UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
EMPRESA MEDEIROS E SIMAS: NA ÁREA DE ASSESSORIA E CONSULTORIA EM COBRANÇA
Custo operacional: Um estudo sobre sua formação em uma empresa de serviços.
Discente: Fernando Oliveira da Silva
Orientador: Prof. Esp. João Paulo Oliveira Lucena
Supervisor: João Paulo Miranda
Currais Novos/RN
2016
FERNANDO OLIVEIRA DA SILVA
CUSTO OPERACIONAL: UM ESTUDO SOBRE SUA FORMAÇÃO EM UMA
EMPRESA DE SERVIÇOS
.
ORIENTADOR: PROF. ESP. JOÃO PAULO OLIVEIRA
LUCENA
SUPERVISOR: JOÃO PAULO MIRANDA.
Currais Novos/RN
2016
Projeto de Estágio apresentado ao
Curso de Graduação em Administração
da universidade Federal do Rio Grande
Norte como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Bacharel em
Administração.
FERNANDO OLIVEIRA DA SILVA
CUSTO OPERACIONAL: UM ESTUDO SOBRE SUA FORMAÇÃO EM UMA
EMPRESA DE SERVIÇOS
.
Data da Aprovação:
_____/_____/______
____________________________________________
Prof. Esp. João Paulo Oliveira Lucena
Projeto de Estágio apresentado ao
Curso de Graduação em Administração
da universidade Federal do Rio Grande
Norte como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Bacharel em
Administração.
Este trabalho é dedicado a todos aqueles
que estão atrás de uma mesa resolvendo
problemas financeiros da empresa em
que trabalham.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus, por me dar saúde para concluir este
trabalho.
Aos meus familiares, que acompanharam meu empenho e me motivaram
para continuar.
Ao gestor da empresa, João Paulo Miranda, que disponibilizou as
informações necessárias.
Ao meu orientador, João Paulo Lucena, que sempre esteve ao meu lado,
guiando-me no caminho certo para a conclusão do trabalho.
“Para uma nação evoluir de verdade é
preciso mais que ensinar cálculos
matemáticos para nossas crianças, mas
também ensiná-las educação financeira”.
Reinaldo Domingos
RESUMO
O presente trabalho analisa o conhecimento dos custos operacionais e sua formação na empresa de serviços Medeiros e Simas, na cidade de Currais Novos-RN, visto ser de difícil controle, pois a oscilação de entrada e saída financeira em uma empresa prestadora de serviço depende da qualidade e das informações obtidas no cotidiano, como por exemplo, os preços dos insumos indispensáveis para a atividade da empresa. Neste caso, procura-se enfatizar a necessidade de acompanhar os custos para a operação diária e as pressões do mercado para a sobrevivência do empreendimento, como também sobressair-se perante os concorrentes. Assim, o trabalho pretende observar a relação das decisões tomadas pelo gestor em relação ao conhecimento dos custos operacionais, o quanto as despesas impactam no resultado financeiro no final do exercício, informar a importância de verificar as variáveis mudanças externas e internas, e se estas decisões comprometem a empresa, especificamente na área financeira que detém para o comprimento dos seus objetivos. Para se chegar aos resultados fez-se uma busca por livros sobre o tema, onde foi posteriormente aplicado um questionário sobre o assunto para averiguar o conhecimento do gestor e suas decisões no cotidiano relacionado ao tema abordado e comparar com a teoria. Conclui-se que a empresa necessita de aprimoramentos em seu controle administrativo que possam orientar o gestor na condução das estratégias e explorar as informações rapidamente, visto que o controle e acompanhamento dos custos operacionais em uma empresa de serviço são de difícil mensuração.
Palavras-chave: Custo operacional; Despesas; Gestão; Contabilidade.
ABSTRACT
The present paper analyzes the knowledge about operating costs and their formation
at Medeiros e Simas, a service company in the city of Currais Novos-RN, since it is
difficult to control, because the financial input and output oscillation at a service
company depends on the quality and the information obtained in the daily routine, for
example, the prices of the raw materials which are essencial for the activity of the
company. In this case, it emphasizes the need to follow up the daily operation costs
and the market pressures for the survival of the enterprise, as well as to stand out to
competitors. In this way, this paper aims to observe the relationship of decisions
taken by the manager related to the knowledge about the operational costs, how
much this cost impacts on the financial result at the end of the year, to inform the
importance of checking the external and internal changes, and if these decisions
commit the company, specifically in the financial area that holds for the length of its
goals. In order to get the results a search for books on the topic was made, where it
was later applied a questionnaire about the subject to verify the knowledge of the
manager and his decisions in the daily routine related to the issue and compare it
with the theory. It is concluded that the company needs some improvement in its
administrative control that can guide the manager on the management of strategies
and explore the information quickly, since the control and monitoring of the
operational costs in a service company are difficult to measure.
Keywords : Operating cost; Expenditure; Management; Accounting.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classificação das empresas quanto ao número de funcionários 27
Quadro 2 - Taxa demográfica das empresas por porte - 2011 28
Quadro 3 - Tipos de Regime tributários 28
Quadro 4 - Custos de cobrança por cada devedor 31
Quadro 5 - Despesas 2014 32
Quadro 6 - Despesas 2015 33
Quadro 7 - Receitas de 2014 35
Quadro 8 - Receitas de 2015 35
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 11
1.1. PROBLEMÁTICA 11
1.2. HIPÓTESES 13
1.3. JUSTIFICATIVA 13
1.4. OBJETIVOS 14
1.4.1. Objetivo geral 14
1.4.2. Objetivos específicos 14
2. REFERENCIAL TEÓRICO 15
2.1. GESTÃO ESTRATÉGICA 15
2.2. CONTABILIDADE FINANCEIRA 16
2.3. CONTABILIDADE DE CUSTOS 17
2.4. GESTÃO DE CUSTOS 19
2.5. GASTOS, INVESTIMENTOS, PERDAS, DESPESAS E CUSTOS 20
2.5.1.Gastos 20
2.5.2. Investimentos 21
2.5.3. Perdas 22
2.5.4. Despesas 23
2.5.5. Custos 24
3. METODOLOGIA 25
3.1. TIPOLOGIA DA PESQUISA 25
3.1.1. Quanto à natureza 25
3.1.2. Quanto aos objetivos 26
3.1.3. Quanto aos procedimentos 26
3.1.4. Quanto à forma de abordagem 27
3.2. DEFINIÇÃO DO UNIVERSO E AMOSTRA 27
4. ANÁLISE E DISCURSÃO DOS RESULTADOS 28
4.1. CARACTERÍSTICA DA EMPRESA 28
4.2. CARACTERÍSTICA DO RESPONDENTE 31
4.3. CUSTOS OPERACIONAIS 32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 37
REFERÊNCIAS 39
APÊNDICES 42
11
1. INTRODUÇÃO
1.1. PROBLEMÁTICA
As empresas contemporâneas necessitam de um estudo mais cuidadoso no
que se refere ao produto e/ou serviço, a concorrência, o mercado consumidor, a
economia atual, aos starkeholders, entre outros. Portanto, as empresas atuais têm o
dever de satisfazer o consumidor com um produto e/ou serviço de qualidade e que
seja acessível ao cliente quanto ao preço, qualidade e disponibilidade. Praticamente
tudo que foi citado acima é de responsabilidade da gestão administrativa no setor
financeiro, por conseguinte, é importante a interligação dos setores de uma
organização, uma vez que a desinformação ou a má comunicação entre si pode
prejudicar a empresa como um todo.
A concorrência está fazendo com que as empresas se preocupem mais com
seus gastos financeiros, ou seja, com seus custos, investimentos e despesas, pois
quem tiver a maior compreensão desses assuntos obterá maior conhecimento dos
seus pontos fortes e fracos e, consequentemente, suas ameaças e oportunidades.
Deste modo, é de suma importância administrar esses gastos para a sobrevivência
da empresa num mundo tão competitivo, uma vez que a administração destes
custos resultará numa maior eficiência e customização de tempo.
