UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
CURSO DE PSICOLOGIA
Kezia Cristina Sicutti
ESTUDOS SOBRE DEFICIENCIA AUDITIVA E SURDEZ NA AREA DE PSICOLOGIA:
REVISÃO DE LITERATURA COM BASE NO BANCO DE DADOS DA SCIENTIFIC
ELETRONIC LIBRARY ONLINE (SCIELO) E DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE - PSICOLOGIA (BVS PSI)
Governador Valadares/MG
2011
1
Kezia Cristina Sicutti
ESTUDOS SOBRE DEFICIENCIA AUDITIVA E SURDEZ NA AREA DE PSICOLOGIA:
REVISÃO DE LITERATURA COM BASE NO BANCO DE DADOS DA SCIENTIFIC
ELETRONIC LIBRARY ONLINE (SCIELO) E DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE - PSICOLOGIA (BVS PSI)
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Habilitação em Psicologia, do curso de Psicologia, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Vale do Rio Doce. Orientador: MSc: João Carlos Muniz Martinelli
Governador Valadares
2011
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Kezia Cristina Sicutti
ESTUDOS SOBRE DEFICIENCIA AUDITIVA E SURDEZ NA AREA DE PSICOLOGIA:
REVISÃO DE LITERATURA COM BASE NO BANCO DE DADOS DA SCIENTIFIC
ELETRONIC LIBRARY ONLINE (SCIELO) E DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE - PSICOLOGIA (BVS PSI)
Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Habilitação em Psicologia, do curso de Psicologia, da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, da Universidade Vale do Rio Doce.
Governador Valadares, ___ de ____________ de _____.
Banca examinadora:
_____________________________________________________________ Prof. MSc:João Carlos Muniz Martinelli -Orientador
Universidade Vale do Rio Doce
____________________________________________ Prof. MSc: Adelice Jaqueline Bicalho
Universidade Vale do Rio Doce
_______________________________________________ Prof: MSc:Adilson Rodrigues Coelho
Universidade Vale do Rio Doce
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Dedicatória
Ao meu núcleo família, formado por pais, irmãos e
sobrinhos e verdadeiros amigos. A existência
suprema de um Deus, na qual acredito que faz parte
de minha vida.
4
Agradecimentos
É com muita felicidade que registro uma grande vitória em minha vida.
Neste período, cronologicamente de cinco anos, obtive diversas mudanças
(amorosas e dolorosas), momentos preciosos que são razões para tornar-me
quem sou. Numa constante transformação, destruindo alguns mundos e
construindo outros; pude crescer, amadurecer e ser uma pessoa em busca de
objetivos ascendentes.
Muitas foram as pessoas que contribuíram significativamente para
consolidar este processo. Primeiramente agradeço aos meus professores que
são as principais pessoas que tiveram significativa importância em minha
formação profissional. Sendo que algumas referências profissionais, tornaram-
se amizades carinhosas e respeitosas. Obrigada por todo aprendizado,
Adelice, Adilson, Carminha, Carlos Alberto, Cristina Caetano, Iolanda, Kely
Prata, Luciana Sabino, Luciana Assunção, Luis Carlos N., Mario, Maria Luiza,
Marco Antonio, Tandrécia, Jorio, Solange, Omar, Waltinho,
De modo especial aos amigos que foram meu apoio em momentos mais
desafiadores e, muitas vezes, desesperador. Obrigada por fazer parte da
minha vida meus amigos: Nayla, Luanna, Rildo e Mauricio, obrigados por
acrescentarem em minha vida novos sentidos de crescimento, por acreditarem
em meu potencial, em momentos mais preciosos. Aos colegas do núcleo
ACPC, que tanto me ajudaram nas situações em que mais precisei de ajuda,
obrigada a Fabiana, Franciano, Sonia, Galdina.
Ao ilustre mestre João Carlos, por quem tenho muita admiração.
Obrigada pelos ensinamentos, orientações, desorientações e todos os
aprendizados que obtive até mesmos nas conversas informais, nos bastidores
cotidianos, nas risadas, piadas, lágrimas, nas exigências cada vez mais
exigentes. Obrigada pela compreensão de meus limites, sensibilidade,
fragilidade, mas também pelo reforço de reconhecimento de minhas forças
acertos, superações e conquistas (mesmo que simples). Neste longo processo,
obtivemos juntos muitos aprendizados, e sinto-me satisfeita com todo o
resultado de nosso trabalho, e confiante em apostar em outros desafios, pois
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tenho segurança na base sólida que construímos. Guardarei com carinho as
palavras que sempre ouvi em momentos em que me encontrava desorientada:
“não é preciso simplesmente fazer, mas saber o que se está fazendo”. Aprendi
a questionar mais, em ter um olhar sutilmente curioso, para não contentar com
o que já se sabe, e sempre buscar conhecimento cientifico para
conseqüentemente poder agir, pois não basta ter a ferramenta, é necessário
competência para saber usá-la. Sou infinitamente grata por tudo.
São inúmeros os momentos inesquecíveis, principalmente aqueles
compartilhados com a minha família. Sou eternamente grata a meus pais, as
minhas maninhas e ao meu querido irmão por todo o apoio, carinho e
dedicação. Vocês são grandes responsáveis por esta conquista, não se traduz
em palavras o amor que tenho por vocês. E aos meus filhotes do coração:
Maria Rita, Luis Fernando, Emanuel e Raul, amo muito vocês. E tudo o que sou
de modo particular, agradeço a Deus pela constante companhia em cada
instante de minha vida
Muito obrigado a todos!
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Resumo
O presente trabalho versara sobre um estudo realizado cuja temática diz respeito à deficiência auditiva e as contribuições da psicologia para sujeitos que apresentam este tipo de deficiência. Busca-se identificar a conceituação sobre deficiência auditiva e descrever as principais diferenças apresentadas nos níveis de comprometimento da surdez, denominadas como: surdez leve, moderada, severa e profunda; bem como explanar as principais Leis que asseguram os direitos humanos e cívicos dos surdos e as possíveis contribuições da psicologia para este público. O objetivo baseia-se em analisar estudos nacionais sobre deficiência auditiva na área de psicologia. Para coleta dos dados utilizou-se como fonte de pesquisa, publicações em psicologia disponíveis na base de dados das bibliotecas virtuais SCIELO e BVS PSI, a partir das palavras-chaves: deficiência auditiva, surdez, surdo. Os resultados apresentam dados metodológicos obtidos em 35 periódicos de psicologia. A analise dos dados baseiam-se em descrever as variáveis relativas à identificação do artigo, os dados do método e os dados referente à submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa. Ao longo do trabalho, percebeu-se que a terminologia sobre deficiência associa-se as questões da alteração da funcionalidade fisiológica, que causa no individuo limitações que pode interferir conseqüentemente nas questões emocionais, cognitivas e sociais. Conclui-se que as contribuições cientificas sobre deficiência auditiva apresenta-se com maior freqüência nos estudos sobre educação, mesmo sendo artigos publicados em revistas de psicologia.
Palavras-chave: Deficiência auditiva. Surdez. Surdo. Psicologia.
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Abstract
This paper will focus on a study whose subject matter relates to hearing loss and the psychology of contrition for individuals who have this type of disability. The aim is to identify the conceptualization of hearing and describe the major differences in the levels of commitment shown deafness, known as deafness, mild, moderate, severe and profound and explain the main laws that ensure human and civil rights of deaf and the possible contributions of psychology to this audience.The goal is based on analyzing national studies on hearing in the field of psychology. The data collection was used as a source of research, publications in psychology available in the database of virtual libraries and VHL SCIELO PSI, as of keywords: hearing loss, deafness, deaf. The results have methodological data obtained in 35 psychology journals. The analysis is based on the describe the variables relating to the identification of the article, the data of the method and data relating to the submission to the Ethics Committee in Research. Throughout the work, it was noted that the terminology on disabilit yissues associated with the change in physiological function, which causes the individual limitations may therefore interfere with the emotional issues, cognitive and social. It is noticed that the scientific contributions on hearing impairment presents more frequently in studies of education, even though articles published in journals of psychology.
Keywords: Hearing impairment. Deafness. Deaf. Psychology.
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LISTA DE TABELAS
Quadro 1: Descrição das publicações, ano, autor (es) e periódico
36
Tabela 1: Distribuição da freqüência de autores e número de autores por artigo
39
Tabela 2: Distribuição da freqüência de periódicos onde foram publicados os artigos
40
Tabela 3: Distribuição das instituições e regiões de origem dos autores
41
Tabela 4: Distribuição das variáveis relativa a área de conhecimento da Pesquisa
42
Quadro 2: Distribuição das variáveis quanto ao objetivo dos artigos referente ao tema e classificação de cada objetivo
44
Tabela 5: Distribuição das variáveis relativa ao tipo de pesquisa utilizado
46
Tabela 6: Distribuição das variáveis relativas à faixa etária dos participantes da pesquisa
47
Tabela 7: Distribuição das variáveis relativa aos sujeitos da pesquisa
48
Tabela 8: Distribuição das variáveis relativa ao sujeito surdo/ouvinte quanto a escolaridade
49
Tabela 9: Distribuição das variáveis relativas à classificação do instrumento utilizado na pesquisa
50
Tabela 10 Distribuição das variáveis relativas ao local de coleta da pesquisa 51
Quadro 3: Distribuição das variáveis relativas ao uso do interprete de libras.
52
Tabela 11: Distribuição das variáveis relativas à aprovação da pesquisa pelo comitê de ética
54
9
LISTA DE GRÀFICOS
Gráfico 1: Distribuição da freqüência de publicações, conforme o ano 39
Gráfico 2: Distribuição das variáveis relativas à metodologia 43
Gráfico 3: Distribuição das variáveis relativas a metodologia 43
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Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11 2.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA .......................... 13 2.1.1 Classificação das deficiências auditivas .................................................. 16 2.1.1.1 Etiologia da surdez ............................................................................... 19
2.1.1.1.1. Epidemiologia ................................................................................... 20 3 AS PRINCIPAIS LEIS DESTINADAS AO PÚBLICO DOS DEFICIENTES AUDITIVOS E SURDOS ......................................................................................... 21 3.1 LEI REFERENTE À FUNÇÃO DO INTERPRETE DE LIBRAS .................. 25 3.1.1 Lei do interprete como profissão ............................................................. 26 4 DESTAQUES DA PSICOLOGIA NA ÁREA DA SURDEZ: RELEVANTES CONTRIBUIÇÕES NO CONTEXTO ESCOLAR. ................................................. 27 5 OBJETIVO ............................................................................................................. 32 5.1Objetivo geral .............................................................................................. 32 5.2 Objetivos específicos.................................................................................. 32 6 MÉTODO ............................................................................................................... 33 6.1 FONTES DOS ARTIGOS ........................................................................... 33 6.2 Procedimento ............................................................................................. 33 7 RESULTADOS ...................................................................................................... 35 7.1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ........................................................................ 35 7.1.1 DADOS DO MÉTODO ................................................................................... 42 8 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 54 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 63 10 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 66 ANEXO ...................................................................................................................... 75
11
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho versa sobre um estudo realizado sobre deficiência
auditiva na área de psicologia em artigos publicados no banco de dados da
scientific eletronic library online (scielo) e da BVS PSI.
Buscou-se, neste sentido, caracterizar as diferenças da deficiência
auditiva baseado nos comprometimentos do comportamento do sujeito surdo
bem como as restrições sociais, cognitivas e emocionais em decorrência da
surdez. Souza e Macedo (2002 p.9) dizem que “as barreiras humanas e sociais
impõe-lhes restrições social ao exercício da cidadania plena, de uma vida
digna, participativa”.
Ao longo da revisão de literatura, explana-se sobre a definição e
conceito de deficiência auditiva e surdez baseado em descrições de diversos
autores. Tais conceituações dizem respeito ao funcionamento da estrutura
fisiológica, atreladas as características das restrições comunicativas, bem
como as diferenciações da etiologia da surdez e a epidemiologia a nível
nacional. Apresenta em seguida as principais Leis destinadas ao público dos
deficientes auditivos e surdos que foram marcantes desde 1989 a 2010.
Neste capitulo aborda-se sobre os direitos legislativos destinados ao
público que tem algum tipo de deficiência auditiva observa-se que as leis
destinadas a pessoas surdas, podem ser consideradas recentes, visto que a
partir do governo do presidente da republica Jose Sarney, em 1989 com o
surgimento da percebe-se que os próximos representantes do governo, trazem
novas leis assegurando cada vez mais os direitos cívicos do sujeito surdo em
diversos espaços sociais (em empresas; nos serviços públicos de assistência à
saúde pública, e principalmente nos ambientes escolares) como forma de
assegurar o direito de inclusão social. Observa-se que os direitos de cidadãos
surdos foram evoluindo e ganhando espaços cada vez mais amplos; destaca-
se o reconhecimento da língua própria utilizada por pessoas surdas- libras-, e a
atuação do interprete de libras reconhecida como profissão.
No quanto capitulo, apresentam-se as contribuições da área de
psicologia às questões relativas à surdez, senso que as maiores contribuições
da literatura neste âmbito, respaldam-se nos contextos escolares. A maior
12
parte dos artigos analisados é de caráter educacional, sendo que o publico de
maior interesse nestas investigações foram crianças de instituições publicas.
Percebe-se que nestes espaços educacionais que os sujeitos surdos deparam-
se com as questões que possivelmente irão enfrentar ao longo da vida em
outros espaços sociais.
Neste sentido, Santana (2010 p.1) afirma que “a educação inclusiva faz
parte de um sistema [...] em transformação, condutor da sociedade”. A partir
das analises realizadas neste estudo, (assim como cita Santana 2010)
pretende-se também neste estudo propor novas perspectivas capaz de
promover novas investigações cientificas, principalmente na área de psicologia
bem como buscar novas perspectivas de se compreender o sujeito surdo
pertencentes a um universo, cultura, linguagem particular em convívio num
mundo, por exemplo, de sujeitos ouvintes com outras construções individuais e
sociais.
13
2 CONCEITO DE DEFICIÊNCIA E DEFICIÊNCIA AUDITIVA REVISÃO DE LITERATURA
2.1 CONCEITO E DEFINIÇÃO DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Segundo Manual de Legislação em Saúde da Pessoa com Deficiência
(2006, p. 10), o termo deficiência baseia-se em toda anormalidade fisiológica
que ocasione incapacidade no comportamento humano ao realizar uma
atividade ou no ato de desempenhar um papel.
“[...] toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica; a incapacidade como toda restrição ou falta – devida a uma deficiência – da capacidade de realizar uma atividade na forma ou na medida em que se considera normal para um ser humano; e a desvantagem como uma situação prejudicial para um determinado indivíduo, em conseqüência de uma deficiência ou uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de um papel [...]”
Encontra-se no Ministério da Educação (2005) descrições sobre os tipos
de deficiência, sendo que para cada uma delas há um tipo de características
conforme as particularidades conceituais de cada uma delas: são elas: paralisia
cerebral, deficiência mental, deficiência visual, deficiência auditiva, deficiências
múltiplas (quando há mais de uma deficiência constatada).
Com relação ao indivíduo que apresenta deficiência, O Ministério da
Educação (2005) diz que, o sujeito com deficiência apresenta características de
perda permanente ou não ao que se refere a estruturas de nível biológico,
psicológico ou mental. “Considera-se Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) aquela que apresenta, em caráter permanente, perdas ou reduções de sua estrutura, ou função anatômica, fisiológica, psicológica ou mental, que gerem incapacidade para certas atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.
FARIA E BUCHALLA (2005, p.187), relaciona o funcionamento orgânico,
como aquele que define as funções do sistema orgânico (fisiológico e
psicológico), e descreve: “As funções do corpo são definidas como as funções fisiológicas e psicológicas dos sistemas do corpo. As estruturas são definidas como as partes anatômicas do corpo, como os órgãos e seus componentes”.
De acordo as autoras FARIAS E BUCHALLA (2005), encontra-se a
seguinte conceituação:
14
“[...] (deficiência) é descrita como as anormalidades nos órgãos e sistemas e nas estruturas do corpo; [...] (incapacidade) é caracterizada como as conseqüências da deficiência do ponto de vista do rendimento funcional, ou seja, no desempenho das atividades; [...] (desvantagem) reflete a adaptação do indivíduo ao meio ambiente resultante da deficiência e incapacidade”. (p.189)
De acordo com Sá (2006) apud Gomes e Bonfim (2009) a surdez é
caracterizada como um déficit que dificulta ao sujeito a percepção dos
processos auditivos e este fato pode ocasionar o impedimento da língua oral.
Para o autor as pessoas com deficiência auditiva, devem utilizar outras formas
de comunicação o que implica em estratégias cognitivas, e manifestações
culturais das demais pessoas ouvintes.
“[...] uma pessoa surda pode ser definida como aquela que vivencia um déficit de audição que o impede de adquirir, de maneira natural, a língua oral/auditiva usada pela comunidade majoritária e que constrói sua identidade calcada principalmente nesta diferença, utilizando-se de estratégias cognitivas e de manifestações comportamentais e culturais diferentes da maioria das pessoas que ouvem [...]”. (GOMES E BONFIM, 2009, p.19)
GOMES E BONFIM (2009) descrevem sobre etiologia da surdez como a
decorrência de fatores congênitos e adquiridos. Para esses conceitos
apresenta-se a seguinte explicação:
“[...] Ela pode ser congênita (quando o individuo já nasce surdo, neste caso a surdez é caracterizada como pré-lingual, ou seja, ocorreu antes da aquisição da linguagem) ou pode ser adquirida (quando o individuo perde a audição no decorrer da sua vida e dependendo do momento em que essa perda ocorra pode ser pré-lingual ou pós-lingual,que ocorre depois da aquisição da linguagem).” (GOMES E BONFIM, 2009, p.19)
RUSSO et al. (2009, p. 287) considera que a deficiência auditiva está
relacionada à falta de apreensão sonora que, por conseguinte, causa
dificuldade do sujeito no processo de comunicação, e descreve:
“Uma das mais importantes implicações da deficiência auditiva está relacionada às dificuldades na percepção dos sons de fala, comprometendo a sua inteligibilidade e o processo de comunicação de seu portador [...]”.
A deficiência auditiva, de acordo com Isaac e Manfredi (2005 p.235), “[...]
é definida como uma diminuição da acuidade auditiva na qual há um desvio ou
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mudança das estruturas ou da função auditiva, situando-se fora dos limites da
normalidade”.
De acordo com Lane (1984) apud Yue (2010, p.12), a surdez pode ser
definida sob três diferentes modelos: O primeiro modelo é caracterizado pela
autora como modelo médico. E neste modelo considera-se a surdez: “[...] como uma patologia ou déficit biológico, um comprometimento sensorial que dá origem a uma deficiência ou desvantagem sociais, educacionais e lingüísticas. De acordo esse modelo, a surdez, ou deficiência, deve ser atenuada ou corrigida e para isso deve ser diagnosticada mais precocemente possível com o objetivo de se realizar um trabalho de reabilitação.
Carvalho (2000) apud Yue , (2010, p.12) acrescenta ainda que: “Neste modelo, a surdez é tida como incapacidade, ou uma falha que deve ser superada. A pessoa com deficiência de audição deve então se sujeitar a processos de normalização e reabilitação [...]. A tentativa de normalizar o surdo e torná-lo próximo do ouvinte tentando apagar sua diferença, se mostrou insuficiente e danosa a vida psíquica do sujeito surdo [...]”.
O segundo modelo é caracterizado como socioantropológico, baseado
nas contribuições dos autores Skiliar (1998); Moura (2000) e Lane (2005).
Conforme a autora YUE (2010, p.12) os descrevem: “[...] o surdo é considerado um individuo pertencente a uma comunidade lingüística minoritária que, diferentemente da majoritária, utiliza a língua de sinais [...] neste modelo a surdez não e uma deficiência [...] é vista em seus diferentes aspectos sociais lingüísticos e culturais.[...] as práticas baseadas no modelo socioantropologico valorizam a utilização da língua de sinais como língua natural do surdo [...] e reconhecem que o individuo surdo obtém informações principalmente por meio da visão”.
O terceiro modelo é denominado biopsicossocial, que é entendido pela
autora YUE (2010, p.12) como aquele que
“Surgiu a partir de uma mudança proposta pela Organização Mundial De Saúde , em 2001, na classificação do internacional classification of ,disabilit and Health (ICF) com o objetivo de unir o modelo medico ao social Esse modelo incorpora três dimensões: a biomédica, a psicológica (dimensão individual) e social [...] a surdez e vista como uma deficiência e ao mesmo tempo,os aspectos culturais e lingüísticos da comunidade são reconhecidas [...] porem o modelo de déficit desta proposta ainda prevalece [...] os surdos [...] são considerados deficientes com necessidade de reabilitação”.
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Brasil (1995) apud DIAS (2006, p.21), caracteriza a surdez como:a
redução da funcionalidade de perceber com nitidez os sons. Caracteriza-se o
portador de deficiência de acordo com o fato ocorrido, em outras palavras, se a
redução da capacidade de ouvir decorreu antes ou após do individuo obter
aquisição lingüística. “A Surdez é resultado da perda, maior ou menor, da capacidade de percepção normal dos sons. Verifica-se a existência de vários tipos de portadores de deficiência auditiva, de acordo com a época em que a mesma ocorreu (se antes ou após a aquisição da língua oral), de acordo com os diferentes graus de perda da audição, de acordo com a causa, etc.”
A deficiência auditiva, de acordo com Isaac e Manfredi (2005, p.235), é
“[...] definida como uma diminuição da acuidade auditiva na qual há um desvio
ou mudança das estruturas ou da função auditiva, situando-se fora dos limites
da normalidade”.
Percebe-se que, o termo deficiência geralmente está diretamente
relacionado a alguma alteração das funções biológicas ou fisiológicas em que
ocasione para o indivíduo algum tipo de comprometimento em certas
atividades. Neste sentido, o comprometimento físico, apresentado na forma de
uma deficiência requer ao sujeito algum tipo de atendimento especializado ou
diferenciado.
De acordo com SILVA (2008, p.5), o termo deficiência auditiva
caracteriza-se não só pela diminuição da percepção sonora, mas acrescenta
que para considerar que sujeito seja surdo, a audição não deve ter
funcionalidade em sua vida, “[...] diminuição da capacidade de percepção
normal dos sons, considera-se surdo aquele sujeito cuja audição não é
funcional na vida [...]”.
2.1.1 Classificação das deficiências auditivas
Encontram-se diferentes classificações sobre deficiência auditiva como
são encontrados nas pesquisas de Isaac e Manfredi (2005), Russo (2009),
Zampronio (2009), e outros, e essas se relacionam ou ao termo surdez ou
como uma categorização sobre perda auditiva, relativa às variações quanto ao
grau.
17
Para RUSSO et al. (2009, p. 287) não há consenso no Brasil sobre qual
classificação seguir. Conforme o autor, o Brasil é considerado um país em que
há contradições para se definir um tipo adequado de classificação sobre
surdez. “[...] no Brasil, ainda existem divergências sobre qual seria a classificação mais adequada. A classificação de grau de perda mais comumente empregada em nosso meio foi proposta em 1970, e leva em consideração a média dos limiares tonais obtidos para as freqüências de 500, 1000 e 2000 Hz1[...]”.
Contudo, relacionar as definições sobre os deficientes auditivos e surdos
puramente em termos de medidas de freqüência em Hertz, não especifica a
relevância sobre os aspectos comportamentais que possa ocorrer na vida do
sujeito e nos hipotéticos atributos negativos refletidos na sociedade. Portanto, é
necessário não só a descrição sobre as conceituações, mas também entender
os diferentes tipos de deficiência e suas implicações na vida do sujeito.
Conforme O Ministério da Educação referente à deficiência auditiva, esta
inclui disacusias (perda de audição) leves, moderadas, severas e profundas e
são assim classificadas: perda moderada; perda severa e perda profunda
(MINISTERIO DA EDUCAÇÃO, 2005).
Nascimento e Santos (2007): apud Gomes e Bonfim (2009) apresenta
diferentes tipos de surdez classificando-as como surdez leve, surdez
moderada, severa e profunda sendo que para cada uma dessas categorias há
descrições de acordo com suas características especificas. A surdez leve
compreende características como dificuldades em apreender os fonemas com
total clareza, nota-se também voz fraca, distante, difícil de ser ouvida. Na
surdez moderada observa-se esforço no momento de falar, para que as
pessoas possam entendê-lo com clareza. Neste caso, pode ocorrer atraso na
linguagem e em algumas pessoas podem ocorrer problemas lingüísticos. A
surdez severa o indivíduo identifica sons familiares, podendo perceber apenas
a voz forte. A surdez profunda o sujeito fica privado de obter informações
1 Freqüência de áudio: medida de uma onda sonora em vibrações por segundo (Hertz). Os seres humanos podem escutar as freqüências entre 20 e 20.000 Hertz. Hertz – abreviação Hz: Representa ciclos por segundo ou unidade de freqüência.
18
auditivas, necessária para identificar vozes humanas impedindo-o de adquirir
por conseguinte a linguagem oral .
Percebe-se que outros autores apresentam diferenciações sobre surdez
relativa às subdivisões do nível do comprometimento. Nesse sentido, autores
como Monte e Santos (2004) classificam e dividem a deficiência auditiva e
surdez em dois grupos, de acordo com os diferentes comprometimentos
auditivos. Consideram-se pessoas com deficiência auditiva aquelas que se
enquadram nos seguintes grupos: paralelamente surdos e pessoas com surdez
moderada. No segundo grupo, incluem-se pessoas que apresentam um
comprometimento auditivo em maior nível, e que são denominadas como
surdos. Para este tipo de conceituação o sujeito deve apresentar surdez severa
ou profunda.
No primeiro grupo, paralelamente surdos corresponde àqueles
indivíduos que apresentam surdez leve, com comprometimento que impede o
sujeito de perceber todos os fonemas das palavras uma característica, sendo
que a característica marcante é voz fraca ou distante que, por conseguinte não
é ouvida. Pessoa com surdez moderada: Caracteriza-se pelo atraso de
linguagem e alterações articulatórias havendo maiores comprometimentos na
linguagem. Os indivíduos com esse tipo de surdez têm maior dificuldade de
discriminação auditiva em ambientes sonoros em que tenham manifestações
de ruídos. Outra característica evidente é a dificuldade de compreensão de
certos termos de relações e formas gramaticais complexas, sendo que a
compreensão se potencializa mais no campo visual. . (Monte e Santos, 2004)
No segundo grupo, relativo aos casos onde há maior comprometimento
da surdez, há a Surdez severa como um tipo de comprometimento em que a
pessoa identifica somente alguns ruídos familiares e voz forte. A compreensão
verbal dependerá em grande parte de sua aptidão para utilizar a percepção
visual e para observar o contexto das situações. Já na Surdez profunda,
observa-se um nível mais acentuado em que a gravidade desse tipo de perda
impede as informações necessárias para perceber e identificar a voz humana,
dificultando a aquisição da língua oral. Quanto maior for à perda auditiva,
maiores dificuldades o sujeito terá de apreensão lingüística o que poderá
19
comprometer mais suas habilidades sociais no que diz respeito à comunicação.
(Monte e Santos, 2004)
2.1.1.1 Etiologia da surdez Há diferentes fatores etiológicos associados à surdez Sá, (1999), (apud
Gomes e Bonfim 2009), Rodrigues e Pires, (2002), Chaveiro e Barbosa, (2004),
Ministério da Educação, (2005), classificam os esses fatores como: congênitos
(quando há indicação de fatores hereditários) e adquiridos (quando a surdez
tem origem em fatores externos, e é adquirida após o nascimento).
Com relação à surdez congênita, Lafon (1989) apud Amorim (1998, p.
10), afirma que “A surdez do tipo congênita é aquela que podemos constatar no nascimento, pode ser de origem embriopata, que atinge o embrião ou fetopatia, que atinge o feto a partir do terceiro mês”.
ORSONI (2007) também descreve algumas ocorrências que podem ser
causas da deficiência auditiva no período pré-natal, destacando aquelas: “[...] devido às desordens genéticas; relativas à consangüinidade, ao fator Rh, a doenças infectocontagiosas (ex.: rubéola); sífilis, herpes, toxicoplasmose, citomegalovírus; drogas, alcoolismo materno; desnutrição/subnutrição/carências alimentares; diabetes; e outras”. Bem como as causa Peri-natais, que decorrem devido problemas no parto relacionado “à pré-maturidade, anóxia, fórceps; infecção hospitalar e outras”. (ORSONI, 2007, p. 9)
Com relação à surdez adquirida, esta se caracteriza por ser pós-natal.
Destacam-se, de acordo com ORSONI (2007, p. 9), os comprometimentos
devido à [...] “meningite [...]; sífilis adquirida; sarampo, caxumba; exposição
contínua a ruídos ou sons muito altos; traumatismos cranianos e outros”.
ZAMPRONIO, (2009, p.20) ao realizar uma revisão de literatura
apresenta como principais causas da surdez os seguintes fatores: Meningite;
[...]; caxumba e sarampo; traumatismo craniano; Ototóxico; Malformações
genéticas; Otites; presbiacusia; perda auditiva conduzida por ruído; surdez
súbita; schuwannoma. Doença de Meniére; Otosclerose; Genética e
dessincronia auditiva.
CRUZ et al (2009, p. 1125) abordando a Prevalência de deficiência
auditiva referida e causas atribuídas diz que :
20
“As causas atribuídas à deficiência auditiva foram: doenças (19,82%), idade avançada (12,71%), acidente de trabalho (9,37%), causas congênitas (5,6%), acidente doméstico (1,3%), acidente de trânsito (0,5%), violência/agressão (0,3%), outras causas (34,6%) e não sabiam ou não responderam (15,8%)”.
2.1.1.1.1. Epidemiologia
Conforme o Comitê Multidisciplinar em Saúde Auditiva (2009, p.3),
registra-se que:
“Nos países desenvolvidos deficiência auditiva neurossensorial (DANS), um em cada1000 recém nascidos, sendo que 40 % dos casos relacionam-se a causas hereditárias, 30% às diversas etiologias adquiridas e 20% ainda apresentam etiologia desconhecida”.
Referente estatística no Brasil, o Comitê Multidisciplinar em Saúde
Auditiva (2009, p.3)2, relaciona o Brasil como um país de “poucos estudos de
base populacional com a participação de neonatos [...]..”
De acordo com o IBGE (2003), baseado no Censo 2000, abordando a
distribuição populacional no Brasil e discutindo indivíduos com deficiência diz
que 14,5% da população brasileira, (que corresponde a 24,6 milhões de
pessoas) relatam enquadra-se em alguma das deficiências investigada pela
pesquisa. A maior parte delas encontra-se no Nordeste (16,8%) e a menor, no
Sudeste (13,1%). Relativo às pessoas surdas, os dados apresentam que no
país existiam, em média, 166.400 indivíduos surdos, sendo 80 mil mulheres e
86.400 homens. Para os demais, 900 mil pessoas declaravam ter dificuldades
em ouvir. Constata-se nos dados obtidos também que, dos nove milhões de
portadores de deficiência que trabalhavam, 5,6 milhões eram homens e 3,5
milhões, mulheres e mais da metade (4,9 milhões) ganhava até dois salários
mínimos.
Baseados em dados do Ministério da Educação (2003), o Brasil possui
5.750.809 pessoas que apresentam dificuldades auditivas. Deste total, 519.460
encontram-se na faixa etária até os 17 anos e 276.884, entre 18 e 24 anos. Os 2 “Criado em 2007, o COMUSA é um comitê multiprofissional que agrega áreas de estudo da Fonoaudiologia, Otologia, Otorrinolaringologia e Pediatria e tem como objetivo discutir e referendar ações voltadas à saúde auditiva de neonatos, lactentes, pré-escolares e escolares, adolescentes, adultos e idosos. Fazem parte do COMUSA representantes da Academia Brasileira de Audiologia (ABA), Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial (ABORL), Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa), Sociedade Brasileira de Otologia (SBO) e Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) (LEWIS et al., 2010, P. 121).
21
dados apontam que 56.024 surdos estão matriculados na educação básica,
2.041 no ensino médio, e há 300 alunos universitários com surdez.
3 AS PRINCIPAIS LEIS DESTINADAS AO PÚBLICO DOS DEFICIENTES AUDITIVOS E SURDOS
Para que se tenha uma sociedade em que todos os indivíduos possam
ter a sua participação e atuação, faz-se necessário um conjunto de sistemas e
regulamentos que desempenhe uma função significativa nos comportamentos
e relacionamentos entre os sujeitos sociais. Esse conjunto de ordens, de
sistema e regulamentos, denomina-se Lei. Conforme descreve AMARAL (sem
data, p.1) “No seu sentido mais amplo o termo “lei” significa sempre ordenação
através de regulamentos [...]”. Os códigos civis que são próprios do direito
responsabilizam-se pelos “[...] comportamentos regulares das pessoas e de
seu relacionamento social [...].”
De acordo com Art. 5º da Constituição Federal Brasileira, “todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Contudo, em
nossa sociedade há a necessidade de assegurar os direitos humanos,
especificamente dos sujeitos com deficiência, com leis próprias, destinadas
especificamente a esse público, com o propósito de garantir à inserção destes
sujeitos sociais a participação no contexto social.
