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1. INTRODUÇÃO: O SISTEMA CONFEA/CREA
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) foi criado oficialmente em 1933, por meio do
Decreto nº 23.569, promulgado pelo então presidente, Getúlio Vargas. Em sua concepção atual, o CONFEA é
regido pela Lei 5.194, de 1966, que foi criada com o intuito de regular as profissões de Engenheiro, Arquiteto e
Engenheiro-Agrônomo através da verificação e fiscalização do exercício das mesmas. Além disso, a Lei 5.194
também instituiu a criação dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) para auxiliar o
CONFEA no exercício da aplicação do que dispõe esta lei.
O Sistema CONFEA/CREA representa também os geólogos, geógrafos, meteorologistas, tecnólogos e
técnicos de nível médio das modalidades mencionadas. Até o ano de 2010, também regulamentava a profissão de
arquiteto, porém essa situação foi alterada com a Lei 12.378, que instituiu a criação do Conselho de Arquitetura e
Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal
(CAUs).
1.1. Normativos
Os normativos são ferramentas importantes na organização do Sistema CONFEA/CREA. É através deles que
os Conselhos Federal e Regionais regulamentam e regem o exercício profissional da Engenharia e demais
profissões contempladas, além do seu próprio funcionamento.
Eles se apresentam em diversas formas, de acordo com a entidade responsável por sua elaboração e seu
propósito, como mostra a lista abaixo.
Lei: Norma geral de conduta que disciplina as relações de fato incidentes no direito, e cuja observância é
imposta pelo poder estatal, sendo elaborada pelo Poder Legislativo, por meio do processo adequado.
Decreto: Ato do Presidente da República para estabelecer e aprovar o regulamento de lei, facilitando a sua
execução.
Decreto-Lei: Norma baixada pelo Presidente da República que se restringia a certas matérias e estava
sujeita ao controle do Congresso Nacional.
Resolução: Ato normativo de competência exclusiva do Plenário do CONFEA, destinado a explicitar a lei,
para sua correta execução e para disciplinar os casos omissos.
Decisão Normativa: Ato de caráter imperativo, de exclusiva competência do Plenário do CONFEA,
destinado a fixar entendimentos ou a determinar procedimentos a serem seguidos pelos CREAs, visando à
uniformidade de ação.
Decisão Plenária: Ato de competência dos Plenários dos Conselhos para instrumentar sua manifestação
em casos concretos.
Como pode-se concluir, as Leis são atos de responsabilidade do Poder Legislativo, os Decretos e Decretos-
Lei, da Presidência da República e os demais normativos, de responsabilidade do Plenário dos Conselhos Federal
e Regionais.
1.2. Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA)
O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA) é a instância superior de fiscalização do exercício
profissional da engenharia, agronomia e demais profissões contempladas.
1.2.1. Composição e Organização
O regimento mais atual do CONFEA foi aprovado pela Resolução 1.015, de 2006. Dentre outros tópicos, ele
determina que a organização do Conselho Federal deve ser dividida em:
Presidente, eleito pelo voto direto e secreto dos membros do Conselho.
Plenário, que tem por finalidade apreciar e decidir sobre os assuntos relacionados às competências do
CONFEA. É o órgão fundamental do Conselho, uma vez que quase todos os demais têm o papel de dar
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suporte para seu funcionamento. Ele apresenta mais de 60 competências, listadas em sua totalidade no
texto da Resolução 1.015.
Conselho Diretor, cuja finalidade é auxiliar o Plenário na gestão da Casa.
Conselho de Comunicação e Marketing, que analisa preliminarmente a pauta de sessão plenária, visando
à eficácia da condução dos trabalhos.
Comitê de Avaliação e Articulação, cujo objetivo é o de formular e implementar a Política Editorial do
CONFEA.
Comissões permanentes, que auxiliam o Plenário nas matérias de sua competência.
Comissões especiais, que atendem demandas específicas de caráter transitório.
Grupos de trabalho, que têm por finalidade coletar dados e estruturar temas específicos, com o objetivo de
orientar os órgãos do CONFEA na solução de questões e na fixação de entendimentos.
A título de ilustração, a Figura 1 mostra, de maneira mais didática, como o Conselho Federal de Engenharia e
Agronomia é dividido hierarquicamente.
Figura 1. Organização hierárquica do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia.
Como já dito, o Plenário do CONFEA é o seu órgão base, sendo dessa forma importante ressaltar algumas de
suas principais características. Essa entidade tem por finalidade apreciar e decidir sobre assuntos relacionados às
competências do Conselho Federal, como projetos de resolução destinados a regulamentar e executar a lei e de
decisão normativa destinados a fixar entendimentos ou a determinar procedimentos para unidade de ação do
Sistema CONFEA/CREA.
O Plenário regulamenta ainda questões de integração com o Estado e a sociedade, de habilitação e fiscalização
profissional, e de controle econômico-financeiro. Além disso, aprecia e decide sobre atos normativos dos
Conselhos Federal e Regionais, executa a posse de novos membros do CONFEA, entre várias outras competências.
É constituído por um presidente e por 18 Conselheiros federais, de acordo com o disposto na Lei 5.194, sendo
renovado anualmente em um terço de sua composição. Os mandatos de cada membro são de 3 anos, sendo que
cada Conselheiro tem um suplente.
Estes Conselheiros representam os grupos profissionais e as escolas das modalidades de engenharia e
agronomia estabelecidas em termos genéricos pelo Conselho Federal. No caso da engenharia, no mínimo 3 das 6
modalidades (Civil, Elétrica, Mecânica e Metalúrgica, Química, Geologia e Minas, e Agrimensura) devem ser
contempladas. Por exemplo, devem existir membros de grupos profissionais de Engenheiros Mecânicos, Civis,
Eletricistas, ou Mecânicos, Eletricistas e Químicos, ou qualquer outra combinação de 3 modalidades.
