UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO
ADINILMA NOLASCO ANDRADE
CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA PARA UM TRÂNSITO MAIS
CONSCIENTE EM TEIXEIRA DE FREITAS/BA
MACEIÓ - AL
2014
ADINILMA NOLASCO ANDRADE
CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA PARA UM TRÂNSITO MAIS CONSCIENTE EM
TEIXEIRA DE FREITAS/BA
Trabalho apresentado ao curso de Pós Graduação como requisito para a obtenção do título de Especialista em Psicologia do Trânsito Orientador: Prof. Liércio Pinheiro de Araújo
MACEIÓ - AL
2014
ADINILMA NOLASCO ANDRADE
CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA PARA UM TRÂNSITO MAIS CONSCIENTE EM
TEIXEIRA DE FREITAS/BA
Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.
APROVADO EM ____/____/____
______________________________________________________
PROF.DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO
ORIENTADOR
______________________________________________________
PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA
BANCA EXAMINADORA
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus familiares, que aceitaram a minha falta de tempo e
dedicação, compreendendo quão importante é o estudo e a pesquisa.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela vida e pelo dom do discernimento. Aos
meus familiares queridos, que tão generosamente compreenderam os motivos que
me fizeram ausente em alguns momentos de suas vidas, e aceitaram esta como
uma necessidade. Aos amigos que me incentivaram. A todos que influenciaram e
ajudaram de alguma forma deixo aqui o meu muito obrigado.
“Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes”. Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta. Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?" Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?... Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você. “E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo”.
(“Nelson Mandela”)
RESUMO
O Brasil está enfrentado sérios problemas de violência no trânsito nos últimos anos, reflexo do crescente número de veículos e de habilitados nas ruas. Outros pontos que podemos destacar nesse cenário, são as más condições das vias, a falta de fiscalização e consequentemente de punições, e ausência de programas de educação para o trânsito. A legislação atual prevê educar o candidato condutor antes da obtenção da CNH. O trânsito em Teixeira de Freitas encontra-se cada dia mais confuso, os dados da violência no trânsito são alarmantes. As leis de trânsito não são respeitadas e as infrações muitas vezes são desconsideradas. O que se vê, é uma cidade com problemas de trânsito de metrópole, mas usuários com a mentalidade de provincianos. O crescimento desenfreado da população, e consequentemente dos envolvidos nas ruas é inversamente proporcional às campanhas educativas e ações governamentais. Os resultados da pesquisa apontam que 30% dos entrevistados não sabem a serventia dos psicotestes e que 55% desconhecem a ocorrência de campanhas educativas na cidade. Nesta perspectiva, a questão que se propõe é uma ação efetiva do perito no seu papel de analisador do perfil dos candidatos à primeira CNH e também de sua renovação. Palavras-chaves: Psicologia, Trânsito, Educação, Violência.
ABSTRACT
Brazil is facing serious problems of violence in traffic in recent years, reflecting the increasing number of vehicles and qualified in the streets. Other points that we highlight in this scenario are the poor condition of roads, lack of supervision and consequently punishment, and lack of educational programs for transit. Current legislation provides for educating the driver applicant before the license to drive. Traffic in Teixeira de Freitas is increasingly confusing day data traffic violence are alarming. Traffic laws are not respected, and violations are often disregarded. What you see, is a city with traffic problems of the metropolis, but users with parochial mentality. Rampant population growth, and therefore of the streets involved is inversely proportional to educational campaigns and government actions. The survey results indicate that 30% of respondents did not know the usefulness of psicotestes and that 55% are unaware of the occurrence of educational campaigns in the city. In this perspective, the question that is proposed is an effective action of the expert in his role as the analyzer of the candidates at first CNH and also renewal. Key-words: Psychology, Transit, Education, violence
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 1 – Resposta dos entrevistados a pergunta “Sabes para que servem os
psicotestes?” .......................................................................................... 32
Gráfico 2 – Resposta dos entrevistados a pergunta “Os psicotestes contribuem
para melhorar a atuação do condutor?” ................................................. 33
Gráfico 3 – Resposta dos entrevistados a pergunta “Há campanhas de
educação para o trânsito em Teixeira de Freitas?” ................................ 34
Gráfico 4 – Resposta dos entrevistados a pergunta “A violência no trânsito local
influencia os índices de violência urbana?” ............................................ 35
Gráfico 5 – Resposta dos entrevistados a pergunta “Qual o aspecto da
organização pode ser considerado maior vilão do trânsito local?” ......... 36
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT
AC
Associação Brasileira de Normas Técnicas
Atenção Concentrada
CNH
CNP
DETRAN
IBGE
ISOP
PMK
Carteira Nacional de Habilitação
Conselho Nacional de Psicologia
Departamento Nacional de Trânsito
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Instituto de Seleção e Orientação Profissional
Psicodiagnóstico Miocinético
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 14
2.1 Psicologia do trânsito ....................................................................................... 14
2.2 O Trânsito em Teixeira de Freitas .................................................................... 17
2.3 Educação, Inexperiência e Acidentes de Trânsito ......................................... 19
2.4 A Avaliação Psicológica ................................................................................... 21
2.5 O Teste AC na Clínica de Trânsito para Candidatos a 1ºCNH ....................... 23
2.6 Psicodiagnóstico Miocinético - PMK e a sua relação com a CNH ................ 25
2.7 Avaliação da Personalidade Utilizando o Palográfico ................................... 26
2.7.1 O Teste Palográfico como Diagnóstico ........................................................ 27
2.7.2 Contra perfil do candidato ou condutor segundo teste Palográfico ......... 27
3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 30
3.1 Ética .................................................................................................................... 30
3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 30
3.3 Universo ............................................................................................................. 30
3.4 Sujeitos da Amostra .......................................................................................... 30
3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 31
3.6 Plano para Coleta dos Dados ........................................................................... 31
3.7 Plano para a Análise dos Dados ...................................................................... 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 32
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 37
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39
APÊNDICE ................................................................................................................ 41
ANEXO ..................................................................................................................... 42
12
1 INTRODUÇÃO
Tem-se como objetivo geral a análise do papel do psicólogo na legislação do
trânsito e suas possíveis contribuições para esta lei, partindo da observação dos
fatores que elevam a violência do trânsito em Teixeira de Freitas, podemos verificar
até onde a aplicabilidade dos psicotestes pode ser importante para diagnosticar a
personalidade do condutor e seus eventuais comportamentos agressivos, e, além
disso, identificar a importância da aplicação destes testes psicológicos para a
segurança do trânsito.
Justifica-se a escolha desta pesquisa ao atendimento da necessidade de
promover a inserção do condutor a uma cultura de educação e conscientização de
como o usuário do sistema de trânsito é responsável pelos acontecimentos que
decorrem de suas ações e escolhas, como por exemplo, ter postura defensiva e
atenta nas ruas, cuidar para não só não infringir as leis, como preservar aqueles que
são mais frágeis e expostos ao perigo.
