UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA
A LUDICIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MEMÓRIAS DE
UMA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO
SIRLEYNE KARMURATTI SILVA DE OLIVEIRA
Natal/RN
2016
SIRLEYNE KARMURATTI SILVA DE OLIVEIRA
A LUDICIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MEMÓRIAS DE
UMA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO
Monografia apresentada ao Curso de
Pedagogia do Centro de Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como requisito parcial para
obtenção do Grau de Licenciatura em
Pedagogia.
Orientadora: Profª. Ma. Ivone Priscilla de
Castro Ramalho.
Natal/RN
2016
A LUDICIDADE NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: MEMÓRIAS DE
UMA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO
SIRLEYNE KARMURATTI SILVA DE OLIVEIRA
Monografia apresentada ao Curso de
Pedagogia do Centro de Educação da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte como requisito parcial para
obtenção do Grau de Licenciatura em
Pedagogia.
Aprovado em 21/06/2016 com nota 9,5.
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________
Ma. Ivone Priscilla de Castro Ramalho (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
_____________________________________________________
Drª. Jacyene Melo de Oliveira Araújo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Drª. Mariângela Momo
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Dedico este trabalho aos meus pais e a minha família que sempre me
apoiaram e me incentivam aos meus estudos, sobretudo, nos momentos
mais difíceis, objetivando desta forma a conquista de mais um passo na
busca do saber.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus, pai todo poderoso, por cuidar de mim em
todos os momentos da minha vida, me fortalecendo e encorajando para sempre
seguir em frente, mesmo diante de tantas dificuldades encontradas no caminho.
Sem ele eu não teria alcançado essa conquista!
Agradeço ao meu pai José Wellington e a minha mãe Claudia Maria, que
acompanharam meu crescimento e foram meus primeiros educadores, oferecendo-
me oportunidades para alcançar meus objetivos e sonhos. Sou grata pelas vezes
que tentaram amenizar minhas ansiedades, mantendo-me firme nos momentos mais
difíceis. Gratidão pelos conselhos, amor, incentivo e exemplo.
Ao meu namorado, Rivaldo Coutinho, amigo e companheiro para todas as
horas, pelo carinho, compreensão, paciência e incentivo, estando sempre presente
durante o período de graduação.
Aos amigos que estiveram comigo durante o curso, me auxiliando em
trabalhos e atividades, ajudando a conquistar essa vitória. Agradeço imensamente
ao meu amigo Jonatas Rodrigues, que me acompanhou e persistiu junto comigo
pelas aprovações em diversas disciplinas, passando-me confiança, aconselhando e
apoiando para que tudo desse certo.
Agradeço a minha orientadora Ivone Priscilla, pela atenção e dedicação, pelo
companheirismo e esforço. O estímulo recebido durante o processo me fez acreditar
na conclusão deste trabalho. Às professoras Jacyene e Mariângela por terem
aceitado compor a banca avaliativa deste trabalho.
Agradeço a minha amiga Sônia Matias, pelos ensinamentos na área da
educação infantil durante meu período de estágio no CMEI Marise Paiva, sendo um
exemplo de profissional responsável.
Aos mestres da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelos
ensinamentos e possibilidade de concretização de um sonho.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que foram presentes em minha vida e
contribuíram para o meu desenvolvimento pessoal e acadêmico.
No homem a atividade lúdica se estende por toda a vida e é fonte de
fortalecimento de sua criatividade e portanto de suas forças”
(Norval Baitello Júnior)
OLIVEIRA, Sirleyne Karmuratti Silva de Oliveira. A LUDICIDADE NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM: MEMÓRIAS DE UMA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO. 2016.
(53 páginas). Monografia (Graduação em Pedagogia) – Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, Centro de Educação, Natal.
RESUMO
Este trabalho monográfico tem como objetivo principal discutir sobre a importância da ludicidade nos diversos contextos educativos. A autora discute a temática a partir da construção de suas próprias narrativas autobiográficas acerca das memórias de sua trajetória de formação, com o intuito de refletir a respeito de práticas educacionais significativas e com caráter lúdico as quais vivenciou. Neste sentido, narra sobre os métodos de ensino mais inovadores desde a educação infantil até a universidade. Além da metodologia das narrativas autobiográficas, a autora utiliza de pesquisa bibliográfica para discorrer sobre a importância do lúdico como estratégia de ensino, enfatizando o papel do professor e as contribuições do lúdico na construção do conhecimento. O referido estudo expõe, ao final, as alternativas lúdicas que podem ser trabalhadas por professores/as nos diversos níveis de ensino. A monografia apresenta como principais interlocutores/as os/as seguintes autores/as: Almeida (2013); Kraemer (2010); Candau (2012; 2013); Veiga (2012).
Palavras-chave: Estratégias de ensino. Lúdico. Memórias de uma trajetória de
formação.
ABSTRACT
This monograph aims to discuss about the importance of playfulness in different educational contexts. The author discusses the issue from building their own autobiographical narratives about the memories of his training course, in order to reflect on significant educational practices and playfulness which experienced. In this sense, tells of the most innovative teaching methods from kindergarten to university. In addition to the methodology of autobiographical narratives, the author uses literature to talk about the importance of the play as a teaching strategy, emphasizing the role of the teacher and playful contributions in the construction of knowledge. The study sets out, in the end, the recreational alternatives that can be worked by teachers / as in different educational levels. The monograph presents as main partners / as the / the following authors / as: Almeida (2013); Kraemer (2010); Candau (2012; 2013); Veiga (2012).
Keywords: Teaching Strategies . Playful. Memoirs of a course of training.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Jardim Escola Cores e Artes............................................................................ 15
Figura 02 Comemoração do dia do índio.......................................................................... 15
Figura 03 Comemoração da Páscoa................................................................................ 15
Figura 04 Turma do Impacto Colégio e Curso em passeio ao Fazenda Pak................... 17
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................... .... 11
1 MEMÓRIAS DE UMA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO................................................ 14
2 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO............................ 25
2.1 O PAPEL DA ESCOLA.................................................................................................. 25
2.2 O PAPEL DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA LUDICIDADE NA ESCOLA............ 27
2.3 O ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA............................................. 29
2.4 AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO......... 31
2.5 AVALIAÇÃO ESCOLAR NA PERSPECTIVA DE UMA EDUCAÇÃO LÚDICA.............. 34
3 ALTERNATIVAS LÚDICAS EM TÉCNICAS DE ENSINO............................................ 36
3.1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES LÚDICO-EDUCATIVAS............................................. 38
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 52
11
INTRODUÇÃO
Pensar na educação e no período pré-escolar, momento em que acontece o
primeiro contato da criança com a escola, bem como práticas pedagógicas
vivenciadas por professores desde o surgimento dos primeiros locais utilizados para
ensinar até as escolas atuais, requer bastante observação/reflexão dos profissionais
que estão em constante formação e da escola como um todo.
Ao longo dos anos, é perceptível que a sociedade vem mudando em diversos
contextos, e a criança consequentemente, assume papéis diferentes na sociedade,
de acordo com o espaço e a época em que está inserida. Faria (1997) destaca que
“a criança será percebida pela sociedade de forma diversificada ao longo dos
tempos, conforme as determinações das relações de produção vigentes em cada
época” (p. 9). É possível percebermos isso ao escutarmos relatos vividos por nossos
pais e avós. Posso notar a veracidade das palavras de Faria quando me lembro das
conversas que tive com minha avó, ainda no período da minha adolescência,
quando contava sobre sua infância, tão diferente e com realidades tão distantes da
minha, que mais parecia uma história de terror, uma vez que segundo ela, crianças
não tinham o direito de brincar. Relatou ainda, que as atividades rotineiras das
crianças de sua época se comparavam a tarefas realizadas por adultos, e que
estudar durante a infância nem todos tinham direito, pois a maioria dos pais ocupava
seus filhos com outras atividades. Isso expressa que não existe algo como “a
criança” ou “a infância”, mas sim que há muitas crianças e muitas infâncias,
construídas histórica e socialmente (DAHLBERG, MOSS e PENCE, 2003).
Somente por volta dos anos 80, com a Constituição Federal de 1988 e o
Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), a educação foi reconhecida como
direito da criança de 0 a 6 anos. Sendo o Estado responsável pela educação,
juntamente com os municípios, cumprindo com atendimentos em creches e pré-
escolas, declarando-as como instituições educacionais.
Hoje, percebemos que o brinquedo ganha centralidade nas práticas
educativas como sendo indispensável ao desenvolvimento infantil, conforme afirma
Almeida (2013), “o jogo e a brincadeira passam a serem considerados como
atividades indispensáveis ao desenvolvimento das capacidades e à aquisição de
12
competências essenciais para a vida em sociedade, pois mantêm em seu caráter
lúdico a possibilidade de fornecer subsídios para o desenvolvimento do homem” (p.
19).
Ainda de acordo com Almeida (2013), por muito tempo, o termo lúdico e seus
adjetivos apresentavam significados direcionados ao divertimento e às ações
recreativas motoras do ser humano, sem serem relacionadas com as realidades
superiores do homem. Nas escolas, essas atividades não eram consideradas sérias,
necessárias e significativas, portanto, não faziam parte da rotina em momento
algum. Somente no século XIX, a psicologia da criança adquiriu grande influência da
biologia e descobrem que o jogo é uma necessidade biológica, um instinto e,
psicologicamente, um ato voluntário, conforme o referido autor. A partir desses
estudos, o lúdico ganhou novos significados, sendo cada dia mais reconhecido como
um método que auxilia no desenvolvimento da criança, seja na parte cognitiva ou
motora, além de contribuir no processo de ensino e aprendizagem de forma
prazerosa, onde a sala de aula se transforma em um espaço de alegria contínua
com professores, crianças e todos que estão inteirados no fazer educativo. Através
da ludicidade, a criança alcança melhores resultados qualitativos no ambiente
escolar, pois o lúdico desperta a curiosidade e a partir disso, surge o desejo de
aprender. Kraemer (2010) afirma que “a diversão facilita a aprendizagem, porque é
algo de que a criança e o adolescente gostam. Brincando, a criança desenvolve a
sua criatividade, tem oportunidade de relacionar-se com outros seres humanos e de
aprender com prazer” (p. 3).
No decorrer dos anos, as práticas pedagógicas se aperfeiçoaram, com
avanços significativos na educação. Com isso, fazem-se necessários profissionais
conscientes de sua importância na formação de futuros sujeitos ativos na sociedade,
de suas metodologias e objetivos que pretendem alcançar enquanto educadores,
pois a educação não se trata de formar pessoas capazes de reproduzir, e sim de
criar, fazer e transformar para melhor o mundo em que vivemos, através do lúdico
trabalhado de maneira planejada, e não apenas intuitiva.
Para alcançar o verdadeiro sentido da educação lúdica, faz-se necessário que o professor, o educador, esteja devidamente preparado para colocá-la em prática. Pouco será feito se ele não tiver profundo conhecimento da base teórica e prática da educação lúdica, condições suficientes para socializar o
13
conhecimento e predisposição para levar isso adiante (ALMEIDA, 2013, p.87).
Minha curiosidade e interesse pelo conteúdo ludicidade no processo de
ensino e aprendizagem de crianças da educação infantil surgiu após discussões
realizadas na Universidade, a respeito do desenvolvimento e comportamento da
criança na escola. Posteriormente, tive a oportunidade de relacionar a teoria com a
prática, devido ao componente curricular Estágio Supervisionado de Formação de
Professores I.
