Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Faculdade de Educação Física e Desporto
Centro de Estudos de Exercício e Saúde
Avaliação do efeito agudo de uma sessão de PNF-Chi® na
flexibilidade dos isquiotibiais
Autor: Waldir Natalino Manz Junior Nº 9701027
Orientador: Professor Mestre António Palmeira
Lisboa, 8 de Julho de 2009
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Índice
Resumo.............................................................................................................3
I. Introdução....................................................................................................4
II. Problematização
O papel da Flexibilidade.......................................................................6
Flexibilidade, mecanismos neurofisiológicos......................................7
Flexibilidade, factores físicos................................................................9
Tipos de alongamento muscular........................................................10
O PNF-Chi...........................................................................................11
III. Metodologia
Tipo de estudo......................................................................................15
Amostra................................................................................................15
Critérios de inclusão
Critérios de exclusão
Instrumentos........................................................................................16
Procedimentos......................................................................................17
Avaliações
Sessão PNF-Chi
Procedimentos estatisticos..................................................................18
IV. Cronograma.............................................................................................19
V. Bibliografia................................................................................................21
VI. Anexos................................................................................................25
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Índice de figuras
Figura 1 – Análise da ADM de extensão do joelho através do software
AutoCAD 2007...............................................................................................18
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Resumo
Objectivos: Este estudo terá como objectivo analisar os efeitos agudos de uma sessão
de PNF-Chi na flexibilidade dos isquiotibiais em jovens do sexo masculino.
Métodos: Este é um estudo transversal experimental. Dentro da população estudantil
da escola seleccionada, os jovens que preencherem os critérios deste estudo e assinarem o
consentimento informado serão randomizados aleatóriamente em grupo controlo e grupo
experimental. Ambos os grupos serão avaliados e reavaliados pelo teste Passive Knee
Extension (PKE) com 45 minutos de intervalo entre avaliações. Nesse intervalo apenas o
grupo experimental realiza a sessão de PNF-Chi. Após os dados serem tratados no
programa autoCAD, os grupos serão comparados entre si em ambos os momentos pelo t-
test para amostras independentes, ou pelo teste Mann-Whitney, dependendo da
normalidade da distribuição da amostra. Para comparar o momento 1 com o momento 2 em
cada o grupo será calculada a média das diferenças entre os dois momentos de avaliação e
utlizado novamente ou o teste t-student. ou o teste não paramétrico Willcoxon.
Conclusão: Neste estudo pretende-se verificar de que modo o PNF-Chi, uma forma de
exercício físico de baixo impacto, com príncipios como a co-contracção e com os efeitos
de aquecimento das estruturas inerentes ao exercício, influência directa e imediatamente a
capacidade de alongamento de um grupo muscular específico. Seria de todo interessante
realizar estudos verificando os efeitos desta técnica a mais longo prazo e em cadeias
musculares.
Palavras-Chave: PNF-Chi, flexibilidade, co-contracção, isquiotibiais
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I. Introdução
No estudo da anatomia, fisiologia e movimento humano a flexibilidade enquanto
conceito tem sofrido várias mutações. Actualmente as definições mais consensuais
explicam a flexibilidade como a habilidade de mover os músculos e articulações em toda a
amplitude de movimento ou como a capacidade que o músculo possui para se alongar
durante o movimento podendo ser avaliada numa ou em várias articulações. (Alter , 1996)
Segundo inúmeros autores esta habilidade/capacidade revela-se fundamental em
dois campos distintos da prática desportiva: a performance desportiva em si e a prevenção
de lesões do sistema músculo-esquelético. (Alter , 1996; Rolls , 2004; Woods, Bishop, &
Jones, 2007; Worrell, Smith, & Winegardner, 1994)
Relativamente ao primeiro, a flexibilidade adequada permite ao desportista iniciar a
sua prova mais relaxado, melhorar a qualidade de execução dos movimentos e economia
na execução dos gestos, produzir um maior torque de força durante a prova, e também
recuperar mais rapidamente. (Alter , 1996; Rolls , 2004; Woods et al., 2007; Worrell et al.,
1994)
Quanto à prevenção de lesões do sistema músculo-esquelético, que representam
actualmente mais de 30% das lesões observadas em medicina desportiva, inúmeros
protocolos de alongamento apresentaram resultados positivos na prevenção da lesão
muscular e dos tecidos moles. Dentro destes os alongamentos dinâmicos mais próximos do
gesto desportivo têm sido estudados, tanto pelo seu efeito na melhoria da flexibilidade
como pelo efeito integrativo do movimento. (Dadebo, White, & George, 2004; Woods et
al., 2007)
Por outro lado, é de referir que uma amplitude articular excessiva pode ser tão
prejudicial como a falta de flexibilidade, isto devido à frouxidão ou laxidez que aumentam
a probabilidade de lesão. (Baechle & Earl, 2000)
Quando falamos em ganhos de flexibilidade existem fundamentalmente dois
aspectos a ter em conta: o biomecânico e o neurofisiológico.
