UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A Formação de Docente do Ensino Superior do Século XIX aos
nossos dias.
Por: Francisco Emanuel Alves Leite
Orientador
Profa. Edla Trocoli
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A Formação de Docente do Ensino Superior do Século XIX aos
nossos dias.
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Docência do
Ensino Superior.
Por: Francisco Emanuel Alves Leite
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AGRADECIMENTOS
....aos meus colegas de classe e aos
mestres, pelo prazer do convívio e
trocas de experiências e vivências
sempre muito ricas, neste meu retorno
ao “Banco Escolar”.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus colegas
de curso Andréa Py, Jaqueline Soares,
Keila Araújo, Reinaldo Dantas e Rita
Menezes.
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SUMÁRIO
RESUMO 06
INTRODUÇÃO 08
METODOLOGIA 10
CAPÍTULO I
DA HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR: 11
A UNIVERSIDADE
CAPÍTULO II
DO EDUCADOR: A ORIGEM 23
CAPITULO III
DA FORMAÇÃO DO EDUCADOR 32
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA 44
ÍNDICE 46 FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
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RESUMO
O Ensino superior no Brasil tem sua origem no século XIX, mais
precisamente em 1810, pela Carta de Lei datada de 04 de dezembro. Sendo
então a “Academia Real Militar” a primeira Faculdade brasileira.
Deste modo, o Ensino Superior no Brasil tem seu início com a criação
de Faculdades isoladas e não como Universidade, diferentemente do que é
visto/praticado em outros paises, especificamente, europeus. O termo
Universidade e seu conceito como tal, só aparece na segunda década do
século XX com o surgimento da Universidade do Brasil, na então Capital
Federal, o Rio de Janeiro.
A Academia Real Militar é entendida como sendo a primeira escola
superior no Brasil por alguns motivos dentre eles podemos citar: (...)” os
programas, o processo de seleção de candidatos (vestibular), os requisitos do
vestibular a duração do curso: oito anos, o número de professores (quadro
docente), os autores seguidos , o aprofundamento das matérias, e a idade
mínima exigida para o vestibular (quinze anos), mostram tratar-se de uma
escola superior e não de nível médio”. (Oliveira Lima, em D. João VI no Brasil,
citado por José Antônio Tobias in História da Educação Brasileira).
Da criação da primeira Escola de Ensino Superior no Brasil, até os
nossos dias, muitas evoluções aconteceram nos diversos campos da
construção da aprendizagem, na democratização do ensino, ofertas de vagas
nas instituições de ensino superior, programas de bolsas, etc. Porém, algumas
questões permanecem e cabe uma investigação sobre o quanto avançamos,
que mudanças foram promovidas, que avanços foram esses ou ainda quanto
mais temos que avançar?
Qual a formação/preparação do docente para atuar no Ensino Superior?
E a principal questão; “Quem educa o educador”?
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Este trabalho tem como objetivo central investigar a formação
profissional do docente de Ensino Superior no Brasil, do século XIX aos
nossos dias; Analisar o papel do profissional educador no Ensino Superior e
refletir sobre a necessidade de uma formação voltada para a docência do
ensino superior.
Entender os processos cognitivos, estar atento às técnicas que norteiam
a aprendizagem no espaço acadêmico, ter formação em Educação,
instrumenta e capacita o Profissional atuante no ensino superior em sua
práxis?
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INTRODUÇÃO
Quando nos deparamos diante do desafio que é produzir um texto
acadêmico, portanto, de caráter científico, o grande suporte e alento é
mergulhar numa excelente base bibliográfica, é ela que nos vai conduzir para o
entendimento da questão chave e consequentemente das outras questões que
vão se formando, na medida em que este mergulho atinge proporções
abissais. E neste momento preciso, em que a sugestão de outros temas vão se
interpelando àquele tema central, e te desviando o foco, se faz necessário
uma subida até a superfície para respirar. Este respiro é tão somente uma
parada estratégica para que se processe uma reorganização das idéias que
consiste basicamente, numa consulta ao projeto de pesquisa. Nele,
identificamos muito claras a questão central e o caminho a ser percorrido. Este
“fenômeno” se dá, porque a leitura de um livro específico faz menção de outro
e mais outro e assim sucessivamente. Claro que este acontecimento só vai
agregar consistência e qualidade ao trabalho proposto, muito embora, nos
coloque numa posição muito próxima do pânico de ter que administrar toda
esta novidade.
Tendo passado o pavor inicial, o melhor caminho é seguir um
roteiro pré-estabelecido, como num filme, para que o entendimento atinja
efetivamente a clareza científica e o público alvo que uma monografia requer.
Assim agindo, dividi este trabalho em 03(três) capítulos e
uma conclusão, são eles:
Capítulo I - Da História do Ensino Superior.
Neste capítulo, tratei de criar um painel sobre a história do
ensino superior. Nele iremos encontrar, desde a origem da universidade,
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passando pela Idade Média, até os nossos dias, e especificamente no Brasil,
objeto do nosso estudo;
Capítulo II – Do Educador: A Origem
Aqui as atenções se voltam para a origem da profissão de
educador, onde poderemos constatar sua remota origem, e já neste momento,
ter o entendimento do educador e seu papel na sociedade, através dos
séculos;
Capítulo III – Da Formação do Educador
Finalmente iremos focar nosso olhar para a formação do
educador no Brasil do século XIX aos nossos dias,levantando a questão chave
que é a necessidade ou não, de uma preparação acadêmica para que este
profissional possa atuar com o ensino superior e consequentemente com a
educação de adultos. Questões como estas serão devidamente analisadas e
fundamentadas na conclusão deste trabalho.
É importante deixar aqui registrado, o prazer que é se
entregar para uma pesquisa deste porte, e ter finalmente nas mãos um
resultado. Foram noites e finais de semana dedicados a leitura de grandes
autores e mestres da educação de um modo geral, mas principalmente na
tomada de consciência através de acesso a documentos históricos, como a
LDB, por exemplo, dos caminhos tortuosos que as políticas públicas para a
educação deste nosso país vem caminhando e com notáveis avanços, graças
à luta de homens da envergadura de Anísio Teixeira, Paulo Freire e outros
que só reafirmaram em mim a minha vocação para educador. Meu muito
obrigado.
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METODOLOGIA
A utilização de pesquisa bibliográfica é basicamente a metodologia aplicada
para a confecção deste trabalho. Somado a isto, conversas informais e
entrevistas com educadores, responsáveis pela formação de novos
educadores, fundamentaram o entendimento do tema, clarificando desta
forma, princípios e conceitos que configuram o núcleo deste escrito.
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CAPÍTULO I
DA HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR: A
UNIVERSIDADE
“Não existe no mundo nenhum exemplo de sociedade
que tenha superado o analfabetismo sem resolver as
condições sociais que geram o analfabeto”.
Sérgio Haddad
A Universidade em sua definição é uma instituição pluridisciplinar de
formação dos quadros de profissionais de nível superior, de pesquisa e
extensão, cuja função primordial é oferecer tanto Educação Terciária
(graduação) quanto Quartenária (pós-graduação), ou seja, é responsável pela
capacitação total do educando da sua graduação até o aprimoramento
daquele educando.
A Universidade, esta que conhecemos, e em se tratando de uma
definição moderna, tem seu surgimento durante o período conhecido como
renascimento, ou seja, meados do século XII, na Europa medieval. Porém,
alguns historiadores apontam a Academia fundada pelo filósofo grego Platão,
no bosque de Academos, nas proximidades de Atenas, em 387 a.C., como o
primeiro exemplar de uma “Universidade”. Este modelo era responsável pelo
ensino da Filosofia, Matemática e Ginástica. Porém, ainda assim, não se
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constituía numa universidade de fato e sim uma “Escola”, onde cada
pensador/filósofo tratava de repassar seus conhecimentos ao alunado .
O surgimento dos primeiros profissionais professores com
remuneração surge na Grécia, no século V a.C.
Não poderíamos definir este modelo como uma instituição escolar. O
mais próximo seria classificar este método como preceptorado coletivo, uma
vez que estes mesmos profissionais tinham a incumbência de promover uma
formação completa aos jovens/estudantes que lhes eram confiados.
No século seguinte, um conjunto complexo de estudos e ações, com
aulas completas de retórica, filosofia e medicina passa a ser entendido como
um curso superior. Este modelo, basicamente composto por oratória é
imediatamente incorporado pelos romanos, seguindo religiosamente aqueles
métodos e forma de condução do processo de aprendizagem.
1.1 A UNIVERSIDADE NA IDADE MÉDIA
O advento do cristianismo promoveu mudanças radicais na vida do
homem europeu e também no sistema de ensino vigente na Europa. As tais
escolas leigas, foram aos poucos sendo substituídas pelas escolas religiosas,
que se transformaram então, no único veículo de aquisição e transmissão de
cultura, saber e valores éticos e morais.
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Já no século VI d.C. na Europa continental, todo e qualquer ensino era
de responsabilidade e ministrado pela Igreja Católica. Cabia à Igreja a
formação do “novo” homem, deste novo e bem aventurado “mundo cristão”.
A Universidade é o somatório e resultado de uma extensa preparação
que se arrasta do século VII ao século XII, definida como uma corporação que
juridicamente se constituía com seus mestres e discípulos , programas
previamente estabelecidos, cursos regulares e aferição de graus acadêmicos.
Desta forma estabelecida, é o pensamento cristão um esforço continuo e
generalizado com o intuito de restaurar, recuperar, conservar, assimilando os
valores morais, políticos, jurídicos, literários e artísticos da herança greco-
romana. Segundo alguns historiadores, as primeiras Universidades fundadas
na Europa estavam localizadas na Itália e na França, onde se estudavam
direito, medicina e teologia. Este tripé de conhecimento se fazia importante e
necessário para a continuidade e permanência dos governantes no poder, à
saber: Medicina, para garantir e dar saúde aos súditos de modo geral;
Teologia para a perpetuação dos desígnios de Deus e fortalecimento da Igreja
e finalmente Direito, para dar garantias à propriedade e a possibilidade de
cargos no setor público.
Os alunos tinham acesso à universidade após completar seus estudos
de trivium: as artes preparatórias da gramática, retórica e dialética ou lógica
e, do quadrivium: aritmética, geometria, música e astronomia.
Apontam alguns estudiosos e historiadores como sendo a
Universidade de Salermo que, já no século X, dispunha de uma escola de
medicina, tida como, a mais antiga. Sendo seguidas por antiguidade as
universidades de Paris e Bolonha, Oxford, Cambridge, Montpellier,
Salamanca, Roma e Nápoles.
A Universidade portuguesa de Coimbra é apontada como uma das
mais antigas da Europa em funcionamento contínuo. Sua origem data do
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século XIII, mais precisamente de 1290, tendo sido inicialmente fundada em
Lisboa.
“Entre 1772 e 1800, um total de 527 brasileiros se formou em Coimbra,
então a mais respeitada universidade do império português e um centro de
formação da elite intelectual que...” “...Um quarto dos formandos vinha da
capitania do Rio de Janeiro. Sessenta e quatro por cento deles eram formados
em advocacia por ser o curso que mais oportunidades profissionais oferecia na
época, especialmente no serviço público”. ( Gomes, Laurentino in: 1808,
Editora Planeta. Página 121).
1.2 A UNIVERSIDADE NO BRASIL NO SÉCULO XIX
Por ocasião da chegada da Família Real à Bahia em 1808, por
Decisão no. 2, de 18 de fevereiro de 1808, D.João VI cria a Escola de Cirurgia
no Hospital Real da Cidade da Bahia. Temos, portanto, com a criação desta
escola, o início de uma nova era para a educação brasileira. Não era polido,
muito menos condizente para com o Rei fixar residência e entregar seus filhos
e parentes, e os filhos de sua corte para serem “educados” por escolas e
professores que existiam à época. Um império deveria trazer a luz da
educação e da cultura para seu povo. D. João VI tinha conhecimento que sua
estadia por estas bandas não tinham um caráter provisório. Assim sendo,
tratou de imediato de promover reformas e criações culturais.
“Como capital, do Brasil e de Portugal, estabeleceu a cidade do Rio de
Janeiro, fazendo, pela primeira vez, de modo definitivo e nítido, deslocar-se o
centro de cultura e da educação brasileira do norte para o centro do Brasil, da
cidade de Salvador para a do Rio de Janeiro. Eram os primeiros sinais da nova
ordem assim como do renascimento da cambaleante educação brasileira”.
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(Tobias, José Antonio in: História da Educação Brasileira – Editora IBRASA –
INSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE DIFUSÃO CULTURAL LTDA. Pág. 118)
A promoção destas mudanças não se caracterizava como um gesto de
amor às artes a cultura e a educação, antes, tratava-se de seu próprio
interesse e do interesse do Estado. Afinal a criação de tantas escolas tinha
como objetivo formar o profissional de que muito urgente, a corte,
necessitava. Era importante a formação do oficial, para defender a nação, o
rei e a corte. Para cuidar da saúde de uma nova nação, o médico e finalmente
o engenheiro, sem o qual, as Forças Armadas não poderiam evoluir e nem o
rei nada fazer.
Do surgimento da Escola de Cirurgia Real da cidade da Bahia,
seguem-se : a criação de uma Cadeira de Ciência Econômica; a Real
Academia de Guardas-Marinhas; de Medicina Operatória e Arte Obstetrícia; de
Teologia Dogmática e Moral no bispado de São Paulo. Na capitania de
Pernambuco manda estabelecer uma Cadeira de Cálculo Integral, Mecânica e
Hidrodinâmica; no Hospital Real Militar e da Marinha uma Cadeira de Medicina
Clínica , Teórica e Prática.
Entre fevereiro de 1808 e dezembro de 1810, passou o Brasil por
grandes mudanças no então precário “sistema educacional”.
Finalmente, em 04 de dezembro de 1810, pela Carta de Lei, é criada a
Academia Real Militar, no Rio de Janeiro, apontada como sendo oficialmente a
primeira Faculdade brasileira. Neste pacote de “políticas públicas” temos
também, a introdução do ensino leigo. Antes da chegada da família real e sua
corte, toda e qualquer educação estava confiada aos religiosos e se restringia
ao ensino básico. As provas eram ministradas muitas vezes dentro das
próprias igrejas, com platéia para assistir o desempenho dos alunos, segundo
nos informa Oliveira Lima in D. João VI no Brasil, p. 174. Diferente das
vizinhas colônias espanholas, que já tinham suas primeiras universidades, no
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Brasil não havia uma só faculdade. D. João VI, com a criação da Academia
Real Militar e uma série de medidas, transforma definitivamente o perfil desta
que viria a ser a mais rica colônia de Portugal, inserindo-a num contexto
próximo aos países desenvolvidos do continente europeu, pondo um fim no
monopólio da educação superior, exercido por Coimbra. Junto com toda esta
revolução no sistema de educação, vem se somar A Biblioteca Nacional, o
Museu Nacional, o Jardim Botânico e o Real Teatro de São João. “(...) A maré
de inovações na Europa e nos Estados Unidos chegaria com algum atraso ao
Brasil, mas teria um efeito igualmente devastador. Situada do outro lado do
mundo, a América portuguesa fora mantida até 1808 como uma colônia
analfabeta, isolada e controlada com rigor...” “A educação limitava-se aos
níveis mais básicos e a uma minoria muito restrita da população. De cada cem
brasileiros, menos de dez sabiam ler e escrever”. (Gomes, Laurentino in 1822,
p. 50). Como a história comprova, nosso atraso e problemas com a educação,
se arrasta desde o descobrimento do país, tendo efetivamente dado um salto
qualificativo somente três séculos mais tarde.
1.3 A UNIVERSIDADE DOS NOSSOS DIAS
A primeira universidade do Brasil, foi criada na então Capital Federal
o Rio de Janeiro, em 07 de setembro do ano de 1920, com o nome de
Universidade do Rio de Janeiro, por decreto do Sr. Epitácio Pessoa,
Excelentíssimo Presidente da República. Reorganizou-se no ano de 1937,
quando passou a se chamar Universidade do Brasil. Seu nome atual:
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ foi atribuído em 1965. Hoje
esta universidade é a maior universidade pública brasileira, sua criação, deu-
se como um somatório dos vários cursos existentes à época. O governo
acoplou vários institutos isolados, pondo como órgão de comando uma reitoria,
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como nos moldes atuais. A Lei no. 452 de 1937, em pleno Estado Novo define
sua nova estrutura, são elas:
1- Faculdade Nacional de Filosofia, Ciências e Letras;
2- Faculdade Nacional de Educação;
3- Escola Nacional de Engenharia;
4- Escola Nacional de Minas e Metalurgia;
5- Escola Nacional de Química;
6- Faculdade Nacional de Medicina;
7- Faculdade Nacional de Odontologia;
8- Faculdade Nacional de Farmácia;
9- Faculdade Nacional de Direito;
10- Faculdade Nacional de Política e Economia;
11- Escola Nacional de Agronomia;
12- Escola Nacional de Veterinária;
13- Escola Nacional de Arquitetura;
14- Escola Nacional de Belas Artes;
15- Escola Nacional de Música.
Desta forma configurada a instituição, a lei muda o nome das antigas
Escola Politécnica, Escola de Minas, Faculdade de Medicina, Odontologia,
Farmácia e Faculdade de Direito e Instituto Nacional de Música. Cria novas
unidades como: Faculdade de Filosofa, Ciências e Letras, Faculdade de
Educação e Faculdade Nacional de Política e Economia. A grande reforma
ainda prevê a incorporação ou criação de institutos, que devem cooperar para
o desenvolvimento das atividades das escolas e faculdades.
Ainda neste período, foi criado também o Ministério da Educação e
Cultura, órgão este, responsável pela nomeação dos reitores das
universidades públicas, pelo Ministro de Educação, com a chancela do
Presidente. Da década de vinte para cá, não se processaram grandes
mudanças no funcionamento administrativo das universidades públicas
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brasileiras, suas mudanças se deram com a criação de vários novos cursos
para suprir a necessidade profissional do homem dos novos tempos,
ampliação e ofertas de novas vagas e campus avançados pelo interior do
Brasil e alterações sistemáticas no processo de seleção para o ingresso de
novos alunos.
A Universidade brasileira passou por momentos distintos que lhe
afetou significativamente: até a década de 50, era a universidade incipiente. Na
década seguinte, foi assistido um grande crescimento em todos os sentidos:
Aumento no número de instituições, de alunos e professores, ampliação e
construção de novos campus, etc. A LDB, Lei de Diretrizes e Bases foi
finalmente publicada e reforça o modelo tradicional de instituições de ensino
superior vigente. Normatiza e sistematiza todo o sistema educacional
brasileiro, em todos os setores , do ensino primário até a graduação. Na
década de setenta, a universidade assumiu seu papel de instituição de ensino
e pesquisa, principalmente nas universidades públicas. Infelizmente, este
processo evolutivo passa por momentos de degradação na década de 80: A
universidade precisava buscar recursos na iniciativa privada e isto acarreta
diminuição de cursos ou descaso do poder público para com os cursos
existentes que não produz ou produzia pesquisa para atender à necessidade
da evolução do mercado, segundo o entendimento dos órgãos oficiais. Dentre
eles, a Faculdade de Educação e consequentemente o Colégio de Aplicação –
Cap, laboratório para a prática das licenciaturas de toda universidade. Esta
realidade foi assistida em todos os estados da federação, nas universidades
públicas.
Felizmente, a universidade retoma seu crescimento, através de
políticas públicas diretas voltadas para a educação, como o aumento de
verbas para o fomento da pesquisa e desenvolvimento das universidades,
plano de carreira para o corpo docente e técnico administrativo e
principalmente alterações que visam a inclusão de segmentos da sociedade,
que estavam à margem por vários motivos, como por exemplo: o sistema de
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cotas para afro-descententes e outros segmentos da sociedade
contemporânea brasileira, assim como o sistema de bolsas, para o ingresso
deste novo corpo discente em universidades da rede pública e privada.
1.3.1 A UNIVERSIDADE DOS NOSSOS DIAS: O
MANIFESTO DOS PIONEIROS DA
EDUCAÇÃO NOVA
Só existirá democracia no Brasil, no dia em
que se montar no país a máquina que prepara
as democracias. Essa máquina é a escola
pública. (Manifesto dos Pioneiros,1932)
Não é possível falar de educação, do sistema educacional brasileiro,
desde o Ensino Fundamental até o Ensino Superior, ou ainda, discorrer sobre
a formação de educadores, e principalmente sobre a formação do educador
atuante no Ensino superior, sem que nos detenhamos sobre a LDB – Lei de
Diretrizes e Bases para o Ensino Nacional.
Mas antes, temos o dever de informar sobre a defesa da Escola Nova,
contida no manifesto dos Pioneiros, cujo teor e direção sinaliza para a
necessidade de uma lei em escala federal, que regulamente o ensino,
provenha de verbas e fiscalize este mesmo sistema, tanto na esfera pública,
quanto no setor privado. Este manifesto, escrito por Fernando de Azevedo,
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assinado e endossado por vários intelectuais e educadores da época como por
exemplo Carneiro Leão, Hermes Lima e por Anísio Teixeira, intelectual,
educador e defensor do movimento escolanovista, define soluções que
desde então, vem sendo aplicadas à educação brasileira. Dentre elas
podemos enumerar:
1- A educação deve ser essencialmente pública, obrigatória, gratuita,
leiga e sem qualquer segregação de cor, sexo ou tipo de estudo, e
desenvolver-se em estreita vinculação com as comunidades;
2- A educação deve ser uma só, com os vários graus articulados para
atender às diversas fases do crescimento humano. Mas, unidade não quer
dizer uniformidade; antes, pressupõe multiplicidade. Daí, embora única, sobre
as bases e os princípios estabelecidos pelo Governo Federal, a escola deve
adaptar-se às características regionais;
3- A educação deve ser funcional e ativa, e os currículos devem
adaptar-se aos interesses naturais dos alunos, que são o eixo da escola e o
centro de gravidade da educação;
4- Todos os professores, mesmo os de ensino primário, devem ter
formação universitária.
Este manifesto representou um divisor de águas entre os educadores
progressistas e conservadores, que provoca uma grande disputa entre o
ensino público e o ensino privado, e no meio desses, o Estado, e finalmente a
influência deste documento na LDB de 1961.
A LDB, teve seu processo iniciado por determinação da Constituição
Federal de 1946, portanto, foram necessários mais de quatorze anos, para que
finalmente, fosse celebrado um “acordo” entre os interesses do Estado e de
uma comissão composta por intelectuais e educadores, presidida pelo
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Professor Lourenço Filho, convocada pelo então Ministro da Educação
Clemente Mariani.
O Objetivo desta comissão foi o de montar um projeto de reforma geral
da educação nacional, divididos em três subcomissões encarregadas pelos
segmentos do Ensino Primário, Ensino Secundário e do Ensino Superior.
Tendo sido objeto de apreciação pela Câmara Nacional em 1948, somente tem
sua aprovação em 1961. Foram anos de debates e desgastes entre diversos
segmentos da sociedade, até sua promulgação em forma de lei.
1.3.2 A UNIVERSIDADE DOS NOSSOS DIAS: A LDB
Sobre a Lei de Diretrizes e Bases, desta forma, definiu Anísio Teixeira:
“lei federal sui generis , à maneira do Código Civil, do Código
Comercial, etc. destinada a regular a ação dos Estados, dos Municípios, da
União e da atividade particular no campo do ensino (...), a autoridade implícita
na lei sujeita a todos quanto ao seu cumprimento, sua interpretação e sua
execução” (Teixeira, Anísio in Educação no Brasil. Companhia Editora
Nacional, 1976: P. 227).
Nesta definição, verifica-se um certo desconforto no discurso do
grande educador, mas ao mesmo tempo, percebe-se também, seu
entendimento sobre a afirmação da obrigatoriedade do poder público para com
a educação pública e gratuita, com o sistema de ensino, regulamentação do
ensino privado e sua fiscalização, com a definição da distribuição de verbas
para com o ensino da competência da federação, do estado e do município e
outras questões que colocam o Brasil e o sistema educacional brasileiro,
próximo dos paises desenvolvidos e ainda a confirmação e afirmação das
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políticas públicas educacionais. Se esta, não era exatamente a LDB desejada
por ele e seus companheiros de comissão, pelo menos percebe-se o grande
avanço que esta lei representa, após longos anos de trabalho e dedicação em
prol da educação e da cidadania brasileiras.
23
CAPÍTULO II
DO EDUCADOR: A ORIGEM
A educação é um processo histórico de criação do
homem para a sociedade e simultaneamente de
modificação da sociedade para benefício do homem.
(PINTO, Álvaro Vieira - São Paulo. 1997).
Não se sabe ao certo a origem da profissão de
educador/professor. Fala-se que sua origem é tão remota quanto a própria
origem e existência do homem no planeta, ou seja, desde que o homem se
estabeleceu , aprendeu a domar os animais a plantar e a se fixou na terra,
deixando a condição de nômade. Claro, que se trata da definição do conceito
“professor”, não o professor que conhecemos, dos nossos dias, àquele que
tem formação para o exercício do ofício, mas daquele homem que possui
determinado conhecimento e repassa para seu “alunado”. Refere-se aquele
chefe de alguma aldeia remota que possui o conhecimento e história do seu
povo, daquele que conhece os segredos da caça e da pesca da cura das
doenças e os transmite/repassa, para a preservação daquela sociedade e a
formação de novos chefes com a mesma função.
Segundo Álvaro Vieira Pinto, “...A constituição da figura do
educador, seu status profissional e sua valorização social são efeitos das
diferentes etapas pelas quais passa o processo histórico.” Deste modo afirma
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que são os educadores, forças atuantes para o desenvolvimento cultural e
econômico da sociedade, sendo da responsabilidade do educador a formação
do homem na sociedade em que estão inseridos.
Na etimologia da palavra Professor, consta: (latim
professor,õris, “o que faz profissão de, o que se dedica a, o que cultiva;
professor de, mestre”, do radical de professum, supino de profitéri, “declarar
perante um magistrado, fazer uma declaração, manifestar-se; declarar alto e
em bom som, afirmar assegurar, prometer, protestar, obrigar-se, confessar,
mostrar, dar a conhecer, ensinar, ser professor”.) (Machado, José Pedro.
Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa).
2.1 DA ESCOLA GREGA:
A PROFISSIONALIZAÇÃO
Não seria prudente discorrer sobre a profissionalização da
educação, e consequentemente do educador como profissional, sem que antes
nos detenhamos um pouco sobre a civilização grega e sua vital importância
para o desenvolvimento do que hoje, denomina-se “sistema educacional”. Uma
vez que, historicamente, a Grécia, como berço da filosofia e referência do
mundo ocidental, é a responsável por determinar e definir características, isto
é, um conjunto de normas, que podem ser entendidas, hoje, como sendo o
embrião de um sistema educacional, encontrado em qualquer país do mundo
moderno, onde haja políticas voltadas para a educação.
A importância que Atenas, num determinado período de sua
história, atribuía à educação, é particular até na forma como se escolhiam os
encarregados pela instrução dos jovens atenienses, na casa dos vinte anos de
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idade, é na “Eclésia”, isto é, Assembléia do Povo, através do voto , que estes
sábios, eram escolhidos. A estes jovens alunos, dava-se o nome de “efebos” .
Atenas, efetivamente está sinalizada na história da nossa
civilização, como a cultura que entendeu a educação como um meio
responsável pela formação do homem pleno e determinante como responsável
por modelar o corpo e a alma. (Platão. Séc. IV A.C.) Esta formação
compreendia, num primeiro momento, e a partir dos sete anos de idade, da
poesia, música e educação física (ginástica), esta última, presente em todos os
níveis da educação (modelo copiado até hoje em muitos países). A função da
educação física era, além de proporcionar vigor ao físico, dotar os jovens de
coragem para as possíveis batalhas na defesa de seus territórios, mas com o
cuidado de não torna-lo rude. A função da literatura (poesia) e da música era
de formar a ânima daquele homem de educação, com o cuidado de não
transforma-lo em um individuo demasiado sensível. Esta base elementar
educacional completava seu ciclo quando este “aluno” atingia os treze anos ,
podendo dar continuidade à seus estudos/formação aqueles que dispunham
de recursos. Esta forma de educar aos poucos foi perdendo terreno para
literatura, através de grandes discussões e do aprendizado das ciências
exatas como a matemática.
Considerava-se como “alunos” de educação superior,
aqueles na casa dos dezessete anos, que aprendiam sobretudo a arte da
retórica, ou seja, a arte de persuadir. Esta responsabilidade pelo ensino das
técnicas, recaia sobre os “sofistas”, que por sua vez, eram muito bem
remunerados para desempenhar tal função. Deste modo, aponta-se os
sofistas como grandes contribuintes na profissionalização da categoria de
“professores” e da sistematização dos processos educacionais.
O Termo sofisma origina-se de sofista, que significa mestre, professor,
sábio, num outro sentido significa aquele de se utiliza de falsos argumentos
formulados com o propósito para induzir alguém ao erro (Ferreira, Aurélio
Buarque de Holanda. Rio de Janeiro,1977). Tais considerações não maculam
26
a importância destes filósofos na profissionalização da categoria de
professores, muito embora tenham recebido por parte de Sócrates e academia,
duras críticas, por se considerarem sábios e cobrarem pelos serviços
prestados. Sócrates acreditava e pregava que, verdadeiramente sábio, é
aquele indivíduo que reconhece em si próprio a ignorância. Para tanto
desenvolveu para combater a influência destes, dois métodos: Maiêutica e
Ironia. Aquele, consiste na condução de questionamentos, para desconstruir
o argumento de que seu ouvinte tem o domínio de tudo e faze-lo desacreditar
que de tudo dominava. Este, consiste em orientar seu ouvinte para que
busque por si próprio, respostas às suas dúvidas.
A forma como os gregos conduziram os processos educacionais por
si só, carecem de uma progressão matemática infinita de estudos, não se
esgotando aqui, todas as questões que são determinantes na formação de um
sistema educacional portanto, fatores imprescindíveis para a base da nossa
formação filosófica.
2.2 DAS PEDAGOGIAS
“Todo povo que atinge um certo grau de
desenvolvimento sente-se naturalmente inclinado à
prática da educação. Ela é o princípio por meio do qual
a comunidade humana conserva e transmite a sua
peculiaridade física e espiritual.” (...) (JAEGER, Werner.
1995).
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O termo pedagogia, derivado da palavra grega paidagogos, definição
dada aos escravos que levavam os jovens atenienses à escola, designa hoje
um conjunto de reflexões e ações voltadas para a educação, mas que em nada
se diferencia das preocupações, reflexões e concepções sobre os processos
de ensino na antiguidade clássica.
- O que devemos de melhor ensinar ?
- Como devemos melhor ensinar ?
Diferente dos povos orientais, que atribuía a origem da educação ao
divino, acreditando serem impotentes diante do deus, e apenas fazendo
circular e perpetuar suas crenças e costumes, impedidos portanto, por força
desta realidade teocrática, de promoverem ações reflexivas a cerca da
educação, os gregos , ao contrário, estimulavam a discussão sobre, e como
proceder com a educação dos jovens que lhes eram confiados.
Para o grego a razão é autônoma, se sobrepondo deste modo, as
demais questões de ordem místicas e religiosas. O grego nasceu livre, e livre
se forma para pensar e produzir conhecimentos sobre a realidade onde esta
inserido, desenvolvendo um apurado senso crítico, que o prepara e prepara os
seus, para serem agentes transformadores de seus próprios destinos, uma
vez que, como membros das eclésias, possuem o poder, conquistado com o
voto direto, de promoverem ações para a sua evolução e da polis, entendendo
pois que a educação, não pertence ao homem como sua propriedade
individual, mas pertence sim, à comunidade.
Posto isto, é em cima desta base sólida que constroem sua
“pedagogia”, ou seja, em cima de um entendimento claro do papel do homem
como ser político, e de conservação e divulgação do seu modo de existência
para com o meio social e espiritual, que se manifesta através de sua própria
razão e consciente vontade. Voltados, pois, para o desenvolvimento do ser
28
físico e espiritual, acreditando na formação como um bem maior e enaltecendo
a razão como uma ferramenta a serviço do próprio homem, que os colocava
como a justa medida do universo e deste modo relegando os deuses a outro
plano, com adventos como a escrita, geradora de uma nova revolução, uma
vez que fixando a palavra, promovia a ampliação tanto dos territórios mentais
como materiais, com o surgimento da filosofia, nascida da polis (Filha da
Cidade), junto com a alteração da virtude (areté), antes aristocrática e ética,
agora se volta para o ideal político e democrático. É neste fervilhar de novas
idéias e concepções que surge, talvez, o mais completo compendio sobre de
como formar o homem grego: A Paidéia.
A Paidéia, como conceito, só pode ser entendida, segundo Jaeger
( Jaeger, Werner. São Paulo.1995), no seu livro homônimo, se a olharmos com
os olhos, não do homem moderno, mas com os olhos do homem grego, tal sua
amplitude. Afirma também, que o emprego inevitável de expressões modernas,
tais como: tradição, cultura, civilização, literatura ou educação, não
correspondem e não contemplam ou coincidem efetivamente, com o
entendimento dos gregos para com aquele tratado. Assim sendo, encerrar
nesta palavra algo simplório como sendo sinônimo de formação, é no mínimo
leviano e desrespeitoso. Ainda segundo o próprio, seria necessário empregar
todas aquelas expressões, de uma só vez, e mesmo assim, não se atingiria a
globalização/totalização do conceito, para explicar as ações e aplicações
daqueles estudiosos para, e com os estudos, que desembocam numa só
palavra.
Mas não é de todo incorreto afirmar, que o que entendemos no
presente como a formação/educação ideal do homem grego, portanto, paidéia,
esteja completamente invalidado. Que o caminho a ser percorrido para se
entender as ações pedagógicas daquela educação, seus processos e os seus
reflexos que nos atinge até hoje, estejam de parte equivocado, ou
minimamente negligenciado. Portanto, entender o movimento daqueles sábios
para com os estudos e com eles, se configuram em o que se pode também,
29
chamar pedagogia, e que a isto, não se separam do conceito totalitário
Paidéia, ao contrário, soma-se. Formação, educação, pedagogia. Paidéia.
2.3 A ESCOLÁSTICA
“Não vivemos como mortais, porque tratamos das
coisas desta vida como se esta vida fora eterna. Não
vivemos como imortais, porque nos esquecemos tanto
da vida eterna, como se não houvera tal vida”
VIEIRA, Padre Antonio. In Sermão de Quarta-Feira
de Cinza.
Entendida como uma das linhas da filosofia medieval, a Escolástica
surge, como uma “pedagogia” afirmativamente cristã, com o intuito central de
referendar sua política como eterna responsável pela guarda dos valores
morais e espirituais e de responder pelas exigências da fé, que tanto proferia
e a fortalecia diante de toda Europa e comunidade cristã espalhadas pelos
territórios por ela conquistados. Esta filosofia está compreendida entre o
começo do século IX se estendendo até o surgimento do período conhecido
como Renascimento, ou seja, final da Idade Média.
O nome Escolástica é oriundo das artes proferidas nas escolas
medievais e sobretudo ao ensinamento do conjunto de dois grupos de matérias
denominados Trivium (gramática dialética e retórica) e Quadrivium (música,
astronomia, geometria e aritmética), sendo os escolásticos os responsáveis
30
pela propagação deste ideal, cujo nome atribuído a eles, gerou a nomenclatura
desta linha filosófica. Pode-se observar, portanto, que mesmo servindo a um
propósito de cunho religioso e moral, este currículo, desta forma composto,
nos remete aos ensinamentos da escola de Platão. Trata-se, pois, de uma
mistura de filosofia grega dos períodos clássico, e do seu apogeu, o período
helenístico com as novas exigências da Igreja, influenciada diretamente, pelas
culturas judaico-cristãs, e da necessidade de se aprofundar na fé.
Criação, Revelação Divina e Providência, fazem parte neste
momento, das principais temáticas desta filosofia, diferentemente da natureza
filosófica grega, onde não havia lugar para estes temas.
Porém, a busca constante pela harmonia entre duas grandes
questões da humanidade, Razão e Fé, irão nortear estes ensinamentos e se
fazem presente nas duas correntes do pensamento escolástico: A linha
conservadora defendida por Agostinho, que prega a razão como subordinada
da fé, por acreditar que somente a fé tem o poder de restaurar a condição
humana decaída da razão e seu “opositor”, mais nem tanto, Tomás de Aquino,
com uma visão mais progressista, que mesmo não negando em momento
algum a subordinação da razão pela fé, defende uma certa independência
autônoma da razão para se obter respostas, influenciado diretamente pela
inovação da corrente de Aristóteles, que mesmo tendo sida introduzida, ainda
assim, é afetado pela corrente neoplatônica que se faz também presente.
Estes dois filósofos, embora separados no tempo e espaço, Agostinho de
Hipona, nascido ao final do século IV, no norte da África e finalmente Tomás
de Aquino, italiano do século XIII, cada um ao seu tempo, foram os grandes
responsáveis por buscar caminhos mais coerentes na obtenção de respostas.
Agostinho, grande mestre e autoridade moral e Tomás de Aquino que faz a
opção de caminhos mais eficazes na elucidação dos grandes dilemas da
humanidade.
31
Estes dois grandes pensadores são fundamentais para o
aprofundamento do pensamento escolástico e sua reflexão, que somados aos
filósofos antigos da civilização greco-romana, às Sagradas Escrituras e os
padres da Santa Igreja, se movem na eterna disputa entre razão e fé, ou seja,
entre razão e emoção, buscando o equilíbrio entre estas duas forças, muito
embora, movidos cada um e ao seu modo, pela vocação e orientação religiosa.
32
CAPÍTULO III
DA FORMAÇÃO DO EDUCADOR:
Os jesuítas no Brasil
Do Renascimento ao Iluminismo, passando pela
Reforma, as instituições modernas cimentaram-se na
Ciência que casava Razão e Natureza.
(XAVIER, Maria Elizabete Sampaio Prado, 1994)
“Desde a reconquista territorial aos mouros, consolidada em meados
do século XV, os quais mais cedo haviam lançado os portugueses aos mares
em busca de sobrevivência, Portugal vinha se isolando cada vez mais do
movimento europeu, renascentista e iluminista”. (Xavier, Maria Elizabete
Sampaio Prado. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO - A Escola no Brasil. São Paulo.
Editora FTD S/A, 1994. Pág. 46)
Em meados do século XVI, vivia a Europa uma fase de efervescência,
de redescoberta, e, principalmente de negação a tudo que representava o
mundo medieval, apontando suas diretrizes, à consolidação de uma nova
ordem que se caracterizava fortemente pela defesa da liberdade e da
individualidade com o intuito de fomentar, e, como convinha, ao surgimento de
um novo modo de produção, o Capitalismo. Diferentemente do pensamento
hegemônico do restante da Europa, Portugal ainda se mantinha absolutamente
fiel à Igreja Católica e demais instituições medievais, entregando-se à luta
contra-reformista que, abraçara e que fora, de certo modo, obrigado a assumir
33
e enfrentar. As nações mais avançadas de pronto aderiram à Reforma
Protestante, em detrimento à Igreja Católica, que se opunha com seu código
de ética à, por exemplo, a acumulação de capital e o lucro, por ela,
moralmente condenado. É neste cenário dividido, e de isolamento que Portugal
envia para a colônia os jesuítas, e com eles a missão e o propósito de
catequizar e ensinar os nativos desta, que se configurava a maior colônia.
Montaram por estas bandas um sistema de ensino muito próximo do adotado
na metrópole, adaptações se fizeram necessárias, tais como a utilização da
língua portuguesa e das línguas dos nativos, como também não se exigia o
rigor da disciplina, uma vez que os povos expostos à catequização não
estavam acostumados com tamanho rigor disciplinar. Seguiam à risca o
Ratio Studiorum, ou seja, um conjunto de normas que deveriam ser seguidas
para a aplicação das matérias a serem ensinadas, da disciplina dos alunos e
dos mestres e da difusão dos valores éticos e morais da Igreja, de modo que,
se configurava como o Plano de Estudos dos Jesuítas. Este Modelo de ensino
era subsidiado pela cobrança de 10% dos impostos cobrados à colônia, o
chamado Padrão de Redízima.
Responsáveis, por aqui pelos cursos de Filosofia, Teologia e
Humanidades, cuja duração não ultrapassava dez anos da instrução elementar
e secundária até a superior, nossos formandos não recebiam seus diplomas,
isto era um privilégio da metrópole. Sendo portanto forçados a adquiri-los em
Coimbra, o que se caracterizava como um estreitar de laços de identificação
com a “pátria-mãe”. Sabe-se também, que uma parte dos filhos dos
proprietários abastados, e não de trabalhadores braçais ou mesmo urbanos
ligados às atividades terciárias, recebiam a instrução elementar dentro de suas
próprias casas, pela própria família ou preceptores (um costume comum em
toda Europa, até nos dias de hoje) , que lhes ensinavam entre outras, línguas
e instrumentos musicais, muito embora fosse oferecido ou reforçado pelos
colégios.
34
Foi este modelo, que perdurou por séculos, mesmo após o
desmantelamento do projeto, que culminou com a expulsão dos jesuítas, por
volta da segunda metade do século XIIX, (1759).
3.1 – A Reforma Pombalina.
O desmantelamento do sistema colonial de ensino.
Considerando a Escola de Jesuítas, como sendo o primeiro sistema
educacional aplicado ao Brasil, mesmo servindo aos propósitos da
mentalidade da coroa e aos propósitos da Igreja, este cumpria, minimamente
sua função de educar. Porém, com o advento da Reforma Pombalina, e
consequentemente a expulsão dos jesuítas, este status muda radicalmente.
Se o que antes era obsoleto e carecia de melhoras, agora
praticamente não existe. “Enquanto em Portugal isso fazia parte de um projeto
de reconstrução cultural e acabou desembocando na criação de um sistema
público de ensino, mais moderno e mais popular, entre nós foi a supressão
pura e simples do sistema que havia”. (...) (Xavier, Maria Elizabete Sampaio
Prado. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO - A Escola no Brasil. São Paulo. Editora
FTD S/A, 1994. Pág. 49). Ao que parece, existiam propósitos mais nobres e
urgentes com que Portugal deveria se preocupar e atender, deixando a colônia
à mercê da sua própria sorte. A Reforma Pombalina era somente um conjunto
de ações para tentar conter os avanços de decadência, endividamento, perda
de poder e empobrecimento que Portugal amargara, cujos reflexos se
estendiam até a colônia. Este conjunto de medidas serviriam ao propósito de
aproximar Portugal das potências emergentes. Dentro deste pacote, uma
reforma promovida no sistema de ensino. Esta reforma no ensino de lá e
implantação por estas bandas do novo sistema, significava a retomada do
35
poder e controle do estado, e que segundo Marquês de Pombal, Ministro do
Rei Dom José I, os jesuítas eram retrógrados culturalmente, poderosos
economicamente e com ambições políticas, mas apesar deste fato tanto
Portugal, quanto a colônia não romperam com a Igreja.
Por aqui, Aulas Régias, foi a solução encontrada para suprir a
ausência dos jesuítas. Tratava-se de aulas avulsas, pagas por um novo
imposto chamado “Subsidio literário”. Nota-se uma queda vertiginosa na
qualidade do ensino prestado, o que deixava nossos letrados despreparados
para seguir carreira acadêmica na Europa. Ainda assim, foi criado pelo poder
metropolitano a figura do Diretor Geral de Estudos, encarregado pelos
concursos de provimento de “professores régios”, que deveriam ser
responsáveis pelas diferentes cadeiras e também responsável pela concessão
de licenças para o magistério, tanto público quanto privado.
“Chama a atenção a extrema lentidão com que se implantaram estas
aulas. Há informações de que isso teria levado quarenta anos, até 1799,
quando as licenças para docência passaram a ser concedidas pelo vice-rei”.
(Xavier, Maria Elizabete Sampaio Prado. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO - A
Escola no Brasil. São Paulo. Editora FTD S/A, 1994. Pág. 52).
Como é possível observar, o sistema educacional brasileiro nasce
precário, impedido de crescimento à luz da filosofia grega, por tantos séculos
sob o domínio e responsabilidade da Igreja Católica ,sendo constantemente
golpeado em seu processo de continuidade, fazendo com que se torne frágil,
incompleto e incipiente.
Este quadro lamentável só vai sofrer alterações visíveis e relevantes,
com a transferência da corte de D. João VI para o Rio de Janeiro, em 1822,
fugido das tropas de Napoleão e sob a guarda e proteção da Inglaterra.
Proteção esta, costurada sob a égide de grandes acordos econômicos, que
36
privilegiam a Inglaterra, deixando Portugal na mais absoluta miséria e penúria
e à sua própria sorte.
3. 2 – D.João no Brasil:
A Criação do Ensino Superior
Definitivamente, a chegada da corte ao Rio de Janeiro, muda
consideravelmente o panorama da educação no Brasil. Tendo o Rio de janeiro
como sede da corte portuguesa, o município sofreu um influxo inédito na
cultura e educação. O reflexo de tais mudanças na vida dos brasileiros e
sobretudo dos cariocas, se concretiza com a criação e multiplicação de novas
cadeiras de ensino e criação de instituições culturais e educacionais, que
visavam suprir as deficiências da herança retrograda deixada pela colônia, e
fazem parte da estrutura necessária para o funcionamento da máquina
administrativa com a transferência do Reino Unido de Portugal e Brasil.
No meio deste turbilhão de boas novas, D. João VI cria os primeiro
cursos de educação superior no Brasil:
Academia Real da Marina (1808)
Academia Real Militar (1810)
Escolas de Cirurgia, Anatomia e Medicina (1808/1809).
Criou ainda, o Jardim Botânico, o Museu Nacional e a Imprensa Régia,
inaugurando no Brasil o jornalismo, veículo condutor de difusão de idéias entre
as elites políticas do país. Como se pode observar, foram criados cursos que
tinham por finalidade suprir as necessidades da metrópole; Medicina,
Engenharia, e a criação de cursos para a formação de oficiais e técnicos nas
áreas de economia, agricultura e indústria. Sem estes profissionais não era
possível dar continuidade ao projeto de desenvolvimento do Brasil, da corte, de
37
Portugal, das outras colônias espalhadas, mas principalmente do Reino Unido
de Brasil e Portugal. Segundo alguns historiadores da educação no Brasil,
incluindo José Antonio Tobias, o grande mérito de D. João, está na criação
destas escolas de formação superior, isto é inegável, porém, relegou, ou pouco
fez pelo ensino elementar e médio, isto estava fora da filosofia do Rei e do seu
programa de governo, para com a educação.
3.3 - Do surgimento da primeira
escola de formação de educadores
Ao que parece, o legado de D. João VI em oferecer pouca
importância ao ensino elementar e médio, perdura até os últimos dias do
Primeiro Reinado (1822/1833). Por estas bandas, pouco ou quase nada, foi
proposto para uma mudança no combalido sistema educacional. Muitas
discussões e poucos resultados práticos. Debateu-se na Assembléia
Constituinte e Legislativa de 1823 dois projetos em caráter emergencial:
Projeto do Tratado de Educação para a Mocidade Brasileira e o Projeto de
Criação de Universidades. Não é necessário afirmar que ambos ficaram
apenas no debate. Enquanto um insinuava a postergação de medidas
governamentais até a elaboração de um plano para a educação nacional, o
outro sugeria a criação de mais universidades. Finalmente, em 1827, surge no
país, um decreto para a criação de escolas primárias. Era uma resposta tardia
a um dispositivo da Constituição de 1824, que garantia instrução primária a
todos s os cidadãos do Império. Deste dispositivo nascia a Escola de
Primeiras Letras, um projeto muito semelhante ao modelo europeu, separando
a instrução para os meninos e para as meninas. Deveria ensinar a escrita e a
leitura, as quatro operações matemáticas, noções gerais de geometria, a
gramática portuguesa, e claro a doutrina católica, afinal o estado nunca havia
rompido com a Igreja. Para as meninas, substituiria a geometria, pelas prendas
domésticas, ou numa linguagem coloquial o “espera marido”. Aqui se fala da
importação de um método inglês, que deu resultado positivo na Inglaterra, mas
38
não o mesmo resultado esperado aqui no Brasil. Trata-se do método
Lancaster e Bell, cuja principal característica é a monitoria, ou o chamado
ensino mútuo. Os alunos mais adiantados repassariam seus conhecimentos
para os demais. Tal ação serviria para cobrir a escassez de professores. O
projeto relegou mais uma vez o ensino elementar para segundo plano.
Somente com a criação do Colégio Pedro II (1837/1838 ) no Rio de
janeiro e que aparecem os primeiros currículos seriados, nas províncias
seguindo o modelo carioca. Até então, a formação secundária ainda era
composta por aulas avulsas, ou nos colégios religiosos, tal qual se observava
desde a expulsão dos jesuítas. O grave problema da falta de professores ainda
iria perdurar por muitos anos. Ou será que este quadro mudou? Dada a
necessidade de se cumprir a lei, da obrigatoriedade do ensino elementar, e
com a criação da Escola de Primeiras Letras, surge finalmente, no Período da
Regência (1831/1840), as primeiras escolas voltadas para a formação de
educadores, As Escolas Normais. Em 1835, Funda-se em Niterói a primeira
Escola Normal, sendo seguida pela da Bahia em 1842. No rastro da criação
destas primeiras escolas, surgem outras localizadas nos centros mais
populosos das regiões Norte, Nordeste e Sudeste, totalizando seis escolas,
criadas, até a década de 60 daquele século. È notável o crescimento destas
escolas em todo território nacional, ficando como um legado do Império à
República. Mas, somente na década de 20 da Republica é que, este curso
assumiria características profissionalizante, trabalhando conteúdos específicos
na preparação técnico-pedagógica.
Passados mais de três séculos do descobrimento do Brasil, é que se
ouve falar, e constata se, a existência de cursos voltados para a
profissionalização de docentes no país, mas ainda neste caso, com sua
atuação limitada ao ensino nas quatro primeiras series do ensino elementar.
Antes, os docentes que atuavam aqui eram os padres da Escola de Jesus,
num segundo momento, com a reforma Pombalina e a conseqüente expulsão
39
dos Jesuítas, os professores formados na Europa, ou preceptores designados
pelas famílias abastadas. Num terceiro momento aqueles alunos recém
formados. E, finalmente, os alunos mais adiantados nas escolas, no regime de
monitoria orientada. A Formação, propriamente dita de profissionais de nível
superior habilitados em educação, e somente em educação, só passará a
existir a partir do século XX, mais precisamente com a criação da Escola
Nacional de Filosofia e Ciência Política em 1937, no conjunto de Faculdades e
escolas isoladas, que deram origem a Universidade do Brasil, pelo Decreto Lei
no. 452.
3.4 – A Educação de Adultos: ANDRAGOGIA
Não seria producente transcorrer sobre a formação de educadores para
atuar na graduação/3ºgrau, sem que antes, déssemos uma parada para
analisar e entender as diferenças que se localizam nos processos
educacionais entre lecionar para crianças, adolescentes, adultos ou jovens
adultos. Há que se preocupar e levar em consideração as particularidades
contidas em cada um destes grupos.
Pensando nestas características especificas, surge o termo
Andragogia, que serviria para definir a educação de adultos, partindo do
pressuposto das teorias inicialmente desenvolvidas por Linderman na década
de 20 e retomada anos depois, na década de 70’ por Malcom Knowles.
Andragogia, segundo sua definição, significa “A arte ou ciência de orientar
adultos a aprender”. Ou seja, não é possível deixar de lado a diferença entre
lecionar para adultos e entre lecionar para crianças.
De fato, não se pode ignorar a historia de vida de cada um. Não se
pode tratar um adulto analfabeto como uma criança. A diferença consiste na
40
historia de vida daquele adulto e não na falta de domínio dos códigos de leitura
e escrita o que, hipoteticamente estariam presente numa criança alfabetizada,
mas que em contrapartida, não possui histórico de vida. Tratando se ainda de
um ser em formação e dependente de cuidados específicos e de uma outra
abordagem em se tratando do processo ensino aprendizagem.
Educar adultos pressupõe mudar radicalmente a forma da abordagem
nos assuntos ou temas a serem trabalhados em sala de aula. Significa
entender basicamente que a experiência, ou seja, a historia particular de cada
um deverá nortear a forma de condução na construção do conhecimento. Não
se pode ignorar principalmente a experiência, ela é sem sombra de dúvidas a
mais rica origem de motivação para a aprendizagem do aluno adulto.
Dentro dos princípios andragógicos o professor não se caracteriza
como a fonte total do conhecimento, ao contrário, deve se desobrigar do posto
de autoridade máxima em sala de aula e se igualar aos alunos adultos para a
construção e obtenção, no coletivo, de novos conhecimentos, observadas
algumas considerações, segundo OLIVEIRA, Ari Batista de - Andragogia – A
Educação de adultos, 2011:
1- Necessidade de conhecer;
2- Autoconceito de Aprendiz;
3- O papel da experiência;
4- Prontidão para aprender;
5- Orientação para a aprendizagem;
6- Motivação.
Tendo como ponto de partida estas seis características, o autor
defende o adulto como o individuo maduro suficiente e pronto para assumir
suas responsabilidades diante da sociedade, assim sendo, ... “Adulto é aquele
individuo que ocupa o status definido pela sociedade, por ser maduro o
suficiente para a continuidade da espécie e auto-administração cognitiva,
41
sendo capaz de pelos seus atos diante dela” (IBDEM, OLIVEIRA, Ari Batista de
- Andragogia – A Educação de adultos, 2011). Portanto, diante de tantas
considerações, não cabe mais ignorar as especificidades entre crianças e
adultos, mesmo entendendo que o principio de aprendizagem é basicamente o
mesmo.
42
CONCLUSÃO
A pesquisa realizada, para a elaboração deste trabalho de monografia,
trouxe luz para alguns questionamentos que foram surgindo ao longo de seu
desenvolvimento, na medida em que nos aprofundava-mos no material
bibliográfico e nos aproximava-mos do tema central. Ao mesmo tempo, novos
questionamentos surgiram e se impuseram como se vida própria tivessem,
exigindo um olhar especial e apurado, para o novo que se mostrava.
Fundamentalmente, um passeio pela historia do homem e da educação, se fez
necessária para que se obtivesse, se não respostas precisas, pelo menos, nos
apontou caminhos novos a serem percorridos nesta jornada, trazendo
elucidação.
Debruçamos-nos sobre a antiguidade clássica da Grécia numa
tentativa de apreender melhor, seus conceitos de homem e educação e onde
pudemos também, comprovar, a profissionalização do educador; em seguida
uma parada estratégica na Europa medieval, ocidental e cristã, para
mergulharmos num dilema, que chega até os dias de hoje, como se não
estivéssemos separados por séculos: a questão Razão X Fé; de lá para o
Brasil com a Companhia de Jesus, A Reforma Pombalina e a chegada da corte
em 1808, que promoveu em menos de 12 anos uma revolução sem
precedentes para a história deste país. Em estando na terra natal,
presenciamos o surgimento do ensino superior, o nascimento das primeiras
escolas de formação de educadores e a evolução no sistema educacional com
a Lei de Diretrizes e Base para a Educação Nacional.
Com base nas pesquisas bibliográficas a presente monografia
constata: Não é necessária uma formação em educação para se atuar no
ensino superior. O que está previsto na LDB é que o profissional esteja
43
qualificado e seja portador de diploma de pós-graduado, em qualquer das três
instancias: Especialização, Mestrado ou doutorado.
Verificou-se também, através de conversas informais com
profissionais educadores e atuantes no mercado, a preocupação destes, com a
complementação de suas formações, e que este movimento na busca de
reciclagem, ou melhor dizendo, de capacitação, se faz absolutamente
voluntária. Parte da consciência destes educadores a busca pela excelência na
prestação de seus serviços à comunidade.
Por fim, acreditamos na necessidade de uma formação voltada
principalmente para a educação de adultos, como complementação para
aquele educador comprometido com a qualidade do seu trabalho e com a
melhoria do sistema educacional brasileiro e o desenvolvimento desta nação.
.
44
BIBLIOGRAFIA
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Integrismo ou: A Escolástica na Berlinda Rio de Janeiro:
Guymara Editora Ltda. 1969.
ELIADE, MIRCEA. História das Crenças e das Ideais Religiosas. Rio de
Janeiro: Zahar Editores, 1984.
FILHO, LAURO DE BARROS SILVA. O Pensamento Andragógico Brasileiro.
Tese de Doutorado. Faculdade de Educação da UFRJ, 1991
GOMES, LAURENTINO. 1808. São Paulo: Editora Planeta, 2007
GOMES, LAURENTINO. 1822. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira
Participações S.A., 2010.
JAEGER, WERNER. PAIDÉIA – A Formação do Homem Grego. São Paulo:
Martins Fontes, 1995
MALGLAIVE, GERARD. ENSINAR ADULTOS - Trabalho e Pedagogia.
Porto/Portugal: Porto Editora, LDA, 1995
PINTO, ÁLVARO VIEIRA. SETE LIÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO DE ADULTOS
São Paulo: Cortez Editora, 1997.
TEIXEIRA, A. Educação no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
1976.
TOBIAS, JOSÉ ANTONIO. História da Educação Brasileira. São Paulo:
IBRASA – Instituição Brasileira de Difusão, 1986
45
XAVIER, MARIA ELIZABETE e outros. História da Educação: A escola no
Brasil. São Paulo: Editora FTD S.A. 1994
46
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTOS 03 DEDICATÓRIA 04 SUMÁRIO 05 RESUMO 06 INTRODUÇÃO 08 METODOLOGIA 10 CAPÍTULO I DA HISTÓRIA DO ENSINO SUPERIOR: A UNIVERSIDADE 11 1.1 - A Universidade da Idade Média 1.2 - A Universidade no Brasil do Século XIX 1.3 - A Universidade dos Nossos Dias 1.3.1 A Universidade dos nossos Dias: O Manifesto dos Pioneiros da Escola nova 1.3.2 - A Universidade dos Nossos Dias: A LDB CAPÍTULO II DO EDUCADOR: A ORIGEM 23 2.1 - Da Escola Grega: A Profissionalização 2.2 - Das Pedagogias 2.3 - A Escolástica CAPÍTULO III DA FORMAÇÃO DO EDUCADOR: Os Jesuítas no Brasil 32 3.1 – A Reforma Pombalina 3.2 – D. João no Brasil 3.3 – Do surgimento da Primeira Escola de Formação de Educadores 3.4 – A Educação de Adultos: A Andragogia CONCLUSÃO 42 BIBLIOGRAFIA 44
47
ÍNDICE 46 FOLHA DE AVALIAÇÃO 48
48
FOLHA DE AVALIAÇÃO
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
DOCENCIA DO ENSINO SUPERIOR
TITULO DO TRABALHO: A Formação de Docente do Ensino
Superior do Século XIX aos nossos dias.
ALUNO.: FRANCISCO EMANUEL ALVES LEITE
PROFESSOR ORIENTADOR: EDLA TROCOLLI
DATA DE ENTREGA: 28.03.2011
CONCEITO: