Sumário
Capítulo 1: Planejamento financeiro familiar
Para começo de conversa..........................................................................
Jogando e aprendendo a jogar...................................................................
Passo 1: critérios para elaboração de um planejamento financeiro familiar...
Seção Curiosidade: você sabe o que é nomofobia?......................................
Passo 2: questionário de planejamento familiar financeiro.............................
Passo 3: entrevista e análise dos dados.........................................................
Seção Apoio emergencial: regra de três simples...........................................
Passo 4: metas de planejamento financeiro..................................................
Estudo de caso: a família Pizón....................................................................
Pondo os pingos nos is..............................................................................
Para saber mais...........................................................................................
Metas............................................................................................................
Seção para refletir: A felicidade realista...................................................
Necessidades e desejos...............................................................................
Endividamento............................................................................................
Planejamento financeiro familiar.................................................................
Fim de papo................................................................................................
Sugestões..................................................................................................
O que eu aprendi com isso?........................................................................
Capítulo 1: Planejamento financeiro familiar [diagramação capítulo –
página inteira, ver projeto gráfico]
Quem é que nunca desejou comprar algo que aparentemente não está próximo
financeiramente falando? E quem nunca conheceu alguém que acabou se
enrolando com dívidas, juros, etc.? Para ambos os casos, o que está por traz é
o planejamento das finanças pessoais. Saber o que ganha, o que gasta, o que
quer, se é relevante ou não, fazer escolhas e sanar dívidas são algumas
questões que um planejamento financeiro resolve. Vamos ver como isso
funciona.
Para começo de conversa
[sugestão de imagem: Homem branco aparentando desespero diante das contas. Imagem
ocupa]
[legenda: as vezes o controle financeiro se perde e quem perde somos nós]
É hora de retomar a sua memória. Você conhece alguém que já perdeu algum
bem (carro, casa, máquinas, eletrodomésticos) ou teve de vender este bem por
conta de dívidas difíceis de serem pagas? Selecione um caso no qual você
tenha mais informações e preencha a ficha abaixo.
Nome da família (invente um apenas para identificarmos no quadro):
Bem perdido:
Valor aproximado deste bem:
Renda aproximada da pessoa/família:
Razão ou causas para a perda/dívida
[o quadro a seguir precisa ocupar metade da página na diagramação, para eventualmente ser
destacado do livro]
[Os espaços para resposta devem aparecer em pop ups clicáveis no material digital ou previsto
espaço no material impresso. ]
Essa é uma situação que infelizmente acomete muitas famílias no Brasil. Veja
o vídeo a seguir sobre isso.
[Janela do vídeo deve ocupar os limites das margens do projeto gráfico e material digital
https://www.youtube.com/watch?v=JeNsHIknABE ]
Como a Maria Lúcia do vídeo reforçou, é muito comum ter dívidas, não se deve
envergonhar por tê-las contraído, mas temos que buscar soluções primeiro
para pagá-las, e segundo medidas para administrar bem as finanças da casa.
Não se trata somente de um planejamento para adquirir bens desejados. Como
ela mesmo lembrou, uma situação de descontrole financeiro em uma família
gera angústia, brigas, separação, abandono e inclusive suicídio. Problemas
sociais muito graves e reais.
E você? Acha que as finanças da sua família andam bem? Podem melhorar?
Esta será nossa travessia neste capítulo.
Jogando e aprendendo a jogar
Nós temos um desafio pontual que deve ser realizado em cinco fases básicas.
Este desafio envolve a construção de um orçamento da sua casa, ou seja, um
orçamento familiar. Não sei se você costuma conversar em casa sobre isso,
mas é bom ir sondando desde já, pois levantaremos dados reais e
analisaremos como está a saúde financeira da sua família. E com saúde
financeira não queremos dizer excesso ou carência de dinheiro, mas um
equilíbrio entre a renda total da família e os gastos. Sigamos em frente.
