Download - TCC Jader Lustosa Final
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de Tecnologia
Colegiado do Curso de Engenharia Civil
Jader Luís dos Santos Lustosa
ANÁLISE COMPARATIVA DE ORÇAMENTOS DISCRIMINADOS
UTILIZANDO DADOS DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇOS DO TCPO
E CUSTOS DO SINAPI E DADOS OBTIDOS DE EMPRESA
DE FEIRA DE SANTANA
Feira de Santana
2014
Jader Luís Dos Santos Lustosa
ANÁLISE COMPARATIVA DE ORÇAMENTOS DISCRIMINADOS
UTILIZANDO DADOS DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇOS DO TCPO
E CUSTOS DO SINAPI E DADOS OBTIDOS DE EMPRESA
DE FEIRA DE SANTANA
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de
Engenharia Civil da Universidade Estadual de Feira de
Santana como parte dos requisitos para a obtenção do
título de Bacharel em Engenharia Civil
Orientação:
Prof. Dr. Élvio Antonino Guimarães
Feira de Santana
2014
ANÁLISE COMPARATIVA DE ORÇAMENTOS DISCRIMINADOS
UTILIZANDO DADOS DE COMPOSIÇÕES DE SERVIÇOS DO TCPO
E CUSTOS DO SINAPI E DADOS OBTIDOS DE EMPRESA
DE FEIRA DE SANTANA
Jader Luís Dos Santos Lustosa
Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao Curso de Engenharia Civil da
Universidade Estadual de Feira de Santana como parte dos requisitos para a obtenção
do título de Bacharel em Engenharia Civil.
Examinado por:
_______________________________________ Prof. Dr. Elvio Antonino Guimarães (Orientador)
(Universidade Estadual de Feira de Santana)
_______________________________________ Prof. Esp. Carlos Antônio Alves Queirós
(Universidade Estadual de Feira de Santana)
_______________________________________ Prof. Msc. Antonio Freitas da Silva Filho
(Universidade Estadual de Feira de Santana)
Feira de Santana
2014
AGRADECIMENTOS
À Deus, por ter me dado saúde e força de vontade para realizar o sonho de me
tornar um engenheiro.
Aos meus pais, Joanice dos Santos Lustosa e José Monteiro da Hora Lustosa,
que me ensinaram que somente através dos estudos eu seria alguém digno de mim
mesmo.
À minha namorada Márcia Danielle Muniz, que foi paciente, atenciosa, gentil, e
me ajudou nesta caminhada difícil.
Ao prof. Dr. Elvio Antonino Guimarães, por gentilmente ter me orientado na
elaboração deste trabalho científico.
À empresa que disponibilizou os dados para a realização do trabalho.
Aos meus amigos de todas as horas, Henrique Tibúrcio, Naan Souza e Sammir
Moreira por sempre fazerem o melhor e me incentivarem a fazer o mesmo.
Aos demais amigos e parentes que influenciaram direta ou indiretamente nesse
sonho concretizado, o meu muito obrigado.
RESUMO
Em nosso país, muitas empresas negligenciam os processos de orçamentação de
seus empreendimentos, custeando-os de maneira ineficiente. Usualmente, são
aplicados dados de serviços e insumos levantados por instituições consagradas que,
apesar de serem feitos de maneira profissional, são de um contexto ambiental,
econômico e cultural muitas vezes diferentes que levam a distorções de custos
indesejáveis. Diante do fato, esse trabalho de conclusão de curso objetiva comparar
em que aspectos dois orçamentos, um feito usando dados personalizados e outro
usando composições de serviços do TCPO e de custos do SINAPI, divergem entre si.
Para tanto, foi feito levantamento bibliográfico que apresenta a teoria pertinente à
temática, como classificação dos orçamentos, tipos de custos, metodologia de
orçamentação, e etc., e um estudo de caso em um empreendimento habitacional no
município de Feira de Santana, na Bahia.
Palavras-Chave: Orçamento, Orçamento discriminado, Custos Diretos, Custos
Indiretos, TCPO, SINAPI.
ABSTRACT
In our country, companies neglect essential processes of budget planning in relation
to their enterprises. The data used by those companies are provided by relied
institutions, in addition, the data is obtained in a professional and an accurate way.
However, those data are often based on different economic, environmental and cultural
parameters. Consequently, the application of this data generates unwanted errors on
final results of budget. Thus, this thesis has as objective, to compare two different
budgets. The first one is based on personalized data and the second one is based on
services compositions of TCPO and costs of SINAPI. To accomplish this, it was made
a literature presenting the theory related to budget classification, types of cost and
budget methodology. Furthermore, it was made a study case in a housing building
located at Feira de Santana county, at state of Bahia.
Key-words: Budgets, Detailed Budget, Indirect Costs, Direct Costs, TCPO, SINAPI.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Custos Fixos .................................................................................... 18
Figura 2 - Custos Variáveis .............................................................................. 19
Figura 3 - Custos Semi - Variáveis ................................................................... 19
Figura 4 - Custos Totais. .................................................................................. 20
Figura 5 - Etapas do processo de orçamentação ............................................. 28
Figura 6 - EAP de uma Casa sob forma de organograma ............................... 31
Figura 7 - Esquema de componentes do preço final de venda ........................ 44
Figura 8 - Gráfico de comparação dos preços de venda .................................. 66
Figura 9 - Gráfico comparativo de custos diretos totais ................................... 67
Figura 10 - Gráfico comparativo das etapas construtivas ................................ 68
Figura 11 - Gráfico comparativo dos custos de Serviços ................................. 68
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Tabela do SINAPI para preços de Insumos em Salvador no mês de
Junho/2014....................................................................................................... 25
Tabela 2 - Valores do coeficiente K para cálculo dos custos de manutenção de
equipamentos ................................................................................................... 43
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Tabela referente ao CUB/m² do estado da Bahia para residencias de
baixo padrão referente ao mês de novembro de 2014 ..................................... 23
Quadro 2 - Quadro do SINAPI para preços de serviços em Salvador no mês de
Junho/2014....................................................................................................... 25
Quadro 3 - Referência para composições de custos unitários. ....................... 34
Quadro 4 - Planilha de encargos sociais da mão de obra da construção civil no
estado da Bahia ............................................................................................... 39
Quadro 5 - Resumo dos tributos incidentes sobre os preços de venda ........... 47
Quadro 6 - Composição do Serviço Locação da Obra: execução de gabarito . 52
Quadro 7 - Composição do Serviço de Levante de alvenaria Estrutural com blocos
de concreto do TCPO ....................................................................................... 55
Quadro 8 - Composição do Serviço de Levante de Alvenaria Estrutural com blocos
de concreto adaptado do TCPO ....................................................................... 56
Quadro 9 - Tabela Salarial de trabalhadores da Construção Civil ajustada em Março
de 2014. ........................................................................................................... 57
Quadro 10 - Composição do Serviço de Assentamento de Janela de Alumínio de 1,2
x 1,6 m. ............................................................................................................ 58
Quadro 11 - Composição do serviço de assentamento de Janela de alumínio de 1,2
x 1,2 m. ............................................................................................................ 59
Quadro 12 - Tabela resumo dos custos do orçamento de base ....................... 63
Quadro 13 - Tabela resumo dos custos do Orçamento de Comparação ......... 65
Quadro 14 - Diferença percentual entre os custos unitários dos serviços do
orçamento de comparação em relação ao orçamento de base........................ 69
Quadro 15 - Comparativo de Mão de Obra e Materiais .................................... 71
Quadro 16 - Composição do serviço de estrutura de madeira para telha ondulada do
orçamento de comparação. .............................................................................. 73
Quadro 17 - Composição do serviço de Madeiramento para telha ondulada do
orçamento de base ........................................................................................... 73
Quadro 18 - Composição do serviço de levante de alvenaria de vedação com bloco
de concreto do orçamento de comparação. ..................................................... 74
Quadro 19 - Composição do serviço de levante de alvenaria de vedação do
orçamento de base ........................................................................................... 75
LISTA DE SIGLAS
BNH – Banco Nacional de Habitação
BDI – Benefícios e Despesas Indiretas
CLT – Convenção Coletiva do Trabalho
COHAB – Companhia de Habitação Popular
CUB – Custo Unitário Básico
FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
INOCOOP – Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais
INSS – Instituto Nacional do Seguro Social
MCMV – Programa Minha Casa, Minha Vida
PAC – Programa de Aceleração do Crescimento
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
SESI – Serviço Social da Indústria
SINTRACOM-BA – Sindicato Dos Trabalhadores Na Industria da Construção Civil e
Da Madeira No Estado Da Bahia
SINDUSCON – Sindicatos Estaduais da Indústria da Construção Civil
SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da construção Civil
TCPO – Tabelas de Composições de Preços Orçamentários
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12
1.1. JUSTIFICATIVA ..................................................................................... 13
1.2. OBJETIVO ............................................................................................. 14
1.2.1. Geral ................................................................................................ 14
1.2.2. Específico ........................................................................................ 14
1.3. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .......................................................... 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 16
2.1. HISTÓRIA E IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO .................................. 16
2.2. CUSTOS ................................................................................................ 17
2.2.1. Classificação dos Custos ................................................................. 17
2.3. PROPRIEDADES DOS ORÇAMENTOS ............................................... 20
2.4. TIPOS DE ORÇAMENTO ...................................................................... 21
2.4.1. Estimativa de Custo ......................................................................... 22
2.4.2. Orçamento Preliminar ...................................................................... 26
2.4.3. Orçamento Discriminado ................................................................. 26
2.5. ETAPAS DA ORÇAMENTAÇÃO ........................................................... 27
2.5.1. Estudo das Condicionantes ............................................................. 29
2.5.2. Identificação dos Serviços ............................................................... 30
2.5.3. Levantamento das Quantidades ...................................................... 32
2.5.4. Custos Diretos de Produção ............................................................ 33
2.6. FECHAMENTO DO PREÇO DE VENDA ............................................... 44
2.6.1. BDI ................................................................................................... 45
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 49
3.1. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ........................................................ 49
3.2. ESTRATÉGIA ........................................................................................ 49
3.3. DELINEAMENTO DO TRABALHO ........................................................ 50
3.3.1. Descrição do Empreendimento ........................................................ 50
3.3.2. Processo de Orçamentação Adotado .............................................. 51
3.3.3. Considerações Feitas para Compatibilização .................................. 54
3.3.4. Comparação Entre os Orçamentos.................................................. 61
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................. 62
4.1. ORÇAMENTO DISCRIMINADO DE BASE ............................................ 62
4.2. ORÇAMENTO DISCRIMINADO DE COMPARAÇÃO ............................ 63
4.3. ORÇAMENTO DE BASE X ORÇAMENTO DE COMPARAÇÃO ........... 65
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 77
5.1. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS....................................... 78
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 79
ANEXO A – PLANILHA DE CUSTOS DIRETOS ORÇAMENTO DE B ASE….83
ANEXO B – PLANILHA DE CUSTOS DIRETOS ORÇAMENTO DE
COMPARAÇÃO ................................................................................................87
ANEXO C – PLANILHA DE DESPESAS INDIRETAS .....................................94
ANEXO D – PROJETOS ARQUITETONICOS ................................................100
ANEXO E – PROJETOS ESTRUTURAIS .......................................................107
ANEXO F – PROJETOS ELÉTRICOS .............................................................113
ANEXO G – PROJETOS HIDRÁULICOS .......................................................115
ANEXO H – PROJETOS SANITÁRIOS ...........................................................117
12
1 INTRODUÇÃO
Durante os anos 80 do século passado, o Brasil atravessava um momento de
crise econômica gerada pelo endividamento externo, em função dos investimentos
com dinheiro estrangeiro para incentivos em políticas industriais na década anterior.
Na “década perdida”, a Construção Civil praticamente parou, e o setor de habitação
era alentado quase que exclusivamente por construções de COHABs e INOCOOPs.
No final do século XX e início do século XXI, no entanto, o mercado brasileiro voltou
a se desenvolver devido a sua reinserção no processo de globalização da economia
(CARDOSO, 2000; CAMPOS JÚNIOR, 2005).
Mais recentemente, em 2007, o governo federal lançou o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) com intuito de planejar, para os quatro anos
seguintes, políticas públicas para o desenvolvimento da economia através de
investimentos nas indústrias da construção civil, transporte e energia. O setor de
habitação foi um dos mais atingidos, incentivado pelo aumento do crédito com a
criação do Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que ampliou a atuação dos
bancos públicos no setor. O resultado foi um crescimento elevado no número de
construtoras e o desenvolvimento de outras tantas (MINISTÉRIO DO
PLANEJAMENTO, 2014).
Dentro desse panorama, estratégias empresariais com objetivo de reduzir
custos e aumentar a produtividade ganharam força, visando aumentar a atuação das
empresas em um mercado competitivo.
Esse pensamento, todavia, ainda não atingiu completamente todos os
empresários da construção civil. Um orçamento adequado à realidade é
imprescindível para garantir, por um lado, que não haja prejuízos com um projeto e,
por outro, que os custos sejam competitivos: não podem haver desvios muito grandes
em relação ao custo real. Uma prática comum, no entanto, é usar composições de
bancos de dados de organizações consagradas que, embora elaboradas de maneira
profissional, são incompatíveis com especificidades regionais e particularidades de
cada empresa.
13
1.1. JUSTIFICATIVA
Ainda é comum encontrar empresas do ramo da construção civil que se valem
de conhecimentos previamente adquiridos para estimar ordens de grandeza dos
custos de seus empreendimentos, não usando essa experiência de maneira racional
para chegar a valores mais precisos.
Esse pensamento é incompatível com os requisitos do mundo contemporâneo,
globalizado e competitivo, que exige cada vez mais do empresário que pretende
manter-se competitivo, investimento na aplicação consciente de princípios da
engenharia de custos.
Segundo Dias (2006), é de grande responsabilidade das empresas e dos
profissionais orçamentistas a preparação adequada de um orçamento, em função do
aumento da competitividade da área de engenharia civil, com surgimento de novas
empresas e especialização de outras tantas.
O orçamento discriminado é um instrumento comumente usado. Todavia, um
orçamento é adequado apenas quando os custos nele discriminados são compatíveis
com a realidade.
Uma prática comum é o uso de bancos de dados externos à empresa para a
orçamentação dos custos diretos, operados por bancos governamentais ou empresas
especializadas, como as Tabelas de Composições de Preços Orçamentários (TCPO)
da PINI e as tabelas de referência de insumos do Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da construção Civil (SINAPI) que, mesmo sendo amplamente
difundidas e consagradas, são construídas em um contexto ambiental, cultural e
econômico diferente, levando a distorções nos custos parciais e finais dos
empreendimentos quando usadas de forma indiscriminada.
Desta maneira, escolheu-se analisar qual o impacto do uso das Tabelas de
Composições de Custos Unitários da PINI e tabelas de referência de insumos do
SINAPI no orçamento de uma obra.
14
1.2. OBJETIVOS
1.2.1. Geral
Analisar comparativamente dois preços de venda de um empreendimento
imobiliário obtidos por orçamentação discriminada fazendo-se uso de dados
apropriados e dados de bancos de dados externos.
1.2.2. Específicos
• Identificar os critérios para levantamento de custos através de orçamentação
discriminada;
• Comparar os orçamentos discriminados e apresentar os aspectos relevantes
do comparativo.
1.3. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
Para alcançar os objetivos propostos, o presente trabalho foi estruturado em
cinco capítulos, sintetizados a seguir.
O presente capítulo introduz o trabalho, contextualizando-o e justificando-o,
além de listar os objetivos a serem perseguidos.
No capítulo dois é feito o referencial teórico, abordando os principais conceitos
e conteúdos necessários para realizar a pesquisa.
O capítulo três descreve a metodologia utilizada e apresenta as características
do empreendimento objeto de estudo.
No quarto capítulo são apresentados os resultados bem como as análises dos
dados obtidos.
