TEORIA DO SUBDESENVOLVIMENTO
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TEORIA DO SUBDESENVOLVIMENTO E UMA ANÁLISE
SOBRE O ESTADO NOVO (1937-1945) Itamá Winicius do Nascimento Silva*
Marco Aurelio Silva Neves**
THE UNDERDEVELOPMENT THEORY AND AN ESTADO NOVO’S (1937- 1945) ANALYSIS
Resumo Este artigo busca refletir sobre as contribuições de Celso Furtado na explicação da dependência política em América Latina, focando no Governo de Getúlio Vargas. Em específico, o foco é na conjuntura política brasileira do pós-guerra. A Teoria do Subdesenvolvimento ajuda a pensar essa dependência política. Estudando a relação centro/periferia é que desnudamos o estado de subdesenvolvimento, central para avaliarmos no que consiste a desestabilização política na região latino-americana. Os países centrais dependem de uma cultura da dependência, justificada seja pelo Sistema Político ou por uma Indústria Cultural que age estrategicamente nos países de economia subdesenvolvida. Essa cultura da dependência abarca: as formas de produção; apropriação e utilização do excedente; estruturas de poder; as relações sociais e a sociabilidade num sentido amplo. Analisaremos a aplicação da Teoria do Subdesenvolvimento na realidade política e social do Brasil, especificamente, o período que corresponde ao Estado Novo. Subdesenvolvimento. Dependência. América Latina. Estado Novo. Brasil.
Abstract This article aims to discuss Celso Furtado’s contributions on the explanation about politic dependency in Latin America, focusing on the Getúlio Vargas government. More specifically, the focus is on the post-war Brazilian politic juncture. The Underdevelopment Theory helps us to understand this politic dependency. Studying the center/periphery relation is how we undress the underdevelopment condition, central to evaluate in what consists the politic destabilization at the Latin-American region. The central countries depend on a “dependency culture”, justified by the political system or by a cultural industry that acts strategically at the economically underdeveloped countries. This dependency culture embraces: the forms of production; the appropriation and utilization of the surplus; structures of power; the social relations and sociability on a wide-ranged meaning. We will analyze the application of the Underdevelopment Theory on the social and political reality of Brazil, focusing on the Estado Novo’s period. Underdevelopment. Dependency. Latin America. New state. Brazil.
*Estudante de Graduando em Ciências Sociais/Licenciatura (UFPE) - Área de Pesquisa: Sociologia do Futebol e Teoria Social Brasileira - Projetos Envolvidos: membro do Programa de Educação Tutorial (PET). Email: [email protected] ** Estudante de Graduando em Ciências Sociais/Licenciatura (UFPE) - Área de Pesquisa: Relações Raciais. Email: [email protected]
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INTRODUÇÃO
O presente estudo busca refletir sobre as contribuições do economista Celso
Furtado, teórico com grande produção na Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe (CEPAL), e sua Teoria do Subdesenvolvimento, no entendimento da dependência
política latino-americana. Desde a colonização do território americano através das
Grandes Navegações até a Operação Condor vemos claramente uma dependência
política dos povos latino-americanos que, apesar dos variados contextos históricos,
sempre estão a obedecer aos interesses dos países centrais. Seja Espanha ou Portugal
no Século XVI, Inglaterra no Século XIX ou EUA no Século XX. A oposição
colonizador/colonizado, metrópole/colônia ou centro/periferia persegue a região e suas
variadas nações que foram constituindo-se durante os processos históricos.
Analisaremos as interferências estrangeiras na conjuntura política brasileira,
especificamente a desestabilização que resultou no fim do Estado Novo. A priori, será
feita uma análise sobre o que chamamos por “método furtadiano”. Num segundo
momento, será destacado os avanços praticados pelo primeiro Governo Vargas. Desse
resgate das ações políticas antes do Estado Novo, veremos como muitas já contrariavam
interesses externos. Por fim, o enfoque vai para as nas ações do Estado Novo e suas
interferências à ação do capital estrangeiro no país. A política econômica nacionalista do
Estado Novo, legitimada pela Constituição de 1937, terá grande destaque nessa parte do
texto.
Método Furtadiano
O método furtadiano, tendo a Teoria do Subdesenvolvimento como resultado,
ajuda a pensar essa dependência política a partir de uma análise macroeconômica.