A escolha do tema desta monografia se deu através do meu encanto pelas
práticas pedagógicas observadas/realizadas durante o meu período de estágio
supervisionado em uma turma de nível II no Centro Municipal de Educação Infantil
Vilma Teixeira Dourado Dutra e minhas atuações no espaço pedagógico junto à
equipe escolar, que mostrou como é possível estar aberto para receber o aluno de
forma que ele se sinta bem. Segundo Almeida (2013), “a educação, o ensino e a
escola devem servir como facilitadores desse processo, para que neles não
imperem atividades entediantes ou sacrificantes, mas significativas, responsáveis e
prazerosas, ou seja, lúdicas” (p.78). Neste CMEI pude compreender como é
gratificante estar em um ambiente escolar com alunos em processo de crescimento
e aprendizado constante, seja dentro ou fora da sala de aula, com profissionais que
valorizam e respeitam a singularidade de cada ser, de forma a acreditar nas
potencialidades da criança e despertar o encanto pelo aprender. Acredito que tudo é
possível à visão de quem enxerga o ensino por meio da ludicidade na formação
integral da criança no processo de construção do conhecimento.
Apresento nesta monografia um relato de memórias durante minha trajetória
de formação, fundamentações teóricas a respeito da importância do lúdico como
estratégia de ensino e alternativas lúdicas como sugestões para prática docente.
14
1 MEMÓRIAS DE UMA TRAJETÓRIA DE FORMAÇÃO
Neste capítulo optei pela estratégia metodológica das narrativas (JOSSO,
2004; SOUZA, 2006), com o intuito de refletir criticamente sobre o processo de
(auto) formação no qual pude vivenciar durante todo meu percurso formativo. Narro
sobre minha história de (auto) formação desde a idade pré-escolar até a
universidade. Neste sentido, compreendo que é imprescindível utilizar como
estratégia de formação o recurso das narrativas e/ou relatos autobiográficos, como
possibilidade de dar sentido ao passado e ao presente e, até mesmo, de
ressignificar a própria realidade na qual fazemos parte. Recorro ao processo
narrativo como uma forma discursiva de sentido pessoal.
Durante muito tempo, desde os anos 90 até os dias atuais, muito escutei falar
nas conversas entre familiares sobre o estudo até os quatro anos de idade. Em
muitos relatos, ouvi discursos que enfatizavam a não importância do ingresso da
criança na escola até os quatro anos, uma vez que para meus pais esse período
nada mais era do que um tempo perdido na escola, pois as crianças frequentam o
ambiente apenas para “rabiscar” folhas e brincar, ou seja, essas atividades não
representavam nada significativo para eles. Sendo assim, comecei a frequentar a
escola aos quatro anos, pelo motivo de ser obrigatória a matrícula da criança nesse
período.
Meus pais resolveram me matricular em uma escola de educação infantil
chamada “Cores e Artes”, entrei no Jardim I, lembro-me de uma escola pequena,
porém bastante aconchegante, com professores afetuosos, espaços bem
conservados e atraentes, devido às decorações expostas nos ambientes infantis.
Eu amava a escola, tinha pressa para aprender a ler e escrever. Gostava dos
momentos de brincadeiras no parque, das leituras de histórias contadas na sala de
aula e no pátio e das vezes em que tínhamos oportunidades de encenar algumas
histórias contadas pela professora. Por vezes também nos enfeitavam de
personagens de histórias ou em datas comemorativas. 1
1 Sabemos que atualmente existem muitas críticas em relação às práticas que restringem o currículo às datas comemorativas. Conforme Silva (2011), o currículo passa a ser folclórico ao invés de eminentemente político. Registro esse momento pela maneira como a docente conduzia as aulas, sempre de forma lúdica, utilizando
15
Figura 1 – Jardim Escola Cores e Artes. Foto: própria.
Figura 2 – Comemoração do dia do Índio. Foto: própria.
Figura 3 – Comemoração da páscoa. Foto: própria.
diversos recursos, como, por exemplo, a dramatização e a contação de histórias infantis com o uso de diferentes estratégias.
16
Aprendi a ler e escrever o básico no Jardim II, o ensino acontecia por meio da
memorização de letras, fonemas e famílias silábicas. A aprendizagem acontecia de
forma prazerosa, uma vez que era motivo de muito reconhecimento dos pais quando
aprendíamos uma sílaba e conseguíamos reconhecê-las em revistas, jornais e
anúncios que estavam em nosso alcance. Cada vez que eu avançava ao conhecer
as sílabas, era motivo de muita alegria, apesar dessa metodologia não haver nexo
com nenhum conteúdo significativo.
Naquele período, início da década de 90, a metodologia de ensino imposta
nas escolas era considerada boa, a aprendizagem por meio do código parecia ser
suficiente, mesmo deixando muitas lacunas. Conseguíamos aprender a ler e
escrever corretamente, de acordo com o padrão ortográfico, mesmo com leituras
fragmentadas e descontextualizadas, porém, não exercitávamos a interpretação dos
textos. Os professores consideravam uma boa leitura aquela realizada sem pausas,
com boa entonação e que respeitava as pontuações. Nos dias atuais, após muitas
modificações no ensino, percebe-se que durante o processo de alfabetização são
utilizadas diversas outras metodologias mais eficientes, lúdicas e significativas, que
valorizam o contexto e a cultura em que a criança está inserida. Além disso, o intuito
é formar cidadãos não só alfabetizados, mas letrados.
Durante o processo da minha alfabetização, a criatividade dos professores
permeava alguns momentos, porém, deixava muito a desejar, principalmente
durante o processo de leitura e escrita realizada de forma tão mecânica, através da
junção das letras para formar uma sílaba, de leitura de palavras sem contexto
algum. Os momentos de brincadeiras pareciam ser valorizados, uma vez que
dispunham de horários reservados para irmos para o parque e ambientes lúdicos.
Muitas metodologias já haviam sido transformadas, quando comparadas a outras
épocas em que a ludicidade não tinha importância alguma em escolas da educação
infantil. Portanto, um avanço significativo torna-se perceptível na escola “Cores e
Artes”, a valorização da brincadeira e do “faz de conta” no espaço educacional.
Em casa, durante os meus primeiros anos na escola Cores e Artes, as
brincadeiras que predominavam no meu dia a dia era a imitação dos instantes
vividos na escola. Fazia parte desses momentos o faz de conta, histórias, atividades,
lições e a lousa, onde se escrevia com giz, que meu pai havia comprado, realizando
17
assim o meu desejo. Junto com minhas primas, imitávamos tudo muito bem, nos
divertíamos bastante.
Ao completar seis anos de idade, ingressei a 1° série na escola particular
“Impacto Colégio e Curso”, e lá fiquei até o ensino médio. Durante os primeiros anos
na escola, lembro-me de boas explicações feitas pelos professores, porém, com
métodos tradicionais, dando ênfase à memorização. Os conteúdos eram
transmitidos e por bimestre eram realizados testes e provas com o intuito de “medir”
conhecimento. Tais procedimentos serviam de base para “rotular” os alunos, não
considerando assim as especificidades de cada criança ali presente. Os alunos que
obtivessem as melhores notas eram reconhecidos na escola. Lembro-me também,
que o uso do livro didático predominava em sala de aula. Os alunos durante as
aulas permaneciam em fileiras de cadeiras e o melhor momento era aquele em que
todos se encontravam em silêncio.
Apesar de, em minha opinião, o ensino da escola estar permeado no
tradicionalismo, uma vez que não fazia parte da rotina diálogos, reflexões e
metodologias que contribuíssem para um olhar crítico, acredito que as mudanças já
começavam a acontecer no currículo escolar naquela época. A partir da 4° série,
passeios estavam inclusos no planejamento da escola, mesmo que apenas com
intuito de divertimento. Lembro-me de visitas em locais que continham piscinas,
parques, passeios a cavalo e restaurante.
Figura 4 – Turma do Impacto em passeio à Fazenda Park. Foto: própria.
A partir da 6° série começaram a surgir meus maiores problemas com notas,
uma vez que o ensino da escola parecia passar por transformações. Até então, as
18
avaliações aconteciam apenas por meio de testes e provas e decorar/memorizar era
suficiente para responder todas as questões. Em seguida, passou-se a fazer parte
das avaliações apresentações em feiras de ciências e em sala de aula, momento em
que os alunos com muita dificuldade expunham suas opiniões e aprendizagens
durante o bimestre.
O método utilizado durante a educação infantil e início do ensino fundamental
para alfabetização não contribuía na formação de sujeitos críticos capazes de
interpretar situações e leituras. Portanto, por muitas vezes me sentia incapaz de
participar de apresentações e expor minhas opiniões em público. Tal dificuldade
perdurou durante todo o ensino fundamental e médio, prolongando-se até a
faculdade.
Ao dar início ao curso de pedagogia, passei por muitos obstáculos e
dificuldades em relação a me expor em sala de aula em grupos de discussões e
apresentações de trabalhos, todavia, com muita leitura, estudos e ajuda de amigos e
familiares, consegui superar todas as situações difíceis.
O curso de pedagogia me proporcionou aprendizagens, experiências e
reflexões a respeito da importância do lúdico no processo de ensino. Disciplinas
como Fundamentos Psicológicos da Educação, Educação Infantil, Estágios
supervisionados e os Ensinos foram de grande valia no meu currículo, pois através
destes ensinamentos descobri o verdadeiro sentido de ensinar e se fazer professor.
Neste curso, aprendi teoricamente diversas maneiras de ensinar e como tornar as
aulas mais atrativas aos alunos. No entanto, muitas vezes, as aulas eram pouco
atrativas, com cadeiras enfileiradas e pouca interação entre alunos e professores.
Presenciei ainda, aulas em que o silêncio era considerado relevante e até a postura
dos alunos em sentar nas cadeiras era comandada pelo docente, tornando-se
assim, um absurdo de autoritarismo e tradicionalismo. Além das formas de avaliação
serem feitas de forma inconsciente, através do copiar/colar textos prontos. Portanto,
a prática tornava-se oposta à teoria.
Existiram também, em menor quantidade, professores que fizeram de suas
aulas verdadeiros exemplos de aulas prazerosas, atrativas e lúdicas, indispensáveis
para nossa formação. Através dessas diferenças, pude perceber quais aulas
participávamos, interagíamos e aprendíamos mais, ficando claro que as mais lúdicas
eram as melhores, sendo tão prazerosas que nem víamos o tempo passar e logo as
19
aulas acabavam. E são esses exemplos de planejamentos de aulas que pretendo
executar durante minha carreira profissional como educadora. 2
Ao longo do curso me deparei com docentes que trabalharam em sala de aula
e fora dela de forma diferenciada das demais aulas assistidas em outras disciplinas.
No decorrer das aprendizagens, ficou perceptível o cuidado desses professores em
respeitar o interesse de aprendizagem dos alunos, com planejamentos flexíveis e
significativos, de acordo com os ajustes realizados em sala de aula com a turma.
Nas aulas aconteceram momentos livres, reflexivos, interessantes, ricos, fugindo de
ocasiões entediantes e tradicionais. As disciplinas foram tão atrativas que, mesmo
quando estávamos inundados de trabalhos, não resistíamos às atividades.
Lembro-me com muita alegria das aulas vivenciadas durante o 5° e 6º
semestre do curso, quando cursávamos os Ensinos. Considero que essas foram os
instantes mais lúdicos que tivemos em sala de aula.