Muita se ouve sobre o que fazer para diminuir a violência do trânsito, e muitos
os discursos, uns defendem que as leis deveriam ser mais rígidas e punir crimes de
trânsito com mais rigor, como por exemplo, os casos de atropelamento com óbito,
principalmente quando o condutor estiver alcoolizado, para que responda por crime
doloso, quando hoje responde por crime culposo, há quem defenda também que se
casse a carteira do motorista infrator, alguns, mais rígidos, que não se volte a dar a
este infrator autorização jamais para dirigir. Outros ainda que ele deve indenizar a
família da vítima mesmo que para isso a sua própria fique à míngua. Estudos da
Organização Mundial da Saúde mostram que, os acidentes de trânsito são a maior
causa de mortes violentas, com 1, 26 milhões de vítimas fatais; matando o
quádruplo do que guerras e conflitos (FOLHA ON LINE, 2012).
Será que apenas mudando as leis, endurecendo o sistema teremos condutores mais
conscientes? É inegável que quando o individuo sofre com despesas decorrentes de
acidentes, tem-se uma redução considerável no número de ocorrências de acidentes
de trânsito, que quando há uma fiscalização mais efetiva nas ruas, as imprudências
e desrespeito às leis de trânsito são em menor incidência, no entanto, a de maior
eficiência será educar o condutor brasileiro, e isso se faz com um projeto que se
concentre na criança, o futuro condutor. As campanhas de educação no trânsito
13
devem invadir as escolas, para que possa orientar de maneira efetiva crianças e
jovens.
Mas ficam então algumas questões: onde a psicologia entra nisso? E o
cidadão de uma cidade relativamente pequena como Teixeira de Freitas? Pode
haver relação entre a violência local (homicídios, tráfico, assalto) com os problemas
do trânsito?
Podemos enumerar os discursos que colocam a culpa no sistema, ou que
acham que o sistema nada tem haver com isso, mas o que realmente interessa é
que o transito está cada vez mais complicado e que a cada dia mais pessoas entram
para o rol dos autorizados a conduzir veículos, com o aval de profissionais que o
consideraram apto para tal.
Precisamos compreender que se inicia com a evolução da Psicologia do
Trânsito no Brasil a trajetória profissional dos psicólogos neste ramo. Uma das
atividades pioneiras desses profissionais no país foi avaliar as dimensões
psicológicas para dirigir por meio de técnicas de avaliação psicológica, conhecidos
como “psicotécnico”. As interações com outras áreas de conhecimento ampliam a
atuação dos profissionais no alcance dos objetivos almejados. Uma das
intervenções importantes e ainda insuficiente dos profissionais de Psicologia é a
educação para o trânsito. Um compromisso social e político de todos os cidadãos,
focando a educação, ética, e respeito, integrando o homem, o meio e a realidade
social.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Psicologia do trânsito
Conhecer os aspectos do comportamento humano no trânsito é uma
necessidade social, política e cientifica, visto que cada vez mais as condições de
transporte, deslocamento e circulação humana de um modo geral têm determinado
significativamente a qualidade de vida e trabalho dos indivíduos, que precisam cada
vez mais de meios de transporte para agilizar seu deslocamento e tem uma vida
cada vez mais corrida e sufocante.
Para estudar estes aspectos surgiu a psicologia do trânsito,
Como consequência de numerosas pesquisas em dezenas de institutos, laboratórios e centros de pesquisa nas últimas duas décadas. Podemos defini-la como o estudo científico do comportamento dos participantes do trânsito, entendendo-se por trânsito o conjunto de deslocamentos dentro de um sistema regulamentado (Rozestraten, 1981).
Assim, este ramo da psicologia estuda o comportamento de todos os
envolvidos no trânsito, quer sejam pedestres, condutores amadores e profissionais,
de qualquer idade, gênero, mais intensamente nas rodovias e redes urbanas.
Hoffman (2003, p. 21), define Psicologia do Trânsito como:
O estudo do comportamento do usuário das vias e dos fenômenos/processos psicossociais subjacentes ao comportamento. O conceito é amplo, pois o comportamento do condutor tem sido estudado em relação a uma diversidade de questões, tais como: procura visual, dependência de campo; estilo de percepção; atitudes; percepção de risco; procura de emoções, atribuição, estilo de vida, e carga de trabalho/trabalho penoso; estresse e representação social. Estas questões indicam a pluralidade de abordagens que constituem a fundamentação teórica para a pesquisa em Psicologia do Trânsito.
Esta ciência evoluiu muito desde a sua introdução no Brasil, país que tem um
dos maiores índices de morbidade no trânsito no mundo. Em sua história iniciada
recentemente, o trânsito (leva-se em consideração aqui o rodoviário) surgiu com o
crescimento da frota rodoviária e políticas de incentivo a este transporte, que se
tornou fundamental nos deslocamentos da população brasileira. Os meios
ferroviários e fluvial, que são coletivos, foram sendo substituídos por automóveis, por
incentivo das políticas públicas e das elites que pretendiam expandir as indústrias
15
automobilistas recém-instaladas no país. Sabe-se que quanto maior a frota maior o
número problemas, acidentes que passaram a ter incidência cada vez maior.
Assim, entre as décadas de 1940 a 1950 as autoridades passaram a implementar
ações preventivas como seleção médica e psicotécnica, que tinham como objetivo
impedir o acesso de pretensos condutores ao volante sendo seu perfil propenso a
envolvimento em acidentes.
A concessão do documento de habilitação passou a ser considerada pelas autoridades um privilégio, em que o candidato provaria sua capacidade de conduzir com segurança, por meio de uma bateria de testes e exames (SILVA e GUNTHER, 2009).
Essa concessão ou negação não seria permanente, mas seria passível de
revisão constante, de períodos em períodos, o que chamamos de renovação da
CNH. Mas há ainda uma avaliação que contemple a mudança de categoria, pois
nem sempre o perfil do condutor de uma categoria de veículos atende à outra
categoria. Assim, afirma Hoffman (1995), consolidou-se o chamado modelo
brasileiro de habilitação.
No tocante à tarefa de avaliar as condições psíquicas dos motoristas, essa estruturação ocorreu com forte influência estrangeira, principalmente com os trabalhos desenvolvidos por Tramm na Alemanha, Lahy na França, Munsterberg e Viteless nos Estados Unidos da América e Mira y Lopez na Espanha, pois não havia no Brasil instrumentos construídos ou validados para realizar este intento (Campos, 1951).
Nesse momento, a psicologia do trânsito focava-se mais no fator humano, na
seleção de pessoal adequado para a condução de veículos tais como ônibus e trens.
No cenário internacional o debate sobre acidentes e suas possibilidades ocupava o
centro das atenções e teve ecos no Brasil. De acordo com a teoria vigente, algumas
pessoas apresentam um perfil de maior propensão ao envolvimento em acidentes do
que outras, justificando assim a elaboração de critérios para o processo de
concessão ou não da CNH, identificando os indivíduos propensos e os não
propensos a acidentes, resultando em aptos e não aptos para a condução de
veículos, no intuito de ajudar na segurança de trânsito (HAIGHT apud SILVA;
GUNTHER, 2009). Surge deste contexto a necessidade e implantação dos exames
psicotécnicos (como são popularmente conhecidos) e através do Decreto-Lei N°
9.545/46, publicado em 05 (cinco) de agosto de 1946 veio a obrigatoriedade destes
16
exames para a obtenção e posterior renovação da CNH (HOFFMANN, 1995).