Fase 1: Você sabe o que é necessário para elaborar uma avaliação financeira
de uma família? Uma avaliação financeira tem por objetivo saber se a diferença
entre as receitas (ganhos) e despesas (gastos) gerais de uma família dão um
saldo positivo, negativo ou zero. Contudo, apenas saber um quadro não basta
para planejar algo, que seja o pagamento de uma dívida ou a compra de um
bem. É preciso dividir isso em outras categorias, dado que existem ganhos e
gastos fixos, variáveis e isso também depende das pessoas que compõe a
família. Por exemplo, para uma certa família, o dinheiro para a igreja consiste
em um gasto fixo, para outras não. Minha mãe não pode viver sem comer
doces, é o que ela diz, assim na casa dela existe uma despesa fixa mensal
com chocolates. Para uns, o dinheiro do salão de beleza é fixo, para outros
não. E a internet? É muito comum ouvirmos que sem internet não é possível
viver. Para você ela constitui um dado fixo ou não? E para sua família?
[sugestões de imagens e memes que façam referencias cômicas ao à ausência de internet.
http://www.whatstube.com.br/quando-eu-fico-sem-internet/
http://www.criarmeme.com.br/meme/28368 em caso de não liberação de direitos produzir
ilustração]
Legenda: A internet constitui um gasto fixo ou variável?
Enfim, pensado nisso, preencha o quadro a seguir quais são as informações
essenciais para se construir um planejamento financeiro familiar com maior
precisão possível, que não escape nada. Lembre-se que muitas vezes para a
sua avaliação uma coisa pode ser variável, mas para alguém na sua casa, não
é. Deste modo a despesa fixa dependerá se há gasto mensal constante com
determinado item.
Preencha quais as categorias essenciais para se fazer um levantamento
financeiro com precisão.
[Os espaços para resposta devem aparecer em pop ups clicáveis no material digital ou previsto
espaço no material impresso. ]
[BOX CURIOSIDADE]: Você sabe o que é nomofobia?
O termo vem da língua inglesa, na qual “no” é não; “mo” representa “mobile”,
isto é, smartphones; e fobia é um termo médico para se referir a um medo
patológico persistente que gera reações fisiológicas. Assim, nomofobia são
sintomas físicos e psicológicos que afetam algumas pessoas que ficam sem
internet ou celular. Agressividade, sudorese, agitação, tensão, taquicardia,
dor de cabeça, mudança de percepção, melancolia estão entre os sintomas
de um quadro que se desenvolve na atividade neuronal.
Fonte: http://www.fsp.usp.br/site/dcms/fck/file/Nomofobia%20-%20Release.pdf
Fase 2: Com algumas categorias definidas temos a seguinte tarefa. Construir
um questionário com no máximo 10 questões com a finalidade de levantar
todos os dados necessários para uma avaliação financeira familiar. Procure
conhecer outras categorias para elaborar estas questões que te permitam
saber tudo sobre o orçamento de uma família. Existe um limite de questões,
mas dentro de cada questão, se houver alternativas não existe limite para elas.
Questionário de levantamento de dados financeiros da família.
Questão 1)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 2)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 3)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 4)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 5)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 6)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 7)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 8)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 9)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 10)
Espaço para alternativas ou anotações
Observações gerais e anotações [fazer tabela conforme modelo do projeto gráfico]
[Os espaços para resposta devem aparecer em pop ups clicáveis no material digital ou previsto
espaço no material impresso. ]
Fase 3: Essa hora ia chegar, você já poderia prever. Temos um questionário e
precisamos levantar informações em nossas casas. Ou seja, vamos entrevistar
a família. Assim, você pode usar um caderno ou utilizar o celular, ou o
computador. A forma para fazer isso você decide. Alguns meios podem dar
trabalho inicialmente mas depois são mais fáceis de manusear os dados.
Você precisa ter os valores reais. Se muitas pessoas morarem na sua casa,
todas precisam entrar, pois trata-se de um planejamento financeiro familiar. É
impossível alguém morar junto sem entrar no balanço de gastos ou receitas de
uma casa. Pode acontecer de surgirem dificuldades para levantar os dados. As
vezes alguém não quer falar, ou omite alguma informação, ou não se sente à
vontade, enfim. O importante nestas horas é você deixar claro duas coisas:
Argumentos para convencer uma família a fazer o planejamento financeiro.