Na disciplina Ensino da Matemática aprendemos por meio de jogos e
brincadeiras criadas pela professora e pelos alunos. Iniciamos a disciplina
estudando teorias que traziam contribuições para o ensino-aprendizagem da
matemática por meio de apresentações e diálogos. Em seguida, houveram
exposições dialogadas, filmes reflexivos, leitura deleite para trabalhar com nossos
futuros alunos e oficinas de jogos. Uma das avaliações utilizadas pela docente foi
criar jogos em grupo, com o intuito de avaliar nossa capacidade de criar, planejar e
apresentar aulas lúdicas para turma, tendo em vista que esse será um de nossos
desafios como educadores. Foram verdadeiras aulas enriquecedoras!
Em Ensino de ciências I, o professor também fez de suas aulas, exemplos de
ensino para realizarmos com nossos alunos. Aprendemos o ensino da ciência por
meio da investigação, mexendo com os conceitos, ideias e curiosidades advindas de
cada aluno. Algumas investigações aconteceram de forma individual e outras em
grupos, tendo em foco o prazer de “descobrir”. Portanto, o objetivo do estudo estava
além de ensinar conteúdos, aprendemos também aspectos didático-pedagógicos.
2 O que nos faz compreender que não nos “formamos” professores/as, mas nos constituímos no acontecimento de cada aula. Aqui vale destacar o significado de currículo oculto, que é constituído por todos os aspectos implícitos do ambiente escolar que contribuem para aprendizagens sociais relevantes, como atitudes, comportamentos, valores e orientações que se ajustam de forma conveniente às estruturas da sociedade capitalista. Por exemplo, através do currículo oculto se aprende aspectos negativos como conformismo, obediência, individualismo, conforme Silva (2011). No entanto, também há uma riqueza de currículo oculto, em que podemos aprender atitudes positivas. Através da prática de professores/as, fui internalizando atitudes, valores.
20
Através de leituras, planejamentos, intervenções didáticas e experimentos,
compreendemos o verdadeiro sentido do ensino da ciência, quando fazemos de nós
mesmo verdadeiros cientistas. A lição que a disciplina nos passou foi não se
acomodar com propostas prontas. Precisamos ser criativos, trazendo para sala de
aula a experiência vivida pelos alunos, assim como trouxemos a nossa para
Universidade.
Já no Ensino de História II, o professor também conseguia articular suas
aulas muito bem, uma vez que trazia para sala de aula métodos de ensino
significativos para nossa formação. Ao iniciar a disciplina, primeiramente pretendia
que entendêssemos os conceitos de história e tempo histórico, e para isso, trouxe
músicas e canções populares que auxiliavam na reflexão da descoberta dos
conceitos. Após, deu continuidade ao ensino por meio de oficinas pedagógicas para
formação de conceitos e painéis temáticos. Trabalhou por meio de levantamento de
hipóteses, socialização e registros, tendo em vista que cada aluno trás consigo
conceitos e histórias relevantes para o descobrimento do que estávamos estudando
em sala. Também deu importância a filmes que estavam embasados nos
conteúdos, bem como verbetes, banners e cartazes produzidos pela turma. Para
finalizar a disciplina, realizamos uma visita de estudos no bairro Cidade Alta,
juntamente com o professor. Todos os momentos vivenciados nessa disciplina
contribuíram para o bom aproveitamento da aprendizagem não só dos conteúdos,
mas também da assimilação da metodologia didático-pedagógico de um profissional
ético que respeita o conhecimento prévio dos alunos e contribui para que os próprios
descubram o verdadeiro sentido da história.
No Ensino de Geografia II, lembro-me do professor ter iniciado a disciplina
com proposta de leituras de textos em casa, para que pudéssemos refletir em sala
de aula através de diálogos e debates. Os debates contribuíram para entendermos
os desafios que encontramos em sala de aula nos dias atuais, e a partir deles,
construímos planejamentos com atividades lúdicas. Em seguida, apresentamos os
planos de aula com a turma, de forma a considerar que estávamos a trabalhar com
turmas de educação infantil ou ensino fundamental. Esse método tornou-se
eficiente, uma vez que a maior dificuldade relatada pela turma teria sido a
dificuldade em planejar aulas lúdicas considerando a realidade vivida pelos alunos,
21
não realizando deslizes tornando o Ensino da Geografia distante das experiências
vivenciadas pela criança.
Além dessas disciplinas, houve também outras que marcaram alguns
momentos de boas aprendizagens na nossa turma de pedagogia, com metodologias
como: debates, experiências, discursos, filmes, dinâmicas, jogos, entre outros. A
professora titular responsável pelo componente curricular Educação Especial em
uma perspectiva inclusiva, utilizou algumas de suas aulas quando estudávamos a
respeito das deficiências e propôs que experimentássemos algumas deficiências,
uma delas foi de deficiente visual, quando pediu para que colocássemos uma venda
nos olhos e fossemos guiados pelos corredores da Universidade por amigos da
turma, inclusive passando por obstáculos de descer escadas e rampas. Tais
dificuldades vividas pelos deficientes só percebemos ao realizar essa atividade.
Alguns conteúdos são de fundamental importância experiências e métodos que
proporcionem reflexão, para assim se tornarem mais significativos e facilitar a
aprendizagem.
No decurso da minha adolescência até o momento em que ingressei na
universidade surgiram várias inquietações a respeito do assunto “aprender por meio
de desenhos, brinquedos, jogos e brincadeiras”, curiosidades provenientes das
afirmativas dos meus pais. Ao cursar alguns componentes curriculares na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, descobri que a ludicidade não se
restringe a jogos, brinquedos e brincadeiras, mas envolve todas as atividades que
proporcionam momentos de prazer e integração entre os componentes. As Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (BRASIL, 2009), define princípios
que norteiam o processo de formação da criança, e enfatiza a ludicidade como um
dos fatores para a integração, de forma a contribuir nos aspectos linguísticos,
afetivos, sociais, emocionais e físicos. Por meio das políticas nacionais podemos
perceber o quão é significativo ensinar atribuindo valores ao lúdico, de maneira a
planejar e organizar atividades pensando nos objetivos que pretendemos atingir no
aprendizado das crianças da educação infantil e não apenas considerar o brincar
como uma forma de passar tempo e ocupação para horas vagas. Acredito ser
função de nos educadores organizar atividades que proporcionem prazer, com o
propósito de criar um espaço propício para aprendizagem, que ofereça as crianças
meios de criar, imaginar e interagir.
22
Tendo por base esses referenciais, logo surgiram anseios e questionamentos
durante minha trajetória de formação: Como o lúdico contribui no processo de
ensino/aprendizagem das crianças? De que forma a escola ou os professores
devem analisar o ensino através do lúdico? Que atividades e avaliações podem ser
enriquecedoras e motivar nos alunos o interesse pela aprendizagem?
Todos esses questionamentos se tornaram ainda mais evidentes durante
meus momentos de atuação como estagiária, sob a supervisão de professores do
Centro Municipal de Educação Infantil Vilma Teixeira Dourado Dutra, situado em
Lagoa Nova, Natal – RN. O CMEI Vilma Dutra é uma instituição de porte pequeno,
porém muito conservada e com boa estrutura física. O ano de ensino da turma
observada foi de Nível II que tem uma faixa etária de 3 a 4 anos de idade, com um
total de 20 alunos: 10 meninos e 10 meninas. Não possuía alunos com NEE.
Durante minhas observações foi notório que todos os alunos tinham uma reação
positiva à proposta de trabalho da professora. Havia um ambiente de afetividade e
respeito entre todos, que proporcionava às crianças acolhimento e segurança ao se
sentirem amadas e respeitadas.
Após o período das observações do fazer pedagógico na instituição, estava
encantada com a praticidade que aquelas professoras ensinavam e prendiam a
atenção de crianças tão pequenas por meio de contos, brincadeiras e atividades que
proporcionavam prazer. A meu ver tudo isso não era tarefa fácil, mas a cada dia
naquela escola, sentia que cada aprendizado era válido para minha formação
profissional.
Optei por desenvolver minhas regências através de um Projeto de Ensino,
que foi denominado como “Aprendendo com a canção” e que tinha como objetivo
principal integrar o trabalho musical aos diversos temas e conteúdos a serem
estudados em sala de aula, mantendo contato direto com as demais linguagens
expressivas (movimento, expressão cênica, artes visuais, etc.) Sendo assim,
busquei desenvolver as aulas sempre aproximando o conteúdo à música/cantigas
que pudessem facilitar o aprendizado dos alunos de uma forma mais dinâmica e
lúdica. Todas as músicas eram relacionadas aos temas dos Planos de aula, que
poderiam ser trabalhadas antes e/ou depois das atividades e ao final sempre
desenvolvendo avaliações em que as crianças pudessem expor de maneira livre o
que aprenderam naquele dia. Em todos os momentos a supervisora estava
23
presente, me auxiliando tanto em planejamentos como na prática em sala de aula,
convicta que eu estava ali como aprendiz e precisava de ajuda.
O projeto “Aprendendo com a Canção” foi construído com base no RCNEI
(Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, BRASIL, 1998), assim
como todos os Planos de aula. Escolhi esse título para o Projeto porque a
professora da turma já estava trabalhando a musicalidade em sala, então resolvi
integrar a musicalidade em todas as minhas regências, já que
A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social, conferem caráter significativo à linguagem musical. É uma das formas importantes de expressão humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e na educação infantil, particularmente (BRASIL, 1998, p. 45).
Observei que as crianças interagiam com as canções e que conseguiam fazer
a aproximação do conteúdo ministrado com o que a letra da música nos dizia,
facilitando assim a assimilação do conhecimento. A música também proporcionava
às crianças a oportunidade de aumentar suas capacidades de percepção, ritmo e
movimento, desenvolvimento da linguagem oral.
O RCNEI ainda nos aponta que
Ouvir música, aprender uma canção, brincar de roda, realizar brinquedos rítmicos, jogos de mãos, etc., são atividades que despertam, estimulam e desenvolvem o gosto pela atividade musical, além de atenderem a necessidades de expressão que passam pela esfera afetiva, estética e cognitiva. Aprender música significa integrar experiências que envolvem a vivência, a percepção e a reflexão, encaminhando-as para níveis cada vez mais elaborados (BRASIL, 1998, p. 48).
Durante a regência as etapas das atividades tinham que ter curto prazo e
serem dinâmicas, pois as crianças nessa faixa etária ainda têm pouca capacidade
de concentração. As avaliações das regências eram feitas do começo ao fim através
da observação da participação dos alunos no decorrer da regência e no
desenvolvimento durante a prática das atividades propostas, que eram diversas,
variando de regência para regência.
Durante todo o período de regência, foi perceptível que as aulas foram
bastante produtivas e atraentes. Com essa experiência, compreendi que não é
24
tarefa fácil planejar com o objetivo de bons resultados, mas é possível. Com a ajuda
de profissionais comprometidos com o trabalho pedagógico da escola, consegui
vencer todas as etapas, finalizando com a sensação de dever cumprido.
Após todas essas novas experiências pude perceber o quanto o estágio é
importante, pois é através dele que os alunos de Pedagogia estabelecem relações
entre teorias e práticas, bem como tem a oportunidade de conhecer e analisar a
atuação do profissional em sua ação pedagógica. Além de elaborar e executar
Projetos de Intervenção Pedagógica, que contribui significativamente para formação
do estudante. Através desse estágio, percebi o quanto a prática lúdica e criativa
pode oferecer aos alunos uma nova forma de exercitar e desenvolver as mais
diversas competências lógicas, linguísticas e cognitivas, além de afetivas e criativas.