Ainda nesta década surgem as primeiras publicações sobre o assunto. Eram
reflexões da importância destes testes na redução dos acidentes e a elaboração dos
critérios para a aplicação e resultados dos psicotestes de trânsito. O ISOP, Instituto
de Seleção e Orientação Profissional muito contribuiu para estes estudos e
publicações, que, sob a égide de Mira e Lopez, criador do PMK, onde foi criado
parâmetros de padronização e consolidou as pesquisas psicométricas validando a
padronização dos testes (CAMPOS, 1951).
O ramo da Psicologia do trânsito é muito recente, tem a avaliação psicológica
como a única vertente da sua área, quando seu papel é o de analisar o
comportamento daqueles que compõem o trânsito, a fim de evidenciar as causas e
consequências desses comportamentos, e trazer possíveis soluções.
O ISOP (Instituto de Seleção e Orientação Profissional) publicou uma
pesquisa sobre avaliação psicológica, realizada por (VIEIRA et al, 1953) que
apresentava o resultado de exames psicológicos e tabelas dos testes utilizados,
assim como responderam nesta publicação às críticas aos psicotécnicos, que tinham
custo elevado e muitas vezes eram “responsáveis” pelo afastamento de motoristas
considerados inaptos e tinham sua profissão interrompida, sem outra possibilidade
de trabalho, assim como tratou também de outras questões relacionadas como a
psicologia do trânsito.
Na década de 1960, com a regulamentação da profissão de psicólogo, houve
a criação do Conselho Federal e dos conselhos regionais (ANTUNES, 2001). Com
os grandes avanços alcançados, tanto na área da psicologia do trânsito como na
legislação específica, em 1968 os psicotestes foram regulamentados, e finalmente
em 1998, com o novo código de trânsito, os serviços do psicólogo de trânsito foram
inseridos nos DETRAN, e sua obrigatoriedade para obtenção da CNH trouxe o perfil
deste profissional, o psicólogo perito em trânsito (CONTRAN, 1998a).
A história no Brasil da psicologia do trânsito no Brasil é muito nova, em
relação aos outros ramos desta ciência, também há algumas versões sobre seu
local precursor, pois, segundo Silva, (2010), a história da psicologia do trânsito
inicia-se em 1913, na cidade de São Paulo, com o trabalho do engenheiro Roberto
Mange, na orientação e seleção de funcionários da estrada de ferro Sorocabana
serviço de avaliação psicológica na área de trânsito concebido pela primeira vez em
Minas Gerais, que organizou um Serviço de Psicologia para avaliação de
17
condutores. Este programa foi durante décadas a referência na avaliação de
condutores, e foi seguido pelos Serviços de Psicologia do Trânsito dos demais
estados brasileiros (HOFFMANN & CRUZ, 2003). O pioneirismo de Minas Gerais fez
com que ele estivesse à frente nos estudos e pesquisas na área, publicando além de
livros, um periódico, que foi o primeiro na Psicologia do Trânsito, a Revista do
Gabinete de Psicotécnica em trânsito, apesar disto, somente no ano de 1962, com a
criação da Psicologia do trânsito no Brasil, é que o CONTRAN estendeu o exame,
chamado de psicotécnico, para todos os candidatos interessados na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH). Durante os próximos cinquenta anos, os
profissionais da psicologia avaliaram os candidatos a motorista de todo o país,
seguindo os ditames legais dos órgãos de trânsito e as orientações dos seus
respectivos órgãos de classe, quando estes se manifestavam (ROZESTRATEN,
1988). Se resumia a isto a psicologia de trânsito, com algumas poucas variantes em
sua execução, até que veio o veto presidencial, quase chegando a eliminar esta
atividade. Através das ações da categoria e das orientações do DENATRAN, a
resolução 80 (1998) é apresentada, regulamentando também a avaliação
psicológica.
A avaliação psicológica se utiliza de instrumentos mensuráveis, os testes,
estes abrangem todo um aparato ético e psicológico na sua validação, preocupado
com uma melhor interação com o futuro condutor e sua atuação no trânsito.
2.2 O Trânsito em Teixeira de Freitas
A psicologia do trânsito é um ramo da psicologia que se ocupa dos
participantes do trânsito, rodoviário, como pedestres, motoristas, motociclistas,
ciclistas, etc. Ainda do ferroviário, aeroviário e marítimo e fluvial. Mas de modo geral
a psicologia se ocupa principalmente ao comportamento do trânsito rodoviário.
Observar os aspectos do comportamento no trânsito é uma necessidade que cabe
aos estudiosos das áreas sociais e cientifica, tendo em vista as condições de
transporte, deslocamento e circulação humana de um modo geral têm influenciado
significativamente a qualidade de vida e trabalho das pessoas.
O comportamento das pessoas no trânsito, associados aos acidentes, ou não
é fenômeno que precisa ser estudado com atenção, os aspectos a serem
investigados são tanto as causas dos acidentes, quanto os fatores humanos
18
envolvidos, até as atividades de intervenções realizadas com os condutores
acidentados, estressados, ou simplesmente mal-educados para a vida no trânsito. A
preocupação também com o atropelamento infantil e com a redução dos acidentes
por meio da participação dos psicólogos e de outros profissionais de áreas afins faz
com que se reflita o trânsito como um fenômeno eminentemente social,
necessitando buscar estratégias para ampliar o campo de intervenção no sentido de
evitar a violência nesse caos que toma conta das vias públicas, principalmente nos
horários de maior fluxo de veículos.
O trânsito no Brasil tem chamado a atenção de forma preocupante com
relação à falta de segurança, pois diariamente ocorrem acidentes, deixando pessoas
mortas ou feridas, evidenciando a violência no trânsito, já que o trânsito mata mais
que as doenças como câncer e cardiovasculares. Segundo o IPEA, morrem em
média 6,8 pessoas para cada 10 mil veículos, o que dá ao Brasil um assustador
quarto lugar no ranking mundial segundo o Ministério da saúde (2007).
Os números em Teixeira de Freitas ficam dentro da média nacional. A cidade
vem crescendo numa proporção assustadora e o número de carros está crescendo
junto com a população. E também o número de acidentes, que reflete a violência do
local. Alguns complicadores do trânsito são a falta de respeito entre pedestre e
condutores, o que só dificulta o processo de melhoria do transito. É preciso que os
motoristas sejam orientados de maneira correta, motociclistas e até pedestres, afinal
todos influenciam no desenvolvimento do trânsito, além do fato de que com o
desenvolvimento da cidade é preciso vias que suportem a quantidade de carros,
descomplicando a transição dos veículos. Sem uma política de educação e de obras
viárias, a tendência é um trânsito cada vez mais violento. Em nota publicada no site
de noticias local radar 64:
O trânsito em Teixeira de Freitas, no extremo Sul da Bahia, é considerado um dos mais perigosos da Bahia. A cidade ocupa o 3º lugar nos índices de acidentes na Bahia. Este ano a frota cresceu 12%, aumento considerado alto se comparado com outras cidades do estado. Passar pelas ruas da cidade exige cuidados.
Isto em 2007, com uma frota crescente, pode-se afirmar que os problemas
são proporcionais em seu crescimento.
Identificar os fatores que levam a esta violência no trânsito é inerente ao
entendimento das suas reações e imprescindível para se buscar soluções para o
19
problema. Segundo Vasconcelos (1998, p. 19):
Conhecer aspectos do comportamento humano no trânsito é uma necessidade social e cientifica, visto que cada vez mais as condições de transporte, deslocamento e circulação humana de um modo geral têm determinado significativamente a qualidade de vida e trabalho das pessoas na sociedade e de seu acesso real ao poder.
As avaliações realizadas, para o parecer psicológico, necessário para obter
autorização para dirigir (CHN) realizada por psicólogos peritos de trânsito mostram a
necessidade da discussão sobre essa temática. Há pesquisas em que se investiga
as competências sociais e técnicas desses profissionais, considerações sobre a
prática profissional, a percepção dos psicólogos sobre a atividade de avaliar os
condutores e a caracterização das técnicas e dos instrumentos psicológicos. Em
contrapartida, como ficam as reações de um condutor exposto à violência, ao caos e
deseducação reinante no trânsito em nossa cidade, onde o trânsito reflete a
violência, o desrespeito às leis e ao próximo, o egoísmo e a arrogância de muitos. É
um indicador fiel dos problemas sociais, da falta de valores morais e éticos pelos
quais passa a sociedade nos dias correntes.
O brasileiro, e bem localizado, o teixeirense, sempre encontra um jeitinho de
avançar o sinal, estacionar em local proibido, entrar pela contramão, trafegar em alta
velocidade, entre outros delitos comumente praticados no trânsito. Todas essas
práticas tidas como “normais” por quem comete aumentam consideravelmente as
lesões graves e/ou mortes por acidente de trânsito a cada ano. O que se ouve, em
noticiários locais e até mesmo no Jornal Nacional da Rede Globo nos últimos anos,
principalmente na ultima década, o número de acidentes fatais no trânsito subiu
quase 24%. A quantidade de acidentes com motos cresceu em torno de 750%. Os
acidentes causam mais mortes que a malária e a AIDS juntas. São números que
precisam retroceder, sob o risco de vivermos em constante pânico ao necessitarmos
de encarar as ruas, que pode transforma-se no maior problema de saúde pública
brasileiro, caso não se dê atenção às proporções que vem alcançando.
2.3 Educação, Inexperiência e Acidentes de Trânsito
Teixeira de Freitas é uma cidade que cresce descontroladamente, isso não
precisa nem de levantamento estatístico, basta sair às ruas diariamente. Mas o
20
IBGE coaduna esta informação, pois segundo informações do censo realizado em
2010, a população saiu de 85.547 habitantes em 1991 para 138.341 em 2010. É o
centro comercial e de serviços regional, além de universitário. Para cá convergem às
populações das cidades vizinhas, a fim de procurar serviços de saúde, fazer
compras, estudar, (inclusive nos centros de formação de condutores), usar serviços
públicos (DETRAN, SAC, DIRES e DIREC,) o batalhão de polícia militar regional é
sediado no município, entre outros. As universidades entre públicas e particulares,
presenciais ou não são muitas, além de escolas técnicas, estaduais, privadas e
federais.
A frota local vem aumentando, inúmeros são os fatores que levam a isto. As
políticas do governo, como redução de impostos (IPI), melhora no poder aquisitivo
da população, e até mesmo a ideia de que ter um veículo além de ser uma
necessidade de locomoção, já que com o crescimento da cidade, aumentam as
distâncias e o serviço de transporte público é da pior qualidade, perpassando por
problemas que vão desde o monopólio da empresa de ônibus até as altas tarifas
cobradas e a cobertura de bairros que muitas vezes não tem este transporte, como à
insegurança de horários que muitas vezes não são contemplados com linhas de
ônibus. Tudo isso cria uma rotatividade que aumenta o volume de veículos e
pessoas nas vias da cidade.
Um reflexo disso é o aumento da procura pelos serviços de autoescolas e clinicas
para obtenção de carteiras de habilitação.
A sociedade está preocupada com este problema, o número de acidentes
está intimamente relacionado com o aumento da frota nas ruas e isto é preocupante.
Algumas cidades já atingiram um número absurdo de veículos nas ruas, como é o
caso de Teixeira de Freitas. O problema é que muitas cidades não estão preparadas
para suportar esta superlotação, o que é o caso da cidade em questão. Este grande
número de veículos causa uma desenfreada corrida na formação de novos
condutores, o que pode acarretar um número maior de novos motoristas, sem muita
experiência, conduzindo veículos pelas ruas.
Atualmente há em Teixeira de Freitas quatro clínicas credenciadas ao
DETRAN que cumprem avaliação psicológica para primeira habilitação, renovação e
mudança de categoria e estima-se que diariamente são realizadas entre nove e dez
novas habilitações. Somando-se a este quadro de um número alto de condutores
ainda inexperientes, há falta de políticas de educação para o trânsito, já que apesar
21
do número de escolas e de matrículas na rede pública vir crescendo ano a ano, não
foi colocado em prática até o momento o projeto de educação para o trânsito já
idealizado. O resultado disto é a incidência alta de acidentes nas ruas da cidade,
quase que diariamente.
De acordo com Libâneo (2004, p.51) a escola necessária para os dias atuais
pode ser assim definida:
A escola necessária para os dias atuais é a que provê formação cultural e científica, que possibilita o contato dos alunos com a cultura provida pela ciência, pela técnica, pela linguagem, pela estética, pela ética. Especialmente, uma escola de qualidade é aquela que inclui uma escola contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagógica.
O fator educação é preponderante, quanto mais educado o povo, menor os
índices de violência e melhor a qualidade de vida, que se reflete em todas as ações
da população. Quer seja no trânsito, no envolvimento com o crime, com as
barbaridades que se vê. Enfim, na banalização da vida.
Pessoas morrem todos os anos, principalmente nos feriados prolongados. A pressa de chegar, a bebida alcoólica ingerida momentos antes de dirigir, a desatenção ao volante, os carros em péssimas condições de uso, estradas esburacadas, enfim, tudo leva a acidentes horríveis, muitas vezes, com crianças sendo vítimas de adultos irresponsáveis. E aí eu pergunto: o que falta? Educação no trânsito? Começar a ensinar sobre trânsito bem cedo (Silva, 2010)?
Outro dado assustador é que normalmente entre os veículos envolvidos nos
acidentes, pelos menos em cada dez, oito são motos. Isso reforça a ideia de que a
imprudência, aliada à inexperiência é a causadora da maior parte destes acidentes,
que dadas as circunstâncias da fragilidade do veículo e alta exposição do condutor,
normalmente são desastrosas as consequências, com óbito ou lesões graves para
os envolvidos.
2.4 A Avaliação Psicológica
A história da psicologia do trânsito no Brasil é muito nova, em relação aos
outros ramos desta ciência, também há algumas versões sobre seu local precursor,
pois, segundo Silva, (2010), a história da psicologia do trânsito inicia-se em 1913, na
cidade de São Paulo, com o trabalho do engenheiro Roberto Mange, na orientação e
22
seleção de funcionários da estrada de ferro Sorocabana, o serviço de avaliação
psicológica na área de trânsito concebido pela primeira vez em Minas Gerais, que
organizou um Serviço de Psicologia para avaliação de condutores. Este programa foi
durante décadas a referência na avaliação de condutores, e foi seguido pelos
Serviços de Psicologia do Trânsito dos demais estados brasileiros (Hoffmann &
Cruz, 2003).
O pioneirismo de Minas Gerais fez com que ele estivesse à frente nos
estudos e pesquisas na área, publicando além de livros, um periódico, que foi o
primeiro na Psicologia do Trânsito, a Revista do Gabinete de Psicotécnica em
trânsito, apesar disto, somente no ano de 1962, com a criação da Psicologia do
trânsito no Brasil, é que o CONTRAN estendeu o exame, chamado de psicotécnico,
para todos os candidatos interessados na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Durante os próximos cinquenta anos, os profissionais da psicologia avaliaram
os candidatos a motorista de todo o país, seguindo os ditames legais dos órgãos de
trânsito e as orientações dos seus respectivos órgãos de classe, quando estes se
manifestavam (ROZESTRATEN, 1988). Se resumia a isto a psicologia de trânsito,
com algumas poucas variantes em sua execução, até que veio o veto presidencial,
, quase chegando a eliminar esta atividade. Através das ações da categoria e das
orientações do DENATRAN, a resolução 80 (1998) é apresentada, regulamentando
também a avaliação psicológica.
Lamounier e Rueda (2005, p. 19, b) explicam que a Psicologia de Trânsito e a
Avaliação Psicológica são áreas afins, pois,
A avaliação consiste em um processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, realizado por meio de estratégias psicológicas como métodos, técnicas e instrumentos que permitem um conhecimento de capacidades cognitivas e sensório-motoras, componentes sociais, emocionais, afetivos, motivacionais, aptidões específicas e indicadores psicopatológicos.
A avaliação psicológica se utiliza de instrumentos mensuráveis, os testes,
estes abrangem todo um aparato ético e psicológico na sua validação, preocupado
com uma melhor interação com o futuro condutor e sua atuação no trânsito.
O exame conhecido por psicotécnico não é exclusividade do Detran ou da
vinculação com a necessidade de CNH é um exame muito utilizado em
organizações, o comercio, empresas e na indústria, e seu principal objetivo é de
23
selecionar pessoas com características desejáveis enquanto elimina indivíduos que
tenham falhas psicológicas, de personalidade ou caráter, para determinado perfil de
trabalho ou mesmo para condução de veículos. Desta forma,
Qualquer psicólogo que pretenda trabalhar com avaliações deverá ter em mente as dimensões técnicas, relacionais, éticas, legais, profissionais e sociais diretamente implicadas em seu trabalho. Se todas estas percepções caminham juntas e se inter-relacionam, é provável que possamos perceber a infinitude de cuidados e preocupações que devemos ter como profissionais que buscam, principalmente e acima de tudo, o respeito e a “construção” daquele que nos procura para se submeter a um processo de Avaliação Psicológica (MACHADO, 2007, p. 56).
O ramo da Psicologia do trânsito é muito recente, tem a avaliação psicológica
como a única vertente da sua área, quando seu papel é o de analisar o
comportamento daqueles que compõem o trânsito, a fim de evidenciar as causas e
consequências desses comportamentos, e trazer possíveis soluções.
Os testes psicológicos aplicados para obtenção, renovação e troca de
categoria tem o objetivo de avaliar o perfil dos condutores e dos futuros condutores
para situações de pressão psicológica, de stress, de atenção e de tomadas de
medidas.
2.5 O Teste AC na Clínica de Trânsito para Candidatos a 1ºCNH
Para se compreender a necessidade da aplicação do teste AC para obtenção
da CNH é preciso antes de tudo esclarecer alguns conceitos, em primeiro lugar,
qual o papel da Psicologia no trânsito e sua importância. Que pode ser definida, de
acordo com Rozestraten (2008):
Como a área que estuda os comportamentos humanos no trânsito e os fatores e processos externos e internos, conscientes e inconscientes que os provocam ou os alteram.
Ou em resumo, é a ciência que se ocupa do comportamento humano ao se
inserir no trânsito e as causas referidas a ele através de um padrão válido. Outro
conceito ser esclarecido é o de teste e sua finalidade. Teste, de acordo com o
Wikidicionario, é o ato de verificar se algo está funcionando; ficha para verificação de
conhecimentos. E a finalidade do teste AC está diretamente associada ao segundo
24
conceito, de medir conhecimentos ou diferenças existentes entre indivíduos no
trânsito e o registro destes testes para se mensurar a capacidade de se envolver em
situações no trânsito e em outras que envolvem outros indivíduos e deve gerar uma
resposta de atenção durante um tempo/situação.
O teste AC Vetor é um dos mais utilizados testes de atenção concentrada.
Pode ser usado ocorrem-nos mais variados laudos, como psicodiagnósticos, seleção
de pessoal, obtenção de CNH, etc.
A atenção concentrada define-se como faculdade de focar-se numa fonte
informação, que pode ser um estímulo do meio ambiente ou de variados interesses
do mundo exterior ou interior, dentre todas as que estão disponíveis em um
determinado momento e conseguir fixar sua atenção (manter o foco) para este
determinado estímulo ou tarefa a ser realizada no decorrer de um certo tempo.
Assim, em qualquer tarefa a ser realizada, atividade a ser desenvolvida, ocupação
em que esteja envolvido é necessário que o indivíduo focalize sua atenção
concentrada por um maior intervalo de tempo, para favoreça sua aprendizagem, ou
enriqueça sua atividade dando uma qualidade ao que desenvolve. Desta forma,
compreendesse a importância da avaliação da atenção concentrada, que é
estritamente necessária e intrinsecamente relacionado com o ato de condução de
veículo no trânsito, pois é possível afirmar que a atenção está muito relacionada
com a qualidade com que as pessoas se colocam nas ruas e a situações de perigo
em que venha a se envolver e expor a outros.
A finalidade do teste A, conforme Cambraia, (2004) é identificar informações
sobre a capacidade de atenção concentrada de um individuo, ou seja, observar a
capacidade que este tem de selecionar um estímulo diante de muitos outros e
conseguir voltar-se à manutenção da sua atenção para aquele estímulo selecionado
pelo maior intervalo de tempo de modo a conseguir qualidade na tarefa realizada e
rendimento. O tempo determinado para aplicação do teste é de 5 minutos.
Caso este indivíduo não consiga manter-se concentrado, certamente estará
propenso a não conseguir ter sua atenção no trânsito, já que nestas situações
muitas são as variantes que podem tirar-lhe a atenção.
O trânsito exige uma concentração em diversos fatos concomitantemente,
quer seja no veículo que se conduz, nos outros veículos, nos pedestres, e nos
outros aspectos, como sinalização, objetos que possam estar no trajeto, etc. Quando
o condutor tem sua concentração desviada, os acidentes podem ocorrer. E ao se
25
falar na atenção durante o tempo em que se está dirigindo, segundo pesquisas de
Crundall e Underwood (1998) há diferenças entre motoristas novatos e experientes
no que tange à atenção visual, pois os motoristas mais experimentados ao serem
expostos a níveis de pistas diferenciados selecionam as estratégias visuais de
acordo com a complexidade da rodovia, enquanto os novos são mais inflexíveis
diante das necessidades de mudança.
Dessa forma, a aplicação do teste AC é sumamente importante para se
mensurar a capacidade de concentração de um individuo que postula uma CNH e
até mesmo para mantê-la, levando em consideração que ele irá não só por sua
própria vida, mas a de todos os que circundam o ambiente do trânsito em risco, se
não estiver apto a concentrar-se numa situação de muitas variantes em que atentar.
Cuidar que tenha capacidade de observar e escolher a atitude mais adequada irá
evitar um trânsito mais perigoso e caótico.
2.6 Psicodiagnóstico Miocinético - PMK e a sua relação com a CNH
O teste PMK é uma avaliação gráfica que tem por objetivo observar algumas
características de personalidade, tais como a emoção, a tensão, a agressividade, a
vitalidade, adaptabilidade, relacionamento interpessoal e intrapessoal e
impulsividade. Favorece a análise de aspectos da personalidade por meio de
estudo.
"fórmula atitudinal mediante a análise das tensões musculares involuntárias, que revelam as tendências fundamentais de reação, constituídas por suas peculiaridades temperamentais e caracterológicas" (Mira, 2004, p.22).
O PMK permite a realização de uma avaliação tanto quantitativa quanto
qualitativa, do ponto de vista racional, estrutural e reacional. A pode ser aplicado a
uma gama variada de indivíduos e seus resultados não dependem dos aspectos de
nível social, cultural ou econômico, além de que, não há interferência do aspecto
verbal e pode ser utilizado para qualquer faixa etária, e pode-se repetir o teste
quantas vezes forem necessárias, pois não há aprendizagem nem percepção de
erros ou acertos.
Dentre as avaliações psicológicas para obtenção da Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) o Miocinético (PMK) é o teste mais utilizado no nosso país. E
26
especificamente no trânsito, uma das características que favorece sua utilização é o
uso das máscaras para medição. Seu objetivo é facilitar a obtenção dos dados
mensuráveis e verificar sua posição dentro de cada escala de tetronagem
correspondente (Mira, 1995). Existe para as máscaras um manual de utilização com
tabelas de normatização, inclusive para a população de motoristas (Mira, 2004).
Ressalta-se que a avaliação qualitativa não pode ser obtida por meio delas, mas a
partir da observação do indivíduo avaliado, visto que seja um aspecto de extrema
importância na hora de realizar a avaliação dos resultados do teste.
Neste contexto, o que se conclui é que o PMK pode mensurar, quando
analisado por um Psicólogo perito examinador, a capacidade de reação e as atitudes
decorrentes diante de determinadas situações no trânsito, a que estão expostos
todos os sujeitos envolvidos, que podem ser estressantes, mas que exigem reações
de tranquilidade e equilíbrio emocional. Assim, o individuo postulante à CNH precisa
ser emocionalmente equilibrado e manter a razão diante do caos e se educar para
as diversas ações simultâneas que o trânsito exige.
2.7 Avaliação da Personalidade Utilizando o Palográfico
Segundo Van Kolck (1984) o Palográfico é um teste que tem por objetivo a
avaliação da personalidade. Seu uso é muito difundido nas empresas e na avaliação
para obtenção da CNH por ser simples e rápido na sua aplicação e resposta. O teste
avalia a produtividade do individuo, o ritmo de trabalho, organização e adaptação ao
ambiente, firmeza e segurança nas atitudes, vitalidade, capacidade de resposta,
adaptação a normas e deveres sociais, faculdade de estabelecer metas e de cumpri-
las, capacidade de relacionamento interpessoal, humor, concentração, e muito outro
traço da personalidade de uma pessoa, (ALVES, ESTEVES 2004).
É um teste de personalidade que trabalha a coordenação motora. Segundo
Van Kolck (1984, p.2),
Ao desenhar estão presentes e juntas a adaptação, a expressão e a projeção e, “mais do que qualquer produção pessoal deve ser analisado cuidadosamente”.
Estes testes passam por um processo de validação intenso onde as respostas
são apresentadas e apreciadas de forma sistemática até que elas formem um
27
padrão, os testes projetivos, mesmo que não possuam exatamente uma resposta
correta, passam por processo de validação, porém devido a enorme diversidade de
respostas, sua normatização é mais complexa, até porque aspectos culturais
também influenciam em seus resultados, dando margem à interpretação pelo
profissional, a partir do objetivo a que se propõe.
Os critérios para sua interpretação devem ser segundo os seguintes fatores:
velocidade, firmeza, organização, coordenação motora e atenção, isto avaliará
alguns aspectos da personalidade do indivíduo. E em se falando de personalidade e
coordenação motora, quando o candidato à CNH apresenta baixo nível intelectivo,
cultural e também social, por exemplo, e precisará ter um grau razoável mínimo, pois
estará envolvido no trânsito, e sabemos que o trânsito é composto por vários tipos
de indivíduos faz-se necessário uma reapropriação destes aspectos, assim,
analisando por este lado entendemos que vamos encontrar aspectos, de certa
forma, importantes, que contribuem para reprovação de candidatos a CNH.
Em situações como e esta, de reprovação, deve-se ter critério e analisar
cuidadosamente, e o profissional deve seguir à risca o Manual para Avaliação
Psicológica de Candidatos à Carteira Nacional de Habilitação e Condutores de
Veículos (CFP, 2009b), assim como a resolução do Conselho Nacional de Trânsito –
CONTRAN (2008), que dispõe sobre a avaliação psicológica de condutores, para
sentir-se amparado legalmente ao emitir o laudo de reprovação.
2.7.1 O Teste Palográfico como Diagnóstico
O Teste Palográfico tem como objetivo realizar avaliações nas seguintes
áreas comportamentais: potencial energético, comportamento ergológico,
comportamento afetivo, comportamento emotivo, tipo bio-rítmico-laboral, grau de
eficácia na atuação ergológica, atuação relacional eu-mundo, tipos psicológicos,
comportamento cognitivo, diagnóstico psicopatológico, análise da inteligência.
2.7.2 Contra perfil do candidato ou condutor segundo teste Palográfico
O Teste Palográfico na Avaliação da Personalidade. Editora Vetor, 2004, tem
como características indicativas de risco de acidentes (contra perfil):
28
1. Uma produtividade menor do que o grupo sem acidentes em todos os
intervalos de tempo e na produtividade total, sendo que a diferença entre os
dois grupos foram significantes em todas as comparações exceto no intervalo
4.
2. NOR: o Nor do grupo com acidentes é cerca de 3 vezes maior do que o grupo
de controle, mostrando que a irregularidade no ritmo de trabalho é acentuada
e de acordo com a interpretação proposta por Vels (1982) pode ser um
sintoma de instabilidade e de emotividade descontrolada. Em relação a
acidentes com vítimas não foram encontradas diferenças significantes. Tal
resultado provavelmente se deve às diferenças de escolaridade entre os dois
grupos, pois o grupo de motorista com vítimas tem maiores números de
pessoas com escolaridade média.
3. Tamanho dos palos: tiveram resultados mais altos na média de palos maiores
os motoristas com acidentes.
4. Margem superior: deixaram uma margem maior os motoristas com acidentes
do que os sem acidente.
5. Tendência de fazer linhas ascendentes: motoristas com acidentes tiveram-na,
o que pode indicar uma maior disposição de ânimo entre os acidentados.
6. Média das distâncias entre palos: uma média maior, inclusive as médias dos
tamanhos dos palos e margem superior o que pode indicar maior extroversão,
falta de prudência, respostas impulsivas aos estímulos e excitabilidade. Outra
variável em que o resultado difere é a em que os motoristas com vítimas
tiveram uma média maior, foram maiores para os grupos com acidentes
quanto comparados com o grupo sem acidentes.
7. A inclinação dos palos > menor inclinação, ou seja, na inclinação para a
esquerda e inclinação para a direita: diferença significante apenas para o
tempo 1, indicando uma tendência inicial a maior. A inclinação dos palos
foram encontradas diferenças significantes nos dados referentes entre os dois
grupos, em todos os tempos, exceto no tempo 2, sendo que os motoristas
sem acidentes mostraram uma inclinação menor em relação aos com
acidentes. Em relação a maior inclinação, foi obtida diferença significante
apenas para o tempo 1, indicando uma tendência inicial maior inclinação para
a direita do grupo sem acidentes, o que não acontece nos outros intervalos de
tempo.
29
8. Porcentagem de ganchos em relação ao total de palos por intervalo de tempo
e para o total, todas as diferenças foram significantes ao nível de 0,01,
indicando uma maior agressividade no grupo de motoristas com acidentes e
no grupo de motoristas com vítimas, em relação ao grupo sem acidentes. A
porcentagem maior ocorreu em relação aos ganchos na parte superior direita
do palo, o que indica heteroagressividade física.
9. Emotividade: não foram constatadas diferenças significantes entre os
motoristas com vítimas e os sem vítimas e os sem acidentes para
emotividade, confirmando resultado que foi observado no grupo com
acidentes.
10. Impulsividade: mas foi verificada diferença relativa à impulsividade em que os
motoristas com vítimas tiveram resultados mais altos.
30
3 MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Ética
A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais
conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº
93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas
regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos:
A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme apregoa
a Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificar-se ao
responder o questionário. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados a respeito dos psicotestes para avaliar
a importância do mesmo para orientar da melhor maneira a população de Teixeira
de Freitas a ter mais responsabilidade e seguir de forma consciente as regras do
trânsito.
3.2 Tipo de Pesquisa
O trabalho foi realizado com uma pesquisa de campo, coleta de dados
(questionário em anexo), e levantamento bibliográfico que fomentará dados
qualitativos por meio da revisão bibliográfica.
3.3 Universo
O presente estudo abrangeu a população da cidade de Teixeira de Freitas -
Bahia. Para tal, foi utilizada uma sala da Clínica de Trânsito, a fim de realizar a
aplicação do teste utilizado e proporcionar um ambiente tranquilo e neutro, no qual
foram colhidos os dados do questionário, com dias e horários previamente
agendados. Foram entrevistadas vinte pessoas que estavam tirando a primeira ou
renovando a habilitação.
3.4 Sujeitos da Amostra
A amostra por conveniência tendo como sujeitos alunos da clínica de trânsito,
31
em Teixeira de Freitas.
3.5 Instrumentos de Coleta de Dados
Construiu-se um questionário estruturado, com perguntas objetivas e
possibilidades de repostas abertas. Composto por cinco perguntas, sobre a utilidade
dos psicotestes, das campanhas educativas e dos aspectos da organização que
mais prejudicam o trânsito, bem como dos índices de violência e sua influência na
violência do trânsito local.
3.6 Plano para Coleta dos Dados
Foi elaborado um questionário que foi entregue pessoalmente aos alunos que
concordaram em responder e participar da pesquisa.
3.7 Plano para a Análise dos Dados
Os dados foram tratados e analisados com auxílio de um software de planilha
eletrônica para o tratamento estatístico. Quanto a parte qualitativa recorreu se a
análise de conteúdo enquanto técnica para dar sentido as falas dos sujeitos
entrevistados.
32
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Gráfico 1 mostra os resultados das respostas dos entrevistados para a
primeira pergunta do questionário. A pergunta refere-se a importância dos testes
psicológicos no intuito de identificar o comportamento dos condutores, assim como,
ajudar a desenvolver um trabalho com os condutores que apresentam distúrbios
comportamentais. Os resultados apontam que 65% dos entrevistados estão cientes
da importância dos psicotestes, enquanto 15% disseram não saber. Os 20%
restantes não souberam ou se recusaram a responder.
Gráfico 1 – Resposta dos entrevistados a pergunta “Sabes para que servem os psicotestes?”
Fonte: Dados da Pesquisa. Teixeira de Freitas – BA. 2013.
Apesar da grande maioria dos condutores saber a serventia dos psicotestes,
existe ainda uma grande percentagem que desconhece essa ferramenta de grande,
que é de expressivo valor para a melhoria do trânsito e consequentemente para a
melhoria da qualidade de vida da população.
De acordo com Lamounier e Rueda (2005) o objetivo da avaliação psicológica
no contexto do trânsito é de realizar um trabalho preventivo, sendo possível diminuir
a possibilidade do condutor se expor as situações de risco de acidentes.
33
Os resultados supracitados mostram a necessidade de campanhas que
promovam a disseminação da importância dos psicotestes na Cidade de Teixeira de
Freitas.
A segunda pergunta questiona os entrevistados sobre a contribuição dos
psicotestes para a melhoria da atuação dos condutores. O Gráfico 2 mostra os
resultados das respostas dos entrevistados, apontando que 95% dos entrevistados
acham que os psicotestes podem melhorar a atuação do condutor e apenas 5%
acham que não.
Gráfico 2 – Resposta dos entrevistados a pergunta “Os psicotestes contribuem para melhorar
a atuação do condutor?”
Fonte: Dados da Pesquisa. Teixeira de Freitas – BA. 2013.
Segundo Machado (1996 apud Damian, 2008) existem pessoas que não
devem dirigir e outras que por possuírem a habilidade e as condições necessárias
para o papel de condutor estão aptas. Através dessa afirmação podemos notar a
importância da avaliação psicológica e o quanto ela pode contribuir para a melhoria
do trânsito.
No que diz respeito a educação para o trânsito, foi elaborada uma questão no
intuito de saber como a cidade de Teixeira de Freitas está educando sua população
para melhorar o trânsito local. O resultado foi lamentável, 40% dos entrevistados
responderam desconhecer se as campanhas existem, ou seja, se estão
acontecendo esses não tem conhecimento. 15% dos entrevistados afirmam que as
campanhas não existem e 45% deles afirmam existirem campanhas na Cidade,
34
conforme Gráfico 3.
Gráfico 3 – Resposta dos entrevistados a pergunta “Há campanhas de educação para o
trânsito em Teixeira de Freitas?”
Fonte: Dados da Pesquisa. Teixeira de Freitas – BA. 2013.
O resultado da pesquisa mostra a ineficácia das campanhas de trânsito em
Teixeira de Freitas ou até a restrição a algumas partes da população. As campanhas
devem ser bem divulgadas, de preferência em meios de comunicação de massa, e
não apenas em cartazes, como na maioria das vezes acontece. Também devem ser
contínuas e que tratem de diversos pontos, principalmente os que têm maior impacto
na incidência de acidentes de trânsito na região.
Diversos autores enfatizam que a educação para o trânsito é fundamental
para a conscientização dos elementos que os integram, a fim de que haja uma
redução da violência e consequentemente nas perdas de vidas.
O Gráfico 4 mostra as respostas dos condutores a uma pergunta bastante
discursiva e interessante. Essa pergunta refere-se a violência no trânsito e sua
relação com a violência urbana. 70% dos entrevistados afirmaram que o índice de
violência urbana influencia na violência do trânsito, enquanto 15% afirmaram que
não. Os demais entrevistados não souberam responder.
35 Gráfico 4 – Resposta dos entrevistados a pergunta “A violência no trânsito local influencia os
índices de violência urbana?”
Fonte: Dados da Pesquisa. Teixeira de Freitas – BA. 2013.
Evidentemente que a violência no trânsito influencia nos índices de violência
urbana, uma vez que, os acidentes de trânsito ocupam o primeiro lugar em causas
de mortes externas no país desde a década de 1980, ultrapassando os homicídios
(KOBAYASHI E CARVALHO, 2011).
Entre os elementos que os entrevistados apontaram como os maiores
desencadeadores de acidentes de trânsito, estão a imprudência dos motoristas e as
péssimas condições das vias locais. O Gráfico 5 mostra a opinião dos entrevistados
quanto aos aspectos organizacionais do trânsito local. 57% dos entrevistados
afirmaram que a impunidade aos infratores é o principal fator para a ocorrência do
número crescente de violência no trânsito. 24% dos entrevistados dizem que a falta
de educação é um ponto chave para a violência no trânsito, enquanto que 19%
afirma que a estrutura das vias é o maior vilão do trânsito local.
36 Gráfico 5 – Resposta dos entrevistados a pergunta “Qual o aspecto da organização pode ser
considerado maior vilão do trânsito local?”
Fonte: Dados da Pesquisa. Teixeira de Freitas – BA. 2013.
37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Brasil ocupa no ranking mundial o quarto lugar em se tratando de
fatalidades no trânsito, nada honrosa essa posição, visto que se estivéssemos
buscando os dados de educação veríamos um número inversamente proporcional,
os números são alarmantes. Segundo o artigo publicado no site atualidades do
direito, entre os anos de 1980 a 2010 houve um crescimento de 115% no número de
óbitos e nos últimos dez anos as mortes no trânsito cresceram 47,8%.
Em outros lugares, por exemplo, a União Européia, as taxas são
decrescentes. Lá eles levam adiante um “plano de prevenção de acidentes e mortes
no trânsito, que trafega pela Educação, Engenharia” (Gomes, 2012).
Outra situação é o desrespeito às leis e a insistência na combinação de álcool
e volante entre outros sinais de irresponsabilidade e desobediência às regras. Com
Lei Seca em 2008 houve uma leve redução nos óbitos em 2009. Mas o
afrouxamento na fiscalização e nas campanhas de conscientização em 2010,
aconteceu um salto nos números, que ficou nos 13,9% no crescimento de mortes no
trânsito, isso, sem falar nos acidentes em que a vítima não morre o local, e que não
são computados, ou nas lesões irreversíveis.
Em Teixeira de Freitas, os números não fogem à regra, infelizmente. Os
condutores, segundo a pesquisa, contam com a certeza da impunidade, já que 57%
dos entrevistados acreditam ser esse o motivo maior da violência no trânsito. Mas
não podemos esquecer que o projeto de educação para o trânsito que deveria ser
levado às escolas está engavetado em algum setor público. A falta desse projeto é
respondida com uma lacuna, pois a maioria das pessoas só passa a ser alvo da
educação no trânsito quando alcança a idade e busca sua habilitação. E muitas
vezes faltam às crianças uma iniciação, que quase sempre ela levaria para a vida
adulta, além de quê essas crianças cobra dos pais uma postura educada nas vias
públicas, quando elas já a tem, essa noção contribui efetivamente.
Outro agravante se apresenta na falta de estrutura das vias da cidade, que
são mal organizadas, esburacas e normalmente não comporta o fluxo,
principalmente nos horários de pico (início e fim de horário comercial, e de entrada e
saída de estudantes).
38
Mas a maior parte dos usuários do trânsito de Teixeira de Freitas, sofre com
os problemas sociais, tais quais, divisão de renda injusta, falta de qualificação da
mão de obra, que gera desemprego, altos índices de analfabetismo,
semianalfabetíssimo e analfabetismo estrutural, que reflete a violência a que estão
expostos, como homicídios, roubos e furtos, normalmente associados ao tráfico de
entorpecentes.
Todos esses fatores são as parcelas de uma adição macabra, à qual projetos
de educação amplos, que inicie uma conscientização de vida, inclusive que aborde a
educação para o trânsito, que devem receber uma colaboração eficaz dos
profissionais relacionados com a autorização para portar a CNH, podem diminuir
esses números e a quantidade de famílias enlutadas pelos acidentes, que matam
mais do que o câncer, a AIDS e os problemas cardíacos.
39
REFERÊNCIAS
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5(4), 41-50.
41
APÊNDICE
Instrumento de Pesquisa Utilizado na Coleta de Dados (questionário)
1) Você tem conhecimento de para que servem os psicotestes e o que eles realmente
avaliam?
Sim ( ) não ( ) não sei responder ( )
2) No caso de psicoteste para aquisição da Carteira de Habilitação, os testes avaliam
atenção, características de personalidade e raciocínio lógico. Na personalidade é
verificado caracteristicas de humor,ansiedade, depressão, agressividade,
relacionamento interpessoal aceitação de regras e normas,dentre outros.
A contribuição pode melhorar a atuação do condutor
Sim ( ) não ( ) não sei responder ( )
3 Há campanhas educativas em Teixeira de Freitas ?
Sim ( ) não ( ) não sei responder ( )
4 O índice de violência urbana influencia na violência do trânsito da cidade?
Sim ( ) não ( ) não sei responder ( )
5 qual o aspecto da organização pode ser considerado maior vilão do trânsito local?
Falta de estrutura das vias( ) educação dos condutores( ) impunidade aos infratores ( )