Discutir sobre inclusão social é refletir sobre as questões relacionadas à
cidadania e democracia, bem como o direito das pessoas com deficiência no
intuito de torná-las participante da vida social, econômica e política,
assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da sociedade, do Estado e
do poder público. No entanto, pode-se considerar que, referente às questões
políticas, destinadas ao público dos deficientes auditivos e surdos no Brasil,
ainda é muito recente. As políticas públicas designadas aos deficientes
auditivos só pôde ser desfrutar especificamente a partir dos avanços obtidos
após a implementação da Constituição Federal de 1988. O que na história do
Brasil é uma data consideravelmente, muito recente.
22
Pessoas com deficiência auditiva são amparadas por leis
governamentais. Tais regulamentos estão registrados em nosso sistema
constitucional, referente às questões da educação e da saúde pública. As leis
têm a finalidade de garantir os direitos do cidadão deficiente auditivo ou surdo
bem como assegurar as medidas de relevância da inclusão social.
Em 24 de outubro de 1989 surge a Lei Nº 7.853, no então governo do
presidente José Sarney, que decretou em seu Art. 1: Ficam estabelecidas
normas gerais que asseguram o pleno exercício dos direitos individuais e
sociais das pessoas portadoras de deficiências, e sua efetiva integração social,
nos termos desta Lei. Encontra-se no primeiro parágrafo a seguinte definição:
na aplicação e interpretação desta Lei, serão considerados os valores básicos
da igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à
dignidade da pessoa humana, do bem-estar, e outros, indicados na
Constituição ou justificados pelos princípios gerais de direito.E no segundo
parágrafo decreta-se que: as normas desta Lei visam garantir às pessoas
portadoras de deficiência as ações governamentais necessárias ao seu
cumprimento e das demais disposições constitucionais e legais que lhes
concernem, afastadas as discriminações e os preconceitos de qualquer
espécie, e entendida a matéria como obrigação nacional a cargo do Poder
Público e da sociedade.
Em 24 de abril (2002) o Presidente da República Fernando Henrique
Cardoso, sancionou a Lei Nº 10.436, referente ao reconhecimento da
comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS-. Nesta Lei
encontra-se em parágrafo único, a seguinte referencia a LIBRAS: “a forma de
estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão
de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil”. Nos
artigos desta lei dispõem-se as normas legais que asseguram ao público dos
deficientes auditivos o direito de inclusão com o uso de sua própria língua nos
serviços públicos, bem como o apoio a assistência à saúde e ao ensino
educacional, como descreve os artigos abaixo.
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a
Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela
associados.
23
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas
concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o
uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de
comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do
Brasil.
Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços
públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento
adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas
legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais
estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos
cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudióloga e de Magistério,
em seus níveis médios e superiores, do ensino da Língua Brasileira de Sinais -
Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs,
conforme legislação vigente.
Em parágrafo único, baseado nos descritos desta lei, a Língua Brasileira
de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua
portuguesa.
Em 22 de dezembro (2005) vigora a Lei de Nº 5.626, pelo Presidente da
República Luiz Inácio Lula da Silva. Sua atribuição refere-se ao inciso da
Constituição Brasileira, tendo em vista o disposto na Lei 10.436, anteriormente
citado. Este decreto, especificamente no Art.3º, atribui-se a inclusão de
LIBRAS como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação
pedagógica para o exercício do magistério, em nível médio e superior, bem
como nos cursos de Fonoaudiologia de instituições de ensino, públicas e
privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
Consolida-se que Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa
nos demais curso de educação superior e profissional. A formação de
professores para lecionarem nos anos finais, no ensino fundamental e médio
deverá ter sido concluída no curso de graduação de licenciatura, como
exemplo: pedagogia, letras, normal superior, língua portuguesa. Ressalta a
formação básica de docentes para o ensino de Libras na educação infantil,
fundamental e médio, na modalidade normal, viabilizando a formação bilíngüe.
24
Perante a Lei, pessoas com deficiência auditiva e surdas têm prioridade nos
cursos de formação.
Segundo as normas da Lei 5626/05 (2005), o governo garante por Lei, o
direito das pessoas deficientes auditivas e surdas à educação e a saúde.
Referente à educação, o Art. 22, as instituições federais de ensino são
responsáveis pela garantia da inclusão de alunos surdos por meio de escolas
que ofertem educação bilíngüe com professores bilíngües e alunos surdos e
ouvintes, bem como com a presença de tradutores e intérpretes de Libras -
Língua Portuguesa. Conforme esse decreto, os alunos têm direito à
escolarização em um turno diferenciado ao que se refere ao atendimento
educacional com a finalidade de complementação curricular, e com o direito a
utilização de equipamentos e tecnologias de informação.
De acordo com o Art. 23, as instituições de ensino devem proporcionar
aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua
Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais. Por lei, deve-
se proporcionar aos professores o acesso a literatura sobre a especificidade
lingüística de libras. As medidas descritas neste artigo asseguram alunos com
deficiência auditiva o acesso à comunicação, à informação e à educação.
Ao que diz respeito à modalidade da educação a distancia, o
regulamento dispõe um sistema de informações janela com tradutor e
intérprete de Libras ou de legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens
veiculadas às pessoas surdas, conforme prevê a Lei 5.296 (2005).
A Lei também estabelece a acessibilidade de pessoas deficientes
auditivas aos critérios básicos a saúde, pautado na Lei 5626/05. A legislação
garante especificamente no Art. 25, a inclusão dos surdos no Sistema Único de
Saúde – SUS. Na perspectiva da inclusão a atenção integral à sua saúde, deve
basear-se nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas, tais
como: as ações preventivas de saúde auditiva e desenvolvimento de
programas; - tratamento clínico e atendimento especializado e a realização de
diagnóstico, precoce e encaminhamento adequado.
As medidas de saúde destinadas a pessoas surdas, conforme a lei
5626/05, inclui também o fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de
amplificação sonora; o acompanhamento médico e fonoaudiológica e terapia
25
fonoaudiológica; atendimento em reabilitação por equipe multiprofissional;
atendimento fonoaudiológica às crianças, adolescentes e jovens matriculados
na educação básica, por meio de ações integradas com a área da educação,
de acordo com as necessidades terapêuticas do aluno; orientações à família
sobre as implicações da surdez, bem como acesso a Libras e à Língua
Portuguesa.
Por Lei, nos serviços do SUS, destinados a pessoas surdas permitem a
assistência de saúde, por profissionais capacitados para o uso de Libras ou
para sua tradução e interpretação. Para que a acessibilidade ao público
surdo tenha eficácia, os preceitos governamentais garantem o apoio à
capacitação e formação de profissionais para o uso de Libras, referente à
tradução e interpretação.
3.1 LEI REFERENTE À FUNÇÃO DO INTÉRPRETE DE LIBRAS
Com a finalidade de que os sujeitos deficientes auditivos e surdos
obtenham acesso a comunidade dos ouvintes, faz-se necessário um ponto de
interlocução que viabilize a comunicação de ambas das partes. O responsável
por esta função denomina-se tradutor ou interprete de Libras, que por sua vez,
é amparado legalmente pelos preceitos governamentais, desde o ano de
(2002) com a Lei Nº 10.436.
Ao que diz respeito à formação do tradutor de libras, a lei ressalta no Art.
6º que, deve ser realizada por meio de três formações especializadas, sendo
elas a formação advinda dos cursos de educação profissional; nos cursos de
formação continuada promovidos pelas instituições de ensino superior e nos
cursos promovidos por instituições credenciadas pelas secretarias de
educação. Torna-se válido a formação de tradutores por meio das
organizações da sociedade civil representadas pela própria comunidade surda,
desde que o certificado seja convalidado pela instituição responsável.
De acordo com o Art. 7º, será permitida, a atuação de docentes, caso
não tenha graduação ou pós-graduação para o ensino de libras, os
profissionais que apresentarem formação superior e certificado de proficiência
em libras a partir da aprovação por meio de exames pelo Ministério da
Educação. Os instrutores de Libras que tenham formação em nível médio e
26
certificado obtido por meio de exame promovido pelo Ministério da Educação. E
por fim, os professores ouvintes com formação bilíngüe: Libras - Língua
Portuguesa, com formação superior ou pós-graduação e com a apresentação
de certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido
pelo Ministério da Educação. Válido até os próximos dez anos da data de
aprovação e vigor desta lei.
Tendo por base a publicação deste decreto, as instituições de ensino de
educação básica e em seu quadro do magistério, deveram incluir os
professores de Libras. Para a garantia da atuação e qualificação profissional
dos tradutores de Libras o Ministério da Educação, bem como as instituições
de educação de ensino superior, deverão promover anualmente os exames de
proficiência em Libras. O certificado de proficiência em Libras habilitará o
profissional á função de professor ou instrutor da língua de sinais.
Referente à atuação do profissional de libras, segundo regulamentos
legais, pautará sua função nos processos seletivos para cursos de instituição
de ensino; em ambientes educacionais com o propósito de viabilizar o acesso e
acessibilidade inclusiva de alunos e conteúdos e atividades didático-
pedagógicas.
3.1.1 Lei do intérprete como profissão
Foi aprovada no dia 01 de setembro (2010), pelo presidente da republica
Luiz Inácio Lula da Silva, a LEI Nº 12.319. Este decreto regulamenta o
exercício da profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais -
LIBRAS. Neste decreto o tradutor e intérprete de Libras terão competência para
realizar tradução simultânea ou consecutiva de duas línguas, sendo elas a
língua Portuguesa e Libras.
Para que a atuação do profissional possa ser realizada conforme os
princípios legais, será necessária a formação no ensino médio, por meio de
cursos profissionalizantes pelo Sistema de Credenciamento nas Secretarias de
Educação em extensão universitária ou formação continuada, promovidos
pelas instituições de ensino superior. No referido inciso diz-se que a formação
do tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada pelas instituições
27
representativas da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado
pela instituição responsável.
De acordo com BRITO (1993), apud Chaveiro e Barbosa (2004, p.394)
apontam que língua que identificam os sujeitos surdos é a LIBRAS, e esta faz
parte das comunidades próprias dos surdos sendo esta língua o meio pela qual
eles se comunicam baseadas no processo visual-espacial, através de gestos.
“A língua de sinais é a via pela quais os surdos dispõem para receber a herança cultural, e a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) que é utilizada pela comunidade surda brasileira que se torna diferente das línguas orais, pois, utiliza o canal visual-espacial. Através da gesticulação “e adquirida como língua materna pelas crianças surdas e o simples contato com a comunidade de surdos adultos propicia a sua aquisição naturalmente”.
4 DESTAQUES DA PSICOLOGIA NA ÁREA DA SURDEZ: RELEVANTES CONTRIBUIÇÕES NO CONTEXTO ESCOLAR.
Segundo Del Prette & Del Prette (2002) apud Carvalho (2009, p.39) “[...]
todos os seres humanos nascem com um equipamento biológico, cuja
potencialidade para se desenvolver depende de vários fatores dentre os quais
os cuidados de higiene saúde e a estimulação adequada [...]”.
Baseado na citação anterior, referente ao equipamento biológico, os
autores Silva, Queiros e Lima (2006), apud Trigueiro (et al.) (sem data, p.2),
ressaltam a importância do ouvido no processo de comunicação humana.
Associam a vinculação do órgão à linguagem, e que essa permitiria o exercício
da interação entre pessoas nos mais variados aspectos. Como descrevem os
autores: “Ouvido é o órgão que possibilita uma das funções superiores mais nobres do ser humano que é a comunicação. É por intermédio da linguagem que o homem consegue organizar o seu universo, entender o mundo que o rodeia compreender o outro, transmitir e abstrair pensamentos e sentimentos do outro, interagir no meio e adquirir conhecimento”. (TRIGUEIRO et al.,sem data, p.2),
Entretanto, há de se questionar esta “função nobre”, denominada pelos
autores, quando os sujeitos em questão referem-se aqueles que nascem ou
adquiram ao longo da vida um comprometimento auditivo, em que possa
acarretar algum tipo de surdez e conseqüentemente interferências negativas
28
nas potencialidades comunicativas. Segundo os autores Oliveira, Castro e
Ribeiro (2002) apud Trigueiro (et al.), (sem data), “a surdez interfere no
desenvolvimento das capacidades verbais e de linguagem, o que acarreta
dificuldades de aprendizagem, efeitos negativos sobre a evolução social,
emocional, cognitiva e acadêmica [...]”.
Na tentativa de diminuir as dificuldades decorrentes do
comprometimento auditivo, relacionados à deficiência auditiva e surdez,
existem procedimentos de identificação do problema, com o propósito de
encontrar uma possível solução adequada para o caso. Segundo informações
do Comitê Multidisciplinar em Saúde Auditiva (2009, p.3), a “[...] identificação
diagnostica precoce da perda auditiva, “tanto funcional quanto etiológico,
aponta maior probabilidade de intervenção clínica, fonoaudiológica ou cirúrgica
[...]”. Tais medidas diminuem os efeitos dessa deficiência nas crianças.
Profissionais da medicina, especificamente médicos otorrinos, são
responsáveis pela identificação diagnóstica da deficiência auditiva e surdez.
De acordo com o portal eletrônico ABC da SAÚDE (sem data), “O diagnóstico da causa da surdez é feito através da história do paciente, exame do ouvido e testes com diapasões para determinar o tipo de surdez. Exames com equipamento especial podem ser necessários para avaliar a audição, sendo a audiometria3 o mais importante”.
Segundo VALENTE (sem data), “o trabalho de intervenção precoce se
faz necessário desde o início do diagnóstico, uma vez que ele busca integrar
através de um trabalho multidisciplinar as intervenções médicas e
fonoaudiológica [...]”. Neste sentido pode-se incluir o trabalho exercido pelos
profissionais psicólogos, uma vez que um dos propósitos da psicologia baseia-
se em promover qualidade de vida e o bem-estar dos indivíduos e da
sociedade em geral.
Maluf (1994) apud Cattalini e Fornazari (sem data, p.2) “[...] aponta que o psicólogo deve ser um cientista do comportamento com uma formação teórica e metodológica que lhe permita
3 A audiometria é um exame que avalia a audição das pessoas. Quando detecta qualquer anormalidade auditiva permite medir o seu grau e tipo de alteração, assim como orienta as medidas preventivas ou curativas a serem tomadas, evitando assim o agravamento. Este exame só pode ser realizado por um fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista, pois são estes os profissionais habilitados a orientar corretamente todas as etapas para a realização do procedimento. http://www.alisom.com.br/portal/aparelhos-auditivos/exame-de-audiometria
29
compreender seu objeto de estudos. Não deve ser um profissional limitado a técnicas a serem aplicadas [...]”.
Baseado nesta citação pode-se afirmar então que, os profissionais
psicólogos podem exercer uma importante função ao que se refere à atuação
com o público dos deficientes auditivos e surdos.
Assim, as contribuições da psicologia para sujeitos com deficiência
auditiva e surdos, podem ser fundamentais em diversas áreas, tais como
atendimento psicoterápico, saúde pública, hospitalar, esporte, educação, saúde
mental, jurídica, e outros. Contudo, os autores BISOL, SIMIONI E SPERB
(2008, p. 392) descrevem , entretanto, que “o interesse da psicologia pela
surdez está muito relacionado com o desenvolvimento na área da educação de
surdos [...]”.
De fato, pode-se caracterizar que o ambiente escolar é o primeiro
ambiente social da vida do sujeito, fora de sua própria casa em companhia de
seus familiares. Considera-se que o contexto escolar representa para o sujeito
o início de sua vida social, bem como seu processo de tornar-se cidadão. As
autoras PETEAN E BORGES, (2003, p.196) afirmam que, “[...] o acesso à
educação tornou-se parte intrínseca da formação de um cidadão [...]” E,
acrescenta SANTOS (2001, p.3) “a educação, [é] um dos principais campos
através dos quais se promove a formação humana [...]”.
De acordo com COSTA (sem data, p.7), o contexto escolar tem a
seguinte função para a sociedade “[...] oferecer situações que favoreçam o
aprendizado, onde haja sede em aprender e no mesmo entendimento da
importância desse aprendizado no futuro do aluno [...]”.
Percebe-se que o contexto escolar, também se responsabiliza pela
inserção social de todos os sujeitos. Pode-se considerar que a temática sobre
inclusão social é muito pertinente. Referente ao público formado por deficientes
os autores Silvia (2008); Ribeiro (2007), apud Dias Junior (2010, p.21), afirma: “[...] o fundamento em que se apóia a educação inclusiva é que a escola possa oferecer aos educando oportunidades de aprendizagem, desenvolvimento e aprimoramento das habilidades e competências diversas respeitando a diversidade de todos aqueles que a procurem, assim como observando a especificidade de cada aluno [...]”.
LEONARDO (2008) acrescenta que:
30
O princípio da educação inclusiva consiste em que as escolas devem reconhecer e responder às diversas necessidades dos alunos, assegurando-lhes uma educação de qualidade que lhes proporcione aprendizagem por meio de currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de recursos especiais, etc. (LEONARDO, 2008, p. 432).
