Título: A HISTERIA E A PRÉ-HISTÓRIA DA PSICANÁLISE: O INTERESSE DE

FREUD PELA HISTÓRIA E O PERCURSO INICIAL DE SUA TEORIA

Autora: Viviane Chiareli

Orientador: Prof. Dr. Richard Theisen Simanke

Resumo:

A proposta inicial deste trabalho foi delimitar como objeto de estudo a histeria,

percorrendo todo o trajeto freudiano de evolução de idéias acerca do assunto, desde o seu

primeiro contato e interesse inicial por essa neurose, até a elaboração da sua própria teoria.

A pergunta inicial era: como Freud chegou à conclusão de sua teoria de defesa para

explicar a etiologia da histeria, o que mais tarde acabou gerando a teoria geral das neuroses

e possibilitou o surgimento da psicanálise?

A grande importância do estudo da histeria é a possibilidade de se entender a pré-

história da psicanálise, ou seja, de entender como surgiram e como Freud usou pelas

primeiras vezes alguns dos seus conceitos mais fundamentais como o recalque (ou defesa),

a resistência, o trauma sexual infantil e a conversão, pois foi justamente a histeria que

suscitou nele a iniciativa de estudo de questões menos orgânicas e mais psicológicas, que o

levaram a desenvolver a psicanálise.

Este trabalho procura, através de uma abordagem histórica, percorrer o mesmo

caminho que Freud percorreu até a co nclusão de seu trabalho sobre o assunto, que foi

propor uma etiologia para a histeria: trata desde as primeiras abordagens da histeria por

Freud, em que ele se baseava muito nas concepções charcotianas, que levavam em conta o

caráter disposicional ou hered itário dos indivíduos para o desenvolvimento dessa neurose;

até a sua mudança de postura, e conseqüente mudança na abordagem do assunto, que

levava em conta aspectos de natureza psíquica para os fenômenos histéricos. Essa mudança

de postura fica evidente com a explicitação da teoria de defesa e, um pouco mais tarde, a

sua complementação com a teoria de sedução, ambas contidas neste trabalho.

Com a explicitação da teoria de sedução, a proposta inicial deste trabalho se

cumpre, pois pode-se dizer que ela justamente indica o fim de um período: a partir dele, a

etiologia da histeria ganha nova “luz” através do ponto de vista freudiano.