1) O trabalho terá como principal beneficiário, a família e seus membros,
pois além de levantamento iremos propor soluções e desdobramentos.
Assim, é essencial para todos terem uma dimensão mais precisa da
saúde financeira da família.
2) Este trabalho faz parte da sua formação. Portanto, fazê-lo bem significa
desenvolver-se melhor nestas competências que serão muito úteis para
a vida e o mercado de trabalho. Assim, se eles pensam na sua formação
devem fazer este esforço.
Em último caso, apenas em último caso de a negociação falhar, você poderá
utilizar o modelo abaixo como exemplo.
[colocar este modelo de dados em uma tabela do projeto gráfico. Alterar os seguintes valores.
Salário do esposo – R$3000,00/Salário esposa R$4500,00/ Saúde = R$1500,00/ educação
R$2000,00/ diversão R$300,00]
Após realizar o levantamento, ao menos o valor total de despesas e receitas
precisa ser somado. Faça a diferença entre as receitas e as despesas. Se esse
valor for positivo, significa que a família naquele mês gastou menos do que
ganhou, ou seja, teve rendimento. Se o resultado for negativo, significa que
naquele mês a família gastou mais do que devia.
Para finalizar, faça o percentual deste valor em relação ao ganho. Isso é
possível com uma regra de três simples.
[BOX: apoio emergencial] Regra de três simples
A regra de três é uma forma de resolver problemas de proporções entre
grandezas. Por exemplo, na bula do remédio está escrito que a cada
15kg de massa da pessoa, se deve colocar duas gotas. Se a pessoa
tem 80kg, quantas gotas precisará tomar? Ou mesmo com o
combustível, se por exemplo alguém que gastou R$35,00 e andou
120km, tendo somente R$12,00 quantos quilómetros é possível andar.
Ou como no nosso caso, temos que um certo valor total equivale a
100% da receita e ou outro valor ao saldo, qual a porcentagem do saldo
em relação à receita? Para resolver isso é simples, siga as etapas.
Vamos supor que a receita total de uma família seja de R$4200,00 e
que analisados os gastos o saldo seja de R$400,00. Como encontrar o
percentual?
Etapa 1) escreva em cima lado a lado as duas grandezas de que estamos tratando. Neste caso temos reais (R$) e percentuais (%)
R$ ---------------- % Etapa 2) escreva embaixo das grandezas a primeira relação já estabelecida do exemplo. Neste caso sabemos que R$4200,00 equivale a totalidade das receitas, ou seja, 100%
R$ ---------------- % 4200 100 Etapa 3) também obedecendo as mesmas colunas de variáveis coloque a outra informação e um x onde for o valor a ser encontrado. Aqui, sabemos que o valor do saldo é R$400,00 (coluna dos reais), mas não sabemos qual o porcentual disso, por isso colocamos X
R$ ---------------- % 4200 100 400 X Assim a estrutura está montada. Ou seja, se 4200 é 100%, 400 serão quantos %? Etapa 4) para resolver esta conta temos que multiplicar “em cruz” e igualar as duas multiplicações. Ou seja, 4200 multiplicado por X é igual a 400 multiplicado por 100. Ou em forma de equação. 4200.x = 400.100 Etapa 5) isolamos o x e encontramos o seu valor como se faz em uma equação de uma incógnita. 4200.x = 40000 X = 40000/4200 X = 9,5 Ou seja, o saldo dessa família equivale a 9,5% das receitas.
Fase 4: Eu imagino que surpresas possam ter acontecido no levantamento dos
dados. Algo não previsto inicialmente. Isso é comum. Por exemplo, um gasto
feito no cartão de crédito é do mês anterior, mas debitado no seguinte. Por
enquanto, vamos seguir adiante e daqui a pouco tomaremos nota no trabalho
de alguns especialistas. Por ora, devemos ir um pouco mais além. Você já
sabe como está o quadro financeiro da sua família. Vamos pensar que
independente do caso, se fechou o mês com saldo positivo ou negativo, a
família decide que uma vez ao ano, nas férias de verão, todos viajarão para
algum lugar a fim de conhecer novos hábitos, pessoas, se divertir, etc. E é
necessário então poupar por mês uma quantia de R$500,00. Diante deste
quadro, você precisa pensar em qual melhor estratégia para que isso ocorra
sem que o orçamento da família fique comprometido. O desafio é seu, poderá
haver corte de despesas, ou redefinições de prioridades. Você precisa pensar
em um plano de ação que satisfaça a todos e todas da casa. Pode ser que o
plano envolva que alguém ganhe mais, ou mude de atividade, fique livre para
pensar as suas estratégias.
Plano de economia familiar: viajar é viver
Descrição Valor
Saldo da família: R$
Valor a ser poupado: R$ 500,00
Despesas cortadas:
Item a)
Item b)
Item c)
Item d)
Item e)
Outras soluções
[colocar este modelo de dados em uma tabela do projeto gráfico]
[Os espaços para resposta devem aparecer em pop ups clicáveis no material digital ou previsto
espaço no material impresso. ]
Agora é hora de apresentar e ouvir os colegas na busca de melhores soluções
pensando em cada caso.
Como dissemos, cada família é uma família e tem as suas prioridades.
Contudo, um planejamento financeiro requer uma meta de investimento. No
nosso exemplo foi uma viagem, mas outras famílias poderão ter outras
prioridades. Assim, diante do que foi apresentado, faça uma sugestão de meta
de investimento para ao menos quatro colegas da sua turma e depois discuta
com eles o que acham.
Colega Sugestão de
meta
Justificativa
[colocar este modelo de dados em uma tabela do projeto gráfico. Deixar bastante espaço para
a justificativa]
[Os espaços para resposta devem aparecer em pop ups clicáveis no material digital ou previsto
espaço no material impresso. ]
Para uma discussão ampla, vamos fazer um exercício de leitura e discussão
sobre uma obra. Recorda-se que em último caso, você poderia utilizar os
dados de uma família disponíveis no passo 3. Pois bem, para ficar mais fácil,
vamos chamar a família de Pizón, o sobrenome de todos. Voltemos à família
Pizón. Precisamos encontrar um plano de meta de investimento para eles. Para
isso, apenas olhando as despesas e receitas já podemos ter uma ideia de
como é esta família. Vejamos:
Receita Descrição Valores
Salário esposo R$ 3000,00
Salário esposa R$ 4500,00
Total receita R$ 7500,00 (100%)
Despesa Moradia (total) R$ 1650,00
Transporte (total) R$ 1760,00
Saúde R$ 1500,00
Educação R$ 2000,00
Diversão R$ 300,00
Total Despesa R$ 7210,00
Diferença entre receita e despesa + R$ 290,00 (3,8%)
Podemos perceber que esta família tem um carro, paga plano de saúde e
escola da filha. Só com isso poderíamos achar uma boa meta? Talvez, mas
para melhorar, vamos ver que família é essa. Pois bem, apresento-a.
[Legenda: “La família Pizón”, Fernando Botero. Óleo sobre tela.
http://risdmuseum.org/art_design/objects/1189_the_pinz_n_family ]
O quadro original é de um pintor e escultor colombiano chamado Fernando
Botero. Normalmente conhecido por desenhar cenas do cotidiano no qual as
pessoas e seres vivos aparecem sempre em formas rotundas, circulares e de
bocas fechadas. Ao contrário do que alguns críticos dizem, não se trata de uma
apologia simples da beleza diferente dos padrões, mas também uma crítica à
ganância do ser humano que o conduz para uma paralisia sem sentido.
Mas não vamos discutir a obra de Fernando. No lugar disso, vamos olhar
detalhadamente o quadro e tentar fazer uma leitura desta família a fim de lhes
oferecer um plano de metas que seja bom para todo mundo. Perceba que
olhando o quadro percebemos que a tabela não está preenchida forma
completa. Por exemplo, não havia lá descrição de gastos com brincos,
elementos que aparecem na família Pizón além de outros.
Pois bem, reflita com bastante atenção e elabore um plano de metas para a
família e o justifique. O exercício é livre, coloque o que quiser mas tente manter
dentro de R$500,00 por mês o acúmulo.
Meta da família Pizón Justificativa
[Os espaços para resposta devem aparecer em pop ups clicáveis no material digital ou previsto
espaço no material impresso. ]
O seu plano, concorda com o que seus colegas colocaram? Alguma coisa
sobre o quadro que seus colegas viram e você não?
Até agora nós fomos traçando nosso planejamento familiar conforme nossa
experiência e discussões. Vamos ver a seguir o que dizem alguns especialistas
do setor financeiro.
Colocando os pingos nos is
Você fez algumas sugestões de melhorias orçamentárias para a família, mas
será que existe alguma regra para definição de metas para este tipo de
orçamento. Faça uma pesquisa na rede para verificar regras para este tipo de
projeção e escreva um resumo deste procedimento.
Algumas sugestões de termos para a pesquisa podem ser
- regras para metas orçamento familiar
- metas financeira familiares
- orçamento familiar
Resumo
Para saber mais
Passamos por algumas etapas até agora que vale a pena recordar. Desde o
começo deste capítulo nós
Investigamos dívidas
Elaboramos critérios para um planejamento familiar
Pesquisamos nossas casas
Analisamos as receitas e despesas de nossa família
Propomos metas de investimentos para a família.
Agora vamos compreender melhor alguns outros exemplos e referências que
irão nos expandir os conceitos e fazer com que repensemos algumas coisas.
Para isso, nossos especialistas consultados serão os seguintes:
1) A equipe técnica do Banco Central do Brasil que elaborou uma cartilha
chamada Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças
Pessoais. Material que pode ser conferido na íntegra neste link
https://www.bcb.gov.br/pre/pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf
2) A equipe técnica do PROCON (Programa de Proteção e Defesa do
Consumidor) do estado de São Paulo, que produziu a cartilha “Educação
financeira: um guia para ajudar a administrar a sua vida financeira”. Para
ser consultado no seguinte link
http://www.procon.sp.gov.br/pdf/EducacaoFinanceira62014.pdf
Comecemos do final para o começo. Afinal, um plano de metas financeiro deve
ser sobre o que? E como ele funciona?
Uma meta é mais que um sonho pessoal. Também é mais que o sonho de uma
necessidade para a família. A diferença está precisamente no fato de que um
sonho pode permanecer no mundo dos nossos pensamentos, já a meta implica
ação. A meta é como alcançaremos o sonho ou o desejo ou a necessidade. O
que podemos e devemos refletir é o que consiste em uma necessidade ou um
sonho factível não só com nossas vontades, mas também com o mundo. Leia o
texto a seguir sobre esta questão.
[Seção Para refletir] Felicidade realista
De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz. Não é tarefa
das mais fáceis. A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que
já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais
complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser
magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para
pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a
bolsa Louis Vuitton e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem
podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.
Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser
surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos
jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos ser felizes
assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar
ser felizes de uma forma mais realista. Por que só podemos ser felizes
formando um par, e não como ímpares? Ter um parceiro constante não
é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar
correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro
assunto.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz
com três maridos, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo,
principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma bênção. Quem tem, precisa usufruí-lo. Não perder
tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para sentir-se
seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este
pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de
graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de
criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o
improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem
almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio:
hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o
que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se
desumanamente.
A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o
prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a
meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as
regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.
Martha Medeiros
[Legenda: Fonte: MEDEIROS, M. Montanha-Russa. Porto Alegre:
L&PM Editores, 2003.]
Caso queira assistir a excelentíssima interpretação deste texto, acesse o link.
https://www.youtube.com/watch?v=GxitRZ6m0rs
Necessidades e desejos
[apas] E o que não quer dinheiro, mano..
É porque nunca viu a barriga roncar mais alto do que 'eu te amo'.
(Emicida)
Estamos diante de um assunto muito complexo. Nós lidamos com dinheiro
diariamente pois este é o nosso modo de vida. Hoje, é bem verdade, muitas
vezes o dinheiro não é representado por um pedaço de papel ou de metal com
valores numéricos. Existem os créditos e débito em cartão assim como uma
série longa de moedas virtuais. Mas o fato é que lidamos com valores e
movimentações de ganhos e consumo durante grande parte da vida e muitas
vezes agimos por instinto ou atraídos pelos nossos desejos.
Neste ponto há um outro fator importantíssimo que se relaciona com a
educação financeira: o estilo de vida. Normalmente nós demandaremos mais
ou menos dinheiro conforme os nossos gostos particulares, hábitos e sonhos
pessoais. Portanto, administrar bem as finanças é possibilitar uma melhor
qualidade de vida. Mas temos de lembrar sempre que em um mundo como o
nosso, qualidade de vida não significa satisfação pessoal. Imagine se cada ser
humano do planeta resolvesse consumir um celular por ano. O que aconteceria
com as jazidas de silício, com o plástico, os metais, o meio ambiente. Vivemos
em um mundo limitado e nossos desejos precisam atender nossas
necessidades. A questão que fica para reflexão é a posta pela Martha
Medeiros: se queremos ser felizes, o que é realmente necessário para ser
feliz? Ou O que é realmente necessário para viver?
[sugestão iconográfica: https://bandeiramtb.wordpress.com/tag/nutricao/ imagem com trânsito
parado, condutores nervosos e a bicicleta andando feliz. Em caso de problemas com direitos
fazer ilustração em perspectiva lateral com a fisionomia estressada do motorista]
[Legenda: para muitas pessoas em algumas cidades, comprar um carro ou uma moto é
sinônimo de qualidade de vida e segurança. Para outras, nesta mesma cidade, qualidade de
vida é estar se exercitando e não pegar trânsito]
A partir do momento em que temos isso mais ou menos resolvido em nossas
mentes é que o planejamento financeiro entra. Para possibilitar a nossa
segurança em ter atendido o básico para nós. E se isso acontece, o estresse a
tensão e as decorrências da má administração nos deixam.
O psicólogo norte-americano Abraham Maslow criou cinco categorias para
tratar das necessidades humanas. Na organização que ele elaborou há uma
hierarquia pré-definida do mais para o menos importante. Essas categorias
podem servir para balizarmos uma meta de investimento. São as seguintes
categorias de Maslow
Necessidades fisiológicas: tratam do mais básico, comer, beber,
respirar, excretar e abrigo.
Necessidades de segurança: garantias de salvaguardar a vida.
Necessidades sociais: aqui estão os afetos dados em um grupo social,
amigos, família, parceiros sexuais e etc.
Necessidades de Status: está relacionada com os símbolos culturais que
fazem com que uma pessoa possa se orgulhar de si, ser respeitada por
si e pelos outros, envolve também relações de poder.
Necessidades de autorrealização: quando o indivíduo consegue
aproveitar todo o potencial de si próprio naquilo que ele deseja, com
auto controle de suas ações, independência, a capacidade de fazer
aquilo que gosta com satisfação.
Vamos pensar um pouco. Supondo que estas sejam as únicas necessidades
humanas e você tem um número finito de receita. Como você acha que,
percentualmente essa receita deve ser gasta, para um estilo que você defende.
Coloque isso no papel e vamos discutir.
Necessidade Percentual
gasto
Justificativa
Fisiológica
Segurança
Sociais
Status
Auto
realização
Total 100%
[Os espaços para resposta devem aparecer em pop ups clicáveis no material digital ou previsto
espaço no material impresso. ]
Necessidades e desejos não são as mesmas coisas. Necessidades estão
ligadas ao que precisamos mesmo (o que depende de cada um). Ou seja,
coisas indispensáveis para a vida. Já desejos tem a ver com aquilo que
queremos possuir ou usufruir, sendo essas coisas necessárias ou não.
Normalmente destinamos nossos recursos financeiros para satisfazer as
necessidades e atender os desejos na medida do possível.
Endividamento
Neste balanço de necessidade e desejos, sempre que alguém decide comprar
algo ou destinar um valor que não pode ser pago inteiramente com os
rendimentos disponíveis em caixa e precisa estender este pagamento para o
futuro, dizemos que essa pessoa contraiu uma dívida. Isso significa que a partir
daquele momento, até o pagamento final deste gasto, essa dívida entrará como
despesa fixa no orçamento. Ou seja, toda aquisição fora do orçamento precisa
ser planejada para poder estar contida nos orçamentos dos meses seguintes.
Um grande problema destas aquisições são os chamados juros. Que são taxas
percentuais cobradas pela manutenção da dívida. O exemplo mais grave é o
uso do cartão de crédito.
Muitas vezes, diante de uma necessidade, uma pessoa compra algo no cartão
de crédito, pois não dispõe do valor para pagar a vista. Este valor será cobrado
no mês seguinte. Mas se ocorrer alguma eventualidade de no mês seguinte a
pessoa não dispor do valor para pagar a dívida total, ela poderá pagar uma
parcela do valor e jogar o restante para o outro mês. Contudo, os juros atuam
sobre o valor.
[sugestão iconografia. http://robertodelucena.com.br/limitar-o-juros-no-cartao-de-credito-e-uma-
das-propostas-de-roberto-de-lucena.html/ Imagem ou animação dos juros atuando sobre
alguém]
A taxa média de juros do cartão de crédito é de 15%. Veja como o
endividamento pode acontecer em um piscar de olhos.
Suponha que Roberto tenha precisado gastar R$1500,00 no cartão de crédito.
No mês seguinte ao chegar a fatura, ele teve um contratempo financeiro e não
pode pagar o valor total. Assim Roberto decide pagar o valor mínimo da fatura
que é de R$200,00. Deste modo, ele deixou de pagar R$1300,00 de sua
dívida.
Ocorre que os juros sobre o saldo devedor são de 15%. Fazendo a regra de
três simples, temos que:
R$ ---------------- % 1300 100 X 15
Ou seja, os juros deste valor deixado de lado equivalem a R$195,00. Isso
significa dizer que na fatura do mês seguinte, o valor cobrado será de
R$1300,00 mais os juros de R$195,00. Isto é R$1495,00. Tecnicamente
Roberto pagou cinco reais de sua dívida, mesmo tendo perdido os R$200,00
da fatura mínima do mês anterior. Percebe como acumular dívidas são um
problema sério?
Evidentemente as razões que levaram Roberto a se endividar podem ter sido
muitas e diversas. Não queremos dizer que Roberto foi imprudente ao gastar o
que não podia, não sabemos. Alguém pode ter sofrido um acedente e precise
de uma cirurgia, enfim, são muitos motivos. O fato é que, uma vez contraída a
dívida deve-se tomar cuidado redobrado na administração das receitas
Planejamento familiar
Seja para sanar uma dívida, seja para se organizar, mas principalmente para
poder realizar nossos sonhos e desejos, o planejamento familiar é importante.
Nossas fontes especialistas dividem um planejamento financeiro familiar em
quatro etapas e você não estranhará nenhuma delas. 1) Planejamento; 2)
Registo; 3) Agrupamento; 4) Avaliação.
1) Planejamento
É a estimativa de receitas e despesas de um período. Nós fizemos isso para
um mês, mas tomar mais meses é importante para conter gastos não previstos
e aumentar a precisão dos dados médios. Neste processo precisamos:
Diferenciar receitas fixas de variáveis. As receitas fixas mantêm o seu
valor constante. Mesmo o 13º salário é fixo pois embora caia uma vez
ao ano, seu valor é constante e todo ano cairá. Outros exemplos são
aposentadoria ou rendimentos de aluguel. As receitas variáveis são
aquelas que não têm valor fixo. Quem trabalha de maneira autônoma
com vendas ou recebe comissão precisa lidar com receitas variáveis e
dependentes de épocas do ano ou mês conforme setor.
É preciso da mesma maneira diferencias as despesas fixas e despesas
variáveis. O critério é o mesmo das receitas. Entre as despesas fixas
estão aluguel, IPVA e plano de saúde. Entre as despesas variáveis
estão conta de luz ou de água, materiais escolares e alimentação.
Elaborando esta categorização das despesas da sua família vamos para a
segunda etapa.
2) Registro
Esta é uma etapa que requer disciplina. É necessário anotar, de preferência
diariamente, para evitar esquecimentos, todas as receitas e despesas. Para
ajudar, procure guardar notas fiscais, anotar em uma agenda, no celular, no
computador, utilizar extratos bancários. Na nossa atividade prática, nós
perguntamos aos familiares, não exigimos documentos. Neste caso, para fazer
um planejamento familiar sério é preciso anotar e registrar tudo.
3) Agrupamento
Para facilitar uma análise, é preciso criar outras categorias que são chamadas
de agrupamentos. Alimentação, habitação, transporte, lazer, saúde são alguns
tipos de agrupamentos que podem ser usados para dividir e analisar o
orçamento.
4) Avaliação
Diante dos dados você precisa verificar onde houve excessos, gastos não
previstos e desta forma agir de maneira corretiva compensando no mês
seguinte por exemplo, ou estando atento àquele tipo de gasto, ou mesmo
estabelecendo um limite para o mês posterior. São passos essenciais desta
análise: 1) se o saldo é positivo ou negativo; 2) A meta financeira estabelecida
e se diante do quadro ela precisa ser curto, médio ou longo prazo; 3) onde é
possível cortar gastos e de que maneira fazer; 4) Maneiras de aumentar as
receitas devem ser pensadas.
Não sei se notou, mas nossa atividade prática envolveu algo muito parecido
que agora já temos uma base especialista para sabermos se estamos no
caminho certo ou não. Portanto, vamos aplicar este conhecimento.
Agora é com você!
Para finalizarmos essa nossa aventura agora é hora de você reaplicar os
passos realizados com sua família da maneira mais completa, conforme vimos,
sugerir uma meta financeira e os passos para alcança-la. Minha sugestão é
que você faça este trabalho com alguma família do seu bairro ou parentes
próximos em que você saiba que tem problemas para a administração
financeira. Seja de dívida ou que você tenha ouvido falar. Converse com eles
sobre a possibilidade, diga que você está estudando isso e pode tentar ajudar,
mas que evidentemente uma solução exige um acordo geral entre todos e
eventualmente mudança de hábitos.
O primeiro passo para isso é reestruturar o questionário para conter as noções
que aquela família tem de necessidades e desejos. Subdividir as receitas e
despesas fixas e vaiáveis assim como os agrupamentos. Este trabalho de
reestruturação do questionário pode ser feito em grupo. Releia os textos e
anotações, lembre da aplicação primeira e o que não foi previsto. Agora você já
teve seus erros mensurados, lidar com o orçamento de uma outra família exige
uma responsabilidade, lembre-se de agir com muita seriedade.
Questionário de levantamento de dados financeiros da família.
Questão 1)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 2)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 3)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 4)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 5)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 6)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 7)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 8)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 9)
Espaço para alternativas ou anotações
Questão 10)
Espaço para alternativas ou anotações
Observações gerais e anotações
[Os espaços para resposta devem aparecer em pop ups clicáveis no material digital ou previsto
espaço no material impresso. ]
Lembre-se que a proposição de melhorias e metas em um orçamento familiar
não depende apenas de números de despesas e gastos, tem relação com os
estilos de vida, com o que as pessoas acreditam como necessidades e
desejos. E que nem todos pensam iguais. Realizar um orçamento familiar que
as pessoas gostam e apoiem requer respeitar na medida do possível as visões
delas e discutir o que julgar ser possível mudar, sem impor nenhum valor.
Alguns sites e aplicativos de smartphones podem ajudar. Consulte-os e tente
adaptar para o seu questionário.
Sugestões
http://meubolsofeliz.com.br/simulador-de-diagnostico-financeiro/
https://www.tecmundo.com.br/apps/65169-10-apps-ajudam-organizar-vida-
financeira.htm
http://exame.abril.com.br/carreira/planilha-de-bolso/
Se fez tudo isso, meus parabéns!
Cada etapa aqui servirá à equipe de educadores para compor sua avalição de
desempenho. Mas independente disso é preciso sempre que você olhe para
trás, repasse os caminhos e se pergunte: o que eu aprendi com isso? O que
levarei disso para minha vida? Essa será a resposta que mais interessa.
Aproveite o espaço e coloque algumas ideias
O que eu aprendi com tudo isso? O que levarei para mina vida