Concluo que o estágio foi de grande valia para minha formação docente, e tais
experiências contribuirão nas minhas futuras práticas pedagógicas.
25
2 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO
2.1 O PAPEL DA ESCOLA
Em busca de cumprir com os objetivos traçados pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, a escola assume responsabilidade se unir às famílias
para cumprir com os princípios de liberdade e dos ideais de solidariedade humana,
que tem como finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Por conseguinte, o ensino
precisa ser realizado seguindo alguns princípios, como: liberdade de aprender,
ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; valorização
da experiência extraescolar, entre outros. (DCNEB, BRASIL, 1996).
Com os avanços e as transformações da sociedade, a educação escolar vem
sofrendo diversas modificações. Segundo Candau (2013), a escola, tal como a
conhecemos hoje, é uma construção histórica recente. Ao longo dos anos, essa
instituição deixa de apostar numa visão individualista e passa a ter um olhar na
perspectiva da coletividade, além de adquirir e valorizar propostas lúdicas através do
ensino. Sendo assim, a sua função assumida não se concebe mais apenas como
fornecedora de conteúdos e conhecimentos, ela passa a assumir compromisso junto
à família, com intuito de “refletir sobre seu papel e sua significação na formação do
ser humano, na construção do conhecimento, na formação do cidadão e,
concomitantemente, na capacidade do homem de atuar na sociedade, sem uma
massificação do ser pela obrigação” (ALMEIDA, 2013, p.77).
A instituição escolar deve procurar meios para conhecer seus alunos e
planejar o ensino através das diversidades de culturas que permeiam as salas de
aula, visto que, o conhecimento escolar não é um “dado” inquestionável e “neutro”,
trata-se de “uma construção permeada por relações sociais e culturais, processos
complexos de transposição/recontextualização didática e dinâmicas que têm de ser
ressignificadas continuamente” (CANDAU, 2012, p.59). Portanto, a partir dos
conhecimentos advindos da escola, torna-se possível ensinar através das
diferenças, de forma a considerar uma cidadania plural e intercultural, a favor de
superar os fragmentos e colaborar na transformação de uma sociedade que saiba
articular igualdade e diferença, pois “a escola não é simplesmente um espaço de
26
reprodução do contexto social, uma vez que nela são geradas práticas específicas
através das quais a desigualdade se constrói e, em alguns momentos, permite a
construção de práticas alternativas que superam, ou tentam superar, as
desigualdades iniciais” (ESTEBAN, 2013, p.30).
Tendo em vista que no processo de desenvolvimento da formação escolar os
alunos são os próprios agentes,
[...] a escola deve conduzir a criança à busca, ao domínio de um conhecimento mais abstrato, conjugando habilmente uma parcela de trabalho e esforço com uma boa dose de brincadeira, ludicidade portanto, para transformar o trabalho e o aprendizado num jogo bem sucedido, o que se alcança com o mergulho da criança nas atividades escolares sem que ela se dê conta disso, porque está engajada, e não coagida (ALMEIDA, 2013, p.79).
Além disso, a educação escolar deve sempre prezar por práticas educativas
que estimulem a aprendizagem através da autonomia, criatividade, diálogos,
negociações e atuações no meio educativo, com o intuito de formar cidadãos
pensantes e críticos, que não simplesmente sejam alfabetizados, mas letrados e
capazes de criar novos conhecimentos a partir do que aprendem na escola. Candau
(2012) afirma que,
[...] a escola é concebida como um espaço de diálogo crítico e reflexivo entre diferentes saberes e linguagens. De reflexão, análise crítica e construção de autonomia e trabalho coletivo. De articulação entre igualdade e diferença. Um espaço de busca, construção de identidade, socialização, confronto, prazer, desafio, aventura, afirmação da dimensão ética e política, reflexão sobre o sentido da vida e exercício da cidadania (p.73).
Sendo assim, faz-se necessário uma constante “reinvenção da escola”, no
sentindo de mudança tanto das práticas pedagógicas, como também das formas de
fluir as aprendizagens, onde o lugar da educação extrapola a sala de aula e o
ambiente interno da escola, fluindo por diferentes e novos horizontes. Sendo as
experiências, os conhecimentos e as culturas o foco para buscar novos saberes.
27
2.2 O PAPEL DO PROFESSOR NO CONTEXTO DA LUDICIDADE NA ESCOLA
Comprometido com um ensino significativo e uma educação de qualidade,
Paulo Freire (1996) afirma que, a aula e o professor devem estar longe do
autoritarismo, uma vez que há uma intimidação no processo de aprendizagem entre
os alunos e o professor, tornando-se um problema na construção do conhecimento,
e mais do que isso, na compreensão de atitudes para viver em sociedade.
O professor precisa estar aberto para receber conhecimentos, experiências e
sugestões de práticas de ensino, além de mostrar-se sempre entusiasmado,
conhecedor, seguro e, principalmente, companheiro, pois dessa forma o aluno irá
sentir-se motivado para permanecer e frequentar a escola.
De acordo com Veiga (2012),
“as técnicas de ensino, quando empregadas numa situação de relação aberta entre professor e aluno, e entre aluno e aluno, permeadas pela intencionalidade, deixando de dar ênfase à ação docente para propiciar a participação do aluno, constituem um espaço pedagógico favorável ao desenvolvimento de atitudes de colaboração, responsabilidade e autonomia, bem como de habilidades intelectuais mais complexas” (p.9).
Ademais, os educadores comprometidos com sua profissionalização são,
“competentes, atualizados, participantes ativos do debate social e agentes culturais. Exercem uma função mobilizadora dos processos de crescimento pessoal e social. Desafiam seus alunos/as a ampliar horizontes, ir além da informação, construir conhecimentos e sentidos, desenvolver valores e práticas sociais. São agentes de mudança, interpretação, criadores de vínculos interpessoais significativos e oferecem horizontes éticos, estéticos e utópicos” (CANDAU, 2012, p.73).
Para que tudo isso ocorra de maneira significativa, faz-se necessário formar
profissionais conscientes da importância desse trabalho e de uma educação que se
revista de forma lúdica através de suas metodologias. Tendo em vista que, para
atingir o verdadeiro sentido da educação lúdica, o educador precisa estar
devidamente preparado para por seus conhecimentos em prática. Caso não tenha
arraigado conhecimento da teoria/prática que se forma a educação lúdica, pouco
28
poderá fazer para que ela aconteça. Os métodos de ensino escolhidos pelo
professor deve também oferecer prazer a ele próprio, e não somente ao aluno. “O
professor deve partir de atividades que agradem a criança ou o adolescente e lhe
proporcionem prazer em realizar” (KRAEMER, 2010, p.7).
O educador é entendido como peça essencial no processo de
ensino/aprendizagem, e deve ter a capacidade de transmitir sua alegria para os
alunos, em busca de suprir suas carências com metodologias que envolvam prazer
em suas atividades pedagógicas.
Atividades lúdicas têm como proposta central na educação o fundamento dos
alunos correrem risco e confrontarem o ensino com sua realidade, sendo assim, um
embate positivo na formação de uma sociabilidade mais consciente. De acordo com
Almeida (2013), “o desejo pelo saber, a motivação para a participação e o
partilhamento são ferramentas que auxiliam a condução da aula por caminhos em
que está presente a alegria” (p.85). O professor deve aproveitar as demonstrações
de entusiasmos das crianças e concentrá-las emocionalmente em atividades lúdicas
educativas. Tais atividades, quando são bem direcionadas, trazem benefícios em
vários sentidos, desenvolvendo a saúde mental, física, intelectual e social em
crianças, adolescentes e adultos. Segundo Veiga (2012), “se as técnicas de ensino
não forem repensadas, consequentemente, fortalecerão uma atitude autoritária do
professor ao se relacionar com o aluno e do aluno ao se relacionar com seus pares”
(p.7).
Diante de tantas alternativas de ensino, o professor “precisa estar presente,
ser um facilitador, deve dialogar, explicar, mostrar alternativas, sugerir, criticar,
orientar, quando trabalha com atividades lúdico-educativas”, conforme Kramer
(2010, p. 8). No momento em que o educador cria uma atividade lúdica com intuito
educativo, é importante não só verificar se as tarefas estão de acordo com a faixa
etária dos educandos, mas também se atende às necessidades da turma. Cabe
também, valorizar cada atividade, de forma a não ultrapassar a capacidade de
realização dos discentes, para que não os deixe frustrados.
Ao ofertar a proposta lúdico-educativa, o professor deve questionar-se a
respeito de alguns requisitos essenciais para essa prática, como: os objetivos que
busca alcançar, a metodologia que visa utilizar com a turma, o fator cognitivo dos
educandos, a afetividade, enfim, considerar o lúdico como conteúdo educativo.
29
Assim, o dever do educador deve estar coberto de um papel formador, com o
intuito de fazer com que os alunos gostem do seu trabalho, da sua disciplina, da
metodologia que ensina e, consequentemente, da pessoa que é. Logo, se isso for
possível, os discentes se esforçarão cada vez mais para aprender. Portanto,
[...] sua tarefa principal é despertar no aluno a paixão pelos estudos, pois, se isso acontecer, ninguém mais precisará dizer-lhe para fazer isto ou aquilo, ele mesmo se encarregará de buscar os conhecimentos necessários e desejará pôr em prática e experimentar suas novas descobertas em atividades cotidianas e em sua relação com o universo que o cerca (ALMEIDA, 2013, p.87-88).
2.3 O ESPAÇO FÍSICO DA ESCOLA E DA SALA DE AULA
A Escola que adota sua metodologia de ensino tomando por base à própria
realidade dos alunos e professores, com o objetivo de trabalhar pela ludicidade,
considera a organização do ambiente escolar como um dos fatores que contribuem
para uma aprendizagem de qualidade, e respectivamente, para uma educação em
que o prazer esteja vigente.
Galardini e Giovannini (2002) afirmam que, os espaços da escola ajudam
bastante no processo de ensino e aprendizagem, pois,
[...] A qualidade e a organização do espaço e do tempo dentro do cenário educacional podem estimular a investigação, incentivar o desenvolvimento das capacidades de cada criança, ajudar a manter a concentração, fazê-la sentir-se parte integrante do ambiente e dar-lhe uma sensação de bem-estar (p. 118).
Ao analisar as contribuições de Galardini e Giovannini (2002), percebemos
que o olhar das crianças em ambientes devidamente decorados e organizados de
acordo com a faixa etária, auxilia na aprendizagem e no despertar do desejo pelo
aprender, além de causar sensação de conforto, de aconchego e, também, pelo
clima de camaradagem que deve marcar a educação lúdica.
Sendo assim, devemos considerar que tanto a sala de aula como toda a
escola deve ter aparência viva, empolgante, alegre e agradável, com o intuito de
receber o aluno e fazer com que ele sinta-se bem. Os ambientes devem possibilitar
novas saberes e experiências que auxiliam no desenvolvimento da autonomia e do
autoconhecimento. Além disso, a aprendizagem transcende o espaço da sala, toma
30
conta da área externa e de outros espaços da instituição e fora dela. “A pracinha, o
supermercado, a feira, o circo, o zoológico, a biblioteca, a padaria etc. são mais do
que locais para simples passeio, podendo enriquecer e potencializar as
aprendizagens” (BRASIL, 1998).
