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UNIVERSIDADE NILTON LINS
CURSO SUPERIOR TECNOLOGO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER)
Manaus/AM2013
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado como
exigência parcial para obtenção
da Graduação a Universidade
Nilton Lins, sob a orientação do
Prof. Eng. Civi l e Segurança do
Trabalho: Luís Coelho de
Magalhães Botelho.
Manaus/AM2013
Ficha Catalográfica
LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER)
Este TCC foi julgado para obtenção da Graduação e Aprovado em sua forma final pelo Curso de Tecnólogo em Segurança do Trabalho
Manaus, 01 de julho de 2013.
____________________________________Prof. Luís Coelho de Magalhães Botelho
____________________________________Prof.ª MsC Ida Paula da Silva Moura
____________________________________ Prof.ª Carolina de Jesus Candido Neves
Dedicatória
.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a DEUS por ter me guiado nesta jornada, dando-me força,
saúde e coragem para alcançar meus objetivos.
.
“Que todo o meu ser louve ao Senhor,
e que eu não esqueça nenhuma das suas bênçãos!”
Salmos 103:2.
RESUMO
Ao longo dos últimos anos, a atenção à saúde do trabalhador tem sido direcionada para a resolução de LER. No entanto, em muitos casos, ignora-se a presença da fadiga muscular como um fator que antecede as LER. As LER são distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, são afecções dos membros superiores, espádua e pescoço devido a movimentos repetitivos, erro de postura, falta de pausa no trabalho, condições ergonomicamente incorretas e, associadas ou não, ao fator stress, vêm tomando proporções epidêmicas no mundo todo. O objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso é refletir sobre a prevalência da LER, no ambiente de trabalho. Os objetivos específicos são: examinar aspectos conceituais e históricos da LER; investigar os principais riscos relacionados ao erro de postura no ambiente de trabalho; analisar a importância das posturas ergonômicas em relação à coluna vertebral e à dor lombar; identificar índices de queixas e reclamações em diversas áreas de trabalho, por parte de profissionais que trabalham na posição sentada. A investigação é explicativa, porque o objetivo da pesquisa será o de buscar e esclarecer os fatores que contribuem para a ocorrência de determinados fenômenos. Concluiu-se que a má postura ergonômica pode causar problemas de saúde durante a idade produtiva, ocasionando perdas significativas não apenas para o profissional, pela incapacidade para o trabalho, mas também para a economia do país, para sociedade como um todo, abrangendo igualmente as famílias e dependentes do profissional. O ambiente de trabalho oferece variados riscos ergonômicos responsáveis pelo significativo número malefícios corporais crônicos e incapacidades causadas. Essas doenças, além de impedir o trabalhador de desempenhar seu trabalho, podem conduzir a transtornos psíquicos ou emocionais importantes.
Palavras-chave: LER/DORT. Postura sentada. Ambiente de trabalho.
ABSTRACT
Over the past few years, the health care worker has been directed at the resolution of RSI. However, in many cases, ignoring the presence of muscle fatigue as a factor preceding the READ. RSIs are work-related musculoskeletal disorders are disorders of the upper limbs, shoulder and neck due to repetitive, error posture, lack of break at work, ergonomically incorrect conditions and associated or not, the stress factor, are taking epidemic proportions worldwide. The aim of this work Completion of course is to reflect on the prevalence of RSI in the workplace. The specific objectives are: to examine conceptual and historical aspects of RSI; investigate the main risks related to the error position in the workplace, analyze the importance of ergonomic postures in relation to the spine and lower back pain; identify indices complaints and complaints various work areas, by professionals who work in a seated position. The research is explanatory, because the research objective will be to seek and clarify the factors that contribute to the occurrence of certain phenomena. It was concluded that poor ergonomic posture can cause health problems during the productive age, causing significant losses not only for the professional, the incapacity for work, but also for the country's economy, to society as a whole, covering also the families and dependents of the professional. The work environment offers various ergonomic hazards responsible for significant numbers bodily harm and chronic disability caused. These diseases, and to prevent the worker to perform his job, can lead to significant emotional or psychological problems.
Keywords: RSI. Sitting posture. Work environment.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Percentual da fase da jornada em que a dor aparece...........................34
Gráfico 2 Percentual da intensidade da dor presente nas costureiras..................35
Gráfico 3 Sintoma de dor, segundo área corporal afetada....................................36
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Número de respondentes conforme a intensidade da dor por parte do
corpo dos funcionários de uma universidade..........................................................33
TABELA 2 Alterações da coluna vertebral encontrada nas costureiras.................36
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ATs Acidentes de Trabalhos
CAPs Caixas de Aposentadorias e Pensões
CAT Comunicação de Acidente de Trabalho
CID Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
DL Dor Lombar
DORT Distúrbios Musculoesqueléticos Relacionados ao Trabalho
IEA Associação Internacional de Ergonomia
LER Lesões por Esforços Repetitivos
MTE Ministério do Trabalho
OIT Organização Internacional do Trabalho
OMS Organização Mundial da Saúde
PAIR Perda Auditiva induzida pelo ruído
SAT Seguro Acidente do Trabalho
SDO Sintomas de Distúrbios Osteomusculares
SUS Sistema Único de Saúde
WRMD Work-Related Musculoskeletal Disorders
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 14
2. REVISÃO DA LITERATURA....................................................................... 16
2.1 ERROS POSTURAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO........................... 16
2.1.1 CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS.......................................................... 16
2.1.2 ACIDENTES DE TRABALHOS
(ATS) .....................................................
20
2.1.3 TIPOS DE RISCOS OCUPACIONAIS.................................................... 24
2.1.4
ABSENTEÍSMO.......................................................................................
25
2.2 POSTURAS ERGONÔMICAS EM RELAÇÃO À COLUNA
VERTEBRAL E À DOR LOMBAR................................................................... 27
2.2.1 COLUNA VERTEBRAL HUMANA.......................................................... 27
2.2.2 DOR LOMBAR........................................................................................ 28
2.2.3 POSTURA SENTADA............................................................................. 29
2.2.4 LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER)................................. 30
2.2.5 PREOCUPAÇÕES DA ERGONOMIA..................................................... 31
2.3 CASOS DE LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS.......................... 33
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................... 39
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES................................................................. 40
5. CONCLUSÃO.............................................................................................. 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
14
1. INTRODUÇÃO
É de extrema importância nesse contexto que seja garantido ao trabalhador um
ambiente adequado para a execução de suas tarefas e, consequentemente, uma
boa saúde, mais produtividade, menos absenteísmo e aposentadorias por invalidez.
Assim, evitar as doenças profissionais e os acidentes de trabalho são os grandes
desafios de quem é responsável pela saúde do trabalhador, além dele próprio.
Acidentes de trabalho é um assunto grave no Brasil, pelos seus altos índices de
invalidez e morte.
