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Processos
DefiniçãoJá sabemos que a pergunta mais comum entre os temas de redação é por quê. É possível afirmar que ela está praticamente sempre presente, de forma clara ou implícita. Porém, podemos agregar a ela um segundo questionamento: como? Nosso ponto de partida, nesse caso, não será um exemplo estático, imóvel, mas um processo, um conjunto de fatos em seqüência.
EstruturaBasicamente, teremos a forma clássica, causa e conseqüência, mas será necessá-rio reservar um espaço para definirmos, especificarmos, o processo em questão, preferencialmente no início do parágrafo, na forma de tópico frasal. Lembremo--nos de que o processo é um aspecto mais complexo do que outros exemplos; logo, devemos escolher cuidadosamente o que dele dizer.
ObjetivoÉ o mesmo das estruturas de causa e conseqüência, mas mais complexo de ser atingido, pela dinamicidade do ponto de partida, o processo. Por outro lado, os textos bem sucedidos nesse formato passam normalmente uma impressão muito positiva de qualidade de argumentação.
ImplicaçõesA recíproca negativa dessa estrutura é atribuir ao processo um papel mais rele-vante do que ele realmente tem: o de exemplo; ele é apenas o ponto de partida. Permitir que o processo concentre o foco do parágrafo transformará a redação em um texto descritivo (ou, no caso da UFRGS, narrrativo).
UFRGS 2001
Todo mundo diz preferir a verdade dos fatos a ser iludido. Mas são poucos os que não se sentem, de alguma forma, magoados quando descobrem a verdade. Por trás da negação de uma verdade, há o temor de se descobrir que fomos enganados, traídos, ou que simplesmente a realidade é mais dura do que podemos suportar. Este é o caso, por exemplo, da guria cujo namorado dá sinais evidentes de que está saindo com outra. Mesmo as-sim, ela prefere fingir que não percebeu ou inventa uma justificativa para o comportamento estranho dele. Outro caso seria aquele do colega que claramente nos prejudica no serviço e nós, para não perdermos a amiza-de, fazemos de conta, ou até acreditamos, que nada está acontecendo. Há outras situações em que escondemos a verdade para não passar vergo-nha, como quando anunciamos ao valentão da rua que não temos medo de apanhar. O fato é que, quando a verdade incomoda, a sua negação costuma ser aceita, em maior ou menor grau, por todos nós.
Pois bem, sua dissertação versará sobre a seguinte questão: o que você prefere: a verdade que incomoda ou a ilusão que reconforta? Na organização de seu texto, você poderá tomar como ponto de partida sua experiência pessoal ou a de alguém que você conheça, ou poderá valer--se de seu conhecimento de mundo, expondo argumentos que susten-tem seu ponto de vista.
A dissertação deve ter a extensão mínima de 30 linhas e máxima de 59, considerando letra de tamanho regular. Inicialmente, utilize a folha de ras-cunho e, depois passe a limpo na folha de redação, sem rasuras e com letra legível, o que você redigiu. Utilize caneta; lápis, apenas no rascunho.
A Redação da UFRGS (2)
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Os incríveis números do aborto no Brasil
Que os números relacionados ao aborto no Brasil costumam ser “inflacionados” pelos defensores da sua descriminalização, é algo sabido. Mesmo assim, causou-me surpresa o artigo publicado dia 17/02 no site do Estadão, do qual trago aqui alguns trechos.
“ONU critica legislação brasileira e cobra país por mortes em abortos de risco
Entidade destacou o fato de 200 mil mulheres morrerem em cirurgias clandestinas anualmente
O governo de Dilma Rousseff foi colocado nesta sexta-feira, 17, contra a parede pelos peritos da ONU, que acusam o Executivo de falta de ação sobre a morte de 200 mil mulheres por ano por conta de abortos inseguros e pedem que o País supere suas diferenças políticas e de opinião para salvar essas vítimas.”
Um pouco adiante, diz o mesmo artigo:
“A ministra admitiu que o aborto estava entre as cinco principais causas de mortes de mulheres no Brasil”
Pergunto-me onde os peritos da ONU e a própria ministra obtiveram seus dados. E, se a ministra sabe que o aborto está “entre as cinco principais causas”, se deu-se ao trabalho de verificar os números. Va-mos a eles, todos obtidos nas páginas do próprio governo, concretamente o DataSUS.
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O último ano a ter os seus números totalmente consolidados é o de 2.010. Nesse ano, os óbitos de mulheres em idade fértil – por todas as causas – somam 66.323. Destes, os devidos a gravidez, parto ou aborto foram 1.162. Restringindo-nos apenas a aborto, temos 83 mortes. Isso mesmo, oitenta e tres. Portanto, bastaria à nossa Ministra dizer a verdade, ou seja, que o número apresentado pela “especia-lista” da ONU é totalmente absurdo. Ou teria ela recebido este número… do Brasil? É algo que ainda precisa ser verificado.
Podem argumentar que o aborto é clandestino, havendo portanto uma sub-notificação. Mas onde estão enterradas essas mulheres? Foram sepultadas sem um atestado de óbito?!? Não, em relação às mortes maternas o número de óbitos está bem registrado. Aliás, se o aborto está entre as cinco princi-pais causas, supondo números equivalentes, teríamos um milhão de mulheres em idade fértil morren-do anualmente no Brasil. O país estaria em extinção.
Mas temos que considerar que, provamente, morrem mesmo centenas de milhares de mulheres (e outro tanto de homens) por aborto a cada ano. Morrem antes mesmo de nascer, abortadas. E deixam em suas mães as marcas físicas e psicológicas de ter realizado um aborto – seja ele clandestino ou não. Este é o verdadeiro “problema de saúde pública” a ser enfrentado.
Atualizando: o Ministro da Saúde percebeu a farsa dos números. Esperemos que ele se mantenha no propósito de atacar as reais causas da mortalidade materna.
Adendo: foi produzido um ótimo vídeo mostrando como encontrar os números na página do SUS, para quem queira confirmar com os próprios olhos. Em tempo, eu usei, quando escrevi o post, dados
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de 2010 que ainda eram prévios. O número final de mortes maternas por aborto nesse ano ficou ainda menor, 74.
Adendo 2: em 2011 foram 68 mortes de mulheres atribuíveis a aborto clandestino, além de uma ocor-rida em “aborto legal”, como consta no site do Ministério da Saúde.
Adendo 3: os dados de 2012 são os mais recentes que se pode obter no momento, e aqui está outro ótimo vídeo que mostra como acessá-los. Como se pode ver, em 2012 foram 56 mortes.
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A real taxa de desemprego no Brasil
Não são poucas as pessoas que nos escrevem pedindo comentários e explicações sobre a supostamente baixa taxa de desemprego no Brasil. De fato, um estrangeiro mais desinformado que olhe para os números brasilei-ros irá se sentir tentado a arrumar suas malas, vender sua casa europeia e vir voando com toda a família para o Brasil.
Quando me perguntam minha opinião sobre a taxa de desemprego no Brasil, apenas respondo: qual taxa? A do IBGE ou a do DIEESE? A do DIEESE é simplesmente o dobro da do IBGE. Enquanto o IBGE fala que a taxa de desemprego de outubro foi de 5,3%, o DIEESE afir-ma que foi de 10,5%. Dois indicadores iguais, uma margem de erro de incríveis 100%. E as implicações disso são enormes. Ao passo que uma taxa de desemprego de 5,3% é menor que a de todos os países europeus (exceto Suíça e Áustria), norte-americanos, asiáticos e da Oceania, uma taxa de 10,5% só é in-ferior à francesa, portuguesa, irlandesa, grega e espanhola. Ou seja: o mesmo país, o mesmo indicador, duas realidades totalmente opostas.
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Desde que comecei a prestar mais atenção no assunto — e, principalmente, desde que me inteirei melhor da metodologia —, perdi completamente o interesse pelo indicador. Ele não indica nada. A metodologia do IBGE é totalmente ridícula. Um malabarista de semáforo é considerado empregado. Um sujeito que vende bala no semáforo também está empregadíssimo. Um sujeito que lavou o carro do vizinho na semana passada em troca de um favor é considerado empregado (ele entra na rubrica de ‘trabalhador não remunerado’). Se um sujeito estava procurando emprego há 6 meses, não encontrou nada e desistiu temporariamente da procura, ele não está empregado mas também não é considerado desempregado. Ele é um “desalentado”. Como não entra na conta dos desempregados, ele não eleva o índice de desemprego.
Além disso, o índice também coloca na rubrica ‘empregado’ todas aquelas pessoas que exercem tra-balhos considerados precários, como o sujeito que trabalha poucas horas por semana e gostaria de trabalhar mais, mas não consegue (muito provavelmente por causa das regulamentações trabalhistas), e o sujeito que faz vários bicos, mas cujo rendimento mensal é menor que o salário mínimo. Ou seja, você substitui seu vizinho na barraca de pipoca dele por três dias. Em troca, ele lhe dá R$250. Você foi considerado pelo IBGE como estando empregado — tendo efetivamente trabalhado 3 dias no mês.
Com todos esses truques, não é de se estranhar que o Brasil esteja com “pleno emprego”, mesmo com sua arcaica legislação trabalhista, sua escandinava carga tributária e seus espoliadores encargos sociais e trabalhistas.
Mas isso, sejamos francos, não é uma exclusividade brasileira, não. O governo americano, por exem-plo, também divulga 2 índices, cada um com uma metodologia diferente. Obviamente, ele se pauta
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apenas por aquele que fornece o mais róseo resultado. Uma fonte privada complementa fornecendo o terceiro índice, bem mais rigoroso. Veja abaixo:
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Na Europa, a coisa é ainda mais discrepante. Alguém realmente acredita que o real desemprego na França e em Portugal é a metade do espanhol? A impressão que tenho é que a Espanha é o único país que de fato adota uma metodologia mais rigorosa.
Indo para os finalmentesFelizmente, o IBGE disponibiliza em seu site todos os dados coletados desde março de 2002, possibi-litando que uma pessoa mais interessada em fatos e menos em ideologias possa analisar um pouco melhor a realidade do país. A tabela divulgada para o mês de outubro está aqui. Veja lá todas as cate-gorias que mencionei acima: Pessoas Desalentadas, Pessoas Subocupadas por Insuficiência de Horas Trabalhadas, Pessoas Ocupadas com Rendimento/Hora menor que o Salário Mínimo/Hora, Pessoas Marginalmente Ligadas à PEA (População Economicamente Ativa).
Em termos práticos, na atual metodologia, se um gerente de banco é demitido e passa a fazer malaba-rismo no semáforo, a taxa de desemprego não se altera. Se um desempregado lava o carro do vizinho em troca de um favor, a taxa de desemprego cai.
O leitor interessado pode baixar aqui uma enorme planilha de Excel com os valores de todas essas variáveis coletadas desde março de 2002. Eu fiz isso e calculei uma taxa de desemprego mais realista.
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Coletei os seguintes dados:1) pessoas desocupadas;
2) trabalhadores não remunerados;
3) pessoas com rendimento/hora menor que o salário mínimo/hora (aquele sujeito que faz vários bi-cos, mas cujo rendimento mensal é menor que o salário mínimo);
4) pessoas marginalmente ligadas à PEA (pessoas que não estavam trabalhando na semana da pes-quisa mas que trabalharam em algum momento dos 358 dias anteriores à pesquisa e que estavam dispostas a trabalhar); e
5) pessoas desalentadas.
De canja para o governo, deixei de fora as pessoas subocupadas, pois uma pessoa que trabalha regu-larmente um determinado número de horas por semana não está tecnicamente desempregada.
Somei estes cinco itens e dividi pela soma entre população economicamente ativa, pessoas marginal-mente ligadas à PEA e pessoas desalentadas. (Estas duas últimas também não entram no denominador do cálculo do IBGE porque não são consideradas economicamente ativas pelo IBGE, o que é um des-propósito.)
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Logo, a real taxa de desemprego brasileiro é essa abaixo:
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Portanto, a real taxa de desemprego no Brasil em outubro foi de 20,8%. Nada surpreendente quando levamos em conta nossa legislação trabalhista e tributária. Encargos sociais e trabalhistas onerosos em conjunto com uma paquidérmica carga tributária sobre as empresas não poderiam permitir outro re-sultado senão esse. Um quinto da população sem emprego fixo após três anos de economia “pujante”, segundo o animador de circo que habita o Ministério da Fazenda.
Observe o efeito da expansão artificial do crédito criada pelo Banco Central em conjunto com o sis-tema bancário de reservas fracionárias a partir de meados de 2009. Sem que nenhuma alteração na estrutura da economia brasileira houvesse sido feita, a taxa de desemprego caiu para o historicamente baixo nível de 20%. Por isso ela é insustentável: ela é totalmente guiada pela expansão do crédito, um mecanismo de curto prazo.
A economia, como foi previsto neste site ainda no segundo semestre do ano passado, já está parada. O desemprego, como em todos os outros países, tende a ser a última variável a ser afetada
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Introdução
Conclusão
D1
D2
A indecisão
Como superar essa limitação
Por que preferimos a ilusão
As consequências da ilusão