Custo é tudo o que é gasto e necessário para a produção de um bem ou
serviço, e há tipos de custos em qualquer organização, sejam eles variáveis ou fixos.
Nesse sentido, torna-se essencial conhecer os custos que a empresa possui para
poder monitorá-los e controlá-los, uma vez que os mesmos influenciam diretamente
no processo de tomada de decisão da empresa.
Normalmente o controle dos custos é utilizado em empresas que
comercializam produtos tangíveis, devido à formação dos mesmos ser mais fácil de
verificação, porém as empresas de serviços estão cada vez mais necessitando
deste instrumento de domínio (SILVA E LINS, 2010).
Os gestores precisam ter o conhecimento operacional da organização que
administram, estar cientes das metodologias utilizadas na empresa para uma
apuração minuciosa dos custos de produção e, portanto, colocá-las em prática. E
12
em uma empresa de serviço pode haver maior dificuldade no controle dos gastos
por se ter um desconhecimento sobre as variações dos seus custos.
Por isso, a formação de preço em uma empresa, seja ela de serviço ou não, é
baseada na formação dos custos, ou seja, o quanto é gasto para produzir uma
unidade de produto ou o gasto no serviço prestado. E para um controle mais preciso,
devem-se emitir relatórios que ajudarão o empresário nas tomadas de decisão.
Então, para a empresa chegar ao seu objetivo com máxima eficiência e eficácia é
necessário que opere com êxito seus custos, pois se houver negligência no controle
dos custos a empresa pode acabar por demitir funcionários, fazer um novo
empréstimo e, por último, “fechar as portas”.
Segundo Oliveira e Hernandez (2009, p. 12) um sistema de custos, além de
dar informações sobre os custos, permite verificar outros gastos desnecessários nos
diversos departamentos.
Pode-se dizer, de maneira simples e concisa, que controlar significa, após conhecer dada realidade, comparar essa realidade com algo que se esperava analisar as possíveis diferenças, identificar as causas e, se possível, tomar decisões com vista em eliminar ou reduzir tais diferenças.
Com a constante variação de consumo, as empresas devem se adaptar ao
mercado, mudando seus processos e objetivos até chegar ao seu consumidor final.
Para isso, as empresas têm que tomar decisões todos os dias e por isso necessitam
de informações confiáveis, com rapidez e em quantidade favorável. Os sistemas, os
relatórios, as pesquisas, são métodos que ajudam na deliberação final. Estudar a
formação, a compreensão e o acompanhamento dos custos em uma empresa a
deixará um passo à frente das demais.
Conhecer o custo operacional é essencial para uma empresa que deseja
obter o máximo de eficiência, pois ele influencia diretamente na concepção do preço
de venda, seja do produto ou serviço. Desta forma, esse trabalho busca responder a
seguinte pergunta: será que a empresa Medeiros e Simas: assessoria e consultoria
LTDA compreende e acompanha a formação dos seus custos operacionais?
13
1.2 . HIPÓTESES
Tudo que acontece na empresa Medeiros e Simas e que seja quantificável é
acrescido em uma planilha no Excel para seu controle diário, como por exemplo,
cartas que são postadas (enviadas) pelos correios para outras cidades e/ou outros
estados, como também o controle dos gastos com o combustível usado para a
entrega de cartas, neste caso presencialmente, que é alimentado pelo Excel. Assim,
dependendo dos custos ocorridos no dia-a-dia, o gestor interfere no prosseguimento
ou não das operações com base nos gastos, pelo motivo de se tomar outras
decisões buscando estratégias diferenciadas para o comprimento das metas da
instituição. Esses custos citados anteriormente são variáveis por se tratar de uma
variação de devedores, onde cada devedor, ao quitar ou parcelar seu débito, é
excluído da planilha. Assim, todos os colaboradores da Medeiros e Simas repassam
os custos diariamente ao gestor, que por sua vez controla e alimenta diariamente a
planilha EXCEL.
1.3 . JUSTIFICATIVA
O trabalho busca mostrar a importância do controle e conhecimento dos
custos para uma tomada de decisão no cotidiano de uma empresa de cobrança, e a
escolhida foi a Medeiros e Simas Ltda, em Currais Novos-RN, e que presta serviço
às empresas que buscam recuperar seus ativos. Nela, a quantidade exagerada de
informações gera, contraditoriamente, uma desinformação, por se tratar de várias
planilhas espalhadas e sem um controle específico que acaba destorcendo o real
objetivo a ser alcançado. Neste sentido é de suma importância a compreensão da
empresa no conhecimento e organização dos seus gastos, pois nem todos na
organização têm acesso diretamente aos custos envolvidos, cada um desempenha
sua função sem estar ciente dos custos que a empresa tem em cada setor.
Conforme anteriormente citado, os custos operacionais eram utilizados
exclusivamente em empresas de produção de produto. Após observações feitas
pelas empresas de serviços, foi constatada também a necessidade do controle dos
custos operacionais. Assim, por se tratar de um tema novo, há desconhecimento por
14
partes das empresas de serviço que não sabem distinguir suas despesas, custos, e
investimentos por serem variáveis e difíceis de controlar e tomar decisões.
A empresa em questão (Medeiros e Simas Ltda) necessita de uma
observação minuciosa dos seus custos, pois por não ter conhecimento sobre onde
se formam ou onde estão sendo aplicados, acaba por não compreender o seu
processo de formação inicial, ou seja, a partir de quando vira um custo operacional
para a empresa. Neste caso, a pesquisa pretende apontar os custos despercebidos
pela organização e sua recolocação nos registros contábeis, financeiros e
gerenciais, melhorando a empresa no sentido de gerenciar seus custos.
Para conduzir o trabalho de pesquisa, fez-se consulta a vários autores que
tratam de custos, como também a artigos da internet sobre o assunto. Outra ajuda
importante foi prestada pelo orientador do curso, que é especializado na área de
finanças, tanto na parte teórica quanto prática, e também é gerente financeiro da
empresa em que trabalha. A concretização da pesquisa também foi facilitada pelo
fato do autor deste trabalho ter fácil acesso às informações da empresa por trabalhar
na mesma.
Através de observações feitas na empresa e de conversas com o gestor,
chegou-se à conclusão de que se necessitava de uma pesquisa acadêmica,
interligando os estudos teóricos e aplicando-os ao cotidiano da empresa. É a
primeira vez que a empresa realiza uma pesquisa de custos, sendo que ainda não
havia sido feito nenhum tipo de pesquisa nesta área.
1.4 . OBJETIVOS
1.4.1. Objetivo geral
Conhecer como ocorre a formação dos custos operacionais numa empresa de
serviços.
1.4.2. Objetivos específicos
15
Averiguar o conhecimento da empresa sobre custos operacionais desde o
início até o resultado final;
Identificar se a empresa faz um acompanhamento periódico destes custos;
Mensurar o impacto no resultado final da empresa;
Checar se a empresa toma decisões com base nos mesmos.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. GESTÃO ESTRATÉGICA
As organizações nos tempos atuais devem se atualizar constantemente
devido a concorrência acirrada, para isso, elas precisam inovar nas diversas áreas
da empresa, no financeiro, na logística, nos recursos humanos, marketing, entre
outras. A união desses setores tornará a empresa competitiva dentre as demais.
(RODRIGUES; ASSOLARI, 2007)
Um gerente não consegue planejar e tomar decisões sem que haja uma
quantidade de informações confiáveis da organização, e para isso existem os
sistemas de contabilidade que auxiliam e facilitam os administradores na tomada de
decisão (HANSEN E MOWEN, 2003, p. 40).
Crepaldi (2011, p. 3) afirma que:
As empresas de pequeno porte normalmente são administradas pelos sócios, que têm formação técnica ligada ao seu negócio, mas sem a formação administrativa de gestão, como administração, finanças, economia, marketing etc. Isso tem levado a um grande número de falências, recuperações judiciais e encerramento das pequenas empresas nos seus primeiros anos de vida.
