Vagner Santos
20/35
Rocha Calcissilictica
Estes litotipos apresentam-se inalteradao ou parcialmente alterados. Tem uma
tonalidade escura e cor cinza esverdeado, com granulometria predominantemente
fina.
A textura predominante granoblstica, macia com ausncia de bandamento.
Associam-se aos litotipos anteriormente descritos, ocorrendo sob a forma de
lentes e/ou boudins de dimenses centimtricas.
# Aspectos petrogrficos
A associao mineral observada a seguinte: plagioclsio, quartzo, biotita,
granada, clinopiroxnio, apatita e minerais opacos.
O plagioclsio abundante nesse litotipo. Sua granulometria varia de fina a mdia
com contornos hipidioblsticos e hbito que varia de tabular prismtico. Por
vezes cristais de quartzo intercrescem junto ao plagioclsio.
O quartzo tambm abundante nestas rochas. Sua granulometria varia de fina a
mdia, apresentando contornos xenoblsticos.
O clinopiroxnio pode possuir quantidades expressivas nestas rochas. Sua
granulometria varia de fina a mdia e seus gro tm contornos hipidioblsticos.
7.2 - COMPLEXO JUIZ de FORA
Ortogranulitos
As rochas apresentam-se inalteradas com uma tonalidade escura e cores cinza
chumbo e cinza esverdeado. So inequigranulares, apresentando variao
granulomtrica de fina a grossa. A textura predominante granoblstica, macia.
Os ortogranulitos ocorrem caracteristicamente formando morros e grandes lajedos
(baleias). So extremamente duros (macios) dificultando por vezes sua
-
7/21/2019 Vagner Santos
21/35
amostragem. (Fig. 12) Os ortogranulitos apresentam variaes composicionais,
que podem ser observadas em afloramentos quando texturas diferentes (macia e
bandada) definem diferentes caractersticas para as mesmas. Eventualmente, empores leucocrticas de composio grantica (charnocktica) so observados
cristais de ortopiroxnio de at 1 cm. (Figura 13a, 13b, 13c e 13d). Ortogranulitos
apresentam comumente enclaves de rochas de composio bsica, tambm
metamorfisados em facies granulito. (Fig. 14)
Foi observada a presena de estrutura do tipo mullions em afloramento.
Observou-se ainda um biotita-granada gnaisse, com fraco bandamento e
granulometria fina, tendendo para um granulito. Neste caso o feldspato
apresentava colorao caramelo e o quartzo cor azul, indicativos de um processo
de granulitizao.
Figura 12: Aspecto tpico de ocorrncia de ortogranulitos do Complexo Juiz de Fora
-
7/21/2019 Vagner Santos
22/35
Figura 13: Feies gerais em ortogranulito do Complexo Juiz de Fora: 13 a) ortogranulito bandadoem contato com pores leucocrticas mais grossas, contendo ortopiroxnio grosso individualizado.13 b) detalhe da foto ao lado. Observar cristais grossos de opx. 13 c) Interface de ortogranulitobandado com charnockito leucocrtico. 13 d) detalhe da foto anterior.
13a
13b
13c
-
7/21/2019 Vagner Santos
23/35
Figura 14: Ortogranulito em facies macia apresentando enclaves de rocha bsica.
# Aspectos petrogrficos
A associao mineralgica observada a seguinte: quartzo, plagioclsio, biotita,
ortoclsio, hornblenda, granada, orto e clinopiroxnio, apatita, zirco e minerais
opacos.
So rochas inequigranulares, onde o plagioclsio abundante, com granulometria
variando de fina grossa, tendo contornos hipidioblsticos e geminao
polissinttica segundo a Lei da Albita. Alguns gros apresentam o inicio de uma
saussuritizao.
O quartzo tambm abundante, com granulometria variando de fina a mdia,
apresentando contornos xenoblsticos.
