anais do vi seminário paranaense de meliponicultura · simone aparecida dos santos, vagner de...

84

Upload: letram

Post on 09-Nov-2018

233 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

 

 

 

 

 

Page 2: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

16 e 17 de novembro de 2012

Universidade Estadual de Maringá – Maringá – PR 

 

 

Organização 

Coordenador Geral: 

Vagner de Alencar Arnaut de Toledo  

Comissão Organizadora:  

Maria Cláudia C. Ruvolo‐Takasusuki 

Lucimar Pontara Peres de Moura 

André Luiz Halak 

Heber Luiz Pereira 

 

Comissão Científica 

Maria Cláudia C. Ruvolo‐Takasusuki 

Lucimar Pontara Peres de Moura 

André Luiz Halak 

Heber Luiz Pereira 

 

Page 3: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

               Dados Internacionais de Catalogação‐na‐Publicação (CIP) 

                 (Biblioteca Central ‐ UEM, Maringá – PR., Brasil) 

Seminário Paranaense de Meliponicultura

(6. : 2012 : Maringá, PR)

S471s Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura : 16 e 17 de novembro de 2012 / coordenador Vagner de Alencar Arnaut de Toledo. -- Maringá : UEM/DZO, 2012.

1 CD-ROM : il. col., 4 3/4 pol.

ISSN

1. Departamento de Zootecnia - Congresso. 2. Meliponicultura - Paranaense - Congresso. 3. Abelhas sem ferrão - Produção - Conservação - Sustentabilidade. I. Toledo, Vagner de Alencar Arnaut de, coord. II. Universidade Estadual de Maringá. Departamento de Zootecnia. III. Título. IV. VI Seminário Paranaense de Meliponicultura.

CDD 22.ed. 630

 

 

 

 

Page 4: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

Sumário 

 

Resumos:   

Alteração  em  nível  molecular  de  abelhas  Tetragonisca  angustula  L. visitantes  de  flores  de  café  (Coffea  arabica  L.)  após  pulverização  com  o inseticida nim Mayra Cristina de Araújo, Ana Paula Nunes Zago Oliveira, Simone Aparecida dos Santos, Katlin Fernanda de Araujo, Rodrigo Amaral kulza, Maria Claudia CollaRuvolo‐Takasusuki.....................................................................................  1

Atividade de voo da abelha iraí (Nannotrigona testaceicornes) no decorrer do dia  Darclet  T. Malerbo‐Souza;  Daniela  Fagotti  Soares;  Adilson Massei  Junior; André L. Halak...................................................................................................  7

Avaliação da ocorrência de ninhos de abelhas sem  ferrão  (Hymenoptera, Apoidea) em campus da Universidade Estadual de Ponta Grossa – Pr  Kátia  Regina  Ostrovski,  Rejane  Stubs  Parpinelli,  Arilson  Tomporoski,  Eli Aparecida Rosa de Oliveira, Nicole Mülenhoff.................................................. 

 

8

Comportamento  de  saque  por  Oxytrigona  tataira  em  colônias  de  Apis mellifera Tânia Patrícia Schafaschek, Rodrigo Horvath Meneguzzi..................................  13

Desaparecimento de abelhas sem ferrão Plebeia droryana (Friese, 1900) e Leurotrigona muelleri (Friese, 1900)  Ana Paula Nunes  Zago Oliveira, Rodrigo Amaral Kulza, Heber  Luiz Pereira, Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria Claudia Colla Ruvolo‐Takasusuki.......................................................................  17

Identificação de leveduras cultiváveis presentes em pólen alveolar de Apis mellifera  e  pólen  de  pote  de  quatro  gêneros  de  abelhas  nativas  de Colômbia Carla Portillo Carrascal, Judith Figueroa Ramirez..............................................  21

    

Page 5: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

Levantamento faunístico da população de abelhas sem ferrão no campus sede da Universidade Estadual de Maringá Heber Luiz Pereira, Thaysa Mazzo Mura, Caio Leonardo Stem Menocci, Ana Paula Nunes  Zago Oliveira, Maria Claudia Colla Ruvolo‐Takasusuki, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo.............................................................................  32

Metodologia  aplicada  ao  resgate de  arapuá manso  (Trigona  fulviventris) na Usina Hidrelétrica de Mauá Tatiana de Mello Damasco, Diego Nunes, Lucas Ribeiro Jarduli.......................  37

Metodologia aplicada ao resgate de mombucão (Cephalotrigona capitata) na Usina Hidrelétrica de Mauá Tatiana de Mello Damasco, Diego Nunes, Lucas Ribeiro Jarduli.......................  41

Observação  dos  visitantes  florais  em  Dombeya  wallichi  na  Fazenda  de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá –Pr Rejane Stubs Parpinelli, Katia Regina Ostrovski, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Arielen Patrícia Balista Casagrande‐Pozza............................................ 

 

45

Perfil eletroforético de esterases de Scaptotrigona bipunctata (Lepeletier, 1836) Douglas Galhardo,  Ana  Paula Nunes  Zago Oliveira,  Rodrigo  Amaral  Kulza, Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria Claudia Colla Ruvolo‐Takasusuki.......................................................................  50

Perfil  eletroforético  de  proteínas  totais  de  Scaptotrigona  bipunctata (Lepeletier, 1836)  Rodrigo  Amaral  Kulza,  Ana  Paula Nunes  Zago Oliveira, Douglas Galhardo, Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria Claudia Colla Ruvolo‐Takasusuki.......................................................................  55

Plantas  utilizadas  por  Tetragonisca  angustula  Latreille  (Hymenoptera: Apidae)  no  câmpus  da  Universidade  Tecnológica  Federal  do  Paraná, Campo Mourão Thaís Luana Grzegozeski, Letícia Braga da Silva, Natalia Martelozzo Santos, Murilo Keith Umada, Maria Josiane Sereia, Elizabete Satsuki Sekine...............  60

Programa de resgate e salvamento científico da melissofauna na região da Usina Hidrelétrica Mauá nos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira – PR  Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro Jarduli.......................  65

   

Page 6: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

Uso  da  termografia  infravermelha  na  avaliação  do  ambiente  interno  de colônias de abelhas sem ferrão Heber  Luiz  Pereira,  Tânia  Patrícia  Schafaschek,  Rafael  Eduardo  Pérez Cárdenas,  Priscilla Ayleen  Bustos Mac‐Lean, Vagner  de Alencar Arnaut  de Toledo................................................................................................................  69

Resumos de Palestras:

Produção  in vitro de  rainhas e multiplicação de  colônias de abelhas  sem ferrão Mauro Prato......................................................................................................  74

Apoio........................................................................     75

Agradecimentos........................................................  76

Realização.................................................................  77

Patrocínio.................................................................  78

 

 

 

 

 

 

   

Page 7: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688

Página1

Alteração em nível molecular de abelhas Tetragonisca angustula L. visitantes de flores de café (Coffea arabica L.) após pulverização com o inseticida nim

Mayra Cristina de Araújo1, Ana Paula Nunes Zago Oliveira2, Simone Aparecida dos Santos2, Katlin Fernanda de Araujo2, Rodrigo Amaral kulza3, Maria Claudia Colla Ruvolo-

Takasusuki4

1 Discente da Especialização em Biotecnologia Aplicada à Agroindústria da UEM, Universidade Estadual de Maringá

2 Discente do Curso de Pós-graduação em Genética e Melhoramento. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]

3 Discente do curso de Ciências Biológicas. Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected]

4 Profª. Adjunta do Departamento de Biotecnologia, Biologia Celular e Genética/Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

Resumo

 

Este trabalho teve como objetivo avaliar as alterações na atividade relativa das esterases e expressão de peptídeos solúveis em abelhas Tetragonisca angustula visitantes de florais de cafffeiros (Coffea arabica) pulverizados com o inseticida Nim. Operárias de T. angustula foram coletadas na entrada de colmeias próximas de cafeeiros floridos e pulverizados com Nim, após 24h, 48h e 72h da aplicação do inseticida. As análises dos géis de esterases mostraram que houve inibição parcial das EST-3 e EST-4 após 48h da pulverização, em comparação com o controle. Nos extratos de proteínas totais foi observado uma alteração na intensidade de bandas de peptídeos após 24h da pulverização, provavelmente devido a um aumento na síntese de proteínas. No campo foi observado que os pés de café pulverizados repeliram parte das T. angustula que estavam forrageando, e que não houve mortalidade de abelhas após a aplicação do inseticida. Pode-se concluir que o Nim causa efeitos em insetos benéficos como as abelhas T. angustula que serão observáveis em longo prazo, devido às modificações ocorrerem em nível de inibição parcial das esterases e aumento da síntese de proteínas.

Palavras-chave: Azadiractina, esterases, biomonitoramento

Abstract

This study aimed to evaluate changes in relative activity of esterases and expression of soluble peptides in floral visitors bees Tetragonisca angustula of coffee tree (Coffea arabica) sprayed with the insecticide Neem. Workers of T. angustula were collected at the entry of

Page 8: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688

Página2

hives near flowering trees and sprayed with Neem, after 24h, 48h and 72h of insecticide application. Analyzes of gels showed an partial esterase inhibition of EST-3 and EST-4 after 48 hours the spraying, compared with the control. In extracts of total protein a change in intensity of bands peptides was observed 24h after spraying, probably due to an increase in protein synthesis. In the field was observed that the coffee sprayed repelled part of T. angustula who were foraging, and there was no mortality of bees after insecticide application. It can be concluded that Neem cause effects on beneficial insects like bees T. angustula that will be observable in long term due to changes occur in the level of partial inhibition of esterases and increased protein synthesis.

Key words: azadirachtin, esterases, biomonitoring

Introdução

A associação entre insetos e flores e a necessidade delas serem polinizadas para produzirem sementes fazem parte do conhecimento cotidiano. Pois a polinização representa atualmente um fator de produção fundamental nas culturas agrícolas (Santos, 2008). Além das A. mellifera as abelhas nativas sem ferrão tem potencial para serem utilizadas como polinizadoras de plantas cultivadas (Alonso, 2010). O cafeeiro (Coffea arabica) é uma espécie de planta cultivada que pode ser polinizada por abelhas para aumentar sua produtividade.

Os agrotóxicos podem afetar as abelhas de duas maneiras: por contato ou por ingestão de alimentos contaminados (Malaspina e Stort, 1980; Wolff, 2000).

Devido à necessidade de controlar insetos pragas nas culturas de café são utilizados vários tipos de agrotóxicos. Um inseticida natural que está sendo analisado em laboratório e que tem potencial para ser usado no controle de várias pragas do café como o bicho-mineiro, a broca-do-café, a cochonilha branca, a mosca-da-fruta e o ácaro-da-leprose, é o Nim (Martinez, 2003). Esse inseticida é produzido a partir de extratos de (Azadirachta indica L.) pertencente à família Meliaceae. O principal composto dessa planta é a azadiractina que tem ação inseticida e repelente aos insetos (Martinez, 2003).

Uma forma de avaliar a contaminação por esse agrotóxico seria utilizando técnicas de marcadores moleculares como as isoenzimas, e as proteínas totais. Essa metodologia permite avaliar diferentes populações ou espécies, revelando mudanças na qualidade fisiológica, na regulação gênica, bioquímica e ontogenética, de forma bastante eficiente e rápida (Carvalho at al., 2006; Rossiter et al., 2001).

Diante dessas considerações esse estudo teve como objetivo avaliar as alterações na atividade relativa das esterases e expressão de peptídeos solúveis em abelhas T. angustula visitantes de flores de cafeeiros (C. arabica) pulverizadas com o inseticida Nim.

Page 9: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688

Página3

Materiais e Métodos

Para a execução dessa pesquisa foram utilizadas duas colmeias localizadas no cafezal do Sítio Penitente em Apucarana – Paraná. No início da florada cafeeira uma das caixas foi instalada a 100m de uma fileira lateral e 24 horas depois foi realizada a aplicação do inseticida comercial Nim de acordo com as instruções constantes da embalagem; a segunda colmeia de jataí foi instalada na extremidade oposta a aproximadamente 600m de distância da caixa anterior e os pés de café (localizados a aproximadamente 100m de distância) foram pulverizados apenas água (controle), após 24 horas da colocação da caixa de T. angustula.

As coletas de operárias foram realizadas após 24h, 48h e 72h da aplicação do Nim. As abelhas foram sacrificadas e estocadas a -20°C.

Extratos de cabeça/tórax foram submetidos à eletroforese PAGE (esterases), sendo a concentração do gel de visualização a 8% e o de empilhamento a 5%, e para SDS-PAGE (proteínas totais), a concentração de 7% para visualização e 5% para empilhamento.

As regiões de esterase foram evidenciadas com os substratos α e β-naftil acetato juntos e corante Fast Blue RR Salt. A coloração das proteínas totais foi realizada incubando os géis em uma solução com 100 mg de azul brilhante de comassie e 100 mL da solução PAGE (45% de etanol, 10% de ácido acético glacial em 45% de água destilada), por um período mínimo de 24 horas. Em seguida, os géis foram descorados em lavagens sucessivas com a solução PAGE, até a completa visualização das bandas. Após a coloração, os géis foram mantidos em solução conservante até a digitalização e secagem.

Resultados e Discussão

A exposição das abelhas T. angustula ao inseticida Nim em campo mostrou que 48 horas após a contaminação houve uma diminuição das EST-3 e EST-4 em comparação com o controle (Figura 1). Após 72 horas a atividade relativa das esterases voltou a ser parecida com o controle (Figura 1). Esses resultados podem estar relacionados com a capacidade que essas abelhas apresentam de desintoxicação por xenobióticos. No estudo realizado por Stuchi (2009) a EST-3 foi classificada como uma acetilesterase e a EST-4 como uma carboxilesterase. Dentre essas duas esterases presentes nas abelhas jataí a EST-4 (uma carboxilesterase) tem maior importância para a desintoxicação do organismo das T. angustula após a contaminação com inseticida.

Page 10: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

  

Figura 1após con

peptídeona inteapresenestudos

Figura 2Seta indi

repeliamrecursosMartine

poliniza

VI S

Criação

1. Perfil eletntaminação c

Na figura os presentesnsidade da

ntaram a mecom outras

2. Perfil eletica sentido d

No presenm parte dass alimentareez (2003).

A utilizaçação pode s

Seminári

o Sustentá

Anais do16 e

www.dzo.ue

troforético dcom o insetic

2 pode sers nos extratas bandas esma intenss ferramenta

troforético Sde migração.

nte estudo fs abelhas T.es. Essa re

ção do Nimer prejudica

io Paran

ável e Con

 VI Seminárioe 17 de novemem.br/melip

as esterases cida nim

r observadotos de abelhapós 24 hidade do coas biotecnol

DS-PAGE dPM = peso m

foi observadT. Angustula

sposta de re

m em cultuada, pois as

naense de

nservação

 

o Paranaensmbro de 201po6                 

de operárias

o que não hhas controlehoras de coontrole. Conlógicas para

de extratos dmolecular em

do ainda, qa que tentavepelência a

uras que ps abelhas irã

e Melipon

de Abelha

se de Melipon12 ‐ Maringá               ISSN

de T. angus

houve alterae e contaminontaminaçãntudo, será a identificaç

de T. angustum KDa (Kilo

ue os pés dvam utilizaros insetos f

podem ter ão procurar

nicultura

as sem Fer

nicultura,  – PR 

N: 2316‐7688

stula em gel d

ação em relnadas, mas ão. Posterio

necessário ção dessas m

ula após condaltons).

de café pulvr essas planfoi mostrada

sua produçr recursos fl

a

errão

8

de poliacrila

lação ao núhouve um a

ormente asdesenvolve

moléculas.

ntaminação c

verizados cntas como a anteriorm

ção aumentlorais como

amida 8%

úmero de aumento

bandas er novos

com Nim.

om Nim fonte de

mente por

tada por o pólen e

      

Página4

Page 11: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688

Página5

néctar em outros locais, reduzindo a polinização e produção de frutos e sementes. A meliponicultura que pode ser uma fonte extra de renda para pequenos produtores não terá o sucesso esperado.

Conclusões

A utilização no campo do inseticida natural Nim provoca a inibição parcial das esterases de T. Angustula, em especial a EST-4 que é uma carboxilesterase e que tem papel importante na detoxificação do organismo desta abelha. Eesse inseticida, portanto, leva a alteração da expressão das esterases e proteínas solúveis, mas não causa mortandade dessas abelhas.

O Nim foi repelente para T. Angustula, ou seja, as forrageiras não visitavam as flores pulverizadas. Em longo prazo poderá ocorrer prejuizo para a meliponicultura como fonte alternativa de renda para pequenos produtores.

Agradecimentos

Agradecemos a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelas bolsas de estudo concedidas.

Referências

ALONSO, W.J. Abelhas sem ferrão: centenas de espécies para polinização, produção de mel, lazer e educação. Disponível em: http://www.snagricultura.org.br/artitec_abelhas.htm. Artigos técnicos. Animais de criação – Abelhas, ano 101, n. 626, 1998. Acesso em: 13 de abril de 2010.

CARVALHO, D.; FERREIRA, R.A.; OLIVEIRA, L.M. et al. Eletroforese de Proteínas e Izoenzimas em sementes de Copifera langsdorffii Desf. (Leguminosae caesalpiniodeae) envelhecidas artificialmente. Revista Árvore, v. 30, p. 19-24, 2006.

MALASPINA. O.; STORT, A.C. 1980. As abelhas e os pesticidas. In: Congresso brasileiro de apicultura, 5., Congresso Ibero Latino Americano de Apicultura, 3., Viçosa, 1980. Anais, Viçosa: UFV, p. 61-69.

Page 12: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688

Página6

MARTINEZ, S.S. O Uso do Nim no Café e em outras Culturas. Revista Agroecologia Hoje, n. 4., p. 13-14, 2003.

MARTINEZ, S.S.; MENEGUIM, A.M. Redução da oviposição e da sobrevivência de ovos de Leucoptera coffeella causadas pelo óleo emulsionável de nim. Man. Integr. Plagas Agroecol. v.67, p.30-34, 2003.

ROSSITER, L.C.; GUNNING, R.V.; ROSE, H.A. The use of polyacrylamide gel electrophoresis for the investigation and detection of fenitrothion and clorpyriphos-methil resistance in 19 Oryzaephilus surinamensis (Coleoptera: Silvanidae). Pest. Biochem. and Physiol., v. 69, n. 1, p. 27-34, 2001.

SANTOS, S.A.B. Polinização em culturas de manjericão Ocimum basilium L. (Lamiaceae), berinjela Solanum melongena L. (Solanaceae) e tomate Lycopersicon esculentum (Solanaceae) por espécies de abelhas sem ferão (Hymenoptera, Apidae, Meliponini). Tese (Doutorado de Ciências em Entomologia) – Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, 2008.

WOLFF, L.F.B. Efeitos dos agrotóxicos sobre a apicultura e a polinização de soja, citros

e macieira. In: Congresso Brasileiro de Apicultura, XIII, Florianópolis. Anais. Florianópolis:

Confed. Brás, 2000.

Page 13: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página7

Atividade de voo da abelha iraí (Nannotrigona testaceicornis) no decorrer do dia

Darclet T. Malerbo-Souza1*; Daniela Fagotti Soares1; Adilson Massei Junior2; André L. Halak3

1Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal 2Centro Universitário Moura Lacerda 3Universidade Estadual de Maringá *Autor para contato: [email protected] RESUMO: A abelha iraí (Nannotrigona testaceicornis) é encontrada principalmente em zonas tropicais, mais especialmente, do norte do Paraná, no Brasil, até os Estados Unidos, na América do Norte. A origem do seu nome vem do Tupi e significa: Ira = abelha, mel: Y = rio, rio do mel ou rio doce. Essa abelha indígena é pertencente a tribo dos Trigonini. Este experimento foi realizado em agosto de 2012, em uma colônia dessa espécie de abelha, mantida a três anos, no setor de Apicultura da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, SP. A atividade de voo dessas abelhas foi avaliada por meio de contagens a cada 50 minutos, cinco minutos em cada horário (das 7h00-7h05, das 8h00 às 8h05, e assim sucessivamente), do amanhecer até o final da tarde. Para registrar a temperatura ambiente e a umidade relativa do ar foi utilizado um termohigrômetro, instalado ao lado da colônia. Observou-se que as abelhas iniciaram a atividade de voo ás 9h00 e finalizaram ás 18h00. O número de abelhas entrando na colônia aumentou até às 13h00, diminuindo em seguida. Essa abelha mediu de 3,5 a 4,2 mm e a entrada do seu ninho era um tubo com 2,0 cm de diâmetro e 11,0 cm de comprimento. Essa abelha apresentou comportamento de fechar a entrada (tubo) com cerume ao entardecer e reabri-lo na manhã seguinte, antes do início da atividade de voo. A atividade de voo mostrou correlação positiva com a temperatura ambiente.