15
Por fim, no capítulo cinco, são feitas considerações finais e proposta para
pesquisas futuras.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. HISTÓRIA E IMPORTÂNCIA DO ORÇAMENTO
O orçamento surgiu como fruto da insatisfação do povo com a cobrança
aleatória de impostos e gastos arbitrários de governantes durante o século XVII,
período de intensos questionamentos e anseios por mudanças de paradigmas na
sociedade que culminaram em movimentos como a Revolução Francesa e
Independência Americana. No Brasil, o descontentamento com os tributos impostos
pela Corte Portuguesa foram importantes motivos para incentivar o movimento da
independência durante o século XIX. Desde então, mecanismos de proteção do
dinheiro público foram sendo paulatinamente instalados para fiscalizar os gastos,
prever receitas e programar despesas (ÁVILA, 2001).
A orçamentação, depois de consagrada na administração pública, estendeu-
se à empresa privada, que precisava suprir a necessidade de tornar-se competitiva
frente ao surgimento contínuo de novas organizações. Para atender essas exigências
de mercado, os gastos precisaram ser enxugados e então o sucesso ou fracasso das
atividades profissionais passaram a depender, de maneira mais intensa, da forma
como são estabelecidas as cobranças dos serviços prestados. O orçamento então
passou a ser um dos fatores primordiais para um resultado lucrativo (MATTOS, 2006).
O termo orçamento possui sentidos diversos em função do alcance de sua
aplicação. No âmbito da Engenharia Civil, o orçamento pode ser definido como a
previsão dos gastos para execução dos serviços de um empreendimento desde a sua
concepção até a entrega. Portanto, um orçamento eficiente é essencial para o
sucesso financeiro do projeto e, quando mal feito, fatalmente ocorrem frustrações de
custo e prazo (MATTOS, 2006; GIAMUSSO, 1991). Entretanto, a importância do
orçamento para um empreendimento vai além da função de estabelecer os custos de
execução dos serviços: o orçamento atende a outras necessidades que vão desde a
formalização do projeto até o planejamento das atividades. De acordo com Limmer
17
(1997) e Ávila (2001), o orçamento precisa ser direcionado a alcançar os seguintes
objetivos:
• Prever, com precisão, os custos de execução do empreendimento afim de obter
um orçamento competitivo;
• Constituir-se em documento contratual, servindo de base para o faturamento
da empresa executora e para esclarecer dúvidas ou omissões quanto a
pagamentos.
• Ser instrumento balizador do planejamento, fornecendo dados para execução
de cronogramas, histograma de recursos, curvas ABC, etc.
2.2. CUSTOS
Um orçamento é constituído em termos de custos da execução do
empreendimento. Os custos são definidos como os bens e serviços gastos para a
realização de outros bens e serviços (CABRAL, 1988).
2.2.1. Classificação dos Custos
Dentre as diversas categorizações de custos incorridos em uma obra,
aparecem com mais frequência na literatura as classificações segundo a facilidade de
atribuição e variabilidade, por serem as bases conceituais para a definição dos
métodos de custeio (ANDRADE E SOUZA, 2003).
A facilidade de atribuição diz respeito a facilidade com que um custo é atribuído
a um produto e são diferidos em custos diretos e custos indiretos: (CABRAL, 1988)
• Custos Diretos: São facilmente atribuíveis a um produto, sendo quantificáveis
para execução dos serviços. Para a execução de uma parede de alvenaria, por
18
exemplo, podemos quantificar o material necessário para fazê-la, o tempo de
mão-de-obra e de equipamento requerido.
• Custos Indiretos: São custos de difícil atribuição aos serviços, sendo, por
conveniência, rateados. Como exemplo, pode-se citar a difícil atribuição do
serviço do engenheiro ao levante de uma parede de alvenaria.
A classificação quanto a variabilidade ou volume de produção refere-se à
variação do custo em relação à variação do volume de produção. São agrupados, de
acordo com Limmer (1997), em custos fixos, custos variáveis, custos semi-variáveis e
custos totais.
• Custos Fixos: Dentro de uma faixa de volume de produção, são os custos que
praticamente não variam com a quantidade produzida, como mostra a Figura
1. Os gastos com equipe técnica, de suporte, e administração permanecem
inalteradas com o aumento do volume de produção.
Figura 1 - Custos Fixos
• Custos Variáveis: São custos que variam de forma diretamente proporcional ao
volume de produção, como mostra a Figura 2. O gasto mensal com blocos, por
exemplo, varia com a velocidade de execução de alvenaria.
Adaptado de: Limmer, 1997
19
Figura 2 - Custos Variáveis
• Custos Semi-variáveis: Variam de maneira não diretamente proporcional com
a variação da quantidade produzida, como mostra a Figura 3. Salário de
operários trabalhando na produção é fixo até que alcancem uma determinada
meta; a partir de então, passam a receber proporcionalmente ao volume
produzido.
Figura 3 - Custos Semi - Variáveis
Adaptado de: Limmer, 1997
Adaptado de: Limmer, 1997
20
• Custos totais: Variação total de custos em função da quantidade produzida,
como mostra a Figura 4. Resulta da soma dos custos fixos, variáveis e semi -
variáveis.
Figura 4 - Custos Totais.
2.3. PROPRIEDADES DOS ORÇAMENTOS
A metodologia de elaboração de orçamentos é universal e sistemática, sendo
igualmente aplicável a qualquer local, obra e construtora. Todavia, uma obra é função
de várias variáveis que interagem de maneira complexa, tornado cada projeto, e, por
consequência, cada orçamento, único. As propriedades dos orçamentos que surgem
dessa interação de fatores são a aproximação, especificidade e temporalidade
(GODOI, 2009; MATTOS, 2006).
• A aproximação refere-se ao caráter estimativo do orçamento, uma vez que os
custos das variáveis envolvidas são aproximados, baseados em dados
estatísticos. Portanto, não se espera que um orçamento seja exato, porém,
quanto mais criteriosa for a orçamentação, mas preciso é o orçamento. A
aproximação está embutida em diversos itens, como os índices de
Adaptado de: Limmer, 1997
21
produtividade, encargos sociais e trabalhistas, custo horário de equipamento,
preço e perda de insumos, etc.
• Cada empreendimento possui suas especificidades e, portanto, duas obras
idênticas, quando executadas sob condições diferentes, apresentam custos
diferentes. Como exemplos, pode-se citar que nível técnico influencia na
racionalidade do uso da mão-de-obra e dos materiais e o clima da região
influencia nos dias efetivamente trabalhados.
• A temporalidade diz que o custo de um empreendimento depende do momento
em que este é realizado, uma vez que flutuações de preço no mercado são
constantes. Um orçamento muito antigo apresenta, portanto, quantitativos
coerentes, porém deve apresentar preços defasados.
2.4. TIPOS DE ORÇAMENTO
O orçamento é uma das primeiras informações requisitadas pelo
empreendedor, uma vez que um projeto de construção implica em gastos
consideráveis que precisam ser planejados e controlados adequadamente. A precisão
é desejável, uma vez que ela torna o levantamento confiável.
A precisão de um orçamento é função das informações disponíveis para a sua
execução e critério com que é executado. Um orçamento seguro e funcional advém
de uma orçamentação responsável baseado em informações completas, com projetos
principais, complementares e especificações técnicas rígidas de serviços e materiais
(LIMMER, 1997).
Por outro lado, o orçamento é uma importante ferramenta de análise de
viabilidade do empreendimento quando da sua concepção. Durante esta fase, o nível
de confiabilidade de um orçamento é baixo, uma vez que as informações são
escassas para a sua execução. Existem, portanto, níveis de detalhamento de
orçamentos que atendem às necessidades de cada estágio do projeto. Estes níveis
são classificados em estimativa de custo, orçamento preliminar ou orçamento
discriminado (DIAS, 2006; GOLDMAN, 1997).
22
2.4.1. Estimativa de Custo
É um orçamento expedito que pretende avaliar o custo global da construção
durante a fase de anteprojeto e, em função da baixa informação disponível e do tempo
requerido para desenvolvê-lo, é de baixa precisão. Este orçamento, porém, é
imprescindível, uma vez que é através dele que se executa o estudo de viabilidade
econômica do empreendimento. Para o cálculo de estimativas de custos, existem
algumas referências disponíveis. Entre as mais utilizadas estão o Custo Unitário
Básico (CUB) e índices do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices na
Construção Civil (SINAPI) (SCHMITT, 1987; GOLDMAN, 1997).
2.4.1.1. CUB
O CUB surgiu através da lei 4591/64, artigos 53 e 54, legislação esta que obriga
aos Sindicatos Estaduais da Indústria da Construção Civil (SINDUSCON) a divulgar,
mensalmente, o custo por metro quadrado construído em concordância com os
padrões para cálculo estabelecidos pela NBR 12721/05, com o objetivo de disciplinar
o mercado de incorporação imobiliária, servindo de parâmetro para o estabelecimento
de preços de venda de imóveis (SIDUSCON-MG, 2007).
Desde a sua origem na NB-140/65, a referência normativa evoluiu,
incorporando novos projetos-padrão, novos lotes de insumos e atualizando-se com a
realidade do mercado, ganhando representatividade no setor de incorporação e
construção. Desta maneira, o CUB passou a ser também um indicador
macroeconômico dos custos da construção civil (SIDUSCON-MG, 2007).
Para o cálculo do CUB, a SINDUSCON obtém junto às empresas da sua região
jurisdicional o preço dos materiais. A mão-de-obra é calculada de acordo com o
percentual de encargos sociais e trabalhistas incendes sobre o salário em coerência
com a legislação local e a Convenção Coletiva do Trabalho (CLT). O CUB é, portanto,
23
o preço mediano do metro quadrado construído em determinada região. (MATTOS,
2006).
Para o cálculo do custo estimado de um empreendimento usando o CUB como
referencial, multiplica-se a área equivalente pelo custo unitário do metro quadrado
referente ao tipo e padrão de construção a ser executada. A área equivalente é a “área
virtual cujo custo de construção é equivalente ao custo da respectiva área real,
utilizada quando este custo é diferente do custo unitário básico da construção adotado
como referência” e a metodologia para a sua obtenção está padronizada pela NBR
12721/05 (NBR 12721/05, 2005).
O Quadro 1 refere-se aos CUB do estado da Bahia no mês de junho/2014 para
projetos de padrão residencial baixo.
Quadro 1 - Tabela referente ao CUB do estado da Bahia para residências de baixo padrão referente ao mês de novembro de 2014
Fonte: Sinduscon – Ba, 2014.
Onde:
• R - 1 refere-se a residências unifamiliares;
• PP - 4 a prédios populares;
• R - 8 a edifícios com oito pavimentos tipo;
• R - 16 a edifícios com 16 pavimentos tipo.
24
2.4.1.2. SINAPI
O SINAPI é um sistema gerido pela CAIXA (Caixa Econômica Federal) e IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para a pesquisa de custos e índices da
construção civil. Criado em 1969 pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), o SINAPI
surgiu para preencher as lacunas relativas à indisponibilidade de custos e índices,
considerados importantes para análise, atualização e avaliação de orçamentos para
a programação de investimentos. Implantado, o SINAPI divulgava mensalmente o
preço dos insumos para o setor de habitação, contemplando apenas em 1997 os
setores de saneamento e infraestrutura urbana, em conformidade com resolução
nº161/94 do Conselho Curador do FGTS, que exigiam a inclusão destes setores no
programa (IBGE, 2014; CEF, 2014).
Diferente do CUB, o SINAPI possui uma abordagem microeconômica dos
custos de uma obra, sendo constituído dos preços dos insumos, dos índices de
produtividade e do custo final do serviço.
Para a obtenção dos custos e índices, cabe ao IBGE coletar mensalmente o
preço de materiais, equipamentos e salários das categoriais profissionais junto aos
estabelecimentos comerciais, industriais e sindicatos da construção civil em todas as
capitais do país. À CAIXA, cabe gerir o setor técnico do sistema, mantendo a base
cadastral de coleta, os projetos, as relações de serviços, especificações, composições
de custo e os métodos de produção (CEF, 2014).
A Tabela 1 e o Quadro 2 referem-se, respectivamente, a trechos das relações
de preços de insumos e serviços do SINAPI para a cidade de Salvador divulgadas no
mês de junho de 2014.
25
Fonte:
CEF, 2014.
Fonte: CEF, 2014.
Tabela 1 - Tabela do SINAPI para preços de Insumos em Salvador no mês de Junho/2014
Quadro 2 - Quadro do SINAPI para preços de serviços em Salvador no mês de Junho/2014.
26
2.4.2. Orçamento Preliminar
Executado com a função de estudar a viabilidade financeira, o orçamento
preliminar leva a resultados menos distorcidos do que a estimativa de custos, uma vez
que se baseia em um número maior de indicadores, tratando o empreendimento não
em caráter global, mas dividindo-o em elementos construtivos (SCHMITT, 1987).
O orçamento preliminar pelo custeamento dos elementos construtivos
decompõe a edificação em itens de fácil identificação, pormenorizados de acordo com
a importância que esse item representa para o custo global. Para balizar os
parâmetros a serem estabelecidos, utilizam-se dados de serviços de porte e natureza
semelhantes encontrados em publicações especializadas, como taxas corriqueiras de
armadura, espessura média de lajes, dimensões de pilares, deslocamento de terra,
etc. (MATTOS, 2006; SCHMIT, 1987).
Uma outra abordagem comum é o uso de dados históricos para determinar o
percentual de participação das diversas etapas da obra no custo total do projeto. Essa
metodologia, porém, é aplicável somente para obras semelhantes. Projetos que fogem
ao corriqueiro possuem peculiaridades que podem tornar os dados inconsistentes
(SCHMITT, 1987).
Tisaka (2006) alerta para o fato de que é importante utilizar métodos diferentes
para orçamentos preliminares e analisar os resultados obtidos de forma criteriosa
como forma de reduzir o risco de erros orçamentários.
2.4.3. Orçamento Discriminado
O orçamento discriminado busca estimar o custo final do projeto através do
detalhamento e determinação do custo de cada recurso exigido para a execução dos
serviços. Esses recursos traduzem-se em custos diretos, determinados através de
composições de custos: fórmulas empíricas que relacionam às quantidades a serem
27
executadas, os índices de mão-de-obra, materiais e equipamentos mobilizados por
unidade de serviço, e em custos indiretos, como as equipes técnicas, administrativas
e de suporte da obra, custos de manutenção do canteiro, manutenção da sede da
empresa, lucro, etc., essenciais para o andamento dos serviços e saúde do
empreendimento (GONZALEZ, 2008; VALENTINI, 2009).
2.5. ETAPAS DA ORÇAMENTAÇÃO
A orçamentação é um processo inerente a cada empresa, que aplica taxas,
valores e metodologias próprias para a previsão dos custos. O trabalho de elaboração
de orçamento respeita, porém, uma sequência bem definida de três grandes etapas
de trabalho: o estudo das condicionantes, a determinação dos custos diretos e
indiretos, e o estabelecimento do preço global (ÁVILA, 2001).
Durante a fase de estudo das condicionantes, o empreendimento será
estudado para conhecer-se os padrões e dificuldades. Na fase de composição de
custos, a estrutura da obra é desmembrada para que os serviços sejam
individualmente orçados e os custos indiretos planejados, formando o custo global da
obra. Na fase final, determina-se o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), levando em
conta os tributos, lucro almejado, e custos indiretos para estabelecer a planilha de
preços final (ÁVILLA, 2001; MATTOS, 2006).
A Figura 5 sintetiza o processo de orçamentação.
28
Fonte: Mattos, 2006
Figura 5 - Etapas do processo de orçamentação
29
2.5.1. Estudo das Condicionantes
A realização de um empreendimento é função de uma grande quantidade de
variáveis, o que torna essencial para precisar os valores do orçamento e sucesso
financeiro do projeto a análise das condições de contorno. De acordo com Dias (2006),
cabe ao engenheiro de custos considerar, quando do início da orçamentação, os
pontos:
• Analisar os dados disponíveis;
• Fazer visitação técnica ao local de execução do empreendimento;
• Em licitações, verificar a prioridade de vencer a licitação.
Os dados disponíveis no início do processo de orçamentação, a depender da
modalidade do empreendimento (incorporação, licitação, etc.), são comumente os
projetos, os cadernos de encargos e os editais de licitação.