-
7/21/2019 Vagner Santos
24/35
O clinopiroxnio apresenta-se em quantidades expressivas nestas rochas. Tem
granulometria variando de fina grossa. So verdes, com hbito granular. Alguns
gros encontram-se bastantes corrodos, por vezes englobando cristais de apatitae de minerais opacos. Ocorre associado aos minerais opacos, hornblenda e a
biotita, formando pequenos glomeros. Foi definido como sendo uma augita. (Fig.
15)
O ortopiroxnio ocorre em menor quantidade, mas sua abundncia pode variar
dependendo do litotipo que se est estudando. Tem cor rosada, clivagem perfeita
em gros de granulao, em geral, mdia. Foi definido como sendo um
hiperstnio. (Fig. 16)
A granada apresenta-se com granulometria variando de fina a mdia com
contornos idioblsticos.Ocorre associada aos minerais opacos e hornblenda.
A hornblenda apresenta-se em quantidades expressivas nas rochas com
granulometria variando de fina a mdia. Ocorre em associao quase que
permanente aos piroxnios e minerais opacos. (Fig. 17)
16 a
-
7/21/2019 Vagner Santos
25/35
Figura 16: Opx e Cpx em paragnese, junto com hornblenda em litotipo com texturagranoblstica (16 a) e granolepidoblstica (16 b)
Figura 17: Gros de hornblenda junto minerais opacos e alguma biotita.Textura glomeroporfiroblstica
16 b16 a
-
7/21/2019 Vagner Santos
26/35
7.3 - GRANADA CHARNOCKITIDE
Esta rocha apresenta-se inalterada. Tem tonalidade escura e cor cinzaesverdeada. Possui granulometria variando de fina a mdia, sendo que algumas
pores apresentam granulometria mais grossa. A textura varia de granoblstica a
granolepidoblstica macia, sendo que algumas pores pode apresentar um
fraco bandamento.
Eventualmente podem ser observadas em algumas pores deste conjunto,
algumas lentes de rocha mfica sem granada.
# Aspectos petrogrficos
A associao mineralgica observada representada pelos seguintes minerais:
plagioclsio, quartzo, ortoclsio, hornblenda, biotita, granada (duas geraes),
ortopiroxnio, apatita e minerais opacos.
O plagioclsio abundante na rocha com granulometria variando de fina agrossa, apresentado contornos hipidioblsticos e geminao polissinttica
segundo a Lei da Albita. Alguns gros esto saussuritizados.
A hornblenda ocorre em quantidades no muito expressiva na rocha.
Eventualmente, gros desta aparecem em reao nas bordas da biotita,
crescendo partir desta. Alguns gros possuem orientao no sentido da foliao
O ortopiroxnio apresenta-se tambm em quantidades expressivas, comgranulometria predominantemente mdia. Por vezes seus gros esto bastantes
corridos, com a hornblenda em contato crescendo partir deste.
-
7/21/2019 Vagner Santos
27/35
Figura 18: Observar gros de ortopiroxnio em para gnes com granada, caracterizandometamorfismo em facies granulito.
A granada apresenta-se com gros mdios com contornos xenoblsticos. Alguns
gros esto bastantes fraturados, estando estas por vezes, preenchidas por
biotita. So observadas duas geraes de granada, sendo que a segunda tende a
contornar aquelas primeiramente formadas.
Figura 19: a) Paragnese granada + ortopiroxnio (facies granulito); b)granada 1 e ortopiroxnio e granada 2 (sobrecrescimento) e biotita (facies
anfibolito) retrometamorfismo?
-
7/21/2019 Vagner Santos
28/35
8 - ASPECTOS DA GEOLOGIA ESTRUTURAL
Observaes a partir da litologia Biotita-granada gnaisse
No litotipo correspondente ao biotita-granada gnaisse podem ser observadas 3
fases de deformao em vrios pontos. A primeira fase (Dn) gerou o bandamento
gnissico (Sn) marcadado pela alternncia entre bandas mficas e flsicas. Sua
direo preferencial dada por 130/35 .