Palavras-chave: abelhas indígenas, atividade de voo, iraí, Nannotrigona testaceicornis

Page 14: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página8

Avaliação da ocorrência de ninhos de abelhas sem ferrão (Hymenoptera, Apoidea) em

campus da Universidade Estadual de Ponta Grossa– Pr

Kátia Regina Ostrovski1, Rejane Stubs Parpinelli1, Arilson Tomporoski2, Eli Aparecida Rosa de Oliveira3, Nicole Mülenhoff3

1. Prof.Colaborador do Departamento de Zootecnia / Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG . E-mail:

[email protected] (42) 99285077

2. Discente do Curso de Agronomia. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. E-mail:

3. Discente do Curso de Zootecnia. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. E-mail:

Resumo Esta análise foi conduzida com o objetivo de verificar a ocorrência de ninhos de abelhas

sem ferrão em áreas localizadas nos campus de Castro e Uvaranas e Fazenda Escola Capão da Onça - FESCON da Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG. Foram observadas 1085 árvores nas duas cidades. Os ninhos foram observados e o númerode espécies de abelhas e árvores foram anotados. Foram encontrados um ninho no campus de Castro, cinco ninhos no campus de Uvaranas e nenhum na FESCON. Embora um grande número de árvores tenha sido investigado (384 e 701, em Castro e Ponta Grossa), foi observado uma incidência de ninhos de 0,26% no campus de Castro, 0,78% no campus de Uvaranas e 0% na FESCON devido à escassez de árvores com ocos e uso de agrotóxicos. A ocorrência de ninhos foi mais frequente na cidade de Ponta Grossa (0,78%). As espécies de abelhas encontradas foram:Trigona spinipes e Tetragonisca angustula. Quanto às árvores com ninhos, as espécies são: Araucaria angustifólia, Ligustrum sinense, Eucalyptus globulus e Tipoana tipo. Sugere-se que em futuros planos de arborização sejam inseridas árvores que forneçam ocos para as abelhas nidificarem. Palavras-chave:abelha nativa, espécies vegetais, ninho.

Abstract This analysis was conducted in order to verify the occurrence of nests of stingless bees

in areas located in the campus of Castro and Uvaranas and Farm School Capon of Ounce - FESCON State University of Ponta Grossa - UEPG. 1085 trees were observed in the two cities. The nests were observed and the number of bee species and trees were recorded.We found a nest on the campus of Castro,five nests on the campus of Uvaranas and none in FESCON. Although a large number of trees have been investigated (384 and 701, in Castro and Ponta Grossa), was observed an incidence of 0.26% of nests on the campus of Castro, 0.78% on the campus of Uvaranas and 0% in FESCON due to scarcity of trees with hollows and use of pesticides. The occurrence of nests was more frequent in the city of Ponta Grossa (0.78%). The bee species found were: Trigona spinipes and Tetragonisca angustula. As for trees with nests, the species are: Araucaria angustifolia, Ligustrumsinense, Eucalyptus

Page 15: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página9

globulus and Tipoanatipo. It is suggested that in future plans trees are inserted hollow trees that provide for nesting bee. Key-words:native bee, species vegetables, nest.

Introdução Para Kerret al.(1996), as abelhas sem ferrão nativas do Brasil pertencem à

superfamília Apoidea que é subdividida em 8 famílias: Colletidae, Andrenidae, Oxaeidae, Halictidae, Melittidae, Megachilidae, Anthophoridae e Apidae. Os Apidae se subdividem em quatro subfamílias: Apinae, Meliponinae, Bombinae e Euglossinae. Os Meliponinae, por sua vez, se dividem em duas tribos: Meliponini e Trigonini.

Encontradas em todos os ecossistemas brasileiros, estas abelhas são eficientes na polinização de plantas nativas, colaborando de forma efetiva na produção de frutos e sementes (Mateus, 1998), desempenhando um papel importante na polinização da flora brasileira. Estas abelhas fazem seus ninhos em cavidades pré-existentes como ocos de árvores, ou espaços no solo, tais como, tocas abandonadas, ou até mesmo dentro de cavidades de ninhos de algumas espécies de cupins e formigas. Outras espécies constroem seus ninhos em fendas de rochas, construções, dentre outros locais (Velthuis, 1997).

Dentre as abelhas sociais, a maior parte das espécies de Meliponini depende de árvores vivas para construção dos ninhos (Nogueira-Neto, 1970; Roubik,2006), ocupando ocos, tanto nos troncos como nos ramos das árvores. O tamanho das abelhas sem ferrão bem como a população de seus ninhos varia muito (Roubik, 2006), assim como suas necessidades de nidificação, apresentando, portanto, exigências diferentes com relação à qualidade do habitat (Batista et al. 2003).

Os desmatamentos e a fragmentação de habitats têm sido apontados como importantes causas da diminuição das populações de abelhas nativas,pois a sobrevivência dessas abelhas depende também de recursos florais para a alimentação e de locais adequados para a nidificação (Roubik, 2006). Outro fator que interfere diretamente na sobrevivência dessas espécies é o uso indiscriminado e irracional de agrotóxicos nas lavouras, causando desequilíbrios em todo o agroecossistema. Como resultado, Laroca& Orth (2002) indicam que algumas espécies de abelhas são levadas à extinção, podendo este fato afetar diretamente muitas populações de plantas. Entretanto, em certas circunstâncias, algumas espécies de abelhas podem tornar-se relativamente abundantes em ambientes urbanos (Taura&Laroca, 2001), o que torna importante o levantamento dessas espécies existentes.

Este estudo teve por objetivo registrar a ocorrência de ninhos de abelhas sem ferrão nos campos da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG na cidade de Ponta Grossa e Castro - Pr.

Material e Métodos

O estudo foi desenvolvido em duas cidades distintas localizadas no primeiro e no segundo planalto dos Campos Gerais, Castroe Ponta Grossa respectivamente, no período de setembro a outubro de 2012, no qual foram observadas árvores localizadas na UEPG, campus do curso de Zootecnia em Castro, latitude 24o 46’53” S, longitude 49o 58’28” W e altitude

Page 16: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página10

994.9m, no campus de Uvaranas na cidade de Ponta Grossa, localizada na latitude 25o 5’23” S, longitude 50o 6’23” W e altitude 958m,. Também foram realizadas observações na sede da Fazenda Escola Capão da Onça (FESCON) pertencente a esta universidade localizada na latitude 25o 05’29” S, longitude 50o 03’26” W e altitude de 1027m (Liga – Fundação ABC, 2012). Quando detectados, os ninhos eram contabilizados e identificadas as espécies vegetais e a espécie de abelha encontrada.

Resultados e Discussão

No campus de Castro foram observadas 284 árvores de 14 diferentes espécies vegetais, em aproximadamente dois ha de área avaliada (Tabela1). Apenas uma árvore apresentouninho de abelha nativa (Tabela 2).

Tabela 1. Número de espécies vegetais e ninhos de abelhas nativas observadas no campus de Castro, Uvaranas e na Fazenda Escola Capão da Onça da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Local Número de

árvores

Número de espécies vegetais

Número de árvores com

ninho

Número de espécies

vegetais com ninho

% de ninhos

encontrados

Castro 384 14 01 01 0,26 Uvaranas 642 24 05 04 0,78 FESCON 59 04 0 0 0

Total 1085 42 6 5 1,04 Fonte: Os autores

Tabela 2. Número de espécies vegetais e de espécies de abelha nativa observadas no campus de Castro, Uvaranas e na Fazenda Escola Capão da Onça da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Local Espécie Vegetal Espécies de abelha Número

de ninhos

Castro Eucalipto (Eucalyptusglobulus) Arapuá (Trigonaspinipes) 01

Uvaranas

Araucária (Araucaria angustifolia) Arapuá (Trigonaspinipes) 01 Ligustro (Ligustrum sinense) Jataí (Tetragoniscaangustula) 01

Eucalipto (Eucalyptusglobulus) Arapuá (Trigonaspinipes) 02 Tipoana(Tipoana tipo) Jataí (Tetragoniscaangustula) 01

Fonte: Os autores

Na área do campus de Uvaranasforam investigadas 642 árvores de 24 diferentes

espécies vegetais, em aproximadamente cinco ha de área analisada(Tabela1).Apenascinco árvores de quatro espécies distintasapresentaram ninhos de abelhas nativas (Tabela 2).

Page 17: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página11

Na sede da FESCON, no qual analisaram-se aproximadamente 1,5 ha não foram detectadas abelhas nativas em 59 árvores de quarto espécies diferentes(Tabela1).

Assim, nos campus de Castro eUvaranas, e FESCON foram encontrados 0,26%,0,78%e 0% respectivamente das árvores que apresentaram ninhos de abelhas nativas,apresentandouma baixa incidência dos mesmos nas áreas avaliadas. As razões podem estar relacionadas à ausência de ocos nas árvores, ou de espécies de árvores apropriadas para a nidificação. A maioria das árvores observadas nãoapresentavam ocos e possuía troncos maciços, o que impossibilita a presença desses ninhos. A utilização de agrotóxicos em pesquisas na FESCON pode estar relacionada com a ausência dessas abelhas nesta região, causando desequilíbrios ambientais.

Do total de espécies de árvores observadas, apenas 1,04%representa a preferência destas abelhas para a construção de seus ninhos.

Conclusões De acordo com os resultados, embora haja um número significante de árvores nas

três áreas avaliadas, a ocorrência de ninhos de abelhas é pequena. Isto porque a maioria das espécies vegetais é desprovida de ocos. A oferta de locais para nidificação dasabelhas se torna escassa, observado pelo número reduzido de espécies vegetais com ninhos, as quais devem ser indicadas para a utilização em programas de arborização enriquecendo a biodiversidade de áreas urbanas e rurais.

Referências

BATISTA, M.A.; RAMALHO, M.; SOARES, A.E.E. (2003). Nest sites and abundance of Meliponini (Hymenoptera: Apidae) in heterogeneous habitats of the Atlantic Rain Forest, Bahia, Brazil. Lundiana, v.4, p.19-23, 2003. FUNDAÇÃO ABC.Laboratório de Informações Geográficas e Ambientais, 2012.Available at: <http://www.fundacaoabc.org.br/.> Accessed on: Nov. 08, 2012. KERR, W.E.; CARVALHO, G.A.; NASCIMENTO, V.A. Abelha Uruçu: Biologia, Manejo e Conservação. 2.ed. Coleção Manejo da vida silvestre – Belo Horizonte-MG : Acangaú, 1996. 144 p. LAROCA, S.; ORTH, A.I. Melissocoenology: historical perspective, method of sampling, and recommendations to the “Program of conservation and sustainable use of pollinator, with emphasis on bees” (ONU). In: KEVAN, P.; IMPERATRIZ–FONSECA, V.L. (Ed.)Pollinating bees: the conservation link between agriculture and nature. Brasília: MinistryofEnvironment, 2002. p. 217-225. MATEUS, S. Abundância relativa, fenologia e visita as flores pelos Apoidea do Cerrado da Estação Ecológica de Jataí, Luiz Antônio – SP. 1998. 168 f. Dissertação (Mestrado Entomologia) -Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, RibeirãoPreto.

Page 18: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página12

NOGUEIRA-NETO, P. A criação de abelhas indígenas sem ferrão (Meliponinae). 2ª. ed.Tecnapis, 1970. 365p. ROUBIK, D.Stingless bee nesting biology.Apidologie, v.37, p.124-143,2006. TAURA, H.M; LAROCA, S. Abelhas altamente sociais (Apidae) de uma área restrita em Curitiba (Brasil): distribuição dos ninhos e abundância relativa. Acta Biológica Paranaense, v.20, p.85-101, 1991. TAURA, H.M.; LAROCA, S. A associação de abelhas silvestres de um biótopo urbano de Curitiba (Brasil), com comparações espaço-temporais: abundância relativa, fenologia, diversidade e exploração de recursos (Hymenoptera, Apoidea). Acta Biológica Paranaense, v. 30, p. 35-137, 2001. VELTHUIS, H.H.W. Biologia das abelhas sem ferrão. Utrecht: Departamento de Processamento de Imagens e Design da Universidade de Utrecht, 1997, 33 p.

Page 19: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página13

Comportamento de saque por Oxytrigona tataira em colônias de Apis mellifera

Tânia Patrícia Schafaschek¹, Rodrigo Horvath Meneguzzi²

¹ Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina | Programa de Pós Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá – Maringá | PR. E-mail: [email protected] ²Apicultor

Resumo

Abelhas do gênero Oxytrigona apresentam um mecanismo de defesa baseado na secreção de químicos cáusticos a partir de glândulas cefálicas. Há vários relatos do comportamento de saque destas abelhas a outras espécies nativas e também a colônias de Apis mellifera. A presença da Oxytrigona pode ser muitas vezes um entrave ao estabelecimento da apicultura, sendo necessário o conhecimento do comportamento destas abelhas a fim de se estabelecer manejos preventivos ao característico comportamento de saque. Este trabalho relata um caso de ataque de Oxytrigona tataira às colônias de Apis mellifera, no município de Irineópolis, no estado de Santa Catarina. A O. tataira invade as colônias de A. mellifera, provocando a enxameação destas independente das condições climáticas propícias ou não ao fenômeno. Os ataques ocorrem em períodos de escassez de alimento do ambiente, possivelmente por competição entre as espécies nativa e exótica. É importante estabelecer medidas de manejo preventivas ao comportamento de saque das Oxytrigonas a fim de garantir a preservação da espécie, principalmente em áreas com predominância da apicultura.

Palavras chave: Oxytrigona tataira, saque, Apis mellifera.

Abstract

The bees of the genus Oxytrigona presents a defense mechanism based on the

secretion of caustic chemicals from cephalic glands.There are several reports of looting behavior of these bees to other native species and also colonies of Apis mellifera.The presence of Oxytrigona can often be an obstacle to the establishment of beekeeping, being necessary to the understanding of the behavior of these bees in order to establish preventive managements duethe characteristic behavior of looting.We report a case of attack Oxytrigona tataira the colonies of Apis mellifera, in the Irineópolis city in the state of Santa Catarina. The O. tataira invade the colonies of A. mellifera, causing swarming, these regardless of weather conditions conducive to the phenomenon or not.The attacks occur in periods of food scarcity environment, possibly by competition between native and exotic species.It is important to establish preventive management measures to behavior of looting of Oxytrigonas to ensure the preservation of the species, especially in areas with a predominance of beekeeping.

Keywords: Oxytrigona tataira, looting, Apis mellifera.

Page 20: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página14

Introdução

A tribo Trigonini abrange o maior número de gêneros e espécies de abelhas sem ferrão (Meliponinae) conhecidas, sendo consideradas na sua maioria como pequenas, altamente defensivas e pouco produtivas. Muitas espécies ainda não foram estudadas e as características biológicas e ecológicas ainda são desconhecidas, embora suas colônias venham sendo destruídas com as alterações promovidas pelo homem nos ecossistemas naturais, agrícolas e urbanos (Nogueira-Neto et al. 1986, Carvalho & Marchini 1999).

De acordo com Silveira et al. (2002),à espécie Oxytrigonatataira (Smith, 1863), possui ampla distribuição, sendo encontrada nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, onde são comuns os relatos de ocorrência e abundância de seus ninhos por diversos autores em estudos de levantamentos de abelhas, em diferentes regiões do País.

Esta espécie possui cerca de 5,5 mm de comprimento; cabeça e abdome ferrugíneos e o restante do corpo preto; fronte ampla (distância mínima entre os olhos distintamente maior que o comprimento dos olhos), sua superfície muito lisa e brilhante; cabeça larga, cerca de 1,5x mais larga que largura do mesoscuto entre as tégulas (Silveira et al., 2002).

Aos meliponíneos falta um ferrão funcional, o que implica em diferenças no comportamento defensivo quando comparado às espécies de Apismellifera. Entretanto, um mecanismo de defesa sem equivalentes entre os meliponíneos é apresentado pelas espécies do gênero Oxytrigona, baseado na secreção de químicos cáusticos a partir de glândulas cefálicas. Os ferimentos causados por essa substância assemelham-se a queimaduras, podendo levar dias para cicatrizar (Wille, 1983;Breedet al., 2004).

A presença da Oxytrigona pode ser muitas vezes um entrave ao estabelecimento da apicultura, sendo necessário o conhecimento do comportamento destas abelhas a fim de se estabelecer manejos preventivos ao característico comportamento de saque. Este trabalho relata um caso de ataque de Oxytrigonatataira às colônias de Apismellifera.

Material e métodos

O trabalho traz um relato de caso de saque por Oxytrigonatataira, conhecidas popularmente como abelhas caga-fogo, a colônias de Apismelliferaobservado em uma visita rotineira ao apiário, para alimentar as abelhas no período do inverno.

O caso foi observado no município de Irineópolis, localizado no Planalto Norte do Estado de Santa Catarina, latitude 26°14’01” e longitude 50° 47’59” a uma altitude de 762 metros. O clima predominante é o Mesotérmico Úmido, com verões amenos (Cfb de Köppen). A formação vegetal predominante é a Floresta Ombrófila Mista, com vegetações secundárias e áreas de atividades agrícolas (Klein, 1978).

A primeira observação do ataque ocorreu no início do mês de julho de 2012. A partir desta data, passou-se a vistoriar o apiário com maior frequência sendo que foram então

Page 21: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página15

observados novos ataques em períodos de escassez de alimento (poucas espécies em floração), no período do inverno, sendo o último ataque verificado, entretanto,no mês de outubro, em uma colônia forte.

Resultado e discussão

Após a observação da presença das Oxytrigonatatairana parte externa da colmeia, verificou-se no dia seguinte, que as colmeias encontravam-se desabitadas pelas Apismellifera e tomadas por O. tataira em procedimento de saque. As colônias apresentavam reservas satisfatórias de alimento e presença de cria (larvas e pupas).

A alguns metros de distância, observou-se um enxame de A. mellifera, entrando em um núcleo vazio localizado em um depósito de equipamentos do apiário. A enxameação seria normal em condições em que as temperaturas não estivessem tão baixas como as daquele dia frio de inverno, fato este que levou a conclusão que se tratava de um dos enxames expulsos pelas O. tatairas.

Duas semanas depois, em visita ao mesmo apiário, a observação foi que estava tudo normal, sem a presença das invasoras em novas caixas. Porém, no dia seguinte, observou-se novamente a presença da O. tatairaemmais uma das colmeias do apiário, apresentando as mesmas características da primeira invasão: sem a presença das A. mellifera, porém com quadros em perfeitas condições.

Tratava-se novamente de um procedimento de roubo por parte das mesmas abelhas nativas e da fuga das abelhas africanizadas. Fuga constatada quando no terceiro dia de visita consecutiva ao apiário, observou-se que mais dois núcleos estavam sendo invadidos e notou-se a presença de dois enxames de A. mellifera pousado em arbustos nos arredores, novamente em condições de temperatura atípicos para esse fenômeno.

A enxameação é uma característica das abelhas africanizadas, sendo uma tendência defensiva de, quando em situação de risco, abandonarem a colônia em busca de um local seguro.

Segundo Souza (2007), algumas destas constatações também foram feitas no campo por pesquisadores e apicultores/meliponicultores em diferentes regiões, como na região de Bom Jesus da Lapa, Estado da Bahia, onde esta espécie tem atacado colônias de Apis mellifera que se encontram próximaa remanescente de mata de transição entre caatinga e cerrado, relatando que a O. tataíratem sido um dos maiores empecilhos para a implementação da apicultura nesta região. No Estado do Tocantins, durante os anos de 1999 e 2000 também foi presenciado o saque a colônias enfraquecidas e mal manejadas na região do Bico-do-Papagaio. Ainda segundo esse autor, os apicultores dessa região consideram O. tataira uma espécie nociva para A. mellifera, principalmente no período de escassez de alimento. Nogueira-Neto (1997) relata que, inclusive, ninhos de outras espécies de meliponíneos podem ser tomados por O. tataira.

Page 22: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página16

Considerações finais

A introdução de uma espécie não nativa em uma região cuja população de O. tataira encontra-se presente, contribuí para a competição por alimento, o que causam ataques por parte das abelhas nativas, com o intuito de saquear e enfraquecer a colônia invasora. É importante estabelecer medidas de manejo preventivas ao comportamento de saque das Oxytrigonas a fim de garantir a preservação da espécie, principalmente em áreas com predominância da apicultura.

Referências

BREED, M.D., GUZMÁN-NOVOA, E. & HUNT, G.J. Defensive behavior of honey bees: organization, Genetics, and comparisons with other bees. AnnualReviewofEntomology, v. 49, p.271-298,2004.

KLEIN, R.M. Mapa Fitogeográfico do Estado de Santa Catarina. Itajaí: SUDESUL, FATMA, HBR, 1978. 24p. (Flora ilustrada Catarinense; 5).

NOGUEIRA-NETO, P., IMPERATRIZ-FONSECA, V.L., KLEINERT-GIOVANNINI, A., VIANA, B.F. & CASTRO, M.S. Biologia e manejo das abelhas sem ferrão. São Paulo, EditoraTecnapis, 1986.

SILVEIRA, F. A., MELO, G.A.R, ALMEIDA, E.A.B. Abelhas brasileiras: sistemática e identificação. BeloHorizonte, 2002. 253 p.

SOUZA, B. A. Diagnóstico da arquitetura de ninho de Oxytrigonatataira (Smith, 1863) (Hymenoptera: Meliponinae). Biota Neotrop.v.7 n.2, 2007.