Basicamente, a organização política na América Latina mantém uma divisão internacional
do trabalho onde as nações desenvolvidas exportam suas manufaturas enquanto as
subdesenvolvidas exportam matérias-primas. O enfoque analítico desse método está
centrado em três eixos teóricos:
1) estrutural, ou seja, parte da economia mundial; 2) dualista, focando na relação
desigual entre centro/periferia e suas consequências; 3) histórico, a partir do momento em
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que contextualiza as causas do subdesenvolvimento econômico e consequente
dependência política. Estudando a dependência entre centro/periferia, partindo do global
para o particular, é que Furtado vai trazer uma visão histórica que desnuda o estado de
subdesenvolvimento em que os países da América Latina estão mergulhados. Assim, o
subdesenvolvimento é conceituado como produto direto do desenvolvimento, então ditado
historicamente pelo capitalismo europeu, norte-americano e mais tarde japonês.
O subdesenvolvimento, para Celso Furtado, é uma etapa histórica do capitalismo.
Esse sistema econômico, político e social apresentou três fases: 1) desenvolvimento
industrial na Europa Ocidental; 2) desenvolvimento industrial em países semelhantes aos
europeus como os EUA, Austrália, Canadá e Japão; 3) formação de uma economia
dependente em dadas regiões do globo como a América Latina. Na primeira fase, o
“desenvolvimento econômico se caracterizou por um aumento substancial da participação
da indústria de bens de capital no total da produção industrial.” (BIELSCHOWSKY, 2000,
p. 248). Nesse primeiro estágio, o desenvolvimento capitalista concentrava-se no
continente europeu. Na segunda fase, a “economia industrial européia consistiu num
deslocamento para além de suas fronteiras.” (BIELSCHOWSKY, 2000, p.252). Ou seja,
há uma expansão do capital para outras regiões do globo como o Canadá, a Austrália e
os EUA. Nesses locais, graças ao deslocamento migratório que levou técnicas e hábitos
do Velho Continente, o capitalismo nada mais foi que “simples prolongamento da
economia industrial européia.” (BIELSCHOWSKY, 2000, p. 252). Por fim, a terceira etapa
que ocorreu em “regiões já ocupadas, algumas delas densamente povoadas, com seus
sistemas econômicos seculares, de variados tipos, mas todos de natureza pré-
capitalista.” (BIELSCHOWSKY, 2000, p. 253). Nessas economias subdesenvolvidas o
dilema é conviver dialeticamente entre o atraso e o moderno. O pequeno avanço industrial
nessas economias a partir da Primeira Guerra Mundial está combinado com
características ainda do período colonial como o latifúndio, por exemplo. Dessa
ambiguidade atrasado/moderno que surge também a inflação estrutural, então comum
nos países subdesenvolvidos. Pois,
“Em primeiro lugar, a contínua deterioração dos preços de intercâmbio entre as economias centrais e as economias latino-americanas obriga estas a aumentarem constantemente a produção em volume físico, para compensar a queda dos preços internacionais das mercadorias que exportam; em segundo
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lugar, a inelasticidade da oferta agrícola de alimentos produzidos pelo “atrasado” – uma conclusão fundada num aspecto peculiar à economia chilena, o qual ocorre conjunturalmente em alguns outros países latino- americanos -, eleva os preços e instaura uma corrida entre preços e salários no setor “moderno” (FURTADO, 1983, p. 9).
Em suma, o setor exportador visto como “moderno” não dialoga com a economia
de subsistência tida como setor “atrasado”. Pelo contrário, o “atrasado” é apenas um
empecilho ao crescimento do “moderno”. Esse último não cria mercado interno e seu
objetivo é puramente se mostrar “especializado na produção de algumas poucas
mercadorias primárias que podem ser o café, a carne ou o trigo” (FURTADO, 1983, p. 8).
Tudo isso de acordo com os preços internacionais das mercadorias que exportam. Caso o
“atrasado”, que se mostra “representado pela larga produção agrícola de subsistência”
(FURTADO, 1983, p. 8) aumente, o preço de seus produtos contribui consequentemente
para a elevação do salário do “moderno”. Esse processo acarreta em redução das taxas
de lucro desse último. Tendo em vista que a base econômica dos países
subdesenvolvidos é de cunho agroexportador, vemos claramente o conflito entre grandes
e pequenos proprietários. No caso brasileiro, por exemplo, o latifúndio como estrutura
fundiária dominante está em conflito com a agricultura familiar. Enquanto a primeira tem
foco na exportação, a segunda mantém sob fortes dificuldades o mercado interno
brasileiro. Tendo em vista todo esse cenário econômico, Furtado traz caminhos de
superação desse subdesenvolvimento. Entre suas propostas, estão: 1) industrialização
planejada; 2) fortalecimento do mercado interno; 3) reformas estruturais profundas como a
fiscal, a administrativa e principalmente a agrária. São propostas que procuram superar
problemas comuns em países subdesenvolvidos, como o desemprego, as desigualdades
regionais, a concentração de renda e a já citada inflação estrutural. Porém, para pôr em
prática tais propostas, é preciso uma mudança política nesses países que transforme sua
máquina pública, então paladina dessa dicotomia centro/periferia. Sem esse projeto de
desenvolvimento nacional, em combate ao capital financeiro internacional, o máximo que
as economias agroexportadoras como o Brasil obterão é um crescimento econômico
dissociado do desenvolvimento social. Alguns governos durante a história do continente
buscaram combater essas contradições e sofreram represálias que vão do enforcamento
da economia local pelas potências capitalistas centrais até o recurso de golpes militares,
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como foi o caso do Brasil em 1964 durante o Governo de João Goulart. A problemática
fica com o impasse interno nesses países subdesenvolvidos, onde sua organização
política colabora na manutenção da desigual ambiguidade centro/periferia desenvolvida
acima.