A segunda fase (Dn+1), provocou um dobramento no bandamento, sendo
representada fundamentalmente por uma foliao milontica, com direespredominantes para 330/60.
A terceira fase pode ser observada com certa constncia em vrios afloramentos.
caracterizada por planos de cizalhamento, que se mostravam sob forma de uma
linha que dividia a foliao milontica originando superficies SC.
A observao das caractersticas ao microscpio fapontou para a presena na
maioria das lminas de 2 fases de deformao.
A primeira fase de deformao (Dn), gerou o bandamento gnissico, uma lineao
de estiramento do quartzo (55/10) e uma lineao mineral dos minerais opacos
(200/60).
A segunda fase de deformao (Dn+1), imprimiu um dobramento a foliao
(Fn+1),gerando dobras (Fn+1). Esta fase fica evidenciada atravs da observao de
gros de biotita que apresentava orientao distinta da foliao Sn,, e com issoacabavam por envolver cristais de granada que se mostravam rotacionados em
sentido dextral.
-
7/21/2019 Vagner Santos
29/35
Observaes a partir do biotita-granada-sillimanita gnaisse
A partir do estudo deste litotipo no campo, foi possvel observar a presena de umfalhamento normal que permitiu o surgimento de estruturas cinemticas do tipo
sliken sides, no plano da falha e com direo SE.
Ao microscpio foram identificadas 2 fases de deformao. A primeira fase Dn
gerou o bandamento gnassico, a lineao de estiramento do quartzo, e a lineao
mineral da sillimanita Ln, coincidentes com as direes encontradas no litotipo
anteriormente descrito.
A segunda fase de deformao (Dn+1), gerou dobras ( Fn+1) na foliao.
Observaes a partir do ortogranulitos
Os ortogranulitos do Complexo Juiz de Fora quando estudados em lminas
delgads apresentaram um fraco bandamento gnissico, e uma lineao de
estiramento do quartzo e por vezes tambm da hornblenda.
Observaes a partir do demais litotipos
As rochas de composio calcissilictica, que socorrem sob fomas de lentes e/ou
boudins inseridas pricipalmente no biotita-granada gnaisse, se comportaram de
forma rgida deformao, no apresentam feies estruturais importantes.
-
7/21/2019 Vagner Santos
30/35
9 - ESTUDO DAS PARAGNESES METAMRFICAS
O quadro abaixo resume as paragneses metamrficas observadas durante oestudo de campo e petrogrfico.
PONTO AMOSTRA PARAGNESES REAO GRAU / FCIES
21 21 A Biot+qz+pl+kf+gran+opc Biot+qz =hip+gran+kf
Forte / granulito
22 22 A pl+qz+biot+gran
22 C pl+biot+cpx+qz+opc opx+pl =
cpx+gran+qz
forte / granulito
22 D qz+pl+biot+gran+kf biot+qz =hip+gran+kf
23 23 B qz+pl+biot+gran+opc biot+qz =hip+gran+kf
forte / granulito
pl+biot+cpx+horn+opc horb+qz =cpx+hip+pl+ag
24 24 B
qz+pl+biot+kf+cpx+opc
forte / granulito-anfibolito
pl+qz+horb+gran+cpx+opc
24 G
pl+biot+horn+opc
hip+pl =cpx+gran+qz
forte / granulito-anfibolito
qz+pl+cpx+opx+Horn+biot25 25 A
qz+biot+gran+horn+opc
horb+qz =hip+cpx+pl+ag
forte / granulito-anfibolito
26 26 B qz+pl+biot+gran+opc
qz+pl+biot+gran+opc27 27 B
qz+pl+cpx
opx+pl =cpx+gran+qz
forte / granulito
28 A qz+pl+gran+horn+opx+opc
28
28 B qz+pl+cpx+horn+opc
horn+qz =opx+cpx+pl+ag
forte / granulito-anfibolito
29 29 B(clara) qz+biot+sill+gran+opc Biot+sill+qz =gran+kf+ag
forte / granulito
-
7/21/2019 Vagner Santos
31/35
qz+biot+sill+opc29 B(escura)
qz+biot+gran+sill+opc
qz+pl+biot+kf30 30 A
qz+pl+biot+gran+opc
biot+qz =hip+gran+kf
forte / granulito
pl+gran+cpx+horb+opc31 31 A
pl+kf+qz+cpx+horn
horn+qz =hip+cpx+pl+ag
forte / granulito-anfibolito
qz+pl+biot+opc32 32 A
qz+biot+opx+opc
32 D qz+pl+biot+gran+cpx+opc opx+pl =cpx+gran+qz
forte /granulito
33 33 A qz+opx?+sill+gran
qz+biot+gran+kf+opc34 34 A
qz+pl+biot+gran
biot+qz =opc+gran+kf
forte / granulito
35 A
qz+pl+cpx+kf
35
35 C
qz+pl+cpx+gran+kf
hip+pl =
cpx+gran+qz
forte / granulito
As paragneses evidenciam que as rochas estudadas apresentam minerais
equilibrados em facies granulito, com retrometamorfismo para facies anfibolito.