Para as organizações conseguirem chegar ao seu objetivo com eficiência,
precisa-se de um planejamento e uma gestão estratégica. A etimologia de estratégia
é “à arte de combater”, já a estratégia no tempo de guerra enfatiza a força. Hoje, há
uma grande preocupação nas organizações com fatores inovadores e psicológicos
(BETHLEN, 1981).
16
Para Mintzberg (1987) estratégia é fazer com que o ambiente interno da
organização consiga adaptar-se às constantes mudanças no ambiente externo.
Porter (1986) menciona que o desenvolvimento de uma estratégia competitiva
é a base para uma empresa saber se comportar no mercado tão concorrente e
consiga atingir suas metas, conhecendo seus pontos fortes e fracos, suas ameaças
e oportunidades.
Existem três estratégicas genéricas para combater a concorrência, são elas:
liderança no custo total, diferenciação e enfoque. “A liderança no custo total torna-se
o tema central de toda a estratégia, embora a qualidade, assistência e outras áreas
não possam ser ignoradas” (PORTER, 1986, p. 50).
Porém, existem os ricos das estratégias genéricas, segundo Porter (1986, p.
58):
A liderança no custo impõe severos encargos para a empresa preservar sua posição, o que significa reinvestimento em equipamento moderno, desfazer-se sem pena dos ativos obsoletos, evitar a proliferação na linha de produtos e estar alerta para aperfeiçoamentos tecnológicos.
Tavares (2000, p. 33) complementa que precisa de uma gestão estratégica,
como dita antes, para a implementação dos conceitos supracitados.
A gestão estratégica procura reunir planejamento estratégico e administração em um único processo. Assegura as mudanças organizacionais necessárias para uma implementação e a participação dos vários níveis organizacionais envolvidos em seu processo decisório. Corresponde, assim, ao conjunto de atividades planejadas e intencionais, estratégicas e organizacionais, que visa integrar a capacidade interna ao ambiente externo.
2.2. CONTABILIDADE FINANCEIRA
De acordo com Martins (2008, p. 19; 20) a contabilidade financeira, até o
século XVIII, era apenas pegar o estoque inicial, somar com as compras, diminuir o
estoque final para chegar ao custo das mercadorias vendidas. Mas nos dias atuais,
com o advento das indústrias, foram adicionados encargos financeiros, honorários
17
dos proprietários e administradores, salários e comissões de vendedores, entre
outros gastos.
Sobre registros contábeis Bruni (2010, p. 2; 20) explana que:
A contabilidade financeira pode ser definida como a ciência ou o conjunto de técnicas que tem o objetivo de registrar o patrimônio de uma entidade [...] a contabilidade financeira preocupa-se com as leis e as normas e é obrigatória para as entidades legalmente estabelecidas. Seu objetivo maior está associado ao passado e seus atos e práticas são estabelecidos através de princípios e regras normativas.
A contabilidade financeira tem como propósito demostrar como anda a
empresa para fornecedores, acionistas, autoridades do governo, entre outros. Serve
como finalidade, às vezes, para solicitação de empréstimo e mostrar ao governo sua
regularidade perante as leis fiscais. (CREPALDI, 2011, p. 10)
Para Hansen e Mowen (2003, p. 28) contabilidade financeira:
É dedicada a fornecer informações para usuários externos incluindo investidores, agências governamentais e bancos. Esses usuários externos acham as informações úteis nas tomadas de decisão para comprar ou vender ações, comprar obrigações, emitir empréstimos e atos regulatórios e outras tomadas de decisões financeiras.
Bruni e Famá (2011, p. 21) afirmam que a contabilidade financeira tem “seu
objetivo maior associado ao passado, e seus atos e práticas são estabelecidos por
meio de regras normativas que, muitas vezes, comprometem a tomada de decisões”.
2.3. CONTABILIDADE DE CUSTOS
A contabilidade de custos existe desde o século XX, e era utilizada por
empresas americanas, embora se observem pontos fracos na sua constituição. “A
apuração extra contábil de custos pode produzir as informações de custo para apoio
à tomada de decisão na empresa quando ela não dispõe de Contabilidade de
Custos tradicional” (SANTOS, 2010, p. 147).
Com a diversidade de informações nos custos, que tornava cada vez mais
difícil o controle e tomada de decisão na era da Revolução Industrial, a solução foi
18
estabelecer uma contabilidade de custos na qual se pudesse determinar o lucro, o
controle de operações e, consequentemente, a tomada de decisão (BRUNI E FAMÁ,
2011).
Bruni e Famá (2011, p. 22) complementam que:
A contabilidade de custos pode ser definida como o processo ordenado de usar os princípios da contabilidade geral para registrar os custos de operação de um negócio. Dessa forma, com informações coletadas das operações e das vendas, a administração pode empregar os dados contábeis e financeiros para estabelecer os custos de produção e distribuição, unitários ou totais, para um ou para todos os produtos fabricados ou serviços prestados, além dos custos das outras diversas funções do negócio, objetivando alcançar uma operação racional, eficiente e lucrativa.
Santos (2010, p 169) afirma que “a apuração de custos informa quanto custou
produzir determinado produto ou serviço. Pela análise de custos é possível saber se
o custo apurado está elevado ou não”. E ainda reforça que “a empresa pode usar os
resultados da análise de custos com vários objetivos, como, por exemplo, a
avaliação do desempenho econômico da empresa [...] e análise de sua
competitividade”.
Crepaldi (2011, p. 06) complementa:
A contabilidade de custos, cuja função era de fornecer elementos para avaliação dos estoques e apuração do resultado, passou, nas últimas décadas, a prestar duas funções muito importantes na Contabilidade Gerencial: a utilização dos dados de custos para auxílio ao controle e para a tomada de decisões. É hoje, talvez, a área mais valorizada no Brasil e no mundo. Tornou-se muito importante com a redução da taxa de inflação e a abertura econômica aos produtos estrangeiros. Fornece importantes informações na formação de preços das empresas.
A contabilidade de custos fornece informações para outros tipos de controle,
como por exemplo, a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial. Ou seja,
quando a mesma tem como objetivo fornecer informações para a contabilidade
financeira, ela mensura e avalia os custos. Já quando fornece informações para a
contabilidade gerencial, a mesma fornece informações como: custo de produtos,
clientes, serviços, projetos, atividades, processos e outros (HANSEN e MOWEN,
2003, p. 28).
19
Segundo Leone (1981, p. 18) a contabilidade de custo “colhe dados internos e
externos, monetários e não monetários, mas quantitativos”. Ou seja, controla a
organização confrontando os dados obtidos internamente e externamente.
2.4. GESTÃO DE CUSTOS
É de suma importância para o gestor ter conhecimento da sua empresa na
área de custos, para saber cobrar o valor do produto ou serviço prestado sem que
esteja sendo abusivo ou prejudicial perante o que é cobrado pelo mercado. Para
isso existem ferramentas que auxiliam no controle financeiro da organização.
Gerenciar os custos de uma empresa consiste em equilibrar o passado com o
futuro, saber utilizar dados de departamentos e conseguir elaborar projeções o mais
fielmente possível. Todas as decisões de uma empresa são voltadas para o futuro,
uma maneira de sempre poder dar liquidez e cumprir suas obrigações, como: pagar
fornecedores, credores, acionistas, colaboradores e o funcionamento das operações
da empresa (BRUNI E FAMÁ, 2011, p. 21).
Para que uma empresa possa tomar decisões, ela necessita de sistemas que
a auxiliem, mas antes precisará colocar seus objetivos em pauta, que são variáveis.
E existem duas formas de ilustração, uma para a indústria e outra para prestação de
serviços (SANTOS, 2011, p. 165).
Neste trabalho o foco será na apuração de custos em uma prestadora de
serviços. Como relata Hansen e Mowen (2003, p. 28) “a gestão de custos identifica,
coleta, mensura, classifica e relatam informações que sejam úteis aos gestores para
o custeio (determinar quanto algo custa), planejamento, controle e tomadas de
decisão”.
