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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

MARLENE PARDAL SIMONATO

PRODUÇÃO DIDÁTICO - PEDAGÓGICA

IDENTIDADE DO NEGRO POR MEIO DA FORMAÇÃO DOCENTE

Trabalho apresentado à Secretaria de Estado da Educ ação do Paraná como

requisito para conclusão das atividades do 2º perío do do Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE) - 2010

Orientador IES: Professor Ms. Uilson Nunes de Olive ira

Área de concentração: História

Pato Branco – 2011

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APRESENTAÇÃO

Em 2003, foi promulgada a Lei 10.639 que estabeleceu a obrigatoriedade do

ensino de História e cultura afro-brasileira e africana no currículo escolar. Em

contrapartida, sabe-se que a lei por si só não garante nada. É preciso acabar com as

visões equivocadas sobre o negro, com desinformações persistentes. Tais

constatações reforçam o desconhecimento e oportuniza atitudes racistas

desfavorecendo a identidade e a autoestima da população afrodescendente do país.

Diante desse pressuposto, pôs-se a questão: de que forma podemos colaborar para

garantir o reconhecimento e uma identidade positiva desse grupo social dentro da

escola?

Na educação infantil, o primeiro desafio é o entendimento da identidade. A

criança negra precisa se ver como negra aprender a respeitar a imagem que tem de

si mesmo e ter modelos que confirmem essa expectativa.

Em razão disso, a proposta visa, portanto, contribuir na preparação de

futuros docentes onde a pretensão é conscientizá-los da importância do

reconhecimento e valorização da História e cultura do povo negro, na perspectiva de

não apenas elevar a autoestima e compreensão da etnia negra, mas de todas as

etnias, na afirmação de uma sociedade multicultural e pluriétnica.

Assim, no momento em que os alunos da docência absorverem essa visão,

ao atuarem em sala de aula estarão disseminando desde cedo uma postura mais

tolerante, justa e democrática no que diz respeito ao assunto.

Compreendendo-se assim, que é preciso ter a escola como ponto de

partida, com professores realmente comprometidos com essa transformação.

Atendendo todos os sujeitos, formando pessoas que construam sentido para o

mundo, que compreendam criticamente o contexto social e histórico em que estão

inseridos e, que, pelo acesso ao conhecimento, sejam agentes da transformação

social.

A partir desta concepção, o enfoque principal do trabalho será a

desmistificação da visão equivocada de que a África é um continente primitivo. Far-

se-á análise da origem da escravidão dos africanos pelos portugueses

desnaturalizando a situação do negro como escravo; reconhecimento das lutas e

resistências do negro contra a escravidão e reflexão sobre a criação da Lei 10.639

que entrou em vigor em 2003, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para

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as Relações Étnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e

Africana. A explanação desses temas visa sensibilizar os alunos e a ação docente

em todos os níveis para novos posicionamentos e posturas, reconhecendo a

complexidade da construção da identidade negra, dentro do racismo à brasileira.

A presente intervenção na escola objetiva a participação dos alunos da 2ª

série A do curso de Formação de Docentes do turno vespertino. Pretende-se que a

intervenção seja diretamente em sala de aula, com aulas que contemplem as idéias

apresentadas. Dessa forma, ao preparar os conteúdos a serem desenvolvidos com

os alunos buscou-se apoio nas DCEs (2008), onde se pretende usar a metodologia

que oportuniza a interdisciplinaridade, a discussão, problematização,

contextualização e a busca de solução para o problema proposto, possibilitando

assim, a construção do pensamento histórico dos nossos alunos e conforme relata

Thompson (apud DCE, 2008, p. 56): “As experiências históricas dos sujeitos se

expressam em suas consciências”.