WILLE, A.Biology of the stingless bees. Annual Review of Entomology, v.28, p. 41-64, 1983.

Page 23: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página17

Desaparecimento de abelhas sem ferrão Plebeia droryana (Friese, 1900) e Leurotrigona muelleri (Friese, 1900)

Ana Paula Nunes Zago Oliveira1, Rodrigo Amaral Kulza2, Heber Luiz Pereira3, Simone Aparecida dos Santos1, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo4, Maria Claudia Colla Ruvolo-

Takasusuki5

1Discente do Curso de Pós-graduação em Genética e Melhoramento. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

2Discente do Curso de Ciências Biológicas. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

3Discente do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

4Prof. Associado do Departamento de Zootecnia/Universidade Estadual de Maringá – UEM. [email protected]

5Profª. Associado do Departamento de Biotecnologia, Biologia Celular e Genética/Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

Resumo

No Brasil a criação racional de abelhas sem ferrão é denominada meliponicultura. As abelhas sem ferrão possuem diferentes comportamentos de nidificação, com ninhos internos (cavidades naturais ou não) e externos. O presente trabalho teve como objetivo relatar o desaparecimento de abelhas sem ferrão Plebeia droryana (Friese, 1900), e Leurotrigona muelleri (Friese, 1900) de um meliponário localizado na cidade de Cambé, Estado do Paraná. O meliponicultor relata que as colônias estavam estabilizadas no meliponário que tem mais de 100 caixas de abelhas, porém algumas colmeias foram abandonadas. Ele supõe que possa ter ocorrido devido à falta de alimento na região. Outro fenômeno que pode explicar o sumiço das abelhas seria a desordem de Colapso de Colônia (CCD) que é caracterizado por uma perda rápida e inexplicada da população de uma colônia de abelhas adultas. Segundo o meliponicultor, fato semelhante vem ocorrendo em outros meliponários da região.

Palavras–chave: Meliponicultura; CCD; relato de caso

Abstract

In Brazil the rational creation of stingless bees is called beekeeping. The stingless bees have different nesting behaviors, with internal nests (natural cavities or not) and external. This study aimed to report disappearance of stingless bees Plebeia droryana (Friese, 1900), and Leurotrigona muelleri (Friese, 1900) of a meliponary located in the city of Cambé, Paraná State. Meliponycultor reports that the colonies were stabilized in meliponary which has more than 100 boxes of bees, but some hives have been abandoned. He supposes that may have occurred due to lack of food in the region. Another phenomenon that may explain the disappearance of bees would be the Collapse Colony Disorder (CCD), which is characterized

Page 24: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página18

by a rapid and unexplained loss of the population of adult bees. According to meliponicultor, similar fact has been happening in other beehives in the region.

Keywords: meliponiculture, CCD, case report

Introdução

A "Desordem de Colapso de Colônia" (CCD) é um fenômeno que pode ocorrer diminuindo o número de indivíduos dos ninhos, fazendo com que culmine com o abandono dos mesmos. Nos Estado Unidos da América tem sido relatadas perdas em torno de 90% da produção de mel (Underwood e vanEngelsdorp, 2007). Uma recente pesquisa realizada pelos Inspetores de Apiários da América estimou a perda de 2,4 milhões de colônias durante o inverno de 2006 – 2007. Embora a maioria destas perdas fosse atribuída às ameaças já conhecidas para as abelhas, mais de 25% dos apicultores constataram o fenômeno CCD (Underwood e vanEngelsdorp, 2007).

A CCD tem sido relatada com maior frequência em abelhas do gênero Apis, porém tem sido verificado fenômeno semelhante em abelhas nativas sem ferrão brasileiras. Essas abelhas são responsáveis, conforme o ecossistema, por 40 a 90% da polinização das plantas nativas (Kerr et al.,1996).

As abelhas P. droryana, conhecidas também como abelhas mirins, são sociais, com comportamento manso, cujos ninhos são encontrados em árvores e até barrancos. A entrada do ninho destas abelhas é feita com própolis e é geralmente curta no sem eu exterior, não sendo fechada à noite. Os favos de cria são horizontais ou helicoidais e ocorrem células reais. O invólucro está presente nos favos de cria, sendo construído com cerume (Nogueira-Neto, 1970). As colônias podem ser constituídas por 2.000 a 3.000 abelhas e os favos de cria são suspensos no inverno (Lindauer e Kerr, 1960). Nesta espécie, ocorrem machos normais e gigantes ambos são tratados da mesma maneira pelas operárias (Cortopassi-Laurino, 1978).

As L. muelleri, são consideradas as menores abelhas do mundo, com o comprimento do corpo de operárias raramente superiores a dois milímetros. São conhecidas popularmente como "lambe-Olhos" por possuírem o hábito de ter contato com a pele humana, especialmente os olhos, este contato acaba ocasionando a lágrima, causando um grande incômodo. Estas abelhas são distribuídas no Sul do Brasil (Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina) e Paraguai (Sakagami e Zucchi, 1974).

O objetivo do trabalho foi relatar o desaparecimento de abelhas sem ferrão P. droryana e L. muelleri de um meliponário de Cambé, Estado do Paraná, Brasil.

Materiais e métodos

Para relatar o caso, foi elaborado o seguinte questionário: 1- Nome do meliponicultor; 2- O local onde ocorreu o desaparecimento das abelhas; 3- Como o meliponário era organizado; 4- Como se encontrava o local ao redor do meliponário; 5- Qual a quantidade de colônias no local; 6- O possível motivo do desaparecimento das abelhas; 7- A frequência com que o manejo foi realizado.

Page 25: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página19

Com as respostas do questionário, foi possível elaborar uma análise sobre os possíveis motivos do desaparecimento das abelhas.

Resultados e Discussão

O desaparecimento de colônias ocorreu no meliponário do Senhor Robison Luis Cossolin de Souza, que fica próximo à sua residência, em perímetro urbano, sendo a área bem arborizada, ventilada e com a entrada da luz solar. O meliponário está localizado no município de Cambé – PR. O meliponicultor possui mais de 100 colônias, com várias espécies de abelhas sem ferrão. Foi relatado que ocorreram mudanças no comportamento das abelhas, bem como o desaparecimento repentino em algumas colmeias.

Ao observar colônias de P. droryana e L. muelleri o meliponicultor constatou que houve uma estagnação em sua produção. Ao retirar o invólucro presente nos favos, não foram encontrados vestígios de cria e nem reserva de pólen. A rainha não estava no local e havia pequena quantidade de mel.

Segundo o Sr. Robison, as abelhas “lambe olhos” (L. muelleri) são difíceis de serem manejadas, porém nunca houve problemas com sua criação até o incidente relatado.

O meliponicultor não realizou qualquer tipo de manejo fora do que já era de costume, e nem retirou o mel das colônias.

O Sr. Robison supõem que por não ter sido encontrada reserva de pólen suficiente dentro das colônias as abelhas abandonaram o ninho, provavelmente se instalando em outra localidade com uma fonte maior de alimento. Além disso, devido às colônias estarem localizadas próximas umas das outras poderia ocorrer competição por alimento, fazendo com que algumas abelhas deixassem o local para forragear em outros.

O fato mais intrigante é o de que em determinado momento, sem nenhum motivo aparente, não foi mais observado alimento armazenado, e logo em seguida abandonaram o local. De acordo com o Sr. Robison esse tipo de ocorrência está sendo frequente e relatado por outros meliponicultores da região.

Figura 2. Leurotrigona muelleri em sementeira de castanha-do-pará

Figura 1. Leurotrigona muelleri  Figura 3. Plebleia droryana

Page 26: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página20

Conclusões

Uma possível explicação para o abandono dos ninhos relatados seria a ocorrência da desordem de colapso de colônia em abelhas nativas sem ferrão.

Agradecimentos

Agradecemos a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelas bolsas de estudo concedidas.

Referências

CAMARGO, J.M.F.; PEDRO, S.R.M. Systematics, phylogeny and biogeography of the Meliponae (Hymenoptera, Apidae): a mini-review. Apidologie, v. 23, p. 509-522, 1992.

CORTOPASSI-LAURINO, M. Contribuição para o conhecimento dos machos de Plebeia

droryana Friese (Apidae, Meliponinae). Dissertação, IB-USP, 1978. KERR, W.E.; CARVALHO, G.A.; NASCIMENTO, V.A. (Organizadores) Abelha Uruçu -

Biologia, manejo e conservação, Coleção, Manejo da vida silvestre nº 2 - Fundação Acungaú, Belo Horizonte, MG, 144pp, 1996.

LINDAUER, M, KERR, W.E. Communication between the workers of stingless bees. Bee

World 41: 29-41 & 65-71, 1960. NOGUEIRA-NETO, P. A criação de abelhas indígenas sem ferrão (Meliponinae). Editora

Chácaras e Quintais, São Paulo, Brasil. 2ª edição, 365p, 1970. SAKAGAMI, S.F.; ZUCCHI, R. Oviposition Behavior of Two Dwarf Stingless Bees,

Hypotrigona (Leurotrigona) muelleri and H. (Trigonisca) duckei, with Notes on the Temporal Articulation of Oviposition Process in Stingless Bees. J. Fac. Sci. HokkaidoUniver. Ser. VI Zool. 19: 361-421, 1974.

SILVEIRA, F.A.; MELO, G.A.; ALMEIDA, E.A.B. Abelhas brasileiras sistemática e

identificação. Belo Horizonte: Fundação Araucária, 2002. UNDERWOOD, R.; VANENGELSDORP, D. Colony Collapse Disorder: Have we seen this Before? Bee Culture 135(7) 13-18, 2007.

Page 27: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página21

Identificação de leveduras cultiváveis presentes em pólen alveolar de Apis mellifera e pólen de pote de quatro gêneros de abelhas nativas de Colômbia

Carla Portillo Carrascal 1, Judith Figueroa Ramirez 2

1 Zootecnista , candidata MSc , Universidade Nacional da Colômbia. [email protected]

2 Micro bióloga MSc. Docente Universidade Nacional da Colômbia Faculdade de Medicina Veterinária e de Zootecnia - Grupo de Investigação em Ciência e Tecnologia Apícola AINY. [email protected].

RESUMO

No processo de maduração do pólen recolhido das flores pelas abelhas, até se converter no produto que finalmente é consumido por estes insetos, interveem uma variedade de microrganismos que interatuam em cinéticas complexas. Com o objetivo de realizar aportes para o entendimento deste processo, foi realizado um estudo no qual foram isolados em culturas, cepas de leveduras presentes em quatro estágios de enchimento de pólen no alvéolo (2 mm,10 mm, 15 mm e 20 mm ou mais) de colmeias de Apis mellifera (198) localizadas no estado de Cundinamarca (Colômbia) e de pólen de potes fechados provenientes de abelhas nativas do estado de Santander (Colômbia) das espécies Tetragonisca angustula (21), Paratigrona sp (15), Plebeia sp (6), Scaptotrigona sp (4) e uma abelha não identificada. As cepas de leveduras foram identificadas pelo seu perfil bioquímico contra 46 compostos pelo sistema Vitek ®. As leveduras mais frequentes nos isolamentos para Apis mellifera foram Kodamaea ohmeri, Candida pulcherrima e Candida famata, para os isolamentos de abelhas nativas as cepas de leveduras achadas foram Candida famata, Kodamaea ohmeri e Candida parapsilosis. Dos meios de cultura utilizados para o isolamento, o ágar WL foi o mais efetivo, além de ser um meio de grande utilidade para a diferenciação fenotípica da maioria das espécies de leveduras isoladas.

Palavras Chave: Pão de abelhas, pólen de pote, leveduras, perfil bioquímico.

ABSTRACT

During the “brewing” process of the pollen collected by the bees on the flowers, up to the time it is converted on the product consumed by these insects, a great variety of microorganisms intervene and interact in complex dynamics. With the objective of generating knowledge for the understanding of this process, an study was conducted on which strains of yeasts were isolated in cultures that were present in four different pollen cell filling stages (2 mm,10 mm, 15 mm e 20 mm ou mais) in Apis mellifera hives (198) located in Cundinamarca state (Colombia) and in closed wax pots containing pollen from stingless

Page 28: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página22

bees from Santander state (Colombia), for this, Tetragonisca angustula (21), Paratigrona sp (15), Plebeia sp (6), Scaptotrigona sp (4) species and an unidentified bee were studied. The yeasts strains were identified by their biochemical profile against 46 compounds using the Vitek system. The most frequent yeasts on the isolations for Apis mellifera were Kodamaea ohmeri, Candida pulcherrima and Candida famata, for the stingless bees isolations, the yeasts strains found were Candida famata, Kodamaea ohmeri and Candida parapsilosis. Of the culture media used for the isolations, the WL agar was the most effective, besides that, it is a culture media of great utility for the phonotypical differentiation of the vast majority of the yeasts isolated.

Keywords: Beebread, wax pot pollen, yeasts, biochemical profile.

INTRODUÇÃO

O pólen alveolar ou pão de abelhas e o pólen de pote, são elaborados a partir de pólen floral, pertencem aos produtos de recolecção e transformação das abelhas (Vit, 2004), correspondem à principal fonte de proteína, minerais e gorduras para estes insetos.

No caso da espécie Apis mellifera existem coletores capazes de apanhar os grãos de pólen antes de que a abelha entre-os ao interior da colmeia, estes grãos são colhidos e comercializados como suplemento nutricional sob o nome de pólen apícola (Del Risco Rios, 2002).

A composição do pão de abelhas é similar à do pólen apícola, sendo rico em proteínas de alto valor biológico, carboidratos assim como uma fonte de potássio e vitaminas do grupo B (Fuenmayor Bobadilla, Quicazan, & Figueroa Ramíres, 2011), porém, devido às mudanças bioquímicas, causadas pelo efeito de enzimas adicionadas pela abelha e pela ação de microrganismos no processo de maduração do produto ao interior da colmeia, o pão de abelhas apresenta uma maior biodisponibilidade e por tanto melhor valor biológico que o pólen apícola (Gilliam, 1979)a, ( Human & Nicolson, 2006), (Del Risco Rios, 2002).

O alto valor biológico observado no pão de abelhas, tem gerado um interesse na sua valoração como alimento funcional, no entanto, o produto não tem sido comercializado frequentemente devido a que a extração é difícil e se realiza de forma manual. Esta limitante tem gerado um desenvolvimento de estudos orientados a simular o processo de maduração do pólen em condições controladas (Fuenmayor Bobadilla, Quicazan, & Figueroa Ramíres, 2011), (Risco Ríos, y otros, 2010).

Devido que no processo de maduração do pólen interveem uma ampla variedade de microrganismos com diversas funções, já seja como responsáveis diretos da fermentação ou

Page 29: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página23

como provedores do meio necessário para a mesma (Gilliam, 1979)a; é preciso desenvolver pesquisas encaminhadas à compreensão da microflora responsável deste processo.

A maioria dos estudos reportados na literatura, neste assunto, correspondem ao pão de abelhas ou pólen alveolar da espécie Apis mellifera, nos quais tem se observado uma diminuição na variabilidade de microrganismos na medida que o pólen amadurece no interior da colmeia, coincidindo com um processo de acidificação do substrato (Gilliam, 1979)a (Babendreier , Joller, Romeis , Bigler , & Widmer, 2006).

A caracterização da microflora presente no pão de abelhas, tem se centrado na identificação das espécies bacterianas, achando cepas pertencentes aos géneros Lactobacillus, Streptococcus, Pseudomonas, Escherichia e Bacillus, (Moreno Galarza & Figueroa Ramírez, 2011), (Gilliam, 1979)a, (Garcia Garcia, Rojas Mogollón, & Sánchez Nieves, 2006 ). Destes géneros, os que se consideram de maior importância são os Lactobacillus e os Streptococcus, responsáveis da fermentação láctica. Às Pseudomonas lhes é atribuída a contribuição ao requerimento anaeróbico para o processo.

A origem da microflora presente no pólen alveolar é diversa, achando-se cepas de origem floral e do meio ambiente , porém, com o processo de maduração tendem a prevalecer as cepas aportadas pela abelha, isto foi demonstrado em um estudo realizado por Guilliam 1979

a, no qual se observo no pão de abelhas maduro a presença das cepas B. subtilis, B. megaterium,B. licheniformis, B. pumilus e B. Circulans as quais, também tinham sido isoladas do intestino de abelhas operarias de Apis mellifera; das cepas de origem floral somente perdurou a bactéria B.subtilis.

Em um estudo recente, realizado na Colômbia, foi identificado no pão de abelhas, a bactéria Lactobacillus kunkei, como uma das cepas de maior persistência durante o processo de maduração do produto, presentando características que a fazem candidata para ser empregada como pro-biótico (Moreno Galarza & Figueroa Ramírez, 2011).

As leveduras se encontram presentes em todo o processo de maduração do pólen apícola e sabe-se que proporcionam fatores de seu próprio metabolismo, os quais contribuem às características organolépticas do produto. Coincidindo com o ocorrido com as bactérias, as leveduras de origem floral diminuem na medida que o pólen amadurece ao interior da colmeia; deste jeito têm se identificado no pão de abelhas 7 géneros de leveduras em mais de 8 trabalhos desde 1967 (Gilliam, 1979)b.

O pólen de pote também chamado saburá, corresponde ao sistema de maduração do pólen recolhido pela maioria das abelhas da Tribo Meliponini ou abelhas sem ferrão, no qual, o produto é obtido pelos insetos de um jeito similar ao pólen apícola, mediante a coleta do pólen floral, e ao qual a abelha adiciona sustâncias próprias e o traslada à colmeia, mas para este caso o pólen é depositado em vasilhas ou potes que estão dispostos de forma horizontal

Page 30: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página24

na colônia, os quais são finalmente selados para gerar o processo de maduração (Nogueira-Neto, 1997).

O pólen de pote tem sido um produto pouco estudado, no entanto, em quanto à sua composição se reportam alguns casos com porcentagens de proteína e cinzas maiores com relação ao pão de abelhas de Apis mellifera. Em quanto a seus usos, para o caso Colombiano, é popularmente empregado para o tratamento de doenças respiratórias, cefaleias e como afrodisíaco (Cepeda Granados, 2009).

A composição microbiana do pólen de pote não tem sido determinada, porém, o produto final difere do pão de abelhas em suas características organolépticas, o qual sugere uma via de fermentação diferente.

Com este estudo procurou-se estabelecer as cepas de leveduras cultiváveis presentes em Apis mellifera e abelhas da tribo Meliponini.

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo realizou-se a partir de amostras de pão de abelhas e de pólen de pote. Para o primer caso, as amostras provinham de um apiário localizado no estado de Cundinamarca – Colômbia, pertencente ao Laboratório de Abelhas da Universidade Nacional LABUN. Nas colmeias foram identificados favos que tivessem pelo menos o 50% dos alvéolos com pão de abelhas, os quais foram depositados em sacolas plásticas estéreis e trasladados ao laboratório de microbiologia, para a extração do produto sob condições de biossegurança. O traslado dos favos da colmeia ao laboratório realizou-se de forma imediata, com um intervalo de tempo máximo de uma hora entre a apertura da colônia e a extração do pão de abelhas. Na obtenção das amostras, realizou-se um seguimento do processo que realizam as abelhas para amadurecer o pólen alveolar e estandardizou-se a amostragem, levando em conta o nível de enchimento do mesmo como um indicador do estado de amadurecimento do produto, deste jeito empregaram-se 4 níveis assim: nível 1 de 2 mm de profundidade com 31 amostras, nível 2 de 10 mm com 40 amostras, nível 3 de 15 mm com 55 amostras e nível 4 de 20 mm ou mais que correspondem a alvéolos com aspecto de enchimento completo, com 72 amostras, para um total de 198 amostras processadas. No caso do pólen de pote, o estudo realizou-se em meliponarios localizados no estado de Santander, pertencentes a produtores da Associação Apícola Comunera ASOAPICOM. A identificação taxonômica das abelhas empregadas no estudo foi realizada pelo LABUN; deste jeito obtiveram-se 21 amostras provenientes de colônias da espécie T. angustula (Moure, 1946), 15 amostras de colônias da espécie Paratrigona sp., (Schwarz, 1938), 6 amostras

Page 31: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página25

provenientes de colônias da espécie Plebeia sp. (Schwarz, 1938), Scaptotrigona sp., (Moure, 1942) 4 e uma amostra de uma espécie de abelha não identificada. Para a coleta de amostras das abelhas sem ferrão correspondentes à tribo Meliponini se cortaram secções completas de potes com pólen completamente selados, os quais foram depositados em frascos estéreis e trasladados refrigerados até o laboratório onde se realizou a apertura do pote e a extração do pólen sob cabina de fluxo laminar. As amostras de pão de abelhas e pólen de pote foram processadas no laboratório mediante a técnica de inoculação direta nos ágares PDA (Oxoid ®) e WL (Condalab ®) empregando 0,5gr de cada amostra no ágar. As culturas foram incubadas a 35°C por 48 horas.