Os projetos são informações visuais e o caderno de encargos traz informações
textuais qualitativas que fornecem as especificações técnicas dos materiais,
tolerâncias dimensionais, qualidade e ensaios requeridos; características do projeto
finalizado e dificuldades executivas; permitem quantificar os serviços, materiais e
mão-de-obra. Os editais, quando o processo é licitatório, estabelece os parâmetros
requisitos para a participação da licitação, tais como o prazo da obra, critérios de
medição, penalidades sujeitas, documentação requeridas, seguros exigidos, etc. A
análise desses dados permitem conhecer o nível de complexidade do
empreendimento, o padrão de qualidade e a especialização requerida para a mão-de-
obra (MATTOS, 2006; TISAKA, 2006).
A visitação técnica é importante para complementar a análise dos dados,
estudando-se as implicações da localização da obra, tais como a disponibilidade de
mão-de-obra especializada na região; a distância para jazidas de materiais,
fornecedores e da sede da empresa; disponibilidade de infraestrutura; as dificuldades
executivas impostas pelo terreno, condições de acesso aos serviços e a implantação
da estrutura do canteiro (DIAS 2006).
30
2.5.2.Identificação dos Serviços
Após os dados reunidos e estudados e a visita técnica feita ao local da obra, o
orçamentista possui as informações necessárias para estabelecer a estrutura do
projeto em fases, etapas, subetapas e serviços convenientemente às necessidades
de visualização e controle do orçamento (ÁVILA, 2001).
A estrutura analítica de projeto (EAP), conhecida também pela expressão Work
Breakdown Strutucture (WBS) ou “Estrutura de Decomposição de Trabalho”, é a
estrutura hierarquizada resultante da decomposição de um projeto em unidades mais
simples e de manuseio mais fácil. Organizada em organogramas, sob forma de
listagem analítica ou ainda como mapa mental, cada nível estabelece um grupo de
itens que formam o projeto com maior ou menor detalhamento a depender da posição
no conjunto, sendo o 1º nível o próprio projeto, e o último, os pacotes mais simples de
trabalho convenientes às necessidades (MATTOS, 2010).
Apesar de ser tradicionalmente uma ferramenta de planejamento, a estrutura
analítica de projeto pode ser adaptada ao processo de orçamentação, sendo
importante ponte entre as duas áreas. Estruturando o projeto em níveis de
detalhamento e orçando-se os pacotes mais elementares da EAP, que são os serviços
orçados nas composições de custo, forma-se um importante parâmetro para balizar
os custos reais de execução. O trabalho de aferir os dados reais e confrontar com os
dados do orçamento por sua vez, retroalimenta os bancos de informação do setor de
orçamentário, que revê os coeficientes adotados na elaboração do orçamento
(GIAMUSSO, 1991; KNOLSEISEN, 2003).
31
Figura 6 - EAP de uma Casa sob forma de organograma
32
2.5.3. Levantamento das Quantidades
A fase de levantamento de quantidades merece atenção especial, uma vez que
é nela que se definirão as quantidades adquiridas para a execução e é com base nelas
que se dimensionarão as equipes de produção para os prazos estabelecidos.
Por ser uma fase que exige discernimento do orçamentista e por faltar
padronizações completas de materiais de construção civil e de processos de
quantificação, o processo de levantamento de quantidades é feito manualmente e
requer atenção redobrada, uma vez que um erro simples de medida ou de cálculo
pode gerar custos adicionais desnecessários (GODOI, 2009).
Assim como se recomenda para a listagem de serviços, o quantitativo só pode,
a rigor, ser executado após a conclusão do projeto, quando todos os dados técnicos
(memoriais, caderno de encargos, projetos gráficos) estão disponíveis para o
orçamentista. Para efetuar o processo, é preciso ter estes dados a mão pois eles irão
dizer quando, como e onde serão usados cada material. O levantamento a partir de
anteprojetos é permeado de um fator de incerteza, que é refletido no orçamento,
causando elevação nos custos e discrepâncias entre planejado e orçado (GODOI,
2009; GONZALEZ, 2008; ÁVILA; LIBRELLOTO; LOPPES, 2003).
Em relação à medição das quantidades de serviços, os procedimentos são
simples na maioria dos casos. Alguns serviços e materiais todavia, possuem
peculiaridades que levam a estimativas menos precisas ou que dão margem a
diferentes formas de quantificação, levando a valorações diferentes. Um exemplo são
as escavações: a depender da resistência e tipo de solo, este pode ter volumes de
bota-fora maiores ou menores, podem exigir maior ou menor tempo de trabalho,
requerer taludamento ou escoramento, o que dificulta a orçamentação desse tipo de
serviço. Outro exemplo são as alvenarias que, aos serem quantificadas, podem ser
levados em conta ou não os vãos, os só os vãos maiores, descontada a massa, etc.
(GONZALEZ, 2008).
O trabalho de quantificação é, na maioria das empresas, feito manualmente e,
portanto, passível de erro. Desta forma, recomenda-se que o processo seja executado
por uma pessoa e verificado por outra. Para a verificação dos resultados, bem como
33
a leitura de terceiros envolvidos, recomenda-se disponibilizar o memorial de cálculo e
as padronizações de medição (GODOI, 2009).
2.5.4. Custos Diretos de Produção
Define-se como custo direto de produção de uma obra a somatória dos custos
de todos os insumos que a ela se incorporam, sendo facilmente mesuráveis e
relacionáveis ao produto. Estes insumos podem ser classificados em mão-de-obra,
material ou equipamento (LIMMER,1997; TISAKA, 2006).
No orçamento discriminado, a obra é desdobrada nos diversos serviços que a
compõe e, cada serviço, por sua vez, é desdobrado nos seus insumos constituintes.
O custo de cada serviço é então estabelecido pela composição de custos: processo
de estabelecimento do custo de cada atividade individualizada por insumos, de acordo
com a quantidade gasta de cada um desses insumos para a realização do volume
requerido (GIAMUSSO, 1991; MATTOS, 2006).
2.5.4.1. Composição Unitária dos Serviços
Os custos unitários são os custos incorridos para a execução de uma unidade
do serviço. Na composição de custos unitários, esse custo é detalhado em termos da
quantidade de cada insumo aplicado para a execução da unidade da atividade
multiplicado pelo custo unitário do insumo (TISAKA, 2006).
Os custos unitários são detalhados em uma ficha, como a apresentada no
Quadro 3.
34
Quadro 3 - Referência para composições de custos unitários.
CÓDIGO DESCRIÇÃO CLASS UNID. COEF. PREÇO UNIT
PREÇO TOTAL
Nos títulos estão designados a coluna Código, para localização e identificação
dos itens nos bancos de dados; a coluna Descrição, onde entram o nome do serviço
ou dos insumos; a coluna Classe, que classifica o item descrito em termos da
categoria de insumo em que ele se encaixa; Unidade, onde entram as unidades de
medida do item a qual se refere; a coluna Coeficiente, a quantidade gasta daquele
insumo para a realização de uma unidade de serviço; a coluna Preço Unitário, custo
de uma unidade de insumo e a coluna Preço Total, que é o custo do insumo para
realizar uma unidade do serviço. Geralmente, as composições trazem os percentuais
de perdas embutidas no coeficiente, mas há quem prefira separá-los. Nessa variante,
as tabelas trazem uma nova coluna, denominada Fator. Na coluna de fator estão os
percentuais de perda de materiais e, no caso da mão-de-obra, a taxa de encargo
social que incidirá sobre o custo horário dos operários.
2.5.4.2. Custo dos Materiais
A determinação dos custos dos materiais em um orçamento perpassa pelos
processos de identificação dos materiais e conhecimento e negociação dos preços
ofertados no mercado. A identificação dos materiais é feita em sequência à
identificação dos serviços, tendo-se posse de todas as informações técnicas. Os
preços ofertados pelo mercado são pesquisados através da cotação de insumos
(MATTOS, 2006).
A tarefa de cotação de insumos consiste em pesquisa das melhores ofertas de
materiais praticadas no mercado. Essa pesquisa porém requer cuidado, uma vez que
35
diversos fatores influem no custo de um insumo e, é preciso prestar atenção a quais
desses fatores são contemplados no preço ofertado pelo fornecedor (MATTOS, 2006;
DIAS, 2006).
Durante o processo de cotação, os principais fatores que influenciam, segundo
Mattos (2006) e Dias (2006), no preço dos insumos são:
• Especificações técnicas
• Unidade e embalagem;
• Quantidade;
• Prazo de Entrega;
• Condições de Pagamento;
• Validade da proposta;
• Local e condições de entrega;
• Despesas complementares.
Ao ser cotado, o material a ser entregue deve ser caracterizado livre de
ambiguidades e, para isso, o responsável pela cotação deve fornecer todas as
especificações técnicas necessárias e o fornecedor, o escopo do produto que ele pode
entregar. Estabelecida a proposta, deve-se prestar atenção a unidade e embalagem
de entrega. A quantidade requerida é outra informação importante a ser informada já
que pode ser usada como ferramenta de negociação de preço. O local, condições de
entrega e despesas complementares influenciam diretamente no preço final. O preço
final é composto de, além do preço do produto em si, custos com frete, seguros,
montagem, taxas alfandegárias e etc. É preciso verificar, portanto, quais desses
custos finais são contemplados no preço ofertado e, os não inclusos precisam ser
adicionados pelo encarregado de cotações para análise das propostas.
Além da preocupação com o escopo e com o preço, o cronograma deve ser
levado em consideração em termos de entrega e de desembolso. As condições de
pagamento oferecidas são diversas – a prazo, à vista, com ou sem entrada, com ou
sem desconto – e, dentre as diversas opções, deve-se calcular a viabilidade do
pagamento. O desembolso à vista para o pagamento por vezes não é interessante,
36
uma vez que esse valor, aplicado, poderia compensar um produto mais caro pago a
prazo. Além disso, o prazo de entrega deve satisfazer o andamento das atividades
durante a fase executiva.
Quanto ao alcance da cotação, deve ser realizada pesquisa na região onde se
desenvolverão os serviços visando reduzir os custos com transporte de materiais. A
pesquisa deve também ser realizada em outras regiões a título de comparação,
quando o volume de compra não é atendido na localidade ou compensar o custo com
o deslocamento. Alguns materiais de disponibilidade restrita ou especializados tais
como explosivos, elevadores, betume, etc., requerem um raio de atuação maior,
buscando preços em grandes centros urbanos ou diretamente em fontes
fornecedoras. A cotação deve ser feita junto a pelo menos três fornecedores
diferentes. Em caso de preços muito diferentes, é preciso ampliar a amostragem a fim
de garantir a validade pesquisa (DIAS, 2006; MATTOS, 2006).
Apesar da atração gerada pelos preços mais baixos, o profissional responsável
pela cotação deve verificar a idoneidade da empresa fornecedora. A qualidade do
produto e a garantia de entrega do que foi acordado perpassam pela competência e
pela conduta do fornecedor.
2.5.4.3. Custo da Mão-de-obra
Ao contratar um funcionário, o custo incorrido ao empregador não se resume
ao salário-base do empregado. A este valor somam-se os encargos sociais e
trabalhistas: custos demandados pela contratação de mão-de-obra que extrapolam a
remuneração relacionada ao tempo efetivo dispendido por esta mão-de-obra no
trabalho (SINDUSCON-DF, 2005).
A rigor, os encargos sociais e trabalhistas são de natureza compulsória, com
origem na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), na Constituição Federal de
1988, em leis específicas e nas convenções coletivas do trabalho. Em contrapartida,
os encargos, por conveniência dos processos orçamentários, podem ter significado
ampliado, adicionando-se às taxas compulsórias, itens inerentes à realização das
37
funções e manutenção dos trabalhadores, tais como ferramentas, EPI’s, almoço e etc.
(CEF, 2014; MATTOS, 2006).
A taxa dos encargos em seu sentido restrito é composta por diversos itens,
estabelecidos por lei ou determinados estatisticamente, organizados em quatro
categorias diferentes: Encargos Sociais Básicos (Grupo A), Encargos Trabalhistas
(Grupo B), Encargos Indenizatórios (Grupo C) e as Incidências Cumulativas (Grupo
D) (SINDUSCON- DF, 2005).
• Os Encargos Sociais Básicos são taxas fixas estabelecidas por lei incidentes
sobre a remuneração do trabalhador, tais como INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social), FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), Salário-
Educação, SESI (Serviço Social da Indústria), SENAI (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial), SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas), INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária) e Seguro contra acidentes de trabalho.
• Os Encargos Trabalhistas correspondem às remunerações recebidas pelos
dias em que não há prestação de serviços, tais como férias, repouso semanal
remunerado, feriados, auxilio-enfermidade, acidente de trabalho, licença
paternidade e maternidade, faltas justificadas, 13º salário.
• Os Encargos Indenizatórios são amparos ao trabalhador quando este é
demitido antes do fim do contrato de trabalho e sem aviso com antecedência.
As taxas da categoria são o aviso prévio, multa por rescisão do contrato de
trabalho e indenização adicional em caso de demissão 30 dias antes do
dissídio.
• As Incidências Cumulativas correspondem a incidência dos encargos sociais
básicos sobre os encargos trabalhistas e incidência das férias, FGTS e 13º
sobre o aviso prévio.
Para a determinação das taxas da empresa, os cálculos devem ser feitos em
função da forma de contratação do profissional, que pode ser horista ou mensalista.
Os mensalistas possuem salário fixo mensal, o que inclui alguns encargos como o
descanso semanal remunerado e feriados, possuindo, portanto, percentual inferior
aos horistas, que não possuem nenhum encargo embutido no salário-hora.
38
Face ao elevado percentual de encargos incidentes sobre os salários, é prudente
verificar periodicamente o seu valor, verificando principalmente os itens variáveis mais
significativos, a exemplo da rotatividade da mão-de-obra que implica em avisos
prévios e multa por rescisão do contrato de trabalho. O controle dos itens variáveis
implica em aumento da competitividade da empresa (DIAS, 2006).
O Quadro 4 refere-se à planilha de encargos sociais divulgada pelo SINAPI
para o estado da Bahia no mês de setembro de 2014.
39
Fonte: CEF, 2014.
Quadro 4 - Planilha de encargos sociais da mão de obra da construção civil no estado da Bahia
40
2.5.4.4. Custos dos Equipamentos
Ao adquirir um equipamento, a empresa está fazendo um investimento, e o que
se espera de um investimento é retorno. Ou seja, todos os custos envolvidos com o
maquinário precisam ser considerados no orçamento, sendo repassados aos serviços
que fazem uso deste maquinário. Esses custos com equipamentos de transporte e
movimentação de materiais e mão-de-obra, que podem ser alugados ou próprios, são
inúmeros. No caso de maquinário próprio, os diversos custos que compõem o valor
final são de três categorias diferentes: custos de propriedade, custos de manutenção
e custos de operação (TISAKA, 2006; LIMMER, 1997).
• Custos de Propriedade
Os equipamentos, do momento em que são adquiridos, passam a se
desvalorizar em função da idade, eficiência e da obsolescência. O custo de
propriedade é definido como custo resultante da aquisição e depreciação do
equipamento e a sua determinação é função, além do valor de desembolso na compra,
da vida útil e valor residual.
A vida útil é o valor estimado do tempo de funcionamento em que o
equipamento trabalha com produtividade e eficiência especificados para ele. No
cálculo do custo dos serviços realizados com o equipamento, o orçamentista deve
embutir as parcelas da depreciação de maneira que, ao fim da sua vida útil, todo o
investimento feito na compra tenha retornado. Ao valor da depreciação deve ser
abatido o valor residual: Após o término da vida útil, um equipamento ou o que tenha
restado dele pode ser vendido como usado ou como sucata. Esse valor é estimado
entre 10 e 20% do valor inicial, dependendo da qualidade da manutenção feita durante
a sua vida (LIMMER, 1997; MATTOS, 2006).
O método mais utilizado para o cálculo do custo horário de depreciação é o
método linear: Nesse método, assume-se que a taxa de decrescimento do valor do
equipamento é uniforme (LIMMER, 1997).
41
A Equação (1), refere-se a expressão matemática para determinar o seu valor:
�ℎ =�� − �ℎ (1)
Fonte: Mattos, 2006
Onde:
• Vo é o valor de aquisição;
• R o valor residual;
• n a vida útil do equipamento em horas; e
• h o número de horas trabalhadas durante o ano.