Em relação à avaliação das atividades desenvolvidas com os alunos, serão

construídas pela professora, estratégias para avaliar se o aluno adquiriu domínio de

conteúdos e construiu procedimentos e estratégias relativas ao conhecimento

histórico. Este desenvolvimento metodológico será feito por meio de avaliação

inicial, diagnóstica e formativa, no tocante aos conteúdos trabalhados. Os alunos

farão uma avaliação -conforme anexo- das atividades realizadas, colocando sua

opinião sobre o que foi trabalhado, para futuras observações e análise dos

resultados da implementação da proposta na escola. Nesse sentido, as avaliações

dos alunos e do professor objetivam verificar o grau de eficácia do ensino e da

aprendizagem.

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UNIDADE DIDÁTICA

REDESCOBRINDO A ÁFRICA

Para iniciar este tema será aberta uma discussão com os alunos, solicitando

que respondam:

VOCÊ JÁ IMAGINOU O BRASIL SEM SUAS RAÍZES AFRICANAS?

Não dá para imaginar nosso Brasil sem o samba, a culinária, seus terreiros,

capoeira e sem o peso do significado de palavras com: feijoada, quindim, mulata,

cachaça e batuque. Com certeza não teríamos a mesma alegria, nem o calor

humano que nos identifica lá fora.

Sendo assim, estudar as raízes africanas deve ser um direito de todos os

brasileiros, pois a identidade brasileira é também resultado da herança cultural

africana. Por outro lado, mesmo tão perto da África, ainda hoje existe um grande

desconhecimento sobre o mundo africano. Não podemos mais olhar para a África,

com exotismo, piedade e curiosidade, ignorando suas particularidades culturais. O

continente africano foi berço de civilizações que contribuíram decisivamente para o

desenvolvimento da humanidade. As ruínas de Zimbábue, as ruínas das Cidades

Estados Suariles, as pirâmides da Núbia e do Egito, as contribuições dos egípcios

para a ciência e filosofia ocidentais; -as universidades de Timbuktu, Gao, Djene que

afloravam no século XVI;- as tecnologias de agricultura, de mineração e de

construções trazidas pelos povos escravizados, são exemplos de grandes

civilizações negras do passado, anteriores à presença de europeus na África no

século XV. Algumas delas entre os séculos XII e XVIII apresentavam

desenvolvimentos materiais e culturais mais avançados que os da Europa.

Conheça agora alguns dos legados dos povos africanos para a

humanidade acessando a Fonte:< http://revistaescola.abril.com.br/. Acesso em:

18/07/2011.

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Atividades 1: pesquisas

Professor verifique se os alunos percebem as mudanças e permanências

das estruturas sociais e políticas no tempo histórico, se conseguem estabelecer

relações de semelhanças e diferenças, de causas e consequências e de dominação

e insubordinação.

Atividade 2: palestra (África berço da humanidade)

Em dupla, façam uma pesquisa na internet sobre os povos que viviam na

África antes da chegada dos europeus, e que vieram para o Brasil como mão-

de- obra escrava. Registre a estrutura social e política desses povos, depois

compare essas informações com o modo de vida do negro no nosso país, na

época da escravidão , nos quilombos e na atualidade . Sistematize por escrito

as conclusões e apresente-as em classe. Vocês podem fazer uso do site:

http://www.claudialima.com.br/. Acesso em: 18/07/2011

Pesquise os principais Impérios, Reinos, e Estados de onde vieram os

negros que foram escravizados no Brasil, identifique em sua economia as

contribuições tecnológicas que trouxeram, e que alavancaram a economia do

Brasil Colônia. Registre, ilustre e entregue a seu professor o resultado da sua

pesquisa. Sugestão: Império de Gana, Império de Mali, Império de Songai,

Civilização Ioruba e Reino do Congo, que se encontram no site abaixo:

<http://www.orixas.ifatola.com/>

Sugestão: convide um professor de biologia para ministrar uma palestra a

seus alunos, sugira a ele explanação sobre as teorias racistas do século XIX,

que subdividiu a humanidade em raças, ideias que perduram até hoje,

abordando a evolução das espécies, onde a genética desmistificou essas teorias

racistas, provando que não existem diferenças biológicas significantes entre os

grupos humanos e que estes tiveram como berço a África.

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Professor oriente seus alunos para que registrem os tópicos que julguem

importantes e as dúvidas que possam aparecer no decorrer da palestra, e que serão

elucidadas no final pelo palestrante.

