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ESCOLA SECUNDÁRIA C/3º CICLO DR.
BERNARDINO MACHADO
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CLC NG6-DR2
Ruralidade e Urbanidade
O património rural e urbano do concelho da Figueira da Foz
Junho 2011
António Manuel Leitão Pedrosa
Aluno nº 4 do curso EFA de Informática 2010-2011
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Índice:
Bem-vindo à Figueira da Foz ................................................................ 2
O património rural e urbano do concelho da Figueira da Foz ........... 2
O nosso património urbano mais importante ................................... 4
Forte de Santa Catarina ........................................................................ 4
Palácio Sotto Mayor............................................................................... 5
Casa do Paço........................................................................................... 6
Casino Oceano ........................................................................................ 7
Coliseu Figueirense ................................................................................ 7
Paço de Tavarede ................................................................................... 8
Paço de Maiorca/Paço dos Viscondes de Maiorca.............................. 9
Podemos igualmente visitar o seguinte património urbano .............. 9
O nosso património rural mais importante ....................................... 11
Mosteiro de Santa Maria de Ceiça ....................................................... 11
Moinho das Doze Pedras/Moinho de Marés........................................ 12
Podemos ainda visitar o seguinte património rural ........................... 13
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Bem-vindo à Figueirà dà Foz
A Figueira da Foz é uma cidade portuguesa no Distrito de
Coimbra, região Centro e sub-região do Baixo Mondego, situada na
desembocadura do rio Mondego com o Oceano Atlântico. É a única
cidade portuária do centro do país e é também a segunda maior
cidade do distrito.
É sede de um município com 378,21 km² de área e subdividido
em 18 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de
Cantanhede, a leste por Montemor-o-Velho e Soure, a sul por
Pombal e a oeste tem litoral no Oceano.
O património rural e urbano do concelho da Figueira da Foz
Uma caminhada pela história da cidade guiada pelo seu
património.
A Figueira convida a passeio e deixa-se descobrir. Para um reconhecimento dos principais centros turísticos da cidade, propomos-lhe um percurso tranquilo ao encontro dos seus principais marcos históricos, adiante assinalados por alguns dos mais emblemáticos edifícios e espaços públicos.
Sugerimos que comece… pelo início, isto é, a partir do lugar em torno do qual se terá formado o primitivo povoado. Prossiga pelo primitivo núcleo urbano da Figueira, acostado à linha da foz do Mondego, acompanhando a história e o pulsar quotidiano de uma cidade em “constante crescimento”.
Deixe-se guiar pelas direções que parecem nortear as mais grossas correntes de transeuntes, por entre o comércio tradicional
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da baixa da cidade. Siga depois para oeste, paralelamente à linha de água, deixando para traz o rio que já desaguou na vastidão do oceano.
Estará agora a passar a linha divisória que o convida a entrar no Bairro Novo. Facilmente identificará aqui uma nova arquitetura marcada pelas expressões ornamentais da Art Nouveau, de fim de século, e pelas influências rectilíneas e verticais da Art Deco (anos 20). Sente-se que uma outra vivência efervesceu, num tempo de mudança. Novas volumetrias se ergueram, nova organização espacial, cores, texturas e discursos diferentes brotaram dos seus cafés e esplanadas, do comércio e serviços, dos equipamentos hoteleiros, apostados em virar a cidade para o mar, para o recreio e lazer. Nos anos 50, é ainda o turismo a ditar o rumo das grandes construções na marginal oceânica (Grande Hotel e Piscina) e de outros edifícios e moradias residenciais que iniciam a expandir-se para a área do touril.
Daqui convidamo-lo a prosseguir até à ala desafogada do vale das Abadias que, na confluência dos principais equipamentos escolares e desportivos passou a ser, desde a década de 60, área estratégica para a edificação de importantes polos culturais. Por fim, quase fechando este percurso, sugerimos-lhe um reencontro com a foz do Mondego. Desta vez retome a caminhada bem junto à linha de água, no sentido Nascente.
Propomos-lhe a continuação de um agradável e bonito passeio até à espaçosa Praça da Europa, contígua ao Porto Comercial da Figueira, uma das portas da cidade aberta para o mundo.
Venha daí!
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O nosso património urbano mais importante
Forte de Santa Catarina (Av. de Espanha)
Esta emblemática fortificação defendeu a entrada do Mondego
e fez parte, com o fortim de Palheiros e a fortaleza de Buarcos, do
triângulo defensivo da enseada marítima. O início da sua construção
remonta a finais do séc. XVI embora só tenha sido concluída
posteriormente. A entrada, pela cortina voltada ao norte, dá acesso a
um pátio interior onde se situa uma pequena capela, de finais do séc.
XVI, dedicada a Santa Catarina. Em 1645 serviu a capela como
tribunal da Inquisição. Durante a Guerra Peninsular, aquando da 1ª
invasão francesa, foi tomado pelas tropas comandadas por Junot. A
27 de Julho de 1808, o académico Bernardo António Zagalo apoiado
por um espontâneo exército de populares da região, armados de
lanças e de foices, desenvolve um plano de ataque estratégico que
obriga à rendição do invasor. Esta ação facilitou o desembarque,
entre 1 e 3 de Agosto, das aliadas tropas inglesas comandadas por
Artur Wellesley, mais tarde Duque de Wellington. Tendo perdido a
sua função estratégico-defensiva no séc. XIX, e mantendo apenas em
funcionamento o seu farolim, como auxílio à navegação e à entrada
de embarcações na barra, este forte permanece um dos marcos mais
importantes no contar histórico da cidade. É imóvel classificado de
Interesse Público. Na sua envolvente instala-se, desde 1917, o
elegante Ténis Clube. Ao tempo, com 2 cortes de ténis e um ringue
de patinagem, foi seletivamente frequentado por uma elite
aristocrata e burguesa atraída não só pelo desporto como pelos seus
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chás dançantes e memoráveis festas. Pela sua privilegiada
localização e particular zelo com que continuam a ser preservados o
seu espaço e os seus vários cortes de ténis, é eleito local favorito de
quantos praticam e se iniciam nesta salutar modalidade desportiva.
Palácio Sotto Mayor (Rua Joaquim Sotto Mayor)
Edifício de carácter civil, mandado construir por Joaquim
Sotto Mayor, natural do concelho de Valpaços. Emigrado no Brasil,
este abastado negociante, de regresso a Portugal, visita a Figueira da
Foz e decide aqui construir um palacete onde viveu longas
temporadas. Demorando cerca de 20 anos a ser construído, este belo
palácio de cinco pisos foi considerado o “mais belo e sumptuoso
edifício da Figueira”. Projeto inicial do arquiteto gaulês Gaston
Landeck, construído em finais do séc. XIX, ao estilo dos palacetes
franceses, em que predominam, na fachada principal, motivos
renascentistas. Da visita ao seu interior, não se pode ficar indiferente
aos painéis ornamentais, paredes e tectos, da autoria do pintor
António Ramalho, às magníficas telas assinadas por Joaquim Lopes,
Dórdio Gomes, António Carneiro, sobre o vitral de Bernard
Champigneulle iluminando a escadaria nobre, ou às peças de
mobiliário e de escultura que decoram as elegantes salas, vestíbulos,
corredores e outros aposentos. Na fachada posterior, uma galeria e
escadaria estilo Luís XVI dá acesso a um jardim romântico e a uma
torre mirante, que segue de perto a tipologia da Torre de Belém.
Adquirido, em 1967, pela Sociedade Figueira Praia, o palácio foi
convertido numa das mais relevantes unidades museológicas do
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património local, abrindo as suas portas ao público em 1980. Para
breve está prevista a sua readaptação numa unidade hoteleira de
charme.
Casa do Paço (Largo Prof. António Vítor Guerra)
Quem lhe passa defronte não pode deixar de se interrogar
sobre a génese e utilização deste imóvel, privilegiadamente
localizado em paralelo à doca de recreio, sobressaindo de entre o
restante casario, se não pela discrição das formas, pela nobreza
simples e altivez das proporções. Edifício civil, de finais do séc. XVII
e inícios de XVIII, foi mandado construir pelo bispo de Coimbra, D.
João de Melo. Desenhado segundo conceitos renascentistas, de
planta em “U”, a fachada meridional, de linhas sóbrias e regulares,
ritmada por janelas de sacada e pelas aberturas inferiores, termina
com torreão de cobertura em cúpula. Durante várias décadas foi
sede da Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz.
Atualmente é propriedade da autarquia. Abrem-se ao público quatro
salas, onde se descobre o que de verdadeiramente notável e único
obriga a uma visita: uma importante e curiosa coleção dos chamados
“azulejos de Delft”, de inícios do séc. XVIII. 7000 peças avulsas,
todas diferentes, revelam, a azul ou a sépia, significativas
representações de paisagens campestres e marinhas, cenas bíblicas e
de cavaleiros. “O mais vasto e variado repositório de azulejos
estrangeiros existentes em Portugal e o mais extraordinário, no seu
género, em todo o Mundo” (Santos Simões, 1967). É imóvel
classificado de Interesse Público.
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Casino Oceano (Rua Bernardo Lopes e Rua Cândido dos
Reis)
Inaugurado em 3 de Agosto de 1898, situado junto do Casino
(Peninsular), este elegante e luxuoso edifício, construído para
funcionar como casino e café-concerto, emerge para dotar o centro
de veraneio do Bairro Novo de mais um equipamento de lazer e de
atração turística, bem ao gosto da sociedade da “belle époque”. Com
dois salões para café-restaurante e sala de jogos diversos, o interior
foi, ao tempo, ricamente mobilado e decorado. As pinturas de tecto,
da autoria do cenógrafo portuense Eduardo Machado, e outras
ornamentações infelizmente desapareceram. Há muito desprovido
das suas funções primitivas, permanece como óptimo exemplo
arquitectónico do eclectismo oitocentista, corrente artística bem
denunciada pela interessante justa posição de elementos clássicos,
românicos e góticos evidentes nas fachadas.
Coliseu Figueirense (Largo do Coliseu – Alto do Viso)
O interesse dos figueirenses pela tauromaquia remonta a um
passado longínquo, conhecidas que são as notícias de pequenas
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corridas de touros que se fizeram primeiramente na “Praça Velha” e,
mais tarde, numa pequena praça de touros construída, em madeira,
em terrenos da Misericórdia. O gosto pela festa brava levou mais
tarde à construção de uma grande e condigna praça, erguida pela
Companhia do Coliseu Figueirense, no sítio do Alto do Viso.
Inaugurada em 25 de Agosto de 1895, com lotação para 7000
espectadores, continua a animar as tardes e noites dos aficionados
portugueses e dos vizinhos espanhóis que, desde há muito, elegem a
Figueira da Foz como destino de férias. Este esplêndido e bem
conservado edifício prima pelos excelentes espetáculos
tauromáquicos e equestres que, desde sempre, vem oferecendo em
cartaz, abrilhantados pela presença das mais destacadas figuras do
panorama tauromáquico português e espanhol. Abre igualmente as
suas portas a outros eventos culturais, desportivos, festas da cidade,
não esquecendo a festa dos estudantes de Coimbra que, em plena
domingo da “Queima das Fitas” fazem conta certa de assistir a uma
garraiada na Figueira.
Paço de Tavarede (Largo do Paço, cruzamento da Rua da
Fonte com a Rua Violinda Medina e Silva, traseiras para a Rua
Abílio Oliveira Águas – Tavarede).
Foi construído durante o século XVI a mando de António Fernandes de Quadros, senhor de Buarcos e de Vila Verde, que instituiu o morgadio de Tavarede, de que era sede, mantendo aí residência.
Possui planta composta, volumetria articulada, disposta horizontalmente a definir o espaço central.
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A fachada principal, a Este, apresenta dois registos, tendo três portas no primeiro, sendo a central decorada com moldura esculturada e cinco janelas no segundo.
Possui uma grande qualidade da intervenção neomanuelina, com reminiscências da Torre de Belém e soluções decorativas interessantes.
Paço de Maiorca/Paço dos Viscondes de Maiorca (Largo
do Paço – Maiorca)
Distinta construção do século XVIII, outrora propriedade dos Viscondes de Maiorca, apresenta-se como um dos mais notáveis edifícios de carácter civil do Baixo Mondego.
É um edifício de planta longitudinal irregular cuja fachada assimétrica se compõe com um portal central.
Enquadrado na tipologia dos palácios rurais de influência barroca, já da segunda metade de setecentos, apresenta-se ao visitante com uma riqueza na decoração de interiores, particularmente os azulejos rocaille das diferentes salas, os tectos pintados, a beleza da Sala de Papel, a imponente cozinha de planta octogonal e a capela com altar do séc. XVI.
Flanqueado por jardins, este nobre edifício enquadra-se numa vasta propriedade que propicia agradáveis passeios de lazer e encontro com a natureza.
Podemos igualmente visitar o seguinte património
urbano:
Praça 8 de Maio e Monumento a Manuel Fernandes Thomaz,
Casino da Figueira (Rua Bernardo Lopes e Rua Cândido dos Reis),
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Pelourinho da Figueira da Foz (Praça General Freire de Andrade),
Largo Luís de Camões e Monumento aos Mortos da Grande Guerra,
Cruzeiro (Rua Heróis do Ultramar), Grande Hotel e Piscina Mar (Av.
25 de Abril), Esplanada Silva Guimarães (Sobranceira à Av. 25 de
Abril), Picadeiro e Rua dos Casinos, Mercado Municipal Engenheiro
Silva (Passeio Infante D. Henrique), Rotunda do Centenário, CAE -
Centro de Artes e Espetáculos (Rua Abade Pedro – Abadias),
Edifício do Museu, Biblioteca, Arquivo Fotográfico e Auditório
Municipais (Rua Calouste Gulbenkian - Abadias), Fonte Luminosa
(Largo Dr. Nunes), Edifício dos Paços do Concelho (Av. Saraiva de
Carvalho), Praça da Europa (Av. Saraiva de Carvalho), Igreja do
Convento de S. António (Rua Gonçalo Velho - Figueira da Foz),
Capela de Santa Catarina (Forte de Santa Catarina), Igreja de S.
Julião (Largo de S. Julião - Figueira da Foz), Forte de S. Pedro de
Buarcos (Rua 5 de Outubro - Buarcos), Torre de Buarcos ou
Redondo (Rua de Santa Cruz com a Rua do Castelo - Buarcos),
Pelourinho de Buarcos (Largo do Pelourinho de Baixo – Buarcos),
Pelourinho de Redondos (Largo do Pelourinho de Cima – Buarcos),
Capela de Nossa Senhora da Conceição (Largo de Santo António -
Buarcos), etc.
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O nosso património rural mais importante
Mosteiro de Santa Maria de Ceiça
Situado na freguesia de Marinha das Ondas, a fundação deste mosteiro data do séc. XII, altura em que entrou para a Ordem de Cister, quando D. Sancho I o doou ao mosteiro de Alcobaça.
Dessa época pouco ou nada se sabe, até à construção levada a cabo pelo arquiteto Mateus Rodrigues, durante finais do séc. XVI, início do séc. XVII.
Em 1834, com a extinção das ordens religiosas, o edifício foi vendido a particulares que o aproveitaram para instalar uma unidade industrial de descasque de arroz. Todas as alfaias de culto, imaginária, mobiliário, retábulos e restante recheio foram então levados, tendo grande parte desaparecido, salvando-se a que foi aproveitada para outras igrejas dos arredores.
Das ruínas que hoje encontramos, não deixamos de ser surpreendidos pela imponente fachada da igreja. De traçado austero, bem ao tipo das construções da época dos grandes estaleiros do reino, impõe-se pela sua projeção no isolamento do local.
A fachada é constituída por um corpo central sem frontão, dividido em três registos verticais, com nicho, encimados pelo arco semicircular do janelão. A entrada é feita por um átrio de três arcadas que dá acesso à porta da igreja, com decoração setecentista. É ladeada por duas torres que ultrapassam a altura da fachada com os seus remates bulbosos, cortados por óculos e decorados com fogaréus, elementos que testemunham as reformas efectuadas no século XVIII.
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O interior, bastante alterado com a posterior utilização do edifício, obedeceria ao traçado das igrejas beneditinas, com nave única para a qual se abriam as capelas laterais. Todo este espaço se encontra atualmente em degradação, revelando mais do teor industrial que albergou, do que do espaço religioso para que foi construído. O coro-alto, cúpula, capela-mor e transepto há muito que ruíram.
Do claustro, ligado lateralmente à igreja, apenas se conservam duas alas, com arcos redondos sobre pilares quadrados no piso térreo e, na galeria superior, com colunas dóricas a suportarem o entablamento.
O corpo do mosteiro mantém algumas das dependências dos religiosos, com as celas e provavelmente a sala do refeitório, livraria e outras, que entretanto foram sendo utilizadas e alteradas para outros fins, retirando-lhes o traçado original. A fachada é constituída por um corpo comprido, separado verticalmente por pilastras, abrindo-se em cada registo uma janela rectangular de avental.
Do lado oposto ao do corpo do mosteiro, ergue-se imponente a chaminé de tijolo burro que serviu à fábrica de descasque de arroz, e que marca pois o contraste de duas realidades e vivências distintas: a religiosa e a industrial. A originalidade deste monumento reside, efetivamente no contraste dos opostos, construindo uma realidade cunhada por mundos e épocas diferentes entre si.
Moinho das Doze Pedras/Moinho de Marés (Quinta do
Canal – Alqueidão)
O Moinho encontra-se inserido na grande unidade agrícola da Quinta do Canal, junto ao rio Pranto.
Tem planta longitudinal com volumetria simples e disposta horizontalmente.
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A data da sua construção remonta ao séc. XVIII, tendo sido edificado pelo Colégio de Santo Antão de Coimbra - Companhia de Jesus.
A sua utilização inicial era industrial e agrícola. Era designado como moinho de marés com moenda e engenhos. Serviu também como armazém de grão ou farinha. Encontra-se, atualmente, descativado.
EN 109, Quinta do Canal – Alqueidão
Podemos ainda visitar o seguinte património rural:
Capela de Nossa Senhora de Ceiça (Ceiça)
Capela de Sto. Amaro (Serra da Boa Viagem)
Etc.
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Espero que tenha gostado e disfrutado desta pequena ronda
pelo património Figueirense.
A Figueira espera-o.
Volte sempre.