É considerado ainda nos custos de propriedade, a remuneração que o capital
investido teria se fosse aplicado no mercado financeiro. Esses juros devem ser
levados em consideração para repor o poder de compra do capital investido e não
devem ser confundidos com lucro. Os juros horários são calculados aplicando a taxa
de juros anuais sobre o valor médio do equipamento divido pelas horas de utilização
do equipamento, como mostra a Equação (2):
�ℎ = ���� (2)
Fonte: Mattos, 2006.
Sendo:
• Im o valor médio do equipamento;
• I a taxa de juros; e
• A as horas trabalhadas do equipamento.
42
O valor médio do equipamento é determinado pela Equação (3):
�� = (�� − �) ( + 1)2 + �(3)
Fonte: Mattos, 2006.
Sendo:
• Vo o valor de aquisição,
• R o valor residual; e
• n a vida útil em anos.
Deve-se, por fim, ser considerado os custos com tributos e seguros. Os custos
horários de propriedade são, em resumo, a soma dos custos horários de depreciação,
juros, obrigações tributárias e seguros (ÁVILLA, 2001).
• Custos de Operação
Os custos de operação, como diz o nome, são custos para manter a máquina
em condições de funcionar. São, comumente, gastos com pneus, combustível,
lubrificantes, filtros, energia elétrica, e operador. A determinação precisa desses
insumos é extremamente complexa, uma vez que várias variáveis influenciam no
processo, tais como o tipo, idade, estado de conservação da máquina, ambiente,
manutenção e etc. Lança-se mão então de dados experimentais tabelados (ÁVILLA,
2001).
• Custos de Manutenção
Os custos de manutenção englobam todos os gastos referentes a reparos,
incluindo os materiais requeridos, como peças de reposição e acessórios, mão-de-
43
obra, além de revisões preventivas. Da mesma maneira que os custos de operação,
determinar os custos de manutenção com precisão mais apurada é um trabalho não
compensatório e difícil. Com aceitável precisão, os custos de manutenção podem ser
obtidos pela equação (4) (DIAS, 2006):
�ℎ = ��ℎ �(4)
Fonte: Mattos, 2006.
Onde:
• Vo é o valor de aquisição do equipamento;
• n a vida útil, em anos;
• h as horas trabalhadas por ano; e
• k um coeficiente de proporcionalidade.
O valor de k pode ser definido de acordo com a tabela a seguir:
Tabela 2 - Valores do coeficiente K para cálculo dos custos de manutenção de equipamentos
Fonte: Engenharia Compartilhada, 2012.
Tipo de Equipamento Coeficiente K
Moto niveladora 0,88
Moto scraper 0,85
Caminhão betoneira 0,88
Placa vibratória com motor diesel 0,56
Usina misturadora de solos 0,75
Espalhador de concreto 0,55
Trator de esteira acima de 200 KW 0,95
Bate estaca de gravidade 0,75
Caminhão basculante 0,90
Caminhão tanque 0,80
Carregadeira de pneus 0,75
44
2.6. FECHAMENTO DO PREÇO DE VENDA
Preço é definido como o valor a ser cobrado dos clientes pela prestação dos
serviços e nele está englobado todas as despesas e lucro almejado pelo prestador do
serviço. Portanto, o estabelecimento do preço perpassa pela determinação, além dos
custos diretos e dos custos indiretos, da bonificação e dos impostos. Alguns desses
custos são de difícil aferição, ou não é do agrado das empresas revelá-los. Os custos
complementares são então costumeiramente compactados em um percentual,
chamado de Benefícios e Despesas Indiretas (BDI), que, ao incidir sobre os custos
dos serviços, formam os preços dos serviços, como demonstra a Equação (5). A soma
de todos os preços dos serviços forma o preço global da obra (GONZALEZ, 2008).
�� = ��(1 + ���100)(5)
Esquematicamente:
Fonte: Própria.
Figura 7 - Esquema de componentes do preço final de venda
45
2.6.1. BDI
Budget Difference Income ou Benefícios e Despesas Indiretas(BDI) é o termo
utilizado para designar o processo de rateio dos lucros e despesas de natureza
indireta sobre os custos diretos orçados de um empreendimento, estabelecendo assim
seu preço de venda (DIAS, 2007).
Compõem o BDI os custos indiretos, os tributos e o lucro ou bonificação.
A Equação (6) relaciona o BDI aos custos diretos, indiretos, impostos e lucro:
��� = �� + ��100 − (� + �)(6)
Onde:
• CD é o custo direto global;
• CI é o custo indireto global;
• I a taxa de impostos; e
• L a taxa de lucro almejada.
2.6.1.1. Custos Indiretos
Os custos indiretos não aparecem nas composições de custos, não integram
os serviços de campo, mas são inerentes ao processo, decorrentes da estrutura da
obra e da empresa (DIAS, 2006).
Compõem os custos indiretos: (Mattos, 2006; Dias, 2006; Tisaka, 2006)
• Mobilização e desmobilização: Custos de transporte dos recursos humanos,
equipamentos e instalações necessários para a realização do
empreendimento, desde a sua origem até o local de implantação do canteiro.
46
• Administração local: São os custos relativos à estrutura administrativa local,
composta das equipes técnica (engenheiro, mestre, encarregados, estagiários,
etc.), de suporte (almoxarife, comprador, ferramenteiro, laboratorista, etc.), e
administrativa (auxiliares, secretário, copeira, porteiro, etc.).
• Administração Central: A sede não é geradora de receita, apenas de despesas,
portanto, é preciso fazer o rateio dessas despesas entre os contratos em
andamento.
• Taxas de despesas financeiras: Taxa para a reposição da perda monetária
decorrente da defasagem de tempo entre as despesas do mês, desembolsadas
pela construtora, e o pagamento da medição. Essa defasagem causa perda
monetária porque o dinheiro desembolsado pela construtora poderia estar
aplicado durante o período.
• Taxas de riscos de execução ou Margem de Incertezas: taxas para pagar
seguros contra imprevistos, uma vez que os orçamentos são feitos
considerando condições normais de trabalho. Podem ser imprevistos de força
maior (terremotos, criação de novos impostos, greves, guerras, etc.), de
previsibilidade relativa (atrasos no pagamento de medições, chuvas, acordos
judiciais, etc.) ou aleatórios (capotamento de caminhão, desabamento de muro
de arrimo, etc.).
• Despesas de comercialização: são gastos da empresa com tentativas sem
sucesso comercialmente ou com licitações públicas, rateadas entre os
empreendimentos em andamento.
Os custos diretos geralmente ficam em torno de 5 a 30% do custo total da
construção, a depender de aspectos que influenciam os componentes do seu valor,
tais como a estrutura da empresa e da obra, que influenciam no custo com a
administração local e global, a localização geográfica que influencia em custos com
mobilização e desmobilização, a complexidade da obra, que demanda maior
supervisão e suporte externo (consultoria), dentre outros. Portanto, o estabelecimento
das taxas de cada componente dos custos indiretos deve ser feito de forma criteriosa,
levando em consideração todas as condições de contorno (MATTOS, 2006).
47
2.6.1.2.Tributos
Os impostos decorrentes de insumos – taxas de compra de materiais ou
manutenção de equipamentos, uso de mão de obra, etc – estão inclusos nos custos
diretos, dentro das composições de serviços. Porém, existem ainda impostos que
incidem sobre o preço de venda da obra, sem qualquer relação direta com um ou outro
serviço, e por isso é contabilizado como parcela do BDI. De origem nas diversas
esferas do poder – federal, estadual e municipal – os impostos mais comuns são:
(TISAKA, 2006; MATTOS, 2006).
. Quadro 5 - Resumo dos tributos incidentes sobre os preços de venda
Nome Sigla Competência Base de Cálculo
Alíquota
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
COFINS Federal Faturamento 3%
Programa de Integração Social
PIS Federal Faturamento 0,68%
Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transporte de e Valores de Créditos e de Direitos de Natureza Financeira
CPMF Federal Faturamento 0,38%
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ISSQN Municipal Faturamento com deduções
Varia de 2 a 5%, estabelecida por critérios de cada município.
Imposto de Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Federal
Lucro Real ou Lucro Presumido (Opcional)
Lucro Real:15% + 25% sobre o que ultrapassar R$ 20.000,00
Lucro Presumido:1,2% sobre faturamento.
Contribuição Social sobre Lucro Líquido
CSLL Federal
Lucro Real ou Lucro Presumido (Opcional)
Lucro Real: 9%
Lucro Presumido:2,88% sobre faturamento
48
2.6.1.3. Lucro
Toda atividade empresarial deve ser remunerada financeiramente através do
que costuma-se chamar lucro. O lucro pode ser definido como a diferença entre as
despesas (custos diretos, custos indiretos, impostos) e a receita.
A rentabilidade, relação entre o lucro e o investimento, depende de fatores
internos e fatores externos à empresa, e estes fatores devem ser levados em
consideração ao estabelecer o percentual (MATTOS, 2006).
49
3 METODOLOGIA
3.1. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA
O presente trabalho visa comparar dois preços de venda de um condomínio na
periferia do município de Feira de Santana, estado da Bahia, ambos obtidos por
orçamentação analítica discriminada, porém através de duas abordagens diferentes.
A primeira abordagem, que gerou o orçamento referenciado como orçamento
de base, faz uso de composições de custos unitários montadas com índices de mão-
de-obra aferidos localmente e consumos de materiais compatíveis com a tipologia do
empreendimento e com as metodologias praticadas na execução dos serviços,
obtidas junto a uma empresa de construção civil tradicional da cidade.
A segunda abordagem, a qual deu origem ao orçamento de comparação, usa
composições de serviços do TCPO com custos de insumos obtidos por tabela de
custos de referência do SINAPI no estado da Bahia atualizada no mês de setembro
de 2014.
Para dar andamento ao trabalho, os capítulos subsequentes apresentarão a
estratégia, o delineamento e resultados da pesquisa. Por fim, serão feitas algumas
considerações sobre os resultados.
3.2.ESTRATÉGIA
Existem vários tipos de estratégias para se fazer um trabalho científico e a
melhor abordagem depende de três condições básicas: 1) Tipo de questão da
pesquisa, 2) O controle que o pesquisador tem sobre o objeto de estudo e 3) O foco
em fenômenos contemporâneos em oposição a fenômenos históricos (YIN, 2005).
O estudo de caso é a melhor estratégia quando são colocados
questionamentos do tipo “como” ou “porque”, quando o pesquisador tem pouco
50
controle sobre o objeto de estudo e quando a pesquisa está vinculada a fenômenos
contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real (YIN, 2005).
Essa estratégia foi julgada como mais adequada ao presente trabalho, uma vez
que a proposta é comparar orçamentos, que são amplamente afetados pelo tempo e
pelo local e sofrem baixa influência do pesquisador orçamentista.
3.3.DELINEAMENTO DO TRABALHO
3.3.1.Descrição do Empreendimento
O objeto de estudo da pesquisa é um projeto destinado à construção de
apartamentos na periferia da cidade de Feira de Santana para o programa de
interesse social do Governo Federal Minha Casa Minha Vida (MCMV), visando atingir
famílias com renda mensal de até 3 salários mínimos.
Ao todo, o condomínio contará com 540 unidades distribuídas em 27 prédios
de 5 pavimentos e 20 apartamentos cada. Cada unidade conta com dois quartos, uma
sala, uma cozinha, um banheiro e área de serviço, somando ao todo 44,71 m² de área
construída e 39,04 m² úteis. O condomínio conta ainda com duas quadras, dois
quiosques e dois parques infantis, tento área de terreno total 11.795,90 m² e área
construída real total de14.685,55m².
Os edifícios possuem fundação em sapata corrida, estrutura em alvenaria auto-
portante e lajes pré-moldadas e simplesmente apoiadas na alvenaria. A cobertura é
em telha de fibrocimento fixada em madeiramento pontaletado sobre laje. O
revestimento externo é em textura acrílica sobre massa única. Internamente, os
apartamentos possuem pavimentação cerâmica e teto texturizado. As salas e quartos
possuem revestimento em gesso com pintura látex PVA e as cozinhas, revestimento
cerâmico. O banheiro possui forro em pvc. As portas são de madeira e as janelas e
basculantes, de alumínio.
51
O Maquinário fixo usado para dar suporte à produção contempla
manipuladores, dumpers, mini-carregadeiras, plataformas motorizadas, betoneiras, e
máquina projetora de argamassa. Munks, guindastes, caminhões basculantes e
retroescavadeiras sobre rodas fazem serviços esporádicos.
3.3.2. Processo de Orçamentação Adotado
Os orçamentos discriminados foram feitos pelo autor do presente trabalho
amparado por bibliografia especializada e por profissionais experientes. Fazendo uso
dos documentos existentes – Caderno de encargos, projetos arquitetônicos,
estruturais e de instalações – foi montada uma estrutura de projeto com as dezenove
Etapas Construtivas listadas abaixo:
1) Gabarito e Locação
2) Fundação
3) Superestrutura
4) Fechamento
5) Instalação
6) Impermeabilização
7) Cobertura
8) Revestimento interno
9) Revestimento externo
10) Pavimentação
11) Arremates
12) Esquadrias de Madeira
13) Esquadrias de alumínio
14) Esquadrias de ferro
15) Forro
16) Pintura Interna
17) Pintura Externa
18) Diversos
52
19) Limpeza
A partir de então foram escolhidas as composições de custos mais adequadas.
Para o orçamento de base, feito com composições personalizadas para os serviços
de tipologia construtiva e metodologias executivas praticadas em Feira de Santana,
bastou escolher as melhores composições disponíveis no banco de dados conseguido
junto à uma construtora tradicional da cidade.
Para o orçamento de comparação, foi preciso escolher as composições em
bancos de dados do TCPO e depois adicionar os custos unitários dos insumos, obtidos
com a tabela de custo de referência de insumos para o estado da Bahia, divulgada
para o mês de setembro de 2014 pelo SINAPI. Alguns serviços e insumos precisaram
ser adaptados por falta de dados e para isso foram feitas algumas considerações.
O Quadro 6 exemplifica uma composição de custos usada no orçamento de
comparação.
Quadro 6 - Composição do Serviço Locação da Obra: execução de gabarito
Componente Unid. Class Consumo Custo Unit
Custo Total
SERVIÇOS PRELIMINARES
Locação da obra: execução de gabarito M2 4,79
Carpinteiro M.O. h 0,13 12,61 1,64
Servente M.O. h 0,13 7,57 0,98
Arame galvanizado (bitola: 16 BWG) MAT. kg 0,02 9,90 0,20
Prego (tipo de prego: 18x27) MAT. kg 0,012 7,78 0,09
Pontalete 3a. construção (seção transversal: 3x3 " / tipo de madeira: cedro) MAT. m 0,04 7,00 0,28
Tábua 3a. construção (seção transversal: 1x9 " / tipo de madeira: cedrinho) MAT. m² 0,09 17,78 1,60
Legenda:
• M.O. é a mão-de-obra;
• MAT. é insumos do tipo Material.
Fonte: TCPO
53
A composição mostrada refere-se ao serviço locação da obra: execução de
gabarito, que se encontra dentro do macro setor Serviços Preliminares. Segundo a
composição, para a execução de 1m² de gabarito são necessários 0,02 kg de arame
galvanizado, 0,012 kg de prego, 0,04 m de pontalete e 0,09 m² de tábua. São gastas
0,13h de mão-de-obra de carpinteiro e 0,13h de ajudante. O custo de cada insumo
para a realização de uma unidade do serviço, no caso exemplificado um m² de
gabarito, é obtido multiplicando o custo unitário do insumo pelo seu coeficiente. O
custo final, a soma desses valores, é mostrado no canto superior direito: R$ 4,79
(quatro reais e setenta e nove centavos) por m² de gabarito. Escolhida as
composições, foi feito o levantamento quantitativo dos serviços e montagem da
planilha de custos diretos.
O passo seguinte foi montar a planilha de despesas indiretas. Os custos indiretos
que a compõe foram organizados em 14 macro setores, mostrados abaixo:
1) Projetos
2) PCMAT E PCMSO
3) Instalações Provisórias
4) Corpo Administrativo
5) Equipe de Produção
6) Vigilância
7) Materiais de escritório
8) Equipamentos
9) Ferramentas
10) EPI’s
11) Consumos
12) Despesas com Pessoal
13) Controle tecnológico
14) Diversos e eventuais
Para fechar o preço de venda, foi considerado uma taxa de impostos igual a 1%,
taxa padrão para projetos do MCMV, taxa de manutenção da administração central
de 5% sobre o custo direto e indireto, e lucro de 13% sobre o preço de venda. Os
54
serviços orçados aqui correspondem apenas ao setor de habitação do condomínio.