Deve ser ressaltado, entretanto, que muitas destas paragneses no so
absolutamente diagnsticas.
10 - ASPECTOS DO METAMORFISMO
O metamorfismo de toda a rea foi caracterizado, a partir das paragneses
identificadas e relacionadas na tabela apresentada no tem 9, como tendo
registros de um metamorfismo de grau forte em fcies granulito e/ou granulito
-
7/21/2019 Vagner Santos
32/35
transicionando para anfibolito alto. Apesar de aluguns litotipos gnissicos no
apresentarem paragnese diagnsticas para a fcies granulito, entendeu-se que
os mesmos devam ser considerados como tendo atingido esta facies, tendo emvista sua interelao com os ortogranulitos com Complexo Juiz de Fora. De
qualquer forma, estas rochas apresentam paragneses diagnsticas para a facies
anfibolito alto que pode ser entendida como eventual metamorfisno retrgrado.
Segundo Winkler (1975), o metamorfismo de grau forte em pelitos (caso da
unidade Jardim Gloria) caracterizado pelo desaparecimento de muscovita
primria em presena de quartzo e plagioclsio em presses mais elevadas.Assim, biotita-granada gnaisse (UJG) que apresenta a paragnese pl +qz +biot +
gran + kf + opc foi caracterizado como tendo atingido as condies de fcies
granulito, sendo que a ausncia de muscovita serve como indicador de que a
presso dgua estabelecida foi muito baixa ou nula.
Nos biotita-sillimanita-granada gnaisse foi assumida como paragnese principal o
seguinte conjunto de minerais: qz +pl + gran + biot + sill + kf. Essa paragnese foi
entendida como pertinente e diagnstica para gnaisses peliticos metamorfisadosem grau forte, sendo que a associao granada e sillimanita sugere um
metamorfismo sob a influncia de alta temperatura e presses intermedirias. Esta
litologia foi entendida tambm como tendo atingido condies de facies granulito,
baseado-se na paragnese presente e na ausncia da muscovita. Retro-
metamorfismo para facies anfibolito (ainda grau forte de metamorfismo) pode ser
considerado como pertinente s paragneses
A paragnese pricipal observada nos granada-charnockitide pode ser expressa
por: pl + qz + gran + biot + opx + opc, que caracteriza a fcies granulito. Em
lmina foi observado a presena da hornblenda bordejando cristais de piroxnio,
caracterizando dessa forma, uma fase de retrometamorfismo para condies de
facies anfibolito.
Os ortogranulitos do Complexo Juiz de Fora pode ser caracterizado pelas sguintes
paragneses: qz + ort + pl + horn + opx + opc e qz + ort + pl + horn + biot + cpx +
-
7/21/2019 Vagner Santos
33/35
opc, que caracterizam a fcies granulito e/ou zona regional do hiperstnio. Em
algumas amostras foi observado a presena de hornblenda em contato com o
piroxnio, caracterizando uma fase de ratrometamorfismo para facies anfibolito.