A gestão de custos tem como objetivo fornecer informações aos
administradores para melhor gerenciamento dos custos e, consequentemente,
possa tomar decisões acertadas (CREPALDI, 2011).
Para Hansen e Mowen (2003, p. 28):
Tendência do setor de serviços é a necessidade de um aumento da conscientização da utilidade da informação de custos. O objetivo desse aumento de conscientização pode ser alcançado em larga extensão pela
20
ilustração da aplicabilidade dos conceitos de gestão de custos aos conjuntos baseados nos serviços. Adicionalmente, as características singulares das empresas de serviços requerem uma extensão e adaptação da gestão de custos às suas circunstâncias singulares.
Cada empresa tem sua forma de gerenciar seus custos, por isso, um método
de custeio utilizado por uma empresa talvez não funcione para outra e vice-versa. O
que também pode influenciar nos custos é o investimento colocado para otimizar os
procedimentos operacionais, ou seja, para que haja custo, tem que haver
investimento e é esse gasto na melhoria que o gestor deve saber controlar e
gerenciar melhor. Assim, a empresa produzindo mais com menos custos,
obviamente seus lucros serão maiores.
2.5. GASTOS, INVESTIMENTOS, PERDAS, DESPESAS E CUSTOS
2.5.1. Gastos
Para fazer um produto ou prestar um serviço, é necessário gastar para obter
matéria-prima, ferramentas, equipamentos entre outros e comercializar seu produto
ou serviço. Assim, dependerá da gestão a alocação do dinheiro gasto, ou seja,
poderá ser um investimento, um custo ou uma despesa (BRUNI E FAMÁ, 2011).
Segundo Wernke (2005, p. 3):
Gasto é utilizado para descrever as ocorrências nas quais a empresa despende recursos ou contrai uma obrigação (dívida) perante terceiros (fornecedores, bancos, etc.) para obter algum bem ou serviço que necessite para suas operações cotidianas. É um conceito abrangente e pode englobar outros termos comuns na área de custos. Ou seja, um gasto pode ser relacionado a alguma forma de consumo de recursos (custos fabris ou despesas administrativas).
Martins (2008, p. 24) define gasto como “a compra de um produto ou serviço
qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse
21
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos”. Também gastos com
honorários da diretoria, compra de imóveis e etc.
“Consumo genérico de bens e serviços ou, em outras palavras, dos fatores de
produção [...] Os gastos ocorrem a todo o momento e em qualquer setor de uma
empresa, seja ela comercial, seja industrial, seja prestadora de serviço” (OLIVEIRA
E HERNANDEZ, 2009, p. 17).
Segundo Bruni (2010, p.25) “os gastos consistem no sacrifício financeiro com
o qual a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qualquer”. Ou seja,
é tudo que é necessário para o funcionamento da empresa e, consequentemente,
nas imprevisibilidades e as constantes mudanças no mercado, seja para produção
ou prestação de serviço, que fará com que a empresa “sobreviva” entre os
concorrentes.
2.5.2. Investimentos
Para Santos (2010, p. 131) “investimentos abrangem as estimativas de gastos
com compra de direitos de utilização de marca, terrenos, construção civil, montagem
de instalações comerciais ou industriais, além da aquisição de máquinas e
equipamentos”.
Já para Martins (2008, p 25) investimento são:
Todos os sacrifícios havidos pela aquisição de bens ou serviços (gastos) que são “estocados” nos Ativos da empresa para baixa ou amortização quando de sua venda, de seu consumo, de seu desaparecimento ou de sua desvalorização são especificamente chamados de investimentos.
Wernke (2005, p. 3) define investimento como um gasto com benefícios
futuros, isto é, que o equipamento comprado seja utilizado para aumentar o lucro da
organização, como por exemplo: compra de uma máquina para o aumento em
unidades do produto onde, consequentemente, é um dinheiro com projeções
lucrativas.
“Os investimentos representam gastos ativados em função de sua vida útil [...]
Ficam temporariamente ‘congelados’ no ativo da entidade e, [...] são
22
‘descongelados’ e incorporados aos custos e despesas”. (BRUNI, 2010, p. 25; 26).
Isto é, o objetivo de uma empresa é fazer um produto ou prestar um serviço do qual
se obtenham lucro com a venda dos mesmos futuramente.
Segundo Hoji (2011, p. 94):
Investimento operacional é aplicação de dinheiro em ativos que geram receita, tais como: estoques, duplicatas a receber, maquinários e prédios. Os dois primeiros exemplos são investimentos de curto prazo (ativo circulante) e os dois últimos são investimentos de natureza permanente (ativo imobilizado). O ativo circulante é de realização rápida, pois os bens como certa facilidade. O ativo imobilizado tem natureza permanente ou de longo prazo, pois a intenção é permanecer com eles por um prazo relativamente longo, para gerar receita.
2.5.3. Perdas
Perdas no mundo corporativo é um gasto não programado, ou seja, quando
acontece um imprevisto que não terá um retorno financeiro para a organização. Mas
uma perda pode se transformar em um custo de produção, ou uma despesa, como
por exemplo, um incentivo monetário para o funcionário quando bate a meta da
empresa. (BRUNI E FAMÁ, 2011)
Wernke (2005, p. 3) define perda como “fortuitas, ocasionais, indesejadas ou
involuntárias no ambiente das operações de uma empresa”. Segundo ele, tudo que
acontece inesperadamente na operação de um produto é uma perda, pois não é
programado e não está no controle da organização.
Martins (2008, p. 26) complementa que perda “não se confunde com a
despesa (muito menos com o custo), exatamente por sua característica de
anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com intenção de obtenção
de receita”. Como exemplos podemos citar perdas por motivos naturais como
terremoto, tsunami, entre outros.
Segundo Oliveira e Hernandez (2009, p. 23) perdas são:
Gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou serviço e tampouco geram receitas e são apropriados diretamente no resultado do período em que ocorrem. Esses gastos não mantêm nenhuma relação com a operação da empresa e geralmente ocorrem de fatos não previstos.
23
2.5.4. Despesas
Para uma empresa fabricar e/ou vender um produto, como também prestar
algum serviço, a mesma não tem gastos, apenas, diretamente no produto ou
serviço, e sim terá despesas com a parte administrativa, despesas com as vendas,
despesas financeiras, como por exemplo: um atraso no pagamento de um boleto
que acarretará juros e outras despesas (WERNKE, 2005, p. 4).
Bruni e Famá (2011, p. 23) acrescentam que os gastos,
Correspondem à bem e serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Não estão associados à produção de um produto ou serviço. Como exemplos de despesas podem ser citados gastos com funcionários administrativos etc.
“O equipamento usado na produção, que fora gasto transformado em
investimento e posteriormente considerado parcialmente custo, torna-se, na venda
do produto feito, uma despesa” (MARTINS, 2008, p. 25).
Outros exemplos que se pode citar é quando uma empresa gasta com plano
de saúde dos funcionários, com amostras grátis (empresas de cosméticos, por
exemplo), com propaganda entre outros (HANSEN E MOWEN, 2003, p. 67).
Para Oliveira (2002, p. 88) despesa é:
Qualquer operação gerada pela empresa que a torne menos rica, ou seja, que diminua seu patrimônio líquido, é uma despesa [...] quando uma empresa consome recursos no exercício de apuração, esteja este consumo relacionado com receitas do período ou não relacionado com qualquer receita, o valor desses recursos consumidos é uma despesa daquele período, independentemente de o pagamento ser à vista ou a prazo.
Oliveira e Hernandez (2009, p. 20) relatam que despesa não passa de “gastos
relativos aos bens e serviços consumidos no processo de geração de receitas e
manutenção dos negócios da empresa”. No qual todas estão associadas
diretamente ou indiretamente à realização de receitas.
Conforme Bruni (2010, p.31):
Despesas estão associadas a gastos administrativos ou com vendas e incidência de juros (despesas administrativas). Possuem natureza não
24
fabril, integrando a Demonstração do Resultado do período em que incorrem. Diz-se que as despesas estão associadas ao momento de seu consumo ou ocorrência. São, portanto, temporais.
Segundo Martins (2003, p. 25) despesa é bem ou serviço consumido direta ou
indiretamente para gerar receita. É aquilo que mesmo depois de vendido ainda há
um gasto com o produto ou serviço.
2.5.5. Custos
Tudo que é gasto no dia-a-dia em uma empresa para que ela funcione com
êxito, buscando seus objetivos, é denominado custo operacional, de forma que esse
gasto otimize tempo e dinheiro para a execução das tarefas diárias. Mas vale
salientar que esses gastos têm que estar envolvido com o produto ou serviço
prestado, no qual, tudo que estiver incorrido com o processo da produção do produto
ou serviço tem que estar diretamente relacionado ao objetivo da empresa.
Martins (2008, p. 25) afirma que:
O custo é um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua Estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado.
Portanto, o que se gasta para a produção de um produto ou um serviço, é
denominado custo. De acordo com Santos (2010, p. 147) “são considerados como
custos os dispêndios efetuados para possibilitar a produção ou operação, como
matéria-prima, embalagens, máquinas e pessoal da linha de produção”.
Bruni e Famá fortalecem a visão de Santos ao afirmarem que “como exemplo
de custos podem ser citados os gastos com matéria-prima, embalagens, mão-de-
obra fabril, aluguéis e seguros de instalações fabris etc.” (2011, p. 23).
Na visão de Wernke (2005, p.04) os custos são:
Classificados os gastos efetuados para fabricar produtos ou prestar serviços. Portanto, em uma empresa industrial fatores como matérias-
25
primas consumidas; salários e encargos sociais dos operários da fábrica; combustíveis, energia elétrica e água utilizadas no processo fabril; seguro do prédio industrial; manutenção e depreciação das máquinas industriais, dos móveis e das ferramentas utilizadas no processo produtivo (entre outros itens empregados na produção) devem ser considerados custos. Outra forma de identificar os gastos que podem ser classificados como custos é que esses geralmente ocorrem durante todo processo produtivo, ou seja, os insumos de produção consumidos desde a fase inicial de fabricação até a etapa em que o produto está completamente pronto, disponível para despacho aos clientes da organização industrial.
Para Oliveira e Hernandez (2009, p.18) custos é a forma de a contabilidade
denominar os gastos ocorridos na produção de um bem ou um serviço até seu
destino final. Como exemplos: mão de obra, materiais e custos gerais.
Bruni (2010, p. 31) que:
Custos estão diretamente relacionados ao processo de produção de bens ou serviços. Diz-se que os custos vão para as prateleiras: enquanto os produtos ficam estocados, os custos são ativados, destacados na conta Estoques do Balanço Patrimonial e não na Demonstração de Resultado. Somente farão parte do cálculo do lucro ou prejuízo quando da sua venda, sendo incorporados, então, à Demonstração do Resultado e confrontos com as receitas de vendas.
Com base em Martins (2003, p. 25) custo é um gasto relativo a bem ou
serviço utilizado na produção de outros bens e serviços. Os custos são gastos
aderidos antes do destino final, que é o consumidor.
É muito importante saber quais os custos que a empresa tem para poder
controlar e avaliar possíveis decisões a serem tomadas no cotidiano da organização.
São os custos que determinma a sobrevivência da mesma, e é quando o gestor
identifica gargalos que possam estar prejudicando a vida financeira da empresa.
3. METODOLOGIA
3.1. TIPOLOGIA DA PESQUISA
3.1.1. Quanto à natureza
O trabalho será desenvolvido através de uma pesquisa aplicada, na qual
constituirá de buscar informações, obter resultados, confrontar com as teorias e
26
colocá-las em prática, ou seja, observar o possível problema existente para, enfim,
achar a solução. Para Vergara (2003, p. 47) pesquisa aplicada “é fundamentalmente
motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou
não”.
Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p.27) complementam que “objetiva gerar
conhecimentos para aplicação prática, dirigida à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais”.
3.1.2. Quanto aos objetivos
A pesquisa será descritiva, onde colherá informações, dados e entrevistas.
Após isso, será relatado o resultado e confrontado com o real conhecimento da
empresa sobre os custos incorridos da organização.
Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p. 29) afirmam que:
Visa descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coletas de dados: questionário e observação sistêmica. Assume, em geral, a forma de levantamento.
Segundo Vergara (2007, p. 47) “a pesquisa descritiva expõe características
de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer
correlações entre variáveis e definir sua natureza”.
3.1.3. Quanto aos procedimentos
A pesquisa será de caráter bibliográfico, pois serão buscadas teorias em
livros, artigos e na internet sobre os assuntos de interesse que ajudem no
prosseguimento da pesquisa.
Souza, Fialho e Otoni (2007, p. 40) afirma que a pesquisa bibliográfica:
Consiste da obtenção de dados através de fontes secundárias, utiliza como fontes de coleta de dados materiais publicados, como: livros, periódicos científicos, revistas, jornais, teses, dissertações, materiais cartográficos e meios audiovisuais, etc.
27
Martins Junior (2008, p. 49) complementa que pesquisa bibliográfica “é o tipo
de pesquisa na qual o pesquisador busca em fontes impressas ou eletrônicas (CD
e/ou internet), ou na literatura cinza as informações que necessita para desenvolver
uma determinada teoria”.
Outra forma de pesquisa que agregará ao trabalho será a documental, que
proporcionará fontes que ajudarão a comparar os resultados já concluídos pela
empresa com os resultados obtidos pelo pesquisador. A pesquisa documental se
assemelha com a bibliográfica, porém se diferencia por não receber tratamento
analítico (SOUZA, FIALHO E OTONI, 2007, p. 41).
Também será feito um estudo de caso, no qual será observado o
conhecimento da empresa Medeiros e Simas e os dados que a mesma já obtém,
permitindo assim um amplo conhecimento da empresa (KAUARK, MANHÃES E
MEDEIROS, 2010).
3.1.4. Quanto à forma de abordagem
A pesquisa será feita por abordagem qualitativa no que se refere ao impacto
das decisões feitas com base nos custos operacionais. Ou seja, o quanto o
conhecimento ou não do assunto afeta os procedimentos da empresa no sentido de
tomadas de decisões.
Conforme Denzin e Lincoln (2006, p. 17):
A pesquisa qualitativa envolve o estudo do uso e a coleta de uma variedade de materiais empíricos – estudo de caso; experiência pessoal; introspecção; historia de vida; entrevista; artefatos; textos e produções culturais; textos observacionais, históricos, interativos e visuais – que descrevem momentos e significados rotineiros e problemáticos na vida dos indivíduos.
3.2. DEFINIÇÃO DO UNIVERSO E AMOSTRA
A pesquisa foi feita na empresa Medeiros e Simas Assessoria e Consultoria,
situada na cidade de Currais Novos/RN, onde foi entrevistado o diretor da mesma,
28
possibilitando a investigação das variáveis e impactos dos custos na tomada de
decisões.
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O questionário utilizado para obtenção de dados da pesquisa foi desenvolvido
em três fases de perguntas separadas por blocos, as quais procuraram obter
informações necessárias para o incremento e evolução do trabalho. No primeiro
bloco foram questionadas as características da empresa. No segundo foram feitas
questões sobre as características do respondente. E por fim, no último bloco,
questões referentes aos custos operacionais da empresa.
4.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
O primeiro questionamento busca identificar em qual porte se enquadra a
empresa no quesito de números de funcionários elaborado pelo Sistema Brasileiro
de Apoio à Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, conforme o Quadro 1 abaixo.
Quadro 1 - Classificação das empresas quanto ao número de funcionários
Porte da empresa
Número de empregados
Comércio e Serviços Indústria
Microempresa Até 9 Até 19
Empresa de Pequeno
porte
10 a 49 20 a 99
Empresa de Médio porte 50 a 99 100 a 499
Empresa de Grande
porte
>99 >499
Fonte: SEBRAE
29
Segundo as repostas do questionário, e observando o quadro acima, a
empresa tem 6 (seis) funcionários efetivos (incluindo os dois sócios que também
trabalham na parte operacional), enquadrando-se, desta forma, como Microempresa
por obter até 9 (nove) funcionários no ramo da atividade de serviços.
Em seguida, foi questionado o tempo de atuação da empresa no mercado,
pois segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas
de pequeno porte têm menos chances de sobrevivência em um mercado tão
competitivo. Diferentemente, as empresas de grande porte têm maiores chances de
sobrevivência devido um maior capital imobilizado e seus custos serem elevados,
conforme o Quadro 2 em seguida:
Quadro 2 - Taxa demográfica das empresas por porte – 2011
Taxa Total
Porte, segundo faixas de pessoal assalariado
1 à 9 10 ou mais
Entrada 9,6 11 3,9
Saída 4 4,7 1,2
Sobrevivente 90,4 89 96,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Demografia das Empresas 2011.
Por se tratar de uma microempresa e estar atuando no mercado a quase 10
(dez) anos, pode-se dizer que é uma empresa consolidada, porquanto já ter passado
por algumas crises e ter sobrevivido a todas elas.
A terceira e última questão procura identificar o tipo de regime tributável no
qual a empresa seria optante. Dessa forma, a pergunta teve como objetivo encontrar
a resposta de acordo com o Quadro 3 que estava relacionado aos tipos de regime
tributários das empresas, adaptado da Receita Federal do Brasil.
30
Quadro 3 – Tipos de Regime tributários
Tipos de Regime Tributário Descrição
Lucro Real
O lucro real é caracterizado como uma regra geral, para que seja possível realizar a apuração do Imposto de renda (IRPJ) e também da Contribuição Social sobre o lucro líquido que a pessoa jurídica deverá apresentar. Nesta modalidade será realizada a apuração do Imposto de Renda a partir da determinação do lucro contábil, acrescido de ajustes, podendo ser estes positivos ou negativos que sejam requeridos pela legislação fiscal. No regime conhecido como lucro real podem ser identificadas duas situações específicas, sendo o Prejuízo Fiscal e a Base de Cálculo Negativa de CSLL, sendo que não existe a necessidade de realizar o pagamento do imposto de renda, ou mesmo contribuição social.
Lucro Presumido
As empresas que se enquadram na modalidade do regime do lucro presumido é uma forma de tributação que pode ser mais simplificada, uma vez que ocorre a determinação da base de cálculo do imposto de renda juntamente com a contribuição social, das pessoas jurídicas que não estão obrigadas a realizar a apuração do lucro real.
Ao escolher o regime tributário do lucro presumido a empresa deverá realizar o pagamento do importo à alíquota de 15% sobre o lucro presumido, de forma que seja realizada a apuração conforme o regulamento do Imposto de Renda, nesta modalidade pode ser encontrado até mesmo a pessoa jurídica que realize atividades de forma rural.
O regime do simples nacional pode ser selecionado, a partir da arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos que sejam aplicáveis às
31
Simples Nacional
Microempresas e Empresas de pequeno porte, de acordo com a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. O simples nacional em muitos casos, pode parecer a melhor opção para muitas empresas, uma vez que apresenta alíquotas mais baixas e inúmeros benefícios, de forma que conseguem apresentar uma pequena carga tributária.
Fonte: Receita Federal do Brasil, 2016
Baseado no questionário pode-se concluir que a empresa é optante pelo
Simples Nacional, e o entrevistado justifica a opção feita pelo simples nacional por
ter a sua alíquota diferenciada, variando conforme o faturamento. Desse modo,
chega a um ponto crucial, onde o regime tributário é inteiramente ligado à formação
de preço do produto.
4.2. CARACTERIZAÇÃO DO RESPONDENTE
O segundo bloco do questionário teve como objetivo identificar o respondente,
ou seja, qual sua função ou cargo que exerce na empresa, quantos anos trabalha
nela e a formação escolar do mesmo.
O questionário foi respondido pelo atual Diretor/Proprietário da empresa, no
qual trabalha há mais de 5 (cinco) anos, porém desempenha a função de
Diretor/Proprietário há aproximadamente 2 (dois) anos e meio. Trabalhou na parte
administrativa durante muitos anos, e viu a oportunidade de administrar a empresa
quando os antigos sócios/diretores decidiram “abandonar” o empreendimento.
Assim, o mesmo assumiu a empresa junto com sua colega de trabalho, tornando-se
sócios. A decisão que tomou de gerir a empresa foi por estar cursando
Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, podendo
colocar em prática as teorias estudadas dentro da Instituição. Possui experiência na
atividade que exerce e conhecimento teórico suficiente para poder assumir a
posição de Diretor/Proprietário.
32
4.3. CUSTOS OPERACIONAIS
O último bloco enfatizou as operações vividas no cotidiano da empresa, deste
modo, foram feitas perguntas sobre os custos operacionais da empresa de
diferentes formas, no que diz respeito ao controle, conhecimento, tomadas de
decisão e comparações com anos anteriores.
A primeira pergunta é referente aos conhecimentos dos custos operacionais
da empresa. O respondente diz ter pleno conhecimento, pois verifica o valor unitário
de cada item para depois poder passar o preço do serviço prestado. Ou seja, o
preço é formado calculando os gastos feitos no serviço, são somando os custos
unitários mais o tempo consumido pelo funcionário, assim chega-se ao total gasto no
final da operação. Observemos uma ilustração de alguns itens necessários com o
gasto para a cobrança por cada devedor na tabela abaixo:
Quadro 4 – Custo de cobrança por cada devedor
Custo operacional
Itens Valor unitário
Carta R$ 0,08
Folha R$ 0,03
Salário R$ 1,00
Combustível R$ 0,15
Total R$ 1,26
Fonte: Dados da empresa pesquisada.
Analisando a tabela acima nota-se o conhecimento do respondente sobre os
custos unitários operacionais existentes para poder exercer a prestação de serviço
que a empresa aplica no seu cotidiano.
A segunda pergunta avalia de que forma o gestor acompanha os custos, e se
há algum programa ou sistema que o auxilie no registro dos dados informados no
Quadro 4, acima citado. O mesmo respondeu que acompanha sim e registra em um
livro de anotações para saber os custos envolvidos nas operações, ou seja, anota a
compra dos insumos e o total dos gastos. No entanto, é de difícil acompanhamento,
já que a variação de preços é constante. Assim, é feito uma média simples,
somando os últimos valores e dividindo pela quantidade de alterações.
33
Foi perguntado ao respondente se o mesmo toma decisões tendo como base
os custos operacionais, isto é, se os custos influem no objetivo da empresa, ou se a
mesma pensa na diminuição dos gastos no dia-a-dia da corporação. O mesmo
afirmou que sim, e deu como exemplo a compra de scanner manual, o qual tinha
como objetivo a diminuição de folhas, por exemplo: no ato das assinaturas, antes
era enviado duas folhas para o cliente assinar, sendo que uma ficava com o cliente e
a outra voltava para a empresa. Com o scanner manual basta uma folha, o cliente
assina essa folha e depois é realizado o escaneamento, e desse modo houve uma
redução nos custos com papéis e, consequentemente, diminuição dos valores
gastos nesta operação. Por conseguinte, pode passar o preço do serviço mais em
conta aos clientes, como o próprio respondente e gestor afirma em sua resposta “o
preço do serviço é estipulado com base nos custos”.
Por fim, foi questionado se houve mudanças significativas nos custos internos
da empresa no período de 2014 (dois mil e quatorze) e 2015 (dois mil e quinze), e
quais mudanças geraram impactos nos custos. O respondente alegou que em 2014
tinha um funcionário terceirizado, e em 2015 essa pessoa foi dispensada, e passou-
se a aproveitar mais o funcionário da empresa. Outro exemplo é que foi adquirida
uma central telefônica que permitiu a otimização do tempo gasto na operação.
Pode-se verificar a observação minuciosa do gestor em perceber o momento
certo de aproveitar o funcionário efetivo para suprir funções terceirizadas. No caso
da central telefônica, havia um desperdiço de tempo com telefones móveis, pois os
funcionários perdiam tempo ao se levantar para pegar os celulares em outras salas
dentro do escritório. Deste modo, a central otimizou o tempo. Concomitantemente a
empresa teria uma diminuição de custo e aumento de receita, já que o funcionário
efetivo tem mais conhecimento e melhor qualidade no atendimento aos devedores, e
os funcionários têm mais tempo para fazer o serviço de cobrança via telefone.
As despesas de uma empresa de serviço envolvem variantes importantes que
se não forem controladas com cuidado podem distorcer informações importantes
para a análise nos resultados financeiros, principalmente em observações com anos
anteriores. Por conseguinte observemos as despesas do ano de 2014 (dois mil e
quatorze) e seguida as do ano de 2015 (dois mil e quinze).
34
Quadro 5 – Despesas de 2014
Descrição das despesas Valor
13º Salário R$ 2.331,28
Aluguel R$ 5.400,00
Alvará R$ 249,64
Assessoria Jurídica R$ 3.600,00
Caern R$ 723,26
Cartucho da Impressora R$ 701,00
CDL R$ 666,70
Contador R$ 3.240,00
Contribuição Sindical R$ 37,19
Doações R$ 292,60
Energia R$ 3.290,20
Entrega de Cartas R$ 5.678,00
Exame demissional R$ 195,00
Fardamento R$ 806,82
Férias R$ 888,11
FGTS R$ 1.559,22
Gasolina R$ 4.672,08
INSS R$ 2.451,38
Internet R$ 1.236,00
IPTU R$ 93,76
IPVA – MOTO R$ 423,91
Limpeza do Escritório R$ 361,50
Locomoção de funcionários R$ 101,00
Manutenção de Maq e Equip R$ 5.582,50
Material de Copa R$ 131,50
Material de Escritório R$ 1.584,00
Material de Limpeza R$ 124,80
Outros R$ 2.845,08
Postagens R$ 3.133,90
Propaganda, Publicidade, Market
R$ 722,50
Refeições/Lanches R$ 41,50
Salários R$ 45.949,51
Simples R$ 2.015,50
Taxa de boleto-saída R$ 761,63
Telefone Celular R$ 24.684,19
Telefone Fixo R$ 943,36
TOTAL R$ 127.518,62
Fonte: Dados da empresa pesquisada, 2014.
35
Quadro 6 – Despesas de 2015
Descrição das despesas Valor
13º Salário R$ 2.331,45
Aluguel R$ 5.400,00
Alvará R$ 249,64
Assessoria Jurídica R$ 3.600,00
Caern R$ 723,26
Cartucho da Impressora R$ 701,00
CDL R$ 666,70
Contador R$ 3.240,00
Contribuição Sindical R$ 37,19
Doações R$ 292,60
Energia R$ 3.290,20
Entrega de Cartas R$ 5.678,00
Exame demissional R$ 195,00
Fardamento R$ 806,82
Férias R$ 888,11
FGTS R$ 1.559,22
Gasolina R$ 1.243,61
INSS R$ 2.451,38
Internet R$ 1.236,93
IPTU R$ 93,76
IPVA – MOTO R$ 423,61
Limpeza do Escritório R$ 361,50
Locomoção de funcionários R$ 101,00
Manutenção de Maq e Equip R$ 5.582,50
Material de Copa R$ 131,50
Material de Escritório R$ 1.584,00
Material de Limpeza R$ 124,80
Outros R$ 2.845,06
Postagens R$ 3.133,90
Propaganda, Publicidade, Market
R$ 722,50
Refeições/Lanches R$ 41,50
Salários R$ 45.949,51
Simples R$ 2.015,50
Taxa de boleto-saída R$ 761,63
Telefone Celular R$ 1.789,12
Telefone Fixo R$ 943,36
Total R$ 101.195,86
Fonte: Dados da empresa pesquisada, 2015
36
Em 2015 (dois mil e quinze) houve poucas mudanças, porém foram
significativas em comparação com o ano de 2014 (dois mil e quatorze), conforme os
quadros 5 e 6 acimar.
O quadro mostra a mudança nas despesas ocorrida do ano 2014 (dois mil e
quatorze) e 2015 (dois mil quinze), no qual percebemos uma variação em destaque
na diminuição da gasolina e no gasto com telefone celular, consequência de
decisões tomadas pelo gestor, visão deste que, citados anteriormente sobre a
mudança dos anos em que modificou a empresa com uma implementação de uma
central telefônica e o aproveitamento de um funcionário efetivo para as cobranças
feitas em outras cidades.
Vejamos a seguir se houve algum impacto significante nas receitas nos
mesmos anos das mudanças feitas pela empresa.
Quadro 7 – Receitas de 2014
Receita Anual
2014
Resultado R$ 164.118,62
Fonte: Dados da empresa pesquisada.
Quadro 8 – Receitas de 2015
Receita Anual
2015
Resultado R$ 134.250,46
Fonte: Dados da empresa pesquisada.
Comparando as receitas dos anos na tabela acima, observa-se que as
despesas de 2014 (dois mil e quatorze) equivale a 77,70% do faturamento do
mesmo ano e de 2015 (dois mil e quinze) 75,38%, ou seja, apesar das despesas
37
terem diminuído de um ano para o outro, elas representaram praticamente o mesmo
coeficiente em relação ao faturamento, portanto houve uma pequena mudança,
porém, mudanças significativas feitas pelo gestor nas despesas da empresa entre
2014 (dois mil e quatorze) e 2015 (dois mil e quinze), já que se tratava um ano de
crise, o que possibilitou a continuação de suas atividades sem prejuízo e
conservando as estratégias da empresa em relação a sua visão e missão.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho demonstrou a importância de pesquisar assuntos que,
aparentemente, passam por despercebidos, e se não forem tomados alguns
cuidados podem ter consequências irreversíveis. Saber explorar certos temas nos
possibilita um entendimento melhor seja qual for a área de pesquisa, ajudando no
desenvolvimento de questões as quais somos expostos no dia-a-dia.
O trabalho mostrou também como as empresas estão cada vez mais
procurando sair na frente dos concorrentes, seja na otimização do tempo, seja na
qualidade do produto e/ou serviço, na precificação, enfim, no custo-benefício que o
produto e/ou serviço proporcionará ao cliente final. Portanto, as empresas procuram
formas e métodos que as ajudem a obter êxito em suas decisões, e uma das formas
de difícil mensuração são os custos que as empresas têm e enfrentam no seu
cotidiano, sejam variáveis externas ou internas. Por conseguinte, a pesquisa serviu
como subsídio para auxiliar a empresa de serviço a melhorar sua visão de
oportunidades e ameaças, como também identificar os pontos fortes e as fraquezas.
Neste sentido o trabalho enfatizou a área financeira e, especificamente, no custo
operacional da prestação de serviços, onde foi observado seu conhecimento,
acompanhamento e o impacto nas decisões tomadas.
A empresa em questão utiliza a tecnologia a seu favor em partes, isto é, em
alguns aspectos a mesma domina o processo de acompanhamento, mas é arcaica
no controle dos gastos, ou seja, precisa filtrar melhor os custos existentes para não
acabar distorcendo algumas informações importantes. Neste sentido basta usar
fórmulas prontas para a soma dos custos mensais e anuais, diferentemente do que
ocorre atualmente, onde os custos são espalhados e tem que somar um por um a
38
cada vez que é colocado na planilha. Outra solução seria adquirir um sistema
especializado no controle dos custos, visto que a forma de controle é feito com base
nos anos anteriores, fazendo com que alguns números se repitam erroneamente.
Define-se que há uma restrição da empresa em disponibilizar no que se refere
à busca detalhada das despesas por motivos de segurança, já que a mesma utiliza
como sua atividade principal assessoria e consultoria jurídica.
Considerando a pesquisa realizada, verificou-se que há certa dificuldade para
a empresa mensurar e calcular seus custos ou contabilizar os lucros no final do seu
exercício, porém existem métodos para auxiliar os administradores nessa difícil
tarefa, bastando buscar novos sistemas ou programas de informática que facilitem o
processo de controle dos custos operacionais, principalmente com base em um
serviço.
Conclui-se ainda que a empresa Medeiros e Simas possui conhecimento e
acompanha os custos operacionais, porém não os controla com o devido cuidado,
pois há uma imensa quantidade de informações espalhadas e dissipadas.
Entretanto, utiliza as informações com sabedoria nas decisões tomadas no dia-a-dia,
no qual foi observada a mudança de estratégia quando foi decidido diminuir os
custos com funcionários e o melhor processo de atendimento telefônico, levando a
empresa a passar por crises econômicas externas.
A área financeira é um departamento ainda a ser muito explorado no mundo
dos negócios, este que abrange situações diversas e de difícil controle, pois há
diferentes formas de empreendimento, seja uma instituição com fins lucrativos ou
não, privado ou público, entre outras. Portanto, a melhor forma de adquirir
conhecimento é pesquisando seus processos operacionais, assim obter-se-á o custo
necessário para a sobrevivência da organização.
O trabalho originou um conhecimento mais apurado sobre o tema abordado e
trouxe novos horizontes na busca por mais informações que ajudem as empresas
nas mais diversas situações em que enfrentam num mercado tão competitivo e
acirrado, principalmente na área financeira, que é de alta complexidade, pois trata
de todos os departamentos de uma empresa, mantendo-os em equilíbrio para
conseguir seus objetivos e, consequentemente, a sobrevivência da mesma,
juntamente com o seu lucro. Pode-se dizer então que o financeiro é o “coração” das
organizações.
39
REFERÊNCIAS
BETHLEN, A. Os conceitos de política e estratégia. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, 1981. BRASIL. Demografia das empresas, 2011. IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000014394708152013471623746590.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2016, 10:15:23. BRASIL. Receita Federal. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/> Acesso em: 20 mai. 2016, 11:23:45 BRUNI, Adriano Leal. A administração de custos, preços e lucros. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010. COGAN, Samuel. Custos e preços: Formação e Análise. 1.ed. São Paulo: Editora Pioneira, 2002. CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. DENZIN, Norman K; LINCOLN, Yvonna S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006. HANSEN, Don R; MOWEN, Maryanne M. Gestão de custos: contabilidade e controle. 1 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003. HOJI, Masakazu. Administração financeira na prática: guia para educação financeira corporativa e gestão financeira pessoal. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. KAUARK, Fabiana. Metodologia da pesquisa: guia prático/Itabuna: Via Litterarum, 2010. LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas, 1981. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
40
______________. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008. MARTINS JUNIOR, Joaquim. Como escrever trabalhos de conclusão de curso: instruções para planejar e montar, desenvolver, concluir, redigir e apresentar trabalhos monográficos e artigos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008. MINTZBERG, H. Crafting strategy. Harvard Business Review, Boston, 1987. OLIVEIRA, Alvaro Guimarães de. Introdução à contabilidade. São Paulo: Saraiva, 2002. OLIVEIRA, Luiz Martins de; HERNANDEZ, José Perez Junior. Contabilidade de custos para não contadores. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. PORTER, M. E. Estratégia competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1986. RODRIGUES, M.; ASSOLARI, L. M. A. A tecnologia da informação ERP e seus benefícios na gestão de processos e crescimento dos negócios. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 31, 2007, Rio de Janeiro, Anais... Rio de Janeiro: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, 2007. 1 CD-ROM. SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração financeira da pequena e média empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, Raimundo Nonato Sousa; LINS, Luiz dos Santos. Gestão de custos: contabilidade e análise. São Paulo: Atlas, 2010. SOUZA, Antônio Carlos de; FIALHO, Francisco; OTANI, Nilo. TCC: Métodos e Técnicas. Florianópolis: Visual Books, 2007. TAVARES, Mauro Calixta. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2000. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
41
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preços de venda: (ênfase em aplicações e casos nacionais) – São Paulo: Saraiva, 2005. BRASIL. Demografia das empresas, 2011. IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/imprensa/ppts/00000014394708152013471623746590.pdf>. Acesso em: 20 mai. 2016, 10:15:23. BRASIL. Receita Federal. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/> Acesso em: 20 mai. 2016, 11:23:45
42
APÊNDICES
APÊNDICE A - Cronograma
Atividades/Meses 2015 2016
Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun
Escolha do tema X
Definição da empresa
X
Notificação do tema e do
orientador à coordenação do
curso
X
Plano de trabalho: problemática,
hipóteses, justificativa, objetivos,
bibliografia inicial
X X
Referencial teórico inicial.
X X
Metodologia X
Revisão pelo professor
orientador e modificações
finais
X
Entrega projeto final ao professor
orientador. X
Entrega do projeto final à
Coordenação de Curso.
X
Revisão do Referencial teórico
Desenvolvimento do instrumento de coleta de dados
Coleta de dados
Análise e interpretação de
dados
43
Revisão pelo professor
orientador.
Correções finais X
Entrega do trabalho final ao
professor orientador.
X
Entrega do trabalho final à
Coordenação de Curso.
X
44
APÊNDICE B – Questionário
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
QUESTÕES REFERENTES À CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Q 01 - Qual o número de colaboradores da empresa?
( ) Até 9 colaboradores
( ) De 10 a 49 colaboradores
( ) De 50 a 99 colaboradores
( ) 100 ou mais colaboradores
Q 02 – Qual o tempo de atuação da empresa no mercado?
( ) Até 10 anos
( ) De 10 a 20 anos
( ) De 20 a 30 anos
( ) Mais de 30 anos
Q 03 - Qual o regime tributário da empresa?
( ) Simples nacional
( ) Lucro presumido
( ) Lucro real
( ) Não sei
( ) Prefiro não responder
45
QUESTÕES REFERENTES À CARACTERIZAÇÃO DO RESPONDENTE DA
PESQUISA
Q 04 – Qual o cargo ocupado?
( ) Diretor/Proprietário
( ) Gerente
( ) Contador
( ) Supervisor/Analista
( ) Outros
( ) Não quero me identificar
Q 05 – Qual o tempo de ocupação no cargo?
( ) Menos de 1 ano
( ) De 1 a 2 anos
( ) De 2 a 5 anos
() Mais de 5 anos
Q 06 – Qual o nível de formação?
( ) Ensino fundamental completo ou incompleto
( ) Ensino médio completo
( ) Ensino médio incompleto
( ) Graduado
( ) Pós-graduado Lato Sensu (Especialização ou MBA – Master
BusinesAdministration)
( ) Pós-graduado Strictu Sensu (Mestrado)
46
QUESTÕES REFERENTES AOS CUSTOS OPERACIONAIS
Q 07 – O gestor tem conhecimentos de todos os custos operacionais desde o início
de suas operações até o resultado final da empresa?
( )Sim ( )Não
Justifique:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Q 08 – De que formar a empresa acompanha os custos operacionais:
( ) Planilha de Excel
( ) Sistema integrado de gestão
( ) Livro de anotação
( ) Não faz acompanhamento
( ) Outros: ____________________
Q 09 – A empresa toma decisão com base nos custos operacionais?
( ) Sim ( ) Não
Cite exemplo:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Q 10 De 2014 (dois mil e quatorze) a 2015 (dois mil e quinze) houve mudanças
significativas nos custos operacionais da empresa? Explique-se!
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________