Foi considerado então que os custos diretos com habitação para um condomínio com
tal porte correspondem a 90% do custo direto total do empreendimento.
3.3.3.Considerações feitas para compatibilização
Para se chegar ao comparativo entre os dois orçamentos, inicialmente foi preciso
compatibilizar as duas abordagens através de considerações.
3.3.3.1.Classificação de alguns custos
A primeira consideração diz respeito à classificação de alguns custos entre
diretos ou indiretos. As composições de custo unitários do TCPO contemplam
insumos de mão-de-obra, materiais e equipamentos, enquanto que as composições
próprias da empresa apenas contemplam mão-de-obra e materiais, alocando os
equipamentos como custos indiretos no macro setor Equipamentos da planilha de
despesas indiretas. Essa abordagem convenientemente evita a mensuração do
maquinário para cada serviço, evitando distorções no custo final em função de índices
de consumo irreais, facilitando a crítica dos serviços, e é compatível com a realidade,
uma vez que os equipamentos atendem vários serviços ao mesmo tempo, sendo, na
prática, rateado o seu uso. O procedimento adotado foi retirar o maquinário de todas
as composições do TCPO, afim de manter como padrão o critério usado para o
orçamento de base.
O mesmo tipo de incompatibilidade é observado nos serviços onde um dos
insumos são traços de argamassa ou concreto: para o TCPO, a mão-de-obra para a
execução da argamassa é inclusa no custo total para a realização do serviço, como é
observado no Quadro 7:
55
Quadro 7 - Composição do Serviço de Levante de alvenaria Estrutural com blocos de concreto do TCPO
O Quadro 7 mostra a composição do TCPO para o serviço de execução de
alvenaria estrutural com blocos de concreto. Em branco, é mostrado os insumos para
a realização do serviço. O insumo argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia
sem peneirar, com traço 1:0,25:3, é também um serviço, e a sua composição aparece
em laranja na tabela. Segundo a composição, para a execução de um metro cúbico
da argamassa são gastos 10 horas de mão-de-obra de servente, resultado em um
custo de R$ 75,70 (Setenta e cinco reais e setenta centavos) de mão-de-obra e total
de R$ 466,58 (Quatrocentos e sessenta e seis reais e cinquenta e oito centavos) por
metro cúbico de material.
Seguindo o mesmo raciocínio feito para o maquinário, a mão-de-obra para a
execução de traços de concreto e argamassa atendem a vários serviços ao mesmo
tempo, sendo conveniente alocá-la na planilha de despesas indiretas no macro setor
Equipe de Produção. A adaptação da composição do Quadro 7 usada no trabalho é
apresentada no Quadro 8:
Componente Class. Unid. Consumo
Custo Unit.
Custo Total
Alvenaria estrutural com blocos de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 - tipo 3 - - unidade: m2 M2 50,37
Pedreiro M.O. h 0,80 12,61 10,09
Servente M.O. h 0,80 7,57 6,06
Bloco de concreto estrutural - bloco inteiro 14X19X39 MAT. un 12,91 2,25 29,05
Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 SER.CG m² 0,01 466,58 4,99
Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 M3 466,58
Servente M.O. h 10 7,57 75,70
Areia lavada tipo média MAT. m³ 1,22 58,00 70,53
Cal hidratada CH III MAT. kg 61,00 0,79 48,19
Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. kg 486,00 0,56 272,16
Fonte: TCPO
56
Quadro 8 - Composição do Serviço de Levante de Alvenaria Estrutural com blocos de concreto adaptado do TCPO
Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.
Custo Total
Alvenaria estrutural com blocos de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 - tipo 3 - - unidade: m2 M2 49,37
Pedreiro M.O. h 0,80 12,61 10,09
Servente M.O. h 0,80 7,57 6,06
Bloco de concreto estrutural - bloco inteiro 14X19X39 MAT. un 12,91 2,25 29,05
Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 SER.CG m² 0,01 390,88 4,18
Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 M3 390,88
Areia lavada tipo média MAT. m³ 1,22 58,00 70,53
Cal hidratada CH III MAT. kg 61,00 0,79 48,19
Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. kg 486,00 0,56 272,16
A argamassa possui apenas insumos do tipo material e apresenta um custo de
R$ 390,88 (trezentos e noventa reais e oitenta e oito centavos).
3.3.3.2.Encargos sociais e Salário
A segunda consideração feita é com relação à taxa de encargos sociais e o
salário do trabalhador para se chegar ao custo horário da mão-de-obra. A taxa de
encargos sociais adotada tem caráter restrito, ou seja, contempla apenas as taxas de
origem compulsória. Os demais custos de manutenção dos funcionários – almoço,
Adaptado de: TCPO
57
café da manhã, EPI’s, ferramentas, etc - foram inclusos na planilha de despesas
indiretas, nos macro setores Ferramentas, EPI’s e Despesas com Pessoal. A taxa
total de encargos adotada foi obtida do quadro 4, divulgada no site do CAIXA para o
estado da Bahia, no mês abril de 2014.
Os encargos não têm desoneração e o trabalhador é horista, o seja, a taxa
adotada é de 121,60 %. Os salários adotados referem-se aos pisos normativos
divulgados pelo Sindicato Dos Trabalhadores Na Industria da Construção Civil e Da
Madeira No Estado Da Bahia (SINTRACOM-BA) vigentes desde o mês de abril de
2014, como mostra o Quadro 9:
Quadro 9 - Tabela Salarial de trabalhadores da Construção Civil ajustada em Março de 2014.
O custo horário da mão-de-obra é obtida então através da Equação (7) :
� =!1 + "#$100% $�&á(��
� (7)
Onde:
• CH é o custo horário da mão-de-obra;
• TES é a taxa de encargos sociais, em porcentagem; e
• HM é a quantidade de horas da jornada de trabalho do mês, incluindo o
descanso semanal remunerado.
Fonte: SINTRACOM-BA, 2014.
58
O custo considerado no presente trabalho será:
� (*+,(á(��-.�&�/�0�1�) =!1 + 121,60100 % 1252,22
220 = 3$56, 75/9
� ($,(:,;,���.�) =!1 + 121,60100 % 751,52
220 = 3$<, =</9
3.3.3.3.Serviços e Insumos não encontrados
A terceira consideração diz respeito a situações onde informações precisas de
composições de serviços ou custos de insumos não foram encontrados nas fontes
fornecedoras de dados. Esse problema aconteceu principalmente com serviços e
insumos com especificações bem detalhadas, como no caso do serviço de
assentamento de Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento, de
correr, com duas folhas, dimensões 1,20 x 1,60 m com vidro liso, mostrada no Quadro
10.
Quadro 10 - Composição do Serviço de Assentamento de Janela de Alumínio de 1,2 x 1,6 m.
Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.
Custo Total
Janela de alumínio padronizada, colocação e
acabamento, de correr, com duas folhas,
dimensões 1,20 x 1,60 m com vidro liso UN 402,38
Pedreiro M.O. H 1,92 12,61 24,21
Servente M.O. H 0,87 7,57 6,56
Areia lavada tipo média MAT. m³ 0,00 58,00 0,26
Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. Kg 1,81 0,56 1,02
Janela de correr em alumínio c/ vidro 120x160cm MAT. Um 1,00 370,33 370,33
Adaptado de: TCPO.
59
A composição anterior não existia nas composições de custo do TCPO. A
solução adotada foi encontrar uma composição próxima e extrapolar os índices de
consumo por relação de proporção direta. No caso da composição em questão, ela foi
obtida baseada na composição do TCPO Janela de alumínio padronizada, colocação
e acabamento, de correr, com duas folhas, dimensões 1,20 x 1,20m com vidro liso.
Quadro 11 - Composição do serviço de assentamento de Janela de alumínio de 1,2 x 1,2 m.
Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.
Custo Total
Janela de alumínio padronizada, colocação e
acabamento, de correr, com duas folhas,
dimensões 1,20 x 1,20 m com vidro liso UN 317,81
Pedreiro M.O. h 1,44 12,61 18,16
Servente M.O. h 0,65 7,57 4,92
Areia lavada tipo média MAT. m³ 0,0034 58,00 0,20
Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) MAT. kg 1,36 0,56 0,76
Janela de correr em alumínio c/ vidro 120x120cm MAT un 1,00 173,17 293,77
Fonte: TCPO
Os consumos foram obtidos através da equação (8) abaixo:
��>. $2 = @>2@>1 ��>. $(8)
Onde:
• Cons.S2 é o consumo do insumo que se quer obter;
• Cons.S é o consumo obtido do TCPO para o serviço próximo de referência;
• As2 quantidade de serviço 2; e
• As1 é a quantidade de serviço 1.
60
Para exemplificar, o consumo de pedreiro para assentar a janela de 1,20 x 1,60
é obtido a seguir:
��>. $2 = B1,201,601,201,20C 1,44 = 1,92ℎ.
Portanto, para o assentamento de uma janela de alumínio de 1,2 x 1,60 m são
necessárias 1,92 horas de pedreiro.
Além do problema dos consumos, o custo do insumo janela de correr em
alumínio c/ vidro 120 x 160m não foi encontrado na tabela de custos de referência de
insumos do estado da Bahia. O procedimento para tais situações foi encontrar um
insumo que se aproximasse do requerido e, a partir do custo encontrado, extrapolar o
valor através de proporção direta entre as dimensões, análogo ao que já foi exposto
anteriormente para consumos de insumos. O insumo que mais se aproximou foi
Janela alumínio de correr 1,20 x 1,50 m(AXL) com 2 folhas de vidro, incluso guarnição,
com custo unitário de R$ 347,18 (trezentos e quarenta e sete reais e dezoito
centavos). O preço da janela obtido, fazendo proporção direta das áreas, foi de R$
370,33 (trezentos e setenta reais e trinta e três centavos).
Alguns serviços não puderam ser adaptados por falta de composições próximas
disponíveis, como, por exemplo, os serviços de colocação da numeração do edifício
e dos apartamentos. O procedimento adotado foi usar as composições apropriadas
pela empresa, modificando apenas os custos dos insumos, quando encontrados na
tabela de custos de referência.
61
3.3.4.Comparação Entre Os Orçamentos
Depois de obtidos os custos, os orçamentos foram comparados para analisar os
principais pontos de divergência entre as duas abordagens.
62
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1. ORÇAMENTO DISCRIMINADO DE BASE
Pelo orçamento discriminado de base, o empreendimento teve custo direto para
o setor de habitação previsto em R$ 15.082.902,35 (quinze milhões, oitenta e dois mil,
novecentos e dois reais e trinta e cinco centavos), discriminados no anexo A, e custo
direto total de R$ 16.758.780,39 (dezesseis milhões, setecentos e cinquenta e oito
mil, setecentos e oitenta reais e trinta e nove centavos). Dividindo este valor para as
540 unidades do condomínio, cada apartamento terá custo direto orçado em R$
31.034,78 (trinta e um mil, trinta e quatro reais e setenta e oito centavos).
O custo indireto final, discriminado na planilha de despesas indiretas no anexo
C, somado ao rateio da administração central, estimada em 5% da soma dos custos
diretos e indiretos, foi orçado em R$ 5.320.911,29 (cinco milhões, trezentos e vinte
mil, novecentos e onze reais e vinte e nove centavos) que rateados para cada unidade,
assume o valor de R$ 9.853,54 (nove mil, oitocentos e cinquenta e três reais e
cinquenta e quatro centavos).
Considerando a taxa-padrão de 1% de impostos para os empreendimentos do
MCMV e 13% de lucro estimado sobre o preço de venda total:
�� = (R$16.758.780,39 + R$5.320.911,29)100 − (1% + 13%)100
= G$6=. 7<H. I7I, 5I
Obtém-se preço de venda final do empreendimento igual a vinte e cinco milhões,
seiscentos e setenta e quatro mil, sessenta reais e dez centavos que, rateado entre
todas as unidades, resulta em um preço de R$ 47.544,56 (quarenta e sete mil,
quinhentos e quarenta e quatro mil e cinquenta e seis centavos) por apartamento.
63
A partir do preço de venda e dos custos diretos, podemos calcular o BDI, em
conformidade com a Equação (6):
��� = R$25.674.060,10R$16.758.780,39− 1 = H7, JH%
Para avaliar esse valor, deve-se levar em consideração que, como esclarecido
anteriormente, alguns custos de produção e custos com equipamentos, que poderiam
vir nos custos diretos, foram inclusos, por conveniência, na planilha de custos
indiretos, elevando o valor do BDI.
O Quadro 12 resume os valores destrinchados nessa seção.
. Quadro 12 - Tabela resumo dos custos do orçamento de base
Total Por unidade
Custos diretos de habitação R$ 15.082.902,35
Custos diretos totais R$ 16.758.780,39 R$ 31.034,78
Custos indiretos totais R$ 5.320.911,29 R$ 9.853,54
Impostos (sobre valor de venda) 1,00%
Lucratividade 13,00%
Preço de venda orçamento base R$ 25.674.060,10 R$ 47.544,56
BDI 53,20%
Fonte: Dados da Pesquisa
4.2.ORÇAMENTO DISCRIMINADO DE COMPARAÇÃO
Pelo orçamento discriminado de comparação, feito com índices de consumo do
TCPO e preços de insumos do SINAPI, o empreendimento obteve custo direto para a
habitação orçado em R$ 19.345.023,70 (dezenove milhões, trezentos e quarenta e
64
cinco mil, vinte e três reais e setenta centavos), detalhado no anexo B, e custo direto
total de R$ 21.494.470,78 (vinte e um milhões, quatrocentos e noventa e quatro mil,
quatrocentos e setenta reais e setenta e oito centavos). Dividindo este valor para as
540 unidades do condomínio, cada apartamento terá custo direto orçado em R$
39.804,58 (trinta e nove mil, oitocentos e quatro reais e cinquenta e oito centavos).
O custo indireto final foi orçado em R$ 5.557.695,81 (cinco milhões, quinhentos
e cinquenta e sete mil, seiscentos e noventa e cinco reais e oitenta e um centavos). A
planilha de despesas indiretas é a mesma para os dois orçamentos; o valor final dos
custos indiretos no entanto é diferente porque o custo de rateio da administração
central é função dos custos diretos, que é maior para o orçamento de comparação.
Essa metodologia é compatível com a realidade, uma vez que custos diretos mais
elevados indicam mais horas de mão-de-obra e maior volume de materiais, o que
implica em pedidos de compra mais números e volumosos, maior volume de contratos
e demissões, exigindo maior atenção de alguns setores como setor de equipamentos,
compras, de pessoal, diretoria e etc.
Rateando os custos indiretos para cada unidade residencial, obtém-se o valor
de R$ 10.292,03 (dez mil, duzentos e noventa e dois reais e três centavos).
Considerando taxa de 1% de impostos e 13% de lucro estimado sobre o preço de
venda total:
�� = (R$19.345.023,70 + R$5.557.695,81)100 − (1% + 13%)100
= G$J5. H=7. II<, 7<
Obtém-se preço de venda final do empreendimento igual a trinta e um milhões,
quatrocentos e cinquenta e seis mil, sete reais e sessenta e sete centavos que,
rateado entre todas as unidades, resulta em um preço de R$ 58.251,87 (cinquenta e
oito mil, duzentos e cinquenta e um reais e oitenta e sete centavos) por apartamento.
A partir do preço de venda e dos custos diretos, podemos calcular o BDI, em
conformidade com a Equação (6):
65
��� = R$31.456.007,67R$21.494.470,78 − 1 = H7, JH%
O Quadro 13 resume os componentes do preço de venda do orçamento de
comparação.
Quadro 13 - Tabela resumo dos custos do Orçamento de Comparação
Fonte: Dados da pesquisa
4.3. ORÇAMENTO DE BASE X ORÇAMENTO DE COMPARAÇÃO
Comparando os dois orçamentos, a hipótese levantada no momento da
proposição da pesquisa foi confirmada: O orçamento executado fazendo-se uso de
composições de serviço do TCPO e custos de insumos retirados de tabelas do SINAPI
(orçamento de comparação) se mostrou consideravelmente mais caro do que o
orçamento feito usando índices de consumo e custos apropriados na cidade sede da
construção (orçamento de base). O gráfico na Figura 8 quantifica a situação:
Total Por unidade
Custos diretos de habitação R$ 19.345.023,70
Custos diretos totais R$ 21.494.470,78 R$ 39.804,58
Custos indiretos totais R$ 5.557.695,81 R$ 10.292,03
Impostos (sobre valor de venda) 1,00%
Lucratividade 13,00%
Preço de venda orçamento comparação R$ 31.456.007,67 R$ 58.251,87
BDI 46,34%
66
Figura 8 - Gráfico de comparação dos preços de venda
Fonte: Dados da pesquisa.
Como pode-se observar no gráfico da Figura 8 acima, o orçamento de
comparação gerou um preço de venda maior R$ 5.781.947,57 (cinco milhões,
setecentos e oitenta e um mil, novecentos e quarenta e sete reais e cinquenta e sete
centavos). Em termos de percentuais, o preço de venda de comparação é 22,52 %
maior.
Quando se compara apenas o custo direto global, principal componente
responsável pelos valores divergentes, a diferença entre os dois orçamentos,
mostrada no gráfico da Figura 9 , é de R$ 4.735.690,38 (quatro milhões, setecentos e
trinta e cinco mil, seiscentos e noventa reais e trinta e oito centavos), o que equivale
a um custo direto total 28,26 % maior no orçamento de comparação do que no
orçamento da base.
R$ 25.674.060,10
R$ 31.456.007,67
R$ 0,00
R$ 5.000.000,00
R$ 10.000.000,00
R$ 15.000.000,00
R$ 20.000.000,00
R$ 25.000.000,00
R$ 30.000.000,00
R$ 35.000.000,00
PV orçamento de Base PV orçamento de Comparação
Comparativo entre os Preços de Venda Obtidos
67
Figura 9 - Gráfico comparativo de custos diretos
Fonte: Dados da pesquisa.
Analisando agora as etapas construtivas dos orçamentos no gráfico abaixo, o
orçamento de base foi mais barato em dezesseis dos dezenove setores: Serviços
Preliminares, Infraestrutura, Superestrutura, Fechamento, instalações,
impermeabilização, cobertura, revestimento interno, revestimento externo, arremates,
esquadrias de alumínio, esquadrias de madeira, serralheria, pintura interna, pintura
externa e diversos, que, juntos, representam 97,82% do custo direto de habitação total
no orçamento de Base e 99,08% no orçamento de Comparação. O orçamento de
comparação foi menos custoso em apenas dois macro setores: Forro de PVC e
Serviços Complementares, o que representa apenas 0,92% do seu custo direto total
de habitação.
R$ 16.758.780,39
R$ 21.494.470,78
R$ 0,00
R$ 5.000.000,00
R$ 10.000.000,00
R$ 15.000.000,00
R$ 20.000.000,00
R$ 25.000.000,00
Custo Direto Orçamento Base Custo Direto Orçamento deComparação
Comparativo entre Custos Diretos Totais
68
Figura 10 - Gráfico comparativo dos Macro setores
Fonte: Dados da pesquisa.
Quando se compara os serviços, o orçamento de base é mais econômico em
85% deles e o de comparação em 15%, como é mostrado no gráfico da Figura 11:
Figura 11 - Gráfico comparativo dos custos de Serviços
0,00
20.000,00
40.000,00
60.000,00
80.000,00
100.000,00
120.000,00
140.000,00
S. PR
ELIMIN
AR
ES
INFR
AESTR
UTU
RA
SUP
ERESTR
UTU
RA
FECH
AM
ENTO
INSTA
LAÇ
ÕES
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A
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PV
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TERN
A
PIN
TUR
A EX
TERN
A
DIV
ERSO
S
S. CO
MP
LEMEN
T.
Comparativo etapas construtivas
Base Comparação
15%
85%
Serviços : Base x Comparação
Base Comparação
Fonte: Dados da pesquisa.
69
Os serviços em que o orçamento de comparação é mais econômico no entanto,
o são por uma margem percentual muito pequena ou são serviços que tem pouca
representatividade no custo total. Execução de rufo de concreto por exemplo é o
serviço com maior diferença percentual a favor do orçamento de comparação:
40,13%. Sua Representatividade no custo direto total é, no entanto, de apenas 0,01%.
O Forro de PVC vem logo em seguida, com margem a favor de 38,2% e
representatividade de 0,2%.
O Quadro 14 lista as diferenças percentuais de preços unitários de todos os itens
comparáveis, ou seja, serviços que possuem mesma unidade de referência nos dois
orçamentos e serviços agrupados para serem analisados. Por exemplo, as marcações
de alvenaria foram unidas aos levantes no orçamento de base para que fossem
confrontadas com os levantes de alvenaria do orçamento de comparação que já
incluem a marcação em sua composição. A locação de gabarito não pode ser
comparada uma vez que está referenciada ao metro no orçamento de base e ao metro
quadrado no orçamento de comparação.
Quadro 14 - Diferença percentual entre os custos unitários dos serviços do orçamento de comparação em relação ao orçamento de base
Serviços Diferença
percentual
Escavação manual até 2m 42,41% Transporte horizontal de materiais a granel c/ carrinho ou jerica até 30m 2,77% Lastro de concreto magro e=5cm -11,14% Fôrma de tábua (5 aproveitamentos) 136,15% Armadura CA-50, diâmetro de 6,3 a 10,00mm 31,60% Concreto usinado FCK = 20MPa 15,51% Lançamento e aplicação de concreto em fundação 133,37% Alvenaria de bloco concreto 14cm em fundação sapata corrida (6MPa) 45,16%
Reaterro compactado manual 19,02% Cinta de bloco calha de concreto 14x19x39cm (4,5MPa) 22,96% Concreto magro usinado e=6cm 0,78% Pista para fabricação de laje pré-moldada e=8cm, para prédio com estrutura mural 8,93% Concreto usinado FCK=25MPa 12,49% Fabricação e montagem de laje pré-moldada 16,69%
70
Serviços Diferença
percentual
Cinta de bloco calha de concreto 14x19x39cm (4,5MPa) 74,78% Alvenaria estrutural 12,06%
Alvenaria de vedação -18,45% Verga e contra–verga -1,47%
Combogó de cimento 20 x 20 cm -0,26% Instalações gerais (edifício c/ 20aptº) 23,92% Impermeabilização com cimento polimérico (2 demãos) 1,15%
Rufo em concreto -40,13%
Madeiramento pontaletado sobre laje para telha ondulada 303,57%
Cobertura com telha ondulada 6mm 38,94%
Chapisco interno -2,58% Massa única/ emboço 25,66%
Gesso corrido sobre bloco cimento 13,87%
Revestimento Cerâmico 30x30 cm -3,48%
Chapisco externo com embrechamento 167,29%
Massa única externa e=2,5cm 125,34%
Regularização de superfície em argamassa 4,58%
Piso cerâmico 30x30cm 33,07%
Passeio em placa de concreto pré-moldada largura=50cm 219,29%
Soleira em mármore branco 70x12 cm 129,35%
Soleira em mármore branco 80x 16cm 21,29%
Soleira em mármore branco 120x 16cm 85,57%
Peitoril em mármore branco 120x 19cm 74,00%
Peitoril em mármore branco 60x 19cm 70,78%
Peitoril em mármore branco 90x 19cm 72,91%
Filete em mármore branco 80x 3,5cm 205,65%
Filete em mármore branco 90x 3,5cm 208,56%
Cordão p/ box em mármore branco 3x3 cm 39,43%
Rodapé cerâmico 30x5 cm 195,87%
Kit porta pronta 80x210cm largura = 14, 15 ou 16 cm 6,83%
Porta em alumínio natural veneziana 70x150 cm 0,00%
Porta em alumínio natural veneziana com vidro 120x210 cm 0,00%
Janela de correr em alumínio natural com vidro 120x120 cm 66,50%
Janela de correr em alumínio com vidro 120x160 cm 17,49%
Basculante em alumínio natural com vidro 60x60 cm 6,40%
Basculante em alumínio natural com vidro 90x80 cm 0,61%
Corrimão em aço galvanizado 1" 33,88%
Alçapão 70x70 cm 0,19%
Portinhola de ferro 70x70 cm 0,19% Forro em PVC -38,20%
Pintura látex PVA (2 demãos) com massa sobre gesso 28,92%
71
Serviços Diferença
percentual
Pintura com verniz esquadrias de madeira 37,81%
Pintura esmalte sintético em ferro 329,42%
Pintura texturizada acrílica interna 58,00%
Pintura texturizada acrílica sobre massa acrílica interna em teto 111,45% Pintura texturizada acrílica externa -5,61%
Numeração dos prédios 0,05%
Numeração dos apartamentos 0,13%
Fonte: Dados da pesquisa.
A tendência dos itens do orçamento de base serem mais baratos é explicada
tanto por divergências entre os custos de mão-de-obra quanto de materiais. O Quadro
15 mostra dados comparativos entre as categorias de insumos dos orçamentos.
Quadro 15 - Comparativo de Mão-de-Obra e Materiais
Custo Direto Habitação
Horas Mão-de-Obra Custo Mão-de-Obra
Custo Materiais Profissional Ajudante
Orç. Base R$ 16.758.780,39 275571,6 314448,3
R$ 6.505.924,26
R$ 10.252.856,13
Orç. Comparação
R$ 21.494.470,78 333022,2 369243,2
R$ 7.771.756,20
R$ 13.722.714,58
Base x Comparação 28,26% 19,46% 33,84%
Fonte: Dados da pesquisa
Analisando o Quadro 15, podemos perceber que o orçamento de comparação
prevê 57450,6 horas ou 6528,47 diárias a mais de profissional e 54794,9 horas ou
6226,69 diárias a mais de ajudante, resultando em um gasto 19,46% superior ao
orçamento de base no quesito mão-de-obra. No quesito materiais, a diferença foi
ainda maior: 33,84%.
Para entender a divergência foi preciso analisar as composições de custos,
chegando a conclusão de que as composições do TCPO comumente traziam índices
de produtividade superiores às composições apropriadas na cidade por causa,
primeiro, a fatores não identificados, entendidos como fatores ambientais, que são
72
diferentes para o local onde os dados do TCPO são obtidos ( regiões sul e sudeste)
em relação ao local do estudo de caso ( região Nordeste, Estado da Bahia , cidade de
Feira de Santana) e segundo por diferenças entre os projetos de referência dos
serviços. Outro fator foram os preços de materiais extraídos da tabela de referência
de custos de insumos SINAPI que, apesar de ser montada com a média de preços do
estado, não forneceu valores satisfatórios para a realidade do local. Abaixo foram
analisadas algumas das composições usadas na pesquisa.
• Serviço de Madeiramento Pontaletado Sobre Laje para Telha ondulada
O serviço de madeiramento pontaletado sobre laje para telha ondulada do
orçamento base baseia-se em um projeto padrão onde os pontaletes suportam terças
e contra-ventamentos, todos em peças 10x6 cm, onde são parafusadas as telhas de
fibrocimento. Essas terças são espaçadas uma das outras em função das dimensões
das telhas que suportam, que possuem comprimentos usuais de 1,53m; 1,83m; 2,13m
e 2,44m, exigindo terças espaçadas de 1,5 a 1,7 m.
Na composição mais próxima retirada do TCPO, a estrutura de madeira é mais
robusta, contemplando, além dos pontaletes, terças e contra-ventamentos, a fixação
de caibros e ripas. Em função da carga das peças adicionais, as terças possuem
dimensões 6x12cm ou 6x16cm, maiores do que no projeto padrão de telhado
referência para o orçamento base. Os pontaletes, por outro lado, possuem dimensões
menores, porém representam um custo menor por solicitarem menos madeira. Isso
gera uma composição com índice de consumo de madeira e de produtividade de mão-
de-obra maiores, dado a maior complexidade e volume de trabalho, como pode-se
concluir comparando os Quadros 16 e 17.
73
Quadro 16 - Composição do serviço de estrutura de madeira para telha ondulada do orçamento de comparação.
Fonte: TCPO
Quadro 17 - Composição do serviço de Madeiramento para telha ondulada do orçamento de base
Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.
Custo Total
Madeiramento pontaletado sobre laje p/ telha ondulada
M2 10,94
Carpinteiro M.O. H 0,33 12,61 4,16
Servente M.O. H 0,33 7,57 2,50
Prego 2 1/2x10 (18x27) MAT. KG 0,10 3,82 0,38
Peça de Guajará 10 x 6cm MAT. M3 0,003 1.300,00 3,90
Fonte: Empresa de Feira de Santana- Ba, 2014.
Além disso, a composição do TCPO considera madeira do tipo peroba para
estrutura, enquanto que a prevista no orçamento de base e a realmente usada para o
serviço é do tipo Guajará, mais barata. Quanto aos custos dos insumos, o preço do
prego é 103,7% maior na tabela do SINAPI do que no banco de dados da empresa,
que apesar de não representar valor significativo nas composições referidas,
exemplifica a discrepância entre os custos de insumos do SINAPI e os custos para a
realidade de Feira de Santana. O resultado é uma composição de serviço 303% mais
cara no orçamento de comparação.
Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.
Custo Total
Estrutura de madeira para telha ondulada de fibrocimento, alumínio ou plástica, ancorada em laje ou parede M2 44,16
Carpinteiro M.O. h 0,90 12,61 11,35
Ajudante M.O. h 0,90 7,57 6,81
Prego (tipo de prego: 18x27) MAT. kg 0,12 7,78 0,93
Madeira (tipo de madeira: peroba) MAT. m³ 0,01 2456,88 25,06
74
• Levante de Alvenaria de Vedação com Bloco estrutural de 9x19x39 cm
O serviço de levante de alvenaria de vedação com blocos de concreto de 9 cm
é executado montando blocos de dimensões 9x19x39 cm sem função estrutural sobre
marcação previamente feita sobre laje, posteriormente ao levante de alvenaria
estrutural e montagem da laje subsequente. Na parede de vedação passam tubos de
queda, de gordura e tubulação da distribuição de água, sem uso de shafts.
A composição mais próxima retirada do TCPO para o orçamento de comparação
leva ainda em consideração o serviço de marcação de alvenaria, considerada em
separado no orçamento de base.
Apesar de contemplar um serviço a mais, a composição de serviço do TCPO tem
custo unitário orçado 35,61% menor, como é observado comparando os Quadros 18
e 19.
Quadro 18 - Composição do serviço de levante de alvenaria de vedação com bloco de concreto do orçamento de comparação.
Componente Class. Unid. Consumo Custo Unit.
Custo Total
Alvenaria de vedação com bloco de concreto aparente, 9 x 19 x 39 cm, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,5:8 – tipo 2 M2 36,03
Pedreiro M.O. h 0,66 12,61 10,97
Servente M.O. h 0,66 7,57 6,59
Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,5:8 SER.CG m³ 0,01 208,79 1,44
Bloco de concreto aparente - bloco inteiro 9 x 19 x 39 cm MAT. un 13,10 1,30 17,03
Argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,5:8 M3 208,79
Areia lavada tipo média 1,22 m³ 1,22 58,00 70,53
Cal hidratada CH III 46,00 kg 46,00 0,79 36,34
Cimento Portland CP II-E-32 (resistência: 32,00 MPa) 182,00 kg 182,00 0,56 101,92
Fonte: TCPO
75
Quadro 19 - Composição do serviço de levante de alvenaria de vedação do orçamento de base Componente Class. Unid. Consumo Custo
Unit. Custo Total
Alven aria de bloco de concreto 9cm (vedação) 42,17
Pedreiro M.O. h 1,25 12,61 15,76
Servente M.O. h 1,25 7,57 9,46
Argamassa de levante SER.CG m³ 0,01 122,85 1,23
Bloco de concreto 9x19x39 (2,5mpa) MAT. un 13,10 1,20 15,72
Argamassa de levante M3 122,85
Cimento MAT. KG 176,45 0,45 79,40
Areia fina MAT. M3 1,14 38,00 43,45
Fonte: Empresa de Feira de Santana- Ba
Como pode ser observado acima nos Quadros 18 e 19, a mão-de-obra é o
insumo que mais diverge entre as duas composições e representa a maior fatia do
custo do serviço. Tomando como baliza o índice de produtividade da mão-de-obra
para levante de alvenaria estrutural, igual a 0,8h/m² no orçamento de comparação e
0,95h/m² no orçamento de base, é lógico inferir que o índice da composição do TCPO
é mais realista, já que o índice de produtividade da mão-de-obra no levante de
alvenaria de vedação deve ser melhor do que no levante de alvenaria estrutural, dado
que o peso do bloco é menor em função do menor volume e massa específica,
facilitando o fluxo do serviço. O serviço de levante de alvenaria estrutural, todavia,
possui projeto de paginação, o que gera, pós processo de aprendizagem, um ganho
de velocidade de serviço, por ausência de cortes e ajustes no posicionamento das
peças. Na alvenaria de vedação há a necessidade de ajustes com cortes, o que
demanda um operário cortando os blocos no momento da execução que precisa ser
considerado no índice de produtividade, e enchimentos, que também demanda um
operário fechando os vãos deixados próximos aos tubos de queda. O serviço ainda é
executado em fases, o que prejudica o fluxo: levante até a fiada de posicionamento
da distribuição hidráulica, levante pós posicionamento de distribuição hidráulica;
enchimentos dos vãos.