Tomando como base os princípios da educação inclusiva,
especificamente com relação a pessoas com deficiência auditiva e surdez, faz-
se registrar que os conhecimentos advindos da psicopedagogia também pode
contribuir no processo inclusivo do aluno surdo no contexto escolar,
independente da idade ou do nível escolar em que encontra (educação infantil
até a universidade), respeitando e estimulando-o a formação de sua identidade
e cultura própria .
De acordo com SILVA (sem data, p.9) a educação inclusiva para surdos,
objetiva-se: “Em âmbito clínico, buscará observar os processos cognitivos e psicológicos que permeiam o processo de aprendizagem da criança/adolescente surdo, considerando-se sua auto-imagem e auto-estima como ser “diferente”, “deficiente” ou “inválido”. (...) acerca das pressões sociais para que o surdo seja equiparado ao ouvinte, as manobras de exclusão e discriminação encobertas por pretensas propostas de inclusão, a hipocrisia das instituições sociais, que mantém um discurso demagógico e falacioso de “fomento à inclusão”, mas que sequer conhecem a legislação referente à LIBRAS, não sabem que esta língua foi oficializada no Brasil, e desconhecem o significado cultural dessa língua para a Comunidade Surda; o diagnóstico psicopedagógico irá analisar qual a relação que o sujeito surdo tem com o conhecimento, qual é a melhor forma de se transmitir o conhecimento a esse sujeito de forma a que se sinta integrado na sociedade, quais as expectativas que o sujeito surdo tem a respeito da aprendizagem.Em âmbito institucional, a Psicopedagoga ira elaborar estratégias junto aos professores, gestores e demais funcionários da escola, para preparação e qualificação dos docentes para acolher o aluno surdo – e isso envolve o destaque à figura do professor e do intérprete em LIBRAS, para evitar a evasão escolar do aluno surdo”.
Baseado no exposto anterior, pode- se afirmar que os conhecimentos
científicos da psicologia voltados para o estudo da surdez são quase que
exclusivamente sobre o tema educação, visto que um dos especialistas nesta
área denomina-se psicopedagogo. Em seu trabalho, o psicopedagogo pode
contribuir para a melhoria das qualidades interpessoais tanto dos deficientes
auditivos, bem como a equipe pedagógica, e os familiares, no sentido de
orientar adequadamente as demandas particulares exigidas por este público.
31
Caso haja a necessidade de se fazer uma orientação ou atendimento
psicopedagógico clinico SILVA (sem data, p.10) sugere que não inclua uma
terceira pessoa durante o atendimento por razões éticas, exigidas pela
profissão. Afirma que “[...] atendimento psicopedagógica clínico não permite a
presença de intérpretes como terceiro na relação para não violar o sigilo, o que
exige o conhecimento de LIBRAS pelo psicopedagogo”. De fato essa questão
parece requerer que esse profissional tenha proficiência na linguagem de
libras.
32
5 OBJETIVO
5.1Objetivo geral Analisar os estudos nacionais sobre deficiência auditiva na área de psicologia a
partir de publicações disponíveis na base de dados Scielo e BVS PSI.
5.2 Objetivos específicos
1) Levantar dados referente artigo: título, autor, ano de publicação, revista,
instituição de ensino do autor, periódico
2) . Levantar dados quanto à:
a) Dados de identificação (título, ano, autor [es], nome do periódico,
instituição dos autores, palavras-chave empregadas);
b) Dados da metodologia (tipo de pesquisa; área de conhecimento;
método sujeitos, material/instrumento, local da coleta de dados)
c) Submissão ao CEP (Comitê de Ética em Pesquisa).
33
6 MÉTODO
6.1 FONTES DOS ARTIGOS
Os artigos utilizados na presente pesquisa foram coletados através das
bibliotecas virtuais Scielo (Scientific Eletronic Library Online – Scielo/
http://www.scielo.org/php/index.php) e BVS Psi (BVS Psicologia ULAPSI Brasil
- http://www.bvs-psi.org.br/php/index.php). Para a busca de artigos, foram
utilizadas as palavras-chave: deficiência auditiva, surdez, surdo. No total, foram
encontrados na referencia da Scielo 258 artigos; na BVS Psi foram
encontrados 71 artigos.
Para a seleção dos artigos incluiu-se apenas aqueles publicados em
revistas da área de psicologia. O processo de inclusão/exclusão baseou-se
ainda em eliminar os artigos que não se referiam a temática em questão deste
estudo, por exemplo, artigos que tratavam de outras deficiências e, aqueles em
que não havia clareza quanto aos objetivos. A partir desses critérios, obteve-se
um total de 35, que foram abordados nesse estudo.
6.2 Procedimento
Para a coleta e seleção de artigos seguiram-se as seguintes etapas:
1º Etapa: a primeira etapa consistiu na busca de artigos, a partir das
palavras-chave mencionadas. Procedeu-se a leitura de cada artigo, verificando
sua adequação conforme critérios de inclusão/exclusão, finalizando com a
seleção daqueles que atendiam aos interesses da pesquisa.
2º Etapa: foi criado um banco de dados no programa Excel®, com
inserção de campos para a inclusão das informações extraídas dos textos
selecionados.
3º Etapa: Procedeu-se a uma segunda leitura dos artigos selecionados,
a fim de identificar as variáveis de interesse. Uma vez identificadas, foram
transcritas nos campos correspondentes, mantendo a estrutura textual dada
pelos autores.
34
4º Etapa: Consistiu da análise das informações coletadas, verificando
em cada artigo como foram abordadas as variáveis de interesse, identificando
ainda similaridades e diferenças entre autores, e caracterização por meio de
categorias/classes quando tal procedimento era possível.
35
7 RESULTADOS
Os resultados abaixo descrevem dados obtidos a partir de pesquisa
bibliográfica realizada em periódicos nacionais na área de psicologia, sob o
tema surdez e deficiência auditiva. Os dados foram analisados considerando:
dados de identificação (título, ano, autor [es], nome do periódico, instituição
dos autores, palavras-chave empregadas); dados do método (tipo de
pesquisa; área de conhecimento; método [sujeitos, material/instrumento, local
da coleta de dados]) e submissão ao CEP (Comitê de Ética em Pesquisa).
7.1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Conforme pode ser observado no quadro abaixo (Quadro 1), foram
analisados 35 artigos científicos, sendo estes publicados no período de 1999 a
2010, em diversos periódicos da área (Quadro 1).
Quadro 1- Descrição das publicações, ano, autor(es) e periódico
CÓDIGO TÍTULO ANO AUTOR(ES) PERIÓDICO
1 Crianças surdas e suas famílias: um panorama geral 1999 BRITO, A.M.W.; DESSEN, M.A. Psicologia: Reflexão e
Crítica
2 Sugestões docentes para melhorar o ensino de surdos 1999 DORZIAT, A. Cadernos de Psicologia
3 Invertendo epistemologicamente o problema da inclusão: os ouvintes no mundo dos surdos
2000 SKILIAR, C.; QUADROS, R.M. Estilos da Clínica
4 A imagem que professoras de escola regular têm em relação à aprendizagem do aluno surdo
2003 SILVA, A.B.P. ; PEREIRA, M.C.C. Estudos de Psicologia (Natal)
5 A repetição intergeracional e o significado atual da eficiência auditiva
2003 REZENDE, I.G. ; KROM, M. ; YAMADA, M.O.
Psicologia: Teoria e Pesquisa
6 Deficiência auditiva: escolarização e aprendizagem de língua de sinais na opinião das mães
2003 PETEAN, E.B.L.; BORGES, C.D. Paidéia
7 O aluno surdo na escola regular: imagem e ação do professor 2003 SILVA, A.B.P.; PEREIRA, M.C.C. Psicologia: Teoria e
Pesquisa
8 O desenho como recurso auxiliar na investigação psicológica de crianças portadoras de surdez
2003 PERES, R.S. PSIC-Revista de
Psicologia da Vetor Editora
36
9 Imagens visuais como recursos pedagógicos na educação de uma adolescente surda: um estudo de caso
2004 NERY, C.A. ; BATISTA, C.G. Paidéia
10 Uma análise da coesão textual e da estrutura narrativa em textos escritos por adolescentes surdos
2004 MEIRELLE, V. ; SPINILLO, A.G. Estudos de Psicologia (Natal)
11 Avaliando compreensão de sinais da libras em escolares surdos do ensino fundamental
2004 CAPOVILLA, F.; CAPOVILLA, A.G.S. ; VIGGIANO, K. ; A. ; BIDÁ, M. Interação em Psicologia
12 Identidade, cultura surda e produção de subjetividades e educação: atravessamentos e implicações sociais
2004 CROMACK, E.M.P.C. Psicologia: Ciência e Profissão
13 Sobre o atendimento psicanalítico ao surdo oralizado e sua família: dificuldades e possibilidades
2004 JUCÁ, L. Cogito
14 Emergência de relações numéricas sob controle condicional em crianças surdas
2005 SOUZA, R.D.C.; ASSIS, G.J.A. Psicologia: Teoria e Pesquisa
15 O papel do psicólogo no programa de implante coclear do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais
2005 YAMADA, M.O. ; BEVILACQUA, M.C.
Estudos de Psicologia (Campinas)
16 Pensamento e linguagem: a língua de sinais na resolução de problemas
2005 FÁVERO, M.H. ; PIMENTA, M.L. Psicologia: Reflexão e Crítica
17 Processos logográficos, alfabéticos e lexicais na leitura silenciosa por surdos e ouvintes
2005 CAPOVILLA, F.; CAPOVILLA, A.G.S.
; VIGGIANO, K. ; MAURÍCIO, A. ; BIDÁ, M.
Estudos de Psicologia (Natal)
18 Contribuições da psicologia brasileira para o estudo da surdez 2005 BISOL, C.A.; SIMIONI, J.; SPERB, T. Psicologia: Reflexão e
Crítica
19 Avaliação do raciocínio abstrato, numérico e espacial em adolescentes surdos
2005 MONTEIRO, J.K.; ANDRADE, C.G. Alethéia
20 A vivência do pai no processo de reabilitação da criança com deficiência auditiva
2006 CANHO, P.G.M. ; NEME, C.M.B. ; YAMADA, M.O.
Estudos de Psicologia (Campinas)
21 Promovendo a interação mãe-criança com implante coclear: um estudo de caso
2006 VILLAS BOAS, A.C.V.B. ;
RODRIGUES, O.M.P.R.; YAMADA, M.O.
Psicologia: Teoria e Pesquisa
22 Habilidades de leitura de pré-escolares deficientes auditivos: letramento emergente
2006 BANDINI, H.H.M.; OLIVEIRA, C.L.A.C.; SOUZA, E.C. Paidéia
23 Mães ouvintes com filhos surdos: concepção de surdez e escolha da modalidade de linguagem
2007 SILVA, A.B.P.; PEREIRA, M.C.C.; ZANOLLI, M.L.
Psicologia: Teoria e Pesquisa
37
24 Programa de treinamento de consciência fonológica para crianças surdas bilíngües
2007 SOUZA, E.C.; BANDINI, H.H.M. Paidéia
25 Avaliação psicológica de crianças surdas pelo teste das pirâmides coloridas de Pfister
2007 CARDOSO, L.M.; CAPITÃO, C. Psico-USF
26 Inclusão escolar: um estudo acerca da implantação da proposta em escolas públicas
2008 LEONARDO, N.S.T. ABRAPEE
27 O brincar e as habilidades sociais na interação da criança com deficiência auditiva e mãe ouvinte
2008 DOMINGUES, A.F.; MOTTI, T.F.G.; PALAMIN, M.E.G.
Estudos de Psicologia (Campinas)
28 Sensibilidade ao contraste de crianças surdas e ouvintes para grades senoidais em condições mesópicas
2008 SANTOS, N.A. ; MENDES, L.C. ; ALVES, P.A.A.
Psicologia: Reflexão e Crítica
29 Surdez: relato de mães frente ao diagnóstico 2008 SILVA, A.B.P. ; ZANOLLI, M.L.;
PEREIRA, M.C.C. Estudos de Psicologia
(Natal)
30 O estatuto simbólico dos gestos no contexto da surdez 2008 SILVA, B.P.; ZANOLLI, M.L.;
PEREIRA, M.C.C.; MASSI, G. Psicologia em Estudo
31 Detecção de estímulos concêntricos mesópicas em crianças surdas e ouvintes
2009 SANTOS, N.A.; MENDES, L.C. ; FRANÇA, V.C.R.M.; LACERDA, A.M.
Psicologia: Teoria e Pesquisa
32 Contribuições da escola para a (de) formação dos sujeitos surdos 2010 ANGELUCCI, C.B. ; LUZ, R.D. ABRAPEE
33 Discursos sobre a surdez: deficiência, diferença, singularidade e construção de sentido
2010 BISOL, C. ; SPERB, T.M. Psicologia: Teoria e Pesquisa
34 Surdez, mediação e linguagem na escola 2010 SILVA, A. Psicologia USP
35 Implante coclear em crianças: a visão dos pais 2010 YAMANAKA, D.A.R.; SILVA, R.B.P.;
ZANOLLI, M.L.; SILVA, A.B.P. Psicologia: Teoria e
Pesquisa
Observou-se uma distribuição desigual no número de publicações ao
longo dos anos. Do total de artigos analisados, o ano com maior número de
publicações foi o ano de 2006 (n=6), seguido dos anos de 2003, 2004 e 2008
(n=5). Os anos 2000 e 2009 foram aqueles com menor número de publicações
(n=1, cada ano) (Gráfico 1).
38
Gráfico 1: Distribuição da freqüência de publicações, conforme o ano
Nos estudos analisados foram encontrados 63 diferentes autores, sendo
que alguns se destacaram pelo número de trabalhos em que participaram
como são o caso dos pesquisadores listados abaixo que publicaram cada um,
dois artigos (Tabela 1).
No que se refere ao número de autores por artigo, encontrou-se publicações
com referência de um a cinco autores, sendo mais freqüentes publicações
contendo dois autores (n=15), seguida por três autores (n=10) (Tabela 1). Ver
também anexo Anexo A, a qual refere-se a distribuição das variáveis relativa
aos autores dos estudos selecionados. Tabela 1: Distribuição da freqüência de autores e número de autores por artigo
AUTORES MAIS FREQUENTES F BANDINI, H.H.M. 2 BIDÁ, M. 2 BISOL, C.A. 2 PEREIRA, M.C.C. 4 SILVA, A.B.P. 5 SOUZA, E.C. 2 SPERB, T.M. 2 YAMADA, M.O. 3 ZANOLLI, M.L. 4
Distribuição por número de autores: 01 autor – 05 02 autores – 15 03 autores – 10
39
04 autores – 4 05 autores – 1
Quanto aos periódicos utilizados nas publicações, estes totalizaram 16,
variando de 1 a 8 artigos publicados. Destacaram-se a revista Psicologia:
Teoria e Pesquisa (n=8), seguidas de Estudos de Psicologia (Natal); Paidéia;
Psicologia: Reflexão e Crítica (n=4, cada), seguida pela Revista Estudos de
Psicologia (Campinas) (n=3) e ABRAPEE (n=2). As demais obtiveram
freqüência de uma publicação (Tabela 2).
Tabela 2: Distribuição da freqüência de periódicos onde foram publicados os artigos
PERIÓDICO F Psicologia: Teoria e Pesquisa 8 Estudos de Psicologia (Natal) 4 Paidéia 4 Psicologia: Reflexão e Crítica 4 Estudos de Psicologia (Campinas) 3 ABRAPEE 2 Alethéia 1 Cadernos de Psicologia 1 Cogito 1 Estilos da Clínica 1 Interação em Psicologia 1 PSIC-Revista de Psicologia da Vetor Editora 1 Psico-USF 1 Psicologia em Estudo 1 Psicologia USP 1 Psicologia: Ciência e Profissão 1
Total 35
Observou-se que a maioria dos estudos teve como referência apenas
uma instituição de origem (n=23). No que diz respeito às instituições nas quais
os pesquisadores estão vinculados, foram identificados um total de 22
instituições, sendo que a que teve maior destaque em número de publicações
foi a Universidade de São Paulo (n=11), seguida pela Universidade Estadual de
Campinas (n=6) e, em conjunto as instituições Universidade Federal da
Paraíba/Universidade Federal de Pernambuco/Universidade de São Paulo,
com três artigos (Tabela 3).
40
Observa-se que os artigos são publicados em sua maioria por autores
vinculados a universidades Publicas (n=13). Em seguida destacam-se as
universidades privadas obtendo 07 publicações nesta categoria (Tabela 3).
Quanto à região em que se localiza a instituição de referência do autor,
houve concentração de artigos de autores situados em instituições na região
sudeste (n=17). As demais regiões que se destacaram foram a Sul (n=8) e
Nordeste (n=7) (Tabela 3).
Tabela 3 Distribuição das instituições e regiões de origem dos autores
INSTITUIÇÃO DE ORIGEM DOS AUTORES
Nº IN
STIT
UIÇÕ
ES REGIÃO
Tota
l Tipo de instituiçã
o
CENT
RO-
OEST
E NO
RDES
TE
NORT
E
SUDE
STE
SUL
Circulo Brasileiro de Psicanálise 1 0 1 0 0 0 1 AP Universidade Estadual de Campinas 1 0 0 0 4 0 4 UP Universidade de Brasília 1 2 0 0 0 0 2 UP Universidade São Francisco 1 0 0 0 1 0 1 UPr Universidade de São Paulo 1 0 0 0 3 0 3 UP Universidade do Sul de Santa Catarina 1 0 0 0 0 1 1 UP Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas 1 0 2 0 0 0 2 UP Universidade Estadual de Maringá 1 0 0 0 0 1 1 UP Universidade Estadual Paulista – Assis 1 0 0 0 1 0 1 UP Universidade Federal da Paraíba 1 0 2 0 0 0 2 UP Universidade Federal de Pernambuco 1 0 1 0 0 0 1 UP Universidade Federal do Pará 1 0 0 1 0 0 1 UP Universidade Federal do Rio Grande do Sul 1 0 0 0 0 1 1 UP Universidade Luterana do Brasil 1 0 0 0 0 1 1 UPr Universidade Tuiuti do Paraná 1 0 0 0 0 1 1 UPr Unicamp/Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 2 0 0 0 2 0 2 UP/UPr Universidade de Caxias do Sul/Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2 0 0 0 0 1 1 UP/UP Universidade de São Paulo/Prefeitura Municipal de São Paulo 2 0 0 0 1 0 1 UP/Pref Universidade de São Paulo/Universidade Estadual Paulista Bauru 2 0 0 0 1 0 1 UP/UP Universidade de São Paulo/Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho 2 0 0 0 1 0 1 UP/UP
Universidade de São Paulo/Universidade São Francisco 2 0 0 0 2 0 2 UP/UPr Universidade Federal do Rio Grande do Sul/Universidade de Caxias do Sul 2 0 0 0 0 1 1 UP/UP Universidade Presbiteriana Mackenzie/Universidade de São Paulo 2 0 0 0 1 0 1 UPr/UP Universidade Tuiuti do Paraná/Universidade Federal de Santa Maria 2 0 0 0 0 1 1 UPr/UP
Universidade Federal da Paraíba/Universidade Federal de Pernambuco/Universidade de São Paulo 3 0 1 0 0 0 1 UP/UP/U
P
41
TOTAL 2 7 1 17 8 35 TIPO DE INSTITUIÇÃO
AP – Associação profissional – 01 instituição/referência UP – Universidade Pública – 13 instituições- 40 referências UPr – Universidade Privada – 07 instituições - 10 referências Pref – Prefeitura – 01 instituição/referência
TOTAL DE INSTITUIÇÕES = 22 Nº INSTITUIÇÕES POR ESTUDO
01 instituição – 23 02 instituições – 11 03 instituições – 01
No que diz respeito à área de conhecimento das pesquisas realizadas
sobre a temática da surdez, percebe-se a variação entre as áreas de
conhecimento da psicologia, educação, saúde e a área social. Nota-se que as
publicações sobre surdez estão relacionadas com maior freqüência na área da
educação, sendo encontrados 16 artigos. Percebe-se com relação a esta área,
o interesse das investigações baseiam-se nas questões pedagógicas, em que
os sujeitos surdos estão submetidos quanto ao processo escolar. Os artigos
publicados na área da psicologia encontraram-se 10 artigos. Nesta área
percebe-se o interesse pelas questões relativas ao relacionamento familiar e
social, bem como a contribuições da psicologia relativas à surdez no Brasil.
Com relação à área da saúde encontrou-se 7 artigos relacionando a
tema em questão aos diagnósticos e tratamentos auditivos referente ao uso de
aparelhos cocleares, relacionamento de pacientes surdos com profissionais da
saúde. e um artigo relacionado a área social referindo-se as questões da
inserção social dos sujeitos surdos.Observou-se que um artigo não associava a
área de conhecimento por ser baseado na revisão de literatura. (tabela 4).
Tabela 4: Distribuição das variáveis relativa á área de conhecimento da pesquisa
Distribuição das Variáveis Relativa à Área de conhecimento na Pesquisa
Área de Conhecimento F Educação 16 Psicologia 10 Saúde 7 Social 1 Revisão de literatura 1
Total 35
42
7.1 DADOS DO MÉTODO
No que diz respeito ao caráter metodológico, observa-se que os artigos
apresentam suas publicações baseadas nas pesquisas empíricas
contabilizando 80% deste tipo de metodologia. E, em menor freqüência, estão
as pesquisas de revisão de literatura (Gráfico 2).
Gráfico 2: Distribuição das variáveis relativas à metodologia
Dos 35 artigos analisados, encontram-se em maior freqüência os artigos
de caráter qualitativo, obtendo 68% (n=24). Em seguida, apresentam-se os
artigos quantitativos com 10,29%, sendo encontrado um artigo com ambas as
metodologias empregadas, representadas por 1,3%(n=1) ,( como destaca no
gráfico abaixo (Gráfico 3).
Gráfico 3: Distribuição das variáveis relativas a metodologia
Com relação aos objetivos dos artigos selecionados, nota-se
proximidade entre os assuntos investigados. Ao realizar o agrupamento entre
os objetivos com maior semelhança, percebe-se que o assunto principal entre
43
eles têm pouca variação, apresentando em destaque o tema referente à
família, educação, e aprendizagem, bem como os temas relacionados a
psicologia e comunicação dos surdos. Os demais são baseados nas revisões
de literatura.
Ao que se refere às temáticas dos objetivos, encontrou-se em maior
freqüência artigos que se baseiam na representação do surdo, seguido pelos
artigos referente à avaliação psicológica e pedagógica, e pelos estudos cuja
temática referiam-se a aprendizagem Em menor freqüência, encontram-se as
contribuições teóricas e a temáticas que se referem à função do psicólogo,
personalidade e interação família versus surdo Ver também anexo B:a qual
refere-se a distribuição das variáveis relativa á palavras-chave utilizadas nos
artigos selecionados Quadro 2: Distribuição das variáveis quanto ao objetivo dos artigos referente ao tema e
classificação de cada objetivo. Código Objetivo Tema
1 Descrever estudos sobre as interações e relações desenvolvidas entre a criança deficiente e sua família Contribuições teóricas
2 Investigar o tipo e o nível de reflexão de professoras de surdos sobre o papel da educação para esses alunos Representação do surdo
3 Apresentar uma reflexão invertendo epistemologicamente o problema da inclusão Representação do surdo
4 Analisar a imagem que professoras têm em relação a aprendizagem do aluno surdo Representação do surdo
5 Compreender a família de um sujeito com deficiência auditiva, reconhecer mitos familiares, bem como estabelecer relações entre estes mitos e o significado atual por ele atribuído à sua deficiência
Representação do surdo
6 Conhecer o processo de escolarização de surdos e a opinião das mães sobre a inclusão escolar e o aprendizado da LIBRAS
Representação do surdo
7 Conhecer a imagem que professores de escola regular têm da surdez e do aluno surdo, bem como a influência desta imagem na sua prática pedagógica
Representação do surdo
8 Efetuar uma investigação psicológica de um grupo de crianças portadoras de surdez, focalizando basicamente a personalidade dos sujeitos e suas relações com o mundo exterior
Personalidade
9 Observar possíveis contribuições do uso de imagens visuais no processo de aprendizagem dessa jovem, durante os atendimentos em pedagogia,
Aprendizagem
10 Examinar a produção escrita de histórias em adolescentes surdos [coesão textual e estrutura narrativa]. Investigar se a modalidade de comunicação por eles adotada (Português oral e Libras) influenciaria a produção escrita de textos
Aprendizagem
11 Apresentar a versão original do Teste de Vocabulário Receptivo de Sinais da Libras (TVRSL1) e descrever o desenvolvimento da compreensão de sinais da Libras em estudantes surdos do ensino fundamental
Avaliação psicológica/pedagógica
12 Verificar as características do processo de construção da identidade na presença da surdez bem como de identificar a importância das características do universo cultural e lingüístico da pessoa surda como fator de construção da identidade.
Representação do surdo
44
13 Não há objetivo/ (Estimado) descrever as contribuições de Piaget a Freud para as dificuldades encontradas no atendimento de crianças surdas no processo de aquisição da linguagem
Contribuições teóricas
14 Avaliar a emergência do controle condicional sobre relações ordinais na presença de duas cores: verde ou vermelho, em tarefas de ordenar envolvendo a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) para ensinar três seqüências de respostas independentes. Posteriormente, procurou-se verificar se os estímulos em cada seqüência eram funcionalmente equivalentes, ou seja, se a função exercida por um membro em uma seqüência poderia ser compartilhada por membro de uma nova seqüência na mesma posição.
Aprendizagem
15 Relatar o papel do psicólogo no Programa de Implante Coclear do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, Bauru
Função do psicólogo
16 Discutir a relação entre gesto e língua a partir do estudo da surdez e de uma perspectiva discursiva da linguagem Aprendizagem
17 1) descrever o desenvolvimento, ao longo da escolarização da competência de leitura silenciosa de itens escritos isolados; (2) avaliar se a versão original do (TCLP) é capaz de discriminar entre as nove séries escolares sucessivas; (3) comparar o desempenho de surdos da presente amostra ao de ouvintes de amostras anteriores; e (4) obter subsídios para empreender a validação de construto do TCLP por meio da análise das relações entre os escores dos seus subtestes, de modo a checar se a configuração dos escores nesses subtestes é compatível com as expectativas teóricas acerca do funcionamento das três rotas no surdo e no ouvinte.
Avaliação psicológica/pedagógica
18 Traçar um panorama das contribuições da psicologia brasileira para o estudo da surdez Contribuições teóricas
19 Verificar a sensibilidade do instrumento em discriminar diferenças intragrupo de surdos e entre os resultados de cada um dos dois grupos (portadores de surdez maior que 80 dB ou menor que 80 dB) com o padrão esperado.
Avaliação psicológica/pedagógica
20 Investigar as vivências emocionais de genitores masculinos diante do diagnóstico de deficiência auditiva de seus filhos, identificando sentimentos e possíveis mecanismos de defesa utilizados em suas relações com a criança.
representação do surdo
21 a) descrever e comparar os comportamentos de uma mãe durante interação com sua filha com implante coclear, antes e após a intervenção sistemática, em situação do cotidiano e de brinquedo livre e b) descrever e comparar os comportamentos da criança com implante coclear durante interação com sua mãe, antes e após a intervenção sistemática, em situação do cotidiano e de brinquedo livre.
interação família x surdo
22 Verificar o desenvolvimento do letramento emergente por meio da escala de letramento emergente em crianças portadoras de deficiência auditiva de grau severo a profundo ou profundo, usuárias de LIBRAS
Avaliação psicológica/pedagógica
23 Analisar a concepção que mães ouvintes têm da surdez e relacioná-la à modalidade de linguagem que será usada na interação.
Representação do surdo
24 Estruturar um Programa de Treinamento de Consciência Fonológica para crianças surdas usuárias de Língua Brasileira de Sinais; b) Verificar a efetividade deste treinamento em aprimorar a habilidade de consciência fonológica dessas crianças.
Aprendizagem
45
25 Verificar a sensibilidade da técnica para identificar diferenças de aspectos emocional e de estruturação cognitiva entre grupos contrastantes, assim como entre grupos de surdos conforme as políticas educacionais a que foram submetidos, bilingüismo, comunicação total ou oralismo.
Aprendizagem
26 Verificar como está ocorrendo o processo de implantação de projetos inclusivos em escolas públicas de ensino básico .
Contribuições teóricas
27 Analisar a interação mãe ouvinte e criança com deficiência auditiva severa e/ou profunda, durante o brincar, enquanto atividade facilitadora, para o desenvolvimento das habilidades sociais da criança
Avaliação psicológica/pedagógica
28 Verificar se a surdez altera a percepção visual ou as vias visuais que processam estímulos acromáticos de freqüência espacial baixa.
Avaliação psicológica/pedagógica
29 Conhecer as reações que mães ouvintes experimentaram diante do diagnóstico de surdez do filho. Representação do surdo
30 Desenvolver pesquisas centradas nas peculiaridades do desenvolvimento do surdo; (b) desenvolver pesquisas centradas na aquisição de conceitos matemáticos,
Aprendizagem
31 Determinar e comparar a FSC de crianças ouvintes e de crianças com surdez pré-lingual de 7 a 12 anos. A proposição geral era verificar se a privação sensorial do sistema auditivo durante o desenvolvimento alteraria a curva de limiar sensório ou a percepção visual de crianças surdas.
Avaliação psicológica/pedagógica
32 Refletir sobre as implicações da escola na constituição da subjetividade de pessoas surdas. Representação do surdo
33 Discutir diferentes abordagens teóricas que têm orientado o estudo da surdez. Publicações dos campos da psicologia, psiquiatria, psicanálise, estudos surdos e teorias da narrativa são utilizadas como base para discussão.
Contribuições teóricas
34 Analisar o quão freqüentes foram os princípios de mediação e de aquisição antes e depois de uma intervenção formativa com as professoras. Também se investigaram as conseqüências na linguagem das crianças em ambas as línguas e no contexto familiar
Avaliação psicológica/pedagógica
35 Analisar a visão que os pais têm do implante coclear, isto é, as informações que eles têm a respeito do implante, de seus riscos e benefícios, e suas expectativas em relação ao futuro dos filhos.
Representação do surdo
Pode-se observar que o tipo de pesquisa de maior freqüência utilizada
para a coleta de informações baseou-se nos levantamentos dados, obtendo
uma freqüência de 11 artigos nesta categoria. Fazendo uso de avaliação
psicológica ou pedagógica encontraram-se sete artigos. Em menor número
observaram-se publicações de pesquisa bibliográfica, pesquisa experimental,
estudo de caso e relato de experiência (Tabela 5).
46
Tabela 5: Distribuição das variáveis relativa ao tipo de pesquisa utilizada Tipo de pesquisa F
Avaliação pedagógica/psicológica (5) / Avaliação pedagógica/psicológica/psicometria (2)
7
Bibliográfica (5) / Bibliográfica/relatos/defesa de idéias (1)
6
Estudo de caso 4
Levantamento (10) / Levantamento + Observacional (1) 11
Pesquisa experimental 6
Relato de experiência 1 Total 35
Quanto aos tipos de sujeitos participantes da pesquisa, encontraram-se
grupos diferentes de pessoas descritas como sujeitos, sendo eles: sujeitos
surdos, sujeitos ouvintes, grupo misto (sujeitos surdos e ouvintes), família (pai
ou mãe), família grupo misto (pai, mãe, filho) e professores. Os sujeitos mais
empregados nos estudos foram crianças surdas (n=5). Adolescentes, jovens e
adultos surdos obtiveram menor freqüência. Com sujeitos variados (grupo
misto) foram encontrados 7 estudos, sendo mais freqüentes aqueles que
envolveram criança surda/ouvinte (n=3). Com relação à participação de
familiares, as mães foram mais freqüentes (n=-4); em relação à família grupo
misto, destacam-se pai e mãe ouvinte e mãe ouvinte/criança surda. Os de mais
estudos são de revisão de literatura (n=7) (Tabela 6).
Tabela 6: Distribuição das variáveis relativas à faixa etária dos participantes da pesquisa
Tipo de sujeito Sujeito ouvinte/surdo p/ artigo F F% Criança Criança surda 5 14,3 Adolescente Adolescente surdo 2 5,7 Jovem Jovem surdo 2 5,7 Adulto Adulto surdo 1 2,9
Grupo misto
Criança surda/ouvinte 3 8,6 Criança surda/professora surda-ouvinte 1 2,9 Criança/adolescente/jovem/adulto surdos 2 5,7 Jovem/adulto surdos 1 2,9
Família Mãe ouvinte 4 11,4 Pai ouvinte 1 2,9
Família grupo misto Mãe ouvinte/criança surda 1 2,9 Pai/mãe ouvintes 1 2,9
47
Professor Professor ouvinte 4 11,4 Revisão de literatura Revisão de literatura 7 20
Total 35 100 * grupo misto: Refere-se à presença de sujeitos na forma de uma ou mais díades, envolvendo
sujeitos diferentes.
Quanto ao número sujeitos empregados na pesquisa, esse variou de um
a 805 sujeitos. Crianças surdas foram as mais investigadas, totalizando 9
estudos, sendo mais freqüente de 2 a 10 sujeitos (n=7). Mães e professores
ouvintes apareceram em segundo lugar (n=5, cada categoria), com o número
de mães variando de 2 a 20 participantes, sendo mais freqüentes aqueles com
6 a 10 mães. No caso de professores ouvintes, esses variaram de uma
amostra de 1 a 20 sujeitos, sendo mais comum de 6 a 10 e 11 a 20. Observa-
se que os estudos com maior número de sujeitos voltaram-se para a
investigação de crianças surdas (e.g., n=81), e em dois outros estudos notou-
se uma amostra diversa, além de variação no número de sujeitos em função da
fase do estudo, sendo um com 505 sujeitos e outro com 805 (Tabela 7). Chama
atenção a forma assistemática de seleção amostral, dada a variação
encontrada.Ver também anexo B a qual refere-se a distribuição das variáveis
relativa aos sujeitos investigados, a categoria surdo versus ouvinte e o tipo de
instrumento utilizado na pesquisa.
Tabela 7: Distribuição das variáveis relativa aos sujeitos da pesquisa
Número de Sujeitos
Tipo de sujeito
crian
ça su
rda
crian
ça
ouvin
te ad
olesc
ente
surd
o jov
em su
rdo
adult
o sur
do
Mãe
pai
profe
ssor
su
rdo
profe
ssor
ou
vinte
Diáid
e mãe
-cri
ança
Di
verso
s
SI
Total
1 2 1 1 1 1 6 de 2 a 5 4 1 1 1 1 8 de 6 a 10 3 2 1* 3 2 10
de 11 a 20 1 1 1 2 5 de 30 a 40 1 1 2
81 1 1 505 1** 1 805 1** 1 SI 1*** 1
Total 9 3 2 4 1 5 2 1 5 1 2 1 * Em um estudo (código 16 – Quadro 1), houve variação no número de sujeitos a cada fase. Neste caso, foi registrado o maior número de sujeitos observados. ** Inclui criança,
48
adolescente, jovem, adulto, sem especificar nº de sujeitos por faixa etária (surdos). ***Em um estudo não havia clareza se incluía ou não sujeitos.
Quanto à escolarização dos sujeitos investigados, que compuseram a
amostra, essa variou da pré-escola até o ensino superior, incluindo sujeitos nas
séries iniciais da EJA (Educação de Jovens e Adultos). Observou-se que
sujeitos no ensino fundamental (1ª a 4ª séries) foram os mais freqüentes,
aparecendo em 6 artigos, seguindo de pré-escolares (n=4). Chama a atenção o
número de estudos sem esse dado, que totalizaram 9 artigos. Deve ser
considerado ainda nessa descrição que houve diferença na apresentação dos
sujeitos nessa categoria. Neste caso, quando se tratou de sujeitos surdos e
ouvintes (e.g., crianças, adolescentes, jovens) esses foram descritos em
função da série que cursavam, entretanto, no caso de professores, esses foram
descritos em função das séries em que atuam (Tabela 8).
Tabela 8 Distribuição das variáveis relativa ao sujeito surdo/ouvinte quanto a escolaridade
Tipo de sujeito
Série escolar
Pré-
esco
la/fas
e ini
cial d
e alf
abet
izaçã
o
Ensin
o fu
ndam
enta
l (1
ª à 4ª
série
)
Ensin
o fu
ndam
enta
l (5
ª à 7ª
série
)
Educ
ação
bá
sica (
sem
espe
cifica
ção)
Ensin
o méd
io
Ensin
o su
perio
r Sé
ries i
niciai
s EJ
A NI
Total
Adolescente surdo 2 2 Adulto surdo 1 1 Criança surda 1 2 6 9 Criança/adolescente/ jovem/adulto surdos 2 2 1 5
Jovem surdo 1 1 2 Jovem/adulto surdos 1 1
Professora (ouvinte) 3 2 1 6 Mãe 51 Pai 22
Total 77 6 2 1 2 1 1 9 26
Houve variação nos instrumentos empregados nos estudos, bem como
sua freqüência de uso com relação a sua distribuição na totalidade dos
estudos. Chama a atenção a grande variação da natureza do objeto
investigado, o que é observado na diversidade de instrumentos, com pouca ou
nenhuma repetição entre estudos, alertando para a impossibilidade de
49
comparar resultados entre estudos que utilizassem os mesmos instrumentos,
com sujeitos semelhantes ou diferentes (Tabela 9).
A obtenção de informações por meio da entrevista destacou-se com maior
freqüência, sendo observada em 13 artigos. Em segundo lugar, o uso de
instrumentos de avaliação psicológica ou relativos à área de confluência do
objeto investigado (e.g., instrumentos pedagógico e fonaudiológico), totalizando
8 estudos com o uso desse tipo de material. Dada a diversidade de
instrumentos empregados, ressalta-se o uso em menor número de material
audiovisual, recursos pedagógicos, computadores e questionário/ficha (Tabela
9).Ver também Anexo D,que diz respeito a distribuição das variáveis relativa ao
tipo de instrumento utilizado nos estudos.
Tabela 9: Distribuição das variáveis relativas à classificação do instrumento utilizado
na pesquisa Classificação do instrumento Tipo de instrumento empregado* F
Avaliação psicológica-psicométrica/ pedagógica/
fonaudiológica
Aplicação da Escala de Letramento Emergente 1 Bateria de Provas de Raciocínio BPR-5 1 Prova de Consciência Fonológica (PCF) 1 Teste de Competência de Leitura Silenciosa de Palavras – TCLP 1
Teste de Vocabulário Receptivo de sinas da Libras (TVRSL1) 1 Teste projetivo ( HTP) 1 Testes avaliativos 1 Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister (TPC) 1
Subtotal 8
Entrevista
Entrevista 8 Entrevista semi-estruturada 2 Entrevista (+ observação) 2 Entrevista (+ filmagem) 1
Subtotal 13
Audiovisual
Filmadora 1 Filmadora ( + Brinquedos e objetos utilizados na cozinha da residência da família) 1
( + Entrevista) filmadora 1 Subtotal 3
Computador Tela de computador 2
Subtotal 2
Material pedagógico
( + Filmadora) Brinquedos e objetos utilizados na cozinha da residência da família 1
Materiais pedagógicos 2 Subtotal 3
Questionário/ficha Ficha de identificação (+ Questionário) 1
50
(+ Ficha de identificação) Questionário) 1 Ficha de identificação (+ Aplicação do Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister [TPC]) 1
Subtotal 3 Total 32
*Os conteúdos entre parênteses foram incluídos em outra categoria, atendendo à classificação do instrumento, sendo computado apenas na categoria a que se aplica.
Quanto ao local da realização das investigações, houve variação nos
ambientes de coleta. Os locais mais freqüentes foram instituições de ensino e
salas de aula (n=12), seguidos de hospitais/ambulatórios/Centros. Observa-se
ainda que nem sempre houve identificação adequada da instituição de ensino,
citada por vezes apenas como sala de aula ou sala, deixando pouco claro a
que tipo de instituição a amostra de sujeitos pertencia. Em dois estudos, em
que os ambientes foram categorizados como “outros”, revelam o uso de
ambiente doméstico para a coleta (n=1), e em outro, não houve especificação
do local (e.g., local de preferência dos participantes), o que resulta na
desconsideração dessa variável como relevante, podendo impedir estudos para
fins comparativos, dada a natureza do objeto investigado. Em um estudo o
local não foi informado (Tabela 10).
Tabela 10: Distribuição das variáveis relativas ao local de coleta da pesquisa Tipo de local
coleta Local de coleta F
Escola/ Sala de aula
Escola Regular/escola 4
Escolas Municipais e Estaduais 3 Instituições especiais de ensino para surdo 1 Sala de Aula/Sala 3 Instituição Publica Especializada 1
Subtotal 12
Hospital/ Ambulatório/ Centros
Centro de Estudo e Pesquisa em Reabilitação 2 Ambulatório de Implante Coclear do Hospital de Clínicas da Unicamp 1
Centro de Pesquisa Audiológica (USP/Baurú) no CEPRE (UNICAMP) 1
Centro de Distúrbios de Audição, Linguagem e Visão (CEDALVI do HRAC/USP) 1
Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo (HLAC-USP/BAURU) 3
(+ Residência ) Centro de Pesquisa 1
Subtotal 9
Laboratório Laboratório 2
Subtotal 2
Universidade Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) 1
51
Universidade São Francisco 1
Sala de Atendimento da (FF) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas ( UNCISAL) 1
Clínica-escola especializada 1 Subtotal 4
Outros Residência (+ Centro de Pesquisa) 1 Local de Preferências das Participantes 1
Subtotal 2
Não informa Não informa 1
Subtotal 1 Total 30
Para se estabelecer a comunicação com sujeitos surdos é necessário
ressaltar que o processo comunicativo faz-se exclusivamente através da
linguagem própria dos surdos, denominada como língua brasileira de sinais
(libras). Entretanto percebeu-se que os artigos selecionados não descrevem
com clareza, em seu método de realização da pesquisa, a forma de
comunicação que permitiu o vinculo de diálogo com os participantes que
dependem de uma comunicação diferenciada, neste caso, os surdos. Percebe-
se que a maior parte dos artigos não informa se houve presença do intérprete
de libras para obter as informações necessárias. Vale destacar que esta
informação é de muita importância, pois através desta variável pode-se indagar
que as informações obtidas na pesquisa têm maior probabilidade de confiança
e garantia dos dados descritos. Visto que, a presença do interprete de libras,
pode garantir com maiores precisões o entendimento e a compreensão dos
sujeitos surdos perante as exigências da investigação realizada. Subentende-
se que a comunicação com os surdos fez-se de forma diferenciada, porém a
maioria dos artigos ausentou esta informação na descrição do método. Em
particular, o artigo de código numero 10 (Quadro 3), chama a atenção par o
procedimento de comunicação que foi utilizado, descritos pelos autores como
“a utilização do português sinalizado por um professor”. É necessário
esclarecer que a língua de sinais brasileira não é a tradução da língua
portuguesa através de gestos e sinais. Libras é outra língua, com devidas
particularidades com relação às regras, gramática, as estruturas dialéticas
exclusivas desta linguagem, entre surdos. È necessário que os artigos
informem com clareza como se procedeu ao diálogo com sujeitos surdos, pois
esta é uma variável importante para outros estudos, principalmente aqueles
52
estudos que tenham pretensão de realizar investigações referente a atuação do
interprete como profissão (Quadro 3).
Quadro 3: Distribuição das variáveis relativas ao uso do intérprete de libras CÓDIGO Pesquisa envolve
surdos Utilizou intérprete Descrição do procedimento de comunicação, na ausência do interprete
1 Não NSA NSA 2 Não NSA NSA 3 Não NSA NSA 4 Não NSA NSA 5 Não NSA NSA 6 Não NAS NAS 7 Não NSA NSA 8 Sim NI NI
9 Sim NI Profissionais que atuam com a participante, Alguns faziam uso de libras
10 Sim NI As instruções de usuários de LIBRAS foram fornecidas pelo professor através do português sinalizado.
11 Sim Sim Houve adaptação das orientações para libras
12 Sim Sim Houve disponibilidade das pesquisadoras como interpretes
13 NSA NSA NSA 14 Sim Sim Uso da libra 15 Não NSA NSA 16 Sim NI NI 17 Sim NI NI 18 Não NSA NSA 19 Sim NI NI 20 Não NSA NSA
21 Sim NSA Criança faz uso de implante coclear.
22 Sim Sim Sim 23 Não NSA NSA 24 Sim Sim Uso da libra 25 Sim NI NI 26 Não NSA NSA 27 Não NSA NSA 28 Sim NI NI 29 Não NSA NSA 30 NSA NSA NSA 31 Sim NI NI 32 NSA NSA NSA 33 NSA NSA NSA 34 Sim NI NI 35 Não NSA NSA
Legenda: NI: não informa/ NSA: não se aplica
53
7.2. Submissão ao Comitê de Ética
Conforme se observa na tabela 10, nem todos os artigos informam a
submissão do trabalho a parecer do Comitê de Ética em Pesquisa (n=13). A
submissão foi informada em 10 artigos. Para os demais, verificou-se mesmo na
ausência de informações sobre parecer do CEP, se havia alguma descrição de
cuidado com algum aspecto solicitado pela Resolução 196/96 (e.g., solicitação
de consentimento informado). Com exceção daqueles artigos que descrevem
revisão bibliográfica (n=6), para os demais cinco descrevem algum
procedimento (e.g., preservação do anonimato dos sujeitos). Em um dos
artigos, não ficou claro se houve coleta de dados e quem eram os sujeitos
(identificado na tabela abaixo como “NÃO[?]”); no caso, o artigo uma vez
analisado supõe revisão de literatura, mas no corpo do texto descreve relatos
sem uma origem definida, se apenas exemplos de relatos prováveis ou
originados de algum procedimento [?]), como exemplos de apoio às discussões
feitas. Considerando que trata-se de sujeitos vulneráveis em sua maioria
(crianças e adolescentes), ou mesmo incapacitados (dado o grau de
comprometimento da surdez e processo de escolarização), esse quesito
(submissão ao Comitê de Ética) deveria estar sendo considerado em todos os
estudos.
Tabela 11: Distribuição das variáveis relativas à aprovação da pesquisa pelo comitê de ética INFORMA PROCEDIMENTO ÉTICO Total
INFORMA COMITÊ DE ÉTICA CEP NÃO NÃO(?) NSA SIM NÃO 0 13 0 0 5 18 NÃO (?)* 0 0 1 0 0 1 NSA** 0 0 0 6 0 6 SIM 10 0 0 0 0 10
Total 10 13 1 6 5 35 *NÃO(?) - há dúvida com relação ao uso de entrevista/ **NSA – Não se aplica
54
8 DISCUSSÃO
Ao que se refere ao funcionamento do organismo, encontra-se na
literatura, diversas definições sobre deficiência, cada uma delas abordando
aspectos como funcionamento e bem estar das funções fisiológicas do corpo e
seus órgãos componentes, como descrevem as autoras FARIAS e BUCHALLA
(2005).
Relacionadas ao conceito de deficiência, dentre elas destacam-se as
classificações ou definições sobre o tema abordando a deficiência em nível
físico ou psíquico. As definições geralmente tentam traduzir o modo de
alteração e funcionamento do sujeito, associando-os a um tipo de limitação ou
incapacidade em circunstancias que exijam desempenho relativos a
comunicação, sendo que estas limitações, do ponto de vista social, podem
interferir na vida social destes indivíduos. Observou-se que para cada tipo de
deficiência há explicações próprias dessa alteração no sistema fisiológico ou
mental do individuo, bem como os comprometimentos secundários a vida social
do mesmo.
Os autores TORRES; MAZZONI E MELLO (2007, p.371) dizem que
indivíduos que apresentam algum tipo de deficiência, desempenham suas
atividades e participam socialmente de forma diferentes quanto ao aspecto da
discapacidade que vivenciam. Neste sentido, ao que se referem os sujeitos
surdos o autor Lima (1997) apud Silva, Pereira e Zanolli (2007 p. 279)
considera a surdez como um problema sensorial, porem não visível,
(independente do comprometimento da deficiência auditiva), que acarretam
dificuldades com relação à percepção, recepção e o reconhecimento dos sons.
Para os autores a alteração da surdez pode acontecer em diferentes graus,
desde o mais leve (interferindo na aquisição da fala, mas não impedindo o
individuo em adquirir uma linguagem oralizada), até o comprometimento mais
profundo (que impede o individuo em adquirir a linguagem oral)
No que diz respeito aos processos advindos da audição, os autores
Silva, Queiros e Lima (2006), apud Trigueiro (sem data), abordam a
importância e as especificidades do ouvido e da audição na vida do ser
humano. Os autores fazem menção ao órgão do ouvido e a capacidade da
55
audição como uma “função nobre” do ser humano que, por meio desta,
possibilita o acesso direto ao universo da linguagem falada.
Entretanto Oliveira, Castro e Ribeiro (2002) apud Trigueiro (et al.), (sem
data), ressaltam que as alterações referentes a audição, neste caso, a surdez,
comprometem e interferem nas potencialidades do individuo, pois o mesmo
terá dificuldades na sua capacidade de comunicação e aprendizagem, e por
sua vez, interfere nos processo cognitivos, emocionais e socialização.
Ao lado da oferta de conceitos, definições e classificações de deficiência
e de deficiência auditiva, vê-se na contemporaneidade uma atenção à questão
da inclusão social de indivíduos acometidos por deficiências, que tem feito
parte de políticas públicas e acordos nacionais e internacionais voltados para o
direito à pessoa e à pessoa com deficiência.
Neste sentido, a inclusão educacional tem exercido um papel
fundamental para as pessoas com deficiência, com a finalidade de as
integrarem em ambientes e atividades sociais. Parte da premissa de que todos
são iguais, com suas diferenças, sempre defendidos na ótica dos direitos
humanos. Ministério da Saúde (2006 p. 9) ressalta que os direitos das pessoas
portadoras de deficiências nos mais diferentes campos e aspectos estão
amparados legalmente por base da Constituição de 1988, e que a partir desta
suprema Lei, estabeleceram-se os regulamentos e decretos constitucionais
destinados ao público dos deficientes, “destacando-se as Leis n.º 7.853/89 e
n.º 8.080/90 a chamada Lei Orgânica da Saúde, bem como a Lei de n.º
3.298/99. que objetiva assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e
sociais das pessoas com deficiência tais como tratamento clínico e
atendimento especializado, respeitando as especificidades de cada caso; a
realização de diagnóstico, atendimento precoce e encaminhamento para a área
de educação; adaptação e fornecimento de prótese auditiva ou aparelho de
amplificação sonora (quando indicado), acompanhamento médico e
fonoaudiológico e terapia fonoaudiológica; atendimento em reabilitação por
equipe multiprofissional.
O processo da inclusão social das pessoas com deficiências significa
torná-las participantes da vida social, econômica e política, assegurando o
respeito aos seus direitos no âmbito da sociedade. As leis referentes à
população dos deficientes podem ser consideradas recentes, sendo a partir da
56
Constituição Federal (1988) que são definidos por preceitos legais, o
reconhecimento deste público. Sobre estes princípios normativos do governo
relacionados aos deficientes, os autores SOUZA E MACEDO (2002 p.10)
ressaltam que os preceitos governamentais em nível estadual e municipal são
fundamentados de acordo com a Constituição Federal (1988), a Declaração de
Educação para Todos (1990), Declaração de Salamanca - Necessidades
especiais em sala de aula (1994) e a LDB nº 9394/96.
Vê-se que as questões políticas, destinadas a pessoas com deficiência,
garante-lhes o direito de terem condições de igualdade, com a perspectiva da
melhoria nas condições de vida. Neste sentido, o processo da inclusão social
das pessoas com deficiências significa torná-las participantes da vida social,
econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da
sociedade.
Encontram-se muitas leis governamentais que asseguram pessoas com
deficiência a terem uma inserção social com os devidos direitos relacionados à
saúde, a educação, transporte, ao trabalho, ao voto entre outros, lhes
aproximando assim da legalidade democrática regida pelo sistema de nosso
país.
Dentre todas as leis que asseguram aos deficientes auditivos os direitos
do exercício cívico, percebe-se a ênfase ao que diz respeito aos direitos
relacionados à educação, especificamente no Art. 4º referente ao governo
Fernando Henrique Cardoso, e nos Art. 3º, 22º, 23º referente ao governo de
Luis Inácio Lula da Silva. Dentre as descrições desta lei, encontra-se a
capacitação aos professores para o ensino e uso de libras e para o ensino da
língua portuguesa para surdos; viabilizar o ensino da Libras e também da
língua portuguesa para os alunos surdos; prover as escolas com o profissional
tradutor e intérprete de libras e língua portuguesa, como requisito de
acessibilidade à comunicação e à educação de alunos surdos em todas as
atividades didático-pedagógicas; viabilizar o atendimento educacional
especializado para alunos surdos;apoiar, na comunidade escolar, o uso e a
difusão de libras entre professores, alunos, funcionários, direção da escola e
familiares; flexibilizar os mecanismos de avaliação, na correção das provas
escritas, valorizando o aspecto semântico e reconhecendo a singularidade
lingüística manifestada no aspecto formal da língua portuguesa; adotar
57
mecanismos alternativos para a avaliação de conhecimentos expressos em
libras, desde que devidamente registrados em vídeo; e disponibilizar
equipamentos e recursos didáticos para apoiar alunos surdos ou com
deficiência auditiva.
Os artigos selecionados para a realização deste trabalho, embora sejam
artigos publicados em periódicos de psicologia, obtiveram maiores freqüências
na abordagem relacionadas às contribuições cientificas da educação, tanto das
temáticas quanto da ênfase das pesquisas (público e ambiente de realização
da pesquisa).
É perceptível que o período entre 1999 a 2010 uma oscilação quanto o
número de publicações anuais, destacando o ano de 2006 a maior freqüência
destas. Esta constatação pode-se associar as próprias limitações das fontes de
coleta e seleção dos artigos para a realização deste trabalho. Há de se
considerar que nem todas as revistas fazem publicações numa freqüência
anual de um mesmo tema, neste caso a deficiência auditiva.
Observou-se também que as temáticas envolvidas nas pesquisas
tiveram algumas variações, com relação à abordagem da pesquisa, o que pode
indagar que, neste período não obtiveram constância nas investigações, em
outras palavras, infere-se que cada pesquisador ou grupo de pesquisadores
buscaram investigar informações baseando-se em interesses próprios, como
por exemplo, em defesas de trabalhos de cursos de especialização. Contudo
uma questão em particular chama a atenção, referente ao tratamento e
descrições dos objetivos, pois ao realizar o agrupamento das categorias
semelhantes, pode-se constatar que nesta variável houve maiores
proximidades, indaga-se então que esta semelhança é conseqüência do objeto
de pesquisa em comum aos pesquisadores (investigações relacionadas a
sujeitos surdos, seja em artigos de revisão de literatura, sejam em trabalhos de
pesquisa de campo)
Quanto ao número de autores, verificou-se variabilidade desses, sendo
que em boa parte das publicações encontrou-se até dois autores, sendo,
entretanto, que poucos deles publicaram mais de um artigo no período. Chama
a atenção, a falta de regularidade na abordagem aos assuntos, tendo os
autores como referencia, sugerindo uma inconsistência na oferta de materiais
considerando a evolução do tratamento do tema. Ressalvam-se as publicações
58
de Capovilla (2004) e (2005), que tratam de aspectos cognitivos do ponto de
vista experimental.
Observa-se que com relação aos autores e sua origem vinculadas com
as diferentes instituições está na sua maioria vinculada às variações
institucionais de mesma região, ou localidades próximas. Entretanto observou-
se que em um trabalho houve a vinculação de três instituições.
Através das análises, notou-se que as instituições de maior destaque
foram a Universidade de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas e
Universidade Federal de Paraíba. Percebe-se também que em cinco
publicações encontram-se diferentes instituições (públicas e privadas) e em um
artigo percebeu-se a vinculação da universidade pública com a prefeitura e em
outro estudo vinculado a uma associação de classe. Pode-se hipotetizar que
através destas vinculações entre universidades e entre universidade e
prefeitura revela-se a importância da troca de conhecimentos de profissionais
pesquisadores vinculados a universidades, bem como por meio de parceria
com órgãos públicos (e.g., prefeitura). Também a relação entre universidades
pode revelar relações entre autores cujas publicações derivam da formação em
pós-graduação, uma vez que para a maioria dos estudos em que há parcerias
entre instituições não houve mais de uma publicação para o tema que os
autores se dedicam em primeiro momento.
Percebeu-se que as maiores freqüências de publicação foram realizadas
em universidades públicas. A região com maior número de produções na área
é a região sudeste, e em destaque estão Universidades Públicas (p.e.,
Universidade Federal da Paraíba/Universidade Federal de
Pernambuco/Universidade de São Paulo). Em se tratando de territorialidade
geográfica, percebe-se que foram contempladas todas as regiões do país
(norte, nordeste, centro-oeste, sudeste, sul) embora haja maior concentração
das publicações na região sudeste, em especial no estado de são Paulo.
Através da analise deste dado, é possível interpolarmos que as
pesquisas estão concentradas na região sudeste, por razões de que nesta
região há estruturas avançadas pra fins de pesquisas cientificas com relação
às demais regiões geográficas do país. Como pode ser percebido através das
analises, alguns artigos que foram publicados na região sudeste tinham autores
de localidades fora desta região.
59
Contudo, observou-se que a maior freqüência das publicações foi
realizada em uma instituição, embora boa parte das publicações foram
realizadas com contatos ou vinculação de duas universidades. Em um trabalho,
observou-se que a realização da pesquisa fez-se por meio de uma instituição
acadêmica com a prefeitura. Fato que nos desperta à atenção para um tipo de
pesquisa com possíveis finalidades de “identificar” demandas especificas do
contexto social.
Os dados obtidos referentes à metodologia apontam que as maiores
partes das pesquisas são de base empírica, com caráter qualitativo. E para a
realização das pesquisas desta categoria, os dados apontam que, para a coleta
das informações, utilizou-se como tipo de pesquisa, os levantamentos de
dados, juntamente com análise observacional, bem como as aplicações de
avaliações psicológica-psicometria, pedagógica ou fonoaudiológica.
A análise deste estudo observou-se que as pesquisas empírica em que,
utilizou-se como instrumento de investigação os testes psicológicos ou
avaliações psicométricas. , apresentaram dados com maior probabilidade de
controles das variáveis investigadas. Entretanto, na maior parte dos artigos não
foi possível realizar a análise destas variáveis, pois os artigos embora
apresentassem a identificação de situação-problema não esclareciam em suas
contribuições alguma alternativa ou sugestão a serem alterada para futuras
pesquisas.
Relativo ao público alvo das pesquisas destacou-se as crianças com
surdez, bem como os professores ouvintes compreendidos nos períodos
escolares (5ª a 8ª ano do ensino fundamental). Referentes ao contexto em que
as pesquisas foram desenvolvidas mostram que os ambientes em que tiveram
grande exploração, foram às instituições de ensino, ou salas de aula.
Através deste dado é possível afirmar que as pesquisas destinadas á
temática da deficiência auditiva, estão voltadas para os conhecimentos
pedagógicos, principalmente pelo fato de termos apontado nas tabelas que a
maior área de interesse das pesquisas sobre deficiência auditiva está focada
na área da educação, sendo realizadas as investigações em contextos
escolares.
No que diz respeito ao público alvo (apresentado em maior freqüência
por crianças e adolescentes) chama a atenção a responsabilidade ética e
60
jurídica, ao realizar pesquisas com este público em questão. Visto que nem
todos os artigos se submeteram aos procedimentos de avaliação e aprovação
do Comitê de Ética em Pesquisa.
E indispensável apontarmos então, as implicações éticas que estão
envolvidas quando o público em questão são crianças e adolescentes. A
probabilidade de estes sujeitos submeterem-se as questões de vulnerabilidade
é maior, principalmente pelo fato de não responderem judicialmente por si
próprio.
Sabe-se que ao se realizar investigações cientificas faz-se necessário
assegurar o sigilo das informações obtidas, bem como condições de proteção
relativa à ética do sujeito da pesquisa
Um dos principais documentos que assegura a proteção do sujeito que
se submete a uma pesquisa cientifica esta baseada na Resolução 196/96,
denominado Termo de Consentimento Livre e esclarecido. E conforme Hardy,
Bento e Osis (2002 p.60) descrevem: A Resolução 196/96 também determina o que deve constar do conteúdo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e que o mesmo deve ser avaliado pelo CEP, que decide se realmente o TCLE esclarece os potenciais sujeitos da pesquisa e permite-lhes tomar uma decisão autônoma e voluntária de participar ou não de uma pesquisa. (2002 p.60)
Em se tratando de sujeitos vulneráveis a responsabilidade do
pesquisador deve ter maiores cuidados, principalmente a proteção no que se
refere à ética do sujeito. Para esta questão em particular o Ministério da Saúde
(2007, p. 92) aponta que a pesquisa deve-se pautar nos seguintes critérios: “O respeito devido à dignidade humana exige que toda pesquisa se processe após consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivíduos ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuência à participação na pesquisa”.
Referente aos cuidados quando o público investigado são sujeitos de
maior vulnerabilidade, com algum tipo de deficiência o Ministério da Saúde
(2007, p. 93) descreve que:
“Em pesquisas envolvendo crianças e adolescentes, portadores de perturbação ou doença mental e sujeitos em situação de substancial diminuição em suas capacidades de consentimento, deverá haver justificação clara da escolha dos sujeitos da pesquisa, especificada no protocolo, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, e cumprir as exigências do consentimento livre e esclarecido, através dos
61
representantes legais dos referidos sujeitos, sem suspensão do direito de informação do indivíduo, no limite de sua capacidade”.
Portanto as implicações éticas de ser uma variável de grande
importância que requer responsabilidades e devidos cuidados no momento de
realizar uma investigação cientifica. Quando a temática em questão esta sob a
perspectiva de sujeitos vulneráveis e que tenham algum comprometimento
físico os cuidados devem ser ainda maiores, pelo fato de que não se envolve
um sujeito, mas também o consentimento dos responsáveis sobre o mesmo.
Através das análises descritas nos resultados, é necessário apontar a
falta de preocupação dos artigos em apresentar no método, a presença do
profissional intérprete quando os sujeitos investigados eram surdos. Sendo que
a mediação comunicativa com pessoas surdas faz-se junto ao intérprete.
Mesmo que recente, faz-se necessário a valorização deste profissional nos
ambientes em que sujeitos surdos fazem uso enquanto cidadãos (escolas,
serviços de saúde, empresas, universidades, palestras, eventos, e outros).
Como descreve GUARINELLO et al (2008), o sujeito surdo tem o direito ao
intérprete em ambientes públicos, e acrescenta, o sujeito surdo necessita de
uma língua para se constituir enquanto sujeito pois através desta língua que
haverá possibilidade de exercer suas funções cognitivas.
Vimos que as pesquisas em sua maioria tiveram como foco sobre a
surdez, investigações referente ao público infantil em ambientes escolares.
Baseado nesta questão e, a partir das análises realizada neste estudo é
possível relacionar as nossas observações com as contribuições de BISOL,
SIMIONI e SPERB (2008, p. 392), ao registrarem que, as pesquisas referentes
ao campo da psicologia há grandes interesses pelo desenvolvimento na área
da educação de surdos.
Neste sentido, percebe-se que, embora encontre significativos números
de produções científicas relacionadas à temática sobre deficiência auditiva no
campo da educação, é notável também uma variabilidade de assuntos
investigados o que nos leva a hipotetizar uma variabilidade das pesquisas
mesmo sendo em campo de estudo especificas de uma área, neste caso,
pedagógica/educação. Indaga-se que, as instituições de ensino parecem
atender as demandas dos sujeitos com deficiência auditiva com a finalidade de
cumprir com as funções política-sociais que estão dispostas nas leis federais
62
do governo brasileiro, pois os artigos analisados, embora mostre o processo de
inserção do sujeito surdo no ensino regular, não apontam um cuidado, ou
atenção adequada a estes sujeitos, visto que estes merecem ou exigem uma
atenção diferenciada com recursos diferenciados principalmente no processo
de ensino-aprendizado se forem comparados aos demais alunos. De acordo
com BISOL (et al) (2010, p.150) “[...] ainda existem restrições à aprendizagem
em razões de dificuldades metodológicas como advertem alguns autores
dentre os quais Capovilla e Capovilla”.
63
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste trabalho estabeleceu-se em realizar uma análise
quantitativa e qualitativa com a finalidade de identificar os recursos
metodológicos utilizados nas pesquisas sobre deficiência auditiva, publicados
em revistas de psicologia, tendo como fonte de pesquisa principal as
publicações disponíveis na base de dados SCIELO e BVS PSI.
Ao longo do trabalho, percebeu-se que a terminologia sobre deficiência
auditiva associa-se as questões relacionadas a uma alteração da
funcionalidade da estrutura fisiológica, que causa no individuo alguma limitação
ou dificuldade para realizar algumas atividades. Neste sentido, tal
comprometimento nível físico, pode interferir conseqüentemente em algumas
restrições na vida deste sujeito ao que se diz respeito às questões emocionais,
cognitivas e sociais.
Percebe-se que as contribuições científicas sobre a temática da
deficiência auditiva e surdos, apresenta-se com maior freqüência nos estudos
na área da educação. Observam-se as investigações relacionadas ao sujeito
surdo, baseiam-se em obter informações sobre: desenvolvimento e
aprendizagem do aluno surdo; o relacionamento de alunos surdos com os
professores e demais colegas, a experiência do professor ter alunos com
deficiência auditiva, da percepção familiar sobre a educação dos surdos entre
outros. Entretanto, nota-se por outro lado, que as demais áreas de
conhecimento, especificamente a área da psicologia, apresentam em menor
freqüência publicações relacionadas à temática sobre deficiência auditiva
Baseado na análise de que, o discurso cientifico sobre deficiência
auditiva, está relacionado com maior ênfase nos contextos escolares,
indagamos que as pesquisas assumem caráter pedagógico, sendo que nos
artigos analisados encontra-se ainda que o público de maior interesse para os
pesquisadores foram crianças com idade até dez anos de idade.
É notável que os processos que envolvem crianças surdas no contexto
escolar, estão fundamentados aos princípios da inclusão social, sendo
amparados pelos regulamentos das leis governamentais. A partir da análise
64
das publicações observa-se que a maior parte dos alunos surdos estão
registrada nas instituições regulares de ensino público.
Através da análise dos artigos observou-se que as instituições de ensino
parecem estar preocupadas em cumprir com os regulamentos governamentais
e por este motivo acolhem os sujeitos deficientes auditivos. Entretanto não
foram encontrados contribuições e informações relativas ao método de ensino
diferenciado a alunos que apresentam alguma deficiência auditiva. Neste
sentido, percebe-se que a metodologia de ensino que é ofertada, equipara-se
aos mesmos padrões dos demais alunos que não apresentam deficiência
física. Neste sentido, questiona-se a forma de aprendizado qualificado dos
alunos que necessitam de atenção diferenciada, já que o método e a didática
de ensino são praticamente o mesmo para todos. É de suma importância
reconhecer que, em se tratando de pessoas surdas, a primeira língua a qual
deve ser ensinada é Libras e a segunda a língua portuguesa.
Alunos surdos necessitam de uma atenção diferenciada dos outros
alunos, pois o processo de apreensão das informações e do conhecimento
baseia-se nos recursos visual-espacial. Questiona-se também se as
instituições de ensino realmente estão preparadas para receber alunos
deficientes auditivos de modo a proporcioná-los ensino adequado tendo em
vista não só a formação de um aluno alfabetizado, mas de um cidadão com
capacidades de desenvolverem-se socialmente embora muitas das dificuldades
encontradas em contextos escolares, podem ser caracterizadas dos reflexos e
das barreiras que as pessoas com deficiência auditiva deparam-se em outros
espaços sociais
Mister registrar que não é de responsabilidade exclusiva do professor
em sistematizar o seu modo de lecionar para alunos com algum
comprometimento que mereça uma atenção especial. No tocante dos alunos
surdos, por exemplo, seria necessário que fosse disponibilizado um profissional
intérprete para acompanhá-lo no período escolar exercendo um importante
papel de mediador entre aluno-instituição de ensino, conforme descrevem as
Leis Federais.
Entretanto, restringir as informações sobre os surdos exclusivamente em
ambiente educacional parece obter informações limitada relativo a magnitude
do universo do sujeito surdo e de sua cultura, visto que essas pessoas se
65
fazem presente na sociedade como um todo, tanto quanto pessoas ouvintes (
nas questões relativas a saúde, transporte, formação acadêmica, trabalhador e
outros). Neste sentido, sugere-se que amplie as pesquisas sobre surdez em
outros espaços socialmente utilizados pelo sujeito surdo. No campo da
psicologia, por exemplo, sugere-se que os profissionais em investigar o
processo e a construção do sujeito surdo enquanto ser social, visto que este
sujeito se constrói enquanto ser e sujeito social totalmente diferente dos
ouvintes.
Os surdos têm uma cultura e linguagem própria, portanto sua construção
enquanto ser - humano se faz através não de uma linguagem falada,
verbalizada ou ate mesmo oralizada. A construção e formação psíquica destes
sujeitos baseiam-se em gestos, figuras, desenhos, ou seja, em recursos
puramente visuais. De modo audacioso, pode-se dizer que seria lidar com
estrangeiros em território nacional. Neste sentido, é necessário valorizar a
profissão exercida pelo interprete de libras quando sua presença é exigida em
ambientes que são utilizados por sujeitos surdos. No que diz respeito a
psicologia, esta questão deve ser ainda preocupante no que diz respeito a ética
imposta pela profissão. É necessário que o psicólogo também tenha
conhecimentos fundamentados em libras para melhor atender as pessoas
surdas que necessita deste serviço. Baseado nos princípios éticos e sigilosos
da profissão de psicologia questiona-se a presença de uma terceira pessoa
que viabilize o processo comunicativo.
Reconhecer as diferenças para lidar com pessoas surdas requer
disposição em aprender outra cultura e outra linguagem, pois pessoas surdas
(e suas famílias), também necessitam de suportes psicológicos tais como:
atendimento, orientação ou acompanhamento psicológico, (no sentido de
demandas clinica) em atendimento aos serviços públicos (CRAS, CREAS,
PSF, NASF e outros) em submissão a processos de seleção para trabalho (no
sentido de função empregatícia) entre outros ambientes sociais.
Portanto, a psicologia pode ter significativas contribuições relativas às
questões desse publico diferenciado constituído por pessoas surdas, através
de pesquisas cientificas. Espera-se que este trabalho possa abrir novos
espaços para outras investigações no campo da psicologia em outros
contextos sociais, bem como promover possíveis interfaces da psicologia com
66
outras áreas de conhecimento, a fim de complementar as investigações
cientificas.
67
10 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGELUCCI, C. B. LUZ, R. D. Contribuições da escola para a (de) formação dos sujeitos surdos. Psicol. Esc. Educ. (Impr.), Campinas,V. 14, n. 1, jun. 2010. , Disponível em <http://www.scielo.br/pdf>. Data de acesso: 12/02/2011. AMARAL, M. Dicionário de filosofia moral e política: instituto de filosofia da linguagem. Lei introdução e significado geral. Disponível em <http://www.estig.ipbeja.direito/lei.pdf>. Data de acesso: 02/10/2010. AMORIM, V. K. T. M. Fatores que interferem na audição do bebê durante a gestação: “uma proposta de prevenção”. Recife. 1998. Disponível em:< http://www.cefac.br/pdf>. Data de acesso:25/09/2010. B. B. S. Santana Inclusão social, inclusão escola responsabilidade de todos. Paraná. 2010. Disponível em: www.partes.com.br>. Data de acesso: 12/02/2011.. Bisol, C. A; Simioni J; Sperb, T. Contribuições da Psicologia Brasileira para o Estudo da Surdez. Psicologia: Reflexão e Crítica,2007. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo>.Data de aceso:18/11/2010. Bisol C. Sperb, T. M. Discursos sobre a Surdez: Deficiência, Diferença, Singularidade e Construção de Sentido. Psicologia: Teoria e Pesquisa. Vol. 26 n. 1. 2010. , Disponível em <http://www.scielo.br/pdf>. Data de acesso: 12/02/2011. BOMFIM, R. O. SOUZA, A.P. R. . Surdez, Mediação e Linguagem na Escola. Psicol. USP, São Paulo, v. 21, n. 2, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf>. Data de acesso: 12/02/2011. BRASIL. Supremo tribunal federal. Lei n°12.319. Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _Ato2007-2010/2010/Lei/L12319.htm>. Acesso em: 08 de janeiro de 2011 CANHO,P. G.M; NEME, C. M. B. YAMADA M.O. A vivência do pai no processo de reabilitação da criança com deficiência auditiva. Estudos de
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75
ANEXO
76
Anexo A: Distribuição das variáveis relativa aos autores dos estudos selecionados
AUTOR(ES) F BANDINI, H.H.M. 2 BIDÁ, M. 2 BISOL, C.A. 2 PEREIRA, M.C.C. 2 SILVA, A.B.P. 2 SOUZA, E.C. 2 SPERB, T.M. 2 YAMADA, M.O. 2 ZANOLLI, M.L. 2 ALVES, P.A.A. 1 ANDRADE, C.G. 1 ANGELUCCI, C.B. 1 ASSIS, G.J.A. 1 BATISTA, C.G. 1 BEVILACQUA, M.C. 1 BORGES, C.D. 1 BRITO, A.M.W. 1 CANHO, P.G.M. 1 CAPITÃO, C. 1 CAPOVILLA, A.G.S. 1 CAPOVILLA, F. 1 CARDOSO, L.M. 1 CROMACK, E.M.P.C. 1 DESSEN, M.A. 1 DOMINGUES, A.F. 1 DORZIAT, A. 1 FÁVERO, M.H. 1 FRANÇA, V.C.R.M. 1 JUCÁ, L. 1 KROM, M. 1 LACERDA, A.M. 1 LEONARDO, N.S.T. 1 LUZ, R.D. 1 MASSI, G. 1 MAURÍCIO, A. 1 MEIRELLE, V. 1 MENDES, L.C. 1 MONTEIRO, J.K. 1 MOTTI, T.F.G. 1 NEME, C.M.B. 1 NERY, C.A. 1 OLIVEIRA, C.L.A. 1 PALAMIN, M.E.G. 1
77
PETEAN, E.B.L. 1 PIMENTA, M.L. 1 QUADROS, R.M. 1 REZENDE, I.G. 1 RODRIGUES, O.M.P.R. 1 SANTOS, N.A. 1 SILVA, A. 1 SILVA, B.P. 1 SILVA, R.B.P. 1 SIMIONI, J. 1 SKILIAR, C. 1 SOUZA, R.D.C. 1 SPINILLO, A.G. 1 VIGGIANO, K. 1 VILLAS BOAS, A.C.V.B. 1 YAMANAKA, D.A.R. 1
78
Anexo B: Distribuição das variáveis relativa aos sujeitos da pesquisa, a escolaridade, categoria surdo/ouvinte e o instrumento utilizado
Código Sujeito
Idade sujeito surdo (em
anos)
Nº de sujeitos
Série (para professores/
alunos participantes)
Ouvinte/ surdo Instrumento
1 RL NSA NSA NSA NSA Revisão da literatura
2 Professor NSA 13 Educação
infantil/1ª à 4ª série
Ouvinte Entrevista
3 RL NSA NSA NSA NSA Revisão de literatura
4 Professor NSA 07 1ª à 4º série Ouvinte Entrevista/observação em sala de aula
5 Adulto 37 1 NI Surdo Entrevista semi-estruturada
6 Mãe NSA 10 NSA Ouvinte Entrevista
7 Professor NSA 7 Ensino fundamental Ouvinte Entrevista/observaç
ão em sala de aula
8 Criança 6 a 12 11 NI Surdo Teste projetivo ( HTP)
9 Jovem 19 1 NI Surdo Entrevista
10 Adolescente 14 a 19 40 5ª à 7ª série Surdo Materiais
pedagógicos
11 Criança/adolescente/adulto 6 a 41 505
1ª série do ensino
fundamental à 1ª série do
ensino médio
Surdo
Teste de Vocabulário
Receptivo de sinas da Libras (TVRSL1)
12 Jovem 23 e 24 4 NI Surdo Entrevista
13 RL NSA NSA NSA NSA Revisão de literatura
14 Criança 6 a 8 5 NI Surdo Materiais pedagógicos
15 Relato de experiência NSA NSA NSA Psicólogo ouvinte
Relato de experiência
16 Jovem / adulto 18 a 30 3
Séries iniciais da educação de jovens e
adultos
Surdo
Prova conceitual de resolução de problemas
numérico (ECPN)
17 Criança /jovens/adulto 6 a 45 805
1ª série do ensino
fundamental à 1ª série do
ensino médio
Surdo
Teste de Competência de
Leitura Silenciosa de Palavras - TCLP
18 RL NSA NSA NSA NSA Revisão de literatura
19 Adolescente 13 a 19 4 6ª série Surdo
Bateria de Provas de Raciocínio BPR-
5
20 Pai ouvinte 25 a 38 12 NSA Ouvinte Entrevista
21 Mãe / criança 5 e 36 2 NI Mãe ouvinte
e criança surda
Filmadora VHS; Brinquedos e
objetos utilizados na cozinha da residência da
família
22 Crianças 6.5 e 7.3 7 NI Surdo
Aplicação da Escala de Letramento
Emergente 23 Mãe NSA 10 mães e 10 Pré-escola Mães Entrevista
79
crianças regular e ensino
fundamental
ouvintes e crianças surdas
24 Criança 8.6 e 9.11 4
1ª e 2ª serie do ensino
fundamental Surdo
Prova de Consciência
Fonológica (PCF)
25 Crianças 6 a 12 118
Pré e 6ª série (surdos) -
ouvintes (pré a 7ª série)
Surdo e ouvinte
Ficha de identificação e
Aplicação do Teste das Pirâmides
Coloridas de Pfister (TPC)
26 Professor 37 a 60 13 NI Ouvinte
Ficha de identificação
(professoras); Questionário
27 Mãe 21 a 51 20 NSA Ouvinte Entrevistas
28 Criança 7 a 12 20 NI Surdo e ouvinte Computador
29 Mãe 34 10 NSA Ouvinte Entrevista semi-estruturada
30 Criança/interprete NI 2 NI Criança
surda/interprete ouvinte
Entrevistas e filmadora
31 Criança 7 a 12 20 NI Surdo e ouvinte Computador
32 RL NSA NSA NSA NSA Revisão de literatura
33 RL NSA NSA NSA NSA Revisão de literatura
34 Criança/professora/mãe 4 a 5
2 professoras e 4
crianças/mães
NI
Criança surda /
professora ouvinte/surd
a /mãe ouvinte
Filmagem
35 Pais 23 e 47 10 NSA Ouvinte Entrevista
LEGENDA: NSA – NÃO SE APLICA / NI – NÃO INFORMA / RL – REVISÃO DE LITERATURA
80
Anexo C: Distribuição das variáveis relativa á palavras-chave utilizadas nos artigos selecionados Palavras - chave Classes ARTIGO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 total Deficiência auditiva
Surdez
2
Criança(s) surda(s) 5
Deficiente da audição 1
Surdez 15
Deficiência auditiva 4
Adolescentes surdos 1
Deficiente auditivo 1
Surdo(s) 2
Perda auditiva 2
Avaliação psicológica
Avaliação
3
Teste das pirâmides coloridas de Pfister
1
Avaliação 1
Diagnóstico 1
Ensino
Ensino
1
Professores 1
Educação de surdos 1
Prática pedagógica com surdos
1
Interação professor ouvinte-aluno surdo
1
Surdos-educação 1
Educação e surdez 1
Leitura 2
Habilidade de leitura e escrita
1
Educação 1
Escola 1
Narrativa 1
Inclusão educacional 1
Imagens visuais na educação
1
81
Produção de texto 1
Vocabulário 1
Equivalência de estímulos
1
Classes ordinais 1
Relações numéricas 1
Resolução de problemas 1
Competências numéricas
1
Raciocínio 1
Pais de surdos
Família
1
Interações genitores-criança surda
1
Famílias de crianças deficientes
1
Relações familiares 1
Família 3
Relações mãe-criança 1
Mães 1
Pais 1
Sentimento materno 1
Figura do pai 1
Mitos familiares 1
Processos intergeracionais
1
Aprendizagem do libras
Língua/ Linguagem/
Libras
1
Libras 1
Linguagem oral e de sinais
1
Linguagem 5
Oralização 1
Surdez e modalidades de linguagem
1
Gesto 1
Mediação 1
82
Língua de sinais 2
Pensamento e linguagem
1
Consciência fonológica 1
Percepção visual
Percepção visual
1
Sensibilidade ao contraste
1
Freqüências espaciais 1
Método psicolífico 1
Percepção visual de contraste
1
Freqüência radial 1
Método da escolha forçada
1
Subjetividade
Outros
1
Estudos surdos 1
Aprendizagem 1
Interação 1
Plasticidade 1
Psicólogo Profissional
2
Psicologia 2
Psicólogo escolar 1
Imagem de surdez e interação
Social
1
Imagem 1
Criança(s) 3
Concepção de surdez 1
Inclusão 1
Brincar 1
Socialização 1
Identidade 1
Movimentos sociais 1
Cultura surda 1
Psicanálise Teoria 1
Terapia familiar Tratamento 1
83
Implante coclear 3
Intervenção 1
Total 5 3 0 5 4 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 3 3 4 3 4 3 3 3 3 4 5 4 3 5 3 5 5 3 127
Anexo D:Distribuição das variáveis relativa ao tipo de instrumento utilizado nos estudos Código Instrumento
1 Revisão da literatura 2 Entrevista 3 Revisão de literatura
4 Entrevista/observação em sala de aula
5 Entrevista semi-estruturada
6 Entrevistas
7 Entrevista/observação em sala de aula
8 Aplicação de teste projetivo (HTP)
9 Entrevista 10 Materiais pedagógicos
11 Teste de Vocabulário Receptivo de sinas da
Libras (TVRSL1) 12 Entrevista 13 Revisão de literatura 14 Materiais pedagógicos 15 Relato de experiência 16 Testes avaliativos
17 Teste de Competência de Leitura Silenciosa de Palavras - TCLP
18 Revisão de literatura
19 Bateria de Provas de Raciocínio BPR-5
20 Entrevista
21
Filmadora VHS; Brinquedos e objetos utilizados na cozinha
da residência da família
22 Aplicação da Escala de Letramento Emergente
23 Entrevista
24 Prova de Consciência Fonológica (PCF)
25
Ficha de identificação e Aplicação do Teste das Pirâmides Coloridas de
Pfister (TPC)
85
26 Ficha de identificação
(professoras); Questionário
27 Entrevistas 28 Computador
29 Entrevista semi-estruturada
30 Entrevistas e filmadora 31 Computador
32 Revisão de literatura
33 Revisão de literatura 34 Filmagem 35 Entrevista