ESCRAVIDÃO: LUTAS E RESISTÊNCIAS

Professor induza seus alunos a responder verbalmente o questionamento

abaixo, depois convide seus alunos a assistirem ao filme “Amistad”.

COM O QUE PODEMOS RELACIONAR A PALAVRA ESCRAVIDÃO?

Você sabe por que o negro foi escravo?

Sinopse:

Filme Amistad, drama produzido nos EUA em 1997. Elenco: Morgan

Freeman, Anthony Hopkins, Matthew McConaughey, Níger Hawthome. Direção:

Steven Spielberg.

Tudo começa quando os prisioneiros de um navio negreiro denominado “La

Amistad” se rebelam e trucidam boa parte de tripulação. Desconhecendo os

caminhos marítimos de volta para casa, bem como não tendo noções de como guiar

um navio, os líderes da rebelião mantêm alguns tripulantes como reféns, para que

estes os levem de volta à África.

Porém, são traídos e aportam na América do Norte, onde são aprisionados e

levados a julgamento. Desse momento em diante serão muitos os percalços pelos

quais terão de passar. Baseado em uma história real o filme deve ser

contextualizado e usado para materializar um aspecto histórico.

Ver trechos do filme no site abaixo.

Fonte:<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/educadores/>. Acesso em

15/06/2011.

Os recursos audiovisuais permitem situações de ensino/aprendizagem que

podem enriquecer o nosso trabalho, porém, é preciso considerar que o conteúdo

abordado no filme não está didatizado, portanto, cabe a você professor didatizá-lo.

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Para dar início a sua aula, faça uma breve apresentação do diretor e ficha

técnica da obra. A seguir utilize a primeira sequência do filme que retrata a captura

do personagem principal na África e a viagem no navio Tumbeiro. A força dessas

imagens causa efeito didático, ao ilustrar a temática da escravidão dos africanos

pelos europeus.

Pode ser feito uma exposição simultânea ou posterior ao filme, onde o

primeiro aspecto a ser explorado é a questão da escravidão entre os africanos.

Deve-se ressaltar que embora a escravidão já existisse na África antes do contato

com os europeus (brancos), foi a partir desse contato que ela ganhou um sentido de

mercadoria e comércio de pessoas. Antes, os cativos eram tribos inimigas vencidas

em batalhas, e deviam trabalhar para os vencedores, com a chegada dos europeus,

estes são transformados em mercadorias. Além disso, criam-se grupos de africanos

especializados em buscar essas “mercadorias”, e patrocínio de guerras para

conseguir escravos; pois, os europeus quase não se arriscavam no interior da África.

Salientar também a imigração forçada dos negros para a América que

provocaram a desorganização das nações africanas, e a perda da população

imposta de maneira criminosa pelos europeus que produziu os atrasos econômicos

dessas nações que sofrem também a exploração de suas riquezas.

Professor comente que o branco também foi escravo, em outros contextos

históricos e que todos os povos, independente da pigmentação da pele já tiveram o

seu período de escravidão, e que sendo assim, pensar o negro como escravo é

induzir um erro de informação que servem de base para ideias racistas.

Atividades 3: recursos audiovisuais

Contextualizar a violência praticada contra os negros escravos durante três

séculos e também contra os índios (negros da terra) praticada durante um século.

Mostrar a violência e injustiças que rechearam a nossa história; com conseqüências

físicas, psicológicas, sociais e históricas.

Após a exposição do tema abre-se um espaço para o debate e para as

seguintes indagações:

Baseando-se em sua história, o Brasil é um país pacífico?

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Professor verifique se os alunos adquiriram capacidade de leitura visual e

consegue lidar com os processos de produção do conhecimento histórico. Observe

nos debates se o aluno aceita pensamentos divergentes, se está disposto e aberto

para novas posições pessoais se apresenta explicações coerentes que

fundamentam sua posição, demonstrando conhecimento sobre o conteúdo da

disciplina envolvido no debate e se faz uso adequado da língua portuguesa.

Atividades 4: leitura de imagens

Professor abra um espaço para a discussão coletiva e para sua intervenção,

que deverá conduzir o aluno à compreensão de que respeito não é medo; os

traficantes não estavam construindo uma relação de respeito, mas sim intimidando e

aterrorizando os africanos, que ficavam sem escolha a não ser obedecer. Salientar a

participação da igreja nesses acontecimentos, é dramático quando os negros eram

batizados pelos padres católicos, com a justificativa de que eram povos sem alma.

O texto bíblico foi deturpado e utilizado por várias igrejas cristãs para

justificar a sua posição com relação ao escravismo dos africanos. Os falsos

argumentos eram retirados de interpretações de passagens bíblicas para dizer que

os negros não tinham alma ou que eram os povos destinados na Bíblia para serem

escravos (CUNHA, 2005).

Professor verifique se o aluno articula o tema discutido na aula com a

imagem apresentada.

Atividades 5: recursos audiovisuais

- Faça a leitura da cena do filme, que retrata a chegada dos escravos ao

navio quando são chicoteados e abra os questionamentos:

Qual era o objetivo dessa violência?

Em que momento do filme observa-se a participação da igreja?

Selecione a sequência da Cena que mostra à resistência a escravidão,

retratada na morte de uma escrava que se lança ao mar com um bebê no colo.

Indagar os alunos com as questões:

Quais as razões que levavam os escravos a cometer atitudes tão

extremas?

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Após a exposição dos alunos o professor deverá justificar que tais atitudes

eram, infelizmente, uma das únicas saídas para muitos escravos. Pressionados,

assustados e vítimas de todo o tipo de abuso, era comum que os prisioneiros

entrassem em profunda depressão (banzo) onde dar fim a própria vida era a única

solução nessa situação de desespero. A resistência iniciada nos navios negreiros foi

marca constante nas relações entre os escravos e os traficantes ou donos de

escravos, isto demonstra que a escravidão nunca foi aceita de forma dócil e pacífica.

Professor, como subsídio para uma análise mais completa da história sugira

aos alunos a leitura do livro “Amistad” do autor Alexs Pate.

Atividade 6: completar o texto

Professor verifique se os alunos compreenderam o enunciado da questão,

se conseguem se comunicar por escrito com coerência, sistematizando o

conhecimento de forma adequada, utilizando-se de forma correta da língua

portuguesa.

ESCRAVIDÃO É CRIME?

Observe a seguir a prancha pintada por Jean Baptiste Debret, pintor oficial

da corte do imperador D. Pedro I no Brasil.

Após as exposições dos alunos e as intervenções do professor, os alunos

receberão um texto referente aos temas discutidos, este texto já terá início e fim

devendo-se produzir o meio do texto. Este pode ser feito em dupla ou grupo .

Sugestão:

Início - Na África a escravidão existiu desde épocas remotas, porém...

Fim -E foi assim que o tráfico de escravos se consolidou e transformou o

negro em objeto ou mercadoria.

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Escravos-Jean Baptiste Debret

Fonte:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:024debret> Acesso em: 24/07/2011.

Agora faça a leitura e interpretação deste fragmento do poema do educador

Henrique Cunha Junior (2005), que faz referência à escravidão.

[...] Sequestrar, aprisionar, espancar, violentar, privar da liberdade e matar uma

população é genocídio, são e sempre foram atos criminosos [...]

Atividades 7: interpretação de imagem , texto e debate.

Atenção: deixe um tempo para que os alunos possam fazer uma reflexão

coletiva antes de registrar suas respostas.

Professor verifique se o aluno articula o tema discutido na aula com a

imagem e o fragmento do poema levando-o a compreensão e interpretação dos

mesmos.

Professor peça aos alunos para observar a pintura do Debret e interpretar

um fragmento do poema de Cunha Junior, a seguir registrar as respostas dos

seguintes questionamentos:

Que título você daria a esta cena? Em que época ela se passa?

Você diria que estas pessoas possuem direito a cidadania?

Escravidão é crime? Por quê?

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Agora é a sua vez de apresentar o tema aos seus alunos e informar que o

fato das leis estabelecidas pelo governo brasileiro na época da escravidão não

considerar crime escravizar, não modifica em nada o que foi feito. Continua sendo

crime, que envergonha a nação a não tem desculpa e nem justificativa. Por isso, não

existe razão para os negros ter vergonha de descenderem de escravizados. Quem

tem que ter vergonha são os criminosos. E o fato da escravidão ter acabado, não

significa que foi removida as suas consequências, permanecendo outras injustiças,

como o racismo que continua sem punição. E a inclusão social que deveria ter

ocorrido após a abolição não ocorreu, deixando a maioria dos afrodescendentes

sem acesso a verdadeira cidadania. Sendo assim, não basta dizer que a escravidão

acabou e o negro ficou livre, é preciso enxergar e problematizar a escravidão e suas

consequências de forma crítica e consciente.

VOCÊ SABE COMO O ESCRAVO RESISTIU À ESCRAVIDÃO?

No Brasil há uma história de organização e resistência, desde as vindas dos

navios negreiros, resistência ao trabalho por meio do “corpo mole”, fugas individuais

e coletivas para os quilombos, a organização em irmandades, insurreições citadinas,

guerrilhas, resistência da cultura nas manifestações religiosas dos batuques e

terreiros, abortos para que crianças não fossem submetidas à escravidão,

assassinatos de senhores, sabotagem de ferramentas, suicídio até as formas de

negociação para a conquista da liberdade. Segundo SOUZA: “Do ponto de vista

histórico, os quilombos foram a estratégias de resistência que melhor representaram

a luta contra a ordem escravocrata.” Os escravos quando organizavam suas fugas,

formaram comunidades no interior das matas conhecidas como quilombos. Nesses

espaços, organizavam uma produção agrícola autônoma e formas de organização

sociopolítica peculiares. Ao longo de quatro séculos, os quilombos representaram

um significativo foco de luta contra a escravidão.

Décio Feitas (1982) criou uma definição para os diferentes tipos de

quilombos que surgiram de acordo com a produção econômica de cada um:

Quilombos agrícolas, mineradores, extrativistas, mercantis, pastoris,

predatórios e quilombos de serviços. Essa diversidade entre os quilombos foi

entendida segundo Moura (1993) como fruto da necessidade dos quilombolas em

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criar uma economia que produzisse aquilo de que os quilombos necessitavam e que

era regionalmente possível de acordo com as possibilidades ecológicas e as

disponibilidades de matéria–prima ou de sementes daquelas áreas em que se

formavam.

De todos os quilombos americanos, sem dúvida, o mais importante foi a

Confederação de Palmares, criada por volta de 1590, quando escravos de um

engenho pernambucano, depois de uma rebelião sangrenta, encontraram refúgio na

Serra da Barriga, atual Alagoas, onde instalaram as bases de uma república no

Brasil Colonial. Durante sua longa existência, Palmares teve vários líderes, mas a

história reserva a Zumbi o papel de protagonista dessa verdadeira epopéia. Depois

de 17 anos de combate, há de ser consagrado um dos maiores generais da história

da humanidade, o líder acaba assassinado durante a expedição repressora de

Domingos Jorge Velho, em 20 de novembro de 1695.

Atividades 8: pesquisa extraclasse

Atividade 9: construção de maquete (extraclasse e e m grupo)

Divida os alunos em grupos pequenos para melhor rendimento da

atividade, leve-os a sala de informática, onde será feita uma pesquisa sobre os

diferentes tipos de quilombos que se formaram durante a escravidão no Brasil.

Professor faça um sorteio prévio determinando o tipo de quilombo que

cada grupo deverá pesquisar. Para isso você pode fazer uso do site:

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/, depois de abrir a página clique em

pesquisar no lado superior da tela.

O resultado da pesquisa deve ser apresentado aos outros grupos e cada

aluno deve receber uma cópia da síntese da pesquisa, obtendo-se assim, uma

síntese de todos os tipos de quilombos formados no Brasil.

Sugestão:

Os mesmos grupos podem construir uma maquete representando o

quilombo pesquisado pelo grupo, e posteriormente as maquetes podem ser

expostas em um espaço onde o professor possa avaliá-las, e as outras turmas

visitar para conhecer o trabalho realizado pelos grupos de alunos.

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Atividade 10: leitura (extraclasse)

Professor perceba a participação e o esforço do aluno em sala de aula,

verificar a capacidade de sistematização dos conteúdos e o grau que desempenha

essa comunicação e se ele consegue estabelecer relação de semelhanças e

diferenças, de mudanças e permanências, de causas e consequências e de relações

de dominação e insubordinação.

IDENTIDADE DO NEGRO POR MEIO DA LEI Nº 10.639/2003

Sondar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito do tema, com o

questionamento:

Para saber mais, sugira aos alunos a leitura da obra “A vida de Zumbi dos

Palmares”, este material foi fornecido pelo MEC às escolas públicas e contribuirá

para que o aluno conheça melhor a história de Palmares, considerado uma das

mais importantes comunidades de africanos fugidos e que tinha como chefe o

guerreiro Zumbi.

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VOCÊ CONHECE ESTA LEI?

Texto

Em janeiro de 2003 foi aprovada a Lei n° 10.639, qu e alterou a Lei n°

9.394/96 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) vindo a

tornar obrigatória a inclusão da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” nos

currículos escolares de Ensino Médio e Fundamental. Em 2004, foram aprovadas

pelo Conselho Nacional de Educação e Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação das Relações Étnicorraciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-

Brasileira e Africana, a reconhecer a necessidade de valorizar a identidade,

história e cultura dos afro-brasileiros, na perspectiva de não apenas elevar a

autoestima e compreensão de sua etnia, mas de todas as etnias, na intenção da

afirmação de uma diversidade sóciocultural e étnica. Diante disso, elegem a

educação como um espaço na qual a diversidade deve ser considerada e

respeitada para uma aprendizagem mais efetiva capaz de oferecer tanto às

crianças e aos jovens como aos adultos a possibilidade de questionar e

desconstruir os mitos de superioridade e inferioridade entre grupos humanos

embutidos na sociedade brasileira. Assim sendo, a Lei veio apoiar a luta pelo

respeito e ascensão da comunidade negra do Brasil, e sabe-se, que a lei por si

só não eliminará ideologias racistas, desigualdades e estereótipos racistas. É na

dinâmica social, no embate político e no dia a dia que ela tende a se legitimar, à

medida que a escola construir práticas e atitudes concretas de reconhecimento e

valorização da diversidade étnicorracial. Conforme Silva (apud Cadernos

Temáticos, 2005, p.35): “Uma norma não muda a realidade de imediato, mas

pode ser um impulso para introduzir em sala de aula um conteúdo rico em

conhecimento e valores”.

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Atividade 11: questões discursivas

Professor verifique se os alunos compreenderam o enunciado das questões,

e se conseguem se comunicar por escrito com coerência, sistematizando o

conhecimento de forma adequado, utilizando-se de forma adequada da língua

portuguesa.

Atividade 12: caderno de biografias

Professor verifique se houve envolvimento e conhecimento do aluno na

Após a análise e o debate das questões apontadas no texto, registre por

escrito suas respostas a respeito do assunto.

No ano de 2003 no Brasil, foi aprovada a Lei nº 10639, a qual torna

obrigatório o ensino de História da áfrica e da cultura afro no Ensino

Fundamental e Médio.

A) Você já conhecia esta lei? Ela está sendo aplicada em sua escola?

B) O que você acha da decisão do governo em aprovar a lei nº 10639/03,

124 anos após a Abolição?

C) Você acha importante estudar a África? Por quê?

D) O estudo da África nos ajuda conhecer melhor a realidade brasileira?

E) Em sua opinião, a obrigatoriedade da lei nº 10.639 vai superar a visão

negativa do africano e de seus descendentes construídas pelos racistas no

Brasil? Justifique.

Pesquisar sobre personagens negros do passado e do presente que atuaram

ou atuam em episódios da história do Brasil, na construção econômica, social ou

cultural. Após essa etapa, devem selecionar dois personagem e construir sua

biografia, procurando inserir uma imagem que os identifique. Vocês poderão

pedir sugestões a seus professores ou a pessoas da comunidade.

Professor comunique seu aluno, que as biografias não podem repetir-se, e

devem estar referenciadas comunicando antecipadamente o nome dos

personagens escolhidos. Dessa forma, você poderá encadernar essas

produções e doar a biblioteca da sua escola como subsídio para ampliar o

conhecimento a respeito da participação de africanos e afro-descendentes na

construção do Brasil.

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Professor verifique se houve envolvimento e conhecimento do aluno na

produção do material.

Atividade 13: palestra

Professor mostre a seus alunos a importância de se buscar a memória

positiva dos personagens negros do Brasil, eliminando da nossa imaginação, a

eterna figura do negro escravo.

Atividades 14: Confecções de painéis.

Professor observe a qualidade da interação do aluno com o assunto

abordado no texto e nos painéis, verificando sua compreensão e capacidade de

análise. Isso possibilitará a você identificar a dificuldade do aluno, dando a ele

subsídios pedagógicos para o processo de construção do conhecimento.

Sugestão: professor convide um professor de literatura para ministrar uma

palestra a seus alunos, onde o tema abordado seja a vida e obra do poeta negro

catarinense, Cruz e Souza. Você também pode pedir aos alunos, sugestões de

outros nomes de escritores negros do passado que gostariam de conhecer

melhor.

Professor para a sistematização do seu trabalho divida a turma em dois

grandes grupos, onde cada grupo deve providenciar dois painéis, o primeiro com

o título: “O Brasil que temos” e o segundo com o título: “O Brasil que

queremos” . Para confeccionar os painéis, os alunos podem abusar de sua

criatividade utilizando-se de qualquer recurso gráfico (recortes de jornais e

revistas tais como fotos, ilustrações, reportagens, palavras). Após a montagem,

os painéis deverão ficar expostos no espaço escolar para que a comunidade

escolar possa refletir sobre o que pensam nossos alunos a respeito do Brasil.

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ANEXO

AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

FICHA DE AVALIAÇÃO DO PROJETO

Prezado participante, assim como sua participação foi muito importante para

a execução deste trabalho, sua opinião é essencial ao aperfeiçoamento deste

projeto. Por isso, solicitamos o preenchimento dessa ficha e sua devolução.

Aluno (a):

1. As atividades que você vem realizando Sim Não Não Sei

1.a Têm ampliado sua capacidade de expressão

1.b Têm fornecido conhecimentos novos.

1.c Têm desenvolvido sua capacidade e iniciativa para

solucionar problemas

1.d Têm possibilitado aprimorar seu relacionamento com

colegas, amigos e familiares.

2. Você recebeu orientação para realizar as atividades?

( ) Sim, sempre ( ) Recebi só no início ( ) Sim, quando tenho dificuldade

3. Os temas trabalhados no projeto foram importantes para sua vida?

( ) Sim ( ) Não ( ) Algumas vezes

COLÉGIO ESTADUAL JOÃO XXIII – ENSINO FUNDAMENTAL, M ÉDIO E

NORMAL

PROJETO: Identidade do negro por meio da Formação D ocente

COORDENADOR: Programa de Desenvolvimento Educaciona l - PDE

APLICAÇÃO: Marlene Pardal Simonato

DATA: 2º período de 2011

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4. Formato do Projeto Fraco Regular Bom Ótimo

Interação dos professores nas disciplinas

envolvidas

Interação dos alunos

Material didático

Grau de expectativa alcançado no projeto por

você

Linguagem utilizada

Articulação dos conteúdos com os textos lidos

Contribuição do material para a educação

paranaense

Compreensão dos assuntos debatidos

relacionados com os conteúdos da disciplina

5. O que sua família tem achado das atividades desenvolvidas no projeto?

6. Dentre os temas abordados qual (is) você gostou mais:

7. O que você aprendeu com este projeto?

8. Como você avalia o desenvolvimento deste projeto.

( ) Bom ( ) Ruim ( ) Mais ou menos

9. Sugestões para melhorar a produção do material pedagógico.

Obrigado por responder este questionário.

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REFERÊNCIAS

ABRAMOWICZ, A.; BARBOSA, l. M de A.; SILVÈRIO. V. R. Educação como prática da diferença . Campinas, SP: Armazém do Ipê, 2006. CUNHA JR; Henrique. Textos para o movimento negro . São Paulo, 1992. ______. Por um projeto de ensino de história dos afrodesce ndentes . Fortaleza: Mimeografo. Faculdade de Educação - UFC. 2005. FREITAS, Décio. O escravismo brasileiro . 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982. 152p. MOURA, Clóvis. Quilombos : resistência ao escravismo. 3. ed. São Paulo: Ática, 1993. 94p. PARANÁ. Secretária de Estado da Educação. Cadernos Temáticos : História e cultura Afro-Brasileira e Africana. SEED/PR, 2005. ______. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica- História . Paraná, 2008.

Sites:

África é um continente . Disponível em:< http://www.orixas.ifatola.com/> Acesso em: 18/07/2011 Amistad - Luta pela Liberdade . Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/educadores/> Acesso em: 15/06/2011. Antigos Impérios Africanos . Disponível em: <http://www.claudialima.com.br/pdf/ > Acesso em: 18/07/2011. Jean - Baptiste Debret . Disponível em:<http://pt.wikipedia.org/wiki/> Acesso em 24/07/2011. Legado dos povos africanos para a humanidade . Disponível em: http://revista escola.abril.com.br/> Acesso em: 18/07/2011. SOUZA, Rainer. A Resistência dos Escravos . Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiab/a-resistencia-dos-escravos.htm>. Acesso em: 24/09/2010.

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FICHA PARA CATÁLOGO

PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

Título: Identidade do negro por meio da Formação Docente

Autor Marlene Pardal Simonato

Escola de Atuação Colégio Estadual João XXIII - EFMN

Município da escola Clevelândia

Núcleo Regional de Educação Pato Branco

Orientador Professor Ms. Uilson Nunes de Oliveira

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Centro Oeste - UNICENTRO

Disciplina/Área História

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Português (literatura) e Biologia

Público Alvo

Alunos da 2ª série A do curso de Formação de Docentes

Localização

Colégio Estadual João XXIII-EFMN Rua da Liberdade, 471

Apresentação:

Em 2003, foi promulgada a Lei 10.639 que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino de História e cultura afro-brasileira e africana no currículo escolar. Em contrapartida, sabe-se que a lei por si só não garante nada. E preciso acabar com as visões equivocadas sobre o negro, com desinformações persistentes. Tais constatações reforçam o desconhecimento e oportuniza atitudes racistas desfavorecendo a identidade e a autoestima da população afrodescendente do país. Diante desse pressuposto, de que forma podemos colaborar para garantir o reconhecimento e uma identidade positiva desse

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grupo social dentro da escola? Em razão disso, a proposta visa, portanto, contribuir na preparação de futuros docentes onde a pretensão é conscientizá-los da importância do reconhecimento e valorização da História e cultura do povo negro, na perspectiva de não apenas elevar a autoestima e compreensão da etnia negra, mas de todas as etnias, na afirmação de uma sociedade multicultural e pluriétnica. No que concerne a metodologia, pretende-se oportuniza a leitura, reflexão, questionamento e a interdisciplinaridade, proporcionando ao aluno situações para que o conhecimento se efetive. Quanto à avaliação das atividades desenvolvidas com os alunos, serão construídas pela professora, estratégias para avaliar se o aluno adquiriu conteúdos e construiu procedimentos e estratégias relativas ao conhecimento histórico.

Palavras-chave Identidade; negro; escravidão; raça;


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