Passadas as 48 horas de incubação, as placas com crescimento inocularam-se novamente em ágar Sabouraud cloranfenicol (Oxoid ®) pelo método de esgotamento em estrias, e se incubaram a 35°C por 48 horas; este procedimento repetiu-se em varias ocasiões até obter colônias isoladas em cultura pura, as quais foram inoculadas de novo no médio WL e observadas em lâminas tingidas com Gram ao microscópio, com o objeto de definir se correspondiam a formas levedurais e se eram diferentes umas das outras. As características morfológicas macroscópicas que se tiveram em conta foram: textura (Lisa, Rugosa) = R., cor (Rosa = R. Branco = B. Laranja = A. Azul = A Verde = V), intensidade da cor (Claro = 1. Obscuro = 2) e presencia do halo micelial (Sim existe = S. Não existe = N).

Cada colônia morfologicamente distinta (Macro e microscopicamente) foi preservada mediante congelação ( - 70oC) em caldo Sabouraud (Oxoid).

As cepas levedurais isoladas do pão de abelhas e pólen de pote foram caracterizadas em quanto a seu perfil bioquímico frente a 46 compostos, empregando o sistema Vitek ® 2 Systems: 04.01

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para Apis mellifera os % de isolamentos das cepas, corresponderam a 39%, 55%, 40% e 54% para enchimentos de 2 mm,10 mm, 15 mm e 20 mm ou mais respectivamente.

Das 31 amostras de pão de abelhas de Apis mellifera analisadas, com 2 mm de enchimento do alvéolo, se diferenciaram 4 leveduras por morfologia, porém, ao realizar as provas bioquímicas o equipo somente conseguiu identificar uma com alto nível de confiabilidade (Tabela 1). Para as 40 amostras com nível de enchimento dos alvéolos a 10 mm, se presentaram 7 leveduras com diferencias morfológicas, no entanto, na classificação pelo perfil bioquímico 6 leveduras foram classificadas como uma só cepa e uma das amostras não foi identificada pelo sistema Vitek ® 2. Para as amostras correspondentes ao enchimento de alvéolo de 15 mm, obtiveram-se 8 leveduras diferenciadas morfologicamente, das quais 2

Page 32: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página26

cepas foram classificadas de acordo ao perfil bioquímico e 6 não puderam ser identificadas pelo sistema. Das amostras com nível de enchimento de 20 mm ou mais, obtiveram-se 10 leveduras que evidenciaram diferencias morfológicas, destas o perfil bioquímico permitiu identificar 3 leveduras como uma só cepa e três como diferentes cepas de leveduras; 4 das leveduras diferenciadas morfologicamente não foram identificadas. A Tabela 1 resume os resultados obtidos para o pão de abelhas de Apis mellifera.

Tabela 1. Cepas de leveduras de pão de abelhas de Apis mellifera identificadas pelo perfil Bioquímico

NÍVEL DE ENCHIMENTO DO

ALVÉOLO CEPA IDENTIFICADA

PROBABILIDADE DE IDENTIFICAÇÃO POR

VITEK ® 2 mm Rhotodorula glutinis 89% 10 mm Rhotodorula glutinis 89%

15 mm Candida pulcherrima 96% Candida Famata 91%

20 mm o mas

Kodamaea ohmeri 91% Candida pulcherrima 96% Rhodotorula glutinis 89% Candida famata 91%

Fonte: Elaboração própria, 2012.

Do pólen de pote, correspondente às 4 espécies de abelhas nativas, obtiveram-se um total de 40 leveduras diferenciadas por morfologia assim: Paratrigona sp., 16 leveduras das quais 12 se agruparam como três cepas diferentes de acordo ao perfil bioquímico e 4 não foram identificadas (Tabela 2). Para a espécie Plebeia sp., obtiveram-se 7 leveduras cujo perfil bioquímico agrupo 6 em dois cepas e uma não foi identificada pelo perfil bioquímico. Para a espécie Scaptotrigona sp., obtiveram-se 4 leveduras agrupadas em dois cepas e para Tetragonisca angustula, obtiveram-se 12 cepas com diferencias morfológicas das quais 9 foram agrupadas em 3 cepas pelo perfil bioquímico e 3 não foram identificadas. A tabela 2 resume as leveduras identificadas, de acordo à espécie de abelha.

Page 33: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página27

Tabla 2. Cepas de leveduras de pão de pote de 4 espécies de abelhas sem ferrão identificadas pelo perfil Bioquímico

ESPÉCIE CEPA IDENTIFICADA PROBABILIDADE DE

IDENTIFICAÇÃO POR VITEK ®

Paratrigona sp. Candida parapsilosis 95%

Candida famata 93% Kodamaea ohmeri 94%

Plebeia sp. Candida parapsilosis 95%

Candida famata 93%

Scaptotrigona sp. Candida famata 93%

Kodamaea ohmeri 94%

Tetragonisca Angostula

Candida parapsilosis 95% Candida famata 93%

Kodamaea ohmeri 94% Fonte: Elaboração própria, 2012.

Do total de leveduras obtidas no primer isolamento (198 de Apis mellifera e 48 de espécies nativas), somente puderam ser mantidas por culturas posteriores 14,6% das cepas de Apis mellifera e 83,3% das cepas das espécies nativas. As cepas cultiváveis em segunda passaje correspondem às reportadas pelo perfil bioquímico.

O encontrado amostra a diversidade de formas levedurais que empregam as abelhas para acondicionar o pólen floral ao pólen empregado na sua dieta.

Apis mellifera apresenta variabilidade na flora microbiana na medida que se registram mudanças na altura do enchimento das células, onde o pólen es processado até a obtenção de um produto estável. Se encontrou para as leveduras cultiváveis maior variabilidade em espécies na medida que aumento o enchimento, assim como variação nas espécies mesmas, possivelmente associado ao processo de transformação do pólen corbicular ao pólen alveolar.

Rhotodorula glutinis é reportada em isolamentos de pólen de milho por Ariza et al em 1967 (Citado por Guillian 1979 b), esta mesma espécie foi isolada por Guillian, em pólen das corbiculas de Apis mellifera (Gilliam, 1979) b, sua presença na primeira etapa de enchimento poderia estar associada à localização natural em pólen fresco, porém, outros reportes de isolamento do género Rhotodorula se associam ao intestino de T. angustula de abelhas adultas e de Mellipona cuadrifaciata, assim como também tem se encontrado sua presença em méis de T. angustula (Rosa et ao, 2003) e Rhodotorula muscilaginosa (bioquimicamente relacionada a R. glutinis) tem se isolado em méis de Apis mellifera (Carvalho, Merinho, Estevinho, & Choupina, 2010). Em este estudo conseguiu-se isolar de 2 mm, 10mm e 20mm de enchimento do alvéolo. Kodamaea ohmeri foi isolada de adultos de Apis cerana

Page 34: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

  

(Basikri2003, egeral, n(Rosa et

Em abeabelhas ambientindustri

Candidaleveduraem 1967Prest, M

Candidapólen despéciesquanto qFig 1.

Fig 1. L

Fonte: E

Parat

P

Scaptot

T. 

A

VI S

Criação

iadi, Sjamsuem Bombusna literaturat ao, 2003).

elhas nativasestudadas

tais , tem al de esta v

a parapsiloa tem sido r7, em pólen

Martin, & W

a famata fode pote dass, Candida que Rhodot

Leveduras is

Elaboração

0

trigona sp.

Plebeia sp.

trigona sp.

Angustula

A.mellifera

Seminári

o Sustentá

Anais do16 e

www.dzo.ue

uridzal, & Bs impatiens a se reporta

s Candida fs. Esta lev

se reportaitamina (Sta

osis esteve reportada c

n floral por GWickerham,

oi a única ls abelhas n

parasilopstorula glutin

soladas de p

própria 201

1

io Paran

ável e Con

 VI Seminárioe 17 de novemem.br/melip

Beristama P(Cresson 2

am isolame

famata, estevedura temdo como pahmann, Re

presente emomo associGuillian em1977), em m

evedura quativas, segusis encontronis e Candi

pólen madur

12

2

naense de

nservação

 

o Paranaensmbro de 201po6                 

Putra, 2012)2011) e Boentos de Ca

eve presentem sido isol

produtora devuelta , &

m Paratrigoiada a Apis

m 1979b, noméis por Ca

ue esteve pruida de Koou-se em tida pulcherr

rado, segun

3

e Melipon

de Abelha

se de Melipon12 ‐ Maringá               ISSN

), de adultosombus pensyandida sp.

e no pólen ada frequede riboflavSeulberger,

ona sp., Plemellifera, eintestino de

arvalo em 20

resente tantoodamaea ohtrês das esprima isolou

ndo a espéci

4 5

nicultura

as sem Fer

nicultura,  – PR 

N: 2316‐7688

s de M. cuaylvanicus (nas abelha

de pote dasentemente ina e se a 2000).

ebeia sp. e em pão de ae adultas po010.

o em pólenhmeri presepécies de a

u-se somente

e de abelha

5

Candid

Candid

Kodam

Rhotod

Candid

a

errão

adrifaciata p(DeGeer 20as (Gilliam,

s quatro espde amostra

associa à p

T. angustuabelhas por or (Gilliam,

n alveolar cente em quabelhas nate em Apis m

a.

a parapsilosis

a famata

maea ohmeri

dorula glutinis

a pulcherrima

por Rosa 011). No 1979)b,

pécies de as meio produção

ula. Esta Egorora Morton,

como em uatro das tivas em mellifera

s

s

a

      

Página28

Page 35: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página29

A variabilidade de leveduras cultiváveis presentes nos polens acondicionados pelas abelhas, amostra a importância que devem ter estes microrganismos sobre o processo de maduração, dos quais se conhece que aportam fatores antimicrobianos, vitaminas e outros componentes de importância nutricional, também amostra uma complexa cinética microbiana ao interior dos alvéolos e os potes nas distintas espécies de abelhas estudadas.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Universidade Nacional da Colômbia e ao Departamento Administrativo de Ciência, Tecnologia e Inovação COLCIENCIAS pelo financiamento do projeto. À professora Guiomar Nates do Laboratório de Abelhas da Universidade Nacional LABUN por facilitar o apiário e ao meliponicultor Jacobo Porras por nos permitir a amostragem dos meliponarios.

CONCLUSÕES

A partir do pólen alveolar de Apis mellifera e do pólen de pote das espécies T. angustula, Paratrigona sp., Scaptotrigona sp e Plebeia sp, se isolaram e identificaram por perfis bioquímicos cinco leveduras diferentes.

O gênero Candida esteve presente em as amostras de todas as espécies de abelhas do estudo, particularmente C. famata. A levedura C. parapsilosis correspondeu a abelhas nativas e C. pulcherrima a Apis mellifera.

Rhodotorula glutinis esteve presente somente em Apis mellifera.

Kodamaea ohmeri esteve presente em amostras de Apis mellifera e em abelhas nativas com exceção de Plebeia sp.

Não todas as leveduras isoladas puderam ser classificadas bioquimicamente pelo sistema Vitek ®, pelo que se prevê em próximos estudos realizar classificações moleculares.

REFERENCIAS

Babendreier , D., Joller, D., Romeis , J., Bigler , F., & Widmer, F. (2006). Bacterial community structures in honeybee intestines and their response to two insecticidal proteins. . FEMS Microbiology.Ecology, 59:600-610.

Page 36: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página30

Basikriadi, A., Sjamsuridzal, W., & Beristama Putra, B. (2012). Molecular identification and diversity of yeast associated with Apis caerana foraging on flowers of Jatropha integerrina. Microbiology Indonesia V.4, No.1 - ISSN 1978-3477, 44-48.

Carvalho, C. M., Merinho, S., Estevinho, M., & Choupina, A. (2010). Yeast especies associated with hoey: diferen identification mrthods. Arch.Zootec.59 (225), 103-113.

Cepeda Granados, M. (2009). Comercialización de los productos de la meliponicultura en Colombia. Bogotá D.C.- Colombia: Trabajo de grado para optar al título de zootecnista - Universidad Nacional de Colombia.

Del Risco Rios, C. A. (2002). Cultura Apícola. Recuperado el 08 de 06 de 2012, de http://www.culturaapicola.com.ar/apuntes/alimentacion/35_polen_pan_de_abejas.pdf

Fuenmayor Bobadilla, C. A., Quicazan, M. C., & Figueroa Ramíres, J. (2011). Desarrolo de un suplemento nuctricional mediantela fermentación en fase sólida de polen de abejas empleando bacterias ácido lácticas probióticas. Recuperado el 09 de 09 de 2012, de http://alimentoshoy.acta.org.co/index.php/hoy/article/view/24/32

Garcia Garcia, D., Rojas Mogollón, M. A., & Sánchez Nieves, J. ( 2006 ). Contenido microbiológico cultivable del tracto intestinal y polen de apis mellifera (Himenoptera:apidae). Acta Biológica Colombiana, Vol. 11 No. 1, 123 - 129.

Gilliam, M. (1979)b. Microbiology of pollen an bee bread: the yeast. Apidologie, 10 (1), 43-53.

Gilliam, M. (1979)a. Microbiology of pollen and bee bread, the genus Bacillus. Apidologie 10, 269-274.

Gilliam, M., Morton, H. L., Prest, D. B., Martin, R. D., & Wickerham, L. J. (1977). The mycroflora of adult worker honey bees, Apis melliera: effects of 2,4,5-T and cagin of bees colonies. J Invertebr.Pathol.30, 50-54.

Human, H., & Nicolson, S. W. (2006). Nutritional content of fresh, bee-collected and stored pollen of Aloe greatheadii var. davyana (Asphodelaceae). Phytochemistry, Volume 67, Issue 14, 1484-1492.

Moreno Galarza, L. J., & Figueroa Ramírez, J. (2011). Characterizatión of probiotic potencial of lactobacillus sp isolated from Apis mellifera bee bread for development funtional food. Memorias del 42 Congreso internacional APIMONDIA.2011. Buenos Aires-Argentina: Sada-Apimondia.

Nogueira-Neto, P. (1997). Vida e Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão - ISBN-86525. São Paulo: Nogueirapis.

Page 37: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página31

Risco Ríos, C. A., Rodríguez Hernández, Y., Rodríguez Castro, G., Mosquera Barrios, G., Otero Fernández, E., Gómez Jiménez, M., y otros. (2010). Characterization of honeybee pollen, 3: Chemical parameters after making silage in the brood chambers. Vida apícola (no.160) ISSN 0213-1005, 41-44.

Rosa, C. A., Lachance, M.-A., Silva, J., P. Teixeira, A., M. Marini, M., Antonini, Y., y otros. (2003). Yeast communities associated with stingless bees. FEMS Yeast Research 4, 271-275.

Stahmann, K. P., Revuelta , J. L., & Seulberger, H. (2000). Three biotechnical processes using Ashbya gossypii, Candida famata, or Bacillus subtilis compete with chemical riboflavin production. Aplied microbiology an biotechnology V.53, No.5, 509-516.

Vit, P. (2004). Productos de la colmena recolectados y procesados por las abejas: miel, polen

y propóleos. Rev. Inst. Nac. Hig. Rafael Rangel 35(2), 32-39.

Page 38: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página32

Levantamento faunístico da população de abelhas sem ferrão no campus sede da Universidade Estadual de Maringá

Heber Luiz Pereira1, Thaysa Mazzo Mura2, Caio Leonardo Stem Menocci3, Ana Paula Nunes Zago Oliveira4, Maria Claudia Colla Ruvolo-Takasusuki5, Vagner de Alencar Arnaut de

Toledo5

1 Discente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected]

2 Discente do curso de Zootecnia. Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected]

3 Discente do Ensino Médio, bolsista IC-Júnior/CNPq.

4Discente da Pós-graduação em Genética e Melhoramento. Universidade Estadual de Maringá – UEM.

5 Profª. do Departamento de Biotecnologia, Biologia Celular e Genética/Universidade Estadual de Maringá – UEM.

6 Profª. do Departamento de Zootecnia/Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

 

Resumo Este trabalho teve como objetivo estimar a quantidade e diversidade de espécies de

abelhas sem ferrão no campus sede da Universidade Estadual de Maringá. Foram contadas, fotografadas e identificadas todas as colônias de abelhas nativas presentes próximas as áreas mais movimentadas do campus. Foram encontradas três colônias de Plebeia droryana,sete de Plebeia remota, cinco de Tetragonisca angustula, e duas de Trigona spinipes, totalizando 17 colônias de abelhas nativas, e observando as flores do campus identificamos mais duas espécies, Tetragona clavipes, e Scaptotrigona postica, indicando a existência de colônias dessas espécies aos redores do campus. O campus sede da Universidade Estadual de Maringá serve de abrigo para várias espécies de abelhas sem ferrão, e merece ser alvo de mais estudos, iniciativas de preservação e conservação das espécies existentes.

Palavras-chave: Abelhas nativas, meliponini, maringá

Abstract This study aimed to estimate the amount and diversity of species of stingless bees in the

headquarters campus of the State University of Maringá. Were counted, photographed and identified all the colonies of native bees present near the busiest areas of the campus. We found three colonies of Plebeia droryana, seven Plebeia remota, five Tetragonisca angustula, and two Trigona spinipes, totaling 17 colonies of native bees, in the flowers around the campus were identified two more species, Tetragona clavipes, and Scaptotrigona postica, indicating the existence of colonies of these species to the outskirts of campus. The

Page 39: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página33

headquarters campus of the State University of Maringá serves as a shelter for several species of stingless bees, and deserves to be the subject of further research, conservation initiatives and conservation of existing species.

Key words: native bees, meliponini, maringá

Introdução

As abelhas sem ferrão nativas do Brasil pertencem à superfamília Apoidea que é subdividida em 8 famílias: Colletidae, Andrenidae, Oxaeidae, Halictidae, Melittidae, Megachilidae, Anthophoridae e Apidae. Os Apidae se subdividem em quatro subfamílias: Apinae, Meliponinae, Bombinae e Euglossinae. Os Meliponinae, por sua vez, se dividem em duas tribos: Meliponini e Trigonini, Kerr et al. (1996). A sua criação constitui a MELIPONICULTURA, palavra usada pela primeira vez no livro do Dr. Paulo Nogueira-Neto de 1953. A maior parte das espécies de Meliponini depende de árvores vivas para construção dos ninhos (Nogueira-Neto, 1970; Roubik,2006), os desmatamentos e a fragmentação de habitats têm sido apontados como importantes causas da diminuição das populações de abelhas nativas,pois a sobrevivência dessas abelhas depende também de recursos florais para a alimentação e de locais adequados para a nidificação (Roubik, 2006).

Maringá é conhecida como uma das cidades mais arborizadas do Brasil, o campus sede da Universidade Estadual de Maringá se situa próximo ao centro da cidade, e possui uma boa diversidade vegetal servindo as populações de abelhas sem ferrão com flores e locais de nidificação. Dessa forma o presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento faunístico da população de abelhas nativas dentro do campus universitário.

Materiais e Métodos

Este trabalho foi realizado no campus universitário de Maringá da Universidade

Estadual de Maringá, no período de setembro a outubro de 2012. Foram observadas colônias de abelhas sem ferrão que eram percebidas por nós do grupo e colônias relatadas por vigilantes da universidade, eram catalogadas nos finais de semana quando havia menor movimentação de pessoas, fotografadas suas entradas, coletada três campeiras com auxilio de rede entomológica para identificação em laboratório quando necessário, e sua localização registrada, conforme a Figura 1. Era observado o comportamento de forrageamento nas flores

Page 40: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página34

de algumas plantas citas por Toledo et al. (2003), para identificar se haviam outras espécies forrageando no campus.

Resultados e Discussão

Foram encontradas três colônias de Plebeia droryana, destas uma se encontrava em uma fenda na guia do estacionamento de motos ao lado da biblioteca central e duas nas madeiras de eucalipto ocas dos quiosques no centro do campus. Sete ninhos de Plebeia remota, três estavam nas vigas de eucalipto dos quiosques (Figura 2), as outras quatro em estruturas de concreto, como no desembarcador do restaurante universitário e nas paredes de blocos como no bloco G56 e H67 (Figura 3)

.

Figura  1.  Imagem  de  satélite  do  Campus  sede  da  Universidade  Estadual  de 

Maringá e os pontos onde  se encontra ninhos de abelhas  sem  ferrão, Plebeia 

droryana (verde), Plebeia remota (vermelho), Tetragonisca angustula (amarelo), 

e Trigona spinipes (azul). 

Page 41: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página35

Cinco de Tetragonisca angustula, todas saindo de fendas de estruturas de concreto (Figura 4) e duas de Trigona spinipes, totalizando 17 colônias de abelhas nativas, e observando as flores do campus identificamos mais duas espécies, Tetragona clavipes, e Scaptotrigona postica, indicando a existência de colônias dessas espécies aos redores do campus.

Figura  2.  Vigas  de  eucalipto  da  estrutura  de 

quiosques com dois ninhos de abelhas nativas. Figura  3. Ninho  de  Plebeia  remota  em  fenda 

da estrutura do bloco G56 na UEM. 

Figura 3. Ninho de Tetragonisca angustula em fenda da 

estrutura do bloco D67 na UEM. 

Page 42: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página36

Conclusões

O campus sede da Universidade Estadual de Maringá serve de abrigo para várias espécies de abelhas sem ferrão, e merece ser alvo de mais estudos, iniciativas de preservação e conservação das espécies existentes.

