Download - RIMA - FERTILIZANTE
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Unidadede Fertilizantes
Nitrogenados III
RIMA - Relatrio de Impacto Ambiental
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3Introduo
Quem Far o Empreendimento?
O que o Empreendimento?
Quais as justiticativas para o empreendimento
Qual a rea de Influncia do Empreendimento?
Como o Ambiente da Regio Influenciada pelo Empreendimento?
Impactos Identificados e as Medidas e os Programas Ambientais Propostos
Consideraes Finais
Quem Elaborou o Estudo Ambiental?
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Sumrio
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4Este Relatrio de Impacto
Ambiental (RIMA) apresenta para a
sociedade, de forma simples, em lin-
guagem direta e no tcnica, um re-
sumo das principais informaes e
resultados do Estudo de Impacto
Ambiental (EIA) Unidade de
Fertilizantes Nitrogenados (UFN) III.
O Estudo de Impacto Ambiental
(EIA), assim como seu respectivo
Relatrio de Impacto Ambiental
(RIMA), so uma exigncia do rgo
ambiental para a primeira etapa do
processo de licenciamento de todo
empreendimento que causa ou pode
causar impactos ao meio ambiente e
populao.
Este relatrio apresenta seu con-
tedo conforme recomendado pelo
IMASUL Instituto de Meio Ambiente
de Mato Grosso do Sul, pela
Resoluo no 001/1986 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), por outras resolues
deste Conselho e pela legislao
brasileira.
O Relatrio est organizado em
captulos que descrevem: a empresa
responsvel e o empreendimento; as
reas de influncia onde sero nota-
dos os efeitos deste empreendimen-
to, o meio ambiente (em suas
caractersticas fsicas, biticas e so-
cioeconmicas), a avaliao dos im-
pactos, as medidas (mitigadoras ou
potencializadoras), os programas
ambientais e as consideraes finais
sobre a viabilidade da atividade.
Aqueles que desejarem outras in-
formaes com detalhes tcnicos
sobre Unidade de Fertilizantes
Nitrogenados (UFN) III, no encon-
tradas neste RIMA, podero obt-las
no respectivo EIA, que se encontra
disposio do pblico no IMASUL.
1Introduo
Medidas MitigadorasAes destinadas a
mitigar ou diminuir os efeitos de um impacto
negativo.
Medidas Potencializadoras
Aes destinadas a potencializar ou
reforar os efeitos de um impacto positivo.
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5A empresa responsvel pelo proje-
to que pretende implantar a Unidade
de Fertilizantes Nitrogenadas III
PETROBRAS Petrleo Brasileiro SA,
com endereo Avenida Repblica
do Chile, no 65, sala 2201 B (Ala
Norte) 22o andar. CEP 20031-912
Centro Rio de Janeiro RJ. Telefones
(21) 3224-1553 e (21) 3224-1392
Para que a PETROBRAS obtenha o
licenciamento do empreendimento e
possa construir e operar a UFN III,
necessrio que a IMASUL, da
Secretaria de Meio Ambiente, das
Cidades, do Planejamento, da Cincia
e Tecnologia (SEMAC), aprove o EIA/
RIMA, ouvida a sociedade, e constate
sua viabilidade socioeconmica e
ambiental.
O EIA/RIMA da UFN III foi elabora-
do pela HabTec Engenharia
Ambiental, empresa de consultoria
especializada e legalmente habilitada
para o desenvolvimento de estudos
desta natureza, sediada na cidade do
Rio de Janeiro. A HabTec encontra-se
registrada, sob no 198.582, no
Cadastro Tcnico Federal de
Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental, do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renovveis (IBAMA).
2Quem Faro Empreendimento?
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6O empreendimento consiste em
uma unidade industrial de fabricao
de fertilizantes nitrogenados denomi-
nada Unidade de Fertilizantes
Nitrogenados (UFN) III. A UFN III de-
ver produzir aproximadamente
2.200 toneladas de amnia por dia e
3.600 toneladas de uria por dia, ou
seja, essa ser a maior fbrica de fer-
tilizantes nitrogenados no Brasil.
A implantao da UFN III tem
como objetivo produzir fertilizantes
nitrogenados, que um dos princi-
pais insumos para o crescimento e
melhoria da produtividade agrcola
nacional. Os fertilizantes produzidos
pela UFN III ajudaro a reduzir a de-
pendncia das importaes de fertili-
zantes, uma vez que, atualmente, o
Brasil importa cerca de 70% do fertili-
zante que consome.
A UFN III dever ser construda a
aproximadamente a 25 km do centro
urbano do municpio de Trs Lagoas,
municpio que localiza-se no extremo
leste do Estado do Mato Grosso do
Sul, regio Centro-Oeste do Brasil
(Figura 1).
O que o empreendimento?
Quais os objetivos do empreendimento?
Onde dever ser construda a UFN III?
3O que o Empreendimento?Curiosidade:
O Brasil consumiu cerca de 28,1 milhes
de toneladas de fertilizantes no ano de
2008. Mas, desde ento, o consumo vem aumentando
cerca de 10% ao ano.
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7Figura 1:Mapa de Localizao da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN) III.
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9A UFN III ser construda com a
tecnologia mais moderna que existe,
fazendo com que seja alcanada a
maior produtividade com o menor
consumo de materiais e energia, e
menos emisses atmosfricas e
efluentes lquidos.
A UFN III ocupar uma rea total
de aproximadamente 965.000 m,
sendo que a rea construda ser de
aproximadamente 667.000 m.
A unidade ser basicamente com-
posta por trs grandes grupos opera-
cionais: os Extra-Muros, On-Site e
Off-Site, os quais sero sintetizados a
seguir, no Quadro 1 e ilustrado na
Figura 2
SETORES SNTESE
ON-SITE
Formado pela Planta de Amnia e Planta de Uria (e Granulao), as duas principais unidades do complexo.
OFF-SITE
Conjunto de unidades auxiliares responsveis pela infraestrutura do complexo industrial, formado por: sistema de cogerao, estao de tratamento de gua, estaes de tratamento de efluentes, gerao de vapor, ar comprimido, sistema de facilidades, sistema de transpor-te, transferncia e armazenagem, entre outros.
EXTRA-MUROS
Ramal externo de gasoduto, para interligao com o GASBOL, o qual ser responsvel por fornecer gs natural ao complexo industrial, produto que ser utilizado tanto para matria prima como gerao de energia do complexo industrial;
Linha de descarte de efluentes gerados na ETDI (Estao de Tratamento de Dejetos Industriais), linha de descarte de guas pluviais no contaminadas e seus respecti-vos pontos de lanamento no rio Paran.
Quais so as principais caractersticasdo empreendimento?
Quadro 1:Sntese dos setores On-Site, Off-Site e Extra-Muros.
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Figura 2:Arranjo geral da UFN III
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A implantao da UFN III ter duas
principais etapas: a construo e a ope-
rao, conforme descrito a seguir.
Construo
A construo da UFN III dever ser
iniciada no primeiro semestre de
2011 e ter durao de aproximada-
mente trs anos e meio.
A construo ser iniciada com a
instalao das reas de apoio, prepa-
ro do terreno e abertura de acessos,
ou seja, servios de estruturao para
efetivamente dar partida s ativida-
des de construo.
No momento de execuo das ativi-
dades de construo, sero construdos
os edifcios e unidades administrativas
e industriais, em seguida sero realiza-
das as montagens eletromecnicas, ou
seja, a montagem das mquinas e equi-
pamentos. Por fim, sero realizadas as
atividades de acabamento, desmobili-
zao das reas de apoio s obras e re-
alizao dos testes dos equipamentos
para dar incio etapa de operao.
Operao
A operao da unidade dever ser
iniciada em meados de 2014. Parte
da amnia e do CO2 (dixido de car-
bono) produzidos sero destinados
comercializao e parte ser utilizada
como insumo para fabricao de
uria granulada na prpria UFN III. A
produo ser direcionada s reas
de armazenagem interna e em segui-
da para rea de escoamento de pro-
duo onde ser realizada a
organizao e transporte da produ-
o para o comrcio.
Considerando as caractersticas e a
dinmica de cada uma das fases de im-
plantao do empreendimento cons-
truo e operao foram realizados
estudos especficos sobre onde, como
e qual a quantidade de gua poderia
ser captada e quais os impactos que
esta captao geraria. Os resultados
dos estudos permitiram definir que
toda a captao de guas ser do
Aqufero Santo Anastcio.
Durante a fase de construo
sero instalados dois poos pioneiros
e, posteriormente, para a fase de
operao, sero instalados 12 poos
para captao de gua. Os estudos
demonstraram ainda que, o volume
de gua a ser captado e utilizado no
compromete a recarga natural do
aqufero e nem as demais captaes
j existentes na regio.
Quais as principais etapasda implantao da UFN III?
Como ser a captao de guapara a implantao da UFN III?
Aqufero uma formao ou grupo de formaes geolgicas que pode armazenar gua subterrnea.
Recarga natural do aqufero o processo que ocorre com a infiltra-o natural da gua pluvial no solo, sendo em seguida armaze-nada no solo ou nas rochas.
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Para a implantao do empreendi-
mento, considerando o volume de
trabalho necessrio, estima-se que
sero necessrios 5.000 trabalhado-
res na fase de construo e 505 tra-
balhadores na fase de operao da
unidade.
Objetivando reduzir ao mximo os
efeitos da implantao do empreen-
dimento sobre o ambiente da regio
onde ele dever ser implantado, a
PETROBRAS adotou uma srie de
aes previstas em projeto para ges-
to adequada dos efluentes, emis-
ses atmosfricas, resduos slidos e
rudos, gerados nas fases de constru-
o e operao do empreendimento.
Gerao de Efluentes
Considerando as diferenas entre
as fases de construo e operao da
UFN III, a PETROBRAS projetou dois
sistemas diferentes de gerenciamen-
to dos efluentes gerados pelo
empreendimento.
Para atender a fase de constru-
o, o empreendedor planejou
duas etapas distintas para a
gesto dos efluentes gerados.
Na fase inicial, de implantao
das reas de apoio as obras e
servios preliminares, foi pro-
posto um sistema de coleta, e
tratamento por tanque spti-
co, filtro biolgico e descarte
por sistema de sumidouros ou
valas infiltrao, devido ao nu-
mero de at 400 trabalhadores
neste perodo.
Com o aumento do nmero de
trabalhadores, at alcanar o
pico das obras, ser instalado
um sistema nico composto
por coletores que direcionaro
todo efluente gerado nas reas
de apoio para uma unidade de
tratamento.
Os efluentes (sanitrios, indus-
triais e guas de drenagem
pluviais contaminadas) gera-
dos durante a fase de opera-
o da UFN III sero tratados
numa unidade de tratamento
complexa, com varias etapas,
com capacidade de tratar as
diferentes cargas e tipos de
efluentes gerados nos proces-
sos operacionais do empreen-
dimento. A unidade de
tratamento contemplar trata-
mento fsico e biolgico, onde
a partir do tipo do efluente
estabelecido em que etapa
cada corrente dever ser dire-
cionada. Nessa fase, os efluen-
Mo de Obra
Quais os cuidados ambientais adotadospara a construo e operao da UFN III?
A unidade de trata-mento proposta
um sistema equiva-lente a uma Estao
de Tratamento de Efluente (ETE) porttil.
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tes tratados sero
encaminhados por linha de
descarte e lanados no rio
Paran. Aps o tratamento, as
guas descartadas estaro em
condies equivalentes ou me-
lhores do que as do rio Paran.
Emisses Atmosfricas
As principais fontes das emisses
atmosfricas sero os equipamentos
e mquinas fixas da fbrica, por isso,
o empreendedor, alm de utilizar
equipamentos como filtros para re-
duo das emisses, tambm insta-
lou diversas chamins em lugares
estratgicos da fbrica.
Para sabermos os possveis impac-
tos das emisses causadas pelas ativi-
dades de produo, foi elaborada
simulao, que demonstrou que
todos os poluentes emitidos apresen-
taro valores mximos bem abaixo
dos valores estabelecidos na legisla-
o pertinente. Alm disso, esses po-
luentes se dispersaro na atmosfera,
sendo que o maior valor observado
para dixido de nitrognio foi de 33,2
g/m3, sendo que o limite legal de 320
g/m3, para um local distante cerca
de 2,7 km da chamin do empreendi-
mento. O odor de amnia gerado di-
minui rapidamente no ambiente, no
possuindo grande alcance.
Figura 3Sistema de tratamen-to de efluentes da fase de operao da UFN III
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Resduos Slidos
Tanto durante a fase de constru-
o quanto durante a fase de opera-
o do empreendimento, a
PETROBRAS priorizar as prticas de
reduo, reciclagem e reutilizao de
resduos. Os resduos gerados sero
coletados seletivamente na fonte,
transportados para local de armaze-
nagem interna, acondicionados tem-
porariamente e transportados at o
local de destinao final. Cada uma
dessas etapas levar em considera-
o as condies estipuladas pela le-
gislao brasileira e pelas
recomendaes da ABNT.
Rudos
Para controle dos nveis dos rudos
gerados, a PETROBRAS adotou aes
estabelecidas em projeto para man-
ter os rudos dentro dos nveis de
conforto estabelecidos pela legisla-
o e normas brasileiras.
As aes estabelecidas para o con-
trole de rudos executadas pela
Figura 4Modelagem de
disperso de gases
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PETROBRAS sero baseadas nos prin-
cpios reduo das emisses na fonte
geradora sempre que possvel, con-
trole no meio quando vivel isolando
as fontes geradoras e controle no in-
dividuo, reduzindo o tempo de expo-
sio do trabalhador e estipulando a
obrigatoriedade do uso de EPI
(Equipamento de Proteo Individual)
nas atividades realizadas.
Vale destacar tambm que na fase
de operao, o complexo industrial
contar com um cinturo verde, va-
riando de 250 a 450 m de largura, no
entorno da planta. Esse cinturo fun-
cionar como isolamento acstico da
unidade industrial, possibilitando a
diminuio da propagao dos rudos
na regio do entorno do
empreendimento.
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O Brasil um dos maiores produ-
tores agrcolas do mundo. O que fez
tambm com que a produo agrco-
la se tornasse muito importante para
a economia nacional. Para manter e
ampliar o atual nvel de produo
para atender ao consumo da popula-
o brasileira e exportar os exceden-
tes, o pas precisa tornar a produo
agrcola brasileira mais eficiente. Para
isso, aumentar o uso de fertilizantes
uma das principais aes. Mas, cerca
de 70% dos insumos agrcolas utiliza-
dos no Brasil so importados. Assim,
a implantao do empreendimento
tem como objetivo a produo de fer-
tilizantes (nitrogenados), insumo fun-
damental para o crescimento da
produtividade agrcola nacional.
Tal fato d ao empreendimento um
carter estratgico no que se refere
melhoria do atendimento do mercado
consumidor do pas, reduzindo a de-
pendncia externa para aquisio deste
importante insumo agrcola.
Com a instalao desse empreen-
dimento a Petrobras visa consolidar
sua posio como fornecedora do
mercado interno, reduzindo, confor-
me indicado anteriormente, o volu-
me de importaes destes insumos.
Deve ser considerado tambm que a
principal matria-prima para fabrica-
o dos fertilizantes o gs natural, e
que o local de implantao do empre-
endimento se encontra prximo ao
ramal do Gasbol (Gasoduto Brasil-
Bolvia) de controle da PETROBRAS,
assim como, das lavouras de cana-de-
acar, fontes de matria-prima para
fabricao de biocombustveis, de-
monstrando a logstica estratgica de
locao do empreendimento.
No processo de implantao do
empreendimento torna-se relevante
destacar tambm algumas das pre-
missas do projeto:
4 Quais as Justificativas para o Empreendimento?
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Implantao de uma planta in-
dustrial mais eficiente poss-
vel, a fim de minimizar o
consumo de gs natural;
Viabilidade atmosfrica, atra-
vs da utilizao de equipa-
mentos que operem gerando
emisses atmosfricas compa-
tveis com os limites da legisla-
o mais rgida no mundo
sobre o assunto;
Viabilidade hdrica, tanto para
captao como para lana-
mento dos efluentes, manten-
do processo operando de
acordo com os padres
estipulados;
Unidade otimizada
energeticamente;
Produo de produtos com
qualidade superior exigida
pelo mercado.
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A definio da rea de Influncia
uma etapa importante do processo
de anlise e determina a abrangncia
dos estudos a serem realizados. No
caso da UFN III, os critrios levaram
em considerao a legislao am-
biental brasileira, as caractersticas
do empreendimento e as caractersti-
cas do ambiente (fsico, bitico e
antrpicos).
Partindo da delimitao de uma
rea que permitiu a satisfatria com-
preenso dos ambientes natural
(fsico-bitico) e antrpico (socioe-
conmico) da regio que ser afetada
de algum modo, foram estabelecidas
trs categorias de reas impactadas,
segundo o tipo de impacto previsto.
So elas:
Para os meios fsico e bitico ter-
restre, foi considerado como a rea
de Influncia Indireta do empreendi-
mento a rea contida em um raio de
10 km do centro da planta da unidade
at a margem direita do rio Paran,
incluindo tambm 5 km de cada lado
da faixa de descarte de efluentes
(Figura 5). Devemos destacar que o
raio de 10 km e a faixa de 5 km so
interrompidos no rio Paran, pois ele
funciona como uma barreira natural
para os efeitos dos impactos identifi-
cados sobre os meio natural
terrestre.
rea de Influncia Indireta (AII)
5 Qual a rea de Influncia do Empreendimento?rea de Influncia:
Espao passvel de ser afetado direta ou
indiretamente pelos impactos provocados pelo empreendimen-to, em suas fases de
projeto, implantao e operao.
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Figura 5Mapa de AII
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Para os meios fsico e bitico aqu-
tico, a rea de Influncia Indireta foi
definida como a rea de 2 km a jusan-
te do ponto de descarte e o trecho
compreendido entre a margem direi-
ta do rio Paran e o centro do canal.
Essa rea foi definida a partir de uma
Modelagem Matemtica de
Disperso de Efluentes (Figura 6).
A Modelagem Matemticautilizada um tipo de simulao desenvolvi-da para tentar prever como ser a disperso de algum tipo de material no ambiente,
Figura 6Modelagem matem-tica de disperso de efluentes descartados no rio Paran.
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Para o meio antrpico, foi consi-
derado como AII todo o territrio
dos municpios de Trs Lagoas e
Brasilndia, conforme Quadro 2, a
seguir:
No caso da UFN III, para a realiza-
o de estudos ambientais mais deta-
lhados e diretos, foi estabelecido
para os trs meios fsico/bitico ter-
restre e socioeconmico, um limite
de 800 metros, sendo 400 metros
para cada lado da faixa de duto e um
crculo de 5 km de raio, com centro
da planta industrial (Figura 7). Para os
meios fsico e bitico aqutico, a rea
de Influncia Direta foi definida como
a rea de 200 metros a jusante do
ponto de descarte, baseada na
Modelagem Matemtica realizada.
Esta a rea afetada pelos impac-
tos nos meios natural (fsico-biti-
co) e antrpico (socioeconmico),
ou seja, a rea diretamente afetada
corresponde aos locais onde sero
realizadas obras (UFN III e faixa do
duto de descarte de gua), alm dos
locais de apoio (canteiros de obras,
etc) Figura 7).
rea de Influncia Direta (AID)
rea Diretamente Afetada (ADA)
Estado Municpio
Mato Grosso do SulTrs Lagoas
Brasilndia
Quadro 2:rea de Influncia Indireta da UFN III
para o meio socioeconmico.
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Figura 7Mapa AID e ADA
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A regio onde se pretende insta-
lar o empreendimento possui clima
tropical de altitude, ou seja, apre-
senta veres quentes e chuvosos e
invernos secos. A temperatura
mdia anual de 23,7C, sendo que
o ms de fevereiro apresenta a
mdia mais alta (aproximadamente
26 C) e o ms de julho apresenta as
mdias mais baixas (aproximada-
mente 19 C). A umidade relativa do
ar mdia anual foi de 69,6%.
Durante o ano, a umidade relativa
mdia permanece entre 60% e 76%.
O estudo dos ventos indica grande
variabilidade de direes. Entretanto,
os ventos oeste e noroeste so os
menos frequentes. H bastante dife-
rena entre os regimes de ventos
diurnos e noturnos. Durante o dia, os
ventos os ventos predominantes so
nordeste e norte. noite, os ven-
tos de sul ganham destaque, segui-
do pelos ventos de sudeste. Esses
padres de vento podem ser espe-
cialmente importantes para facilitar a
disperso de emisses atmosfricas e
reduzir as suas concentraes.
A rea constituda por depsitos
coluviais e que est assentada sobre
os arenitos da Formao Santo
Anastcio. Os solos originados a par-
tir dessas unidades geolgicas so
frgeis, apresentando grande possibi-
lidade de sofrer processos erosivos.
Entretanto, a paisagem apresenta um
relevo suave, dominada pelas colinas
e morros baixos, constitudas por for-
mas de relevo de baixa amplitude (in-
ferior a 100 m) e com baixas
declividades e com topos relativa-
mente planos.
Assim, apesar da fragilidade do
solo, a suavidade do relevo faz com
que sejam reduzidas as chances de
instalao e acelerao de processos
erosivos na rea.
A paisagem do local de instalao
O Ambiente Natural (Meios Fsico e Bitico)O Ambiente Terrestre
6Como o Ambienteda Regio Influenciadapelo Empreendimento?Depsitos ColuvionaisSo acmulos de sedimentos oriundos das encostas, que pode conter areia, silte, argila e cascalhos.
ArenitoSedimentos que possuem o tamanho dos gros de areia.
Processos erosivosou eroso o processo de transporte de sedimento por ao mecnica natural (guas ou ventos) ou humana.
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As Veredas geralmente ocupam os
vales pouco ngremes ou reas pla-
nas. Essa formao apresenta predo-
mnio de espcies arbustivas e
eventuais indivduos de porte
arbreo.
da UFN III caracterizada tambm
por ambientes modificados pelo
homem, onde destacam-se reas de
reflorestamento comercial de
Eucalyptus sp. e reas de pastagem.
Entretanto, na rea atravessada pela
faixa de dutos de gua de descarte,
esto presentes tambm expressivos
remanescentes de florestas nativas,
como Savana Arbrea Densa
(Cerrado), Vereda e Floresta Ciliar
(Figura 8). Os levantamentos realiza-
dos para este estudo indicam que
esta regio apresenta grande diversi-
dade biolgica, principalmente as
formaes de cerrado.
Figura 8Vista erea da regio
da UFN III e as principais formaes
florestais presentes na rea.
Figura 10Mata ciliar nas margens do rio
Paran
Figura 9Cerrado
Cerrado uma formao
florestal natural que, geralmente, ocorre
em terrenos planos, com rvores e
arbustos espaados. Essa formao ocupa
grandes reas no territrio brasileiro.
O Cerrado uma formao flo-
restal do bioma Cerrado. O Cerrado
apresenta rvores com copas que se
emaranham e grande cobertura ar-
brea, sendo maior na estao chu-
vosa e menor na seca (Figura 9). A
altura mdia da camada de rvores
varia entre 8 e 15 metros, proporcio-
nando condies de luminosidade
que favorecem a formao de cama-
das de arbustos e plantas herbceas
no interior da floresta.
As Florestas ou Matas Ciliares en-
globam os tipos de vegetao com
predominncia de espcies arbreas,
que ocupam as reas restritas ao
longo dos cursos dgua de mdio e
grande porte (Figura 10), diferencian-
do-se das matas de galeria que acom-
panham pequenos rios, nascentes e
crregos. Essas formaes so extre-
mamente importantes para a prote-
o dos rios, pois reduz a ocorrncia
de eroses nas margens.
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Alm da importncia ecolgica
para a manuteno da biodiversida-
de, a vegetao nativa da regio apre-
senta algumas espcies que
necessitam de ateno para que pos-
sam sobreviver. So as espcies con-
sideradas como vulnerveis ou
ameaadas de extino (Quadro 3).
Nome Cientfico Nome Popular
Myracrodon urundeuva Aroeira
Ocotea porosa Canela preta
Cedrela odorata Cedro
Anadenanthera macrocarpa Angico
Na regio, foram registradas no es-
tudo 121 espcies vegetais. Na
mesma rea, foram identificadas 194
espcies sendo 8 anfbios, 2 rpteis,
165 aves e 19 mamferos (Figura 11).
Figura 11(A) Rn-manteiga (Leptodactylus ocellatus); (B) Coral-falsa (Oxyrhopus trigemi-nus); (C) tucanuu (Ramphastos toco) e (D) tatu-de-rabo-mole (Cabassous unicinctus).Fonte: HABTEC, 2010
Figura 12Gralha-do-campo (Cyanocorax crista-tellus) espcie que ocorre apenas no Cerrado.Fonte: HABTEC, 2010.
Quadro 3Algumas espcies vegetais consideradas ameaadas de extino que foram registradas na regio onde ser instalada a UFN III
De modo geral os animais obser-
vados na rea de estudo ocorrem
tambm em outras regies do
Brasil. As aves: Tangar (Antilophia
galeata), Gralha-do-campo
(Cyanocorax cristatellus, Figura 12)
e Pula-pula-de-sobrancelha
(Basileuterus leucophrys), so esp-
cies endmicas do Cerrado, ou seja,
no ocorrem em ambientes que
no seja do tipo Cerrado.
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Algumas das espcies da fauna
tambm so registradas na Lista das
Espcies de Fauna Brasileira
Ameaadas de Extino, como mos-
tra o Quadro 4, a seguir:
Na regio, foram identificadas
tambm 4 Unidades de Conservao.
As caractersticas de cada uma delas
so apresentadas no Quadro 5, a se-
guir. J a Figura 13 apresenta a locali-
zao das mesmas.
Categoria/Nome Categoria de Uso rea (ha) Ambiente
Parque Natural Municipal do Pombo Proteo Integral 3.300 Cerrado
rea de Proteo Ambiental de Jupi Uso Sustentvel 184 Cerrado
Reserva Biolgica das Capivaras Proteo Integral 70,7 Cerrado
Reserva Particular do Patrimnio Natural Cisalpina Uso Sustentvel 6.261,75 Cerrado
Espcie Nome PopularCategoria na Lista
de Espcies Ameaadade Extino
Rhea americana Ave- Ema Em perigo
Chrysocyon brachyurus Lobo-guar Quase ameaada
Puma concolor Ona-parda Ameaado de extino
Leopardus tigrinus Gato-do-mato Ameaado de extino
Blastocerus dichotomus Cervo-do-pantanal Vulnervel
Tapirus terrestris Anta Vulnervel
Myrmecophaga tridactyla Tamandu-bandeira Em perigo
Quadro 4Espcies da fauna
consideradas ameaa-das de extino que
foram registradas na regio onde ser
instalada a UFN III
Quadro 5 Caractersticas das
Unidades de Conservao presen-
tes na regio.
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Figura 13Mapa com a localiza-o das UCs
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33
Nas margens dos cursos dgua
esto localizadas as plancies fluviais,
que so reas aplainadas, sujeitas a
inundaes peridicas. A rede de dre-
nagem, que apresenta baixa densida-
de, foi responsvel pelo modelado
dos vales abertos observados.
A UFN III est localizada na Bacia
do rio Paran, mais especificamente
nas subbacias dos crregos Moeda e
gua Limpa, que drenam diretamen-
te para o rio Paran. A rea onde des-
saguam esses crregos est localizada
entre as barragens das UHEs Jupi,
montante, e Porto Primavera, ju-
sante (Figura 14). A instalao dessas
duas hidreltricas motivou o desen-
volvimento de vrios estudos cientfi-
cos na regio, permitindo que hoje
tenhamos um bom conhecimento
sobre a biota aqutica da regio, a
partir de monitoramento contnuo.
Os estudos realizados na regio,
documentam a biodiversidade do
plncton, do bentos e dos peixes e as
mudanas que estes grupos vem
apresentando. Algumas dessas mu-
danas so sazonais e naturais, ou-
tras evidenciam os efeitos das aes
antrpicas, onde destacam-se os des-
pejos de efluentes sem tratamento
adequado, a introduo de espcies
exticas e a sobrepesca.
O Ambiente Aqutico Biodiversidadeou diversidade biolgica refere-se a variedade de vida em uma regio.
Plncton so organismos muito pequenos, que vivem na coluna dgua, sem locomoo eficiente e que s podem ser vistos com o auxlio de microscpio. So organismos extrema-mente importantes, pois servem de alimento para outros organismos maiores, como os peixes.
Bentos so aqueles organis-mos que tem algum tipo de ligao com o fundo do rio ou do reservatrio. Podem viver sobre o fundo se movimentando livremente.
Os eventos sazonaisso aqueles que acontecem de acordo com a mudana das estaes do ano.
A sobrepesca a situao em que a atividade pesqueira de uma espcie ou de uma regio deixa de ser sustentvel, ou seja, quando a quantidade pescada maior do que a capaciade de reposi-o natural dessas espcies no ambiente, levando a reduo do tamanho das populaes.
Espcies exticas so espcies que no so naturais de uma determinada regio e que foram trazidas pelo homem.
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Figura 14Mapa da bacia e localizao do empreendimento
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Os municpios que integram a rea
de Influncia da UFN-III so: Trs
Lagoas e Brasilndia, situados no
Estado do Mato Grosso do Sul. De
acordo com a Estimativa da Populao
do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatstica (IBGE) para o ano de 2009,
a populao da rea de Influncia
Indireta soma 102.031 habitantes
Quadro 5.
Os principais setores econmicos
nos municpios de Trs Lagoas e
Brasilndia so: comrcio e servios,
o industrial e o setor agropecurio.
Nos ltimos anos, esses municpios
vm passando por grandes mudanas
econmicas. As prefeituras passaram a
adotar uma poltica de incentivo fiscal
que, juntamente com a disponibilidade
de energia eltrica das Usinas
Hidreltricas Jupi e Porto Primavera
tornaram a regio muito atraente para
as indstrias. Assim, h perspectiva de
que o nmero de estabelecimentos in-
dustriais continue aumentando e Trs
Lagoas mantenha sua posio estrat-
gica no Eixo do Desenvolvimento
Industrial de Mato Grosso do Sul. J em
Brasilndia, destaca-se a produo de
cermica e de tijolos nas vrias olarias
existentes no municpio.
Especificamente no entorno da
rea onde dever ser construda a
UFN III, as principais atividades eco-
nmicas desenvolvidas so a planta-
o de eucalipto para a produo de
papel celulose e a criao de gado de
corte.
O local onde pretende-se instalar
a UFN III o Distrito Industrial do
Crrego Moeda, criado em maro de
2010 e pertence ao municpio de Trs
Lagoas. Ali, a unidade ser vizinha de
fazendas dedicadas exclusivamente
plantao de eucalipto, da planta in-
dustrial da Fibria/International Paper
onde feita a fabricao de celulo-
se e de papel (Figura 15) e de pro-
priedades rurais, onde h pecuria de
criao e engorda e plantaes para
subsistncia de seus moradores.
uma rea com pouca ocupao popu-
lacional, mas com localizao estrat-
gica por conta da facilidade de acesso
virio atravs da BR-158 e da proximi-
dade com Trs Lagoas.
MUNICPIO NMERO DE HABITANTES
Trs Lagoas 89.400
Brasilndia 12.600
TOTAL 102.031
Meio Socioeconmico
Quadro 5Nmero de habitantes total e por municpio da rea de influncia
Figura 15.Plantao de Eucaliptos prxima rea onde dever ser construda a UFN-IIIFoto: HABTEC.
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38
A forte presena da indstria em
Trs Lagoas tem levado necessidade
de aumentar a qualificao e especiali-
zao da mo de obra local. Para isso, o
desenvolvimento da infraestrutura de
educao tem sido fundamental, com o
aumento da oferta de escolas dos ensi-
nos fundamental e mdio, de cursos de
capacitao e profissionalizantes ofere-
cidos pelas prprias empresas que se
instalam no municpio e pelo Servio
Nacional de Aprendizagem Comercial
(SENAC) e pelo Servio Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) e a ex-
panso da rede de ensino superior, for-
mada atualmente por faculdades
particulares e pelo Campus de Trs
Lagoas da Universidade Federal do
Mato Grosso do Sul (UFMS). Mas, a po-
pulao de Brasilndia tem acesso so-
mente aos ensinos fundamental e
mdio, precisando se deslocar para ou-
tros municpios para continuar os estu-
dos no ensino superior.
Alm da agropecuria j mencio-
nada, outra atividade econmica que
perde espao nos dois municpios da
rea de influncia a pesca profissio-
nal no rio Paran. Isso acontece por-
que, de acordo com os pescadores
locais, o estoque de peixes tem dimi-
nudo, levando-os a buscarem outras
atividades para complementao da
renda, como acompanhar os turistas
que procuram a pesca esportiva nos
ranchos pesqueiros e nas pousadas
situadas ao longo do rio. Outros pes-
cadores optaram por abandonar a
atividade e adotar outras profisses
como a de caseiros. Apenas o munic-
pio de Trs Lagoas conta com uma
entidade de pesca, a Colnia de
Pescadores Z-03, localizada no bairro
de Jupi e que possui cerca de 450
afiliados.
Alm da BR-158, que passa por Trs
Lagoas e Brasilndia e conecta-os a ou-
tros municpios de Mato Grosso do Sul
e aos estados do Par, Mato Grosso,
Gois, So Paulo, Paran, Santa Catarina
e Rio de Grande do Sul, existem outras
duas rodovias federais nos municpios:
a BR-262, que abrange os estados de
Mato Grosso do Sul, So Paulo, Minas
Gerais e Esprito Santo, e a BR-267, que
corta os estados de Mato Grosso do
Sul, So Paulo de Minas Gerais. So vias
com intensa movimentao de cargas e
de passageiros.
Alm do transporte rodovirio, Trs
Lagoas tambm possui transporte fer-
rovirio de cargas, pois abriga um tre-
cho da Malha Oeste a cargo da Amrica
Latina Logstica (ALL), e hidrovirio no
rio Paran, que passa tanto por Trs
Lagoas, quanto por Brasilndia, e onde
predomina o transporte de soja e
derivados.
Figura 16Caminho transpor-
tando eucalipto na BR-158.
Foto: Patrcia Golodne, 2010.
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39
Em Brasilndia, existe uma tribo
indgena, os Ofai, localizada a 9 km
da sede do municpio, e a 40 km da
rea onde ser construda a UFN III
(Figura 19). De acordo com informa-
es disponibilizadas pela FUNAI, na
tribo vivem 100 indivduos de diver-
sas etnias alm dos Ofai, como os
Guarani e os Kaiwo.
Figura 17Embarcaes de pesca prximas Colnia Z-03. Foto: HABTEC.
Figura 18Sede da Colnia Z-03, Jupi, Trs Lagoas.Foto: HABTEC
A Fundao Nacional do ndio (FUNAI) responsvel por administrar e prote-ger as populaes e a cultura indgena no Brasil.
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Figura 19Mapa de Localizao da TI em Relao ao Empreendimento
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Na regio estudada, tambm
foram identificados stios arqueol-
gicos, sendo 49 em Trs Lagoas e 26
em Brasilndia. Estima-se que os s-
tios arqueolgicos encontrados na
rea de influncia sejam da pr-his-
tria ou do perodo pr-colonial.
Prximo ao local de construo da
UFN-III, na margem esquerda do
Crrego Moeda, foi encontrado o
stio arqueolgico crrego Moeda
II, onde foi registrada a ocorrncia
de artefatos lticos, ou seja, ferra-
mentas simples feitas com rochas
lascadas ou polidas.
Nos municpios de Trs Lagoas e
Brasilndia existe uma parcela significa-
tiva da populao que vive direta ou
indiretamente da pesca. Para a maior
parte dos pescadores entrevistados, a
pesca no a nica atividade profissio-
nal exercida, no sendo tambm a prin-
cipal fonte de renda.
Devido presena constante de
turistas interessados em pescar na
regio, muitos pescadores profissio-
nais tambm trabalham como guias,
chamados de piloteiros na regio.
Os pescadores afirmaram que
houve diminuio da quantidade de
peixes na regio nos ltimos anos.
Figura 20Vista area daTerra Indgena Ofai.Foto: Aline Martins.
Figura 21Detalhe da Terra Indgena Ofai (Foto area).Foto: Aline Martins.
Stios arqueolgicosso locais onde se encontram vestgios de ocupao de seres humanos que viveram antes do incio da civilizao atual, como ferramentas de pedra lascada, pinturas, sepulturas, entre outros.
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44
Quando se realiza o cruzamento
das informaes sobre o empreendi-
mento e o ambiente da regio onde
se pretende implant-los, identifi-
cam-se os impactos que podem ser
gerados pelos aspectos das ativida-
des de planejamento, construo e
operao da UFN III.
Os impactos identificados so clas-
sificados segundo os meios e os fato-
res ambientais em que incidem e
critrios definidos por metodologia
especfica para que possam ser ava-
liados e que se identifiquem e se pro-
ponham as medidas e os programas
adequados para cada um desses im-
pactos. No Quadro 6 a seguir, so
apresentadas as formas de classifica-
o desses impactos.
Critrio Definies
QualificaoPositivo quando o impacto resulta na melhoria ambiental.Negativo quando o impacto resulta em perda da qualidade ambiental.
IncidnciaDireta impacto resultante de uma simples relao de causa e efeito.Indireta impacto resultante de uma reao secundria.
Permanncia ou Durao
Temporrio seus efeitos s sero sentidos durante a ao geradora ou durante um horizonte temporal conhecido compatvel com o perodo de durao da atividade.Permanente seus efeitos permanecem mesmo aps cessada a ao geradora, ou aquele cujo horizonte temporal de retorno s condies ambientais previstas sem a ao da atividade seja desconhecido ou de ordem de grandeza superior ao perodo de durao da atividade.Cclico seus efeitos ocorrem de acordo com variaes ambientais associadas sazonalidade.
7 Os Impactos Identificados, as Medidas e os Programas Ambientais PropostosImpacto Ambiental:
Efeito causado no meio ambiente pelas
alteraes provocadas por atividades modificadoras
realizadas pelo homem ou em
consequncia dessas.
Aspectos:Conjunto de aes
relevantes, especficas do empreendimento
em cada etapa (planejamento,
construo e operao).
Meios:Caractersticas fsicas, biolgicas e socioeco-nmicas do ambiente.
Fator Ambiental:Caracterstica do
ambiente impactada pelas atividades em
cada etapa do empreendimento
Quadro 6Critrios para a
avaliao dos impactos da UFN III
(Continua)
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45
Critrio Definies
Momento ou Desencadeamento
Imediato impacto em que os efeitos surgem imediatamen-te aps a ao.Mdio prazo impacto em que efeitos surgem num perodo de tempo aps a ao, porm dentro do perodo de desen-volvimento da atividade.Longo prazo impacto em que efeitos somente podero ser detectados aps o trmino do desenvolvimento das atividades.
Grau de Reversibilidade
Reversvel quando as condies naturais so restabelecidas.Parcialmente reversvel quando as condies originais so parcialmente restabelecidas.Irreversvel quando no so restabelecidas as condies originais.
Abrangncia Espacial
Local seus efeitos se restringem rea de Influncia Direta do empreendimento, composta pela rea do reservatrio, rea de preservao permanente (APP) do reservatrio e aquelas destinadas ao canteiro de obras, bota-fora e reas de emprstimo.Regional seus efeitos incidem sobre a rea de Influncia Indireta (AII) do empreendimento. Para o meio antrpico, a AII engloba os municpios que possuem terras afetadas pelo empreendimento. J para o meio natural, esta rea corres-ponde bacia hidrogrfica do Rio Grande/Turvo.Extra-regional seus efeitos extrapolam a regio correspon-dente rea de Influncia Indireta.
Magnitude
Baixa quando a intensidade da alterao, considerando sua abrangncia espacial e temporal, baixa para o fator am-biental avaliado.Mdia quando a intensidade da alterao, considerando sua abrangncia espacial e temporal, mdia para o fator ambiental avaliado.Alta aquele cuja intensidade da alterao, considerando sua abrangncia espacial e temporal, alta para o fator ambiental avaliado.
Quadro 6Critrios para a avaliao dos impactos da UFN III.(continuao)
Quadro 7Critrios utilizados para avaliao da importncia dos impactos da UFN III.
Medidas:Aes necessrias manuteno da qualidade ambiental e social da rea.
Programas:Transformao de medidas mais complexas em projetos para execu-o, acompanhamen-to e avaliao sistemtica.
A importncia dos impactos, clas-
sificada em pequena, mdia ou gran-
de, definida com base
principalmente nos dois critrios lis-
tados no Quadro 7 a seguir:
Critrio Definies
Cumulatividade Simples impacto que no apresenta interao com outro(s) impacto(s).Cumulativo apresenta algum tipo de interao com outro(s) impacto(s)
Carter Estratgico Estratgico quando incidem sobre um fator ambiental de relevante interesse coletivo ou nacional.No-estratgico quando no incidem sobre tais recursos.
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46
Alm destes critrios gerais, para a
avaliao da importncia, so tam-
bm levados em considerao crit-
rios especficos, como, por exemplo,
perodos crticos (defeso, migrao
de peixes, dentre outros), estado de
conservao e importncia biolgica,
socioeconmica e cultural identifica-
da na rea estudada.
Depois de identificados e avalia-
dos todos os impactos ambientais,
so propostas medidas que tm como
principal objetivo melhorar a qualida-
de ambiental da regio onde ser im-
plantada a UFN III. As medidas so
uma importante ferramenta de ges-
to ambiental, podendo reduzir a
consequncia das alteraes ambien-
tais identificadas. Estas medidas so
classificadas conforme apresentado
no Quadro 8 a seguir.
Com base nessas ferramentas uti-
lizadas, foram identificados os impac-
tos esperados devido ao
planejamento, construo e ope-
rao da UFN III so apresentados a
seguir, juntamente com as medidas
ambientais relacionadas aos impac-
tos ou aos grupos de impactos que
incidem sobre o meio ambiente e a
sociedade.
Do total de impactos, a maioria
inicia-se ou acontece na fase de cons-
truo, o que ressalta a necessidade
do acompanhamento da gesto am-
biental do empreendimento desde o
incio das obras. Outros impactos es-
tendem-se pelas fases de operao
da UFN III e merecem destaque devi-
do necessidade de aes continua-
das ao longo da vida til do
empreendimento. Dentre os impac-
tos identificados, alguns foram consi-
derados positivos e outros avaliados
como negativos. Estes ltimos inci-
dindo principalmente sobre o meio
natural.
Para melhor compreenso, os im-
pactos so listados e descritos em se-
guida, juntamente com as medidas e
os programas propostos para a ade-
quao ambiental do
empreendimento.
Impactos e Medidas Ambientais Associadas
Medida Definies
Mitigadora Quando a ao resulta na preveno ou reduo dos efeitos do impacto ambiental negativo.
Potencializadora Ao que tem como objetivo aumentar as consequncias de um impacto positivo.
CompensatriaQuando a ao objetiva compensar um impacto ambiental negativo e no mitigvel, atravs de melhorias em outro local, dentro ou fora da rea de influncia da atividade.
De controle Ao que objetiva controlar e monitorar os possveis impac-tos e verificar a eficcia;
Quadro 8Classificao das
medidas propostas para os impactos da
UFN III
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47
1. Gerao de expectativa;
2. Interferncias sobre a vegetao;
3. Interferncias sobre a fauna
silvestre;
4. Interferncias sobre reas de
Preservao Permanente (APPs);
5. Interferncia com o patrimnio
histrico e arqueolgico;
6. Interferncia com aquferos;
7. Intensificao dos processos ero-
sivos e de assoreamento;
8. Interferncia e alterao no uso e
ocupao do solo;
9. Alterao da paisagem;
10. Aumento do afluxo populacional;
11. Gerao de empregos;
12. Presso sobre a infraestrutura de
servios essenciais;
13. Incremento das atividades de co-
mrcio e servios;
14. Aumento da receita tributria e
incremento da economia local,
estadual e nacional;
15. Presso sobre a infraestrutura de
disposio final de resduos;
16. Interferncia sobre o cotidiano da
populao (trafego, rudos e
poeira);
17. Presso sobre o trfego
rodovirio;
18. Presso sobre a infraestrutura
rodoviria;
19. Alterao da qualidade da gua
do rio Paran;
20. Alterao da biota aqutica;
21. Alterao da qualidade do ar;
22. Incremento da disponibilidade de
insumos agrcolas no pas;
a) Fase de Planejamento
Componente Ambiental:
Populao da rea de Influncia
Impacto 1 - Gerao de expectativas
A partir do momento em que so
anunciadas localmente as primeiras
intenes para a implantao de um
empreendimento, ainda na sua fase
de estudos, desenvolvem-se vrias
expectativas por parte dos segmen-
tos da sociedade a serem afetados
direta e indiretamente.
Em geral, as expectativas geradas
referem-se principalmente a: (i) gera-
o de empregos, diretos e indiretos,
por parte das populaes da rea de
influncia, influenciando movimen-
tos migratrios da populao pro-
cura de emprego; (ii) recursos
financeiros por parte das prefeituras,
em razo de impostos recolhidos; (iii)
incertezas por parte dos produtores
locais, e; (iv) dvidas em relao a in-
terferncias ambientais nas reas na-
turais e mesmo no espao construdo,
por parte de instituies ambientais e
da populao em geral.
Conforme os critrios expostos
neste RIMA, trata-se de um impacto
negativo de mdia magnitude,
mdia importncia.
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48
Medidas Ambientais Associadas
Esclarecimento da populao e autoridades da rea de influncia.
Capacitao profissional e contrao da mo de obra da rea de influncia.
Desenvolvimento de aes de educao ambiental.
Divulgao das Metas de Capacitao de Trabalhadores da rea de Influncia
Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local.
Programas Ambientais Associados
Programa de Comunicao Social - PCS.
Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.
Programa de Educao Ambiental - PEA.
b) Fase de Construo
Componente Ambiental:
Remanescentes Florestais
Impacto 2 - Interferncias sobre a
vegetao
Na regio onde se pretende insta-
lar a UFN III, so encontrados rema-
nescentes florestais de vegetao
nativa compostos por formaes de
Cerrado e Mata Ciliar com influncia
de Mata Atlntica, alm de reas de
pastagem com indivduos isolados de
espcies nativas e reflorestamentos
comerciais de Eucalyptus sp.
Haver necessidade cortar algu-
mas rvores para a instalao da
planta industrial e do duto de descar-
te de efluentes. O processo de su-
presso de vegetao (remoo da
cobertura vegetal) para as obras ter
efeitos diretos pela perda de algumas
plantas e perda de habitat dos ani-
mais, ou seja, de biodiversidade. As
espcies vegetais que so encontra-
das na rea diretamente afetada tam-
bm tero a dinmica de suas
populaes alterada em funo da
reduo de parte de seu habitat.
Mas, antes de qualquer ao, ser
necessria a solicitao de
Autorizaes de Supresso de
Vegetao junto ao IMASUL.
Este impacto foi classificado como de mdia magnitude e mdia importncia.
Tipo de Vegetao rea (hectare)
Cerrado 0,76
Mata Ciliar 0,93
Veredas 0,87
Reflorestamento comercial 5,51
TOTAL 8,07
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49
Impacto 3 - Interferncias sobre a
fauna silvestre
A planta industrial da Unidade de
Fertilizantes ser construda em uma
rea atualmente ocupada por pasta-
gem e algumas rvores esparsas de
espcies nativas. Assim, pode-se con-
siderar que esta rea pouco impor-
tante para a fauna devido ao estado
de degradao da vegetao natural
pelo uso da rea para pecuria. Mas,
a implantao da faixa do duto de
descarte de efluentes afetar reas
de remanescentes de vegetao na-
tural. Essas reas so importantes ha-
bitats para as espcies da fauna
durante todo o ano, pois o local
onde a fauna se abriga, reproduz e
obtm alimentos. As principais alte-
raes causadas sobre a fauna nesta
rea resultam da supresso de vege-
tao. Assim, ao suprimir vegetao
natural, a fauna associada ter seu
ambiente reduzido. Esse impacto
considerado de baixa magnitude.
Considerando a dimenso da rea
afetada, a durao de seus efeitos e a
capacidade natural das espcies se
de se recuperar, o impacto sobre a
fauna silvestre local apresenta pe-
quena importncia.
Medidas Ambientais Associadas
Recuperao de reas degradadas
Identificao e controle de processos erosivos
Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora
Controle da supresso de vegetao
Programas Ambientais Associados
Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.
Programa de Reposio Florestal.
Programa Ambiental da Construo PAC.
Programa de Controle de Supresso de Vegetao.
Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.
Medidas Ambientais Associadas
Recuperao de reas degradadas
Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora
Controle da supresso de vegetao
Conservao da Fauna Silvestre
Programas Ambientais Associados
Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.
Programa de Reposio Florestal.
Programa Ambiental da Construo PAC.
Programa de Controle de Supresso de Vegetao.
Programa de Conservao da Fauna
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50
Componente Ambiental:
reas Legalmente Protegidas
Impacto 4 - Interferncias sobre
reas de Preservao Permanente
(APPs)
Parte da rea de influncia direta
da UFN III constituem-se de rea de
Preservao Permanente de margem
de rio, do reservatrio da hidreltrica
e de vereda. Assim, devero ocorrer
interferncias com estas reas em al-
guns pontos, como remoo da co-
bertura vegetal e alterao do uso e
ocupao do solo, o que impedir
parcialmente que as mesmas cum-
pram sua funo ambiental.
Quaisquer alteraes das funes de-
senvolvidas por estas reas so consi-
deradas como um impacto negativo.
Ele classificado como de baixa mag-
nitude. Por incidir sobre uma rea le-
galmente protegida, o impacto pode
ser considerado como de mdia
importncia.
Impacto 5 - Interferncias sobre o
patrimnio histrico e arqueolgico
Ao contrrio de grandes empreen-
dimentos, como usinas hidreltricas
e atividades de minerao, o impacto
provocado durante a fase de implan-
tao da Unidade de Fertilizantes
Nitrogenados - UNF III sobre o patri-
mnio histrico e arqueolgico pode
ser considerado relativamente pe-
queno, uma vez que consiste em um
fenmeno restrito rea de interven-
o do empreendimento. Vale ressal-
tar que somente ocorrer impacto se
nestas reas for identificado material
que configure a presena de stios ar-
queolgicos, o que indicaria poten-
cial arqueolgico local. Este potencial
ser confirmado ou no a partir da
realizao de um trabalho de pros-
peco arqueolgica, cujo intuito
localizar e identificar eventuais stios
arqueolgicos. importante ressaltar
que este procedimento est associa-
do fase de Licena de Instalao do
empreendimento (LI), conforme pre-
visto na legislao brasileira.
A magnitude deste impacto pode
ser avaliada como baixa, tendo em
vista a dimenso da rea passvel de
ser afetada pela implantao do
empreendimento.
Levando em considerao a neces-
sidade de preservao de possveis
stios em uma rea de grande interes-
se para a Arqueologia, tendo em vista
a quantidade de stios arqueolgicos
descobertos na regio, bem como a
Medidas Ambientais Associadas
Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora
Recuperao de reas de preservao permanente (APP)
Programas Ambientais Associados
Programa Ambiental da Construo PAC.
Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.
Programa de Reposio Florestal.
-
51
antiguidade destes achados, este im-
pacto classificado como sendo de
alta importncia, visto que, caso seja
descoberto algum vestgio arqueol-
gico na rea, este patrimnio ser
considerado um bem pblico e sua
destruio considerada crime con-
tra o Patrimnio Nacional.
Componente Ambiental:
Ecossistemas Aquticos
Impacto 6 - Interferncias sobre
Aquferos
A regio do empreendimento est
situada sobre o aqufero Bauru, re-
presentado pela Formao Santo
Anastcio, o qual utilizado no muni-
cpio de Trs Lagoas por captaes
formais de poos tubulares profun-
dos e informais de poos rasos do
tipo cacimba.
Apesar da captao de gua para a
implantao da UFN III poder afetar o
nvel do lenol fretico, a quantidade
captada no dever trazer prejuzos
para o abastecimento pblico da re-
gio e nem a futuros empreendimen-
tos que se estabeleam no entorno,
como tambm no dever afetar os
poos j existentes prximos ao em-
preendimento, como o da Fazenda
Mataberi.
Portanto, esse impacto pode ser
classificado como negativo, de baixa
magnitude e de mdia importncia,
devido a probabilidade de interfern-
cias significativas no aqufero Santo
Anastcio ser muito baixa.
Medidas Ambientais Associadas
Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora.
Diagnstico, prospeco e resgate arqueolgico.
Programas Ambientais Associados
Programa Ambiental da Construo PAC.
Programa de Avaliao e Salvamento do Patrimnio Arqueolgico.
Medidas Ambientais Associadas
Manejo do uso das guas subterrneas
Programas Ambientais Associados
Programa de Monitoramento das guas Subterrneas PMAS.
-
52
Componente Ambiental:
Solo, Usos e Paisagem Dominante
Impacto 7 - Intensificao dos proces-
sos erosivos e de assoreamento
Os processos erosivos na fase de im-
plantao deste empreendimento so
predominantemente causados pelo es-
coamento das guas pluviais, mais es-
pecificamente, os processos erosivos
pluviais, envolvendo a desagregao, a
remoo e o transporte das partculas
de material terroso pela ao das guas
de chuva e seu escoamento em super-
fcie e subsuperfcie. Estes processos
podem ser intensificados pela retirada
da vegetao e pela movimentao de
maquinrio.
Contudo, os trabalhos de terraple-
nagem sero simples, de pequena
magnitude, devido baixa declividade
do terreno, no envolvendo a forma-
o de grandes taludes com declivida-
des acentuadas.
Portanto, esse impacto pode ser
classificado como de baixa magnitude
e importncia pequena, devido s ca-
ractersticas topogrficas e dos solos da
regio e do tipo de interveno do
empreendimento.
Impacto 8 Interferncia e altera-
o no uso e ocupao do solo
A implantao do empreendimento
se dar em rea rural, em parcela da
Fazenda Mateberi, localizada no munic-
pio de Trs Lagoas. A interferncia com o
uso do solo ocorrer a partir da fase de
construo da Unidade, persistindo tam-
bm durante a fase de operao.
A implantao do empreendimento
causar alterao no uso do solo, pois
est prevista a construo de facilidades
em uma rea til de 67 hectares, alm de
uma rea prevista para futura ampliao,
com 30 hectares, totalizando 97 hectares.
Desta forma, a unidade industrial ocupa-
r 12% da rea da Fazenda Mateberi.
Trata-se de um impacto de baixa
magnitude e considerado de peque-
na importncia.
Impacto 9 - Alteraes na paisagem
As intervenes promovidas durante a
implantao da Unidade de Fertilizantes
Nitrogenados - UNF III, no municpio de Trs
Lagoas, afetaro a paisagem local porque
para que o empreendimento opere regu-
larmente ser necessria a construo de
diversas estruturas.
Medidas Ambientais Associadas
Recuperao de reas degradadas
Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora
Identificao e controle de processos erosivos
Programas Ambientais Associados
Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.
Programa de Reposio Florestal.
Programa Ambiental da Construo PAC.
Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.
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53
Componente Ambiental:
Sociedade, Populaes e Infra-Estrutura
Pblica
Impacto 10 - Aumento do afluxo
populacional
A implantao da Unidade, no mu-
nicpio de Trs Lagoas, poder gerar
um aumento do afluxo populacional
induzido pela abertura de novos pos-
tos de trabalho, principalmente na
fase de construo, onde a oferta de
empregos ser maior (est prevista a
contratao de 5.000 trabalhadores
na fase de construo e 505, na fase
de operao). Cabe acrescentar que
no municpio de Brasilndia, ser im-
plantado o alojamento para 15% dos
trabalhadores e no municpio de Trs
Lagoas alojamento para 85% dos tra-
balhadores. Sendo assim, ambos os
municpios podero sofrer um au-
mento do contingente populacional.
Espera-se que, para cada posto de
trabalho oferecido cuja mo de obra
no possa ser contratada localmente,
afluam para o municpio um nmero
maior de pessoas, na proporo de
trs para um, tendo em vista a possi-
bilidade de alguns trabalhadores
virem acompanhados de seus fami-
liares e a expectativa gerada por ou-
tros trabalhadores de serem
absorvidos como mo-de-obra.
O impacto ambiental resultante
pode ser considerado de alta magni-
tude e de grande importncia, devi-
do as consequncias relacionadas
presso sobre a infraestrutura
urbana.
Embora seja considerado um dos ele-
mentos mais subjetivos analisados numa
avaliao de impactos ambientais, a pai-
sagem vem sendo reconhecida como um
importante fator ambiental, que pode
contribuir para a qualidade de vida das
pessoas e atrair investimentos, contri-
buindo, desta forma, para o desenvolvi-
mento regional.
Embora as condies ambientais an-
teriores no se restabeleam, o empre-
endimento ir interferir em uma rea
com baixa ocupao antrpica, onde no
foi constatada a utilizao da rea para o
desenvolvimento de atividades de turis-
mo ou lazer. Dessa forma, sua magnitude
foi avaliada como baixa e a importncia
pequena.
Medidas Ambientais Associadas
Recuperao de reas degradadas.
Planejamento da localizao de canteiros de obras e reas de emprstimo e bota-fora.
Identificao e controle de processos erosivos.
Programas Ambientais Associados
Programa de Recuperao de reas Degradadas PRAD.
Programa de Reposio Florestal.
Programa Ambiental da Construo PAC.
Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.
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54
Impacto 11 - Gerao de empregos
Na fase de implantao da
Unidade, ser necessria a contrata-
o de diversos empregados, envol-
vendo, principalmente, profissionais
nacionais. A mo de obra no espe-
cializada ser recrutada preferencial-
mente nos municpios da rea de
Influncia Indireta e localidades pr-
ximas a esta regio.
Nesta fase, est prevista a necessi-
dade de contratao de cerca de
5.000 trabalhadores. Porm, esta ne-
cessidade ser temporria e restrita
fase de implantao. J na fase de
operao, est prevista a gerao de
aproximadamente 505 postos de
trabalho.
Na fase de operao parte dos
equipamentos das Unidades ser
operada de forma automatizada, re-
duzindo com isso a demanda de mo-
de-obra e exposio dos trabalhadores
em reas de risco. Assim, o contin-
gente de mo-de-obra ser de aproxi-
madamente 505 trabalhadores no
total entre, funes administrativas,
tcnicas e operacionais.
Preferencialmente esse nmero de
trabalhadores ser recrutado nas co-
munidades prximas ao empreendi-
mento. Cabe acrescentar que 380
postos de trabalho sero ocupados
por trabalhadores que pertencem ao
corpo de empregados da Petrobras.
Alm dos empregos diretos, sero
gerados, tanto na fase de construo
quanto na de operao, diversos em-
pregos indiretos. O nmero de postos
de trabalho gerados indiretamente
ser decorrente de vrios aspectos
relacionados aquisio de bens e
servios.
importante frisar que estes pos-
tos de trabalho devero estar con-
centrados nos municpios de Trs
Lagoas e Brasilndia e entorno, onde
esto localizadas as empresas de
apoio logstico ao empreendimento e
onde ser instalado o alojamento dos
trabalhadores. Assim, este impacto
foi avaliado como de mdia magnitu-
de e de grande importncia.
Medidas Ambientais Associadas
Estabelecimento de metas de capacitao de trabalhadores na rea de influncia.
Estabelecimento de parcerias para incremento da infraestrutura rodoviria e de servios essenciais.
Desenvolvimento de aes de educao ambiental.
Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local.
Capacitao profissional e contrao da mo de obra da rea de influncia.
Programas Ambientais Associados
Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.
Plano Ambiental da Construo PAC.
Programa de Educao Ambiental - PEA.
Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.
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55
Impacto 12 - Presso sobre a infra-
estrutura de servios essenciais
As atividades de implantao da
Unidade no municpio de Trs Lagoas
podero gerar um aumento na deman-
da de alguns servios urbanos como os
de educao, rede de saneamento b-
sico, coleta de resduos, sade e segu-
rana nos municpios da AII (Trs Lagoas
e Brasilndia). Este aumento decorre
do afluxo populacional induzido pela
abertura de novos postos de trabalho e
gerao de expectativas. Ainda que
temporrio, ocorrer majoritariamente
na fase de implantao da Unidade.
Considerando as caractersticas da
infraestrutura disponvel nos munic-
pios, nos servios referentes sade
pblica e ao saneamento bsico, es-
perada uma presso, uma vez que
estes servios j se apresentam ina-
dequados para o suprimento das ne-
cessidades da populao nos
municpios pertencentes a rea de
Influncia Indireta, principalmente
em Brasilndia. O impacto ambiental
resultante pode ser considerado
como de alta magnitude e de grande
importncia.
Impacto 13 - Incremento das ativi-
dades de comrcio e servios
A fase de implantao do empre-
endimento dever provocar afluncia
de pessoas, envolvidas de alguma
forma com as atividades, para os mu-
nicpios da rea de Influncia Indireta,
de maneira intensificada durante a
fase de construo e de forma menos
intensa durante a operao. Assim,
tal afluncia, ainda que de forma di-
ferenciada, ocorrer ao longo de toda
Medidas Ambientais Associadas
Estabelecimento de metas de capacitao de trabalhadores na rea de influncia.
Capacitao profissional e contrao da mo de obra da rea de influncia
Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local
Programas Ambientais Associados
Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.
Medidas Ambientais Associadas
Estabelecimento de metas de capacitao de trabalhadores na rea de influncia
Desenvolvimento de aes de educao ambiental
Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local
Estabelecimento de parcerias para incremento da infraestrutura rodoviria e de servios essenciais.
Programas Ambientais Associados
Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.
Programa de Educao Ambiental - PEA.
Plano Ambiental da Construo PAC.
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56
a vida til do empreendimento.
Em decorrncia deste afluxo de
profissionais, esperado um aumen-
to da dinamizao das atividades de
comrcio e servios ofertadas nesta
regio, especialmente no que se refe-
re aos setores de hotelaria, alimenta-
o, lazer, transportes, servios
pblicos e outros.
Este impacto foi considerado posi-
tivo, de mdia magnitude e de gran-
de importncia.
Impacto 14 - Aumento da receita
tributria e incremento da econo-
mia local, estadual e nacional
Com o incio das atividades de
construo e operao da unidade,
ser necessrio adquirir diversos ma-
teriais, insumos e equipamentos, o
que implicar num aumento na arre-
cadao tributria, tanto local quanto
regional, assim como num aumento
da massa salarial no mbito do muni-
cpio onde ser realizada a obra de
implantao.
Haver tambm um fortalecimen-
to das atividades voltadas para a pro-
duo e distribuio de fertilizantes
no Estado de Mato Grosso do Sul.
Este impacto foi considerado posi-
tivo, de mdia magnitude e de gran-
de importncia.
Impacto 15 - Presso sobre a infra-
estrutura de disposio final de
resduos
Na fase de implantao do empre-
endimento, poder ocorrer presso
sobre a infraestrutura de disposio
final de resduos provenientes dos
canteiros de obras.
Estes canteiros contaro, pelo
menos, com escritrios de projetos e
administrao, banheiros, refeitrios,
ambulatrio, oficina, veculos de
Medidas Ambientais Associadas
Controle da contratao e desmobilizao de pessoal frente s variaes na dinmica demogrfica local
Aes de desenvolvimento dos fornecedores da rea de influncia (setor de comrcio e servios - empreendedorismo)
Programas Ambientais Associados
Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.
Programa de Apoio ao Empreendedorismo.
Medidas Ambientais Associadas
Capacitao profissional e contrao da mo de obra da rea de influncia.
Aes de fortalecimento dos fornecedores da rea de influncia (setor de comr-cio e servios - empreendedorismo).
Programas Ambientais Associados
Programa de Capacitao, Mobilizao e Desmobilizao da Mo de Obra.
Programa de Apoio ao Empreendedorismo.
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57
abastecimento, estoque de ferra-
mentas, combustvel e peas de repo-
sio dos equipamentos, dentre
outros.
Todos os resduos gerados nos
canteiros de obra, ptios de estoca-
gem de equipamentos e veculos,
assim como nas reas de administra-
o e coordenao, sero coletados,
segregados, acondicionados e arma-
zenados para posterior destinao
final adequada. Esse descarte obede-
cer aos critrios do Plano de
Gerenciamento de Resduos (PGR),
que dever ser aplicado a todas as
fases do empreendimento e de aten-
dimento compulsrio a todas as em-
preiteiras contratas e servidores que
estaro vinculados obra.
Este impacto ambiental caracteri-
za-se como negativo, de alta magni-
tude e de grande importncia, tendo
em vista que o aterro sanitrio do
municpio de Trs Lagoas possui so-
mente mais 10 anos de vida til e que
este impacto continuar na fase de
operao do empreendimento.
Impacto 16 - Interferncia sobre o
cotidiano da populao
Durante as obras de implantao
do empreendimento, ser necessria
a movimentao de equipamentos
pesados e materiais diversos, assim
como o transporte de trabalhadores,
intensificando o trfego local. Sero
gerados, ainda, rudos pelas mqui-
nas e equipamentos utilizados nas
atividades, assim como poeira gerada
nos trabalhos de movimentao de
terra.
A rea da planta dista cerca de 25 km
do permetro urbano de Trs Lagoas.
No existem nas proximidades aglo-
meraes de pessoas; h somente
propriedades rurais de grandes ex-
tenses, em geral de posse de apenas
um proprietrio. As instalaes resi-
denciais encontradas correspondem
s residncias de empregados das
propriedades que, em sua maioria,
vivem com as famlias, e s sedes das
propriedades rurais. Assim, este im-
pacto de natureza negativa, de
mdia magnitude e de mdia
importncia.
Medidas Ambientais Associadas
Gerenciamento de resduos slidos.
Capacitao ambiental de trabalhadores.
Programas Ambientais Associados
Programa de Controle da Poluio PCP.
Programa de Educao Ambiental - PEA.
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58
Impacto 17 Presso sobre o trfe-
go rodovirio
Na fase de implantao do empre-
endimento, possvel prever a ocor-
rncia de interferncias rodovirias
entre os municpios da rea de
Influncia Indireta e os locais de aqui-
sio de insumos e de equipamentos
e destinao final de resduos, por
causa do aumento da circulao de
veculos de carga utilizados para
transportar os materiais.
Com a entrada em operao da
Unidade, possvel prever a ocorrn-
cia de interferncias rodovirias no
trecho situado entre esta e os locais
de destino dos produtos denomina-
dos como fertilizantes, devido ao au-
mento da circulao de veculos de
carga. A entrega destes produtos ser
realizada atravs de carregamento
por caminhes e possivelmente por
ferrovias.
A estrutura que ser utilizada pelo
empreendedor prev a circulao
dos caminhes em horrio de menor
fluxo de veculos, como forma de mi-
nimizar possveis transtornos. Ainda
assim, este um impacto ambiental
considerado negativo, de mdia
magnitude e de mdia importncia.
Medidas Ambientais Associadas
Esclarecimento da populao e autoridades da rea de influncia.
Desenvolvimento de aes de educao ambiental.
Umedecimento do terreno.
Utilizao das rodovias locais fora dos perodos de pico
Implantao de sinalizao e redutores de velocidade.
Construo de acessos de acordo com a realidade local em atendimento s normas brasileiras e reconstruo de vias existentes
Programas Ambientais Associados
Programa de Comunicao Social - PCS.
Programa de Educao Ambiental - PEA.
Programa Ambiental da Construo PAC.
Medidas Ambientais Associadas
Esclarecimento da populao e autoridades da rea de influncia.
Utilizao das rodovias locais fora dos perodos de pico.
Estabelecimento de parcerias para incremento da infraestrutura rodoviria e de servios essenciais.
Programas Ambientais Associados
Programa de Comunicao Social - PCS.
Programa Ambiental da Construo PAC.
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59
Fator Ambiental:
Infraestrutura rodoviria
Impacto 18 - Presso sobre a infra-
estrutura rodoviria
Na fase de implantao do empre-
endimento, ser necessrio o trans-
porte de diversos materiais
construtivos e dutos, assim como o
transporte de mo-de-obra para o
local do empreendimento, ocasio-
nando presso sobre a infraestrutura
rodoviria. Na fase de operao do
empreendimento, esta presso conti-
nuar, ainda que em menor escala,
em funo do transporte de produtos
gerados na fbrica, de resduos sli-
dos para destinao final e de empre-
gados, sendo representado por
veculos pesados e leves. Deve-se
tambm esperar um aumento desta
presso medida que se aproxima do
local do empreendimento, por se tra-
tar de estradas que requerem uma
maior manuteno.
A presso exercida na infraestru-
tura viria pelo aumento do trfego e
a presena de transporte de equipa-
mentos de grande porte podero
causar danos infraestrutura viria
local e regional. Desta forma, consi-
derando que alguns trechos das ro-
dovias que do acesso ao
empreendimento esto em bom es-
tado de conservao, enquanto ou-
tros trechos possuem um
asfaltamento precrio, este impacto
ambiental considerado negativo,
de mdia magnitude e de mdia
importncia.
Fase de Operao
Componente Ambiental:
Ecossistemas Aquticos
Impacto 19 - Alterao da qualidade
da gua do rio Paran
As alteraes na qualidade da
gua e do sedimento causadas pela
operao da fbrica de fertilizantes
esto ligadas, principalmente, ao lan-
amento de efluente domstico e in-
dustrial no rio Paran.
Os efluentes sanitrios gerados
pelo empreendimento so caracteri-
zados pelas guas oriundas de vasos
sanitrios (gua negra), banheiros, la-
vanderias e cozinha (gua cinza ou
cinzenta). J os efluentes industriais
so compostos basicamente por re-
jeitos oriundos da planta de uria, la-
vagem de tanques e piso, bem como
Medidas Ambientais Associadas
Estabelecimento de parcerias para incremento da infraestrutura rodoviria e de servios essenciais
Implantao de sinalizao e redutores de velocidade
Construo de acessos de acordo com a realidade local em atendimento s normas brasileiras e reconstruo de vias existentes
Programas Ambientais Associados
Programa Ambiental da Construo PAC.
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60
resduos oleosos, que porventura
podem estar contaminados com ou-
tros tipos de substncias. Estes
efluentes gerados na planta devero
ser encaminhos para uma estao de
tratamento, que dever garantir que
os descartes estejam dentro dos limi-
tes estabelecidos pela Resoluo
CONAMA no 357/05.
Este impacto pode ser considera-
do como negativo, de baixa magni-
tude e pequena importncia.
Impacto 20 - Interferncias sobre a
biota aqutica
Durante a fase de operao da
UFN III, em consequncia do descarte
de efluentes lquidos advindos das
instalaes sanitrias, cozinha e dos
processos operacionais da prpria
unidade, sero observadas, ao menos
pontualmente, alteraes na biota
aqutica (plncton, bentos e ictiofau-
na) do rio Paran.
O lanamento desses efluentes,
mesmo aps tratamento prvio, con-
tribuir para o aumento dos nveis de
matria orgnica no rio e, consequen-
temente, para o aumento da
turbidez.
Contudo, na interpretao desse
impacto, deve-se levar em considera-
o que a qualidade da gua muda ao
longo do ano, devido a fatores clim-
ticos, e, medida que as guas do rio
se distanciam do ponto de lanamen-
to de efluentes e/ou da contamina-
o, a qualidade melhora devido
capacidade de autodepurao do
prprios rio e devido diluio dos
contaminantes pelo recebimento de
melhor qualidade de seus afluentes.
Portanto, o impacto causado pelo
descarte de efluentes sobre a biota
aqutica (plncton, bentos e ictiofau-
na) foi considerado negativo, de
baixa magnitude e pequena impor-
tncia, uma vez que tais efluentes so-
mente podero ser lanados no corpo
hdrico aps o devido tratamento e
enquadramento na legislao vigente
(Resoluo CONAMA n357/2005).
Medidas Ambientais Associadas
Gerenciamento de efluentes lquidos.
Identificao e controle de processos erosivos.
Acompanhamento das alteraes limnolgicas.
Programas Ambientais Associados
Programa de Controle da Poluio PCP.
Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.
Programa de Monitoramento Limnolgico.
CONAMAConselho Nacional de
Meio Ambiente.
-
61
Componente Ambiental:
Sociedade e Economia
Impacto 21 - Alterao da qualidade
do ar
A movimentao de maquinrio e
veculos e as queimas geradas por
motores a combusto so alguns dos
aspectos capazes de causar modifica-
es na qualidade do ar durante a
fase de construo da UFN III. Mas, as
alteraes mais importantes podero
ser notadas durante a fase de opera-
o, por causa da queima de alguns
gases e liberao de outros durantes
os processos produtivos.
A fbrica ter trs equipamentos
para queimar hidrocarbonetos e
amnia coletados da fuga de vlvu-
las, selos e tanques de estocagem, de
forma que as emisses desses produ-
tos sero igualmente de pequenas
quantidades. Mas, para sabermos a
quantidade de gases escapariam e
que direo eles tomariam na atmos-
fera, foi feita a modelagem do impac-
to da disperso atmosfrica das
emisses dos poluentes regulamen-
tados pela Resoluo CONAMA no
3/1990, isto , dos xidos de nitrog-
nio (NOx), como dixido de nitrognio
(NO2), dos xidos de enxofre (SOx)
como dixido de enxofre (SO2), de
material particulado total (PMT), de
monxido de carbono (CO) e dos po-
luentes no regulamentados hidro-
carbonetos totais (HCT) e amnia
(NH3).
Este impacto foi avaliado como ne-
gativo, de magnitude baixa, de baixa
importncia.
Impacto 22 Incremento da disponi-
bilidade de insumos agrcolas no Pas
De acordo com levantamento de
dados realizado pela Petrobras, cerca
de 70% dos insumos agrcolas utiliza-
dos no Brasil provem de importa-
es. Considerando a alta relevncia
da produo agrcola na economia
nacional e na balana de exporta-
es, aliada ao recente investimento
em biocombustveis, o aumento da
autonomia brasileira na produo
Medidas Ambientais Associadas
Gerenciamento de efluentes lquidos.
Acompanhamento das alteraes na biota aqutica.
Identificao e controle de processos erosivos.
Programas Ambientais Associados
Programa de Controle da Poluio PCP.
Programa de Monitoramento Limnolgico.
Programa de Controle de Processos Erosivos PCPE.
Medidas Ambientais Associadas
Gerenciamento das emisses atmosfricas
Programas Ambientais Associados
Programa de Controle da Poluio PCP.
-
62
destes insumos tem se tornado uma
meta nacional. Deste modo, o produ-
to gerado pela UFN III incrementar o
fornecimento de fertilizantes utiliza-
dos na produo agrcola das regies
sudeste e centro-oeste do pas,
principalmente.
Devido a estas caractersticas rela-
cionadas ao aumento da disponibili-
dade de fertilizantes utilizados na
produo agrcola nacional, este
um impacto positivo, de alta magni-
tude e grande importncia.
Em sntese, foram identificados e
avaliados para este empreendimento
22 impactos, dos quais 7 so referen-
tes ao meio natural (fsico e bitico) e
15, ao meio socioeconmico. A gran-
de maioria inicia-se na fase de cons-
truo do empreendimento, o que
ressalta a necessidade do acompa-
nhamento da gesto ambiental do
empreendimento desde o incio das
obras. Contudo, muitos se mantm
durante a fase de operao e mere-
cem destaque devido necessidade
de aes continuadas ao longo da
vida til do empreendimento.
Dentre os 22 impactos identifica-
dos, 4 foram considerados positivos,
que se referem especialmente gera-
o de empregos, s atividades de co-
mrcio e servios e consequente
incremento da economia municipal e
regional, e ao incremento de insumos
agrcolas no pas. Os outros 18 impac-
tos foram avaliados como negativos,
incidindo principalmente sobre o
meio natural, no qual, dos oito im-
pactos identificados, todos apresen-
taram qualificao negativa.
A gerao de empregos, especial-
mente na fase de construo, desenca-
deia um processo caracterizado por
uma induo positiva: o incremento
das atividades de comrcio e servios e
o aumento na gerao de tributos ala-
vancam o desenvolvimento da econo-
mia como um todo. O desenvolvimento
da economia, por sua vez, incentivado
pela gerao de empregos e pelo au-
mento de arrecadao impostos, propi-
cia condies para o incremento das
atividades de comrcio e servios.
Com relao intensidade das al-
teraes, observa-se que a maioria
dos impactos incidentes no meio fsi-
co-bitico foi classificada como de
baixa magnitude e pequena impor-
tncia (Figura 22). No meio socioeco-
nmico, os impactos positivos so
todos de grande importncia, e de
magnitude que varia de mdia a alta.
Para os negativos, verificou-se um
equilbrio entre baixa e mdia magni-
tude e pequena e mdia
importncia.
Assim, pode-se concluir que a
maioria dos impactos provoca altera-
o mediana nos respectivos fatores
ambientais afetados. J a importn-
cia de diversos impactos est relacio-
nada, por sua vez, ao carter
estratgico de alguns setores da eco-
nomia, sensibilidade dos ecossiste-
mas terrestres e respectivas
comunidades associadas e forte in-
terao e interdependncia entre os
fatores ambientais.
-
63
Qualquer tomada de deciso, rela-
tiva ao desenvolvimento sustentvel
e compatibilizao do empreendi-
mento com o meio ambiente, depen-
de da proposio de medidas de
mitigao, compensao e controle
para os impactos negativos e poten-
cializadoras para os positivos com
baixo grau de significncia. Assim,
com o objetivo de contribuir para a
viabilidade ambiental deste empre-
endimento, foram propostas 26 me-
didas, relacionadas aos impactos
negativos e positivos identificados e
avaliados neste Estudo, sendo 14 mi-
tigadoras, 7 de controle, 2 com ca-
ractersticas mitigadora e
potencializadora, 1 estritamente po-
tencializadora e 2 compensatrias.
Alm das medias, foram propostos 16
programas ambientais. Estes
Programas devero fazer parte de um
Sistema de Gesto Ambiental (SGA),
a ser descrito no PBA (Projeto Bsico
Ambiental), o que dever acontecer
aps o empreendimento o obter a
Licena Prvia.
O Sistema de Gesto Ambiental
tem como objetivo geral estabelecer
mecanismos eficientes que permitam
Figura 22Proporo de impac-tos positivos e negativos, de grande, mdia e pequena importncia e de alta, mdia e baixa magnitude, no conjunto de impactos identificados.
Importncia
Meio Fsico-Bitico (100% dos impactos negativos)
Meio Socioeconmico
Importncia
Impactos Negativos Impactos Positivos
Importncia
Magnitude
Magnitude
Magnitude
-
64
a execuo e o controle das medidas
propostas e demais aes integrantes
dos programas ambientais, tendo
como principais metas acompanhar
as atividades, o cumprimento do cro-
nograma e a qualidade de todos os
planos e programas ambientais, que
sero desenvolvidos para o
empreendimento.
Quanto a anlise dos riscos do em-
preendimento proposto, foi realizado
estudo especfico para avaliar os
eventos capazes de causar danos s
pessoas prximas das instalaes da
UFN III. Os resultados mostraram
que, considerando os modelos mate-
mticos, condies de processo, ca-
ractersticas da regio e limites de
efeitos avaliados, no h indicao de
efeitos sobre reas residenciais ou