No Brasil, o fenômeno chega na década de 80, mais precisamente por volta de 1984
e 1985, quando começam a ser descritos os primeiros casos de lesões por esforços
repetitivos (LER) em digitadores. O tema foi abordado pela primeira vez por Mendes
Ribeiro em 1986 no I Encontro Estadual de Saúde dos Profissionais de
Processamento de Dados do Rio de Grande do Sul.
Couto et. al (2007) mencionou trabalho de Campana e cols., em 1997, no XII
Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho, sobre casos de
tenossinovite (inflamação da membrana que recobre os tendões) ocupacional entre
lavadeiras e engomadeiras. Como um fenômeno importante, as LER’s têm sido
objeto de estudos principalmente na área de Medicina do Trabalho e de Saúde
Pública, com poucos relatos em Administração.
Quase 500 mil pessoas morrem anualmente no Brasil por causa de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho. No mundo o número chega a cinco mil mortes por
dia. Indústria, serviços e agricultura são os setores mais perigosos. De acordo com
relatório elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de cinco
mil trabalhadores morrem no mundo todos os dias por causa de acidentes e
doenças relacionadas ao trabalho (NORMAS REGULAMENTADORAS, 2010).
15
O objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso é refletir sobre a prevalência
da LER, no ambiente de trabalho. Os objetivos específicos são: examinar aspectos
conceituais e históricos da LER; identificar os principais riscos relacionados ao erro
de postura no ambiente de trabalho; analisar a importância das posturas
ergonômicas em relação à coluna vertebral e à dor lombar; identificar índices de
queixas e reclamações em diversas áreas de trabalho, por parte de profissionais que
trabalham na posição sentada.
Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratório-descritiva. Utilizou-se a técnica
da pesquisa bibliográfica. O estudo refere-se a uma revisão de literatura sobre as
Lesões por Esforços Repetitivos (LER), em relação à ergonomia e ao erro de
postura. A revisão abrangeu artigos científicos e livros publicados no Brasil no
período de 2000 a 2013.
16
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1ERROS POSTURAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO
2.1.1 Considerações Históricas
O início da história da Ergonomia remonta a criação das primeiras ferramentas,
quando o homem pré-histórico provavelmente escolheu uma ferramenta que melhor
se adaptasse à forma e movimentos de sua mão. De acordo com Ribeiro; Shimizu
(2007), a preocupação riscos e acidentes no trabalho é antiga; há relatos de que
antes da era cristã (impérios grego e romano) as doenças e mortes no trabalho
ocorriam com escravos e servos, sobretudo na mineração. Entretanto, tornaram-se
frequentes na Idade Média e no mercantilismo, dada a expansão dos negócios,
situação que se agravou com a Revolução Industrial burguesa, a partir de 1870, com
a exploração do homem no trabalho.
Bueno (2012) relata que no século XVIII, houve preocupação muito grande pelos
problemas de climatização dos locais e também pela organização de serviços para
tratamento de artesãos. Villermé faz estudos estatísticos sobre condições de
trabalho em fábricas da França, levando a um relatório publicado em 1840 sobre o
os operários, que é considerado um marco para as primeiras medidas legais de
limitação da duração do trabalho e da idade para engajamento de crianças.
Na França, no começo do século XX criou-se o primeiro laboratório de pesquisa
sobre trabalho profissional, por Jules Amar, o que fornecia condições de
desenvolver-se a fisiologia do trabalho. Jules forneceu as bases da ergonomia do
trabalho físico, estudando os diferentes tipos de contração muscular e seu livro “O
Motor Humano” publicado em 1914 é considerado por alguns a primeira obra de
ergonomia (SARAIVA, 2009).
17
Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1917) foi criada a Comissão de Saúde dos
Trabalhadores na Indústria de Munições, em 1915. Quando a guerra técnico
epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID).
O termo acidente de trabalho, conforme a Previdência Social, refere-se aos
acidentes ocorridos no ambiente do trabalho na execução de atividades laborais
e/ou durante o trajeto de ida ou retorno para o trabalho, e às doenças ocupacionais,
podendo provocar lesão corporal ou perturbação funcional com consequente perda
ou redução (permanente ou temporária) da capacidade para o trabalho ou até
mesmo a morte (SANTANA et. al., 2006).
Sabe-se que acidentes de trabalho são as mais visíveis mostras do desgaste do
trabalhador. Dada à ocorrência repentina, permitem associação imediata com efeitos
destrutivos no corpo do trabalhador. Os ATs são resultados dos agravos à saúde
dos trabalhadores devido a atividade produtiva, ao receberem interferências do que
diz respeito aos aspectos inerentes à própria pessoa, do ponto de vista físico ou
psíquico, bem como do contexto social, econômico, político e da própria existência.
Considerando-se que os ATs podem ocorrer de maneira abrupta ou insidiosa, em
decorrência do exercício profissional e do modo de viver destes trabalhadores, faz-
se necessária atenção de todos os envolvidos nas relações de trabalho, quer
empregados quer empregadores.
As origens do problema vêm da formação imperfeita dos homens. Os acidentes não
ocorrem, eles são causados. Por falta de comunicação, supervisão, planejamento
defeituoso, erros humanos (agressão, distração, fadiga, indisciplina, arrogância ou
avareza). Os responsáveis pela prevenção têm criados meios para eliminar as
causas físicas e ambientais. Através de processos bem elaborados já se elimina
riscos, ao preparar os planos das fábricas, ao organizar os locais de trabalho e ao
estruturar os métodos de trabalho. Pode-se recorrer à Ergonomia, para que a
segurança acompanhe as máquinas e fábricas, ainda no estágio de plantas e
projetos. Mas, devido ao fator humano, os acidentes continuam a acontecer.
18
É considerada como acidente do trabalho a doença profissional, assim entendida a
produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade, constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97. A
doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, desde que constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº
2.172/97.
Não são consideradas como doença do trabalho: a doença degenerativa; a inerente
a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica
adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desenvolva, salvo se
comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza
do trabalho.
Não será considerado acidente do trabalho o ato de agressão relacionado a motivos
pessoais. No período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este,
o empregado será considerado a serviço da empresa.
Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o
trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem
alteração ou interrupção por motivo pessoal, do percurso habitualmente realizado
pelo segurado. Não havendo limite de prazo estipulado para que o segurado atinja o
local de residência, refeição ou do trabalho, deve ser observado o tempo necessário
compatível com a distância percorrida e o meio de locomoção utilizado.
Em 2007, os casos de doenças ocupacionais cresceram de forma elevada. O setor
da construção civil aparece, no passado, como o “grande vilão” pela falta de
prevenção de acidentes de trabalho. Na atualidade, entretanto, a área de serviços
assumiu a posição. Principalmente micro e pequenas empresas, porque os registros
mais comuns encontrados na Previdência Social são relacionados às doenças de
Lesão por Esforço Repetitivo (LER), ocasionadas por posto de trabalho inadequado.
O perfil das doenças do trabalho tem mudado conforme o avanço das tecnologias,
sendo que os principais registros do passado, ligados ao manuseio do chumbo, do
algodão e de minerais, hoje dão lugar aos problemas relacionados à ergonomia.
19
Os fenômenos de acidentes de trabalho, entretanto, apresentam uma série de
dificuldade inerente aos métodos empregados, à natureza dos dados e à própria
multiplicidade dos fatores envolvidos nestes eventos.
Um dos problemas iniciais mais importantes quando se estuda o tema “acidente no
trabalho” refere-se à definição precisa do que se considera como acidente. Já se
discutiu anteriormente a existência de muitas definições passiveis de serem
adotadas que abordam o problema dos acidentes de trabalho segundo ângulos
diferentes, tratando-se aqui de escolher a melhor para o tipo de estudo que se
efetuar no momento e nortear as decisões futuras baseando-se na definição
escolhida, seja ela do ponto de vista legal, operacional, preventivo, humanístico ou
social terminou a mesma foi transformada no Instituto de Pesquisa da Fadiga
Industrial; Mais tarde esse instituto foi transformado no Instituto de Pesquisa sobre
Saúde no Trabalho. Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) a construção de
instrumentos bélicos estabelecia muitas agilidades do operador e em condições
precárias e tensas no campo de batalha. Foram inventados aparelhos cada vez mais
complexos. Isso levou a um aumento de sistemas abaixo do esperado levando a
necessidade de se conhecer mais sobre o homem, suas habilidades e limitações,
para que se conseguisse o máximo do sistema de trabalho.
Essa sucessão de fatos culminou com a reunião pela primeira vez, na Inglaterra de
um grupo de cientistas e pesquisadores interessados em discutir e formalizar a
existência desse novo ramo de aplicação interdisciplinar da ciência. Essa reunião
ocorreu no dia 12 de julho de 1949 e é considerada por alguns a data “oficial” de
nascimento da ergonomia. Esse grupo se reuniu pela segunda vez em 16 de
fevereiro de 1950 e na ocasião foi proposto o neologismo ergonomia, formado pelos
termos gregos ergo (trabalho) e nomos (regras, leis naturais). O polonês Woitej
Yastembowsky já havia usado o termo anteriormente em um artigo publicado em
1857, chamado “Ensaios de Ergonomia” ou “Ciência do Trabalho”, baseada nas leis
objetivas da ciência sobre a natureza, porém, só a partir da fundação da Ergonomics
ResearchSociety, na Inglaterra, na década de 50 que a Ergonomia se expandiu no
mundo industrializado (SARAIVA, 2009).
20
No Brasil, a primeira forma de proteger o trabalhador foi instituído em 1919 pelo
Instituto do Seguro de Acidentes de Trabalho; em 1923, foi criado a Lei Eloy Chaves
que instituiu as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP’s), como resposta aos
movimentos populares urbanos que cobravam o controle das condições de trabalho
que aconteciam de forma altamente predadora (SARAIVA, 2009). A Norma
Regulamentadora (NR) nº 17 – Ergonomia, Portaria n° 3214, de 08. 06.78 do
Ministério do Trabalho, modificada pela Portaria n° 3.751 de 23.11.1990, dispõem
sobre o assunto (ROSSI, 2001).
2.1.2 Acidentes de Trabalhos (ATS)
O acidente de trabalho é caracterizado como aquele que advém do exercício do
trabalho provocando lesão corporal que pode levar à morte, perda ou diminuição
(transitória ou permanente) da capacidade funcional. É classificado como típico
quando ocorre no próprio local de trabalho ou como de trajeto quando ocorre na ida
ou volta do trabalho. O acidente do trabalho é caracterizado tecnicamente pela
perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o trabalho e o
agravo. Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se
verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade
mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de
Doenças (CID).
O termo acidente de trabalho, conforme a Previdência Social, refere-se aos
acidentes ocorridos no ambiente do trabalho na execução de atividades laborais
e/ou durante o trajeto de ida ou retorno para o trabalho, e às doenças ocupacionais,
podendo provocar lesão corporal ou perturbação funcional com consequente perda
ou redução (permanente ou temporária) da capacidade para o trabalho ou até
mesmo a morte (SANTANA et. al., 2006).
Sabe-se que acidentes de trabalho são as mais visíveis mostras do desgaste do
trabalhador. Dada à ocorrência repentina, permitem associação imediata com efeitos
destrutivos no corpo do trabalhador. Os ATs são resultados dos agravos à saúde
21
dos trabalhadores devido a atividade produtiva, ao receberem interferências do que
diz respeito aos aspectos inerentes à própria pessoa, do ponto de vista físico ou
psíquico, bem como do contexto social, econômico, político e da própria existência.
Considerando-se que os ATs podem ocorrer de maneira abrupta ou insidiosa, em
decorrência do exercício profissional e do modo de viver destes trabalhadores, faz-
se necessária atenção de todos os envolvidos nas relações de trabalho, quer
empregados quer empregadores.
As origens do problema vêm da formação imperfeita dos homens. Os acidentes não
ocorrem, eles são causados. Por falta de comunicação, supervisão, planejamento
defeituoso, erros humanos (agressão, distração, fadiga, indisciplina, arrogância ou
avareza). Os responsáveis pela prevenção têm criados meios para eliminar as
causas físicas e ambientais. Através de processos bem elaborados já se elimina
riscos, ao preparar os planos das fábricas, ao organizar os locais de trabalho e ao
estruturar os métodos de trabalho. Pode-se recorrer à Ergonomia, para que a
segurança acompanhe as máquinas e fábricas, ainda no estágio de plantas e
projetos. Mas, devido ao fator humano, os acidentes continuam a acontecer.
É considerada como acidente do trabalho a doença profissional, assim entendida a
produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada
atividade, constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97. A
doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de
condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione
diretamente, desde que constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº
2.172/97.
Não são consideradas como doença do trabalho: a doença degenerativa; a inerente
a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica
adquirida por segurados habitantes de região onde ela se desenvolva, salvo se
comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado pela natureza
do trabalho.
Não será considerado acidente do trabalho o ato de agressão relacionado a motivos
pessoais. No período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da
22
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este,
o empregado será considerado a serviço da empresa.
Entende-se como percurso o trajeto da residência ou do local de refeição para o
trabalho ou deste para aqueles, independentemente do meio de locomoção, sem
alteração ou interrupção por motivo pessoal, do percurso habitualmente realizado
pelo segurado. Não havendo limite de prazo estipulado para que o segurado atinja o
local de residência, refeição ou do trabalho, deve ser observado o tempo necessário
compatível com a distância percorrida e o meio de locomoção utilizado.
Em 2007, os casos de doenças ocupacionais cresceram de forma elevada. O setor
da construção civil aparece, no passado, como o “grande vilão” pela falta de
prevenção de acidentes de trabalho. Na atualidade, entretanto, a área de serviços
assumiu a posição. Principalmente micro e pequenas empresas, porque os registros
mais comuns encontrados na Previdência Social são relacionados às doenças de
Lesão por Esforço Repetitivo (LER), ocasionadas por posto de trabalho inadequado.
O perfil das doenças do trabalho tem mudado conforme o avanço das tecnologias,
sendo que os principais registros do passado, ligados ao manuseio do chumbo, do
algodão e de minerais, hoje dão lugar aos problemas relacionados à ergonomia. Os
fenômenos de acidentes de trabalho, entretanto, apresentam uma série de
dificuldade inerente aos métodos empregados, à natureza dos dados e à própria
multiplicidade dos fatores envolvidos nestes eventos.
Um dos problemas iniciais mais importantes quando se estuda o tema “acidente no
trabalho” refere-se à definição precisa do que se considera como acidente. Já se
discutiu anteriormente a existência de muitas definições passiveis de serem
adotadas que abordam o problema dos acidentes de trabalho segundo ângulos
diferentes, tratando-se aqui de escolher a melhor para o tipo de estudo que se
efetuar no momento e nortear as decisões futuras baseando-se na definição
escolhida, seja ela do ponto de vista legal, operacional, preventivo, humanístico ou
social.
De acordo com Chapanis (1962, p.21):
Um conceito de acidentes deve ser mais voltado para os aspectos
preventivos e de aplicações em pesquisas ergonômicas. Um acidente é um
23
evento inesperado e indesejável que surge diretamente das situações de
trabalho, isto é, de um equipamento defeituoso ou de um desempenho
inadequado de uma pessoa.
Prevenir acidentes é um dos fatores, de suma importância para o desempenho de
uma boa produtividade no ambiente laboral. Entre todas as alternativas de
prevenção de acidentes, sem dúvida alguma, aquelas propostas pela ergonomia
sobressaem-se e se constituem naquelas com maior probabilidade de conseguir
resultados significativos
A Ergonomia estuda vários fatores, tais como os posturais e movimentos corporais,
que sempre analisam o posicionamento ao sentar-se, ao ficar de pé, ao empurrar
objetos pesados e ao levantar pesos, estuda também os fatores ambientais nos
quais incluem-se os ruídos, as vibrações, a iluminação, o clima e a relação de
contato com agentes químicos, sem esquecer dos fatores relacionados a controles,
cargos e tarefas no que se diz respeito a adequação das tarefas e aos cargos
interessados. Portanto, a soma adequada desses fatores permite a criação de
ambientes seguros e confortáveis quando se tratando de ambiente de trabalho.
(PEQUINI, 2005).
A prevenção de riscos ocupacionais é a forma mais eficiente de promover e
preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Nesse aspecto se
destaca a atuação profissional do Engenheiro de Segurança e do Médico do
Trabalho na prevenção das doenças profissionais. Uma vez conhecido o nexo
causal entre diversas manifestações de enfermidades e a exposição a determinados
riscos, fica claro que, toda vez que se atua na eliminação ou neutralização desses
riscos, está-se prevenindo uma doença ou impedindo o seu agravamento.
Reconhecer os riscos é uma tarefa que exige observação cuidadosa das condições
ambientais, caracterização das atividades, entrevistas e pesquisas. Infelizmente, há
ocasiões em que os riscos são identificados após o comprometimento da saúde do
trabalhador. Quando existe um Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO), conforme previsto em norma específica (NR-7) do ministério do trabalho é
possível obter um diagnóstico precoce dos agravos à saúde do trabalhador.
24
A implementação de medidas preventivas é a melhor atitude a ser empregada,
existe uma necessidade de melhorar a educação dos trabalhadores com condutas
de orientação recomendações e de comunicações das experiências dos
profissionais de saúde. É essencial que os trabalhadores tenham um bom ambiente
de trabalho, com aperfeiçoamento técnico para realização de suas tarefas com
respeito aos fatores ergonômicos e antropométricos, aos limites biomecânicos, à
duração das jornadas e dos intervalos de trabalho, e com atitudes de
reconhecimento de seus cargos superiores.
Os empregados dos setores industriais, por exemplo, podem ser prejudicados com a
perda auditiva, diminui gradativamente a audição dos trabalhadores por exposição
continuada a níveis muitos elevados de ruído; muitos dos metalúrgicos sofrem com
este tipo de problema.Na metalurgia o ruído é o grande vilão e, por isso, existe a
necessidade do uso do protetor auricular para atenuar o barulho. Porém, o problema
não é resolvido já que não é apenas o ruído que podem trazer problemas à saúde
do trabalhador. A vibração afeta o sistema nervoso e seus resultados são ainda mais
difíceis de provar.
2.1.3 Tipos DE RISCOS OCUPACIONAIS
Destacando-se a evolução histórica da concepção de riscos ocupacionais, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou-os em biológicos, físicos,
químicos, ergonômicos, psicossociais. Também, reforçou a necessidade de maior
atenção ao problema da saúde dos trabalhadores, com destaque para os programas
de higiene no trabalho, de promoção e manutenção de sua saúde (CORTEZ;
VALENTE, 2011).
Nas organizações que ocorrem à exploração do trabalho como força física, mental,
punição sistemática e exclusão do trabalho, favorecem ao desenvolvimento
ausência no trabalho. A carga psíquica do trabalhador torna-se fruto de medo e
insatisfação. Observa-se que determinados trabalhadores passam a adoecer,
ficando bem evidente o aparecimento de doenças ocupacionais.
25
São considerados como riscos físicos: ruídos; vibrações; radiações ionizantes,
radiações não ionizantes; frio, calor, pressões anormais e umidade. Riscos
químicos: poeiras; fumos; névoas; neblinas; gases; vapores; substâncias, compostos
ou produtos químicos. Riscos biológicos: vírus; bactérias; protozoários; fungos;
parasitas e bacilos. Riscos ergonômicos: esforço físico intenso; levantamento e
transporte manual de peso; exigência de postura inadequada; controle rígido de
produtividade; imposição de ritmos excessivos; trabalho em turno e noturno;
jornadas de trabalho prolongadas; monotonia e repetitividade; outras situações
causadoras de estresse físico e/ou psíquico (MINISTÉRIO DO TRABALHO-MTE,
2006).
Os riscos de acidentes, por sua vez, são observados pelo arranjo físico inadequado;
máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas inadequadas ou defeituosas;
iluminação inadequada; eletricidade; probabilidade de incêndio ou explosão;
armazenamento inadequado e presença de animais peçonhentos e outras situações
de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes (MTE, 2006).
Os agravos à saúde dos trabalhadores podem ser causados por fatores/agentes de
riscos, entre os quais estão as situações ante ergonômicas, os agentes
psicossociais, químicos, físicos e biológicos e o risco de acidentes, potencialmente
capazes de prejudicar a produtividade, a qualidade da assistência prestada e a
saúde dos trabalhadores.
Os fatores ergonômicos são aqueles que incidem na adaptação entre o trabalho-
trabalhador, entre os quais menciona-se desenho dos equipamentos, do posto de
trabalho; a maneira como a atividade laboral é executada, a comunicação e o meio
ambiente.
O frequente levantamento de peso para movimentação e transporte de pacientes e
equipamentos, a postura inadequada e flexões de coluna vertebral em atividades de
organização e assistência podem causar problemas à saúde do trabalhador, tais
como fraturas, lombalgias e varizes. Tais fatores causais estão relacionados a
agentes ergonômicos.
26
2.1.4 ABSENTEÍSMO
O absenteísmo é o montante de faltas no trabalho, assim como, atrasos e saídas
antecipadas acontecidas durante um determinado período. Dependem de vários
fatores, que podem ser doenças, acidentes, responsabilidades familiares e
problemas com transportes.
O comparecimento ao trabalho é condição sine qua non para a eficácia de uma
organização. A falta gera um rompimento no fluxo de operações que reflete a queda
da produtividade e sobrecarrega em outros trabalhadores. Uma política orientada
para a prevenção das causas deve prever medidas: processuais, administrativas ou
disciplinares; preventivas orientadas para o indivíduo como exames médicos
periódicos, educação para a saúde e treinamento técnico (MAZZILLI, 2004).
O absenteísmo é a principal razão da baixa produtividade em inúmeras
organizações, assim como é responsável por altos índices de despesas
governamentais, em razão de inúmeros fatores tais como: depressão, estresse,
epidemias, acidentes de trabalho, direitos legais, fatores sociais, fatores culturais e a
falta não justificada.
27
2.2 POSTURAS ERGONÔMICAS EM RELAÇÃO À COLUNA
VERTEBRAL E À DOR LOMBAR
2.2.1 COLUNA VERTEBRAL HUMANA
Segundo Neumann (2006), a coluna vertebral humana, também chamada de
espinha dorsal, consiste em um conjunto de 33 segmentos de vértebras que são
divididos em cinco regiões. Sendo sete vértebras cervicais, doze torácicas, cinco
lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas, sendo as sacrais e coccígeas fundidas
no adulto para formar o sacro e o cóccix.
Funcionalmente, a coluna vertebral pode ser dividida em dois componentes ou
pilares, sendo eles o pilar anterior e o posterior. O anterior corresponde à porção
hidráulica que absorve choques e impactos e ainda é sustentadora de cargas, e é
constituída pelos corpos das vértebras e pelos discos intervertebrais. O pilar
posterior, por sua vez, é formado pelos processos e facetas articulares e funcionam
como mecanismo de deslizamento para a realização do movimento (KISNER;
COLBY, 2005).
Magee (2005) assevera que as sobrecargas impostas à coluna vertebral e suas
demais estruturas podem aumentar de acordo com a posição que o indivíduo se
encontra, a postura sentada é aquela que mais oferece sobrecarga e é a que mais
promove compressão discal no sentido axial. Porém a postura correta é aquela
posição na qual um mínimo estresse e sobrecarga são aplicados a cada articulação.
28
Assim, será necessária uma atividade muscular menor para manter esta posição.
Qualquer posição que aumente o estresse sobre as articulações pode ser
denominada postura defeituosa.
É preciso saber adequar as dimensões físicas dos mobiliários em questão às
características antropométricas do homem, visto que se deve levar em consideração
a posição em que o trabalhador permanece ao longo da jornada de trabalho, pois
pra cada postura adquirida, seja ela sentada ou em pé, existem os riscos que
envolvem esse posicionamento como também da mesma forma existem os
dimensionamentos preferíveis para adequação desse posto.
2.2.2 DOR LOMBAR
Conforme Nunes; Pena (2005), a maior limitação na performance ocupacional se dá
em forma de dor. A dor é definida como uma impressão ou sensação caracterizada
pela aplicação de uma incitação nociva ao corpo, sendo que a mesma pode ser
aguda ou crônica. A dor crônica é de duração prolongada que, via de regra, afeta
emocionalmente sua vítima. A dor aguda, por sua vez, é de curta duração e quase
sempre pode ser curada com repouso.
As causas mais frequentes desses males na região cervical são as posturas
ocupacionais, principalmente aquelas que exigem uma posição de inclinação para
frente por longos períodos, posturas relaxadas, postura inadequada de pelve e de
coluna lombar (KISNER; COLBY, 2005).
Já está bastante difundido, através dos meios de comunicação, o fato de que a
postura no desempenho de tarefas pesadas é a maior causa de problemas de
coluna, mais precisamente na hora de levantar, transportar e depositar cargas,
momentos em que os colaboradores mantêm as pernas retas, envergando assim a
coluna vertebral.
As impropriedades ou inadequações nas posturas estão relacionadas com
determinadas conjunções de fatores ocupacionais e individuais, os quais interagem
entre si, sendo que existe grande influência das características dos postos de
29
trabalhos, tais como altura e formato da cadeira e apoio, altura da mesa ou bancada,
alcance em relação aos equipamentos, características antropométricas do
colaborador, bem como formato e tamanho de dispositivos em uso.
2.2.3 POSTURA SENTADA
De acordo com Kendall et. al. (2007), a postura sentada requer o máximo de
conforto por conta do móvel em uso, visto que a cadeira deve ter uma altura que
proporcione que os pés fiquem em contato com o solo, evitando com isso a pressão
excessiva na região posterior de coxa. A mesma deve permitir que joelhos e quadris
fiquem em uma angulação de aproximadamente 90º de flexão e o encosto deve
apresentar uma inclinação de mais ou menos 10º.
Por isso o estudo da Ergonomia é importante, pois se propõe a conhecer os
aspectos físicos, fisiológicos, psicológicos, sociais, do indivíduo, bem como idade,
sexo, treinamento e motivação; da máquina (equipamentos, ferramentas mobiliários
e instalações); do ambiente físico do trabalhador (temperatura, ruídos, vibrações,
luz, cores, gases, etc.), além de consequências do trabalho, entre outros.
De acordo com Nascimento; Moraes (2000) um posto de trabalho adequado para
realização de tarefas em um posicionamento ortostático necessita ter dimensões
corretas quando se fala de altura do posto em relação à altura do usuário. Pois para
uma área de trabalho muito alta constantemente os ombros necessitaram ser
elevados, levando a contrações musculares que posteriormente acarretaram dor em
região de escápulas, cervical e dorso. Da mesma forma que uma área muito baixa
em relação ao trabalhador ocasionará em uma sobrecarga pelo aumento excessivo
das curvaturas da coluna, levando frequentemente a queixa de dores ao longo da
coluna vertebral.
30
Para os colaboradores que trabalham sentados e executando atividades minuciosas
e delicadas a uma curta distância visual o ideal seria que a superfície de trabalho
fosse elevada para que o usuário visualize seus instrumentos de trabalho sem
proporcionar tensão nos músculo, fáscias e principalmente em região cervical
(NASCIMENTO; MORAES, 2000).
Um ambiente de trabalho ergonomicamente planejado, com equipamentos
ergonômicos e racionalmente distribuído, beneficia a produtividade, melhora a
qualidade do serviço prestado, bem como diminui a fadiga na equipe de trabalho.
Quando a ergonomia é efetiva no ambiente de trabalho, o profissional tem maior
probabilidade de estar satisfeito e motivado para exercer suas atividades.
O profissional deve transcender às máquinas e equipamentos, de modo que o
mesmo possa atuar em toda a situação onde ocorrer o relacionamento entre o
homem e seu trabalho, isto é, não apenas valorizar o ambiente físico, mas também
os aspectos organizacionais, ou seja, a maneira pela qual esse trabalho é
programado e controlado, para produzir os resultados desejados.
A finalidade da Ergonomia é adaptar o trabalho ao homem, alterando as
circunstâncias ou condições inadequadas de trabalho, adequando-as aos
paradigmas psicofisiológicos dos colaboradores, visando, assim, o trabalho de
encontro ao sofrimento e ao encontro da realização. A boa disposição para o
trabalho é o sustentáculo do bem-estar do indivíduo. Entretanto, tal condição não
permanece satisfatória se a pessoa não se cuidar. Muitas variáveis afetam a
capacidade laboral e isto pode acontecer por meio da própria atividade. As
condições do trabalho podem ainda influenciar o estilo de vida e o ambiente de
trabalho.
A NR-17, declara que se o trabalho puder ser executado na posição sentada, o
posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. O trabalho em
pé apadrinha ou favorece a incidência de dilatação das veias das pernas (varizes) e
causa edemas dos tecidos dos pés e das pernas. De acordo com essa Norma, a
gestão e organização do trabalho devem ser apropriadas às características
psicofisiológicas dos funcionários e à natureza das tarefas a serem executadas.
31
2.2.4 LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS (LER)
Os transtornos são conhecidos no Brasil tradicionalmente pela sigla LER. No mundo,
a terminologia mais utilizada é WRMD (de work-related musculos keletaldisorders),
cuja tradução seria “distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho” ou
“DORT”. A questão da denominação contém aspectos diversos relacionados à
abordagem social/política da questão, tendo havido um movimento da Previdência
Social em 1998 para evitar o termo LER, passando a utilizar a sigla DORT. Porém,
com as mudanças políticas ocorridas a partir de 2003 no Brasil, a Previdência Social
retomou o termo LER, passando a utilizar a denominação dupla de LER/DORT
(COUTO, et. al., 2007).
São doenças do sistema musculoesquelético, principalmente de pescoço e membros
superiores, relacionados ao trabalho. Fatores como alto ritmo de trabalho,
movimentos repetitivos, sobrecarga de determinados grupos musculares, ausência
de pausas, exigência de produtividade, e equipamentos desconfortáveis são
apontados como responsáveis pelo aumento dos casos de LER.
A LER têm se apresentado como fenômeno social desafiador para trabalhadores,
empregadores, profissionais, técnicos e entidades diversas. O aumento de
diagnósticos clínicos com suposto nexo causal na atividade ocupacional vem
crescendo nos serviços de atendimento à saúde do trabalhador.
Para Couto et. al. (2007), os distúrbios osteomusculares de membros superiores
relacionados ao trabalho representam um dos maiores desafios em Saúde
Ocupacional em todo o mundo. Tentativas de prevenção frequentemente falham e,
apesar de alguns bons resultados, a quantidade de casos está aumentando num
nível que traz problemas para as empresas, incapacidade para o trabalho e
sofrimento humano, além de alto custo para os sistemas previdenciários.
2.2.5 PREOCUPAÇÕES DA ERGONOMIA
32
A Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. O que se observa,
normalmente, é a adaptação do homem ao trabalho. O inverso é mais difícil, pois o
ser humano nem sempre é adaptável ao trabalho. Daí tem-se que o homem é o
ponto de partida para projetos de trabalho, adaptando-os às capacidades e
limitações humanas.
Renner (2006), afirma que as variáveis mais significativas as quais vão ao encontro
da fadiga muscular são: posturas e gestos críticos, trabalho repetitivo, trabalho
muscular estático. As posturas críticas geralmente estão relacionadas com postos
de trabalho mal projetados, os quais não admitem um posicionamento anatômico e
fisiológico adequado; a associação se dá também por meio de movimentos de flexão
e rotação do tronco, isto é, movimentos críticos para formação de hérnia discal.
A postura estática demanda, de modo geral, baixo, porém constante, coeficiente de
tensão muscular. Esta situação demorada de contratura muscular gera uma
constrição dos vasos sanguíneos, diminui o curso ou fluxo sanguíneo e o
fornecimento de oxigênio, o que leva ao desconforto e à dor, implantando mais
rapidamente fadiga do que dinamismo.
A posição dos membros superiores por período alongado pode ocasionar síndrome
do desfiladeiro torácico e tendinite do ombro. A tendinite é a inflamação do tendão
do músculo supra espinhoso que circunda a articulação do ombro. Tal disfunção
provém também de desempenhos cíclicos do braço e de exercício muscular
exagerado, sintomas de sensação de peso até dor aguda no local. A ergonomia se
preocupa com todos esses fatores objetivando a segurança, satisfação e bem estar
dos trabalhadores em seus relacionamentos com os sistemas produtivos.
As doenças osteomusculares podem surgir em decorrência de um acidente
específico ou de maneira lenta não sendo facilmente reconhecida a relação com o
trabalho, a qual, muitas vezes, é atribuída à idade e a fatores individuais ou
hereditários.
No Brasil, o SUS não inclui acidentes, doenças relacionadas ao trabalho, em geral,
nem LERT em seu sistema nacional de informações, prejudicando a possibilidade de
se ter dados epidemiológicos referentes ao assunto. A Previdência Social possui
dados disponíveis, que se referem apenas aos trabalhadores do mercado formal
33
com contrato trabalhista regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e
segurados pelo Seguro Acidente do Trabalho (SAT). No ano de 1997, foram
registrados 12.258 Comunicações de Acidentes de Trabalho (CAT), com Código
Internacional de Doença (CID) de tenossinovites e sinovites e, ainda, 3.060 registros
com lombalgia. Cabe ressaltar que esses diagnósticos são considerados oriundos
de causa ocupacional, segundo critérios da Previdência Social (MAENO, 2003)
2.3 CASOS DE LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS
Massambani; Santos (2001) analisaram um grupo de alunos que realizavam aula
prática em um laboratório de microscopia de uma universidade. Estes alunos
executavam tarefas de leituras microscópicas sentados em uma banqueta. Os
autores constataram que a região lombar foi a mais afetada por algum tipo de dor ou
desconforto durante o período em que o aluno permanecia sentado.
É cada vez maior o tempo que passamos sentados no dia a dia, e a postura
sentada, comumente usada pelos profissionais de laboratório, ocasiona permanente
tensão dos músculos do dorso e do ventre. Nessa posição praticamente todo o peso
do corpo é suportado pelos ossos da pélvis aumentado o desconforto da área
abdominal, ocasionando problemas posturais circulatórios e respiratórios.
Bloemer (2001) avaliou a postura dos colaboradores de um setor informatizado de
uma Universidade. O pesquisador constatou que 100% dos trabalhadores
envolvidos na pesquisa exerciam suas atividades laborais sentadas, sendo que
64,29% deles sentiam algum tipo de desconforto.
Tabela 1: Número de respondentes conforme a intensidade da dor por parte do
corpo os funcionários de uma Universidade.
Parte do corpoSem dor (0) Pouca dor (1) Dor forte (2) Dor intensa (3)Ƒ % Ƒ % ƒ % ƒ %
34
Col. vertebral 02 16,67 06 27,27 06 85,71 00 0,0
M. inferiores 07 58,33 06 27,27 00 0,0 01 100
M. superiores 03 25 10 45,45 01 14,29 00 0,0
Total 12 100 22 100 07 100 01 100
Fonte: Bloemer (2001)
Observando a Tabela 1, vê-se que Bloemer (2001) constatou que os funcionários
apresentaram dores em mais de uma região do corpo, e que embora o
acometimento seja maior em membros superiores pelo uso contínuo do computador,
os membros inferiores e, sobretudo a coluna vertebral apresentaram índices
significativo de dor, destacando que a coluna vertebral constitui a região do corpo
em que a intensidade da dor é maior, sendo que 85,71% dos funcionários em
questão relataram sentir dor forte na coluna o que é um indicativo de algum distúrbio
osteomuscular relacionado ao trabalho.
Se muitos trabalhos exigem a permanência do sujeito em pé, outros induzem à
postura estática sentada. Há uma crescente tendência para pessoas despenderem
longas horas na posição sentada, quer durante ocupações profissionais, quer com o
propósito de recreação. A permanência na postura sentada é característica de
trabalhos de escritório, os quais, com o advento do computador, escravizaram o
sujeito à sua mesa (RENNER, 2006).
Popolin; Cardoso (2006) selecionaram 46 costureiras de uma fábrica em Jacuí (MG),
para participarem de uma pesquisa na tentativa de identificar possíveis alterações
na coluna vertebral relacionadas ao trabalho sentado. Os dados estatísticos achados
pelos estudiosos demonstram que das 46 costureiras avaliadas, 65% sentiam dor na
coluna vertebral, sendo a região lombar a mais afetada com 27% dos casos de
dores.
Gráfico 1: Percentual da fase da jornada em que a dor aparece
43%
30%
17%
10%
Final da jornada
No meio da jornada
No início da jornada
Não reclamaram
35
Fonte: Popolin; Cardoso (2006)
No gráfico 1 verifica-se que 10% não reclamam de dor; 43% sentem dor no final da
jornada; 30% no meio da jornada e 17% no início da jornada
A Ergonomia é uma ciência que busca melhorias nos ambientes de trabalho de
modo a manter a saúde e a capacidade produtiva. O principal objetivo da ergonomia
é adaptar o trabalho ao ser humano, em vez do ser humano ao trabalho (RENNER,
2006).
Gráfico 2: Percentual da intensidade da dor presente nas costureiras
43%
30%
17%
10%
Final da jornada
No meio da jornada
No início da jornada
Não reclamaram
36
70%
17%
13%
Média Fraca
Forte
.
Fonte: Popolin; Cardoso (2006)
O gráfico 2 apresenta dados significativos quanto a intensidade dessa dor; nota-se
que 13,3% intensificam a dor como sendo forte e as outras 70% relatam que a
intensidade da dor é considerada moderada.
Apesar da postura sentada ser mais favorável do que em pé, um grande número de
pessoas que sofrem de dores na região dorsal considera que essa postura agrava o
seu problema. Nem a postura em pé nem a sentada são ideais durante a jornada de
trabalho. O ideal é a alternância postural (RENNER, 2006).
Gráfico 3: Sintoma de dor, segundo área corporal afetada
37
27%
18%
8%
22%
25%
Região lombar
Cervical
Torácica
Não sentiam dor
Outros
Fonte: Popolin; Cardoso (2006)
Os dados estatísticos descritos por Popolin; Cardoso (2006) demonstram que das 46
costureiras avaliadas, 65% relataram sentir dor na coluna vertebral, sendo a região
lombar a mais afetada com 27%, cervical (18%); torácica (8%); outros 25% e não
apresentaram dor 22%.
Considerando os trabalhos realizados na posição sentada, encontra-se menor
trabalho muscular quando as costas estão apoiadas sobre o encosto da cadeira, a
cabeça está alinhada com a coluna e os pés tocam o chão (senão, é necessário
utilizar apoio para os pés). Quando este posicionamento não é possível, deve-se ter
orientações para a reorganização do posto de trabalho, de forma que esse permita
um posicionamento adequado (RENNER, 2006).
Tabela 2: Alterações da coluna vertebral encontrada nas costureiras
Alterações da coluna %Hiperlordose 38 82,6Hipercifose 15 32,6
Escoliose CD 10 21,7E 7 15,2S 14 30,4
Fonte: Popolin; Cardoso (2006)
38
Popolin; Cardoso (2006) detectaram alterações na coluna vertebral das costureiras
avaliadas conforme expressa a tabela acima. Em uma análise geral dos resultados
obtidos dessa pesquisa observou-se que 65% das funcionárias apresentaram dor, o
que pode estar relacionada com a postura incorreta durante a execução da tarefa,
haja vista que segundo Bittar et. al., (2004) a permanência e a manutenção destas
posturas incorretas geram músculos tensos, dores nas regiões dorsal e cervical,
lombalgias, fadigas e falta de entusiasmo no trabalho.
As orientações devem ser individuais, considerando o modus operandi de cada
trabalhador, assim como orientações para a prática de exercícios preventivos e
compensatórios que permitam o relaxamento das estruturas músculo esqueléticos
mais utilizados (RENNER, 2006).
Carneiro et. al. (2007) realizaram um estudo com motoristas e cobradores de uma
empresa de transporte urbano da cidade de Jequié-BA, foram selecionados para 40
motoristas e 39 cobradores. Os autores apontaram que 73% dos motoristas e 77%
dos cobradores sentiam dores em alguma parte do corpo, sendo que a região
lombar apresentou maiores índices de afetação.
Nos motoristas as dores mais frequentes eram nos ombros, tornozelos/pés, joelho e
lombar e nos cobradores os mais frequentes eram lombar, ombros, punhos/mãos,
tornozelos/pés.
Nos motoristas as dores nos “ombros” se devem à realização de movimentos para
troca de marcha e à manutenção dos braços estendidos até o volante por horas
seguidas, exigindo constante trabalho estático e dinâmico da musculatura da cintura
escapular e membros superiores. As regiões “tornozelos/pés” e joelho” estão
envolvidos com a posição sentada e manutenção dos pés nos pedais, inclusive na
frequente troca de marchas (CARNEIRO et. al., 2007).
No caso dos cobradores, o fato de viajarem muitas vezes em pé, tendo que se
segurar no alto, onde se acomodam as bagagens de mão, terem que fazer
anotações no canhoto da passagem - com o ônibus em movimento, sujeitos a
freadas bruscas e ações para acomodar as bagagens, podem justificar a dor nas
regiões “ombros”, “punhos/mãos” e “tornozelos/pés” (CARNEIRO et. al., 2007).
39
Os principais fatores que induzem à fadiga muscular são trabalho repetitivo, trabalho
muscular estático, posturas e gestos críticos. As posturas críticas geralmente estão
associadas aos postos de trabalho mal projetados, que não permitem um
posicionamento anatômico e fisiológico adequado, assim como podem estar
associadas a movimentos de flexão e rotação do tronco (movimentos críticos para
formação de hérnia discal) (RENNER, 2006).
Um ambiente de trabalho propício ao acometimento da LER se dá por fatores
etiológicos relacionados à organização do trabalho que envolve principalmente
mobiliários inadequados, posturas indevidas, excesso de força na realização das
tarefas e sobrecarga biomecânica, em contrapartida a isso um ambiente organizado,
com pessoas treinadas e condicionadas com respeito aos fatores ergonômicos e aos
seus limites biomecânicos diminuem de forma significativa os riscos de surgimento
das patologias associadas às atividades laborais.
Quando submetidos a movimentos repetitivos, inadequações ergonômicas, e
precárias condições de trabalho, os trabalhadores estão sujeitos a uma série de
riscos e ocorrência de doenças e síndromes adquiridas, que repercutem na vida
desses profissionais, seus familiares, bem como na instituição onde trabalha, sem
contar com os prejuízos aos cofres públicos, causados à sociedade e ao País, como
um todo.
Portanto, a cada momento, torna-se mais premente fiscalizar as medidas
preventivas, conforme legislação e normas de acidentes de trabalho. As campanhas
de conscientização são importantes, porém é necessário que as normas de
segurança sejam cumpridas e que, de alguma forma, os infratores sejam
responsabilizados, com a finalidade de se evitar a impunidade ao descaso e à
negligência que põem em risco a saúde dos profissionais
40
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratório-descritiva. Utilizou-se a técnica
da pesquisa bibliográfica. O estudo refere-se a uma revisão de literatura sobre a
prevalência de LER/DORT, em relação à ergonomia e ao erro de postura. A revisão
abrangeu artigos científicos e livros publicados no Brasil no período de 2000 a 2013.
Foram excluídos os artigos que não estavam publicados em periódicos indexados.
Também foram coletados informações e dados de publicações e livros e nos meios
eletrônicos (banco de dados Scielo, Madeleine, USP, dentre outros).
Procedimentos de Coleta e Análise dos Dados: Após a coleta do material
bibliográfico, realizou-se a leitura a fim de selecionar a amostra bibliográfica. Os
dados obtidos foram tratados com finalidade expositiva, descritiva, explicativa,
analítica. O método de abordagem principal foi o dialético e o dedutivo. Os métodos
de procedimentos foram o histórico e o monográfico.
41
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
No capítulo Resultados e Discussão foram expostos ou retratados vários estudos,
num enfoque multiprofissional e interdisciplinar; trata-se de uma abordagem sobre
aspectos ergonômicos e biomecânicos, em relação a estudos, pesquisas e
resultados encontrados em várias profissões, tais como técnicos de laboratório,
digitadores, costureiras, motoristas e cobradores.
42
5. CONCLUSÃO
Acidente do trabalho é o que acontece pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem
como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução,
temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho.
No desempenho de suas funções os trabalhadores ficam expostos a fatores de
riscos, haja vista que os mesmos estão à mercê de movimentos repetitivos, posturas
inadequadas, jornadas prolongadas, dentre outros. A prevalência da sintomatologia
da LER se dá na coluna cervical, ombro e punho, regiões estas relacionadas ao tipo
de atividade laboral exercida pelos profissionais.
Aos colaboradores cabe o conhecimento, a vontade, a motivação, o policiamento e
manutenção da própria postura. Melhorias contínuas no posto de trabalho são
indispensáveis, a fim de obter funcionalidade ergonômica e praticidade em relação
aos materiais e equipamentos, de modo que o profissional evite exageração nos
movimentos de rotação e flexão da coluna vertebral.
É necessária por parte dos profissionais uma análise do ambiente de trabalho com a
finalidade de detecção de variáveis de risco ocupacionais consequentes da
organização do trabalho. É relevante e válida a concepção de que o profissional que
trabalha na posição sentada se utilize de análise ergonômico-laboral para obter um
diagnóstico ocupacional que possa intervir preventiva e eficazmente, na redução dos
riscos ou eliminação da DORT.
A interação construtiva entre o ser humano e seu ambiente de trabalho conduz à
segurança, à produtividade eficiente, principalmente através de mobiliários e
equipamentos que proporcionem conforto aos profissionais e da recusa em realizar
esforços e desgastes desnecessários.
43
A elevação excessiva das mãos, ou dos membros superiores, pode ser evitada
através da regulagem da cadeira em um nível mais abaixo, da mesma forma que a
flexão exagerada dos punhos é evitada quando se segura o equipamento pela parte
superior.
Verificou-se que a maioria dos trabalhadores que adotam a postura sentada sente
dores e desconfortos na região lombar e em membros inferiores, pelo fato desta
posição ser a que oferece maior risco de surgimento de patologias. A ergonomia
visa propiciar posturas anatômicas nos postos de trabalho, as quais não induzam as
distorções ou o façam dentro de limites aceitáveis.
A empresa deve responsabilizar-se plenamente pela segurança do seu empregado,
proporcionando-lhe uma ambiente de trabalho arejado e limpo, equipamentos de
segurança, sem deixar de considerar a importância do apoio que deverá ser dado a
CIPA para que esta possa desenvolver atividades também voltadas para a
prevenção de acidentes de trabalho.
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