Para manter sua dominação, as grandes potências impõem um modelo de vida
que facilite sua dominação e cria uma cultura da dependência. Essa cultura da
dependência abarca: as formas de produção, apropriação e utilização do excedente;
estruturas de poder; as relações sociais e a sociabilidade num sentido amplo. Essas teias
de relações funcionaram no Brasil para desestabilizar nossa situação política em vários
contextos históricos. Aqui, cabe a análise da desestabilização que resultaria no fim do
Estado Novo em outubro de 1945. Como veremos, a luta pelo fim do primeiro Governo
Vargas não foi com o intuito de democratizar as instituições, mas de abrir brechas para a
atuação do capital estrangeiro no país.
A Importância da Revolução de 30 e o pré-Estado Novo
Analisando as revoltas tenentistas dos anos 20, o marxista alagoano Octávio
Brandão afirmou que “se os revoltosos pequeno-burgueses souberem explorar a
rivalidade entre esses dois imperialismos – poderão vencer” (BRANDÃO, 2006, p. 105).
Seguindo o Materialismo Histórico e Dialético, Brandão enxergava naquele contexto uma
disputa entre o imperialismo inglês e o norte-americano pelo mercado brasileiro. A disputa
seria quem teria o predomínio na exploração do país. A Inglaterra, mais envolvida com a
Primeira Guerra Mundial que os EUA, recuperava sua economia e lançava suas atenções
para o Brasil onde tinham apoio da classe política. Já os EUA que só entrou no fim da
Primeira Guerra Mundial e por isso não tiveram tantos custos como os ingleses,
enxergavam na América Latina e no Brasil uma boa oportunidade para estender seu
império que naquela época já estava se formando com rapidez. Os ingleses apoiavam as
estruturas da República Velha e estavam intimamente ligados com os fazendeiros do
café. Já os norte-americanos, estavam ao lado da burguesia industrial que queria sair da
timidez. Consequentemente, também estavam ao lado da pequena-burguesia que
angariava reformas democráticas onde só o fim da República Velha poderia trazer. Nessa
luta imperialista, vence o industrialismo sobre o agrarismo. Brandão quando escreveu sua
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obra (hoje um tanto relegada, mesmo tendo grande valor histórico) já conseguia prever a
vitória dos primeiros.
Essa vitória do industrialismo foi confirmada em outubro de 1930 com a derrubada
de Washington Luís e ascensão do gaúcho Getúlio Vargas ao poder. Caía não só um
presidente, mas a velha estrutura agrária e as caducas relações de produção baseadas
na agroexportação com um pífio desenvolvimento industrial. A Revolução de 30 pariu um
Brasil moderno, urbano e industrial. Antigas estruturas ainda permaneceram, como o
poderio do latifúndio no campo - comprovando a tese de Furtado sobre o diálogo bastante
comum entre atraso e moderno em países de capitalismo subdesenvolvido – mas agora
tinha que se relacionar com avanços modernos como a instauração da Justiça Eleitoral, a
legitimação do voto feminino, a instauração de direitos sociais mínimos etc.
Vargas encarnava a vitória do projeto tenentista que lutava contra a República
Velha desde o início dos anos 20. Representava o pequeno-burguês que “não quer
admitir a divisão da sociedade em classes” (BRANDÃO, 2006, p.96). A priori, em seu
Governo Provisório (1930-1934), Vargas não teve atrito direto com os EUA que,
governado por Franklin Roosevelt desde 1933, ainda não interferia nos avanços sociais
angariados após a Revolução de 30. Os EUA sob Governo Roosevelt, estava mais
preocupado em resolver as consequências da Crise de 29 e até tentou importar avanços
sociais semelhantes aos que vinham ocorrendo no Brasil como os direitos trabalhistas.
Entretanto, a tentativa foi impugnada como inconstitucional pela Corte Suprema norte-
americana. Enquanto isso, e inspirado na Restauração Meiji japonesa (RIBEIRO, 2001a),
Vargas criou o Ministério da Educação que multiplicou o número de escolas e de
matriculados no país. Para começar, instaurou:
Um decreto conhecido como Código dos Interventores e destinado a regular os poderes e atribuições dos Interventores nomeados para responder pelos governos estaduais, determinou que os Estados empregassem 10%, no mínimo, das respectivas rendas na instrução primária, e deu a eles o poder de exigir até 15% das receitas municipais para aplicação nos serviços de segurança, saúde e instrução pública, quando por eles exclusivamente atendidos” (RIBEIRO, 2001, p. 85a)
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Além disso, “nos orçamentos de 1931 e 1932, o governo federal destinaria 5,14%
de suas verbas para o Ministério da Educação, quase o dobro das verbas para o
Ministério da Agricultura (2,84%)” (ARAÚJO, p. 71). Vemos claramente com esses dados
que a preocupação do novo governo que surgia era modernizar a sociedade brasileira.
São avanços no plano educacional nunca visto na história do país anteriormente. Os
investimentos deram frutos, pois:
“Em 1920, o Brasil tinha 30 milhões de habitantes e um milhão de matrículas no ensino primário; ou seja, a relação entre matrículas e população era de 3,4%. Em 1940, a população subira para 41 milhões e as matrículas para 3 milhões: a população aumentara um terço, as matrículas, três vezes, e agora correspondiam a 7,4%” (RIBEIRO, 2001, p. 86a).
No campo do trabalho, o Governo Provisório decreta a Lei dos Dois Terço,
estabelecendo que dois terços dos empregos fossem reservados a brasileiros. Parece
uma lei inspirada na xenofobia, porém, cerca de 80% dos empregos formais no país eram
ocupados por estrangeiros ou brasileiros naturalizados. E era uma ação seguida por
países do capitalismo central como Inglaterra, França e Alemanha. Essa lei apenas
seguia o documento intitulado “Regulamentação das Migrações”, do Bureau Internacional
do Trabalho, então precursor da atual Organização Internacional do Trabalho (OIT)
(RIBEIRO, 2001a). A Lei dos Sindicatos que dava legalidade a essas instituições foi outro
importante dispositivo jurídico desse Governo Provisório. Por fim, temos a Lei das Caixas
de 1932 que marcou o desenvolvimento da previdência social. Limitação de jornada de
trabalho (passava para 8h) e regulamentação do trabalho feminino (agora era proibido
trabalho noturno e também nas quatro semanas antes ou depois do parto) também foram
aprovadas nesse período e servem para exemplificar o quanto de avanços sociais tivemos
com o advento da Revolução de 30.
O Governo Provisório, chefiado por Getúlio Vargas, não avançou somente em
questões políticas e sociais já analisadas. Também foi de extrema importância no campo
econômico. Analisando o desenvolvimento da hegemonia norte-americana no comércio
internacional, Furtado afirma que diferente da Inglaterra que cresceu com base na Divisão
Internacional do Trabalho, os EUA se expandiu tendo grandes empresas como
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combustível. Em outras palavras, cria-se “um sistema de decisões de âmbito
multinacional, cuja coerência deriva de critérios valorativos estabelecidos a partir da
realidade interna da economia norte-americana” (FURTADO, 1973, p. 60a). Essas
grandes empresas, protegidas pelo Estado, se expandem pelo mercado internacional e
representam os interesses específicos da conjuntura interna do país. Pois,
“Quanto mais diversificada a experiência das empresas, com respeito a
setores funcionais e às áreas geográficas, mais amplos são os horizontes que
se lhe abrem. Estar presente em distintas áreas é maximizar as oportunidades
de investimento” (FURTADO, 1973, p. 62-63a).
Vargas começa gerando desconforto no capital estrangeiro ao intervir na situação
crítica que se encontrava o café brasileiro, no momento, nas mãos de especuladores. Em
1º de fevereiro de 1931, o então presidente compra o café excedente (prática comum na
República Velha, serviçal dos cafeicultores), mas impõe limites como: proibição de novas
lavouras, taxa sobre cada pé e retenção de 20% do café produzido para o mercado
interno. As duas primeiras ações combatiam a superprodução onde só produtores de café
e especuladores saíam lucrando. E a segunda era a valorização dos interesses
econômicos nacionais. As grandes empresas norte-americanas começaram a sofrer
represálias. Um dos setores em que foram atingidos foi a siderurgia que Vargas pensava
em desenvolver no país. Para desenvolver uma indústria de base é preciso construir
máquinas e, para construir tais equipamentos, é necessário ter poder sobre o aço. O
minério de ferro se abundava no estado de Minas Gerais e era explorado pela Itabira Iron,
ligada ao poderoso grupo Farquhar. Esse grupo, visando receber concessões de
exploração, sempre prometia construir uma usina siderúrgica no local. Tendo em vista que
essa usina nunca era construída o Governo do Estado de Minas Gerais (representado
pelo interventor Olegário Maciel) e o Governo Federal entram com recurso jurídico que
determinava como inválido o contrato com a Itabira Iron. Após todo um imbróglio Vargas
consegue vencer esse grande grupo econômico em 1939, aproveitando-se da conjuntura
da Segunda Guerra Mundial que não permitia aos EUA (país de origem do grupo
Farquhar que controlava a Itabira Iron) se opor.
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Entretanto, o desconforto desses grandes oligopólios norte-americanos não parou
por aí. Ainda no seu Governo Provisório e concomitante às ações no campo da siderurgia,
Vargas instituía uma política de caráter nacionalista também na questão do petróleo que
naquele momento ainda não tinha sido descoberto no país. O que faziam esses grandes
grupos petrolíferos, representados por empresas como Standard Oil e Shell? Não
sabendo se tinha petróleo no Brasil e muito menos sua quantidade, elas recebiam
concessões dos governos estaduais para investigar e explorar possíveis reservas de
petróleo. Porém, naquele instante, não faziam nada com o terreno concedido. Essas
empresas usavam as terras brasileiras que tinham conquistado como reserva, pois
quando necessário, as utilizariam. Volta-se ao que já foi dito anteriormente: as ações
dessas grandes empresas estavam à serviço da realidade interna de seus países de
origem. Podemos resumir essa lógica da seguinte forma:
“Em outras palavras, outros países dispunham de reservas de petróleo no Brasil, para quando precisassem; e o Brasil deixava de ter reservas para suas necessidades porque dera em concessão, a empresas de outros países, as áreas em que se poderia encontrar e produzir petróleo em seu território” (RIBEIRO, 2001, p. 125a).
A primeira ação do Governo Vargas foi centralizar o direito às concessões. A partir
de junho de 1931 ficava a cargo do Governo Federal analisar e, consequentemente,
aprovar ou reprovar pedidos de concessões de terra para exploração de petróleo. Era
uma medida paliativa, mas que já demonstrava sua aversão à farra que as empresas
estrangeiras faziam no Brasil. Em 1934, ele cria o Código de Minas que “estabelecera
claramente a distinção entre a propriedade do solo e a propriedade dos recursos minerais
do subsolo” (RIBEIRO, 2001, p. 125a). Em resumo, nacionalizava o subsolo brasileiro. Em
caso de petróleo descoberto, o Estado que tomava conta de sua exploração, pois se
tornara seu proprietário. Era o caminho da Petrobrás já em seus primeiros anos de
governo. Observamos com isso a contradição dos interesses estrangeiros com os
interesses nacionais que estavam sendo representados pelo projeto político então
vencedor em 1930. Um breve resumo histórico como esse, antes de entrarmos nas ações
do Estado Novo e nas condições que resultaram em sua queda, é de extrema importância
para compreendermos de forma cronológica esse projeto político.
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Uma nova visão sobre o Estado Novo: formação, auge e queda
É fato que o período conhecido como Estado Novo (1937-1945) foi uma ditadura,
um período de recrudescimento político que teve recuos nos direitos políticos como falta
de liberdade de imprensa. Entretanto, analisá-lo como simples período ditatorial é um
reducionismo de uma realidade complexa. Os motivos da instauração do Estado Novo
remontam de uma instabilidade política causada no país. Essa instabilidade não foi
orquestrada diretamente pelas grandes empresas, apesar dessas já terem sido
contrariadas ainda no Governo Provisório (após 1934, Getúlio fora eleito indiretamente
pelo Congresso Nacional para um mandato que perdurou até 1938). Mas sim pela União
Soviética e em seguida pela Alemanha. Resumindo a conjuntura que daria como
resultado o Estado Novo, vamos remontar a 1935 quando estourou no país uma revolta
conhecida na história como Intentona ou Insurreição Comunista. Sob liderança da Aliança
Nacional Libertadora (ANL) e o Partido Comunista do Brasil (PCB), organizações que
tinham como referência política o comunista gaúcho Luís Carlos Prestes, tentam tomar o
poder através de levantes em quartéis.
O movimento foi rapidamente sufocado, apesar de um Governo Revolucionário ter
sido instaurado em Natal durante dois dias. Existia nesse movimento a interferência da
União Soviética, então chefiada pelo georgiano Joseph Stálin. Através da Internacional
Comunista (IC) - órgão que tinha como tarefa expandir a revolução socialista para além
das fronteiras soviéticas - foram enviados ao Brasil militantes como Olga Benário e Harry
Berger para auxiliar na revolta. O medo de que novas revoltas estourassem no Brasil,
tendo apoio externo, causou um pânico no país e uma consequente instabilidade política
com risco de ditadura militar. Esse medo de novas revoltas seria confirmado em 1938,
quando não os comunistas, mas os integralistas influenciados pela Alemanha Nazista
atentaram contra a vida do então presidente Vargas no Palácio do Catete a fim de tomar o
poder. Um golpe de estado seria dado contra ou a favor de Getúlio. Segundo Celso
Furtado, em sua obra Análise do ‘Modelo’ Brasileiro, tínhamos:
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“A opção que se configurava em 1937 era uma ditadura militar, e Vargas
surge como homem que a evita, conseguindo preservar para a classe política
um papel que de outra forma lhe teria sido negado” (FURTADO, 1973, p. 22b).
Celso Furtado enxergava importância no Estado Novo, então extremamente
importante na maturação do Estado Nacional Brasileiro. Ele foge ou, simplesmente, não
dá importância a discursos que visam apenas criticar esse período histórico, sem
contextualizá-lo ou ofuscando qualquer menção a seus avanços. É muito comum,
inclusive na academia, equiparar o Estado Novo Varguista à Ditadura Militar
desencadeada no país após o golpe de 1964. Obtiveram semelhanças no que tange a
repressão política a adversários, mas estão completamente em lados opostos no que
tange a política econômica. Já que a primeira experiência ajudou na autonomia do Estado
Brasileiro, enquanto a segunda subordinou seus interesses aos de multinacionais. A título
de legado deixado pelo Estado Novo, pouco debatido quando se fala sobre o período,
afirma Furtado:
“Caem as barreiras aduaneiras entre estados e tomam-se muitas outras
medidas visando a unificar o mercado nacional e institucionalizar distintos
grupos econômicos, que assim poderiam ser utilizados como pontos de apoio
do poder central. A influência dos grupos internacionais, particularmente na
administração financeira do país, foi consideravelmente reduzida” (FURTADO,
1973, p. 22b).
A Constituição de 1937, outorgada após o êxito do golpe de estado, nacionalizou
reservas de petróleo. A Constituição de 1934 já tinha avançado nesse quesito, mas dava
brechas para empresas grandes como a Shell quando abriam para exploração do petróleo
a empresas organizadas no Brasil. Com a Constituição de 1937 não bastaria ser uma
empresa organizada no Brasil, mas precisaria obter acionistas nativos. Foi também criado
o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), um órgão antecedente a Petrobrás que só surgiu
nos anos 50 no segundo governo Vargas. A indústria do refino, ainda sem nenhum
desenvolvimento no Brasil, mas já com sua importância reconhecida, também seria
nacionalizada. Essas ações provam que “o Estado Novo seria um retrocesso em relação
às propostas políticas de 1930, mas assumia o resgate de sua proposta econômica”
(RIBEIRO, 2001, p. 167a).
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Getúlio dava mostras de que desejava findar o Estado Novo desde, pelo menos,
1943 (RIBEIRO, 2001a). Porém, era preciso esperar o fim da guerra que ainda se
desenrolava na Europa e da qual o país tinha entrado junto com os EUA. Mais já em
fevereiro de 1945, ele decreta anistia a presos e exilados políticos. Em maio do mesmo
ano, decreta o novo Código Eleitoral (que extinguia a chance de formação de partidos
regionais bastante comuns na República Velha, obrigando a nacionalização dos partidos
políticos e confirmando as ideias de Furtado no que tange a valorização do Estado
Nacional) e marca novas eleições presidenciais para o dia 02 de dezembro de 1945.
Porém, Vargas seria deposto em outubro de 1945. O argumento da oposição para
derrubar o presidente girava em torno de duas ideias: a primeira era mais geral e dizia
respeito ao florescimento da democracia com o fim da Alemanha Nazista e da Itália
Fascista na Europa. O Brasil precisava seguir essa onda democrática e pôr fim a um
governo fundado num golpe de estado. Já a segunda ideia era mais específica e dizia
respeito ao adiantamento das eleições para governador que Vargas decretou em 10 de
outubro de 1945. Segundo esses setores,
“os então interventores nos Estados poderiam
desincompatibilizar-se e disputar o cargo de governador, que
certamente conquistariam com a ajuda de Getúlio e dos novos
interventores por ele nomeados” (RIBEIRO, 2001, p. 279a).
Os argumentos parecem convincentes e ganharam poder na opinião pública
graças a um ferrenho adversário de Getúlio que já despontava em fins de 1945 como
liderança política, o jornalista Carlos Lacerda, então ligado à recém-fundada União
Democrática Nacional (UDN). Getúlio foi deposto com a ajuda de setores civis e militares,
inclusive, por dois pré-candidatos a presidente da República: o brigadeiro Eduardo Gomes
(UDN) e o general Eurico Gaspar Dutra do então Partido Social Democrático (PSD).
Entretanto, os fatos mostraram que as limitações da democracia no Brasil permaneceram
presentes, apesar da queda do Estado Novo. Afinal, enquanto presidente, Vargas
começou o desmanche do Estado Novo desde o começo de 1945 e já tinha marcado
eleições presidenciais. O derrubaram porque sua figura representava um projeto político
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de cunho nacionalista, não alinhado com interesses de multinacionais que, com o pós-
guerra, planejavam avançar no Brasil com a ajuda dos EUA. A tese fica comprovada se
analisarmos a primeira ação do presidente provisório:
“O primeiro ato do novo governo, chefiado pelo presidente José Linhares, foi
abrir a interesses estrangeiros a indústria de refinação de petróleo, publicando
no Diário Oficial uma resolução nesse sentido do Conselho Nacional de
Petróleo, para a qual o presidente desse órgão, coronel João Carlos Barreto,
vinha pedindo sem resultado a autorização do presidente Vargas” (RIBEIRO,
2001, p. 282a).
Com a vitória de Eurico Gaspar Dutra nas eleições de dezembro de 1945 (pleito
onde Getúlio demonstrou sua popularidade ao ser eleito Senador e Deputado Federal por
vários estados), temos mais exemplos de que a oposição não pretendia fazer reformas
democráticas no país. Seus interesses eram pôr novamente o país na posição de
subordinado no mercado internacional. A primeira prova disso foi manter em vigor a
Constituição de 1937, autoritária no plano político, até que uma nova fosse formulada.
Qual o sentido de derrubar um presidente meses antes de eleições já marcadas para
simplesmente manter intacto um dispositivo institucional que se criticara por limitar os
princípios democráticos? Porém, Dutra não se limitou a só manter em vigor a Constituição
de 1937 como decidiu utilizá-la em seus pontos mais negativos. Começando pela
aprovação da Lei Anti-Greve, voltando o Governo Federal a interferir nos sindicatos,
prática que foi abolida por Vargas desde o início de 1945. Essa lei foi bastante útil, pois:
“Os reajustamentos salariais foram pouco expressivos, já que as greves eram reprimidas. Não houve qualquer iniciativa governamental para o reajustamento salarial durante todo o período do Governo Dutra” (ALMINO, 1980, p. 281).
Os salários só teriam aumento em 1952, já no segundo governo Vargas. Ainda
utilizando-se da Constituição de 1937, Dutra chegou a suspender o jornal do PCB
chamado Tribuna Popular por ordem do seu Ministro da Justiça. Todo o projeto político
pró-multinacionais teve como desfecho final a construção da Constituição de 1946 que
segundo o cientista político Moniz Bandeira:
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“A Assembleia Constituinte elaborou a nova Carta Magna sob pressão dos trustes americanos, notadamente a Standard Oil de New Jersey e a ITT. O artigo 5º, sobre a concessão dos serviços de telégrafos e telecomunicações, interessava a ITT. Os artigos 151, 152 e 153, sobre a propriedade do subsolo e aproveitamento industrial das minas e jazidas, inquietavam a Standard Oil” (BANDEIRA, 1973, p. 310).
No Brasil, veio o norte-americano Paul Howard Schoppel, que acompanhou os
trabalhos a serviço da Standard Oil, empresa multinacional petrolífera (BANDEIRA, 1973).
O que foi aprovado, realmente favorecia a essa empresa, pois, o petróleo teria exploração
baseada em sociedades registradas no Brasil, abrindo campo aberto para esses setores
econômicos agirem em território nacional. A prevenção de Getúlio em não convocar uma
Constituinte, mas, apenas eleições para presidente e Poder Legislativo, buscando
preservar essa política econômica nacionalista sobre os recursos naturais, foi atropelada
pela oposição. Tínhamos então o desfecho da ação oposicionista. A Constituição de 1946
traria tantas dificuldades ao desenvolvimento econômico autônomo que seria fator chave
na dificuldade encontrada por Vargas em seu segundo governo. Só a título de exemplo
“pela Constituição de 1946, a desapropriação de terras para a realização de projetos de
reforma agrária dependeria de indenização prévia e em dinheiro” (RIBEIRO, 2001 p. 95b).
A Reforma Agrária pela qual Getúlio tanto lutou no seu segundo governo e que já era
prevista na plataforma da Aliança Liberal em 1930 não foi possível por conta desse
dispositivo jurídico a serviço dos interesses estrangeiros.
Ademais, as reflexões feitas do Estado Novo trazem uma visão nova sobre esse
período da nossa história. Busca-se romper com a chamada cultura da dependência que,
entre suas expressões, busca combater ideologicamente governos na América Latina que
buscaram romper ou combater com a lógica centro/periferia. Na sociologia, reproduz-se o
conceito de Populismo para rebaixar esse período histórico tão importante na formação do
Estado Nacional no Brasil, segundo apontado por Furtado. Como exemplo dessa
Sociologia, temos o paulista Francisco Weffort. Buscou-se aqui apenas trazer uma nova
visão que busque valorizar processos políticos que, mesmo obtendo contradições,
estavam a defender os interesses nacionais contra a espoliação econômica imposta por
um punhado de países.Visões novas sobre os variados temas são importantes, uma vez
que representam um papel contra-hegemônico no qual apenas o conhecimento científico
Revista Idealogando, v. 2, n. 1, p. 190-205, 2018
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tende a ganhar. Pois, devemos sempre ter em mente que “as ideias da classe dominante
são, em todas as épocas, as ideias dominantes” (MARX; ENGELS, 2009, p. 67). Usamos
a teoria de Celso Furtado como base para explicar no que concerne a dependência
política da América Latina.
CONCLUSÃO
Todas essas reflexões de Celso Furtado ainda têm muito a nos dizer sobre a
situação política em América Latina. São conceitos que trazem luz à contemporaneidade
e aos processos políticos que o continente vem vivenciando ou já vivenciou. A
instabilidade política é uma regra, principalmente quando os governos em questão
buscam questionar esse dualismo estrutural entre centro/periferia. Foi assim com Juan
Domingo Perón, na Argentina. Hugo Chávez, na Venezuela. Salvador Allende, no Chile.
Isto é, governos que buscaram combater essa dicotomia centro/periferia e devem ser
analisados para além das simples ferramentas da ideologia dominante. Foi o que fizemos
com o Governo Vargas e, em específico, em seu período mais conhecido como Estado
Novo. A divisão internacional do trabalho existe como um processo histórico ligado ao
desenvolvimento do capitalismo, sendo uma tarefa o desnudamento dessa lógica serviçal
que mantém uma parcela do mundo pobre e outra rica.
Dessas análises, conseguimos superar o vira-latismo que coloca o insucesso do
país em nosso povo como se o nosso atraso fosse consequência de uma essência a-
histórica. Nosso atraso tem raízes históricas e, como vimos, a Teoria do
Subdesenvolvimento tem muito a nos explicar sobre nossa situação de dependência e
fracasso de quem buscou alternativas políticas que fugissem disso. Se buscou combater a
visão superficial que enxerga Vargas como aliado dos interesses norte-americanos.
Também foi confrontada a divulgada ideia de que a queda do Estado Novo tinha como
objetivo fazer o Brasil entrar numa onda democrática que assolava o mundo após a queda
do Nazifascismo.
O Estado Novo cai por representar um projeto econômico nacionalista e
enfrentador de uma metrópole interessada em nossa exportação de matérias-primas. Os
motivos de sua queda servem para responder conjunturas políticas posteriores como a
instabilidade política sofrida pelo segundo Governo Vargas e também a sofrida pelo
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Governo João Goulart. Essa última, já sabemos, veio a resultar na famigerada Ditadura
Militar (1964-1985). Fica o esclarecimento sócio-histórico de um importante período do
Brasil, incitando futuras análises sobre contextos que tenham semelhanças com o
analisado aqui.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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________________. A Era Vargas. Volume 2: 1950-1954: o segundo governo Vargas. Rio de Janeiro, Casa Jorge, 2001.
Recebido em 16/01/2018
Aprovado em 04/04/2018