11 CONCLUSES
Os perfis confeccionados neste trabalho indicam um grande predomnio em rea
da Unidade Jardim Glria, em relao presena tanto do Complexo Juiz de Fora
quanto do Granada charnockitide, entretanto, todas unidades possuem mergulhopredominante para sudoeste.
O metamorfismo como um todo na regio foi caracterizado como fcies granulito.
Por vezes algumas amostras dos ortogranulitos (CJF) e Granada charnockitide
apresentavam paragneses em fcies granulito com retrometamorfismo para
fcies alto anfibolito, sendo estes caracterizado pela presena em lmina de
hornblenda bordejando cristais de piroxnio. Como as paragneses apresentadas
pelas rochas da Unidade Jardim Glria (meassedimentos) no so perfeitamente
diagnsticas, assumiu-se que esta Unidade deva Ter passado pelo mesmo
processo metamrfico atuante nas demais.
Foram evidenciadas trs fases de deformao, observadas com mais evidncia
nos litotipos da Unidade Jardim Gloria. A primeira fase de deformao Dn, gerou
o bandamento gnissico, lineaes de estiramento e lineao mineral. A segunda
fase de deformao Dn+1, imps a foliao um dobramento gerando dobras Fn+1.A terceira fase de deformao cizalhou a foliao milonitca, gerando estruturas
S-C.
A forte deformao e metamorfismo regional geraram nestas rochas texturas
milonitcas e migmatticas. As paragneses diagnsticas da fcies granulito e/ou
zona regional do hiperstnio. As rochas de composio calcissilicatica inseridas
-
7/21/2019 Vagner Santos
34/35
nos litotipos da Unidade Jardim Glria se comportaram de maneira rgida a
deformao, dando origem a texturas do tipo granoblstica.
Observando os perfis podemos ver claramente a formao quase que localizada
do granada-charnockitide, caracterizado como produto de anatexia dos litotipos
metassedimentares pertencentes Unidade Jardim Gloria.
12 - BIBLIOGRAFIA
Duarte, B.P.; Nogueira, J.R.; Heilbron,M.& Figueiredo,M.C.H., 1994. Geologia da
regio de Juiz de Fora e Matias Barbosa (MG). IN: Cong. Bras. Geol.,
38Balnerio de Camburi, 1994. Boletim de resumos, SBG V2, pg 88-90.
Duarte, B.P, 1998. Evoluo tectnica dos ortognaisses nos Complexos Juiz de
Fora e Mantiqueira na regio de Juiz de Fora, MG: Geologia, Petrologia E
Geoquimica. Tese de Doutorado- Inst. Geoc./ USP, 280 pgs.
Ebert, H. 1955. Pesquiza na parte sudeste do estado de Minas Gerais. Relatrio
anual do diretor. DNPM, DGM, pg. 62-81, Rio de Janeiro.
Ebert, H. 1968. Ocorrncia de fcies granulitica no sul de Minas Gerais e regies
adjacentes, em dependencia da estrutura orognica: hipteses sobre sua origem.
Anais da Acad. Bras. Cinc.,40 (supl.): 215-229.
Grossi Sad, J.M. & Barbosa, L.M., 1985. A origem dos charnockitos e rochas afins
da regio do mdio paraiba do sul, estado do Rio de Janeiro. Contribuies a
petrologia e mineralogia,SBG. Ncleo de Minas Gerais, 1985 pg 15-27.
-
7/21/2019 Vagner Santos
35/35
Nogueira, J.R.; Trow, R.A.J,1993. Mapeamento geologico, escala 1:50 000,
estruras e metamorfismo de uma regio a sudeste de Juiz de Fora, MG. 7simp.
Geol. de Minas Gerais, pg 180-186.
Oliveira, M.A.F, 1983. As rochas granuliticas da faixa paraiba do sul.