O espaço físico da escola por si só não é capaz de assegurar a criança um
bom acolhimento, e passar para ela a sensação de pertencimento, faz-se necessário
à intervenção do professor, que deve recepcionar o aluno de forma delicada e
encantadora. O educador também tem como tarefa ser criativo, para saber bons
métodos de acolhimento, ensino e conseguir decorar a sala de aula juntamente com
as crianças. Em escolas que disponibilizam poucos recursos, cabe ao docente usar
sua imaginação para criar decorações a partir de materiais disponíveis e de fácil
acesso. Com isso, os alunos estarão desde cedo aprendendo a valorizar materiais
simples e recicláveis, além de estarem usando a imaginação e a criatividade. Além
disso, segundo Ceppi e Zini (2013, p. 48) “é importante que todos os espaços da
escola, de acordo com suas características especificas, estejam abertos e
acessíveis as crianças, para que elas possam lá permanecer e utilizá-los”.
De acordo com Almeida (2013), há exemplos de instituições escolares que
trabalham com as habilidades advindas dos profissionais de educação e dos alunos,
[...] com a ajuda dos alunos, explorando positivamente a capacidade de cada um, transformaram sua aparência desestimulante em grandes centros de reconhecimento dos potenciais de cada um de seus integrantes, estimulando sua capacidade criativa e confluindo habilidades e competências múltiplas para o bem-estar de todos. Assim, se há alunos ou professores capazes de pintar quadros, fazer esculturas ou produzir grafites interessantes, essas habilidades podem ser utilizadas em favor do ensino e do estímulo, expondo esses produtos no seio da instituição, que ganha, além de um novo visual, um novo papel do imaginário da comunidade: o de valorizar os bens produzidos por seus integrantes (p.90).
Tendo em vista as práticas pedagógicas citadas por Almeida (2013), vemos
que é possível descentralizar a figura apenas do professor e permitir que as crianças
sejam autônomas no processo. O espaço e a rotina escolar são elementos que
precisam ser constantemente repensados e organizados enfatizando a participação
ativa das crianças.
Para organizar os ambientes de convívio dos alunos da escola, os
profissionais precisam considerar algumas funções, como: identidade pessoal da
31
criança, dando-lhe possibilidade de desenvolver materiais de acordo com sua
individualidade, de forma a ajudar na personalização dos espaços e tomando
decisões sobre o mesmo; possibilitar que a criança desenvolva o controle e o
domínio do seu espaço na escola, conhecendo onde por encontrar cada objeto;
oportunizar a exploração de espaços ricos e que oferecem aprendizado, com o
intuito do desenvolvimento mental, corporal, intelectual e a estimulação dos
sentidos.
[...] O espaço acaba tornando-se uma condição básica para poder levar adiante muitos dos outros aspectos-chave. As aulas convencionais com espaços indiferenciados são cenários empobrecidos e tornam impossível (ou dificultam seriamente) uma dinâmica de trabalho baseada na autonomia e na atenção individual de cada criança (ZABALZA, 1998, p. 50).
2.4 AS CONTRIBUIÇÕES DO LÚDICO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
A palavra “lúdico” originou-se da palavra “ludus”, que significa “jogo”. Com o
passar dos anos, o termo passou a ser reconhecido como uma forma de
desenvolver conhecimentos, habilidades e criatividade, por meio de jogos, músicas,
brincadeiras, danças. A finalidade é ensinar e educar interagindo com outras
pessoas, de maneira divertida e descontraída. Sendo assim, a definição deixou de
ser sinônimo apenas de jogo.
As crianças ao deixarem seus lares momentaneamente, onde já estão
acostumados com a rotina diária, sem horários definidos para tarefas e livre para
realizarem seus desejos a qualquer momento, muitas vezes estranham ao adentrar
na instituição escolar pela primeira vez, pois a escola embora seja um ambiente
acolhedor, é passível de regras e combinados que ao longo do dia precisam ser
cumpridos. Aos poucos a criança se acomoda no espaço e considera um lugar de
bom convívio, mas para isso, o estabelecimento de ensino necessita ser atraente,
agradável, bonito e alegre, ou seja, repleto de ludicidade.
As atividades lúdico-educativas como contação de contos, fábulas, músicas e
cantigas tornam-se de suma importância no momento de adaptação dessas
crianças, uma vez que contribuem na efetividade entre professor e aluno e colegas
da turma, além de contribuir na consolidação da aprendizagem. Segundo Kraemer
(2010), “o professor precisa ensinar a criança e ao adolescente a gostar de realizar
32
atividades lúdico-educativas, por meio das quais eles irão desenvolver a imaginação,
a criatividade, a atenção e a sociabilidade” (p. 1). Acrescenta também que,
“brincando, a criança aprende a compreender o mundo em que vive, e realizando
atividades lúdico-educativas a criança aprende com prazer, principalmente na
escola” (p. 1).
Ensinar através da diversão favorece a aprendizagem, em consequência de
ser algo que interessa as crianças e aos adolescentes. “Os brinquedos, brincadeiras,
jogos e atividades lúdicas despertam a curiosidade e o desejo de aprender”
(Kraemer, 2010, p.3). Por conseguinte, é possível atrelar atividades lúdicas desde a
educação infantil até o ensino médio, juntamente com os conteúdos propostos na
grade curricular e os projetos da escola.
Para Claparède (1946 apud Chateau 1987, p.14),
[...] as brincadeiras, os jogos, os brinquedos são sempre atividades sérias, como o próprio trabalho, o bem, o dever, o ideal de vida. É a única atmosfera na qual seu ser psicológico pode envolver-se e, consequentemente, pode agir.
Através de quebra-cabeças, jogos de encaixe, carrinhos e bonecas, as
crianças criam situações em sua imaginação que retratam momentos que vivem na
realidade. O brinquedo ao ser explorado estimula a representação e a expressão de
imagens que evocam aspectos da realidade. Sendo assim, o brinquedo, muitas
vezes, representa objetos da realidade, incluindo valores e papeis sociais.
Manipulando o brinquedo, “a criança é levada a construir, representar, imaginar,
agir, mesmo que inconscientemente, na sociedade em que vive, introduzindo-a nas
operações associadas ao objeto, cuja apropriação inscreve-se num contexto
sociocultural”, de acordo com Almeida (2013, p. 34). Consequentemente, esses tipos
de brincadeiras conduzem a criança a vários sentidos, propiciando o descobrimento
de outros mundos por meio da imaginação. Ao brincar, as crianças interagem com
outros colegas, portanto, auxilia também no desenvolvimento da comunicação e no
contato com o universo adulto.
Em situações de aprendizagem no ensino fundamental, o professor pode
fazer uso de jogos e materiais didáticos que proporcionem a ludicidade para facilitar
a compreensão dos conteúdos de português, matemática, história, geografia. Jogos
33
matemáticos, filmes, visitas, experimentos são exemplos de recursos a serem
utilizados com intuito de tornar aulas curiosas, prazerosas e interessantes.
A manifestação lúdica acontece através de brincadeiras e jogos que oferece
as crianças os experimentos de várias sensações, como: alegria, medo, tristeza,
tensão, etc. Fatores importantes no desenvolvimento cognitivo, afetivo, e psíquico
dos indivíduos que estão em constante interação no nosso meio.
Por meio da brincadeira a criança passa a conhecer suas características e a
dos colegas, aprendendo aos poucos a diferenciá-las. Além de aprender normas de
convívio e hábitos da cultura local. Através da comunicação desenvolve e aperfeiçoa
a linguagem, observa e aprende os fenômenos que acontecem no dia a dia e
exercita a imaginação. Com o passar dos dias na escola, aprende a demonstrar
papéis que devem ser desempenhados por si e pelos outros.
Nessa perspectiva, torna-se equivocado pensar que existe uma diferença
entre “educação” e “diversão”. “É o mesmo que estabelecer distinção entre “poesia
didática” e “poesia lírica”, sob o fundamento de que uma ensina a outra diverte. Contudo,
nunca deixou de ser verdadeiro que aquilo que agrada ensina de uma forma muito mais
eficaz” (ALMEIDA, 2013, p.73).
Os jogos e a brincadeiras são relevantes para o desenvolvimento da criança
durante a infância, pois proporcionam-lhe inteligência intelectual, cognitiva, psíquica
e motora. Além de oferecer situações de cooperação, iniciativa, diálogo e criativas.
Portanto, a ludicidade deve ser vista como processo facilitador da aprendizagem e
do desenvolvimento escolar, e não apenas como diversão, ou descanso para o
professor. As brincadeiras precisam ter objetivos e o docente deve interagir quando
necessário, para que não se torne apenas mais uma atividade fora do contexto.
A educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática e da consciência de valores, enquanto investe em uma produção séria do conhecimento e em ações comportamentais que enfatizam o caráter, a responsabilidade, a compreensão de regras e limites. Sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social, tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 2013, p.76).
34
2.5 AVALIAÇÃO ESCOLAR NA PERSPECTIVA DE UMA EDUCAÇÃO LÚDICA
A avaliação é motivo para constantes reflexões a respeito da aprendizagem
no contexto escolar, principalmente, na educação lúdica. Em muitas escolas atuais,
a avaliação é vista como processo formativo que envolve provas e testes e atribuem
notas, classificando os melhores alunos e desmerecendo os demais, que se
encontra com maiores dificuldades na aprendizagem. Essa metodologia é motivo de
grandes desistências, colaborando para o fracasso escolar, pois prejudica a
autoestima do aluno.
Para melhor entendermos a avaliação e suas dimensões na prática educativa,
Libâneo (1994) define:
A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos a fim de constatar progressos, dificuldades, e reorientar o trabalho para as correções necessárias (p.195).
Compreender que a avaliação faz parte de todo o processo educativo
significado entender que ela deve ser de substancial importância no
desenvolvimento da aprendizagem do aluno. De acordo com Libâneo (1994),
percebemos que para sabermos se os educandos obtiveram progressos na
aprendizagem, faz-se necessário verificar se os resultados das avaliações
correspondem com os objetivos propostos no planejamento.
Tendo em vista uma educação com foco na ludicidade, em momentos de
atividades realizadas individualmente ou em grupos, é possível o professor avaliar
por meio da observação durante a interação da turma, analisar a aprendizagem dos
conteúdos, as habilidades, as iniciativas e até as atitudes dos educandos. Mediante
as aulas e atividades, o docente pode perceber as capacidades dos alunos, como
atenção, criatividade, argumentação, criticidade, solução de problemas, raciocínio
lógico, assim como os conteúdos que aprenderam em constantes interações entre
professor-aluno e aluno-aluno. Dentro dessa perspectiva, Luckesi (1997) considera:
A avaliação da aprendizagem nesse contexto é um ato amoroso, na medida em que inclui o educando no seu curso de aprendizagem,
35
cada vez com qualidade mais satisfatória, assim como na medida em que o inclui entre os bem sucedidos, devido ao fato de que esse sucesso foi construído ao longo do processo de ensino aprendizagem (o sucesso não vem de graça). A construção, para efetivamente ser construção, necessita incluir, seja do ponto de vista individual, integrando a aprendizagem e o desenvolvimento do educando, seja do ponto de vista coletivo, integrando o educando num grupo de iguais, o todo da sociedade (p.175).
Com o intuito de fugir de métodos avaliativos tradicionais e que não garantem
saber o desempenho do aluno no processo escolar, bem como não permite retomar
conteúdos aprendidos em sala de aula, Almeida (2013) afirma que “instrumentos
avaliativos como a observação, a auto-avaliação e as hetero-avaliações tornam-se a
base para mensurar o nível de desenvolvimento alcançado pela criança” (p.93). Tais
propostas de avaliação conduzem a uma direção adequada de avaliar e retomar
conteúdos de acordo com a necessidade de cada aluno, sendo uma proposta
inovadora para o ensino e aprendizagem. Dessa maneira, valorizando o
conhecimento e as dificuldades de cada educando e respeitando as diferenças.