Agradecimentos

Agradecemos a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelas bolsas de estudo concedidas.

Referências

KERR, W.E.; CARVALHO, G.A.; NASCIMENTO, V.A. Abelha Uruçu: Biologia, Manejo e Conservação. 2.ed. Coleção Manejo da vida silvestre – Belo Horizonte-MG : Acangaú, 1996. 144 p. NOGUEIRA-NETO, P. A criação de abelhas indígenas sem ferrão (Meliponinae). 2ª. ed.Tecnapis, 1970. 365p. ROUBIK, D.Stingless bee nesting biology.Apidologie, v.37, p.124-143,2006. TOLEDO, V. A. A.; FRITZEN, A. E. T.; NEVES, C. A. et al. Plants and pollinating bees in

Maringá, state of Paraná, Brazil. Brazilian Archives of Biology and Technology, v.46,

p.705-710, 2003.

Page 43: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página37

Metodologia aplicada ao resgate de arapuá manso (Trigona fulviventris) na Usina

Hidrelétrica de Mauá.

Tatiana de Mello Damasco1, Diego Nunes2, Lucas Ribeiro Jarduli3

1 Técnica em Meio Ambiente E-mail: [email protected]

2 Engenheiro Florestal. E-mail: [email protected] 3 Mestre em Ciências Biológicas E-mail: [email protected]

Resumo

O resgate e salvamento científico das abelhas nativas sem ferrão foi realizado no período de janeiro de 2011 a fevereiro de 2012, durante a supressão da vegetação para a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Mauá, construída no rio Tibagi, entre os municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira no estado do Paraná. Durante o trabalho, a equipe de resgate deparou-se com problemas metodológicos que exigiam estudo e observação dos hábitos naturais e da ecologia das espécies. A espécie Trigona fulviventris faz seus ninhos semi-subterrâneos, entre as raízes das árvores e sempre em associação com cupins. Tal fato fez com que a equipe procurasse novas formas de poder resgatá-la com eficiência, criando o método de retirar o ninho do campo com o auxílio de retroescavadeira e de enterrá-lo próximo do centro de triagem, método que resultou ser eficaz, pois este ninho está vivo, há mais de um ano neste local, o que indica uma provável inter-relação desta espécie com os cupins e com a umidade do solo.

Palavras-chave: Resgate, usina hidrelétrica, Trigona fulviventris

Abstract

The rescue and retrieval of scientific native stingless bees was conducted during the removal of vegetation to the lake formation of Maua Hydroelectric Plant, built in Tibagi River, between the cities of Telemaco Borba and Ortigueira in the state of Paraná, in the period January 2011 to February 2012. While working rescuers native bees encountered methodological problems that required study and observation of the natural habits and ecology of the species. The species Trigona fulviventris make their nests semi-underground, among tree roots and always in association with termites. This fact made the team look for new ways to rescue her power with efficiency, creating the method to remove the nest of the field with the help of backhoe and bury him near the center of sorting method that proved to be effective because this nest is alive, well over a year at this location, indicating an interrelationship with termites and soil moisture.

Keywords: Rescue, hydroelectric, Trigona fulviventris

Page 44: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página38

Introdução

O resgate e salvamento científico das abelhas nativas sem ferrão foi realizado no período de janeiro de 2011 a fevereiro de 2012, durante a supressão da vegetação para a formação do lago da Usina Hidrelétrica de Mauá, construída no rio Tibagi, entre os municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira no estado do Paraná.

A abelha Trigona fulviventris foi encontrada em ambos os municípios nas margens do rio Tibagi, no total de 10 ninhos. Popularmente conhecida por arapuá manso, na região de Ortigueira, e também por abelha cachorro ou mel de cachorro, é uma espécie de trigona com hábitos muito dóceis, não demonstrando nenhuma agressividade. Além disso, seus hábitos de nidificação são bem peculiares ocorrendo na base das árvores, entre as raízes das mesmas e semi-subterrâneos, em íntima associação com cupins, ao que parece, beneficiando-se do calor produzido por seus ninhos. Por esses fatores e pelas condições ecológicas muito específicas em que se encontra na natureza, esta espécie não obteve boa adaptação nas caixas de madeira modelo Fernando Oliveira (Oliveira & Kerr, 2000) e alguns enxames transferidos para estas caixas racionais vieram a óbito.

Material e Métodos

Os primeiros ninhos dessa espécie foram retirados da área de supressão da vegetação, transferindo-os para caixas racionais, devido à dificuldade de retirá-los a partir do corte dos trancos por serem semi-subterrâneos. Observou-se então que os mesmos não sobreviviam nessa condição e se optou em mantê-los nos troncos originais, tal como foram encontrados no campo, juntamente com os cupins. No entanto, em determinado momento, notou-se que os cupins deixavam o local e que, em pouco tempo, as abelhas morriam. Sob a hipótese de que as abelhas são dependentes dos cupins, e que os cupins são dependentes da madeira da árvore, a estratégia utilizada foi de retirar todo o conjunto formado pelo toco da árvore com as raízes, pelo ninho das abelhas e o ninho dos cupins, com o auxílio de uma máquina retroescavadeira. Dessa forma, as abelhas até permaneceram algum tempo no centro de triagem, mas também vieram a óbito. Na tentativa de recriar as condições ecológicas naturais encontradas no campo, a equipe de resgate aprimorou a nova estratégia, enterrando um novo conjunto contendo um ninho resgatado(Figuras 1 e 2), nas proximidades do centro de triagem, através de abertura manual no solo(Figura 3). O ninho foi enterrado com o cuidado de manter a mesma altura em que foi encontrado no solo e a mesma orientação encontrada no campo (Figuras 4 e 5). Foi realizado plantio de mudas para sombreamento do ninho de arapuá manso que, na maioria das vezes, eram encontrados em locais sombreados (Figura 6).

Page 45: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página39

Figura 1. Retirada com máquina retroescavadeira Figura 2. Auxílio da retroescavadeira na colocação

Figura 3. Abertura manual do local Figura 4. Colocação do ninho no buraco

Figura 5. Detalhe do cuidado com a entrada do ninho Figura 6. Plantio de mudas para sombreamento

Page 46: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página40

Resultados e Discussão

Durante as atividades de resgate de abelhas nativas sem ferrão na usina hidrelétrica de Mauá a equipe deparava-se constantemente com a necessidade de resolver problemas metodológicos como o apresentado aqui, pelo fato de ser um trabalho pioneiro nesta área e pela inexistência de dados sobre a ecologia e manejo de algumas espécies. Soluções foram encontradas com o estudo dos hábitos e na observação da ecologia destas espécies resgatadas. O bom e velho método da “tentativa e erro” também demonstrou ainda ser atual, como descrito acima. O fato de o enxame ter sobrevivido à operação de ser desenterrado com o toco da árvore e ser enterrado novamente nas proximidades do centro de triagem indica uma possível interdependência com o teor de umidade do solo e com os cupins, com os quais sempre foi encontrada em campo.

Um dos resultados mais interessantes sobre este estudo é que o enxame, após um ano de sua realocação, continua vivo e forte, com muitas campeiras retornando do campo com pólen, principalmente no período matutino. Este fato indica que, além de uma provável relação positiva com os cupins, existe uma relação com o teor de umidade proveniente do solo, como ocorre com outras espécies com ninhos subterrâneos. O método recém-descoberto poderá ser utilizado em trabalhos futuros, garantindo maior taxa de sobrevivência a esta espécie durante programas de resgate.

Conclusões

Pelo que foi visto conclui-se que abelhas sensíveis requerem metodologias diferenciadas, baseadas na ecologia e hábitos naturais das espécies, bem como soluções criativas e vontade da equipe em criar novas metodologias e métodos de manejo avançado. Estes resultados podem contribuir para a conservação desta espécie e servir de subsídio para futuros projetos de resgate de abelhas nativas sem ferrão, em áreas de supressão da vegetação.

Agradecimentos

Ao Departamento de Biodiversidade da Companhia Paranaense de Energia – Copel e ao Consórcio Energético Cruzeiro do Sul pela permissão do uso dos dados obtidos durante o trabalho realizado no local.

Referências

OLIVEIRA, F.; KERR, W. E. 2000. Divisão de uma colônia de jupará (Melipona compressipes) usando-se o método Fernando Oliveira. INPA, Manaus - AM. 7pp.

Page 47: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página41

Metodologia aplicada ao resgate de mombucão (Cephalotrigona capitata) na Usina

Hidrelétrica de Mauá.

Tatiana de Mello Damasco1, Diego Nunes2, Lucas Ribeiro Jarduli3

1 Técnica em Meio Ambiente E-mail: [email protected]

2 Engenheiro Florestal. E-mail: [email protected]

3 Mestre em Ciências Biológicas E-mail: [email protected]

Resumo

Durante atividades de resgate de abelhas nativas sem ferrão, como as ocorridas em desmatamentos para formação de reservatórios de usinas hidrelétricas, muitas vezes existem “gargalos” metodológicos, pois nem todas as espécies adaptam-se as caixas racionais e ao manejo convencional. Assim devem-se buscar soluções criativas adaptáveis na prática e baseadas na ecologia natural das espécies. Dentro deste conceito, o presente trabalho vem descrever a metodologia empregada para o resgate de uma espécie sensível de abelha sem ferrão, encontrada durante as atividades de supressão da vegetação para formação da bacia de acumulação da usina hidrelétrica de Mauá, no rio Tibagi, nos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira, Paraná. A espécie em questão é a mombucão (Cephalotrigona capitata) cujos métodos empregados para seu efetivo resgate e salvamento científico na UHE Mauá são descritos como um “estudo de caso”.

Palavras-chave: Resgate, usina hidrelétrica, Cephalotrigona capitata

Abstract

During rescue activities of native stingless bees, as seen in deforestation for forming reservoirs of hydroelectric plants, often there are "bottlenecks" methodological because not all species fit the boxes rational and conventional management. So one must seek creative solutions adaptable in practice and based on natural ecology of the species. Within this concept the present work is to describe the methodology used for the rescue of a susceptible species of stingless bee, found during activities of removal of vegetation for training Basin hydroelectric plant accumulation of Maua, in Tibagi river in the counties of Telemaco Borba and Ortigueira, Parana. The species in question is the mombucão (Cephalotrigona capitata) whose methods employed for its effective rescue and retrieval in scientific HPP - Maua are described as a "case study".

Keywords: Rescue, hydroelectric, Cephalotrigona capitata

Page 48: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página42

Introdução

O programa de resgate e salvamento científico das abelhas nativas sem ferrão ocorreu no período de janeiro de 2011 a fevereiro de 2012, durante as atividades de supressão da vegetação da Usina Hidrelétrica de Mauá, nos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira no Estado do Paraná. Durante as atividades de resgate, a equipe se deteve ante a situação de que as abelhas mombucão simplesmente não se adaptavam às caixas utilizadas. Na busca por respostas e solução para o problema, recorreu-se ao estudo da ecologia desta espécie e adaptaram-se metodologias de manejo que demonstraram ser eficientes, o que foi confirmado pela sobrevivência destes enxames após aplicada o novo método.

Material e Métodos

A espécie em questão é a mombucão (Cephalotrigona capitata), conhecida na região como mombuca, contida na lista oficial do Instituto Ambiental do Paraná como ameaçada de extinção. Durante o resgate, observou-se que tal espécie era muito suscetível ao ataque de forídeos (Phoridae, Diptera) e alguns enxames morreram depois de serem transferidos para caixas racionais modelo Fernando Oliveira (Oliveira & Kerr, 2000). Ao verificar a literatura existente, encontrou-se em Nogueira-Neto (1997) que “nos ocos habitados pelo mombucão os depósitos de detritos são permanentes e estão na parte inferior dos ninhos, onde ocupam muito espaço.” Estes depósitos permanentes de detritos são chamados de escutelo e que “trata-se de uma grande, pesada e consistente massa que é constituída de material de refugo como restos de casulos, abelhas mortas, dejeções, detritos, etc.” Fato que pôde-se confirmar nas observações de campo, acrescentando-se apenas que o mesmo apresenta um cheiro amoniacal quando é quebrado e que, junto deste material, encontrou-se larvas grandes, segmentadas e achatadas no sentido dorsoventral, que pertencem a espécie Hermetia illuscens. Essas larvas, com mais de 2 cm de comprimento, não causam danos às abelhas como os forídeos, alimentando-se apenas dos detritos.

Foi transferido um enxame (Figura 1), diante do que foi observado, realizando-se adaptações no modelo de caixa Fernando Oliveira, dotando-a de uma “lixeira” ou um compartimento usado exclusivamente para deposição dos resíduos e formação do escutelo. Assim a colmeia ficou composta de um ninho (servindo como “lixeira”), uma melgueira, onde foram assentados os discos de crias e o invólucro (Figura 2), com o sobre-ninho acima desta (formando o compartimento das crias) e acima do sobre-ninho foram colocadas duas melgueiras com os potes de mel (Figura 3). A adaptação resultou ser eficiente, pois esta “lixeira” pode ser substituída por outra limpa, quando está infestada com larvas de forídeos, mantendo os discos de crias salvos e utilizando-se somente as colmeias de que se dispunha no centro de triagem. Além disto, utilizaram-se as clássicas armadilhas de forídeos com vinagre de maçã, tomou-se o cuidado de não colocar nenhum pote de pólen e de só devolver os potes de mel no dia seguinte e após serem lavados e bem secos. Foi implantado na colmeia o tubo de entrada para melhor reconhecimento das campeiras que estavam em campo (Figura 4). Esta foi a forma encontrada pela equipe para fazer sobreviver os enxames resgatados e que

Page 49: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página43

não tinham condições de serem mantidos nos troncos originais, tal como foram coletados no campo.

Figura 1. Retirada do enxame do tronco Figura 2. Detalhe da câmara de cria e lixeira abaixo

Figura 3. Melgueira com potes após uma semana Figura 4. Transferência do tubo de entrada

Resultados e Discussão

As adaptações adotadas pela equipe de resgate no modelo de caixa racional Fernando Oliveira, descritas em Oliveira & Kerr, 2000, resultaram muito eficientes na sobrevivência dos enxames transferidos para as mesmas, visto que levam em consideração a ecologia e os hábitos naturais da espécie de formar um grande depósito de detritos na parte inferior dos ninhos, conhecido como escutelo. Esta “lixeira”, ou compartimento exclusivo para depósito dos resíduos, foi a peça fundamental para o sucesso da transferência e para evitar o ataque de forídeos, pois um fato observado é que as abelhas carregam para este compartimento, logo no

Page 50: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página44

primeiro dia, restos de casulos, larvas mortas, sujeiras e outros detritos. O fato de poder retirar esta “lixeira” e poder por outra limpa no lugar contribuiu para controlar as larvas de forídeos.

Conclusões

Metodologias como as apresentadas neste trabalho podem contribuir para aumentar o leque de conhecimentos e estabelecer técnicas de manejo avançado que podem contribuir para a conservação desta espécie, já que a mesma encontra-se na lista oficial das espécies ameaçadas de extinção no estado do Paraná, na categoria vulnerável (Mikich & Bérnils, 2004).

Agradecimentos

Ao Departamento de Biodiversidade da Companhia Paranaense de Energia – Copel e ao Consórcio Energético Cruzeiro do Sul pela permissão do uso dos dados obtidos durante o trabalho realizado no local.

Referências

MIKICH, S.B. & R.S. BÉRNILS. 2004. Livro da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná. 763 p.

OLIVEIRA, F.; KERR, W. E. 2000. Divisão de uma colônia de jupará (Melipona compressipes) usando-se o método Fernando Oliveira. INPA, Manaus - AM. 7pp.

NOGUEIRA-NETO, P. Vida e Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão. São Paulo: Nogueirapis, 1997.446 p.

Page 51: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página45

Observação dos visitantes florais em Dombeya wallichi na Fazenda de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá - Pr

Rejane Stubs Parpinelli1, Katia Regina Ostrovski1,Vagner de Alencar Arnaut de Toledo2, Arielen Patrícia Balista Casagrande-Pozza3

1 Prof. Colaborador do Departamento de Zootecnia / Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG . E-mail:

[email protected] (44) 99434843 2 Professor do Departamento de Zootecnia / Universidade Estadual de Maringá – UEM. 3 Bióloga pela Faculdade de Dracena

Resumo Esta análise foi conduzida com o objetivo de verificar a ocorrência de visitantes florais

e seu comportamento em plantas de astrapéia (Dombeya wallichii) localizadas na Fazenda Experimental de Iguatemi – FEI, da Universidade Estadual de Maringá - UEM. As observações foram realizadas durante 60 segundos em diferentes horários num período de três dias, totalizando 1620 minutos experimentais. Os insetos visitantes foram capturados e identificados. Entre os visitantes florais registrados nota-se a maior participação de abelhas polinizadoras representadas principalmente pelas Apis mellifera africanizada e a abelha nativa Trigona spinipes (Arapuá). A frequência destes visitantes demonstra que a astrapéia faz parte de sua dieta alimentar, e que pode ser classificada como uma planta mista, devido o comportamento de coleta de néctar e pólen. Este fato também confirma a importância apícola desta planta para abelhas nativas como a Trigona e para Apis mellifera, sem que haja concorrência entre elas, sendo uma espécie vegetal que dá suporte à instalação e manutenção de apiários e meliponários.

Palavras-chave: Abelhas Apis, abelhas nativas, astrapéia.

Abstract This analysis was conducted in order to verify the occurrence of floral visitors and their

behavior in plants astrapéia (Dombeya wallichii) located in Iguatemi Experimental Farm - FEI, the State University of Maringá - UEM. The observations were performed for 60 seconds at different times over three days, totaling 1620 minutes experimental. Insect visitors were captured and identified. Among the visitors recorded floral notes up the largest share of pollinating bees mainly represented by Africanized A. mellifera and native bee Trigona spinipes (Arapuá). The frequency of these visitors shows that astrapéia part of their diet, and can be classified as a mixed plant, because the behavior of collecting nectar and pollen. This fact also confirms the importance of this plant for beekeeping native bees such as Trigona and Apis mellifera, with no competition between them, being a plant species that supports the installation and maintenance of beehives and apiaries.

Keywords: Honeybee, native bees, astrapéia.

Page 52: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página46

Introdução O conhecimento de plantas que florescem numa determinada região podem auxiliar

na escolha de espécies destinadas a pasto apícola. A Dombeya wallichii conhecida como astrapeia, é uma espécie originária de Madagascar, caracterizada por se apresentar como arbustos ou arvoretas com flores rosas ou brancas reunidas em umbelas globosas com longos pedúnculos pendentes (Lorenzi & Souza, 2001), sendo largamente cultivada no Brasil, apresentando destacada importância apícola e ornamental, sendo utilizada em projetos de urbanização e paisagismo (Toledo et al. 2003). Seus recursos florais oferecem substratos nutricionais como o néctar e pólen para diversas espécies de polinizadores. Algumas estratégias como a coleta de néctar e pólen em diferentes horas do dia ou diferentes períodos de uma estação e, em diferentes espécies de plantas (Ginsberg, 1983) garantem o acesso dos vários visitantes aos recursos florais disponíveis em toda uma comunidade.

O presente trabalho teve como objetivo realizar o levantamento dos visitantes e o comportamento de forrageamento em diferentes horários do dia em plantas de astrapéia (Dombeya wallichii).

Material e Métodos O experimento realizou-se na Fazenda de Iguatemi (FEI) da Universidade Estadual

de Maringá (UEM) localizada numa altitude de 550 m no terceiro planalto do Estado do Paraná, na latitude 23o25’S, longitude 51o57’ W e altitude de 550m (FEI, 2012).

Três observadores coletaram as informações num período de três dias no mês de julho de 2009, durante o qual foram observadas plantas da espécie Dombeya wallichii – astrapéia, que é de interesse apícola. As observações foram realizadas a cada hora do dia (8:00 às 16:00 horas) e, para avaliar a entomofauna visitante das flores, uma umbela de flores da astrapéia foi observado durante 01 minuto em cada período, nos três dias, e todos os insetos observados forrageando nessa planta foram capturados com rede entomológica e identificados.

Resultados e Discussão As observações de dias e horas contidas na tabela 1 mostram a associação da

Astrapéia com insetos visitantes e o comportamento destes.

Tabela 1: Visitantes florais em Dombeya wallichii e comportamento de forrageamento.

