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FEAAC
SEAACSEAACAMERICANA E REGIÃOAMERICANA E REGIÃO
stes dezoito anos de luta sindical,
apenas nos confirmaram que os Edesafios enfrentados pelas
mulheres para que possam atuar nesse meio são
extremamente difíceis de vencer; mas somos
persistentes, sabemos o que queremos, onde
desejamos chegar, sabemos qual é nossa
importância no mercado de trabalho, sabemos que
fator fará com que sejamos reconhecidas pelo
mérito que realmente temos e por conta disso,
arregaçamos as mangas e enfrentamos a luta... Quebrar preconceitos e incentivar novos
comportamentos; conciliar a dupla, ou tripla
jornada; conquistar espaço e credibilidade;
possuir determinação para auto-formação
educacional, sindical e política; incentivar a
inserção de mais mulheres no movimento sindical;
preparar-se para discutir sobre política partidária;
não perder a sua identidade; conseguir a
compreensão e o apoio familiar; administrar
conflitos pessoais e sociais; manter a qualidade de
sua vida; conquistar espaço e visibilidade são
alguns destes desafios. O meio sindical sempre foi “administrado”
pelos homens, um verdadeiro “Clube do Bolinha”,
mas hoje, as mulheres somam 52% da população
brasileira (99,8 milhões), sendo 39 milhões de
trabalhadoras ao lado de 42 milhões de
trabalhadores; portanto, como aceitar que o meio
é só para homens? Ora, se o movimento defende
os direitos do trabalhador e sua qualidade de vida,
temos de quebrar estes preconceitos machistas e
abrir espaços para que a mulher possa inserir-se
cada vez mais no segmento e lutar pelos seus
direitos de trabalhadora e cidadã. Assim, torna-se fundamental, para as
mulheres engajadas nesta luta, sensibilizar os
dirigentes sindicais homens em relação às
questões de gênero; dominar os objetivos que
dizem respeito à organização sindical e as
condições estruturais e conjunturais políticas e22
econômicas do país; conhecer sobre negociação
coletiva e seus instrumentos normativos; dominar o
conteúdo da reforma sindical; lutar pela efetiva
participação de uma bancada feminina na discussão
dos temas sindicais, sociais e políticos, firmando
deste modo sua credibilidade junto a homens e
mulheres. Apesar de todas as dificuldades, hoje na
sociedade nós não temos um grupo feminino mais
preparado que as mulheres que estão no meio
sindical, que mostram competência, capacidade
para desenvolver um trabalho, conhecimento de
suas causas, poder de argumentação e defesa em
relação à sua participação nos diversos segmentos
da sociedade. Cada uma destas mulheres lutadoras
entende que para vencer e convencer precisa saber
defender sua causa, ter conhecimento de sua
causa... sentir paixão pela sua causa!
Nesta edição especial do SEAAC Acontece
vamos rememorar a fundação de nosso sindicato,
observar seu crescimento ao longo dos anos e
partilhar de nossos projetos para torná-lo mais
forte, um líder que sirva de exemplo para outras
entidades. Não precisamos ser o maior, mas
queremos ser um dos mais atuantes sindicatos de
trabalhadoras e trabalhadores!
as décadas anteriores Naos anos 90
os trabalhadores EAA de Americana e região, pertenciam à base territorial de Campinas, que por ser muito extensa, apesar dos esforços do sindicato dos tra-balhadores, não con-seguia manter regu-lar a situação dos empregados que recebiam o salário mínimo ao invés do piso profissional de suas categorias. M u i t o s , s e q u e r tinham a carteira de trabalho assinada. Assim, no dia 19/11/1991 foi realizada a assembléia de funda-ção do SEAAC de Americana, fruto da necessidade imperiosa de haver uma entidade mais próxima dos trabalhadores da cidade.
Passaram-se 18 anos, desde então, mas as lembranças continuam vivas na memória daqueles que participaram desta empreitada. Marli, Liliana, Lúcia, Nádia, Maria, Antonia, Cláudia, Mary, Alessandra, Maria de Fátima, Gislaine, Môni-ca, Ângela, Lucimar, Márcio e Helena foram os trabalhadores que se reuniram e acredita-ram no propósito da fundação de uma enti-dade de classe em Americana, compondo a diretoria do 1º man-dato.
Com o auxílio
dos companheiros do Sindicato dos Empre-gados no Comércio - SEC, Roberto, Valdir e em especial Cláudio que acreditaram e incentivaram esta proposta, foi realizada a primeira assembléia, na sede do Sindicato dos Têxteis. Tudo aconteceu dentro da legalidade, realizando final-mente o desejo dos trabalhadores que há muito que-riam um sindicato com base em Americana. Naquele primeiro momento a base territorial contava apenas com Americana, Nova Odessa, Sumaré e Santa Bárbara d'Oeste.
aí por diante foi uma grande luta, Dtrabalhando com o apoio financeiro
e local emprestado pelo SEC, onde os trabalhado-res eram atendidos. O SEAAC ainda contou com a colaboração dos amigos Dr. Pedro e Dr. Machado que assessoraram juridi-camente o sindicato, por um longo período, gratui-tamente e sempre com atenção. Foi um primeiro mandado de muito traba-lho e poucos recursos. Em 1993 juntou-se ao
SEAAC a companheira Gislaine, hoje, na Diretoria de Finanças, sempre uma batalhadora. Em seguida chegou Antonia, hoje na Secretaria Geral. Naquele momento foi realizada a filiação à Federação dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio do Estado de SP - FEAAC, por intermédio e ajuda de Lourival Figueiredo Melo, presidente, então, do SEAAC de Santos.
O 2º mandato chegou conquistando por conta do esforço e dedicação da diretoria mais 24 cida-des para base territorial, entre elas Limeira e Piracicaba, graças ao entendimento e apoio do Sindicato de Campinas, presidido pelo compa-nheiro Severino. Nesta altura, Dr. Pedro e Dr. M a c h a d o s e g u i r a m outros rumos, vindo somar-se ao SEAAC Dr. Robson Cesar Sprogis, um grande amigo preocu-pado com as causas dos trabalhadores, que acom-panhou nossa categoria por muito tempo. A direto-
ria também mudou somando Silvia, Genival-do, Vlaici, Reginaldo, Madalena e Maria Aparecida, trabalhadores com almas sindicalistas, empenha-dos em reivindicar melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores. Neste 2º mandato a meta principal foi criar subsedes nas cidades de Limeira e Piracicaba, objetivo conquistado com a dedicação de todos. Começamos também a realizar
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oDiretoria 2 Mandato
oDiretoria 1 Mandato
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Encontros Regionais da Categoria e da Mulher Trabalhadora, construindo um sindicato forte e engajado na causa feminista.
Com o 3º mandato vieram os companheiros Jair, Lourdes, Flávia, Márcia. O desafio maior: não permitir a flexibilização de direitos trabalhistas conquistados a duras penas. As responsabilidades aumentavam a cada crise que assolava o país. Foram realizadas negociações, assembléias e a diretoria precisava de muito bom senso e sabedo-ria para discernir e compreender o que é melhor para os trabalhadores representados.
Hoje, finalizando o 4º mandato e a caminho
do 5º, a diretoria liderada por Helena, trabalha duro pelos companheiros, que esperam muito do SEAAC e somam cerca de 12 mil trabalhadores EAA na região. O Sindicato está instalado em uma boa sede, as subsedes facilitam a vida dos trabalhado-res mais distantes, oferecendo serviços e benefíci-os aos associados. A entidade é forte e participati-va, capaz de enfrentar o patronato, defendendo sempre os direitos dos trabalhadores.
O SEAAC está presente ativamente na dire-ção da FEAAC, na Secretaria Nacional da Força Sindical, na Secretaria Estadual de Serviços da Força Sindical, no Conselho Municipal da Mulher de Americana, na União Sindical dos Trabalhadores Limeirenses, no Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba participando de evento em que possa auxiliar na causa dos trabalhadores e das mulhe-res.
É por existir o SEAAC que todo trabalhador tem garantido representantes qualificados para negociar salários e condições de trabalho com os patrões; piso salarial maior que o salário mínimo; reajustes salariais acima da inflação; e outros bene-fícios que estão nas convenções coletivas de traba-lho, afinal a razão de ser do sindicalismo é a defesa dos interesses dos trabalhadores. A diretoria se orgulha da entidade que está construindo junto com seus associados!
Conheça seu Sindicato
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Conheça seu Sindicato
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A sede conta com um espaço, que a
Secretaria de Formação Sindical utiliza para reali-
zar cursos das mais diversas áreas de nossos seto-
res. Este espaço também poderá ser utilizado pelos
filhos e filhas das trabalhadoras e trabalhadores de
nossas categorias, proporcionando um reforço
escolar, projeto futuro da Secretaria da Mulher
Criança e Adolescente, além de ser palco para um
trabalho efetivo que pretendemos realizar com
nossas companheiras, no sentido de conquistar
sua participação ativa nas políticas públicas para
mulheres (especialmente na defesa e promoção de
seus direitos). A subsede de Piracicaba também
conta com espaço para cursos. O SEAAC continua avançando através da
Secretaria de Negociações, nos Acordos por
Empresa, na Participação nos Lucros e Resultados,
na Discussão de Gênero e na busca de mais benefí-
cios, tanto de natureza econômica como social e
através da Secretaria de Formação Sindical e
Previdência Social promovendo cursos de infor-
mação e esclarecimento. Além disso, toda a base territorial conta
também com assistência jurídica de boa qualida-
de, que sempre fez parte do nosso cartão de visi-
tas. Sem contar que toda diretoria nunca mediu
esforços para atender os trabalhadores. Faz parte também de nossos projetos
proporcionar excursões para nossos associados à
colônia de Férias em Peruíbe, com o intuito de con-
quistarmos maior integração e troca de experiên-
cia entre nossos representados.
+ DEPARTAMENTO JURÍDICO
Das 9h às 16h30
+ AMERICANA
6Segunda-feira c/Dr. Marcos Vinicius Polizezuk OAB/SP 193.280
6Quinta-feira c/Dr. Cledemir Alberto da Silva OAB/SP 242.293
+ PIRACICABA
6Terça-feira c/Dr. Marcos Vinicius Polizezuk OAB/SP 193.280
+ LIMEIRA
6Sexta-feira c/Dr. Cledemir Alberto da Silva OAB/SP 242.293
+ NEGOCIAÇÕES COLETIVAS
6Dr. Fábio Lemos Zanão
OAB/SP 172.588
+ COLÔNIA DE FÉRIAS:
Na cidade de Peruíbe/SP, no litoral paulista, de frente para o mar, a colônia de férias possui 29 suites, área de lazer com piscina, bar, salão de jogos, playground, estacionamento.
+ KIT ESCOLAR
Para filhos de associados até de 14 anos (com cadastro atualizado).
+ CURSOS DE QUALIFICAÇÃO
Diversas áreas.
+ SALÃO DE BELEZA
Parcerias com os melhores Institutos de Beleza de Americana, Piracicaba e Limeira (desconto de 50% nos serviços básicos).
+ CONVÊNIOS
Plano de saúde e odontológicos, faculdade, farmácia e outros.
+ QUADRA DE FUTEBOL SOCIETY
Se você gosta de bater uma bola no final de semana, entre em contato com o SEAAC, os jogos serão aos sábados das 11h às 12h.
+Faça-nos uma v is i ta , t raga seus companheiros de trabalho para desfrutar também destes benefícios. Acesse o site www.seaacamericana.org.br
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Helena, presidenta do SEAAC
trouxe a Gislaine para o sindicato, alugou um local para trabalhar e entrou de cabeça na presidência do peque-no SEAAC.
De l á a t é hoje, o aprendizado tem sido constante. Uma das lições que Helena não se esquece veio através do primei-r o advogado, D r. Machado, que a aconse-lhou a, diariamente, chegar meia hora mais cedo e ler uma página da CLT. Ler e reler quan-tas vezes fossem neces-sárias até compreender muito bem, pois a com-preensão é o melhor p r o f e s s o r. A s s i m , Helena foi aprendendo dia a dia e marcando sua entrada no sindicalismo, com a luta em prol do resgate da dignidade da classe trabalhadora.
No primeiro mandato (91/96) ela desenvolve intenso tra-balho pelo registro em
carteira e aplicação do piso da categoria, pois a grande maioria dos trabalhadores (as) era registrada com salário mínimo. Sua atuação tem como marca registrada a luta pela união dos trabalhadores e contra a discriminação da mulher. O pequeno SEAAC começa a crescer!
Em 1994 elege-se 2ª Tesoureira na FEAAC - Federação dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio do Estado de São Paulo. Começa a solicitar deba-tes sobre questões feministas, pois 60% da categoria é constituída mulheres. Em 1996, aconteceu o I Encontro Estadual da Mulher Trabalhadora EAA. Com apoio do presi-dente da Federação, Lourival Figueiredo Melo, cria a Secretaria da Mulher. À frente da pasta pode crescer no movimento sindical e também levar as companheiras a eventos sobre questões como desigualdade salarial, assé-dio sexual, violência e outros.
Em 1996, foi reeleita presidenta do SEAAC.
Começa a negociar por empresa. Hoje é grande o número de acordos, sem precisar aguardar as Convenções Coletivas, que são mais genéricas. Paralelamente, batalha para que os patrulheiros mirins sejam registrados em Carteira, contando com apoio de Procuradores do Estado. Hoje, o número de patrulheiros sem registro é pequeno.
Em 1997, foi eleita 1ª Tesoureira da FEAAC. Atuou
nessa função administrativa sem perder de vista o que considerava prioridade: fazer com que as mulheres tives-sem voz e voto nos Sindicatos e na Federação e em outros segmentos da sociedade.
Em 1998, promove o II Encontro Estadual da
Mulher Trabalhadora EAA, e em 2000, realiza o III Encontro, discutindo assuntos de fundamental importância na vida das trabalhadoras. O sucesso foi total, ensejando o surgimento de novas lideranças que assumiram a presi-dência dos Sindicatos de Campinas e Jundiaí. Hoje, os Sindicatos da categoria têm praticamente 50% de mulhe-res nas direções.
Em 2000, a Federação cria a Secretaria de
Assuntos da Mulher, Criança e Adolescente. Helena entrega o cargo de tesoureira e assume a pasta, onde permanece como diretora. Participou por meio da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio, em 2000, da Marcha Mundial de Mulheres, junto com companheiras de 150 países. Representou em Nova Iorque as trabalhadoras do Brasil dos setores do COMÉRCIO E SERVIÇOS, protes-tando contra a pobreza e a violência impingida a mulheres de todo o mundo. Na volta, passou a integrar o Comitê Estadual da Marcha no Estado de São Paulo, participando dos seminários feitos pela Sempre Viva Organização Feminina. Também fez seminários pela Marcha, tratando da “Presença da Mulher em cargos Políticos e Sindicais”; além de outros debates promovidos por intermédio da Secretaria de Assuntos da Mulher, Criança e Adolescente da Feaac, contando sempre com as mulheres dos Sindicatos da categoria, levando subsídios às companheiras para enfrentar o dia-a-dia no trabalho ou em seus lares.
Em 2001, nas eleições no Seaac de Americana e
Região, Helena é reeleita por 85% dos votos, passando a centrar sua gestão na conscientização da categoria, no sentido da efetiva participação na vida do Sindicato, dentro da idéia de que, além de conhecer seus direitos, precisam exercer a cidadania em toda sua plenitude.
Em 2002, como presidenta do Sindicato, coorde-
nou o Comitê Municipal contra a Alca, fez debates, foi a escolas, faculdades e outras entidades da cidade e região, coordenando o plebiscito, levando os votos até Brasília para apreciação das autoridades competentes. Também em 2002 participou em Brasília de curso na CNTI, no qual adquiriu mais conhecimento em formação Sindical, o que lhe dá base para elaborar um projeto destinado à Federação por meio de sua Secretaria, na busca de novas lideranças femininas. O evento aconteceu em janeiro de 2004.
Em 2003 participou do III Fórum Social Mundial,
pela Marcha Mundial de Mulheres. A pedido da Comissão de Negociação da Feaac passa a coordenar as Negociações Coletivas estaduais, do seu setor, tendo oportunidade de aprender mais sobre a arte de negociar. No mesmo ano, recebeu da FORÇA SINDICAL convite para Seminário da OIT - Organização Internacional do Trabalho, na qual abor-dou a questão de gênero nas negociações coletivas, nos países do Mercosul.
Em 2005 foi convidada pela Secretaria Nacional
da Mulher da Força Sindical, Neuza Barbosa de Lima, a integrar o Conselho Nacional de Direito da Mulher, do qual participa com o maior orgulho e grande disposição de con-tribuir. Uma vez estando filiada à central, foi eleita em 8 de março de 2005, para dirigir a Secretaria Estadual da Mulher da Força Sindical, cargo que assumiu com o maior carinho,
O SEAAC já nasceu feminino (11 dire-
toras e um diretor) e, portanto, engajado nas
questões de gênero.
statísticas do IBGE (dados de 1/7/09)
informam que as mulheres constitu-Eem a maioria da população brasileira.
Dos 191,5 milhões de brasileiros, 52% (99,8 milhões)
são mulheres e 48% são homens (91,7 milhões).
Entretanto, ainda segundo o instituto, as mulheres são
minoria no mercado de trabalho ou seja dos 81
milhões de trabalhadores brasileiros, 39 milhões são
mulheres (48,14%) e 42 milhões são homens
(51,86%).
Relatórios do Dieese constatam que as
mulheres encontram dificuldades para atuar no mer-
cado de trabalho, há proporcionalmente menos
mulheres nos postos de trabalho mais protegidos por
lei e de melhor qualidade, apesar das mulheres serem
mais escolarizadas (85,4% delas, contra o índice mas-
culino de 85,1%). Não bastassem esses números, a
Fundação Perseu Abramo estima que a mulher gaste
semanalmente 40 horas desempenhando trabalhos
domésticos, independentemente de ser só dona-de-
casa ou não, enquanto a média dos homens ficou em
torno de seis horas por semana. Se as mulheres são maioria numérica, mas
estão em menor número no mercado de trabalho,
estes índices ficam ainda mais díspares quando se
trata da presença feminina nos sindicatos: de cada
100 brasileiros sindicalizados, pouco mais de 36 são
mulheres. O Censo Sindical do IBGE, realizado em
2001, indicou que esta baixa participação acontece
tanto no quadro associativo, quanto nas diretorias
sindicais. Mesmo quando estão presentes nas diretori-
as, as mulheres geralmente não ocupam os cargos
considerados mais importantes que são: presidência,
secretaria geral e tesouraria, exceção de uns poucos
como o SEAAC. Para ocupar o lugar que por direito lhes per-
tence na militância sindical, como trabalhadoras que
são as mulheres têm de vencer dois grandes desafios:
o primeiro é a questão cultural de que sindicato é lugar
para homem e o segundo é realizar a adaptação do
ambiente sindical hoje organizado como um lugar para
machos, construído com base na ideologia patriarcal. Uma briga e tanto que as mulheres vêm enca-
rando com coragem, quando enfrentam até 3 jornadas
diárias (a do trabalho, a doméstica e a militância),
conquistando passo-a-passo, através das negociações
coletivas garantias não previstas na legislação, melho-
res condições de trabalho, criação de mecanismos
para impedir a discriminação, além de ampliar os direi-
tos já previstos na lei. Embora restritas a algumas cate-
gorias, estas cláusulas abrem espaço para a negocia-
ção em outras frentes.
Entretanto a razão mais importante para que
as mulheres ampliem sua participação no movimento
sindical é que sua luta constante por igualdade, acaba
estendendo-se para todas as minorias fragilizadas. E
para lutar é preciso que as mulheres conheçam seus
direitos, estejam presentes e atuantes nas organiza-
ções sindicais e se preparem para participar da negoci-
ação coletiva, desde os locais de trabalho até as mesas
de negociação, não somente entre trabalhadores e
empresários, mas também nos espaços institucionais
para discussão das políticas públicas. A emancipação feminina, a opção pessoal por
um projeto profissional, a responsabilidade de chefiar
uma família têm levado as mulheres a entrar em redu-
tos antes inimagináveis no mercado de trabalho. É hora
de conquistar o poder sindical, que nos últimos cem
anos só tem usado calças, abrindo espaço para saias,
saltos e batom! Para isso as mulheres devem organi-
zar-se, para influir nas políticas e práticas sindicais,
preenchendo os espaços nas entidades que já contam
com uma secretaria da mulher, exigindo a sua criação
naqueles que ainda não acordaram essa realidade,
capacitando-se para a disputa de cargos eletivos e
estando prontas para assumir posições de liderança. O SEAAC orgulha-se de ter entendido desde
sua fundação que lugar de mulher é também no seu
Sindicato, rompendo com este machismo secular, de
modo a transformá-lo e integrá-lo ao movimento de
luta contra a desigualdade para a conquista de cidada-
nia e justiça social.* Este texto foi baseado em algumas passagens da revista Observatório Social nr.5
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