Nos insumos do tipo material, a composição de base possui custo menor, em
função do traço com menor consumo de cimento e areia, além de não fazer uso da
76
cal hidratada como aglomerante, por razões culturais da região e econômicos. Além
disso, os preços unitários dos materiais são menores no orçamento de base, o que dá
força a hipótese de que os custos de insumos do SINAPI não são coerentes com os
custos praticados no mercado de Feira de Santana. Apesar do ganho nos materiais,
o custo da mão-de-obra é mais representativo neste serviço, confirmando a
composição do orçamento de base como mais barata, porém menos coerente com a
realidade.
77
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, podemos concluir que um orçamento discriminado feito a
partir de composições de serviços do TCPO e valorado com custos de insumos de
tabelas de referência do SINAPI tende a ser consideravelmente mais alto do que um
orçamento discriminado feito a partir de composições com índices de consumos
apropriados e custos praticados no local de construção.
Essa tendência é confirmada observando que a maioria dos serviços aqui
orçados possuíam custos menores quando apropriados pela empresa, sendo
geralmente mais caros quando pesquisados nos bancos de dados do TCPO e SINAPI.
Esse comportamento é explicado tanto pelos índices de mão-de-obra das
composições do TCPO, distorcidos para a cidade de feira de Santana, primeiro, por
questões ambientais e segundo, por divergência entre os projeto-padrão e
metodologias executivas previstas e os projetos e metodologias reais, quanto pelos
custos de insumos do SINAPI, que, apesar de serem, a princípio, a média dos preços
praticados no mercado da Bahia, não tiveram boa aderência ao mercado da cidade.
Não pode-se afirmar, no entanto, que o orçamento de base é mais preciso do
que o orçamento de comparação sem confrontá-los com o custo real do
empreendimento. A expectativa, todavia, é que o orçamento de base seja mais
coerente, uma vez que os seus componentes são ajustados à realidade do
empreendimento orçado.
Outros estudos de caso com a mesma temática tenderão a obter o mesmo
diagnóstico, porém os comparativos deverão resultar em valores bem diferentes, já
não houve um padrão percentual de diferença entre os custos unitários dos serviços.
Esse panorama implica em um desvio-padrão elevado em relação à média de
diferença entre os custos unitários, levando a concluir que, mesmo projetos com os
mesmos parâmetros iniciais, ou seja, mesma tipologia construtiva, mesmas condições
ambientais e temporais, até mesmo a mesma empresa, mesma equipe, mesmo bairro,
etc, mas com valores quantitativos de serviços diferentes poderão levar a valores bem
maiores ou bem menores do que os obtidos neste trabalho.
78
5.1. SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
Comparar orçamentos discriminados, feitos seguindo a mesma linha desse
trabalho, com o custo real final do empreendimento, a fim de confirmar a hipótese de
que um orçamento discriminado é mais preciso quando feito com composições de
serviços personalizadas.
.
79
REFERÊNCIAS
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YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 3ª ed., Porto Alegre: Bookman,
2005.
82
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
Departamento de Tecnologia
Colegiado do Curso de Engenharia Civil
Jader Luís dos Santos Lustosa
ANEXOS
Feira de Santana
2014
83
ANEXO A
Quadro 1- Planilha de custos diretos do orçamento de base.
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL
(R$)
EDIFÍCIO
SERVIÇOS PRELIMINARES
Gabarito e locação Ser.cg M 74,46 4,89 363,84
363,84
INFRAESTRUTURA
Escavação manual até 2m Ser.cg M3 146,24 23,92 3.498,16
Transporte horizontal de materiais a granel c/ carrinho até 30m
Ser.cg M3 190,11 18,93 3.597,80
Lastro de concreto magro e=5cm Ser.cg M2 112,49 15,63 1.758,63
Fôrma de tábua (5 aproveitamentos)
Ser.cg M2 197,83 21,30 4.213,58
Armadura ca-50, diâmetro de 6,3 a 10,00mm
Ser.cg KG 823,12 5,64 4.643,80
Concreto usinado fck=20MPa Ser.cg M3 33,75 264,60 8.929,46
Lançamento e aplicação de concreto em fundação
Ser.cg M3 33,75 30,27 1.021,52
Marcação de alvenaria Ser.cg M 158,14 5,05 797,82
Alvenaria bloco concreto 14cm em fundação sapata corrida(6MPa)
Ser.cg M2 158,14 28,97 4.580,94
Reaterro compactado manual Ser.cg M3 83,60 25,97 2.171,09
Cinta de bloco calha de concreto 14x19x39cm (4,5MPa)
Ser.cg M 158,14 15,16 2.397,40
Concreto magro usinado e=6cm Ser.cg M2 194,84 16,54 3.222,93
40.833,12
Superestrutura
Armadura CA-50, diâmetro de 6,3 a 10,00mm
Ser.cg KG 3.020,06 5,64 17.038,27
Pista para fabricação de laje pré-moldada e=8cm, para prédio com estrutura mural
Ser.cg M2 14,58 92,86 1.353,96
Concreto usinado fck=25MPa Ser.cg M3 78,75 281,40 22.160,25
Fabricação e montagem de laje pré-moldada
Ser.cg M2 984,40 27,76 27.323,51
Cinta de bloco calha de concreto 14x19x39cm (4,5MPa)
Ser.cg M 897,94 10,67 9.576,97
77.452,96
84
Planilha de custos diretos do orçamento de base - continuação
Fechamento
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL
(R$)
Marcação de alvenaria Ser.cg M 898,95 5,05 4.535,20
Alvenaria de bloco concreto 14cm (4,5MPa)
Ser.cg M2 1.613,60 41,50 66.961,28
Alvenaria de bloco concreto 14cm (6,0 MPa)
Ser.cg M2 403,40 44,32 17.879,58
Alvenaria de vedação Ser.cg M2 203,00 42,17 8.561,22
Contraverga de bloco calha 14cm c/ 2ø6.3mm
Ser.cg M 138,00 17,87 2.465,39
Verga de bloco calha 14cm c/ 2ø8.0mm
Ser.cg M 277,10 19,45 5.388,53
Combogó de cimento 20x20cm Ser.cg M2 3,60 111,60 401,74
106.192,95
Instalações
Instalações gerais (edifício c/ 20aptº) - orc. 40/2010
Verba VB 1,00 78.991,03 78.991,03
78.991,03
Impermeabilização
Impermeab. c/ cimento polimérico (2 demãos)
Ser.cg M2 165,20 10,71 1.769,29
1.769,29
Cobertura
Rufo em concreto Ser.cg M 12,49 14,03 175,20
Madeiramento pontaletado sobre laje p/ telha ondulada
Ser.cg M2 256,59 10,94 2.807,45
Cob. Telha ondulada 6mm Ser.cg M2 256,59 19,79 5.078,69
8.061,34
Revestimento interno
Chapisco interno Ser.cg M2 1.995,73 3,97 7.928,34
Massa única interna e=2 cm Ser.cg M2 1.371,13 15,14 20.754,47
Gesso corrido sobre bloco cimento Ser.cg M2 2.008,44 8,12 18.040,84
Emboço p/ rev. cer. Interno e=1,5cm
Ser.cg M2 624,60 14,99 9.365,76
Rev. cer. 30x30cm Ser.cg M2 624,60 25,49 15.921,68
72.011,09
Revestimento externo
Chapisco externo c/ embrechamento
Ser.cg M2 1.072,19 2,14 2.298,54
85
Planilha de custos diretos do orçamento de base - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL
(R$)
Massa única externa e=2,5cm Ser.cg M2 1.072,19 10,39 11.138,00
13.436,54
Pavimentação
Regularização de superfície em argamassa
Ser.cg M2 854,10 11,77 10.049,38
Piso cer. 30x30cm Ser.cg M2 830,20 23,85 19.801,52
Passeio em placa de concreto pré- moldada l=50cm
Ser.cg M 76,72 14,19 1.088,67
30.939,56
Arremates
Soleira em mármore branco 70x12cm
Ser.cg UN 1,00 10,79 10,79
Soleira em mármore branco 80x16cm
Ser.cg UN 20,00 23,60 471,90
Soleira em mármore branco 120x16cm
Ser.cg UN 1,00 23,13 23,13
Peitoril em mármore branco 120x19cm
Ser.cg UN 60,00 44,61 2.676,57
Peitoril em mármore branco 60x19cm
Ser.cg UN 20,00 22,72 454,49
Peitoril em mármore branco 90x19cm
Ser.cg UN 20,00 33,67 673,34
Filete em mármore branco 80x3,5cm
Ser.cg UN 60,00 9,01 540,35
Filete em mármore branco 90x3,5cm
Ser.cg UN 20,00 10,02 200,47
Cordão p/ box em mármore branco 3x3cm
Ser.cg M 19,00 9,68 183,86
Rodapé cer. 30x5cm Ser.cg M 939,83 6,22 5.841,51
11.076,42
Esquadrias de madeira
Kit porta pronta 80x210cm p/ acab. Pintado l=14, 15 ou 16cm
Ser.cg UN 80,00 273,93 21.914,59
21.914,59
Esquadria de alumínio
Porta em alumínio natural veneziana 70x150cm
Ser.cg UN 1,00 246,73 246,73
Porta em alumínio natural veneziana c/ vidro 120x210cm
Ser.cg UN 1,00 514,38 514,38
Janela de correr em alumínio natural c/ vidro 120x120cm
Ser.cg UN 40,00 190,88 7.635,06
86
Planilha de custos diretos do orçamento de base - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL
(R$)
Janela de correr em alumínio c/ vidro 120x160cm
Ser.cg UN 20,00 342,48 6.849,58
Basculante em alumínio natural c/ vidro 60x60cm
Ser.cg UN 20,00 66,43 1.328,53
Basculante em alumínio natural c/ vidro 90x80cm
Ser.cg UN 4,00 131,88 527,52
17.101,80
Serralheria
Corrimão em aço galvanizado 1" Ser.cg M 26,76 28,23 755,35
Alçapão 70x70cm Ser.cg UN 1,00 167,00 167,00
Portinhola de ferro 70x70cm Ser.cg UN 2,00 167,00 334,00
1.256,35
Forro
Forro em PVC Ser.cg M2 61,76 36,86 2.276,42
2.276,42
Pintura interna
Pintura látex PVA (2 demãos) Ser.cg M2 2.425,24 12,80 31.039,68
Pintura c/ verniz esquadrias Ser.cg M2 134,40 9,82 1.319,54
Pintura esmalte sintético em ferro Ser.cg M2 2,94 5,26 15,47
Pintura texturizada acrílica interna Ser.cg M2 324,32 15,48 5.020,83
Pintura texturizada acrílica sobre massa acrílica interna em teto
Ser.cg M2 862,30 15,91 13.717,68
51.113,20
Pintura externa
Pintura texturizada acrílica externa Ser.cg M2 1.049,95 15,10 15.856,71
13.804,72
Diversos
Numeração dos prédios Ser.cg UN 1,00 17,74 17,75
Numeração dos apartamentos Ser.cg UN 20,00 5,94 118,99
136,74
Serviços complementares
Limpeza de vidros / esquadrias Ser.cg M2 214,50 3,86 828,51
Limpeza de pisos / revestimentos Ser.cg M2 1.485,34 2,97 4.414,43
Limpeza final Ser.cg M2 975,26 4,77 4.651,11
9.894,05
87
ANEXO B
Quadro 1 - Planilha de custos diretos do orçamento de comparação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
EDIFÍCIO
SERVIÇOS PRELIMINARES
Locação da obra: execução de gabarito
SER.CG M2 195,96 4,79 939,62
939,62
INFRAESTRUTURA
Escavação manual de vala em solo de 1ª categoria, profundidade entre 2 e 4 m
SER.CG M3 146,24 34,07 4.981,56
Transporte horizontal de materiais a granel a 30 m de distância com carrinho ou gerica
SER.CG M3 190,11 19,45 3.697,60
Lastro de concreto, incluindo preparo e lançamento
SER.CG M3 5,62 277,84 1.561,48
Forma de madeira para fundação com tábua de 3ª, 5 reaproveitamentos
SER.CG M2 197,83 50,30 9.950,26
Armadura de aço para estruturas em geral, CA-50, diâmetro 8,0 mm, corte e dobra na obra
SER.CG KG 823,12 7,42 6.111,17
Concreto estrutural dosado em central, fck 20 MPa
SER.CG M3 33,75 305,64 10.314,53
Transporte, Lançamento, adensamento e acabamento do concreto em fundação.
SER.CG M3 33,75 70,64 2.383,89
Alvenaria estrutural para fundação em sapata corrida com blocos de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 - tipo 3
SER.CG M2 158,14 49,37 7.807,99
Reaterro manual de vala apiloado SER.CG M3 83,60 30,91 2.583,95
Verga/ cinta em bloco de concreto canaleta
SER.CG M 158,14 18,64 2.947,92
88
Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Lastro de concreto, incluindo preparo e lançamento
SER.CG M3 11,75 277,84 3.264,66
Escavação manual de vala em solo de 1ª categoria, profundidade entre 2 e 4 m
SER.CG M3 146,24 34,07 4.981,56
55.605,01
Superestrutura
Armadura de aço para estruturas em geral, CA-50, diâmetro 8,0 mm, corte e dobra na obra
SER.CG KG 3.483,63 7,42 25.863,86
Pista para a fabricação de laje pré-moldada e=8cm, para prédio com estrutura mural
SER.CG M2 14,58 101,16 1.475,29
Concreto Usinado fck=25Mpa SER.CG M3 78,75 316,56 24.928,86
Fabricação e Montagem de laje Pré-moldada
SER.CG M2 984,40 32,39 31.882,93
Verga/ cinta em bloco de concreto canaleta
SER.CG M 897,94 18,64 16.738,68
100.889,62
Fechamento
Alvenaria estrutural com blocos de concreto, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:0,25:3 - tipo 3 - - unidade: m2
SER.CG M2 2.017,00 49,37 99.587,15
Alvenaria de vedação com bloco de concreto aparente, 9 x 19 x 39 cm, espessura da parede 9 cm, juntas de 10 mm com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneierar traço 1:0,5:8 - tipo 2 -
SER.CG M2 203,00 36,03 7.313,53
Verga/ cinta em bloco de concreto canaleta
SER.CG M 415,10 18,64 7.737,96
Combogó de cimento 20cm x 20cm SER.CG M2 3,60 111,30 400,68
115.039,32
Instalações
89
Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Instalações gerais de edifício com 20 apartamentos
VERBA VB 1,00 97.882,63 97.882,63
97.882,63
Impermeabilização
Impermeabilização com pintura asfaltica viabit (3 demãos)
SER.CG M2 165,20 10,83 1.789,69
1.789,69
Cobertura
Rufo em concreto SER.CG M 12,49 8,40 104,90
Estrutura de madeira para telha cerâmica ou de concreto, ancorada em laje ou parede
SER.CG M2 256,59 44,16 11.329,93
Cobertura com telha de fibrocimento, perfil ondulado, e = 6 mm, altura 510 mm, largura útil 1.050 mm e largura nominal 1.100 mm, inclinação 27%
SER.CG M2 256,59 27,50 7.056,23
18.491,05
Revestimento interno
Emboço/massa única para parede interna com argamassa de cimento e areia sem peneirar traço 1:3, e=20 mm
SER.CG M2 1.995,73 18,96 37.842,55
Gesso aplicado em parede ou teto interno - desempenado
SER.CG M2 2.008,44 9,25 18.571,04
Revestimento cerâmico esmaltado 30X30cm, assentado com argamassa pré-fabricada de cimento colante
SER.CG M2 624,60 24,60 15.367,78
Chapisco para parede interna ou externa com argamassa de cimento e pedrisco traço 1:4, e=7 mm
SER.CG M2 1.995,73 3,87 7.723,48
79.504,85
Revestimento externo
Emboço/massa única para parede externa com argamassa
SER.CG M2 1.072,19 23,41 25.098,20
90
Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Chapisco para parede interna ou externa com argamassa de cimento e pedrisco traço 1:4, e=7 mm
SER.CG M2 1.072,19 5,73 6.143,66
31.241,86
Pavimentação
Regularização sarrafeada de base para revestimento de piso com argamassa de cimento e areia sem peneirar traço 1:4, e=3 cm
SER.CG M2 836,80 12,31 10.296,86
Piso cerâmico esmaltado 30 x 30 cm, assentado com argamassa pré-fabricada de cimento colante
SER.CG M2 836,80 31,74 26.560,12
Passeio em concreto, fck = 13,5 MPa, controle tipo "C", incluindo preparo de caixa, e=7 cm
SER.CG M2 43,36 45,31 1.964,52
38.821,50
Arremates
Soleira de granilite pré-moldada, 70 x 12 cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4
SER.CG UN 1,00 24,74 24,74
Soleira de granilite pré-moldada, 80 x 16 cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4
SER.CG UN 20,00 28,62 572,39
Soleira de granilite pré-moldada, 120 x 16 cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4
SER.CG UN 1,00 42,93 42,93
Peitoril de mármore natural 120 x 19 cm
SER.CG UN 60,00 77,62 4.657,18
Peitoril de mármore natural 60 x 19 cm
SER.CG UN 20,00 38,81 776,20
Peitoril de mármore natural 90 x 19 cm
SER.CG UN 20,00 58,21 1.164,30
Filete de granilite pré-moldada, 80 x 3,5cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal
SER.CG UN 60,00 27,53 1.651,56
91
hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4
Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Filete de granilite pré-moldada, 90 x 3,5 cm, assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4
SER.CG UN 20,00 30,93 618,57
Cordão de mármore 95 x 3 x 3 cm assentada com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:1:4
SER.CG M 19,00 13,49 256,36
Rodapé cerâmico assentado com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem peneirar, traço 1:2:8, altura 8 cm
SER.CG M 939,83 18,39 17.283,27
27.047,49
Esquadrias de madeira
Porta interna de madeira, colocação e acabamento, de uma folha com batente, guarnição e ferragem, 0,80 x 2,10 m
SER.CG UN 80,00 292,65 23.412,10
23.412,10
Esquadria de alumínio
Porta em alumínio natural veneziana 70x150 cm
SER.CG UN 1,00 246,74 246,74
Porta em alumínio natural veneziana 120x210 cm
SER.CG UN 1,00 514,39 514,39
Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento, de correr, com duas folhas, dimensões 1,20 x 1,20 m com vidro liso
SER.CG UN 40,00 317,81 12.712,31
Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento, de correr, com duas folhas, dimensões 1,20 x 1,60 m com vidro liso
SER.CG UN 20,00 402,38 8.047,61
Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento, basculante (vitrô) com uma seção, dimensões 0,60 x 0,60 m, com vidro canelado
SER.CG UN 20,00 70,68 1.413,54
Janela de alumínio padronizada, colocação e acabamento,
SER.CG UN 4,00 132,69 530,75
92
basculante (vitrô) com uma seção, dimensões 0,80 x 0,80 m, com vidro canelado
Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
23.465,32
Serralheria
Corrimão tubular 1" em ferro galvanizado
SER.CG M 26,76 37,79 1.011,26
Alçapão em ferro galvanizado 70x70cm
SER.CG UN 1,00 167,33 167,33
Portinhola em ferro galvanizado 70X70cm
SER.CG UN 2,00 167,33 334,65
1.513,24
Forro
Forro de PVC em painéis lineares encaixados entre si e fixados em estrutura de madeira, dimensões 100 x 6000 mm
SER.CG M2 61,76 22,78 1.406,90
1.406,90
Pintura interna
Látex PVA em parede interna com duas demãos
SER.CG M2 2.425,24 16,50 40.017,67
Verniz em esquadria de madeira com três demãos
SER.CG M2 134,40 13,53 1.818,51
Pintura com tinta esmalte em esquadria de ferro com duas demãos
SER.CG M2 2,94 22,60 66,44
Pintura texturizada acrílica interna SER.CG M2 324,32 24,46 7.932,93
Pintura texturizada acrílica sobre massa acrílica interna em teto.
SER.CG M2 862,30 33,64 29.006,39
78.841,94
Pintura externa
Textura acrílica em parede externa com uma demão
SER.CG M2 1.072,19 14,25 15.283,75
15.283,75
Diversos
93
Planilha de custos diretos do orçamento de comparação - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Numeração dos prédios SER.CG UN 1,00 17,75 17,75
Numeração dos apartamentos SER.CG UN 20,00 5,95 118,99
136,74
Serviços complementares
Limpeza final SER.CG M2 975,60 5,30 5.169,70
5.169,70
TOTAL 716.482,36
94
ANEXO C
Quadro 1 - Planilha de despesas indiretas
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
DESPESAS INDIRETAS
TERRENO
Terreno VERBA VB 1,000000 464.000,00 464.000,00
PROJETOS
Projetos Diver Vb 1,000000 148.200,00 148.200,00
Projeto arquitetônico Verba Vb 1,000000 27.000,00 27.000,00
Projeto Estrutural VERBA VB 1,000000 15.000,00 15.000,00
Projeto Elétrico e Hidro-Sanitário.
VERBA VB 1,000000 26.200,00 26.200,00
Projeto de Incêndio VERBA VB 1,000000 5.000,00 5.000,00
Alvará VERBA VB 1,000000 50.000,00 50.000,00
Seguros VERBA VB 1,000000 25.000,00 25.000,00
PCMAT E PCMSO
PCMAT e PCMSO VERBA VB 1,000000 2.000,00 2.000,00
Sondagem
Sondagem à percussão VERBA M 150,000000 40,00 6.000,00
Mobilização e equipamentos para sondagem
VERBA VB 1,000000 650,00 650,00
Levantamento Topográfico
Levantamento topográfico VERBA VB 1,000000 5.000,00 5.000,00
Instalações Provisórias
Instalações provisórias Diver Vb 1,000000 109.898,23 64.461,08
95
Planilha de despesas indiretas - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Tapume em chapa de zinco h=2m
Ser.cg M 675,000000 40,00 27.000,00
Abrigo provisório de madeira executado na obra com dois pavimentos p/ escritório
SER.CG M2 18,000000 231,91 4.174,42
Abrigo provisório de madeira executado na obra p/ alojamento, depósito de materiais e ferramentas, refeitório e sanitários
SER.CG M2 545,000000 58,00 31.610,00
Ligação provisória de água para obra e instalação sanitária provisória, pequenas obras - instalação mínima
SER.CG UN 1,000000 1.015,26 1.015,26
Ligação provisória de luz e força para obra - instalação mínima
SER.CG UN 1,000000 661,40 661,40
Corpo Administrativo
Corpo administrativo DIVER MÊS 18,000000 24.100,00 433.800,00
Gerente de Contratos VERBA MÊS 0,250000 12.000,00 3.000,00
Engenheiro Residente VERBA MÊS 1,000000 8.000,00 8.000,00
Estagiário VERBA MÊS 4,000000 725,00 2.900,00
Técnico de Segurança VERBA MÊS 1,000000 1.400,00 1.400,00
Almoxarife VERBA MÊS 1,000000 1.400,00 1.400,00
Auxiliar de Almoxarife VERBA MÊS 4,000000 800,00 3.200,00
GAF VERBA MÊS 1,000000 2.000,00 2.000,00
Auxiliar de GAF VERBA MÊS 1,000000 800,00 800,00
Motorista VERBA MÊS 1,000000 1.400,00 1.400,00
Encargos Sociais (Corpo ADM.)
CORPO ADMINISTRATIVO DIVER MÊS 0,750000 24.100,00 18.075,00
96
Planilha de despesas indiretas – continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Equipe de Produção
Mestre de Obras VERBA MÊS 2,000000 4.000,00 8.000,00
Encarregado de Pedreiro VERBA MÊS 3,000000 1.991,98 5.975,94
Encarregado de Armador VERBA MÊS 0,550000 1.991,98 1.095,59
Encarregado de Instalações VERBA MÊS 4,000000 1.991,98 7.967,92
Operador de Betoneira VERBA MÊS 2,000000 1.252,23 2.504,46
Ajudantes de Betoneiro VERBA MÊS 4,000000 751,52 3.006,08
Encargos Sociais (Equipe de Produção)
Encargos sociais (equipe de produção)
DIVER Mês 18,000000 21.412,49 385.424,85
Equipe de produção DIVER Mês 0,750000 28.549,99 21.412,49
Vigilância
Vigilância DIVER MÊS 18,000000 6.000,00 108.000,00
Vigilante VERBA MÊS 2,000000 3.000,00 6.000,00
Material de escritório, cópias e plotagens
Material de escritório, cópias e plotagens
DIVER MÊS 18,000000 400,00 7.200,00
Material p/ escritório, cópias e plotagens
VERBA MÊS 1,000000 400,00 400,00
Equipamentos
Equipamentos DIVER VB 1,000000 658.510,00 658.510,00
Andaime tubular fachadeiro - locação
SER.CG M2/MÊS 12.960,000000
5,00 64.800,00
Carro utilitário VERBA MÊS 18,000000 1.000,00 18.000,00
Betoneira 600l c/ carregador EQ.LOC MÊS 30,000000 600,00 18.000,00
Vibrador c/ mangote EQ.LOC MÊS 30,000000 210,00 6.300,00
97
Planilha de despesas indiretas - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Guindaste 30t c/ combustível e operador
EQ.LOC DIA 35,000000 1.750,00 61.250,00
Mini pá c/ combustível e operador
EQ.LOC MÊS 12,000000 7.500,00 90.000,00
Dumper c/ combustível e operador
EQ.LOC MÊS 12,000000 4.500,00 54.000,00
Carro Munk c/ combustível e operador
EQ.LOC MÊS 7,000000 7.500,00 52.500,00
Manipulador c/ combustível e operador
EQ.LOC MÊS 20,000000 13.600,00 272.000,00
Retroescavadeira c/ combustível e operador
EQ.LOC DIA 6,000000 550,00 3.300,00
Relógio de ponto EQ.LOC MÊS 3,000000 120,00 360,00
Equipamentos Diversos VERBA VB 18,000000 1.000,00 18.000,00
Ferramentas
Ferramentas DIVER VB 1,000000 42.534,00 42.534,00
Carro de mão VERBA UN 120,000000 160,00 19.200,00
Enxada c/ cabo VERBA UN 30,000000 12,40 372,00
Picareta c/ cabo VERBA UN 60,000000 23,40 1.404,00
Pá c/ cabo VERBA UN 200,000000 15,40 3.080,00
Cavador reto c/ cabo VERBA UN 20,000000 13,40 268,00
Cavador articulado VERBA UN 10,000000 14,00 140,00
Alavanca aço redonda 1,50m VERBA UN 10,000000 37,00 370,00
Balde de chapa p/ concreto 10l VERBA UN 500,000000 10,00 5.000,00
Régua de alumínio c/ 3m VERBA UN 100,000000 27,00 2.700,00
Ferramentas Diversas VERBA VB 10,000000 1.000,00 10.000,00
98
Planilha de despesas indiretas - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
EPI’S
EPI'S DIVER VB 1,000000 153.928,00 153.928,00
Capacete c/ carneira VERBA UN 600,000000 7,50 4.500,00
Bota de couro VERBA PAR 2.400,000000 20,00 50.000,00
Bota de borracha VERBA PAR 100,000000 27,00 2.700,00
Luva de raspa VERBA PAR 1.000,000000 4,20 4.200,00
Luva látex VERBA PAR 1.000,000000 1,70 1.700,00
Óculos de segurança VERBA UN 400,000000 3,80 1.520,00
Máscara de partículas VERBA UN 2.500,000000 1,20 3.000,00
Protetor auricular (tipo concha)
VERBA UN 52,000000 7,00 364,00
Protetor auricular (tipo plug) VERBA UN 4.500,000000 0,60 2.700,00
Protetor facial em acrílico VERBA UN 4,000000 11,00 44,00
Cinto de segurança (tipo paraquedista)
VERBA UN 150,000000 27,00 4.050,00
Trava quedas VERBA UN 20,000000 122,00 2.440,00
Capa de chuva VERBA UN 400,000000 8,90 3.560,00
Avental de couro VERBA UN 10,000000 15,00 150,00
Uniforme (Calça) VERBA UN 2.500,000000 20,00 50.000,00
Uniforme (Camisa) VERBA UN 2.750,000000 7,50 20.625,00
Placa advertência de segurança 20x30cm
VERBA UN 50,000000 20,00 1.000,00
Fitas de segurança VERBA UN 250,000000 5,50 1.375,00
Consumos
Consumos DIVER MÊS 18,000000 4.300,00 77.400,00
99
Planilha de despesas indiretas - continuação
DESCRIÇÃO CLASS UNIDADE QUANT. PREÇO
(R$)
PREÇO TOTAL (R$)
Combustível VERBA MÊS 2,000000 500,00 1.000,00
Conta de água VERBA MÊS 1,000000 2.000,00 2.000,00
Conta de energia VERBA MÊS 1,000000 1.000,00 1.000,00
Conta de telefone VERBA MÊS 1,000000 300,00 300,00
Equipamentos Diversos VERBA VB 18,000000 1.000,00 18.000,00
Despesas com pessoal
Despesas com pessoal DIVER VB 1,000000 748.800,00 742.800,00
Café da manhã VERBA UN 78.000,000000
1,60 124.800,00
Almoço VERBA UN 78.000,000000
4,00 312.000,00
Exame médico VERBA UN 1.800,000000 30,00 54.000,00
Cesta básica VERBA UN 3.600,000000 70,00 252.000,00
Controle Tecnológico
Controle tecnológico DIVER MÊS 12,000000 2.500,00 30.000,00
Controle tecnológico VERBA MÊS 1,000000 2.500,00 2.500,00
TOTAL 4.269.497,40
100
ANEXO D
PROJETOS ARQUITETÔNICOS
Figura 1 - Planta de Implantação
101
Figura 2 - Planta baixa do pavimento térreo
102
Figura 3 - Planta baixa do pavimento tipo
103
Figura 4 - Planta de cobertura
104
Figura 5 - Corte AB
105
Figura 6 - Corte CD
106
Figura 7 - Fachada Frontal
107
ANEXO E
PROJETOS ESTRUTURAIS
Figura 1 - Projeto de locação e forma da fundação.
108
Figura 2 - Planta de forma pavimentos 1 e 2.
109
Figura 3 - Planta de forma pavimentos 3 e 4.
110
Figura 4 - Planta de forma da cobertura.
111
Figura 5 - Armadura positiva das lajes.
112
Figura 6 - Armadura positiva das lajes (continuação).
113
ANEXO F
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Figura 1 - Instalação elétrica pavimento térreo.
114
Figura 2 - Instalação elétrica pavimento tipo.
115
ANEXO G
INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS
Figura 1 - Instalação hidráulica pavimento térreo.
116
Figura 2 - Instalação hidráulica pavimento tipo.
117
ANEXO H
INSTALAÇÕES SANITÁRIAS
Figura 1 - Instalação sanitária pavimento térreo
118
Figura 2 - Instalação Sanitária pavimento tipo