A nível biomecânico o treino de flexibilidade deve ter como objectivo produzir uma
deformação mais plástica do que elástica para atingir ganhos efectivos. (Alter , 1996) A
nível neurofisiológico o SNC responde aos receptores de alongamento através de um
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sistema de reflexos, sendo o reflexo miotático ou de estiramento, o reflexo miotático
inverso e a enervação recíproca os mais importantes neste contexto. Será interessante notar
que, sendo os exercícios de flexibilidade conhecidos por aumentar a amplitude de
movimento e a extensibilidade dos isquiotibiais, investigadores demonstraram que os
exercícios de flexibilidade não tornam os isquiotibiais encurtados mais flexíveis, mas sim
mais tolerantes ao estiramento. (Halbertsma, van Bolhuis, & Goeken, 1996)
Por fim, mas não menos importantes, as propriedades físicas do músculo devem ser
consideradas. O aquecimento do músculo faz com que as fibras de colagénio se tornem
menos viscosas, aumentando consideravelmente a capacidade de deslize entre as
miofibrilas musculares. (Baechle & Earl, 2000)
O PNF-Chi é uma forma de exercício físico de baixo impacto que coordena os
padrões sinérgicos de activação muscular com a respiração. Os movimentos são lentos,
contínuos, em sentido diagonal e por toda a amplitude de movimento disponível. São
executados pela co-contracção dos músculos agonistas, que realizam o movimento, e dos
antagonistas, que oferecem a resistência. O controlo respiratório pode ainda ser combinado
com movimentos para flexão ou para extensão, conforme a intenção seja de reforço ou de
alongamento. (Albuquerque & Araújo, 2006 Jul)
Apesar de nesta forma de exercício por norma o objectivo específico não ser o
alongamento foram registados através da experiência clínica dos seus criadores, bons
resultados no aumento de amplitude activa disponível. Embora a recolha de dados não
tenha sido metódica nem racionalmente interpretada e organizada a verdade é que dois
casos clínicos evidenciaram ganhos na amplitude de extensão do joelho após sessões de
PNF-Chi através de medição com goniómetro. (Albuquerque & Araújo, 2006 Fev) Pensa-
se que tal se deve a princípios como a resistência oferecida pela co-contracção, os padrões
sinérgicos de activação muscular e a lentidão de movimento que, modulando o nível do
controlo neural superior, levam ao reajuste das cadeias sinápticas do mecanismo de
enervação recíproca, melhorando a flexibilidade sobretudo através de mecanismos neurais.
Neste sentido, e considerando a pouca investigação sobre o assunto, este é um tema
pertinente do ponto de vista do estudo do movimento e da análise dos pressupostos teóricos
desta nova forma de exercício físico de baixo impacto. (Nicol, Avela, & Komi, 2006)
Este estudo tem como objectivos expor as teorias mais recentes sobre os factores
influenciadores da flexibilidade e avaliar o efeito agudo de uma sessão de PNF-Chi na
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capacidade de alongamento dos isquiotibiais de um grupo de jovens entre os 16 e os 18
anos.
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II. Problematização
O papel da Flexibilidade
A flexibilidade do músculo tem sido uma preocupação dos especialistas em
reabilitação, assim como preparadores físicos e treinadores. (Bandy & Irion, 1994; Gleim
& McHugh, 1997) A maioria dos autores considera flexibilidade como a capacidade física
responsável pela máxima amplitude de movimento músculo-articular de uma ou mais
articulações sem o risco de lesão. Já o alongamento é o termo usado para descrever os
exercícios físicos que aumentam o comprimento das estruturas dos tecidos moles e,
consequentemente, a flexibilidade.(Achour Júnior , 2004)
A flexibilidade é tão importante para atletas como para pessoas sedentárias. Uma
vez que a amplitude articular de determinada articulação esteja comprometida, alguma
limitação se manifestará e poderá comprometer o desempenho desportivo, laboral ou das
actividades diárias. Os exercícios de alongamento tendem a restabelecer níveis satisfatórios
de mobilidade articular e reduzir tensões musculares, resultando numa melhor mecânica
articular. (Marchand, 2002)
No indivíduo saudável, a amplitude articular é influenciada pelos ligamentos,
comprimento dos músculos e tendões, e tecidos moles. Já em pessoas com limitações
patológicas, os problemas podem ser agravados por processos inflamatórios, redução da
quantidade de líquido sinovial, presença de corpos estranhos na articulação e lesões
cartilaginosas. (Marchand, 2002)
Também os hábitos posturais estão intimamente ligados à limitação da amplitude
articular, da extensibilidade dos músculos e da plasticidade dos ligamentos e tendões. A
correção postural e o aumento da amplitude articular, além de ter efeito relaxante,
colaboram na tomada de atitudes corporais mais confortáveis tanto na prática de exercícios
quanto nos movimentos diários naturais além de promover o alívio de tensões musculares.
Segundo a American Medical Society for Sports Medicine, exercícios de alongamento
provocam o relaxamento muscular, o que faz aliviar dores musculares causadas pelo treino,
além de aumentar a sensação de bem-estar melhorando o humor dos indivíduos. (Alter ,
1996)
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Apesar da controversia de alguns dados apresentados em relação à eficiência e ao
papel da flexibilidade sobre o tratamento de algumas lesões, os efeitos recuperadores dos
alongamentos pós-exercícios, bem com, da possível interferência do treinamento de
flexibilidade sobre a prevenção de lesões, ressalta-se o objectivo deste trabalho como
sendo testar de forma experimental princípios e conhecimentos recentes sobre mecanismos
que influenciam a capacidade de flexibilidade. (Gleim & McHugh, 1997; Woods et al.,
2007)
Flexibilidade, mecanismos neurofisiológicos
O sistema nervoso (central e periférico) assume um papel preponderante na
capacidade de flexibilidade de qualquer segmento corporal. A musculatura esquelética
(voluntária) possui dois tipos distintos de fibras nervosas-receptoras: os Órgãos Tendinosos
de Golgi (OTG) e Fusos Neuromusculares (FNM). (Alter , 1996; Baechle & Earl, 2000)
Os OTG estão localizados quase que exclusivamente na junção miotendinosa ou
músculo-aponeurótica e não dentro dos tendões como muitas vezes é erroneamente
transmitido. Os OTG controlam todos os graus de tensão muscular, mas são mais sensíveis
à tensão gerada pelas forças da contracção muscular. Esse controlo é extremamente
relevante para técnicas específicas de alongamento que utilizam contracções do músculo
que se pretende estirar (como a facilitação neuromuscular proprioceptiva). (Brandenburg ,
2006; Davis, Ashby, McCale, McQuain, & Wine, 2005)
Os FNM são fibras musculares mínimas e terminações nervosas em forma
fusiforme encapsulada por uma bainha de tecido conjuntivo que correm paralelamente à
fibra muscular. Estas pequenas fibras musculares são referidas como intrafusais devido à
sua localização dentro do fuso. Os FNM têm dois tipos de terminações sensoriais: primária
e secundária. As terminações primárias respondem simultaneamente ao estiramento fásico
(dinâmico) e tónico. Em contraste, as terminações secundárias respondem apenas aos
estiramentos tónicos. A resposta fásica mede a taxa de alongamento e a velocidade do
mesmo, portanto, desempenha um papel fundamental durante o alongamento balístico ou
dinâmico. Em contraste, a resposta tónica mede apenas o comprimento do músculo.
(Brandenburg , 2006; Davis et al., 2005)
Reflexo miotático: É um reflexo básico do funcionamento do sistema nervoso que
ajuda a manter o tônus muscular e a evitar lesões. O reflexo de estiramento é a resposta do
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músculo a um súbito e inesperado aumento do seu comprimento. Durante o estiramento
tanto a fibras musculares como os FNM são estirados, e esta mudança provoca um input
reflexo que termina na contracção do músculo que está a ser estirado. (Alter , 1996)
Reflexo miotático inverso: Quando a intensidade de uma contracção muscular
num tendão ou extensão é superior a um certo ponto crítico, ocorre um reflexo imediato
que vai inibir a contracção muscular. Como resultado, relaxa o músculo e imediatamente o
excesso de tensão é removida. (Alter , 1996)
Essa reacção só é possível porque os impulsos do OTG são poderosos o suficiente
para se sobreporem aos impulsos excitatórios nas fibras musculares. Esta flexibilização é
um mecanismo protector, um dispositivo de segurança para impedir tendões e músculos de
serem agredidos por contracção violenta. (Alter , 1996)
Enervação recíproca: Normalmente os músculos funcionam em pares de agonista
e antagonista, de modo que, quando um conjunto de músculos contrai, os músculos opostos
relaxam. Os músculos mais directamente envolvidos na concretização de um movimento
são os agonistas e os músculos que abrandam ou se opõe aos agonistas são chamados de
antagonistas. O agrupamento de funções coordenadas e opostas de músculos agonistas e
antagonistas é chamado enervação recíproca. (Alter , 1996; Halbertsma et al., 1996)
A inibição recíproca é realizada através da cooperação entre a rede neural que
fornece qualquer par de músculos antagonistas, ou seja, quando um dos dois recebe
impulso para contrair, o outro relaxa. Ao tomar vantagem desse fenómeno, pode-se induzir
relaxamento nos músculos que se pretende esticar. (Alter , 1996; Nicol et al., 2006)
Na Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (PNF), método que promove o
correcto funcionamento dos mecanismos neuromusculares através da estimulação
proprioceptiva, este conjunto de mecanismos neurofisiológicos está constantemente
presente, através de princípios como: facilitação e inibição, resistência, irradiação, indução
sucessiva e acção reflexa. (Sharman, Cresswell, & Riek, 2006)
A facilitação e a inibição são duas técnicas inseparáveis, pois a promoção da
facilitação dos músculos agonistas promove simultaneamente o relaxamento ou inibição
dos antagonistas, assim a primeira permite aumentar a excitabilidade neural enquanto a
segunda diminui-a.
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A resistência promove os meios que garantem a expansão ou irradiação dos padrões
adequados ao movimento. A irradiação é vista com a definição e divulgação no SNC do
limiar de excitabilidade que permite realizar uma contracção sinérgica dos músculos num
determinado padrão específico. Este fenómeno é normalmente realizado através da
contracção de um músculo agonista seguida imediatamente da activação de um músculo
antagonista – indução sucessiva. A eficácia das técnicas de PNF depende ainda do reflexo
de estiramento, este que envolve o FNM e OTG. (Nicol et al., 2006; Spernoga, Uhl,
Arnold, & Gansneder, 2001)
Flexibilidade, factores físicos
Para além dos comandos neurais adequados o musculo precisa ter também as
condições físicas óptimas para permitir o ganho de amplitude sem provocar lesões na sua
estrutura de miofilamentos, reduzindo também a dor muscular tardia que ocorre após os
exercícios. (Kubo, Kanehisa, Kawakami, & Fukunaga, 2001)
Neste sentido o aquecimento dos tecidos moles associado ao alongamento permite
aumentar a extensibilidade dos tecidos encurtados. À medida que a temperatura do
músculo aumenta, a quantidade de força requerida para alongar os tecidos contrácteis e não
contrácteis e o tempo durante o qual a força de alongamento precisa de ser aplicada
diminuem. Com o aumento da temperatura intramuscular, o tecido conectivo cede mais
facilmente ao alongamento e a sensibilidade dos órgãos tendinosos de Golgi aumenta (o
que leva a uma maior inibição muscular).(Knight, Rutledge, Cox, Acosta, & Hall, 2001;
Kubo et al., 2001; LaRoche & Connolly, 2006)
Exercícios de baixa intensidade feitos antes do alongamento aumentarão a
circulação para os tecidos moles e aquecerão os tecidos a serem alongados. Embora os
resultados dos estudos possam diferir, uma caminhada curta, exercícios não fatigantes em
bicicleta estacionária ou alguns minutos de exercícios activos para os membros superiores
podem ser usados para aumentar a temperatura intramuscular antes de se iniciar
actividades de alongamento. (de Weijer, Gorniak, & Shamus, 2003; McNair & Stanley,
1996; Zakas, Grammatikopoulou, Zakas, Zahariadis, & Vamvakoudis, 2006)
Sendo assim, seja através do aquecimento directo, seja por meio de exercícios de
aquecimento, o alongamento deve, segundo os argumentos precedentes, que são na
realidade clássicos argumentos coerentes, ser precedido de aquecimento.
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Em contraste, quando os músculos estão estirados, a actina e miosina invertem a
efeito de interligação que ocorre durante a contracção. A investigação demonstrou que,
num primeiro momento, é fácil esticar os filamentos de actina e miosina. Quando o
alongamento continua, os filamentos titina levam ao aumento do deslocamento, daí, o
filamento de titina ser o principal responsável pela extensibilidade do sarcómero e pela sua
resistência ao alongamento. Essa resistência é chamada de "tensão de repouso". (Mutungi,
Trinick, & Ranatunga, 2003)
As células musculares podem coordenadamente controlar e modular o limite
elástico assim como a falta de flexibilidade por uma expressão selectiva de titina (variação
estrutural), isto é, músculos que apresentem uma expressão selectiva de titina em maior
grau, tendem a desenvolver níveis de menor tensão e atingem o limite elástico a nível do
sarcómero, mas somente quando este apresenta um comprimento superior àquele em que
normalmente existe tensão. Assim, o controlo e modulação podem ser influenciados pelo
treino. Segundo Taylor, Brooks e Ryan, o treino de flexibilidade causa um relaxamento de
natureza mecânica que com o passar do tempo é responsável pela redução da tensão da
unidade músculo-tendão(Magnusson, Simonsen, Aagaard, Sorensen, & Kjaer, 1996), e
segundo Kubo, Kanehisa, Kawakami e Fukunaga este torna também as propriedades
viscoelásticas do tendão mais complacentes, aumentando assim a energia elástica
armazenada durante o ciclo de flexão-extensão. (Kubo et al., 2001)
A investigação tem demonstrado que um sarcômero pode ser estirado para 150 por
cento do seu estado repouso. Obviamente, então, os elementos contrácteis (filamentos) do
sarcômero não podem ser um factor limitante na flexibilidade quando o músculo está
relaxado. (Ballantyne , 2003)
Tipos de Alongamento
Diariamente, Preparadores físicos, Fisioterapeutas, atletas entre outros, executam
exercícios de alongamento utilizando variadas técnicas: alongamento balístico, estático,
passivo, activo e técnicas de PNF, dependendo dos seus objectivos. (Bandy & Irion, 1994;
Bandy, Irion, & Briggler, 1997, 1998)
O método estático baseia-se na manutenção de uma posição de alongamento
máximo durante um certo tempo, podendo esta ser repetida ou não. Este método está
associado à noção de alongamento lento e suave. Este método para além de ser o mais
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seguro é o melhor para aumentar a flexibilidade estática; é simples de aprender e fácil de
executar. Por outro lado, este método é mais monótono e aborrecido e deve ser aplicado de
forma exclusiva, ou seja, em prejuízo dos exercícios dinâmicos, não sendo uma técnica
apropriada para a especificidade de treino. (Bandy & Irion, 1994; Bandy et al., 1997, 1998)
Relativamente aos tempos de alongamento estático, frequência diária e semanal e
tempo de treino mais eficaz para ganhos de flexibilidade a literatura revela alguma
controvérsia. (Brandenburg , 2006)
Madding et al e Borms et al 1987, (cit in Chan, Hong e Robinson 2001) tentaram
examinar os efeitos do alongamento no aumento da flexibilidade da coxo-femural de 40
indivíduos saudáveis entre os 18 e os 30 anos, divididos em três grupos que realizaram um
alongamento de 10, 20 e 30 segundos respectivamente, estes concluíram que 10 segundos
de alongamento é o suficiente para aumentar a flexibilidade da coxo-femural quando
comparado com os 20 e 30 segundos de alongamento, no entanto o número de repetições
não foi claramente especificado. (Chan, Hong, & Robinson, 2001) Mais tarde Bandy e
Irion 1994, realizaram um programa idêntico mas nos isquiotibiais, em que 40 individuos
do sexo masculino realizaram os alongamentos com duração 15, 30 e 60 segundos,
concluindo que o alongamento de 30 segundos é o mais efectivo para ganhos de
flexibilidade. (Bandy & Irion, 1994) Este resultado foi confirmado com um estudo idêntico
realizado por Bandy, Irion e Briggler em 1997, no entanto alertaram para o facto da
correcta estabilização da pélvis e coxa, pois o resultado pode ser afectado se existir
movimento. As avaliações da flexibilidade foram realizadas com a coxo-femural a 90º de
flexão. (Bandy et al., 1997) Feland et al. 2001, concluíram que 60 segundos é mais eficaz
que 15 ou 30 num estudo realizado nos isquiotibiais de pessoas idosas. (Feland, Myrer,
Schulthies, Fellingham, & Measom, 2001)
No que se refere à frequência diária Taylor e colaboradores 1990, (cit in Chan,
Hong e Robinson 2001), concluíram num estudo realizado em coelhos que as maiores
mudanças ocorrem nos primeiros quatro alongamentos. (Chan et al., 2001) Bandy, Irion e
Briggler 1997, concluíram no seu estudo, que apenas uma repetição é o ideal para
aumentar a flexibilidade nos isquiotibiais. (Bandy et al., 1997)
Quanto à frequência semanal Pappagallo 1999, concluiu em 32 estudantes jovens
do sexo masculino que os sujeitos quando alongados três vezes por semana produziam
resultados mais favoráveis, que quando alongados uma ou cinco vezes. (Pappagallo, 1999)
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No entanto, estudos realizados por Feland et al e Bandy, Irion e Brigller, executam os
alongamentos cinco vezes por semana. (Bandy et al., 1997; Feland et al., 2001)
O PNF-Chi
A designação de PNF-Chi® resulta da conjugação da Proprioceptive
Neuromuscular Facilitation (PNF) com o Tai Chi Chuan (TCC) e define-se como um
conceito de mobilização global activa. Esta técnica surgiu da observação das sequências do
TCC por dois Fisioterapeutas Portugueses, Eva Albuquerque e Paulo Araújo, que
verificaram algum paralelismo entre esta técnica e os padrões das diagonais do movimento
humano. (Albuquerque & Araújo, 2006 )
Neste contexto, e face às restrições impostas pelo TCC, que impede a alteração dos
movimentos e suas sequências, surgiu a ideia de criar este novo conceito, que passa pela
fusão entre os padrões de movimento normal do PNF e os princípios milenares do TCC,
limitando componentes desta técnica que seriam mais agressivos para as articulações dos
praticantes. (Albuquerque & Araújo, 2006 Fev)
De um modo geral, o PNF-Chi® define-se como uma forma de exercício de baixo
impacto que coordena a execução dos padrões sinérgicos de activação muscular com a
respiração, facilitando uma maior consciencialização corporal, coordenação, força e
equilíbrio. (Albuquerque & Araújo, 2006 )
Do TCC foram adoptados pelo conceito PNF-Chi® os seguintes princípios: os
movimentos rítmicos e lentos que facilitam a consciencialização da posição, da velocidade,
da força e da trajectória dos segmentos corporais durante o movimento, a ênfase na
manutenção de uma postura vertical com o corpo numa posição central, as transferências
de peso de um membro inferior para o outro, o recurso a diferentes segmentos corporais
actuando alternadamente como estabilizadores e mobilizadores, a flexão moderada dos
joelhos que baixa o centro de gravidade e movimentos que envolvem tanto contracção
muscular isométrica como isotónica. (Albuquerque & Araújo, 2006 ; Wolf, Coogler, & Xu,
1997)
Do PNF a técnica adoptou os seguintes princípios: o uso de padrões de movimento
em diagonal e espiral, o movimento cruzando a linha média, o recrutamento de todos os
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componentes do movimento, o movimento sem dor mas com elevado grau de activação, a
utilização de múltiplas articulações e acções musculares combinadas, o recrutamento de
agonistas e antagonistas do movimento, as contracções repetidas para facilitar a
aprendizagem motora, a ênfase na coordenação motoro-visual e a progressão de
actividades simples para mais complexas. (Albuquerque & Araújo, 2006 ; Sharman et al.,
2006)
Pela análise da descrição feita acima podemos constatar, como observado pelos
criadores da técnica, alguma complementaridade entre princípios do TCC e do PNF. Esta
relação foi também referida num estudo descritivo de Levandoski & Leyshon, sobre os
benefícios da prática de TCC na força muscular, flexibilidade, equilíbrio e capacidade
cardio-respiratória, fazendo a analogia entre os movimentos em espiral e diagonal do PNF
e do TCC, bem como o facto de ambas as técnicas facilitarem uma boa coordenação
motora. (Levandoski & Leyshon, 1990)
As sequências e progressões não são fixas, tendo como linha orientadora o aumento
progressivo da dificuldade dos exercícios, adaptando-se às capacidades dos praticantes.
Cada movimento deve ser realizado no mínimo três vezes: a primeira serve para o
participante visualizar e tentar aprender o movimento; na segunda, tentar integrá-lo e
realizá-lo com algum grau de interiorização; por fim, tentar executar o movimento já
interiorizado de forma correcta, com maior consciência das alterações que ocorrem no seu
corpo. A velocidade a que os movimentos são realizados não deve ser muito elevada de
modo a promover a integração dos movimentos, a permitir a adaptação contínua das
estruturas mio-fasciais e articulares à posição dos segmentos corporais e a promover o
aumento dos tempos e volumes respiratórios. (Albuquerque & Araújo)
No PNF-Chi® utiliza-se toda a amplitude de movimento disponível, sem colocar as
articulações em “closed-packed” position, e a co-contracção de músculos agonistas e
antagonistas, o agonista executando o movimento e o antagonista controlando/resistindo o
movimento. O controlo respiratório pode ainda ser combinado com movimentos para
flexão ou para extensão, conforme a intenção seja de reforço ou de alongamento.
(Albuquerque & Araújo, 2006 a, 2006 b)
Considerando estes princípios, a prática de PNF-Chi® tem influência ao nível dos
dois principais factores de que é dependente a flexibilidade: o biomecânico e o
neurofisiológico.
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Segundo Nicol et al, a função muscular básica é definida por ciclos de
alongamento-encurtamento, onde o músculo pré-activado é primeiro alongado (excêntrico)
seguindo-se o encurtamento (concêntrico). (Nicol et al., 2006) Ora este conceito enquadra-
se na prática do PNF-Chi pois nesta modalidade ao realizar um movimento completo os
músculos que foram antagonistas na primeira metade do movimento serão agonistas na
realização da segunda metade, e vice-versa. Isto permite que todos os grupos musculares
de vários segmentos do corpo sejam alongados através de contracção excêntrica e em
gestos mais funcionais, pois os movimentos são executados dentro dos padrões sinérgicos
de activação muscular.
Também em termos de aquecimento o PNF-Chi, através do recrutamento contínuo
de grande número de grupos musculares conjugado com o abrandamento do ritmo
respiratório obriga ao aumento do débito cardíaco, principalmente pelo aumento de
volumes sistólicos mas também por aumento do rimto cardiaco, provocando um aumento
de temperatura nos vários segmentos corporais.
Relativamente ao efeito a nível neurofisiológico, a co-contracção é um processo
altamente cognitivo que se sobrepõe ao reflexo de inibição recíproca. Ou seja, o comando
central produz a co-contracção de agonista e antagonista, enquanto a rede neural periférica,
através do interneurónio alfa, recebe informação, processa essa informação na espinal
medula e reenvia para a membrana neuromotora dos antagonistas informação inibitória da
contracção, o que não acontece devido à supremacia dos comandos centrais. Isto faz com
que no final dos exercícios o mecanismo de inibição recíproca esteja muito mais “sensível”
a pequenas variações de potencial de membrana, logo, permite uma maior inibição do
antagonista e consequentemente uma maior amplitude activa de movimento quando não
estiver envolvido o condicionamento provocado pela co-contracção.
Este estudo terá como objectivo analisar os efeitos agudos de uma sessão de PNF-Chi
na flexibilidade dos isquiotibiais em jovens do sexo masculino com idades entre os 16 e os
18 anos.
As hipoteses neste estudo serão: H0= uma sessão de PNF-Chi tem influência positiva
no ganho de flexibilidade dos isquiotibiais de um grupo de indivíduos do sexo masculino
com idades entre os 16 e os 18 anos; H1= uma sessão de PNF-Chi não tem influência
postiva na flexibilidade dos isquiotibiais de um grupo de indivíduos do sexo masculino
com idades entre os 16 e os 18 anos.
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III. Metodologia
Tipo de estudo
O estudo será do tipo transversal experimental.
A variável independente será a sessão de PNF-Chi® aplicada apenas aos indivíduos
do grupo experimental que será manipulada no sentido de verificar a sua preponderância
sobre a variável dependente, o flexibilidade nos isquiotibiais dos indivíduos deste grupo,
comparativamente aos indivíduos pertencentes ao grupo controlo.
Amostra
A amostra será constituída por jovens do sexo masculino seleccionados
aleatoriamente, dos 16 aos 18 anos, a frequentarem a Escola Secundária Jerónimo
Emiliano de Andrade. Através da lista de alunos da escola os jovens serão indicados para
participar neste estudo experimental. Apesar de não haverem dados para calcular a
perspectiva de adesão ao estudo ou o número de participantes que respeitarão os critérios,
o n amostral passivel de participar no estudo é de 532 jovens.
Critérios de Inclusão:
• Jovens do sexo masculino. (Chan et al., 2001; Fletcher & Jones, 2004; Hunter &
Marshall, 2002; Kubo et al., 2001; LaRoche & Connolly, 2006; O'Connor, Crowe,
& Spinks, 2006; Wiemann & Hahn, 1997)
• Frequentar a Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade.
• Idade compreendida entre os 16 e os 18 anos.
• Com no máximo, 2 treinos orientados por semana. (Brandenburg , 2006)
Critérios de Exclusão
• Apresentar uma limitação da amplitude articular de extensão activa do joelho
inferior a 20º, (Depino, Webright, & Arnold, 2000; Spernoga et al., 2001) medida
com a anca a 90º de flexão, com o sujeito em decúbito dorsal. (Davis et al., 2005;
DeMont & Lephart, 2004; Depino et al., 2000; Feland et al., 2001; Spernoga et al.,
2001)
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Waldir Manz 17
• Apresentar limitações músculo-esqueléticas, (Baltaci, Un, Tunay, Besler, &
Gerceker, 2003) nomeadamente lesões actuais, ou no passado do joelho ou da
musculatura envolvente, (Branco , 2006; Brandenburg , 2006; Davis et al., 2005;
DeMont & Lephart, 2004; Magnusson et al., 1996; Worrell et al., 1994; Zakas,
Doganis, Zakas, & Vergou, 2006) ou em qualquer nível do membro inferior.
(Poletto , 2007; Spernoga et al., 2001)
• Possuir alterações reumáticas (Larsen et al., 2005), neurológicas (Bonvicine , 2005;
Halbertsma et al., 1996; Larsen et al., 2005; Zakas, Doganis et al., 2006; Zakas,
Grammatikopoulou et al., 2006), cognitivas (Zakas, Doganis et al., 2006),
ortopédicas (Church, Wiggins, Moode, & Crist, 2001; Feland et al., 2001;
Halbertsma et al., 1996; Larsen et al., 2005), cardíacas (Chan et al., 2001) e/ou
metabólicas. (Chan et al., 2001; Lima , 2006)
Instrumentos:
A informação inicial acerca das características gerais dos participantes será obtida
através da aplicação de um questionário de caracterização da amostra (Anexo1).
A fotogoniometria (Amorim , 2005; Cardoso , 2007; Carregaro , 2007; Castro ,
2003; Iunes , 2005) será o método escolhido para proceder à avaliação da ADM articular
do joelho. A respectiva flexibilidade dos isquiotibiais, obtida através do teste PKE, que
segundo Fredriksen H. (Fredriksen, Dagfinrud, Jacobsen, & Maehlum, 1997), é fácil de
realizar, é confiável, e apresenta movimento pélvico associado mínimo. Segundo White, J.
(White, 2005) o teste PKE apresenta uma boa fiabilidade intra-observador (r=0,90 a 0,95;
ICC=0,83 a 0,91) e inter-observador (r=0,87 a 0,89).
A Fotogoniometria é, de acordo com Carregaro, RL., (Carregaro RL, 2007) um
instrumento com uma boa fiabilidade intra-observador (ICC = 0,99 e 0,99) e inter-
observador (ICC = 0,98 e 0,99), valores estes referentes à avaliação do primeiro e segundo
observadores respectivamente.
As imagens digitais obtidas através da utilização de uma máquina fotográfica
digital, serão analisadas posteriormente com ajuda do programa AutoCAD®, (Amorim DA,
2005; Sato TO, 2003) num PC equipado com Windows Vista®.
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Waldir Manz 18
Nasseri, N. (Nasseri, 2007) comparou a análise de fotografia digital através do
programa AutoCAD, com a análise manual realizada por três avaliadores, de diferentes
amplitudes articulares do joelho, concluindo que quer a avaliação manual, quer a avaliação
através do AutoCAD (r = 1; p = 0,001), são confiáveis e precisas na avaliação da ADM.
O tempo da sessão será controlado com auxílio de um cronómetro. Serão também
utilizados no momento de avaliação dos participantes uma marquesa, bandas de fixação e
uma ortótese para manter a tíbio-társica na posição neutra, assim como, cones na
realização dos exercícios durante o programa de aquecimento.
Procedimentos:
Após a direcção da Escola ter aceite o pedido de colaboração, será realizada uma
sessão de esclarecimento, acerca dos procedimentos da pesquisa, onde os indivíduos
preencherão o questionário de caracterização da amostra (Anexo 1).
Os que preencherem os critérios e assinarem a declaração de consentimento
informado (Anexo 2) serão distribuídos aleatoriamente por grupo controlo e experimental.
Os participantes no grupo de controlo serão avaliados e reavaliados relativamente à
amplitude de movimento de extensão do joelho com 45min de intervalo entre medições.
Quanto aos participantes no grupo experimental serão convocados para serem sujeitos a:
avaliação, sessão de PNF-Chi e reavaliação. As avaliações dos sujeitos e sessões de PNF-
Chi serão realizados nas instalações do Wellness Center do Hotel do Caracol.
Farão parte do estudo apenas jovens do sexo masculino, uma vez que, segundo
Blackburn (2004), cit in Lima (Lima , 2006), os homens apresentam menores valores de
flexibilidade que as mulheres (Achour Júnior , 2004; Affonso Filho , 2002; Alter , 1996).
Ainda Nowak (1972), cit in Araújo (Araújo CS, 2005) mostra que estas diferenças estão
presentes nomeadamente ao nível dos membros inferiores.
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Waldir Manz 19
Figura 1 – Análise da ADM de extensão do
joelho através do software AutoCAD 2007.
Avaliações:
Após estarem reunidas todas as condições, será avaliada a flexibilidade dos IT,
através do teste Passive Knee Extension (PKE), (Ballantyne F, 2003; Chan et al., 2001;
Rolls A, 2004) que segundo Gadjosik, Rieck, Sullivan e Wightman (1983), cit in Rols
(Rolls A, 2004), é mais selectivo, que outros testes habitualmente realizados.
No procedimento de avaliação, o
avaliador irá manter a posição da anca a 90º
de flexão, movendo posteriormente a perna
avaliada até ao máximo de extensão do
joelho, ou seja, até ao ponto no qual sente
resistência ao alongamento. (Affonso Filho ,
2002; Bandy et al., 1997, 1998; Roberts &
Wilson, 1999), e o atleta refere desconforto,
(Bandy et al., 1998; Carregaro , 2007; Chan
et al., 2001; Davis et al., 2005; Feland et al.,
2001; Magnusson et al., 1996; Roberts &
Wilson, 1999) ou sensação de alongamento
máximo sem dor. (Branco , 2006; Chan et
al., 2001)
O momento final da extensão do
joelho será fotografado, voltando a perna imediatamente à posição inicial. (Magnusson et
al., 1996) (Figura 1)
Durante a avaliação, os jovens serão aconselhados a não oferecer qualquer
resistência ao movimento, relaxando completamente o membro avaliado, (Amorim , 2005;
Kubo et al., 2001) o dominante de cada individuo, (Baltaci et al., 2003; Branco , 2006;
Brasileiro , 2007; Chan et al., 2001; Larsen et al., 2005) uma vez que segundo Kisner e
Colby (1998), cit in Bonvicine (Bonvicine , 2005), este apresenta maior número de fibras
de colagéneo e elastina, que resultam numa compliance diminuída, e num maior
encurtamento muscular.
A determinação do membro dominante será realizada através do remate de uma
bola, (Larsen et al., 2005).
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Waldir Manz 20
Sessão PNF-Chi
A sessão de 45 minutos irá conter 15 minutos para explicação breve dos princípios
do PNF-Chi, os comandos verbais que serão dados e o que se espera que efectuem a cada
um deles. Maior enfoque será dado na explicação da co-contracção.
A sessão em si engloba transferências de peso, 1ª diagonal do membro inferior
(com fleção e extensão do joelho) em posição ortostática e 2ª diagonal do membro inferior
em decubito lateral num colchão. Estes movimentos serão acompanhados com diagonais
do membro superior e respiração segundo os princípios já descritos do PNF-Chi.
Procedimentos estatisticos
Os dados recolhidos serão tratados recorrendo ao programa estatístico Statistical
Package for Social Sciences 15® (SPSS Inc., Chicago, EUA).
A caracterização da amostra será efectuada por estatística descritiva, utilizando a
média como medida de tendência central e o desvio padrão como medida de dispersão.
Depois serão utilizados o teste Shapiro-Wilk e a observação e análise dos histogramas para
verificar se a distribuição das variáveis se aproxima da distribuição normal.
Relativamente à variável em estudo, os grupos serão comparados entre si em ambos
os momentos de avaliação pelo t-test para amostras independentes, caso as variáveis se
aproximarem da distribuição normal, caso contrário será utilizado o teste Mann-Whitney.
Para comparar o momento 1 com o momento 2 em cada o grupo será calculada a
média das diferenças entre os dois momentos de avaliação e será verificada a normalidade
desta nova variável através do teste Shapiro-Wilk. Caso sigam uma distribuição normal
utiliza-se o teste t-student, caso contrário utilizar-se-á o teste não paramétrico Willcoxon.
O nível de significância considerado será de α = 0,05.
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IV. Cronograma
2009/2010
Planificação Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun.
Pesquisa
Bibliográfica x X x x x x x x x x x
Selecção da amostra x x
Recolha de dados x
Tratamento dos
dados x x
Redacção do trabalho x x x
Revisão do texto x
Entrega do trabalho x
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V. Bibliografia
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VI. Anexos
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Anexo 1
Questionário de caracterização da amostra:
Nome: _________________________________________________________
Idade: _________ Peso: _________ Altura: _________
Membro Inferior Dominante: Direito ____ / Esquerdo ____
1. Possui alguma limitação musculo esquelética, nomeadamente lesão actual ou no
passado do joelho ou da musculatura envolvente, ou em qualquer nível do membro
inferior dominante?
Não ____ / Sim ____ / Qual? _____________________
2. Sofreu trauma ou foi submetido a intervenção cirúrgica recentemente (há menos de 12
meses), ao nível da coluna, pélvis ou membros inferiores?
Não ____ / Sim ____
3. Encontra-se medicado? Não ____ / Sim ____ / Qual? __________________-
4. Pratica alguma actividade desportiva regular (mais de 2 treinos orientados semana)?
Não ____ / Sim ____ / Qual? ___________________
(Caso a resposta tenha sido Não, o seu questionário termina aqui. Obrigado!)
5. Nesta actividade desportiva realiza algum treino de flexibilidade?
Não ____ / Sim ____
6. Que tipo de alongamento realiza?
Geral
Especifico do Membro Superior
Especifico do Membro Inferior
Específico do Tronco
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Anexo 2
Declaração de Consentimento
Considerando a “Declaração de Helsínquia” da Associação Médica Mundial (Helsínquia 1964;
Tóquio 1975; Veneza 1983; Hong Kong 1989; Somerset West 1996 e Edimburgo 2000)
Designação do Estudo: “Avaliação do efeito agudo de uma sessão de PNF-Chi® na
flexibilidade dos isquiotibiais”
Eu, ____________________________________________, compreendi a
explicação que me foi fornecida acerca da investigação que se tenciona realizar,
bem como do estudo em que serei incluído. Foi-me dada oportunidade de fazer
as perguntas que julguei necessárias, e de todas obtive resposta satisfatória.
Tomei conhecimento de que, de acordo com as recomendações da
Declaração de Helsínquia, a informação ou explicação que me foi prestada versou
os objectivos, os métodos, os benefícios previstos, os riscos potenciais e o
eventual desconforto. Além disso, foi-me afirmado que tenho o direito de recusar
a todo o tempo a participação no estudo, sem que isso possa ter como efeito
qualquer prejuízo na assistência que me é prestada.
Por isso, consinto que me seja aplicado o método, o tratamento ou o inquérito
proposto pelo investigador.
Data: __ / ________ / 200_
Assinatura do voluntário: ________________________________________
O investigador responsável:
Nome:
Assinatura: