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TÍTULOS DE CRÉDITO ESPECIAIS
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8.1 NOÇÕES GERAIS Além dos títulos de crédito próprios, há
outros títulos de crédito importantes para o mercado como os:
Títulos de crédito comercial Títulos de crédito industrial Títulos de crédito rural Títulos de crédito à exportação Títulos de crédito imobiliário Títulos de crédito bancário
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São todos títulos de crédito causais, representativos de promessa de pagamento, com ou sem garantia real, conforme a natureza e a área de atividade própria.
Dentre esses títulos destacam-se as CÉDULAS DE CRÉDITO e as NOTAS DE CRÉDITO, que se distinguem basicamente, em razão do fato de as cédulas de crédito serem providas de garantia real, incorporada às próprias cártulas, e as notas de crédito serem desprovidas de garantia, apenas gozando de privilégio especial sobre bens livres do devedor, em caso de sua insolvência ou falência.
STJ, Súmula 93. A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite o pacto de capitalização de juros.
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8.2 CÉDULAS DE CRÉDITO RURAL, INDUSTRIAL, COMERCIAL E À EXPORTAÇÃO
São cédulas tradicionais. Cada uma tem uma legislação própria, mas por serem semelhantes são tratadas em conjunto.
Rural (DL 167/67) Industrial (DL 413/69) Comercial (L 6840/80) Exportação (L 6313/75)
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CONCEITO: promessas de pagamento, com ou sem garantia cedularmente constituída, vinculadas a um financiamento para a atividade produtiva.
“Títulos representativos de operações de financiamento, constituídos com base em empréstimos concedidos por instituições financeiras, ou entidade a essas equiparadas, à pessoa natural ou jurídica que se dedique à respectiva atividade “ (Gladston Mamede).
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É uma PROMESSA DE PAGAMENTO A (emitente) B (beneficiário)
O EMITENTE será um produtor (devedor direto e principal da obrigação).
O BENEFICIÁRIO é quem concede um financiamento, um banco. Nas rurais, pode ser um banco ou uma cooperativa.
Nas demais, só um banco.
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OBJETIVO: incorporar os créditos decorrentes de financiamentos à agricultura, a pecuária, a indústria, o comércio, a prestação de serviços e à exportação.
REQUISITOS:
Denominação do título (Cédula de Crédito ou Nota de Crédito).
Nas Cédulas de Crédito Rural, há 4 denominações possíveis: Cédula de crédito rural hipotecária, CCR pignoratícia, CCR hipotecária e pignoratícia e Nota de crédito rural.
Valor do Crédito concedido (base de cálculo). Finalidade do financiamento (ex. plantio) –
garantia de uso dos recursos.7
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Obrigação de pagamento por parte do emitente – promessa de pagamento (valor devido ou elementos necessários ao cálculo).
Encargos financeiros ou forma de seu cálculo. Forma de pagamento – quantidade e
periodicidade das parcelas. Local de pagamento – geralmente por meio da
rede bancária. Beneficiário – as cédulas NÃO podem ser ao
portador. Bancos e/ou cooperativas rurais. Cláusula à ordem. Local (identificar legislação aplicável), data
(capacidade das partes) e assinatura do emitente (declaração de vontade).
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GARANTIAS:
Nota de crédito: não tem garantia real.Cédula de crédito: tem garantia real.
Penhor: garantia real sobre bens móveis. Os bens dados em garantia ficam sob a posse direta do devedor ou de quem os ofereceu em garantia.
Hipoteca: garantia real sobre bens imóveis e os acessórios dos imóveis. Também se consideram navios e aeronaves.
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Alienação fiduciária: ocorre quando o devedor, reservando-se a posse direta, aliena certo bem ao credor sob a condição resolutiva do pagamento da dívida garantida.
O credor é dono do bem enquanto o devedor não pagar a dívida.
Não admitida na Cédula de crédito rural. Atualmente 3 tipos de alienação fiduciária: a
disciplinada pelo CC (arts. 1361 a 1368-A), tendo por objeto qualquer bem móvel infungível; a regida pela Lei n. 4.728/65 e pelo DL 911/69, abrangendo bens móveis fungíveis ou infungíveis (mercado financeiro e de capitais); a regida pela Lei n. 9.514/97, abrangendo bens imóveis.
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Os bens dados em garantia não podem sofrer arresto, sequestro ou penhora por nenhuma outra dívida (impenhorabilidade relativa) – durante a vigência do contrato.
Há três exceções, segundo o STJ - quando se tratar de crédito mais privilegiado, havendo ponderação dos valores em jogo: credores fiscais, trabalhistas (CTN, art. 186) e de pensão alimentícia (jurisprudência – RESP 563033, RESP 536091).
As notas de crédito, embora não possuam garantias, são protegidas pela legislação, são asseguradas um privilégio especial – em concurso de credores, terão preferência em relação a credores quirografários e com privilégio geral (CC, art. 963). 11
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EMISSÃO: Exigem assinatura do emitente (devedor, ou
produtor) Declarações unilaterais de vontade A assinatura do emitente (declaração de
vontade) serve para dar validade e eficácia entre as partes.
INSCRIÇÃO: Para que tenham eficácia perante terceiros, faz-se necessário a inscrição no Cartório de Imóveis, mesmo se não houver qualquer garantia imobiliária – tradição cartorária. Dispensável no caso de notas de crédito industriais,
comerciais ou à exportação (DL 413/69, art. 18). 12
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ENDOSSO: é exatamente o endosso da Letra de Câmbio.O endosso conferido após algum
pagamento será realizado em relação ao saldo devedor. É o endosso integral do título naquele momento.
AVAL: é exatamente o mesmo aval da Letra de Câmbio.
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VENCIMENTO: não há regra especial, é definido pelas partes.
Inadimplência de qualquer obrigação do emitente ou do terceiro prestador da garantia real - vencimento antecipado.
O artigo 11 do DL 167/67 prevê mais dois casos além dos já conhecidos: Falência do emitente. Inadimplência de qualquer obrigação em relação a um
financiamento, autoriza o credor a considerar vencidos antecipadamente todos os financiamentos existentes entre as mesmas partes - faculdade do credor. Nesse caso, o vencimento não é automático, precisa
de notificação ao devedor (RESP 55286). 14
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PAGAMENTO:
Pode ser único ou parcelado.Pode ser quitado em documento separado
(não vale o princípio da literalidade no que tange ao pagamento da cédula).
Encargos que poderão ser cobrados pelo banco, a título de remuneração pelo uso do capital ou a título de punição no atraso do cumprimento: CORREÇÃO MONETÁRIA – recomposição do valor da
moeda corroída pela inflação. Como não é acréscimo, não precisa ser pactuada. A determinação do critério de correção é livre, com exceção da Taxa Básica de Financiamento – Súmula 287 STJ).
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JUROS REMUNERATÓRIOS - frutos civis do capital; remuneração do capital emprestado.
Não decorrem automaticamente da lei, devem ser pactuados.
Podem ser simples ou capitalizados - Súmula 93 STJ. Limites: Omissão do CMN, aplica-se limite legal, ou
seja, não podem ultrapassar 1% a.m. ou 12% a.a. (RESP 168202) o a taxa SELIC.
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Em caso de atraso: JUROS DE MORA: penalidade pelo atraso no
pagamento 1% ao ano. Não se admite pactuação em patamares superiores.
MULTA: tal encargo não é automático. Pode ser de até 2%, e só pode ser cobrada uma vez só (CDC – RESP 527230);
COMISSÃO DE PERMANÊNCIA: fator de atualização de débitos em atraso em instituições financeiras (Resolução 1.129/86 – CMN);
Quando for cobrada, terá de ser cobrada sozinha (Súmula 472, STJ).
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PROTESTO: só realizado em caso de falta de pagamento. Representa a prova solene do não pagamento do título. Mesmas regras da Letra de Câmbio. O protesto das cédulas não é necessário
para cobrar devedores indiretos, ou seja, o prazo de 1 dia útil não tem importância aqui.
AÇÃO CAMBIAL: a mesma ação cambial da Letra de Câmbio, inclusive os prazos prescricionais.
AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO: a mesma ação de locupletamento da Letra de Câmbio. 18
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8.3 CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO (CCB) CONCEITO: são promessa de pagamento
vinculadas a uma operação bancária ativa.Lei 10.931/2004, arts 26 a 45;A (emitente) B (Beneficiário)O emitente pode ser qualquer pessoa, mas
o beneficiário (credor da cédula) será sempre um banco;
Basicamente, trata-se de: contrato de mútuo e abertura de crédito em conta
corrente: limite do cheque especial, que se concretiza no momento em que o crédito é colocado à disposição do cliente.
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GARANTIAS: apesar do nome não mudar, pode ou não ter garantias reais: Penhor Hipoteca Alienação fiduciária
Serão cedularmente constituídas, ou seja, nascem com a cédula, e terão eficácia entre as partes a partir de então. Para ter efeitos perante terceiros, deve ser registrada em cartório.
EMISSÃO: é como nasce o título, ou seja, a manifestação unilateral de vontade neste caso.
ENDOSSO: mesmas regras, forma e efeitos da Letra de Câmbio.A lei é expressa em dizer que o endosso pode ser feito para qualquer pessoa, inclusive para quem não é banco.
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AVAL: mesmas regras, forma e efeitos da Letra de Câmbio. Qualquer um pode ser avalista do título.
VENCIMENTO: livremente combinado pelas partes, inclusive hipótese de vencimento antecipado.
PAGAMENTO: o pagamento pode ser provado em qualquer documento, mesmo que separado do título. Encargos que sempre incidem:
CORREÇÃO MONETÁRIA: qualquer critério, com exceção da Taxa Básica de Financiamento (Súmula 287, STJ).
JUROS REMUNERATÓRIOS: frutos civis do capital, que servem para remunerar o banco.
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Encargos que surgem em função de atraso:
MULTA: até 2%, que só pode ser aplicada uma vez. JUROS MORATÓRIOS: decorrem de lei, são penalidades
no atraso no cumprimento da obrigação e pode ser de até 1% a.m.
COMISSÃO DE PERMANÊNCIA: pode ser cobrada a partir do atraso, desde que sozinha, não podendo ser cumulada com nenhum outro encargo (RESP 1129/86).
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PROTESTO: o banco pode promover o protesto por falta de pagamento da CCB.
Não é necessário para cobrar os devedores indiretos (endossantes e respectivos avalistas), ou seja, o prazo de 1 dia útil não tem importância aqui.
Pode ser feito por indicações, ou seja, o título pode ser protestado sem ser levado em cartório, basta levar os dados dele, inclusive por meio eletrônico.
Continua sendo um meio de prova e não um meio de cobrança.
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AÇÃO CAMBIAL:
Quando a obrigação tem origem em contrato de mútuo, deve-se apresentar além do título uma planilha. É exceção ao princípio da independência.
Se for um contrato de abertura de crédito em conta corrente (limite do cheque especial), além da planilha, o banco deve apresentar extratos da conta corrente.
Qualquer cobrança feita em excesso pelo banco: será obrigado a pagar multa ao devedor no valor do dobro do excesso.
AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO: nos mesmos moldes da Letra de Câmbio.
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8.4 NOTA PROMISSÓRIA RURAL CONCEITO: é promessa de pagamento utilizada em
negócios rurais.
A (emitente) B (beneficiário) Tratada no DL 167/67
HIPÓTESES DE APLICAÇÃO:
Venda de produtos rurais feita por produtores rurais Venda de produtos rurais feita por cooperativas rurais Negócios realizados entre produtores rurais e
cooperativas rurais
FINALIDADE: Agilizar negociações neste âmbito
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PECULIARIDADES:
Não é necessário o protesto para cobrar devedores indiretos (sempre).
Se o emitente não é produtor rural, nem cooperativa: O primeiro endossante não é devedor da NPR; As garantias reais ou pessoais só podem ser prestadas
por pessoas jurídicas ou por sócios ou administradores da pessoa jurídica emitente.
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![Page 27: T ÍTULOS DE C RÉDITO E SPECIAIS. 8.1 N OÇÕES G ERAIS Além dos títulos de crédito próprios, há outros títulos de crédito importantes para o mercado como](https://reader035.vdocuments.com.br/reader035/viewer/2022062502/570638691a28abb823903a65/html5/thumbnails/27.jpg)
8.5 DUPLICATA RURAL CONCEITO: só pode ser emitida no caso de venda de
produtos rurais por produtores rurais ou suas cooperativas. Não pode na prestação de serviços.
A (vendedor) B (comprador) A Tratada no DL 167/67
PECULIARIDADES: Não é necessário o protesto para cobrar devedores
indiretos (sempre). Se o emitente não é produtor rural, nem cooperativa:
O primeiro endossante não é devedor da NPR. As garantias reais ou pessoais só podem ser prestadas por pessoas
jurídicas ou por sócios ou administradores da pessoa jurídica emitente.
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8.6 CÉDULA DE PRODUTO RURAL (CPR) CONCEITO:
Regida pela lei 8929/94
TIPOS: CPR Física: é promessa de entrega de produto rural, não
é promessa de entrega de dinheiro. Ex.: Avestruz Master. Endosso só em preto Endossantes não são devedores da CPR Física Não é necessário protesto para cobrar os avalistas A execução não é para entrega de dinheiro, mas de coisa incerta
CPR Financeira: promessa de pagamento em dinheiro equivalente a uma determinada quantidade de produto rural. Não é produto, mas dinheiro equivalente ao produto.
A execução é por quantia certa 28