1.2.2. Principais Atribuições
As principais atribuições do Conselhos Federal, dada de acordo com a Lei 5.194, são apresentadas abaixo.
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Organizar, atribuir normas gerais e homologar seu regimento interno e também aquele dos Conselhos
Regionais.
Examinar, decidir e julgar em última instância:
o Atos que não estiverem de acordo com a Lei 5.194.
o Registros, decisões e penalidades impostas pelos Conselhos Regionais.
o Infrações do Código de Ética Profissional.
Prestar conta de suas receitas e despesas, incluindo em seu balancete as que se referem aos Conselhos
Regionais.
Publicar anualmente a relação de títulos, cursos, escolas de ensino superior, e profissionais habilitados.
Promover, pelo menos uma vez por ano, reuniões entre representantes do CONFEA e Conselhos
Regionais.
Examinar e aprovar as proporções de representação dos grupos profissionais nos Conselhos Regionais.
Fixar e alterar as anuidades e taxas a pagar pelos profissionais e pessoas jurídicas.
1.3. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA)
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) é o órgão de fiscalização das profissões de
engenharia e agronomia a nível regional. Os CREAs estão presentes em todos os Estados e no Distrito Federal e
são organizados de forma a assegurarem unidade de ação do Sistema CONFEA/CREA.
1.3.1. Composição e Organização
A composição e organização dos Conselhos Regionais é semelhante ao do Conselho Federal, apresentando
Plenário, Direção (equivalente ao Conselho Diretor do CONFEA) e Comissões Permanentes e Especiais que se
submetem a um Presidente, eleito pelo voto direto de todos os profissionais registrados e devidamente
regularizados no CREA. Além disso, há também as Câmaras Especializadas, encarregadas de julgar e decidir sobre
infrações do Código de Ética e assuntos de fiscalização pertinentes à cada especialização profissional. Abaixo, a
Figura 2 ilustra a organização hierárquica de um Conselho Regional.
Figura 2. Organização hierárquica de um Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.
Existem ainda Inspetorias Regionais, que são extensões técnico-administrativas da sede no interior dos
Estados, criadas com o objetivo de auxiliar os profissionais e a comunidade local nos assuntos relacionados às
profissões abrangidas pelo Sistema. Por serem entidades anexas de um Conselho Regional, não foram incluídos
na divisão hierárquica mostrada na Figura 2.
Os Conselheiros regionais, assim como os federais, têm mandatos de 3 anos. O Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia (CREA-GO) é composto por 71 membros, sendo 34 suplentes. Um terço do Conselho
deve ser renovado anualmente, como acontece no CONFEA.
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1.3.1.1. Plenário
O Plenário de um CREA é o seu órgão supremo, assim como no CONFEA, e a última instância administrativa
na decisão de assuntos relativos à competência do Conselho Regional.
Como orienta a Lei 5.194, ele deve ser constituído pelo Presidente e pela totalidade dos Conselheiros efetivos
e suplentes, sendo estes:
Um representante e um suplente indicados por cada escola ou faculdade com sede na Região.
Representantes das entidades de classe, eleitos de acordo com seus respectivos estatutos.
A proporcionalidade dos representantes de cada categoria profissional será estabelecida em face dos números
totais dos registros no Conselho Regional. A cada entidade de classe registrada no Conselho cabe um número de
representantes proporcional à quantidade de seus associados, assegurando o mínimo de um representante por
entidade.
1.3.1.1. Câmaras Especializadas
As Câmaras Especializadas são órgãos incumbidos de julgar e decidir, em 1ª instância, sobre assuntos de
fiscalização pertinentes às respectivas profissões e infrações do Código de Ética Profissional. A criação das
mesmas foi estabelecida na Lei 5.194 com intuito de atender às condições de maior eficiência da fiscalização
propostas por esta Lei.
A composição das Câmaras deve ser feita por um mínimo de 3 conselheiros regionais que representem a
categoria profissional que será responsabilidade da Câmara e ao menos 1 conselheiro que represente as demais
categorias.
O CREA-GO possui 6 Câmaras Especializadas atualmente, sendo elas:
Câmara Especializada de Agronomia (CEA).
Câmara Especializada de Engenharia Civil (CEEC).
Câmara Especializada de Engenharia Elétrica (CEEE).
Câmara Especializada de Engenharia Mecânica e Metalúrgica (CEEMM).
Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEST).
Câmara Especializada de Geologia, Minas e de Engenharia Química (CEGMEQ).
1.3.2. Principais Atribuições
Abaixo, estão listadas as principais atribuições do Conselho Federal também dadas de acordo com a Lei 5.194.
Elaborar e alterar seu regimento interno, submetendo-o à homologação do CONFEA.
Criar Câmaras Especializadas.
Manter organizado e atualizado o registro:
o Dos profissionais e pessoas jurídicas aptos a exercer a profissão.
o Das entidades de classe e das escolas e faculdades que devam participar na eleição de membros para o
Sistema CONFEA/CREA.
o De planos e projetos, para salvaguarda dos direitos autorais dos profissionais que o desejarem.
Examinar requerimentos e reclamações de registros profissionais em geral.
Julgar e decidir, em grau de recurso:
o Processos de infração da Lei 5.194 e do Código de Ética.
o Processos de imposição de penalidades e multas.
Promover debates e criar mecanismos para tornar a fiscalização profissional mais eficiente, e sugeri-los ao
Conselho Federal.
Publicar relatórios de seus trabalhos e relações dos profissionais e firmas registrados.
Registrar as tabelas básicas de honorários profissionais elaboradas pelos órgãos de classe.