Portanto, professores devem trabalhar em prol da superação do modelo de
avaliação classificatória, sendo a favor de métodos diversificados e inovadores, que
garantam a autoestima dos educandos para continuarem na escola em busca de
seus objetivos. Educadores compromissados com a aprendizagem e a formação
cidadã dos alunos com propósito não de atribuir notas, mas formar cidadãos críticos
e reflexivos, conscientes de suas próprias dificuldades, para assim reestruturar
novas formas de conhecimento.
36
3 ALTERNATIVAS LÚDICAS EM TÉCNICAS DE ENSINO
Ao concluir o curso de pedagogia, após alguns anos de estudos intensos de
conteúdos, penso que nos formamos professores, pois através desses
conhecimentos, nos remodelamos e somos transformados, nos tornando uma
pessoa diferente, com visões distintas e aperfeiçoadas. Sendo assim, construímos
nossa identidade profissional de professor. Todavia, ao finalizar o curso,
compreendo que, não apenas nos formamos, mas nos tornamos professores, a
partir das vivências diferenciadas do nosso dia a dia, interações na sociedade,
práticas pedagógicas em diferentes contextos, produções cultuais e nossas escolhas
pessoais e profissionais. Acredito que durante toda nossa vida devemos continuar
nos tornando profissionais melhores, buscando sempre novos conhecimentos,
experiências, interações e formações continuadas, pois ser professor é isso, se
manter em constantes transformações.
Durante minha trajetória de formação na Universidade e em momentos de
vivências realizadas nos estágios, muito me perguntei a respeito do meu papel
enquanto educadora. Acredito que para ser professor, temos que assumir uma
grande responsabilidade diante do mundo, uma vez que precisamos apresentar uma
postura ética, correta e coerente de ensinar aos alunos, acreditando no potencial de
cada um e respeitando suas singularidades, considerando o ensino como um
momento de troca de saberes entre professor-aluno e aluno-aluno. Além disso,
devemos ter sensibilidade em nossas práticas, com o intuito de despertar a atenção
e a curiosidade dos educandos, permitindo-lhes serem criativos, pensantes e
críticos, através da ludicidade.
Penso que os professores não devem mais reconhecer-se como detentores
de saberes, como acontecia em outras épocas, e sim como um ser que compartilha
seu conhecimento e também aprende com seus alunos, pondo em prática o diálogo.
Dessa maneira, o ensino torna-se mais interessante e espontâneo, em razão dos
alunos se sentirem competentes através de métodos que motivam o aprendizado no
ambiente escolar. Logo, entendo que o papel de educar é reconhecer que alunos e
professores aprendem juntos, tendo em vista que todos trazem em suas memórias
experiências de vida. É de inteira responsabilidade do professor se manter
37
informado e atualizado em sua especialidade, da mesma maneira que, precisa
considerar os conhecimentos dos alunos e suas limitações, seja no contexto
educacional, social ou cultural. Uma das funções mais importantes da educação é
desenvolver a capacidade cognitiva do ser humano, trabalhando a autonomia das
pessoas, para que futuramente possam ser independentes.
Enquanto pedagoga em formação, aposto em métodos de ensino que
possibilitem trabalhar a autonomia dos alunos, de forma que as crianças sejam
sujeitos ativos no processo de construção do conhecimento, dando espaços para
tarefas que trabalhem em coletividade, tendo em vista que são sujeitos que
futuramente precisam ser participativos na sociedade e tomarão decisões em
conjunto. Por meio do lúdico no desenvolvimento da aprendizagem, é possível fazer
associação de conhecimento com experiências, dando espaço também para
construírem saberes por meio de interações entre colegas.
Para uma melhor qualidade de educação nas escolas, com significação para
os alunos, sugiro estratégias de ensino que ofereçam prazer, curiosidade e diversão
durante as atividades, pois considero fator fundamental no desenvolvimento do
aprendizado. Visto que, sem entusiasmo e atenção não é possível aprender nem
desenvolver nenhuma capacidade cognitiva.
Respeitar o momento de aprendizado de cada aluno e considerar seus
conhecimentos prévios no momento de descobertas em sala de aula, bem como
possibilitar avanços a partir de diferentes possibilidades de ensino, são alternativas
que considero de extrema importância no processo de ensino e aprendizagem. A
seguir, apresento sugestões de atividades lúdico-educativas planejadas por mim.
38
3.1 SUGESTÕES DE ATIVIDADES LÚDICO-EDUCATIVAS
Educação Infantil
Aprendendo Formas Geométricas com bloquinhos de madeira (Nível II, III e IV)
Brinquedo de engenheiro (Bloquinhos de madeira)
Objetivos: Conhecer e reconhecer formas geométricas (quadrado, triângulo,
retângulo e círculo); Reconhecer as cores; Trabalhar a capacidade de contagem e
ordem numérica; Nossos de quantidade (mais ou menos); Desenvolver a
coordenação motora e a criatividade.
Desenvolvimento:
- Reservar um local da sala de aula para o “cantinho da brincadeira”;
- Distribuir em um local específico bloquinhos de madeira;
- Recepcionar os alunos na chegada à escola e convidá-los a fazer uma roda, de
maneira que forme um círculo ao redor dos brinquedos;
- Questionar se os alunos sabem as formas geométricas encontradas nos
bloquinhos e suas respectivas cores; perguntar como eles pensam em brincar, o que
podem construir com as pecinhas;
- Esclarecer a forma geométrica de cada peça, mostrando suas características,
como a quantidade de lados, pontas e cor; Dar exemplos de casas e castelos que
podem construir e mostrar que juntos podem formar construções de uma cidade, da
maneira que eles quiserem. Nesse momento assumiriam a profissão de engenheiros
(Falar sobre a função da profissão).
- Momento de construção livre com os colegas (20 minutos); Em seguida, ainda em
roda, questioná-los a respeito do que construíram, quantas peças usaram para
construir; Quais casas e castelos são maiores ou menores; Quantas peças
vermelhas, azuis, verdes usaram, etc.
- Solicitar que a turma arrume os brinquedos;
- Entregar uma revista para cada dupla formada e pedir que recortem de revistas
construções que tenham as formas geométricas que aprenderam, pedindo-lhes para
identificar.
39
Para casa: Solicitar que cada dia da semana os alunos tragam para escola um
objetivo pessoal com a cor escolhida pela professora (Avaliar a aprendizagem das
cores).
Aprendendo sobre Animais Aquáticos e Terrestres Em Aula-Passeio (Nível II, III
e IV)
(Aquário Natal – Redinha Nova, Extremoz/RN)
Objetivos: Desenvolver a linguagem oral; Estabelecer as diferenças existentes
entre os animais aquáticos e terrestres; Descrever as características físicas dos
animais aquáticos e terrestres; Demonstrar que alguns animais nos servem de
alimento; Entender que alguns animais se alimentam de plantas e frutas e outros se
alimentam de outros animais.
Desenvolvimento:
- Roda de conversa iniciando o diálogo sobre os animais, partindo dos animais já
conhecidos por eles. Mostrar várias figuras demonstrando a diversidade de bichos
existentes em nosso planeta e problematizando o diálogo para que corresponda
aos objetivos da aula; Questioná-los com perguntas como: o que são animais
aquáticos e terrestres? Quais as diferenças entre eles? Já viram os dois tipos de
animais? Onde eles vivem? Como os animais aquáticos respiram? Fazer
anotações de dúvidas e curiosidades dos alunos.
- Fazer aula-passeio para o Aquário Natal, localizado na Redinha Nova –
Extremoz/RN, com os alunos e responsáveis. Ao chegar lá, observar todo o
ambiente e os animais (aquáticos e terrestres), acompanhando o guia (pessoa que
passa informações sobre os animais), tirando possíveis dúvidas das crianças. Não
esquecer de levar o caderno de anotações das curiosidades expostas em sala de
aula.
- Ao retornar a escola, questioná-los a respeito da aula-passeio, o que acharam, o
que descobriram e mais gostaram. Junto com os alunos, fazer gráfico com imagens
dos animais mais preferidos por eles.
- Em outro momento, produzir um cartaz coletivo com gravuras de animais diversos
que conheceram no Aquário Natal, classificando-os em terrestres e aquáticos;
40
- Questiona-los sobre quais animais que eles viram na aula-passeio nos servem de
alimento;
- Em roda, cantar, brincar e dançar com a música “Imitando os animais”, da Xuxa
(descobrir qual o “som” que esses animais fazem);
- Questionar os responsáveis pelos alunos, se alguém tem algum animal doméstico
dócil, para levar a escola. Se possível, apresentar em roda de conversa o animal,
questionando as crianças o nome do animal, suas características (quantidade de
olhos, boca, patas), como é a pele dele, o que ele gosta de comer. Explanar sobre
cuidados com os animais, como devemos tratá-los.
Aprendendo sobre Alimentação a partir da Literatura (Amanda no País das
Vitaminas). (Nível III e IV).
Livro: Amanda no país das vitaminas.
Autor: Leonardo Mendes Cardoso.
Editora: Editora do Brasil.
Ilustrações: André Mattos Pereira.
Objetivos: Decodificar e interpretar textos e imagens; Desenvolver a linguagem oral;
Distinguir alimentos saudáveis e não saudáveis; Compreender a importância e a
função das vitaminas; Desenvolver o hábito de comer verduras, frutas, legumes,
cereais e ter noção de sua importância para a saúde; Oportunizar a criação de
conceitos relacionados a alimentos industrializados e o mau que pode causar a
saúde se for ingerido em excesso.
Desenvolvimento:
- Dirigir-se com os alunos para o refeitório; Explicar que a atividade será feita nesse
local, pois irão aprender sobre os alimentos.
- Roda de conversa: conversa informal a respeito do tipo de alimentação que os
alunos comem em casa e na escola; em seguida, fazer questionamentos sobre
quais alimentos eles pensam que faz bem à saúde e é considerado saudável.
41
- Leitura prévia do livro: perguntar qual o título do livro; Qual assunto o livro irá
tratar? Observando pela capa; O que será o país das vitaminas? O que são
vitaminas?
- Leitura compartilhada do Livro “Amanda no país das vitaminas”.
- Questionamentos pós-leitura: Quais as vitaminas que são mostradas no livro? Qual
a importância das vitaminas para a nossa saúde? Por que precisamos ter uma
alimentação saudável? O que a história do livro nos ensinou?
- Conduzir os alunos até a cantina da escola, abrir a geladeira e observar quais os
alimentos vistos na história, que contem vitaminas. Em seguida, fazer
questionamentos a respeito de comidas que podem ser feitas com frutas, verduras,
legumes e cereais. Após, ir até a cozinha, pegar alguns legumes e frutas e levar
para sala de aula, com o intuito de junto com as crianças fazer um prato criativo com
esses ingredientes, e incentivá-los a comer no momento do almoço, seja na escola
ou em casa. Durante a atividade, indagar os alunos a respeito da importância
desses alimentos para a saúde. Exemplos de pratos que podem ser feitos:
- Dividir a sala em grupos e distribuir revistas que contenham alimentos saudáveis e
não saudáveis. Em seguida, pedir para que os alunos colem em um cartaz os
alimentos encontrados que consideram que não fazem bem para saúde e os que
fazem bem para a saúde. Após o término da atividade, falar a respeito de todos os
alimentos e enfatizar porque não devemos ingerir alimentos industrializados e/ou
muito gordurosos em excesso, como refrigerante, por exemplo. E, explicitar que tais
alimentos podem trazer transtornos e doenças para a saúde.
- Construir com os alunos a pirâmide alimentar, com embalagens de alimentos e/ou
imagens de revistas ou jornais, explicitando sobre as comidas presentes na
pirâmide.
Conscientizar as crianças a respeito da poluição do solo (Nível IV).
Aterro sanitário – BRASECO, localizado em Ceará-Mirim
Objetivos: observar e explorar o meio ambiente com curiosidade, percebendo-se
como ser integrante, dependente, transformador e, acima de tudo, que tem atitudes
de conservação (Referencial Curricular Nacional).
Desenvolvimento:
42
- Levar para sala de aula diversas imagens de locais da nossa cidade que se
encontram poluídos. Em uma roda de conversa, explorar os conhecimentos dos
alunos a respeito do que pensam sobre as imagens, o que entendem por poluição,
quem são os causadores da poluição e quais medidas devem ser tomadas para
melhorar o meio ambiente. Fazer anotações de curiosidades e dúvidas dos alunos.
- Levar as crianças a uma caminhada nos arredores da escola, com o objetivo de
observar sujeiras e lixos no bairro. Com luvas nas mãos, recolher alguns objetos
para posterior análise sobre o tempo de decomposição de cada um deles. Durante a
caminhada, pedir para observar se encontram alguém poluindo as ruas.
- Ao voltar à escola com a turma, solicitar que registrem desenhos com legendas do
que viram na rua como sujeira. Em seguida, passear pelos corredores e pátio da
escola para observar se há lixos no chão. Problematizar quem são os causadores da
sujeira na escola e nas ruas do bairro.
- Aula-passeio para o Rio Potengi e praias do litoral. Observar se os lugares
encontram-se sujos, que tipos de lixos são depositados e quais as consequências
que essa poluição pode causar em rios e praias. Questionar a respeito das praias
impróprias para banho; Questionar o que o lixo pode causar aos animais aquáticos.
- Em sala de aula, solicitar que cada aluno escolha um local visto no passeio que se
encontrava poluído para pintar em um quadro, em seguida, pintar como deveria ser
o local (pintar o lugar de forma que esteja preservado). Formando assim, um painel
artístico com as pinturas dos alunos em quadros com moldura.
- Aula-passeio com a turma e seus responsáveis ao Aterro Sanitário BRASECO,
localizado na região metropolitana de Natal, distrito de Massaranduba – interior de
Ceará-Mirim, com o intuito de conhecer o local e saber como o lixo é formado,
quanto tempo leva para os objetos se decomporem (levar os lixos que pegaram na
rua), o que é aterro sanitário, qual sua função, como funciona, como o lixo chega até
o aterro, como o lixo pode ser reaproveitado, qual a melhor forma de tratar o lixo em
casa, entre outros questionamentos.
- Em sala, construir brinquedos com materiais recicláveis.
- Produzir cartões, panfletos e cartazes com figuras informativas para conscientizar a
população. Ensaiar com as crianças o que elas podem falar para as pessoas ao
entregarem os papéis. Ir as ruas da cidade conscientizar as pessoas.
43
A arte como potencializadora do processo de ensino/aprendizagem (Nível II e
III).
Objetivos: Desenvolver a concentração, criatividade, memória, coordenação
motora, socialização, autoestima e a linguagem; Interagir com a canção, com o outro
e com o espaço escolar; Interpretar músicas e canções; Conhecer instrumentos
musicais; Construir instrumentos musicais.
Desenvolvimento:
- Em roda com os alunos, cantar a cantiga de roda “Foi na loja do mestre André”. Em
seguida, cantar novamente e pedir que as crianças ajudem também a cantar.
Letra da cantiga: Fui na loja do Mestre André e comprei um pianinho, plim, plim,
plim, um pianinho. Ai olé, ai olé, fui na loja do mestre André. Fui na loja do mestre
André e comprei um violão, dão, dão, dão, um violão, plim, plim, plim, um pianinho.
Ai olé, ai olé, fui na loja do mestre André. Fui na loja do mestre André e comprei uma
flautinha, flá, flá, flá, uma flautinha, dão, dão, dão, um violão, plim, plim, plim, um
pianinho. Ai olé, ai olé, fui na loja do mestre André. Fui na loja do mestre André e
comprei uma corneta, tá, tá, tá, uma corneta, flá, flá, flá, uma flautinha, dão, dão,
dão, um violão, plim, plim, plim, um pianinho. Ai olé, ai olé, fui na loja do mestre
André. Fui na loja do mestre André e comprei uma sanfoninha, fom, fom, fom, uma
sanfoninha, tá, tá tá, uma corneta, flá, flá, flá, uma flatinha, dão, dão, dão, um violão,
plim, plim, plim, um pianinho. Ai olé, ai olé, fui na loja do mestre André.
- Ao cantar a cantiga de roda, representar o som dos instrumentos da música
mostrando para as crianças o instrumento de brinquedo que produz o som na
cantiga.
- Distribuir para os alunos instrumentos musicais de brinquedo para que possam
manusear e descobrir o som de cada um deles.
- Produzir junto com os alunos instrumentos musicais feitos de materiais reciclados.
Explicar o que são materiais recicláveis e como podemos reutilizar. Exemplos de
instrumentos para construir com a turma:
- Em cada aula, produzir um instrumento musical diferente. Aprender o nome do
instrumento, como foi criado e como deve utiliza-lo. Após, permitir que os alunos
levem para casa.
44
Ensino Fundamental
Avaliando por meio do Portfólio.
“Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
sobre os de eventuais provas finais”. (LDB 9394/96 – art. 24, V)
Objetivos: Organizar e registrar os saberes dos alunos, bem como avaliar o
desenvolvimento da aprendizagem ao longo do tempo; Verificar interesses e
processos de construção de conhecimentos dos alunos; Permitir a reflexão do aluno
em relação ao seu desenvolvimento intelectual e a interação entre aluno/professor;
Avaliar a forma como o aluno está aprendendo e o interesse pessoal dele; Permitir a
auto avaliação do aluno quanto aos seus progressos.
Desenvolvimento:
- Incluir o portfólio como meio para avaliação interdisciplinar no projeto político
pedagógico da escola.
- Iniciar o ano letivo expondo para os alunos o portfólio como forma de avaliação
semestral nas disciplinas. Indagar sobre as perspectivas da turma quanto a
atividades que serão propostas ao longo do período e o portfólio como forma de
avaliação.
- Selecionar e planejar atividades lúdicas que serão produzidas pelos alunos por um
determinado período de tempo, com o intuito de promover aprendizagens
significativas, visando corresponder às circunstâncias e a identidade de cada aluno.
- Informar as vantagens do portfólio e sugestões de informações que podem ser
incluídas nele, de acordo com o planejamento das aulas. Alguns informes que
podem ser incluídos no portfólio: trabalhos; seminários; relatórios; reflexão de
debates coletivos, palestras, simpósio; experiências científicas; reflexões de aulas
de campo; comentários sobre as aulas; auto avaliação; listagem de dificuldades
encontradas ao longo da aprendizagem e métodos que solucionaram os problemas;
materiais do próprio aluno: conteúdos estudados, técnicas utilizadas pelo professor;
reflexões próprias sobre os conteúdos, materiais de pesquisa, etc.
45
- Solicitar que os alunos façam registro diariamente de todas as aulas e atividades
propostas, bem como suas reflexões sobre tudo que foi estudado.
- Explicar como deverão organizar os portfólios, considerando a organização. Para
isso, propor que façam título, capa, índice, Introdução ou apresentação, incluam os
trabalhos, conclusão, referências e anexos ou apêndices. Ensinar como realizar
cada um desses passos.
- O professor deverá acompanhar continuamente as produções dos alunos, bem
como o desenvolvimento de cada um deles. Fazer análise criteriosa dos textos e
trabalhos, avaliando e reorientando todo o processo, para que assim seja possível
evoluir e solucionar problemas.
- Ao finalizar o semestre, solicitar que organizem o portfólio em material de
preferencia do aluno, de maneira criativa e diferente. Cada aluno deverá planejar
como decorar o portfólio, pode ser em forma de livro, fichário, caixa decorada, diário
de bordo, ou como preferirem, usando a imaginação.
- Proporcionar um momento em sala de aula em que todos os alunos tenham acesso
a todos os portfólios, com o intuito de refletirem sobre seus avanços durante o
semestre e o que ainda precisam aprimorar.
- Momento de entrega para avaliação do professor.
- Momento de devolução para os alunos levarem para casa e mostrarem a seus
familiares.
Aprendendo Geografia pelo Google Maps (4° e 5° ano).
Objetivos: Desenvolver a noção espacial; Compreender a representação
cartográfica; Comparar diferentes tipos de representação da superfície terrestre:
imagens aéreas, fotos de satélite, mapas; Compreender as novas tecnologias; Ler
mapas no computador; Conhecer e descrever lugares.
Desenvolvimento:
- Ao iniciar o conteúdo sobre cartografia e localização espacial, indagar os alunos se
eles sabem o que são mapas e se conseguem localizar onde moram através deles
(grandes mapas em papel).
- Pedir que mostrem onde moram (continente, país, região, estado, cidade, bairro).
46
- Questionar os alunos se eles têm acesso à internet em casa e se já acessaram o
Google Maps. Falar sobre os benefícios da página e o que podem aprender através
dele.
- Em duplas, levar os alunos a sala de informática. Informa-los a respeito dos
cuidados ao usarem o computador e como deverão acompanhar a aula.
- Solicitar que visualizem o mapa mundi, em seguida, localizar o continente, país,
região, estado, cidade, bairro, rua e sua casa. Perguntar aos alunos se o que estão
vendo é a mesma visão que temos ao caminhar pelas ruas do bairro. Explicitar
sobre imagens aéreas e de satélite, enfatizando que é a real visualização da
superfície no plano vertical.
- Possibilitar que os alunos explorem as diferentes formar de visualizar a superfície
terrestre, usando os recursos de distanciamento e aproximação para desenvolver a
percepção de pertencimento do espaço desde o nível do bairro em que mora até o
planeta. Verificar se conseguem se localizar em um mapa virtual.
- Questionar o alunos se pretendem conhecer outros lugares do país e do mundo.
Auxiliar na procura desses locais. Em seguida, deixa-los livres para navegar através
do google maps em diversos lugares do bairro, da cidade, do estado, do país e do
mundo.
- Solicitar que registrem em um papel tudo que observarem na pesquisa.
- Após saírem da sala de informática, questionar sobre curiosidades e as visões que
tiveram ao observar os diversos locais. Indagar sobre as características dos lugares.
- Em outras aulas, utilizar novamente o google maps, com o intuito de aprender
outros conteúdos da geografia através da visualização das cidades. Possíveis
conteúdos que podem ser trabalhados: Evolução da cartografia, comparando mapas
antigos com os atuais; Relevo; vegetação; hidrografia; Distinção entre zona rural e
urbana; limites e fronteiras; impactos ambientais; monumentos e espaços históricos
entre outros.
- Após as aulas de geografia através do google maps, selecionar alguns lugares da
cidade que os alunos mais tiveram curiosidades durante a explanação dos
conteúdos, para serem explorados em uma visita aos locais.
47
Aprendendo verbos através de mímicas e gestos (conjugação verbal).
Objetivos: Compreender o conceito de verbo e suas funções na língua portuguesa;
Verificar verbos presente em textos; Distinguir os tempos verbais – passado,
presente e futuro; Analisar os tempos verbais em situações de fala e escrita; Refletir
sobre verbos a partir de mímicas.
Desenvolvimento:
- Apresentação do conteúdo e levantamento de conhecimentos prévios;
- Explicitar o conceito de verbo e suas funções a partir de exemplos de frases que
indicam ação, estado/mudança de estado, fenômeno, fato, etc.
- Explanar que os verbos quando estão em diferentes contextos, adquirem funções
distintas. Em seguida, explicar os tempos verbais, mostrando que os verbos variam
em pessoa, número, tempo e modo. Fazer a conjugação de diversos verbos com os
alunos.
- Atividade 1: Em duplas, pedir para os alunos produzirem três textos curtos. No
primeiro os alunos terão que contar o que fizeram no último final de semana (se
passearam ou ficaram em casa...), no segundo eles terão que contar o que estão
fazendo no momento (em que escola estudam, qual disciplina estão aprendendo no
momento, o que os colegas estão fazendo, em que sala estão...) e no terceiro contar
o que pretendem fazer no dia de amanhã (se terão compromisso, o que vão querer
fazer, onde estarão...).
- Atividade 2: Roda de conversa: Apresentação dos textos escritos. Analisar junto
com a turma as apresentações dos colegas: os verbos utilizados para cada texto,
analisando a função dos verbos para cada situação.
- Atividade 3: Solicitar que cada aluno realize a leitura de um texto (notícia,
publicidade, etc), e, em seguida, destaque os verbos presentes no texto,
classificando-os de acordo com o tempo verbal. Após, fazer conjugação dos verbos.
- Quando todos os alunos tiverem compreendido o conteúdo, trabalhar com verbos
através de mímicas.
- Atividade 4: Levar os discentes para o pátio da escola, e separar a turma em dois
grupos, de forma que o primeiro grupo fique do lado esquerdo e o segundo grupo no
lado direito. A professora escolhe um dos alunos para sortear um papel com um
verbo. Após o sorteio, esse aluno irá representar o verbo escrito no papel através de
mímicas. Os grupos terão que adivinhar qual verbo o colega está representando. O
48
aluno que adivinhar, deverá falar o verbo e, em seguida, formar uma frase com o
verbo no passado, presente e futuro do indicativo. Em seguida, colocar outro aluno
para fazer as mímicas e continuar a brincadeira.
Ensino Médio
O Blog como Instrumento Educativo e Avaliação Institucional.
Os Edublogs são weblogs que possuem como objetivo apoiar o processo de
ensino e aprendizagem em um contexto educativo.
Objetivos: Desenvolver o conhecimento sobre blogs e suas funções; Desenvolver
uma postura reflexiva, questionadora e crítica; Possibilitar a compreensão e a
fixação dos conteúdos; Incentivar e motivar a participação dos alunos na construção
do conhecimento; Estimular a colaboração e interação entre os colegas;
Desenvolvimento:
- Em uma conversa interativa sobre meios de comunicação e internet, questionar os
alunos a respeito do uso do computador, notebook ou tablete, e quais páginas da
internet eles tem acesso em casa. Perguntas sobre facilidades e desafios no
momento de uso;
- Indagar os alunos com as seguintes perguntas: o que é um blog? ; já tiveram
acesso a alguma página de blog? ; Sabem como criar um blog? Sabem como
funciona e o que pode ser feito através dele? O que acham de criarmos um blog
para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem em sala de aula?
- Levar os alunos até a sala de informática e explicar a respeito da página da web:
blog. Falar como funciona a página da web e suas respectivas funções; Como criar e
manusear o blog. Explicar alguns detalhes como: os artigos aparecem em ordem
cronológica inversa, ou seja, os textos mais recentes aparecem primeiro; É um site
interativo em que os leitores podem fazer comentários nos artigos publicados; entre
outras funções. Enfim, explicar que o blog é uma página da internet que pode ser
vista por qualquer pessoa e pode disponibilizar ideias, pensamentos e produções
como: textos, imagens, sons e vídeos. Funciona como um diário eletrônico que pode
ser compartilhado por diversas pessoas.
49
- Junto com os alunos, criar um blog educativo, onde todos terão acesso em
qualquer lugar de sua preferência (internet).
- Compartilhar a ideia com todos os professores da turma, para que tenham acesso
à página e proponham atividades para serem realizadas na escola ou em casa.
Exemplos de atividades: Produção de textos, poemas, poesias, narrativas; Opiniões
sobre assuntos da atualidade que passam sempre na mídia; Análise de obras
literárias; Relatórios de visitas; Charges comentadas; Publicação de fotos, imagens
e vídeos que auxiliam na compreensão das postagens feitas por eles; e também
publicações das produções feitas pelos alunos em sala de aula.
- Aula coletiva com todos os professores e alunos, para compreenderem as regras e
como utilizar os benefícios do blog;
- Propiciar momentos lúdicos para realização de atividades no blog;
- Trazer assuntos referentes às postagens, comentários e opiniões para serem
dialogados e debatidos em sala de aula, com o intuito de refletirem e analisarem as
ideias.
- Ao final de cada semestre, cada professor poderá utilizar o blog como um dos
recursos avaliativos, de acordo com o desenvolvimento dos alunos e a participação
de cada um deles. Como o blog registra todas as postagens, é possível acompanhar
o avanço da turma.
Antologia Poética como forma de avaliação.
Objetivos: Aprender o que é poema e suas características; Entender o significado
das palavras: linguagem figurada, conotativa e denotativa; Conhecer textos do
gênero poético; Compreender, interpretar, declamar e produzir poemas; Reconhecer
e usar a linguagem poética, quanto à sonoridade; Incentivar o prazer pela leitura e
escrita através de poemas; Compreender e produzir uma antologia poética.
Desenvolvimento:
- Fazer levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos a respeito do gênero
poema.
- Levar para sala de aula diversos poemas de diferentes autores para serem
analisados. Ler e fazer questionamentos quanto a letra de cada poema. Fazer a
leitura em voz alta para a percepção auditiva da sonoridade e o ritmo dos versos.
50
- Questionar aos alunos quais são as características do gênero poema; o que
diferencia o poema da poesia; Interrogar se percebem a constante presença da
linguagem figurada nas letras dos poemas. Aprofundar-se nesses conteúdos.
Esclarecer que os versos podem ser ritmados, e podem expressar sentimentos,
emoções, versões da realidade, apresentar ensinamentos morais, etc. Os versos
podem ter rima, mas não é uma obrigatoriedade.
- Trabalhar a interpretação e a compreensão de diversos poemas, para que o aluno
compreenda vários sentidos que um texto poético proporciona, questionando aos
alunos os seguintes aspectos: como vocês percebem a sonoridade do poema? Que
imagens a leitura/escuta do poema provocou em você? Sobre o que esse poema
nos faz pensar? Entre outros questionamentos.
- Realizar atividades que proporcionem a percepção da sonoridade das palavras,
ouvindo os poemas.
- Produzir escritas de palavras, versos, estrofes e/ou poemas.
- Atividade: Criar uma página no facebook para publicação de poemas, poesias e
fotos da turma. Analisar os verbos e estrofes em sala de aula. Ensinar que nenhum
texto nasce pronto, é preciso escrever e reescrever diversas vezes em um rascunho
para finalmente passar a limpo.
- Questionar os alunos a respeito do que é antologia. Em seguida, descrever o
significado da palavra de acordo com o dicionário. Levar alguns exemplos de
antologia para sala de aula, afim de os alunos manusearem o material e tirarem
suas dúvidas sobre o que é antologia, visto que pode ser uma coleção de textos que
tratam de diversos temas: autores consagrados, organizados segundo tema, época
da autoria, etc.
- Avaliação: Propor que cada aluno da turma produza uma antologia poética. Deixar
a turma livre para escolher o tema que queira expor na antologia. Explicar
detalhadamente como produzir o trabalho. Enfatizar que cada discente embeleze
sua antologia de forma criativa, de acordo com o tema escolhido.
- Instruir os alunos quanto à estrutura da antologia poética e explicar
detalhadamente cada passo: Capa, contra capa, ficha catalográfica, dedicação,
sumário, apresentação, poemas e referências.
- Analisar materiais a serem usados durante a produção da antologia.
51
- Apresentação da antologia poética para a turma e a equipe escolar. Critérios para
análise da correção do trabalho: originalidade dos poemas apresentados; corrigir as
informações apresentadas; clareza e coerências nos momentos da explicação do
trabalho; organização do trabalho.
52
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Paulo Nunes: Educação lúdica: Teorias e práticas. Volume 1 -- Reflexões e fundamentos. -- 1. ed. -- São Paulo : Edições Loyola, 2013. BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, MEC/SEF, 1998. vol. I, vol. II. BRASIL______. LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no 9.394/96 de 20 de dezembro de 1996. BRASIL. ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8.069/1990. CANDAU, Vera Maria. Didática crítica intercultural: aproximações. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. _______. Reinventar a escola. 9 ed. – Petrópolis, RJ: Vozes. 2013. CEPPI, Giulio, ZINI, Michele. Crianças, espaços, relações: como projetar ambientes para a educação infantil. Porto Alegre: Penso, 2013.
CHATEAU, J. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987.
DAHLBERG, Gunilla; MOSS, Peter; PENCE, Alan. Construindo a primeira infância: o que achamos que seja isso? In: DAHLBERG, Gunilla; MOSS, Peter; PENCE, Alan. Qualidade na educação da primeira infância: perspectivas pós-moderna. Porto Alegre: Artmed, 2003. ESTEBAN, Maria Teresa. O que sabe quem erra? [2.ed.]. – Petrópolis, RJ: De Petrus et Alii, 2013. FARIA, Sonimar C. de. História e política da educação infantil. In: FAZOLO, Eliane, CARVALHO, Maria C. M. P. de, LEITE, Maria Isabel & KRAMER, Sônia. Educação Infantil em curso. Rio de Janeiro: Ravel, p. 9-37, 1997.
53
FERREIRA, Kacianni de Sousa. Confecção de brinquedos e brincadeiras: da educação infantil à melhor idade. Natal, RN: Offset, 2009. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GALARDINI, Annalia; GIOVANNINI, Donatella. Pistóia: Elaborando um sistema dinâmico e aberto para atender às necessidades das crianças, das famílias e da comunidade. In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella. Bambini: a abordagem italiana à educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 117-131.
JOSSO, Marie Christine. Experiências de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004. KRAEMER, Maria Luiza, Aprendendo com criatividade. – Campinas, SP: Autores Associados, 2010. – (Formação de professores). LIBÂNEO, José Carlos. Didática. Cortez Editora: São Paulo, 1994. (Coleção Magistério 2° Grau Série Formando Professor). LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem Escolar. - 6ª Ed -. São Paulo: Cortez, 1997.
SILVA, Tomaz Tadeu da. (Org.). Identidade e diferenças: a perspectiva dos Estudos Culturais. – Petrópolis: Vozes, 2000. SOUZA, Elizeu Clementino de. O conhecimento de si: estágio e narrativas de formação. Rio de Janeiro: DP&A, Salvador/BA: UNEB, 2006. VEIGA, Ilma Passos Alencastro et al (Org.). Técnicas de ensino: Novos tempos, novas configurações. – 3ª ed. – Campinas, SP: Papirus, 2012. – (Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico). ZABALZA, Miguel A. Qualidade em educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.