(continua)

Dia Hora Visitantes Comportamento

1

08:00 Seis abelhas Apis1 Coleta de néctar

09:00 Três abelhas Apis1 Coleta de néctar e pólen

10:00 Três abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Coleta de néctar e pólen

11:00 Duas abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Coleta de néctar e pólen

Page 53: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página47

12:00 Duas abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Apis: coleta de néctar Trigona: coleta de pólen

13:00 Três abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Coleta de néctar e pólen

14:00 Três abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Apis: coleta de néctar Trigona: coleta de pólen

15:00 Duas abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Apis: coleta de néctar e pólen Trigona: coleta de néctar

16:00 Duas abelhas Apis1 Coleta de néctar e pólen

(conclusão)

Dia Hora Visitantes Comportamento

2

08:00 Duas abelhas Apis1, três coleópteros3 e uma mosca Dermatobia hominis4

Apis: coleta de néctar

09:00 Três abelhas Apis1 Coleta de néctar e pólen

10:00 Duas abelhas Apis1 e duas abelhas Trigona2

Coleta de néctar e pólen

11:00 Duas abelhas Apis1 e duas abelhas Trigona2

Coleta de néctar e pólen

12:00 Quatro abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2

Coleta de néctar e pólen

13:00 Cinco abelhas Apis1 e uma mosca Dermatobia hominis4

Coleta de néctar e pólen

14:00 Seis abelhas Apis1 e uma mosca Dermatobia hominis4

Coleta de néctar

15:00 Cinco abelhas Apis1 e uma mosca Dermatobia hominis4

Coleta de néctar e pólen

16:00 Quatro abelhas Apis1, uma abelha Trigona2, e moscas Drosophila melanogaster5

Coleta de néctar e pólen

3 08:00 Nenhuma visitação Nenhuma coleta

Page 54: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página48

09:00 Duas abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Coleta de néctar e pólen

10:00 Duas abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Coleta de néctar e pólen

11:00 Duas abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Coleta de néctar e pólen

12:00 Três abelhas Apis1 e duas abelhas Trigona2 Apis: coleta de néctar e pólen Trigona: coleta de néctar

13:00 Três abelhas Apis1, uma abelha Trigona2 e um coleóptero3

Coleta de néctar e pólen

14:00 Duas abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Apis: coleta de néctar e pólen Trigona: coleta de néctar

15:00 Três abelhas Apis1 e uma abelha Trigona2 Coleta de néctar e pólen

16:00 Cinco abelhas Apis1 e três abelhas Trigona2

Coleta de néctar e pólen

Fonte: O autor 1- Abelha Apis mellifera africanizada 2- Abelha nativa Trigona spinipes (Arapuá) 3-Joaninha 4- Mosca-berneira ou varejeira 5- Mosca da banana

Mesmo que pareça se comportar como uma planta apenas nectarífera nas primeiras observações da manhã, a astrapéia pode ser classificada como uma planta mista conforme o comportamento apresentado pelos visitantes que realizaram atividades de coleta de néctar e pólen. Segundo Rocha et al. (2010), a diversidade de insetos visitando flores de astrapéia possivelmente está relacionada com a presença, no néctar, de diferentes classes de substâncias químicas de grande valor nutricional.

Entre os visitantes florais registrados nota-se a maior participação de abelhas polinizadoras representadas principalmente pelas Apis mellifera africanizada e a abelha nativa Trigona spinipes (Arapuá), sendo menor a participação de outros insetos como moscas e coleópteros. A freqüência destes visitantes demonstra que a astrapéia faz parte de sua dieta alimentar. Para Kiill et al. (2000), o êxito das abelhas como polinizadores deve-se ao fato de serem insetos sociais numerosos, que visitam as flores não só para satisfazer suas necessidades alimentícias individuais, mas também para armazenar o alimento excedente que será utilizado na alimentação de outros indivíduos da colmeia.

As médias de temperatura (máxima e mínima), umidade (manhã e tarde), e precipitação para os três dias de observação foram respectivamente de 23, 33ºC e 16ºC, 81,47% e 58,7%, e 0,13 mm. Abelhas sociais não são tão influenciadas pela variação na temperatura (Kevan & Baker, 1983), mas para Antonini et al. (2005) as diferenças nas tolerâncias fisiológicas às variáveis climáticas podem gerar a partilha temporal ou espacial dos recursos disponíveis. Segundo Buchmann (1996), a partição de recursos florais é uma forma de evitar competição entre espécies de polinizadores. Assim, parece não haver

Page 55: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página49

competição de forrageamento entre as diferentes espécies de polinizadores observadas neste estudo.

Conclusões

A Dombeya wallichii pode ser considerada uma planta de interesse apícola, fonte de néctar e pólen para abelhas tanto de espécie nativa como a Trigona como para Apis, sem que haja concorrência entre elas, podendo ser utilizada para estabelecimento ou manutenção de apiários e meliponários.

Referências ANTONINI, Y.; SOUZA, H.G.; JACOBI, C.M. et al. Diversidade e Comportamento dos Insetos Visitantes Florais de Stachytarpheta glabra Cham. (Verbenaceae), em uma Área de Campo Ferruginoso, Ouro Preto, MG. Neotropical Entomology, v. 34, p. 555- 564, 2005. KEVAN, P.G.; BAKER, H.G. Insects as flowers visitors and pollinators. Revista Brasileira de Entomologia, v. 28, p. 407-453, 1983.

BUCHMANN, S.L. Competition betwenn honeybees and native bees in the Sonoran Desert and global bee conservation issues. In: MATHESON, A.; BUCHMANN S.L.; O’TOOLE, C.P.; WESTRICH & I.H. WILLIANS. (Ed.) The conservation of bees, London, Academic Press, 1996. 254p.

FAZENDA EXPERIMENTAL DE IGUATEMI – FEI. Administração, 2012. Available at: < http://www.fei.uem.br/.> Accessed on: Out. 12, 2012.

GINSBERG, H.S. Foraging ecology of bees in an old field. 1ed. Ecology, 1983. 165-175 p. KEVAN, P.G.; BAKER, H.G. Insects as flowers visitors and pollinators. Revista Brasileira de Entomologia, v. 28, p. 407-453, 1983.

KIILL, L.H.P.; HAJI, F.N.P.; LIMA, P.C.F. Visitantes florais de plantas invasoras de áreas com fruteiras irrigadas. Scientia Agricola, v.57, p.575-580, 2000. LORENZI, H.; SOUZA, V.C. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e trepadeiras. 3. ed. Instituto Plantarum, Nova Odessa, 2001 ROCHA, J.F.; PIMENTEL, R.R.; ROSA, M.M.T. et al. Anatomia e histoquímica dos nectários florais de Dombeya wallichii (Lindl.) K. Schum. e Dombeya natalensis Sond. (Malvaceae). Revista Biologia Neotropical, v. 7, p. 27-36, 2010. TOLEDO, V. A. A.; FRITZEN, A. E. T.; NEVES, C. A. et al. Plants and pollinating bees in Maringá, state of Paraná, Brazil. Brazilian Archives of Biology and Technology, v.46, p.705-710, 2003.

Page 56: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página50

Perfil eletroforético de esterases de Scaptotrigona bipunctata (Lepeletier, 1836)

Douglas Galhardo1, Ana Paula Nunes Zago Oliveira2, Rodrigo Amaral Kulza3, Simone Aparecida dos Santos2, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo4, Maria Claudia Colla Ruvolo-

Takasusuki5

1Discente do Curso de Zootecnia. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

2Discente do Curso de Pós-graduação em Genética e Melhoramento. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

3Discente do Curso de Ciências Biológicas. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

4Prof. Associado do Departamento de Zootecnia/Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

5Profª. Adjunta do Departamento de Biotecnologia, Biologia Celular e Genética/Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

Resumo

As abelhas sem ferrão Scaptotrigona bipunctata tem uma ampla distribuição no território brasileiro, e apresentam um comportamento generalista de coleta de alimento floral em uma grande variedade de espécies vegetais. O objetivo deste trabalho foi identificar os padrões de esterase dessas abelhas nativas sem ferrão. Operárias de S. bipunctata foram coletadas na entrada do ninho, levadas ao laboratório, sacrificadas e submetidas à eletroforese PAGE a 10%, e coloração para esterases. Com relação à caracterização bioquímica das esterases foi possível observar seis regiões: EST-1 (αβ-esterase), EST-2 (αβ-esterase), EST-3 (αβ-esterase), EST-4 (αβ-esterase), EST-5 (β-esterase) e EST-6 (β-esterase). Pode-se concluir que com a identificação destas regiões esterásicas poderão ser desenvolvidos estudos sobre os efeitos de resíduos de pesticidas nessas abelhas em áreas de criação e em matas nativas.

Palavras-chave: tubuna, isoenzimas, biomonitoramento

Abstract

Stingless bees Scaptotrigona bipunctata has a wide distribution in Brazil, and presents a generalist behavior floral food collection in a wide variety of plant species. The objective of this study was identify patterns of esterase of native stingless bees. Workers of S. bipunctata were collected from the entry of the hive, taken to the laboratory, sacrificed and subjected to electrophoresis on 10% PAGE and stained for esterase. Concerning to biochemical characterization of esterases were observed six regions: EST-1 (αβ-esterase), EST-2 (αβ-esterase), EST-3 (αβ-esterase), EST-4 (αβ-esterase), EST -5 (β-esterase) and EST-6 (β-esterase). It can be concluded that with the identification of these esterasicas regions studies may be developed on the effects of pesticide residues in these bees in breeding areas and native forests.

Keywords: tubuna, isoenzymes, biomonitoring

Page 57: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

  

MeliponamazônMuitas sendo q(Kerr et

agricultpragas esuscetibplantaçõpresenç(Mansode izoenmais um E(Turuneesteraseleveduradetecçãoa determdiferenç

classificdesenvoRio GraSeu abdlistra pr

mesmo atingir mA entradespiral.

VI S

Criação

Dentre asníneos, send

nica, conhecplantas loc

que algumat al., 2001).

O estudo dtor deve sabe doenças sebilidade daões, possibia de seus ur, 1987). Anzimas com

ma maneira Em insetosen e Chippees tem sido as. Para Ro simples eminação quças quantita

Abelhas dcadas na suolvidos sobrande do Suldome possurata (Pereira

Esta espéem relação

mais de 20.da é ampla O invólucr

Seminári

o Sustentá

Anais do16 e

www.dzo.ue

s que formdo que 200cida como cais como aas espécies

dos efeitos ber selecionem colocar

as abelhas ilitou que elresíduos, b

Aliado ao esmo as esterde se utilizas, as esteraendale, 197

caracterizaRossiter et a

rápida da ruantitativa dativas quantoda espécie

ubfamília Mre sua biolo até o Méxi

ui ainda doa e Tannús-N

écie de abeo às abelha000 indivídde cerume

ro de cerum

io Paran

ável e Con

 VI Seminárioe 17 de novemem.br/melip

mam colôn espécies do berço m

araçá e camdependem

dos agrotóxnar e aplicar

em risco a a vários

las fossem ubem como studo de dosrases, que ear esses inseases agem

76) e mostradas e purifal. (2001) resistência pdessas enzimo qualitativ S. bipunc

Meliponinae,ogia. Esta abico. Ela apris pontos pNeto, 2009)

Figura 1:

elha é bastaas de outraduos. Os nine e com a fome que envo

naense de

nservação

 

o Paranaensmbro de 201po6                 

Introdução

nias, de 30deste grupo mundial das mu-camu sã

exclusivam

xicos sobre r produtos fsobrevivênagrotóxico

usadas comopara detec

ses subletaiestariam atuetos como b

extensivamram alto poficadas em a eletrofor

pela atividamas pelo faas. ctata conh tribo Trigobelha é de dresenta asas pratas em su).

Ninho e rain

ante defensas colônias nhos geralmorma de funolve o favo

e Melipon

de Abelha

se de Melipon12 ‐ Maringá               ISSN

o

00 a 400 vivem no Babelhas se

ão polinizamente dessa

as abelhas fitossanitáricia dos inses, comumeo um bioindctar a toxiis de pesticiuando combioindicadomente sobr

olimorfismouma varied

rese é umaade esterásicato de sua c

hecida popuonini (Figurdistribuiçãoe abdome cua porção

 

nha de S. bip

siva quando(Nogueira-

mente são ennil. Os favode cria é p

nicultura

as sem Fer

nicultura,  – PR 

N: 2316‐7688

espécies sBrasil especem ferrão (das pelas aas abelhas

é fundamenios, de formetos benéficente usadodicador paracidade deledas, as altero xenobiótires (Stuchi,re vários t

(Mathiensedade de org

a ferramentca, sendo mcapacidade

ularmente cra 1). Poucoo ampla quecom coloraçfinal, poden

punctata

o o enxamNeto, 1997

ncontrados eos de cria têouco desen

a

errão

são do grucialmente n(Kerr et al.abelhas sempara se re

ntal, uma vma tal a concos (Wolff, 2os na protea a determines para as rações na exicos das ab, 2009). tipos de suen et al, 19ganismos inta eficaz pa

mais eficientpara detect

como Tubuos estudos te se estendeção negra bndo variar

me é numer7). Seu ninem ocos de êm sempre

nvolvido em

upo dos na região ., 2001).

m ferrão, produzir

ez que o ntrolar as 2000). A eção de nação da

abelhas xpressão belhas, é

ubstratos 993). As ncluindo ara uma e do que tar tanto

una são têm sido

e desde o brilhante.

até uma

roso, até ho pode árvores. a forma

m relação

      

Página51

Page 58: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página52

às outras espécies de abelhas sem ferrão. Esta espécie necessita ter uma realeira para sua multiplicação (Costa e Impretatriz-Fonseca, 2000). As Tubunas são consideradas grandes produtoras de mel (Costa e Impretatriz-Fonseca, 2000). Em caixa racional pode ser considerada uma produção de oito litros de mel, sendo 6,8 L colhidos e o restante deixado para a alimentação das abelhas (Costa e Impretatriz-Fonseca, 2000).

Pela importância das abelhas como polinizadoras, o frequente convívio da apicultura com a agricultura, e a presença de áreas com matas naturais nas proximidades agriculturáveis, torna-se necessário o estudo dos efeitos subletais que os pesticidas causam nas abelhas. Desta forma, uma maneira de tentar suprir tais efeitos, é por meio das esterases, verificando se há ausência de alguma região esterásica, por meio do uso de alguma região como marcador de determinado pesticida. E devido às poucas informações referentes à Tubuna, o objetivo do trabalho foi identificar o perfil de esterases desta espécie.

Materiais e Métodos

Foram utilizadas operárias de S. bipunctata provenientes de uma caixa racional localizada no apiário central da Fazenda Experimental de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá – PR (Figura 2). As Tubunas foram sacrificadas e estocadas no freezer a -20ºC. As amostras consistiam de extratos de cabeça/tórax e abdome de operárias adultas homogeneizadas individualmente em solução β-mercaptoetanol 0,1%, com volume padronizado em 40 µL, e 10 µL de tetracloreto de carbono para precipitar gordura. Em seguida, o macerado foi centrifugado a 12.000 rpm por 15min a -4°C. Em seguida, 20μl do sobrenadante de cada amostra foram aplicados no gel. Os géis PAGE de visualização foram preparados na concentração de 10% e os géis de empilhamento a 5%. As corridas eletroforéticas foram realizadas com tampão Tris-Glicina 1,5M pH 8.8, a 4°C, 200V por 5 horas. As regiões de esterase foram evidenciadas com os substratos α e β-naftil acetato juntos e corante Fast Blue RR Salt. Após a coloração, os géis foram mantidos em solução conservante até a digitalização e secagem.

Resultados e Discussão

Nas análises eletroforéticas das esterases foram detectadas várias diferenças em relação ao número de esterases observadas, padrão de migração e afinidade ao substrato. O número de regiões com atividade esterásica variou de acordo com a região do corpo, totalizando seis esterases, que foram denominadas como EST-1, EST-2, EST-3, EST-4, EST-5 e EST-6 de acordo com sua molibilidade eletroforética (Figura 2).

De acordo com a especificidade aos substratos α e β-naftil acetato, em S. bipunctata as EST-5 e EST-6 foram classificadas como β-esterase, pois apresentaram coloração vermelha frente a estes substratos. As demais esterases foram classificadas com αβ-esterase pelo fato de terem apresentado coloração marrom frente a esses substratos (Figura 2).

A EST-2 apresentou maior expressividade nos extratos de cabeça/tórax em relação aos de abdome. A EST-4 foi específica de extratos de abdome. Novos estudos serão necessários para verificar os tipos dessas isoenzimas e relacionar sua expressão frente a presença de resíduos de inseticidas.

Page 59: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

  

estudadáreas na

A(CAPESDesenvo

COSTArecognitEncont

KERR, MencioDesenvTecnolo

MANSOof pestic

MATTHgenetic the Sout

VI S

Criação

Figurapoliacri

O que sedas com o inaturais e con

AgradecemS) e ao Progolvimento C

A, A.J.S, tion in Scaro sobre ab

W.E., CARonados davolvimento ogia, v. 12:

OUR, S. A.cide residue

HIENSEN Ainterpretatith of Brazil

Seminári

o Sustentá

Anais do16 e

www.dzo.ue

a 2: Perfil elilamida a 10%

e espera é ntuito de sernservadas.

mos a Coorgrama InstitCientífico e

IMPRETATaptotrigona belhas, p. 2

RVALHO, Ga Biodive

na Amazp. 20-41, 2

. Is it possibes in plants?

A. E., TELLion of esterl. Comp. Bi

io Paran

ável e Con

 VI Seminárioe 17 de novemem.br/melip

etroforético %. A= extrat

que as abrem utilizad

Ag

rdenação detucional de Tecnológic

R

TRIZ-FONworkers (H83, 2000.

G. A., COLersidade zônia, Par001.

ble to use th?. Acta. Bio

LECHEA Erase isozymiochem. Ph

naense de

nservação

 

o Paranaensmbro de 201po6                 

das esterasestos de cabeça

Conclusões

belhas S. bdas no moni

gradecimen

e AperfeiçBolsas de I

co (PIBIC/C

Referência

SECA, VLHymenopte

LETTO-SILAmazônica

rcerias Es

he honeybeol. Hung. 38

E., LEVY, Jmes in Microhysiol. 104,

e Melipon

de Abelha

se de Melipon12 ‐ Maringá               ISSN

s de operáriaa/tórax e B=

s

ipunctata pitoramento

ntos

oamento dIniciação CiCNPq) pelas

as

L. Intra ara: Apidae

LVA, A.; ASa In Bistratégicas,

ee adult as a8, 69-76, 19

J. A. Biochopoginias f349-352, 19

nicultura

as sem Fer

nicultura,  – PR 

N: 2316‐7688

as de S. bibunextratos de a

possam serda presença

e Pessoal ientífica/Cos bolsas de

and intespe: Meliponin

SSIS, M.G.iodiversida, Ministér

a bioindicat987.

emical charfurnieri (Pis993.

a

errão

nctata em geabdome.

r futuramena de agrotóx

de Nível onselho Nacestudo conc

ecific nestmnae). Anais

.P. Aspectoade, Pesqrio da Ci

tor for the d

racterizationsces, Sciaen

el de

nte mais xicos em

Superior cional de cedidas.

matmate s do IV

os Pouco quisa e ência e

detection

n for the nidae) in

      

Página53

Page 60: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página54

NOGUEIRA-NETO. A criação de abelhas indígenas sem ferrão. São Paulo: Nogueirapis, 1997.

PEREIRA C. D., TANNÚS-NETO, J. observações sobre abelhas sem ferrão (hymenoptera: meliponini) coletoras de látex em abricó do pará mammea americana (l.) jacq. (clusiaceae), manaus, amazonas, Brasil. Biosci. J., Uberlândia, v. 25, n. 6, p. 133-135, 2009.

ROTISSER, L. C., GUNNING, R. V., ROSE, H. A. The use of polyacrilamide gel eletrophoresis for the investigation and detection of fenitrothion and clorpysphometil resistance in Oryzaephilus surinamensis (Coleoptera: Silvanidae), Pest. Biochem. Physiol. 69, 27-34, 2001.

STUCHI, A. L. P. B. Toxicidade e expressão gênica em abelhas do gênero Tetragonisca após a contaminação com agrotóxicos. Maringá, PR: Universidade Estadual de Maringá, 2009. 99p. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Estadual de Maringá, 2009.

TURUNEN, S., CHIPPENDALE G. M. Esterase and lipase activity in the midgut of Diatraea grandiossela: Digestive functions and distribution. Insect Biochem. 7, 67-71, 1976.

WOLFF, L. F. B. Efeitos dos agrotóxicos sobre a apicultura e a polinização de soja, citrus e macieira, in: Congresso Brasileiro de Apicultura, XIII, Florianópolis. Anais...Florianópolis: Confed. Brás. Apic.: 1-10, 2000.

Page 61: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página55

Perfil Eletroforético de proteínas totais de Scaptotrigona bipunctata (Lepeletier, 1836)

Rodrigo Amaral Kulza1, Ana Paula Nunes Zago Oliveira2, Douglas Galhardo3, Simone Aparecida dos Santos2, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo4, Maria Claudia Colla Ruvolo-

Takasusuki5

1Discente do Curso de Ciências Biológicas. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

2Discente do Curso de Pós-graduação em Genética e Melhoramento. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

3Discente do Curso de Zootecnia. Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

4Prof. Associado do Departamento de Zootecnia/Universidade Estadual de Maringá – UEM

5Profª. Adjunta do Departamento de Biotecnologia, Biologia Celular e Genética/Universidade Estadual de Maringá – UEM. E-mail: [email protected]

Resumo

A abelha Scaptotrigona bipunctata é conhecida como tubuna ou abelha canudo devido à entrada de sua colônia ser em formato de funil, ela pertence ao grupo dos meliponíneos, sendo uma espécie amplamente distribuída. O objetivo deste trabalho foi identificar as proteínas totais dessas abelhas nativas sem ferrão. Operárias de S. bipunctata foram coletadas na entrada do ninho, levadas ao laboratório, sacrificadas e submetidas à eletroforese SDS-PAGE a 10%, e coloração com nitrato de prata. Os peptídeos detectados variaram de 10 KDa a 120 KDa. Os extratos de cabeça/tórax apresentaram maior intensidade de coloração do que os de abdome. Além disso, foram observados nove polipeptídeos específicos para cabeça/tórax. Tal fato pode ser decorrente da presença de glândulas secretoras na cabeça, como as glândulas mandibulares, hipofaringeanas e salivares, cujos produtos são proteínas que podem ter papel no cuidado e alimentação da prole. Esses resultados contribuem para o entendimento da atuação dessas proteínas no desenvolvimento das larvas de operárias e rainhas e na resposta ao estresse causado por xenobióticos como os inseticidas.

Palavras–chave: tubuna, peptídeos, eletroforese SDS-PAGE

Abstract

The Scaptotrigona bipunctata is known as tubuna or straw bee due to the entry of your colony be shaped funnel, it belongs to the group of stingless bees, being widely distributed. The objective of this study was identify total proteins of this native stingless bee. Workers of S. bipunctata were collected from the entry of the hive, taken to the laboratory, sacrificed and subjected to SDS-PAGE electrophoresis on 10% and staining with silver nitrate. Peptides detected ranged from 10 KDa to 120 KDa. Extracts of head/thorax showed higher staining intensity than the abdomen. In addition, nine specific polypeptides were observed for head/thorax. This fact may be due to the presence of secretory glands in the head as mandibular, hypopharyngeal and salivary, whose products are proteins that may have role in

Page 62: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

  

care andproteinsby xeno

K

Oplaníciee aos há Apertencedistribucoloraçãsua porç

funil e npodem abelhas ApresenNETO, em suaobservadas abecomo po Cpor mealtamenproteinsMoseleydepende

VI S

Criação

d feeding os in the devobiotics such

Keywords: t

O domínio es neotropicábitos alimeA Scaptotrente à sub

uição ampla ão negra brição final (po

Figura 1: A

A entrada não é fechaser construpodem te

ntam um co1997). O e

a expressiviando o númlhas. Tal caor exemploCélulas de t

eio de umante conservs - HSPs) y (1991) pente da sev

Seminári

o Sustentá

Anais do16 e

www.dzo.ue

of the younvelopment oh as insectic

tubuna, pept

ecológico cais tem sidoentares genigona bipufamília Meque se este

ilhante, comode variar d

A= Ninho com

do ninho dada à noite. uídos horizer aproximomportamenestudo por midade pela

mero de poliaracterística, contaminatodos os org

a rápida traadas, denom(LOCKE; Npropuseramveridade do

io Paran

ável e Con

 VI Seminárioe 17 de novemem.br/melip

ng. These rof larvae of cides.

tide, SDS-P

das abelhaso atribuído

neralizadas (nctata conheliponinae ende desde

m as asas bede uma listra

m cria de S. b

destas abelhOs favos d

zontalmentemadamente nto altamenmeio de procontaminaç

ipeptídeos pa é decorrenação por insganismos reanscrição eminadas geNOBLE; A

m que a quo estresse s

naense de

nservação

 

o Paranaensmbro de 201po6                 

results contrworkers an

PAGE electr

Introdução

s sem ferrãà sua alta e(MICHENEhecida pope a tribo o Rio Gran

em negras e a prata) (PE

bipunctata; B

has é constde cria são ce (NOGUE

20.000 innte defensivoteínas totação por inpresentes emnte da resposeticidas. espondem ae subsequenenericament

ATKINSONuantidade dsubmetido

e Melipon

de Abelha

se de Melipon12 ‐ Maringá               ISSN

ribute to unnd queens an

rophoresis

o

ão entre os eusocialidadER; GRIMApularmente Trigonini (nde do Sul abdome ne

EREIRA; TA

B= Ninho de

ruída de ceconstruídos

EIRA-NETOndivíduos (vo, sendo mais tem comnseticidas. Em extratos

osta imediat

a uma variednte traduçãte de prote

N, 1990). Ndessas protao organism

nicultura

as sem Fer

nicultura,  – PR 

N: 2316‐7688

nderstandinnd in respon

insetos quede, atividadALDI, 1979como Tubu

(Figura 1). até o Méxi

egro com doANNÚS-NE

e S. bipunctat

erume escurhelicoidalm

O, 1997). ALINDAUER

muito agressmo intuito aEssa avaliade tecidos

ta desses in

dade de cono de uma

eínas de esNesse sentidteínas sintemo e do n

a

errão

ng the role nse to stres

e visitam flde perene da9; ROUBIKuna é uma

Esta abelhico. Ela aprois pontos pETO, 2009)

ta

ro, possui fmente, mas As colônia

ER; KERR,sivas (NOGavaliar as alação pode s

ou partes dnsetos após

ndições estrsérie de p

stresse (Heado, Ryan; Getizadas parnível celula

of these s caused

ores nas a colônia K, 1992).

espécie ha é de resenta a ratas em ).

forma de também s destas , 1960). UEIRA-lterações ser feita do corpo estresse,

ressantes proteínas at shock Gisolfi e rece ser

ar destas

      

Página56

Page 63: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página57

proteínas existente anteriormente à esta condição. O objetivo deste trabalho foi de verificar a expressividade gênica de protéinas em diferentes partes do corpo de S. bipunctata por meio da análise eletroforética em gel de poliacrilamida.

Materiais e Métodos

Foram utilizadas operárias adultas de S. bipunctata provenientes de uma caixa racional localizada no apiário central da Fazenda Experimental de Iguatemi da Universidade Estadual de Maringá - PR. As Tubunas foram sacrificadas e estocadas em freezer a -20ºC. As amostras consistiam em extratos de cabeça/tórax em tubos de propileno 1,5ml contendo 60 µl de tampão de extração β-mercaptoetanol + glicerol 10% e de abdome contendo 40 µl de tampão de extração com 10 µl de tetracloreto de carbono para precipitar a gordura. Em seguida, as amostras foram maceradas e centrifugadas a 12.000 rpm por 5min. Para a verificação do conteúdo proteico solúvel, 15μl do sobrenadante foram utilizados, juntamente com 10µl de tampão de amostra contendo glicerol, Tris-HCl (0,24M pH 6,8), β-mercaptoetanol, azul de bromofenol e SDS a 10%, aquecidos a 96°C por 3min. Eletroforeses no sentido vertical foram realizadas utilizando géis SDS-PAGE a 10% de concentração e gel de empilhamento com concentração igual a 5%. As corridas eletroforéticas foram realizadas com tampão Tris-Glicina 1,5M pH 8.8 e SDS 10% em temperatura ambiente, a 100V e posterior coloração por nitrato de prata. Por fim, os géis foram mantidos em solução conservante até a digitalização e secagem.

Resultados e Discussão

Em extratos de cabeça/tórax pode ser observada uma coloração mais intensa em relação à coloração apresentada no abdome, provavelmente devido uma maior quantidade de proteínas solúveis presente (Figura 2). Polipetídeos específicos de cabeça/tórax foram detectados entre 30 e 40 KDa, 50 e 60 KDa e entre 90 e 100 KDa (Figura 2). Ainda é possível observar que a região de 60 KDa poderia ser considerada como uma Heat shock protein – HSP.        

  A grande expressividade e a intensidade de bandas existentes na região da cabeça/tórax poderia ser explicada pela composição de determinadas glândulas nestes insetos, como as salivares, as mandibulares, e as hipofaringeanas. As glândulas salivares sofrem influência ambiental em seu desenvolvimento e estão presentes no tórax de todas as espécies de abelhas, bem como na cabeça de algumas espécies, sobretudo na subfamília Apinae (Euglossini, Bombini, Meliponini e Apini) (LANDIM, 2009).

Em operárias sem ferrão, o ciclo secretor desta glândula é bem definido, à medida que as operárias aumentam de idade, a secreção aumenta (LANDIM, 2009). Quanto maior o ciclo de vida das operárias de abelhas sem ferrão, menor é a capacidade funcional das glândulas mandibulares. Em alguns Trigonina, os produtos das glândulas estão ligados a procedimentos de obtenção de alimento, sendo usados para trilhas (LANDIM, 2009). Neste mesmo grupo, as glândulas hipofaringeanas estão presentes tanto nos machos como nas fêmeas, porém são maiores nas rainhas do que nas operárias e maiores nestas do que nos machos (LANDIM, 2009).

Page 64: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

  

Eidade ddetermiapresennecessid

Figura 2

peptídeoprofundinseticid

A(CAPESDesenvo

LANDI

LINDAWorld,

LOCKEproteins

VI S

Criação

Em espéciedas abelhasnada funçã

nta variaçõedades da co

2: Perfil de

Espera-se os em abel

damente tandas para, po

AgradecemS) e ao Progolvimento C

IM, C. C. A

AUER, M.; v. 41, n. 2,

E, M, NOBs. American

Seminári

o Sustentá

Anais do16 e

www.dzo.ue

es eussociass (LANDIMão está diretes individualônia (LAN

proteínas to

que com olhas S. bipnto em áreaor exemplo,

mos a Coorgrama InstitCientífico e

Abelhas: mo

KERR, W. p. 29-71, 1

BLE E. G.n Journal o

io Paran

ável e Con

 VI Seminárioe 17 de novemem.br/melip

s, estas glânM, 2009). tamente relais para um

NDIM, 2009

otais de extr

o conhecimepunctata, asas naturais combater a

Ag

rdenação detucional de Tecnológic

R

orfologia e

E. Commu960.

; ATKINSof Physiolo

naense de

nservação

 

o Paranaensmbro de 201po6                 

ndulas tambContudo, a

lacionada aoma mesma 9).

ratos de cab

Conclusões

ento adquirs mesmas como em

algumas doe

gradecimen

e AperfeiçBolsas de I

co (PIBIC/C

Referência

função de s

unication be

ON, B. G.gy ; 258: C

e Melipon

de Abelha

se de Melipon12 ‐ Maringá               ISSN

bém estão a capacidado estado fisidade, que

beça/tórax e

s

rido sobre opossam seráreas cons

enças nestes

ntos

oamento dIniciação CiCNPq) pelas

as

sistemas. S

etween the

. Exercisin723-C729,1

nicultura

as sem Fer

nicultura,  – PR 

N: 2316‐7688

associadas de de cadasiológico doe pode ser

abdome de

o padrão der futuramenervadas, pos insetos.

e Pessoal ientífica/Cos bolsas de

ão Paulo: U

workers of

g mammal1990.

a

errão

com a varia glândula o indivíduodeterminad

e S. bipuncta

e expressivinte estudador meio do

de Nível onselho Nacestudo conc

UNESP, 200

f stingless b

ls synthesiz

iação de realizar

o, o qual do pelas

ata

idade de das mais o uso de

Superior cional de cedidas.

09.

bee. Bee

ze stress

      

Página58

Page 65: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página59

MICHENER, C. D. & GRIMALDI, D. A. A Trigona from late Cretaceous amber of New Jersey (Hymenoptera: Apidae: Meliponinae).American Museum Novitates 2917: 1-10, 1979.

NOGUEIRA-NETO, P. Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. São Paulo: Nogueirapis, 1997.

PEREIRA, C. D.; TANNÚS-NETO, J. Observações sobre abelhas sem ferrão (Hymenoptera: Meliponini) coletoras de látex em abricó do pará Mammea americana (L.) jacq. (Clusiaceae), Manaus, Amazonas, Brasil. Biosci. J., v. 25, n. 6, p. 133-135, 2009.

ROUBIK, D. W. Loose niches in tropical communities: why are there so few bees and so many trees? Pp. 327354. In HUNTER, M. D.; OHGUSHI, T. & PRICE, P. W. (eds.).Effects of resource distribution on animal-plant interactions. Academic Press, San Diego, 1992.

RYAN, A. J.; GISOLFI, C. V.; MOSELEY, P. L. Synthesis of 70K stress protein by human leukocytes: effect of exercise in the heat. Journal of Applied Physiology. 70: 466-471, 1991.

Page 66: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página60

Plantas utilizadas por Tetragonisca angustula Latreille (Hymenoptera: Apidae) no

câmpus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão

Thaís Luana Grzegozeski¹, Letícia Braga da Silva¹, Natalia Martelozzo Santos¹, Murilo Keith Umada¹, Maria Josiane Sereia², Elizabete Satsuki Sekine²

¹Alunos de Engenharia Ambiental, Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. Email: [email protected]

²Professoras da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR- Campo Mourão. Email: [email protected]

Resumo

Dentre as espécies de abelhas nativas, Tretagonisca angustula (jataí), é a mais conhecida e criada com finalidades comerciais na região em estudo. Este trabalho teve como objetivo conhecer as espécies vegetais utilizadas por T. angustula no câmpus da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão. Schinus sp e Ricinus communis foram encontradas como espécie dominante. Apenas três tipos polínicos estiveram presentes com freqüências maiores que 15%. Em comparação com a literatura, os recursos utilizados por esta espécie são variados e divergentes, o que pode estar relacionado ao seu pequeno raio de vôo, utilizando floradas mais próximas.

Palavras-chave: Análise polínica; meliponicultura; abelhas sem ferrão.

Abstract

Among the species of native bees, Tretagonisca angustula (jataí), is the best known and created for commercial purposes in the study area. This study aimed to identify the plant species most used by T. angustula on Universidade Tecnológica Federal do Paraná in Campo Mourão. Schinus sp and Ricinus communis was the dominant species. Only three pollen types were present with frequencies higher than 10%. Comparing with the literature, the resources used by this species are varied and divergent, which may be related to its small flight radius using blossoms near the hive.

Keywords: Pollinic analysis; meliponiculture; stingless bees.

Page 67: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página61

Introdução

O pólen, coletado pelas abelhas ao visitarem as flores, é colocado em compartimentos

separados do néctar na colmeia, e ocasionalmente, ficam misturados ao mel. A análise dos

tipos polínicos no mel permite a determinação de sua origem floral.

Na região em estudo, Tetragonisca angustula (jataí) é a espécie de abelha nativa mais

conhecida. Este trabalho teve como objetivo conhecer as espécies vegetais utilizadas por T.

angustula na Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFPR, Campo Mourão.

Material e Métodos

Amostras de mel foram obtidas em quatro caixas de T. angustula localizadas na

UTFPR, Campo Mourão-PR e preparadas pelo método da acetólise (Erdtman, 1952). Foram

produzidas três lâminas/amostra para análises microscópicas. A determinação de tipos

polínicos teve por base o laminário depositado no Laboratório de Ecologia/ UTFPR-Campo

Mourão. Para as análises quantitativas foram contados 500 grãos de pólen por amostra

(lâminas em triplicata) e agrupamento por famílias botânicas e/ou tipos polínicos.

Resultados e Discussão

Foram visualizados nove famílias e 13 tipos polínicos, e dois tipos permanecem sem

identificação. Schinus sp. e Ricinus communis tiveram valores acima de 60% nas amostras

(Tabela 1). Apenas três tipos estiveram presentes com porcentagens acima de 10%. Fontes de

pólen com representatividade até 10% apresentam pouca atratividade, mas podem

complementar as necessidades nutricionais da colmeia (Ramalho & E Kleinert-Giovannini,

1986). As espécies com flores alvas e floradas abundantes foram as mais frequentes (Figura

1).

Page 68: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

  

Tabela 1

Família

Anacard

Arecace

Brassica

Caesalp

Euphorb

Mimosa

Myrtace

Oleacea

Sapinda

D = pólepólen iso 

VI S

Criação

1. Freqüênci

a T

diaceae Seae Taceae R

pinaceae Cbiaceae R

Aaceae S

Peae Eae Laceae S

NN

en dominante lado ocasiona

Seminári

o Sustentá

Anais do16 e

www.dzo.ue

ia de tipos p

Tipo polínic

Schinus tereb

Tipo Arecace

Raphanus sa

Caesalpinia p

Ricinus commAlchornea sp

Senegalia spParapiptaden

Eucalyptus s

Ligustrum sp

Serjania sp

Não identificNão identific(+ de 45%);

al (- de 3%) (B

io Paran

ável e Con

 VI Seminárioe 17 de novemem.br/melip

olínicos em

co

binthifolius

eae

ativus

peltophoroid

munis p.

. nia rigida

p.

p.

cada sp1 cada sp2 A = pólen ac

BARTH, 1989

naense de

nservação

 

o Paranaensmbro de 201po6                 

mel de Tetr

1

-

8,4

-

des 0,9 (

65,5 -

0,1 (0,5 (

5,2

17,7

1,2 (

-0,5 (

cessório (16-49; LOUVEAU

e Melipon

de Abelha

se de Melipon12 ‐ Maringá               ISSN

ragonisca an

2

70,8

(I) 2,5

9,3

(O)

(D) 0,4

(O) 1,1(O) 1,8

(I) 3,3

(A) 1,1

(O)

8,3(O) 1,445%); I = póleUX et al. , 1978

nicultura

as sem Fer

nicultura,  – PR 

N: 2316‐7688

ngustula - CAmostras

2

8 (D) 69,

(O) 3,7

3 (I) 7,

-

- 0,2(O)

(O) 0,7(O) 2

3 (I) 5,

(O) 1,2

- 1,8

3 (I) 5,(O) 2,6

en isolado im8).

a

errão

Campo Mour

3

,7 (D) 69

7 (O) 4

,5 (I) 9

- 2

2 (O) -

7 (O) 12 (O)

,5 (I) 6

2 (O)

8 (O)

,1 (I) 76 (O) 0

mportante (3- 1

rão-PR.

4

9,1 (D)

4,1 (O)

9,1 (I)

2,7 (O)

- -

,3 (O) -

6,1 (I)

-

-

7,1 (I) 0,5 (O) 15%) O =

      

Página62

Page 69: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página63

Figura 1. Plantas utilizadas por Tetragonisca angustula, no câmpus da UTFPR- Universidade Tecnológica Federal do Paraná-Campo Mourão, com seus respectivos tipos polínicos.

As amostras não foram homogêneas com relação aos tipos polínicos dominantes e

acessórios, sugerindo que diferentes colônias podem apresentar preferência de coleta em

recursos alimentares diferentes. No entanto, outros estudos são necessários para verificar a

variação na preferência floral de colmeias instaladas no mesmo local. De acordo com

Nogueira-Neto (1997), T. angustula possui raio de vôo de cerca de 500m. Provavelmente o

raio de vôo explica a divergência dos tipos polínicos em diferentes estudos, uma vez que a

ocorrência dos tipos polínicos é influenciada pelas espécies nas proximidades das colmeias.

Conclusões

Dentre as floradas coletadas por T. angustula, apenas Ricinus communis, Schinus sp e

Ligustrum sp. apresentaram freqüências maiores que 10%. Comparando-se os dados com a

literatura, percebe-se que os recursos utilizados por esta espécie são bastante variados e

divergentes, o que pode estar relacionado ao seu pequeno raio de vôo, que leva esta abelha a

buscar recursos nas floradas mais próximas disponíveis.

Referências

BARTH OM. O pólen do mel brasileiro. Rio de Janeiro: Luxor, 1989. 226p.

ERDTMAN G. Pollen morphology and plant taxonomy- Angiosperms. Stockholm: Almqvist e Wiksel, 1952. 539 p.

LOUVEAUX, J.; MAURIZIO, A.; VORWOHL, G. Methods of melissopalynology. Bee World v. 59, p. 139-157, 1978.

NOGUEIRA-NETO, P. Vida e criação de abelhas indígenas sem ferrão. ed. única. São Paulo, 1997. 445 p.

Page 70: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página64

RAMALHO M AND KLEINERT-GIOVANNINI A. Some aspects of the utilization of pollen analysis in ecological research. Apidologie v. 17, p. 159-174, 1986.

Page 71: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página65

Programa de resgate e salvamento científico da melissofauna na região da Usina Hidrelétrica Mauá nos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira - PR

Diego Nunes1, Tatiana de Mello Damasco2, Lucas Ribeiro Jarduli3

1Engenheiro Florestal. E-mail: [email protected] 2Técnica em Meio Ambiente E-mail: [email protected] 3Mestre em Ciências Biológicas E-mail: [email protected]

Resumo

As abelhas nativas sem ferrão (Meliponina) são um grupo de abelhas sociais nativas do Brasil, por possuírem hábitos sociais, ou seja, viverem em ninhos permanentes que podem viver muitas décadas, são consideradas importantes e eficientes polinizadores da flora nativa. Estas abelhas geralmente habitam os ocos das árvores, apesar de também serem encontradas em outras cavidades pré-existentes e até mesmo ninhos externos construídos por elas mesmas.

Durante as atividades de supressão da vegetação para a limpeza da bacia de acumulação do reservatório da Usina Hidrelétrica (UHE) Mauá, espécimes deste grupo de animais, com importante papel ecológico nos ecossistemas, foram relocados da área, de maneira científica e sistemática, através do Programa de Resgate e Salvamento Científico da Melissofauna. Palavras-chave: Abelhas sem ferrão, resgate, usina hidrelétrica.

Abstract

The native stingless bees (Meliponina) are a group of social bees native to Brazil, by having social habits, or live in permanent nests that can live many decades, are considered important and efficient pollinators of native flora. These bees often inhabit hollow trees, although they are also found in other pre-existing cavities and even external nests built by themselves.

During the activities of the vegetation removal for cleaning the basin of the reservoir accumulation of HPP Mauá, specimens of this group of animals with important ecological role in ecosystems was relocated of that area, with scientific and systematic way, through the Scientific Rescue of Stingless Native Bees Program. Keywords: stingless bees, rescue, hydroelectric

Introdução

Atividades de supressão da vegetação, como as ocorridas atualmente em usinas hidrelétricas, acabam por eliminar abelhas nativas juntamente com as árvores que abrigam seus ninhos, desencadeando um desequilíbrio ecológico. A diminuição do número de colônias

Page 72: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página66

de uma área pode torná-las vulneráveis à endogamia, ou cruzamento de indivíduos aparentados. Nas abelhas sem ferrão, isto pode ocasionar a morte das colônias pela produção de machos diploides, conhecido por “efeito Yokoiama e Ney”. A fragmentação da floresta impede o fluxo gênico entre colônias diferentes na mesma área de reprodução acarretando que rainhas acasalem-se com machos aparentados. O resultado é a produção de 50% de indivíduos machos diploides. Assim, as colônias morrem gradualmente pela eliminação da rainha e por falta de abelhas operárias.

Material e Métodos

O resgate e salvamento científico da melissofauna foi realizado durante as atividades de supressão da vegetação para a limpeza da bacia de acumulação do reservatório da UHE - Mauá que se situa na porção média do rio Tibagi, sob as coordenadas 24º02’24” de latitude Sul e 50º41’33” de longitude Oeste, na divisa dos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira Paraná.

A equipe era composta de dois especialistas em abelhas nativas, sendo um deles o coordenador, três auxiliares de campo e um auxiliar do centro de triagem. Posteriormente houve ampliação da equipe devido ao aumento das frentes de supressão.

Nas atividades de campo eram utilizadas caminhonetes 4x4, que eram equipadas com materiais específicos para resgate de abelhas nativas sem ferrão, como por exemplo: cunhas de metal para rachar madeira, marreta, martelo, pregos grandes e médios, sugador de abelhas (aspirador entomológico), fita zebrada para marcação de ninhos, máquina fotográfica, aparelho GPS para marcação das coordenadas geográficas, ficha de campo, macacão completo de apicultor (no mínimo dois), máscara de apicultura (no mínimo duas), luvas de couro, cera alveolada, fita adesiva, caixa de plástico com tampa, e caixas de criação racional modelo Fernando Oliveira. Estas caixas eram utilizadas no caso de haver a necessidade de realizar uma transferência do ninho a ser resgatado, geralmente quando o tronco que o continha estava muito danificado e sem condições de oferecer proteção adequada ao enxame. Somente era realizada a transferência para caixas de criação racional em casos de extrema necessidade, como rachaduras irreparáveis que expunham demasiadamente os enxames neles contidos.

No centro de triagem, ou meliponário, realizavam-se revisões diárias dos enxames alojados em caixas racionais, anotando-se os dados em uma ficha. Era realizado o controle de inimigos naturais, como forídeos (Diptera), por exemplo, com a armadilha de vinagre, na qual utilizava-se vinagre de maçã, por ser o mais atrativo. Também eram removidas as aranhas, as formigas e as vespas ou quaisquer outros predadores que eram encontrados dentro ou nas proximidades das caixas racionais. Periodicamente estes enxames eram alimentados com xarope de água e açúcar cristal a 60% de diluição e, esporadicamente, com pólen apícola quando o ninho encontrava-se deficiente. Quando havia a disponibilidade de mel da própria espécie de abelha, o mesmo era fornecido. Os enxames alojados em troncos eram revisados apenas externamente para acompanhar seu desenvolvimento e recuperação e para verificar se havia presença de algum inimigo natural ou predador. Se constatado, o controle de predadores naturais era efetuado.

Page 73: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página67

Resultados e Discussão

De uma área desmatada de cerca 2900 hectares, foram resgatados 1.345 enxames de

abelhas sem ferrão pertencentes a 15 espécies e 11 gêneros. As quantidades resgatadas por espécie são: 17 de arapuá branco (Trigona fuscipennis), 10 de arapuá manso (Trigona fulviventris), 5 de boca-de-sapo (Partamona helleri), 148 de borá (Tetragona clavipes), 11 de iraí (Nannotrigona testaceicornis), 18 de irapuã (Trigona spinipes), 8 de iratim (Lestrimelitta rufipes), 232 de jataí (Tetragonisca angustula), 1 de mandaguari (Scaptotrigona postica), 185 de manduri (Melipona marginata), 420 de mirim droriana (Plebeia droryana), 141 de mirim guaçu (Plebeia remota), 42 de mirim preguiça (Friesella schrottkyi), 33 de mombucão (Cephalotrigona capitata) e 74 de tubuna (Scaptotrigona bipunctata).

A espécie conhecida popularmente na região por mombuca e, na literatura, como mombucão (Cephalotrigona capitata) consta na lista oficial do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) como ameaçada de extinção no Estado, na categoria vulnerável. Desta espécie foram resgatados 33 enxames, demonstrando haver na área condições ambientais favoráveis para a manutenção de populações viáveis desta espécie.

Para a destinação dos ninhos após o término do resgate, foram identificadas propriedades próximas das áreas de preservação permanente do futuro reservatório, com condições de abrigar enxames alojados em troncos, para reintrodução dos mesmos na natureza, com o único objetivo de conservação. Espera-se que, com o tempo, estes enxames proporcionem uma recolonização das áreas, pelo processo natural de enxameamento (reprodução onde parte do enxame matriz sai do ninho para fundar uma nova colônia).

Os interessados em receber os ninhos participaram de mini-curso de meliponicultura, ministrado pelos especialistas da equipe de resgate, onde receberam treinamento teórico e prático, e foram previamente cadastrados no Ibama, através do cadastro técnico federal – CTF, como criadores de fauna silvestre. Receberam os enxames: apicultores da Cooperativa de Apicultores e Meliponicultores Caminhos do Tibagi – Coocat (Telêmaco Borba – PR), apicultores da Associação Ortigueirense de Apicultores – Apomel (Ortigueira – PR), com o objetivo de desenvolver a meliponicultura (criação de abelhas nativas sem ferrão) em suas propriedades. Também receberam enxames, mas com o único objetivo de conservação e reintrodução na natureza, áreas cedidas pela empresa Klabin Produtos Florestais no Setor de Fitoterápicos (meliponário Lagoa) e na Klabin Parque Ecológico (criadouro conservacionista), ambas em Telêmaco Borba – PR, e a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN Monte Sinai, em Mauá da Serra – PR. Parte dos ninhos permaneceu na área do meliponário do horto das Caviúnas localizado próximo à barragem da UHE - Mauá, com o objetivo de conservação e polinização para aumento da produção de sementes de árvores nativas.

Está sendo realizado desde de junho de 2012, o monitoramento trimestral que fornecerá dados de adaptação dos ninhos às novas áreas, bem como sua taxa de sobrevivência. Até a presente data, foram realizadas duas campanhas para avaliação e assistência técnica aos receptores. Constatou-se que 75% dos enxames estão vivos e se desenvolvendo muito bem nos locais e condições em que foram dispostos.

Page 74: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página68

Conclusões

O desaparecimento das abelhas sem ferrão numa área causada por desmatamento pode implicar na extinção de algumas espécies de árvores que dependem da polinização cruzada de suas flores, causando um desequilíbrio nas populações destas espécies que são inter-relacionadas.

Assim, atividades de resgate e salvamento científico das abelhas nativas sem ferrão podem minimizar os impactos ambientais decorrentes de atividades de supressão da vegetação, para implantação de reservatórios de usinas hidrelétricas, contribuindo para que os polinizadores permaneçam na área do entorno do reservatório e mantendo um número mínimo de colônias na população intercruzante e a variabilidade genética na área de reprodução.

Agradecimentos

Ao Departamento de Biodiversidade da Companhia Paranaense de Energia – Copel e ao Consórcio Energético Cruzeiro do Sul pela permissão do uso dos dados obtidos durante o trabalho realizado no local.

Referências

KERR, W. E.; CARVALHO, G. A. & NASCIMENTO, V. A. Abelha uruçu: Biologia, Manejo e Conservação. Livre Patrocínio: Fundação Banco do Brasil e Universidade Federal de Uberlândia. Publicação 2 da Fundação Ancagau, Belo Horizonte (MG). 143p. 1996. MIKICH, S.B. & R.S. BÉRNILS. 2004. Livro da Fauna Ameaçada no Estado do Paraná. Curitiba: Instituto Ambiental do Paraná. 763 p. NOGUEIRA-NETO, Paulo. Criação de Abelhas Indígenas Sem Ferrão. São Paulo: Chácara e Quintais, 1953.

Page 75: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página69

Uso da termografia infravermelha na avaliação do ambiente interno de colônias de abelhas sem ferrão

Heber Luiz Pereira1,Tânia Patrícia Schafaschek1, Rafael Eduardo Pérez Cárdenas2, Priscilla Ayleen Bustos Mac-Lean3, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo3

1Discente doPrograma de Pós-Graduação em Zootecnia, Universidade Estadual de Maringá.Email: [email protected]

2Discente de Zootecnia. Universidad Nacional de Colombia.

3Profª. do Departamento de Zootecnia/Universidade Estadual de Maringá – UEM.

Resumo

Este trabalho teve como objetivo mostrar a utilização da termografia infravermelha como uma ferramenta para futuros estudos sobre a capacidade de termorregulação e controle da temperatura interna de colônias de abelhas sem ferrão. O trabalho foi realizado na Fazenda Experimental de Iguatemi, pertencente à Universidade Estadual de Maringá, na manhã de 26 de outubro de 2012. Para os registros fotográficos utilizou-se a câmera termográfica da marca Fluke® Ti110 e as imagens foram avaliadas no programa Smartview 3.2 da mesma marca. Foram fotografadas áreas com ninhos em caixas abertas de diferentes espécies: Tetragonisca angustula, Plebeia remota, Scaptotrigona bipunctata, e uma colmeia de observação de Apis mellifera.Com as observações realizadas pode-se concluir que a câmera termográfica é uma ferramenta eficiente para a avaliação da temperatura de diferentes regiões das colônias de abelhas, propiciando novas alternativas de estudos da capacidade termorregulatória dessas espécies.

Palavras-chave: abelhas nativas, termografia, termorregulação

Abstract

This study aimed to show the use of infrared thermography as a tool for future studies on thermoregulation and the ability to control the internal temperature of the colony. The study was conducted at the Iguatemi Experimental Farm, owned by the State University of Maringá, in the morning of October 26, 2012. The electronic equipmentused was a thermographic camera brand Fluke ® Ti110 and images were evaluated in the program Smartview 3.2 of the same company. Nests were photographed on open boxes with different species: Tetragonisca angustula, Plebeia remota, Scaptotrigona bipunctata, and an observation hive of Apis mellifera. With the observations we can conclude that the thermographic camera is a powerful tool for assessing the temperature of different regions on

Page 76: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página70

bee colonies, providing new alternatives for studies of thermoregulatory capacity of these species.

Key words: thermography, thermoregulatory capacity, native bees

Introdução

As abelhas sem ferrão nativas do Brasil pertencem à superfamília Apoidea que é subdividida em 8 famílias: Colletidae, Andrenidae, Oxaeidae, Halictidae, Melittidae, Megachilidae, Anthophoridae e Apidae. Os Apidae se subdividem em quatro subfamílias: Apinae, Meliponinae, Bombinae e Euglossinae. Os Meliponinae, por sua vez, se dividem em duas tribos: Meliponini e Trigonini, Kerr et al. (1996).A maior parte das espécies de Meliponini depende de árvores vivas para construção dos ninhos (Nogueira-Neto, 1970; Roubik, 2006), os desmatamentos e a fragmentação de habitats têm sido apontados como importantes causas da diminuição das populações de abelhas nativas,pois a sobrevivência dessas abelhas depende também de recursos florais para a alimentação e de locais adequados para a nidificação (Roubik, 2006).A sua criação constitui a MELIPONICULTURA, palavra usada pela primeira vez no livro do Dr. Paulo Nogueira-Neto de 1953, esta atividade consiste no uso de caixas racionais que devem simular as condições que teriam em um local natural de nidificação.Os insetos sociais são capazes de manter a temperatura dos ninhos dentro deu ma faixa “adequada” (zona de equilíbrio térmico) para seu desenvolvimento. Esse mecanismo de regulação da temperatura é realizado pelas abelhas sem ferrão passivamente, por meio de adaptações estruturais em determinadas espécies, como um invólucro que envolve a área de cria e o escutelo que envolve o ninho, formando assim camadas de isolação térmica.

A termografia segundo o dicionário médico Dorlands vem das palavras latinas “calor” y “escrever”, e é definida como: “uma técnica não invasiva que mede as emissões infravermelhas (temperatura) da superfície de um objeto, produzindo uma representação gráfica da temperatura”. Avaliar parâmetros fisiológicos de animais, em ambientes tropicais, é de fundamental importância e é uma forma direta para se maximizar a eficiência fisiológica e econômica da exploração. O uso da câmera termográfica como alternativa de avaliação aos parâmetros fisiológicos dos animais de produção é um método menos invasivo, algumas formas de avaliação e manejo acabam levando o animal a um estresse acentuado pela intervenção humana (Bustos Mac-Lean, 2012). Desta forma este trabalho teve como objetivo mostrar a utilização da termografia infravermelha como uma ferramenta para futuros estudos sobre a capacidade de termorregulação e controle da temperatura interna de colônias de abelhas sem ferrão.

Page 77: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página71

Materiais e Métodos

O trabalho foi realizado na Fazenda Experimental de Iguatemi, pertencente a

Universidade Estadual de Maringá, na manha de 26 de outubro de 2012. Para os registros fotográficos utilizou-se a câmera termográfica da marca Fluke® Ti 110 e as imagens foram avaliadas no programa Smartview 3.2 da mesma empresa.

Para a avaliação das imagens, foram fotografadas área de ninhos de caixas abertas de diferentes espécies: Tetragonisca angustula, Plebeia remota, Scaptotrigona bipunctata, e uma colmeia de observação de Apis mellifera, como mostradas nas Figuras 1, 2, 3 e 4.

Figura 1. Jataí (Tetragonisca 

angustula) Figura 2. Mirim (Plebeia remota) 

Figura 3. Tubuna (Scaptotrigona bipunctata)  Figura 4. Apis mellifera 

Page 78: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página72

Resultados e Discussão

O uso da câmera termográfica permitiu o registro das temperaturas máxima, mínima e média no

interior dos diferentes tipos de colmeia. Os valores de temperatura são apresentados na tabela 1.

Tabela 1: Temperaturas máxima, mínima e média em ºC registradas com a utilização de câmera termográfica em colmeia horizontal de Jataí (Tetragoniscaangustula), colmeia vertical de Mirim (Plebeia remota) e Tubuna (Scaptotrigonabipunctata) e colmeia de observação de Apismellifera, em outubro de 2012, Maringá, PR.

Colmeia Temp.

máxima (ºC) Temp.

mímina (ºC) Temp.

média (ºC)

Jataí (Tetragoniscaangustula)

- colmeia horizontal 27,9 25,1 26,7

Mirim (Plebeia remota)

- colmeia vertical 29,5 25,8 27,4

Tubuna (Scaptotrigonabipunctata) - colmeia vertical

31,1 26,9 29,3

Apismellifera

- colmeia de observação 32,5 28,5 31,5

Utilizando data loggers, Roldão et al. (2009) encontrou temperaturas entre 30,2 e 31,4°C na

área de cria de Meliponascutellaris.

A utilização da termofotografia é um método não invasivo para a mensuração da temperatura

interna das colônias, reproduzindo com fidelidade as condições do ninho.

Page 79: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página73

Conclusões

Com as observações realizadas pode-se concluir que a câmera termográfica é uma ferramenta eficiente para a avaliação da temperatura de diferentes regiões das colônias de abelhas, propiciando novas alternativas de estudos da capacidade termorregulatória dessas espécies.

Agradecimentos

Agradecemos a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelas bolsas de estudo concedidas.

Referências

KERR, W.E.; CARVALHO, G.A.; NASCIMENTO, V.A. Abelha Uruçu: Biologia, Manejo e Conservação. 2.ed. Coleção Manejo da vida silvestre – Belo Horizonte-MG : Acangaú, 1996. 144 p. BUSTOS MAC-LEAN, P.A.B. Programa de suplementação de luz e relações entre variáveis fisiológicas e termográficas de bezerros em aleitamento em clima quente. 2012. 103f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade de São Paulo, Pirassununga. NOGUEIRA-NETO, P. A criação de abelhas indígenas sem ferrão (Meliponinae). 2ª. ed.Tecnapis, 1970. 365p. ROLDÃO, Y. S., HRNCIR, M., ZUCCHI, R.(2009) Investigações sobre a termorregulação em abelhas sem ferrão,Melipona scutellaris (Apidae, Meliponini). In Resumos do XXVII Encontro Anual de Etologia, Bonito - MS, Brazil,CD-ROM. ROUBIK, D.Stingless bee nesting biology.Apidologie, v.37, p.124-143,2006. SILVA, R. G. Biofísica ambiental – os animais e seu ambiente. Jaboticabal: Funep, 2008. 326 p.

Page 80: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

  VI Seminário Paranaense de Meliponicultura

Criação Sustentável e Conservação de Abelhas sem Ferrão  

      

  

Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura,  16 e 17 de novembro de 2012 ‐ Maringá – PR 

www.dzo.uem.br/melipo6                               ISSN: 2316‐7688 

Página74

Produção in vitro de rainhas e multiplicação de colônias de abelhas sem ferrão

Mauro Prato

Laboratório de Biologia e Genética de Abelhas, Depto. de Genética da FMRP-USP. Av. Bandeirantes 3900.

Monte Alegre. Ribeirão Preto- S.P. CEP: 14049-900, [email protected]

A meliponicultura avançou bastante nos últimos anos, com isso, além da produção de mel,

novas demandas têm surgido, como o uso na polinização de culturas agrícolas. A principal

limitação para a utilização comercial desses polinizadores é a dificuldade de produção de

colônias em larga escala, o que é prejudicado pelo pouco conhecimento sobre a biologia

reprodutiva dessas abelhas. Nas abelhas indígenas sem ferrão (exceto gênero Melipona) a

quantidade de alimento ingerido pelas larvas fêmeas é o fator responsável pela diferenciação

das castas, pois as larvas que se tornarão rainhas ingerem mais alimento que as larvas de

operárias, não havendo diferença qualitativa entre o alimento fornecido a ambas as castas.

Assim, oferecendo maior quantidade de alimento às larvas de operárias, podemos induzir seu

desenvolvimento em rainhas, técnica conhecida como produção in vitro de rainhas que junto

com a formação de mini-colônias podem ser utilizadas como ferramentas para tornar a

multiplicação de colônias de abelhas sem ferrão mais eficiente e produtiva.

Palavras chave: abelhas sem ferrão, produção in vitro de rainhas, determinação de castas,

multiplicação de colônias.

Page 81: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

Página75

Apoio: 

 

Amanda Camila de Oliveira Poppi 

André Luiz Seccatto Garcia 

Caio Leonardo Stem Menocci 

Djanety Batista Araújo 

Douglas Galhardo 

Eduardo Carvalho de Aquino 

Erica TravainiGrecco 

Ferenc Istvan Bankuti 

Fernando Hiroshi Kurozawa Junior 

Gustavo Henrique de Araújo 

Isabela Ferreira Leal 

Jaqueline de Souza Horugel 

Karla Mariana Mateus Bioni 

Marcos Leandro Batista 

Melina Franco Coradini 

Murilo Monteiro 

Pamela Roberta de Souza 

Paola Casagrande 

Page 82: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

Página76

Priscila Martins Ribeiro 

Rafael Eduardo Pérez Cárdenas 

Renata Pavan de Souza 

Ricardo Gomes Petrucci 

Taisa Kesi Campos 

Tânia Patrícia Schafaschek 

Vinicius D. Vieira da Costa 

 

 

Agradecimentos: 

 

Anna Christina Esper Amaro de Faria 

Djanety Batista Araújo 

Ferenc Istvan Bankuti 

Rodrigo Horvath Meneguzzi 

Silvio Magalhães Barros 

Tânia Patrícia Schafaschek 

Thaysa Mazzo Mura 

 

 

 

Page 83: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

 

 

 

 

RRealizaçã

 

 

 

 

 

ão: 

 

Página77

Page 84: Anais do VI Seminário Paranaense de Meliponicultura · Simone Aparecida dos Santos, Vagner de Alencar Arnaut de Toledo, Maria ... Diego Nunes, Tatiana de Mello Damasco, Lucas Ribeiro

 

Página78

Patrocinadores: