Download - Revista Passear Versão Gratuita Nº30
passearNº. 30 . Ano III . 2013 . PVP: 2 € (IVA incluído)
DescobrirPonta dos Corvos
CAMINHADASEscritas na Água
Viana do AlentejoPelas terras de Arouca
Sugestões de Natal
sente a natureza
Registada na Entidade Reguladorapara a Comunicação Socialsob o nº. 125 987
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Capa Fotografia
Artigo Descobrir Ponta dos Corvos
(pág. 70)
Correspondência - P. O. Box 242656-909 Ericeira - PortugalTel. +351 261 867 063www.lobodomar.net
Director Vasco Melo GonçalvesEditor Lobo do MarResponsável editorial Vasco Melo GonçalvesColaboradores Catarina Gonçalves, Luisa Gonçalves....
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Património um bem exclusivoA recente Feira do Património, organizada pela Spira trouxe à discussão, entre outros temas, o papel do Património como fator de desenvolvimento do turismo cultural. Foi muito interessante observar as diferentes perspetivas de como o Património (material e imaterial) é encarado como fator de desenvolvimento económico de uma região/país e, como essa mesma forma de encarar, reflete o estágio cultural do mesmo. Uma das ideias que retive foi transmitida por Rui Mateus na qual alertava que, uma pedra (entenda-se por património edificado) só por si não tem qualquer valor. O que lhe dá valor é a vivência/experiências que as pessoas têm ao visitá-la. Penso que a conjugação da visitação com as realidades imateriais da região, associadas ainda à gastronomia terão um impacto tão forte sobre o turista que lhe provocarão a sensação de uma vivência única e distinta.Este trabalho de proporcionar momentos únicos é árduo e teremos de o fazer em conjunto, de forma consistente mas, com uma definição rigorosa de quem pretendemos atrair/conquistar.
Bons passeios
Sumário
04 ASSINATURA Especial Natal06 Atualidades14 Novo Código da Estrada18 Sugestões de Natal24 Destino: Concelho de Reguengos de Monsaraz34 Destino: Concelho de Viana do Alentejo42 Crónica: Uma semana ao ritmo da bicicleta48 Crónica: Monte Perdido Extrem III58 Caminhada Pequena Rota: Pelas terras de Arouca70 Destino: Ponta dos Corvos80 Falcoaria
24Edição Nº.30
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assinatura CAMPANHA especial de Natal
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Boas leituras e bons passeios para 2014.
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Formação para Guias Peregrinos Esta formação vai ter lugar na Sede da Associação de Amigos dos Caminhos de Fátima no Porto da Luz (Alenquer).Começa na sexta-feira dia 15 de Novembro, pelas 19:00 e termina domingo 17 de Novembro pelas 18:00. Esta formação é essencialmente prática e aborda detalhadamente a organi-zação das peregrinações pelos campos: Logística, GPS, navegação, organização da mochila, condução do grupo, gestão de esforço, motivação pessoal, organização das dormidas, respeito pela natureza, manutenção do caminho, primeiros socorros e suporte básico de vida, evacuações, alimentação, gestão de inscrições, preparação física antes da peregrinação, chegada aos Santuários, dimensão pessoal, dimensão comunitária e paroquial, dimensão religiosa.Cada participante deve trazer o kit completo de peregrino com mochila. http://www.caminho.com.pt/mochila.htmlO valor da formação é €70 e que serão utilizados para cobrir os custos de alimentação e o valor restante serve para angariar fundos para equipar o Albergue Porto da LuzEsta formação está limitada a vinte alunos (Guias)Podem fazer a inscrição: http://www.caminho.com.pt/guias.html
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SeminárioTURISMO E PATRIMÓNIO CULTUR-AL: OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Na Casa Artes, Porto, de 14 a 15 No-vembro numa iniciativa da Pporto-dosmuseus.pt, Fundação da Juven-tude e Direcção Regional de Cultura do Norte.ProgramaPainel I – Equipamentos Culturais: Museus, Monumentos e SítiosPainel II – Eventos com raiz no PatrimónioPainel III – Touring CulturalPainel IV – Tradições e MemóriaInscrição: 10€ | Formulário de ins-crição disponível onlineContacto: [email protected]
Lançamento da aplicação interativa Mediterranean BirdsO projeto Mediteraves, financiado pelo programa Leonardo da Vinci, e que tem como objetivo promover o turismo sustentável de birdwatching nas áreas da Rede Natura 2000, está prestes a dar um salto gigante. Uma nova aplicação para smartphones (androide) está agora disponível on-line, dirigida a turistas e interessados em observação de aves. Com esta aplicação, é possível planear viagens de observação de aves, usando ma-pas interativos, listas de espécies, e outras informações disponíveis para todas as Áreas Importantes para as Aves (IBA – Important Bird Areas) de Portugal, Espanha, Grécia e Chipre – países parceiros do projeto. Descarregar aplicação: https://play.goog le.com/store/apps/details?id=com.rai.iberianbirdsukFonte: SPEA
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es 16.ª Festa da vinha e do vinho
Consciente da importância da vinha e do vinho na história, geografia e economia do conce-lho, e da região, o Município de Arruda dos Vinhos, em colabo-ração com diversas entidades do Concelho, organiza desde 1998 a Festa da Vinha e do Vinho. Em 2013 realiza-se a 16.ª Festa da Vinha e do Vinho, que decorrerá de 14 a 17 de novembro.Este é um certame que decorre no Pavilhão Multiusos de Arruda dos Vinhos e que pretende pro-mover os vinhos, a gastronomia, o artesanato e as tradições as-sociadas à produção vitivinícola.No recinto, vários restaurantes e tasquinhas promovem uma mistura de odores e sabores característicos da gastronomia local e regional, aliada aos bons vinhos, um ex-libris do concelho. Um conjunto de espetáculos, que pretende atingir as várias gerações, anima o espaço e garante ao visitante momentos de prazer e diversão. O artesanato do concelho e da região assume um lugar de destaque. Peque-nas “Bruxas d’Arruda” em pano e réplicas de alfaias agrícolas em madeira são alguns exemplos do que os artesãos têm para mostrar.Os produtores de vinho do Concelho assumem um lugar de destaque neste certame. Aqui o visitante poderá provar a grande e diversificada oferta exis-tente. E para apreciar a paisagem onde as vinhas estão implementadas a organização convida toda a população a participar no Passeio Pedestre “Rota da Vinha e do Vinho” e no Passeio BTT “Rota das Tabernas” que decorrerá durante o certame.
Organização/Organization Colaboração/Collaboration Transportador Oficial/Official Transport
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Portugal recebe reunião internacional de turismo e comunicação
Portugal foi escolhido pela Organização Mundial de Turismo (OMT) para re-ceber a próxima conferência internacional de turismo e meios de comuni-cação. Entre 2 e 3 de dezembro, 200 profissionais nacionais e estrangeiros ligados aos dois setores vão debater no Estoril de que forma os novos canais de comunicação estão a transformar as notícias no setor e, com isso, a sua perceção mundial.O objetivo da conferência, que decorre no Hotel Palácio do Estoril, é aumen-tar o reconhecimento editorial e a cobertura do setor turístico pelos média e posicionar o turismo ao mais alto nível na agenda global, dando a conhecer a sua importância enquanto motor económico e a nível social e ambiental.Durante um dia e meio, profissionais dos meios de comunicação e dos novos média, correspondentes, agências de comunicação e relações públicas, as-sociações e representações de turismo, além de outras entidades ligadas à economia, vão debater formas de melhorar a interação entre os meios de comunicação e o setor turístico para valorizar e reforçar a notoriedade deste setor.A conferência é coorganizada pelo Turismo de Portugal e pela Organização Mundial do Turismo. A revista alemã de turismo FVW é o parceiro interna-cional de média, estando a cobertura do evento a cargo da cadeia de tele-visão CNN.As edições anteriores da Conferência foram realizadas no Egito (2012) e na Croácia (2011).
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1ª Feira do Património, um sucessoA 1ª Feira Patrimonio.pt Millennium Bcp decorreu nos passados dias 18, 19 e 20 de Outubro, no Museu de Arte Popular em Belém, contando com 41 instituições públicas e privadas na qualidade de expositores. O evento que incluiu Ateliês, Concertos, um Seminário Internacional, um Debate sobre Rotas de Turismo-cultural, e a presença tanto do Secretário de Es-tado da Cultura, como do Secretário de Estado do Turismo, saldou-se num balanço francamente positivo: 86% dos expositores participantes a afirmarem que voltariam a par-ticipar numa nova edição da Feira, sendo que a restante percentagem de expositores referiu “a avaliar”, não tendo por isso havido qualquer “não”.A Spira, entidade organizadora, efetuou um trabalho de grande qualidade ao reunir individualidades nacionais e estrangeiras, de diferentes áreas, no seminário
internacional “Património, Economia, Turismo: Um Caminho de Futuro” que ajudaram a pensar as questões do Património e Cultura inseridas numa sociedade em que a economia está cada vez mais presente. Durante os trabalhos foram apresentadas diversas experiências que retratavam uma nova forma de lidar com património e a cultura no sentido de proporcionar experiências gratificantes. Sem dúvida que esta troca de informação irá ajudar Portugal a encarar de uma forma diferente o seu Património. Esperamos ansiosamente pela 2ª. Edição!
III Festival da Bicicleta solidária
Este ano o Festival da Bicicleta vai ser ainda mais animado! Mais música, pas-seio Cycle Chic, Atividades para crianças e muito mais!Não vai faltar, como habitualmente, o encontro e passeio de bicicletas anti-gas, passeio para todas as bicicletas, cicloficina e animação com Kumpania Algazarra. Marque já na sua agenda e não se esqueça de levar géneros ali-mentares para instituições de solidariedade.Dia 24 de Novembro, Domingo, concentração pelas 10 horas no Terreiro do Paço. Inscrições gratuitas mas obrigatórias, só têm de levar a sua contribuição em géneros alimentares.Inscreva-se já em: https://app.wevent.pt/detalheEvento.
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e Novo Código da EstradaO que devemos saber para estar dentro da lei!
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COM A ENTRADA EM VIGOR DO NOVO CÓDIGO DA ESTRADA A 1 DE JANEIRO DE 2014 É NECESSÁRIO SABER O QUE ELE VAI ALTERAR NO QUE DIZ RESPEITO AOS CON-DUTORES DE VELOCÍPEDES. DEPOIS DE UMA LEITURA DO DOCUMENTO, APRESENTAMOS ALGUMAS INFORMAÇÕES QUE ACHÁMOS RELEVANTES.
Artigo 14.º-ARotundas2 – Os condutores de veículos de tração ani-mal ou de animais, de velocípedes e de au-tomóveis pesados, podem ocupar a via de trânsito mais à direita, sem prejuízo do dever de facultar a saída aos condutores que circu-lem nos termos da alínea c) do n.º 1.
Artigo 17.ºBermas e passeios1 – Os veículos só podem circular nas bermas ou nos passeios desde que o acesso aos pré-dios o exija, salvo as exceções previstas em regulamento local.2 – Sem prejuízo do disposto no número an-terior, os velocípedes conduzidos por crianças até 10 anos podem circular nos passeios, des-de que não ponham em perigo ou perturbem os peões.3 – Quem infringir o disposto no n.º 1 é san-cionado com coima de € 60 a € 300.
Artigo 32.ºCedência de passagem a certos veículos3 – Os condutores devem ceder passagem aos velocípedes que atravessem as faixas de rodagem nas passagens assinaladas.5 – Os condutores de velocípedes a que se refere o n.º 3 não podem atravessar a faixa de rodagem sem previamente se certificarem que, tendo em conta a distância que os separa dos veículos que nela transitam e a respetiva velocidade, o podem fazer sem perigo de aci-dente.
Artigo 38.ºRealização da manobra2 - O condutor deve, especialmente, certificar--se de que:e) Na ultrapassagem de velocípedes ou à pas-sagem de peões que circulem ou se encon-trem na berma, deve guardar-se a distância lateral mínima de 1,5 metros e abrandar a velocidade.
Artigo 77.ºVias de trânsito reservadas1 – Pode ser reservada a utilização de uma ou mais vias de trânsito ao trânsito de veículos de certas espécies ou a veículos afetos a determi-nados transportes, sendo proibida a sua utili-zação pelos condutores de quaisquer outros.3 – Pode ser permitida em determinados ca-sos a circulação nas vias referidas no n.º 1 por veículos de duas rodas, mediante deliberação da Câmara Municipal competente em razão do território.
Artigo 78.ºPistas especiais1 – Quando existam pistas especialmente des-tinadas a animais ou veículos de certas espé-cies, o trânsito destes deve fazer-se preferen-cialmente por aquelas pistas.
Artigo 78º AZonas de coexistência1 – Numa zona de coexistência devem ser ob-servadas as seguintes regras:a) Os utilizadores vulneráveis podem utilizar toda a largura da via pública;b) É permitida a realização de jogos na via pública;c) Os condutores não devem comprometer a segurança ou a comodidade dos demais utentes da via pública, devendo parar se necessário;d) Os utilizadores vulneráveis devem abster-se de atos que impeçam ou embaracem desne-
cessariamente o trânsito de veículos;e) É proibido o estacionamento, salvo nos lo-cais onde tal for autorizado por sinalização;f) O condutor que saia de uma zona residen-cial ou de coexistência deve ceder passagem aos restantes veículos.2 – Na regulamentação das zonas de coe-xistência deverão observar-se as regras fun-damentais de desenho urbano da via pública a aplicar nas zonas referidas no presente ar-tigo, tendo por base os princípios do dese-nho inclusivo, considerando as necessidades dos utilizadores vulneráveis, inclusive com a definição de uma plataforma única, onde não existam separações físicas de nível entre os espaços destinados aos diferentes modos de deslocação.3 – Quem infringir o disposto nas alíneas c), d) e e) do n.º 1 é sancionado com coima de €60 a € 300.4 – Quem infringir o disposto na alínea f) do n.º 1 é sancionado com coima de € 90 a €450.
Artigo 90.ºRegras de condução2 – Os velocípedes podem circular paralela-mente numa via, exceto em vias com reduzi-da visibilidade ou durante engarrafamentos, desde que não circulem em paralelo mais que dois velocípedes e tal não cause perigo ou embaraço ao trânsito.3 – Os condutores de velocípedes devem transitar pelo lado direito da via, conservan-do das bermas ou passeios uma distância su-ficiente que permita evitar acidentes.
Artigo 91.ºTransporte de passageiros2 - Os velocípedes só podem transportar o respetivo condutor, salvo se:a) Forem dotados de mais de um par de pe-dais capaz de acionar o veículo em simultâ-neo, caso em que o número máximo de pes-soas a transportar corresponde ao número de
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epares de pedais e em que cada pessoa trans-portada deve ter a possibilidade de acionar em exclusivo um par de pedais;b) Forem concebidos, por construção, com as-sentos para passageiros, caso em que, além do condutor, podem transportar um ou dois passageiros, consoante o número daqueles as-sentos;c) Se tratar do transporte de crianças com idade inferior a 7 anos em dispositivos espe-cialmente adaptados para o efeito.3 - Nos velocípedes a que se refere a alínea b) do número anterior, deve ser garantida pro-teção eficaz das mãos, dos pés e das costas dos passageiros.4 - Quem infringir o disposto nos números anteriores é sancionado com coima de € 60 a €300.
Artigo 96.ºRemissãoAs coimas previstas no presente Código são re-duzidas para metade nos seus limites mínimos e máximo quando aplicáveis aos condutores de velocípedes, salvo quando se trate de coimas especificamente fixadas para estes condutores.
Artigo 103.ºCuidados a observar pelos condutores1 - Ao aproximar-se de uma passagem de peões ou velocípedes assinalada, em que a circulação de veículos está regulada por sinalização lumi-nosa, o condutor, mesmo que a sinalização lhe permita avançar, deve deixar passar os peões ou os velocípedes que já tenham iniciado a travessia da faixa de rodagem.2 - Ao aproximar-se de uma passagem para peões ou velocípedes, junto da qual a circu-lação de veículos não está regulada nem por sinalização luminosa nem por agente, o condu-tor deve reduzir a velocidade e, se necessário, parar para deixar passar os peões ou velocí-pedes que já tenham iniciado a travessia da faixa de rodagem.3 - Ao mudar de direção, o condutor, mes-
mo não existindo passagem assinalada para a travessia de peões ou velocípedes, deve reduzir a sua velocidade e, se necessário, parar a fim de deixar passar os peões ou velocípedes que estejam a atravessar a faixa de rodagem da via em que vai entrar.
Artigo 112ºVelocípedes1 - Velocípede é o veículo com duas ou mais rodas acionado pelo esforço do próprio condu-tor por meio de pedais ou dispositivos análogos.2 - Velocípede com motor é o velocípede equ-ipado com motor auxiliar com potência máxima contínua de 0,25 kW, cuja alimentação é redu-zida progressivamente com o aumento da ve-locidade e interrompida se atingir a velocidade de 25 km/h, ou antes, se o condutor deixar de pedalar.3 - Para efeitos do presente Código, os velocí-pedes com motor, as trotinetas com motor, bem como os dispositivos de circulação com motor
elétrico, autoequilibrados e automotores ou outros meios de circulação análogos com motor são equiparados a velocípedes.
Artigo 113.ºReboque de veículos de duas rodas e carro lateral1 - Os motociclos, triciclos, quadriciclos, ciclomotores e velocípedes podem atrelar, à retaguarda, um reboque de um eixo desti-nado ao transporte de carga.2- Os velocípedes podem atrelar, à retaguar-da, um reboque de um eixo especialmente destinado ao transporte de passageiros e devidamente homologado.3- Os velocípedes podem ainda ser equipa-dos com uma cadeira especialmente con-cebida e homologada para o transporte de uma criança.
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Entre o Silêncio das Pedras
Autor: Luis Ferreira “Quando Pedro Marques, um brilhante es-critor, perde o amor da sua vida num trágico acidente de viação, utiliza a bebida como companhia e afasta-se de tudo e de todos, afundando-se por completo num mundo de trevas que tornam os seus dias sombrios. Entretanto, um velho livro chega-lhe às mãos e com ele decide iniciar o caminho de Santiago, uma viagem que irá mudar completamente a sua vida e que o levará à descoberta da sua própria natureza.”
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Lince – Diário da Natureza
Autora: Luisa Ferreira NunesO felino mais ameaçado do mundo vai surgir ilustrado e manuscrito nas páginas deste diário (em guache, lápis aguarela e tinta da China). Memórias da Malcata, es-perando o regresso do Lince. Acompan-ham-no coelhos, raposas, abutres negros, estevas, genetas e perdizes, azinheiras e matos em flor.
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DESTINO: CONCELHO DE REGUENGOS DE MONSARAZ
ESCRITA NA ÁGUATEXTO E FOTOGRAFIA: VASCO DE MELO GONÇALVES
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EM PLENA HERDADE DO ESPORÃO FOMOS CONHECER UMA DAS REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS DO ENOTURISMO E TURISMO DE NATUREZA ATRAVÉS DO PERCURSO ESCRITA NA ÁGUA.
A poucos quilómetros de Reguengos de
Monsaraz, a Herdade do Esporão é um ex-
-libris do Enoturismo tendo, recentemente,
apostado também no Turismo de Natureza
com especial enfoque na observação de aves.
A sua localização geográfica, junto à albufeira
do Alqueva, rio Degebe e ribeira da Caridade,
garante a observação de uma grande
variedade de aves. A exposição fotográfica
temática que pode ser vista no interior das
instalações da herdade é uma mostra da
potencialidade da região no que diz respeito
ao birdwatching.
A nossa caminhada circular teve início junto
à famosa Torre do Esporão é o edifício
mais importante e representativo de todo o
conjunto que compõe a Herdade do Esporão.
No rés-do-chão da Torre pode visitar-se um
Museu Arqueológico, onde estão expostos
diversos achados do Esporão e peças do
Povoado dos Perdigões.
A Torre do Esporão, uma das mais importantes
torres construídas na passagem da Idade
Média para a Idade Moderna, terá sido
edificada pelo Morgado D. Álvaro Mendes de
Vasconcelos, entre os anos 1457 e 1490.
Mesmo junto à Torre temos a Ermida de
Nossa Senhora dos Remédios um imóvel de
interesse público que foi edificada no início do
século XVI.
O PERCURSOO percurso da Escrita na Água não é muito
exigente do ponto de vista físico contudo, não
deverá ser feito com muito calor. Apesar de
caminharmos, durante alguns quilómetros,
junto à água o calor poderá tornar insuportável
a nossa progressão.
Ao nível da paisagem, a sua diversidade (vinha,
montado, eucaliptal, planos de água) torna o
percurso muito agradável e pouco monótono.
Quando realizámos o nosso trajeto tivemos a
oportunidade de refrescarmo-nos nas águas
da ribeira do Degebe. Como o percurso foi
feito no período da manhã, a jornada terminou
à mesa do restaurante da Herdade do Esporão
onde degustámos os seus famosos azeites e
vinhos numa refeição perfeita. O preço não é
baixo mas, se queremos qualidade, temos que
a pagar!
Após a refeição ainda tivemos tempo para
uma volta pelas instalações e observar a
chegada das uvas!
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FICHA DO PASSEIOTipo: CircularExtensão: 20,9 kmSinalizado: NãoDuração: 4h 45mVelocidade média: 4,4 km/hDificuldade: 3
Track de GPS: http://ridewithgps.com/routes/3420633
INFORMAÇÕES ÚTEISONDE FICAR
Monte do LaranjalMonsaraz917 857 423 / http://www.montedolaranjal.com
Enoturismo Herdade do EsporãoHerdade do Esporão7200-999 Reguengos de Monsaraz
Destino: Concelho de Viana do Alentejo
Entre barragens e pedreirasA ALCÁÇOVAS OUTDOOR TRAILS É COMPOSTA POR GUIAS LOCAIS DA ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS
DE ALCÁÇOVAS E ORGANIZA CAMINHADAS NA ÁREA DO CONCELHO DE VIANA DO ALENTEJO E
ARREDORES. AS PROPOSTAS DE PERCURSOS QUE APRESENTAMOS SÃO DE SUA AUTORIA.
AO NÍVEL DO ALOJAMENTO SUGERIMOS A CASA SANTOS MURTEIRA, EM ALCÁÇOVAS, QUE FAZ
PARTE DA REDE DE SOLARES DE PORTUGAL.
www.solaresdeportugal.pt
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Destino: Concelho de Viana do Alentejo
Entre barragens e pedreiras
01
DE ALCÁÇOVAS AO RIO XARRAMA (BTT)
Percurso circular com 23,62 km de extensão em
caminhos rurais, muito bonito na Primavera,
ideal para BTT.
Descarregar track de GPS:
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=2285965
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PASSEIO AO CONVENTO
Percurso na planície começa e finda em
Alcáçovas, com 10,83 km de extensão e com
passagem em vários pontos de interesse, tais
como a Capela do Senhor da Pedra, Convento
e Calçadinha Romana.
Descarregar track de GPS:
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=2320298
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39
BARRAGEM DO ALVITO (MONTE ABAIXO)
Percurso muito pequeno nas margens da
Barragem de Alvito, ideal para se fazer no
Verão, quando a cota está mais baixa e se pode
prolongar o passeio pelas margens.
Embora já no Concelho de Portel, este percurso
é muito próximo de Viana do Alentejo e é ideal
para famílias que gostem também de pescar.
Descarregar track de GPS:
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=2479548
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41
VIANA DO ALENTEJO,
ENTRE A SERRA E O SANTUÁRIO
Excelente percurso circular com 11,23 km de
extensão em Viana do Alentejo, que os permite
conhecer a vila, o seu Santuário, a Serra de
S. Vicente e as suas Pedreiras de Mármore
Verde, abandonadas há anos.
Descarregar track de GPS:
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=3933098
crón
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UMA SEMANA AO RITMO DA BICICLETA.DE SETÚBAL A SAGRES, 320 KM DE PRAIAS E DE VIDA SAUDÁVEL.Parte III de V – De Vila Nova de Milfontes à Zambujeira do Mar
TEXTO E FOTOGRAFIA PAULO GUERRA DOS SANTOS / www.ecoviasportugal.pt
Para ler a Parte I (página 26) clique aqui
Para ler a Parte II (página 30) clique aqui
Hoje ficámos por Vila Nova de Milfontes.
Estamos de férias e queremos aproveitar
para descansar. Não é que pedalar 50 km
por dia seja esgotante mas acabámos de
entrar no Parque Natural do Sudoeste
Alentejano e queremos usufruir da paz e da
serenidade que se vivem por aqui. Mesmo
sendo Julho, nesta zona do país estamos
longe das multidões que por norma afluem
às zonas estivais de outras longitudes, onde
o turismo de praia está mais massificado.
Aproveitamos assim para visitar durante
a manhã dois pontos de interesse turístico
nas proximidades desta vila alentejana: os
moinhos de maré e os antigos viveiros de
peixe, agora descativados. Localizados a
cerca de 3 quilómetros do centro da vila,
na margem direita do Rio Mira, os moinhos
que outrora transformavam sementes em
farinha eram alimentados pela força da
água, capturada em represas na maré alta
e libertada na maré baixa. Desta forma,
aproveitava-se o diferencial de cota de
2 ou 3 metros entre uma maré e outra,
1
1
43
conseguindo-se assim a energia necessária
para acionar as noras de madeira, ligadas à
pedra de moer. Ainda se podem visitar estes
moinhos, recentemente recuperados por um
casal holandês que converteu (com muito
bom gosto) as antigas casas e armazéns dos
moleiros num empreendimento turístico onde
se respira tranquilidade.
Os viveiros de peixe, agora descativados, criam
formas recortadas num dos braços do Mira.
Podem ser apreciados de cima, enquanto
descemos a encosta que nos leva até eles.
Aqui também pode observar-se de perto um
pequeno porto de pesca, algo informal, mas com
muitos barcos de pequeno porte aqui atracados.
O trilho para lá chegar só pode ser percorrido a
pé, pelo que deixamos as bicicletas por breves
instantes para apreciar alguns pescadores que
chegam da sua faina.
Já a tarde é reservada para uma ida à praia, com
direito a petiscos e jantarada ao final do dia
num dos muitos restaurantes locais. Apesar da
rica e variada gastronomia desta região, somos
completamente conquistados pelas pizas de
2
3
5
44uma pequena tasca com esplanada no centro
da vila. As massas são altamente energéticas
e como tal não sentimos culpa absolutamente
nenhuma enquanto degustamos fatias com
variados recheios e molhos.
Depois de um dia de descanso e de reforços
energéticos variados, chega de novo um dia
de pedaladas. Mas a etapa de hoje é curta,
nem chega aos 40 quilómetros e apesar
de termos que descer a algumas praias, a
altitude acumulada em subida não ultrapassa
os 300 metros. A saída de Milfontes faz-se
obrigatoriamente pela única ponte existente
em dezenas de quilómetros e que apesar de
ser atravessada por uma estrada nacional não
tem assim tanto tráfego automóvel e ainda foi
dotada de uma generosa berma, sobrelargura
mágica para quem gosta de viajar em bicicleta
num conceito de turismo slow travel. Pedalamos
pouco mais de 2 quilómetros e desviamos
logo por estradões de serventia rural. Com o
macadame em bom estado para circulação de
bicicletas é um prazer pedalar entre quintas,
montes e zonas de pasto. Inclinações suaves,
muitas vezes planas, tornam este passeio
muito fácil do ponto de vista do esforço físico.
E tecnicamente, até uma criança de 7 anos
conseguia sem dificuldade fazer este percurso.
Assim avançamos calmamente pelos
estradões desta planície alentejana e mais
uma vez avistamos cegonhas. São aos bandos
e ficamos surpreendidos com a quantidade de
indivíduos desta espécie agora protegida por
lei. Dizem-nos alguns locais que, apesar de há
alguns anos o seu avistamento ter chegado a
ser algo de raro, recentemente o seu número
aumentou ao ponto de agora estarem próximo
de serem consideradas uma praga. Seja como
4
4
for, é uma ave extraordinariamente bela tanto
na serenidade do seu voo como nos seus suaves
passos em terra enquanto procura alimento.
Depois de visitarmos Almograve e contemplar
a praia, lá mais em baixo, pedalamos até uma
das zonas mais bonitas do passeio de hoje: o
Cabo Sardão, que com o seu farol afasta os
navios das escarpadas e geologicamente belas
falésias oceânicas. Estar neste extremo de terra
faz-nos sentir reflexivos enquanto observamos
as diversas camadas de rocha, sobrepostas ao
longo de milhões de anos e enrugadas pela
exposição a diferentes pressões devidas aos
movimentos tectónicos da superfície da terra. O
mar também contribui para os estragos visíveis
causados pela erosão da força das ondas. Este é
também um excelente local para observação de
aves, nomeadamente de gaivotas que nidificam
em qualquer saliência das escarpas rochosas e
45
6
sobrevoam o mar junto ao topo da falésia,
à mesma cota em que nós as observamos.
É de uma elevada beleza observar tão de
perto o voo destas aves que quase não
necessitam de bater as asas pois aprenderam
a fazer uso das correntes de ar, resultado
do embate dos ventos oceânicos nestas
encostas e consequente compressão num
movimento ascendente que lhe aumenta a
velocidade, proporcionando assim a estas
aves a possibilidade de pararem em pleno
voo. Ficamos aqui perto de meia hora, a
contemplar também a ténue linha curva
do horizonte formado pelos azuis do mar e
do céu. Apesar de a ciência nos ensinar na
atualidade muita coisa sobre o planeta Terra,
o nosso imaginário leva-nos a questionar
sobre o que existirá do outro lado daquela
linha.
crón
ica
46Seguimos agora em direção à Zambujeira do
Mar. Rolamos em asfalto até Porto das Barcas.
Sem exagero, nesta estrada devem ter passado
por nós 3 automóveis ao longo destes 10 km
de asfalto. Que maravilha e que sossego. Assim
podemos observar na plenitude as enormes
quintas de cultivo e de criação de gado que
nos cercam.
De porto das Barcas até ao nosso destino final
faltam 3 quilómetros e apesar de existir aqui
um corredor em terra dedicado em exclusivo
a veículos não motorizados seguimos pela
estrada asfaltada uma vez que o volume de
tráfego automóvel é muito reduzido. E assim
estes 5 portugueses, um espanhol e um
dinamarquês chegam com as suas bicicletas e
os seus alforges à Zambujeira do Mar. E que
chegada, pois paramos mesmo no miradouro
junto à Capela da Senhora do Mar, um ponto
alto com uma vista fabulosa sobre as praias, o
oceano e as falésias.
Antes de irmos dar uns mergulhos, vamos
guardar as bicis. Esta noite vamos pernoitar
num novo hostel, daqueles onde se respira um
ar descontraído, tem uma sala de estar e uma
cozinha para uso comum. É económico e não
podia ser mais central, muito próximo da praia.
E tem um logradouro, ótimo para guardar em
segurança este nosso divertido, saudável e
ecológico meio de transporte.
Já pode visualizar mais fotos bem como os
trilhos do troço 1-19 da Ecovia do Atlântico em
www.ecoviasportugal.pt
Não perca na próxima edição da Revista Passear
o relato e fotos desta viagem em bicicleta até
Sagres, na etapa entre Zambujeira do Mar e
Aljezur.
7
7 8
9
1 – Rio Mira, Vila Nova de Milfontes2 – Porto de Pesca, Rio Mira3 – Estradão em macadame, Almograve4 – Farol, Cabo Sardão5 – Oceano Atlântico, Cabo Sardão6 – Gaivotas, Cabo Sardão7 – Falésias, Cabo Sardão8 – Proximidades de Zambujeira do Mar9 – Praia de Zambujeira do Mar
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CRÓNICA:
MONTE PERDIDO EXTREM III ... OU QUANDO ATRAVESSO A BRECHA DE ROLANDO!TEXTO E FOTOGRAFIA: JOSÉ CARLOS CALLIXTO / http://porfragasepragas.blogspot.pt
Etapa 3 (Domingo 7 de Julho): Sarradets - Brecha de Rolando - Góriz (8km) Duração: 5 horasAltitude mín.: 2190m (Refúgio de Góriz) / Desnível positivo: 457mAltitude máx.: 2810m (Brecha de Rolando) / Desnível negativo: 810m
CONTA A LENDA QUE NO ANO DE 778, EM PLENA OCUPAÇÃO MUÇULMANA DA
PENÍNSULA IBÉRICA, ROLANDO, SOBRINHO DE CARLOS MAGNO, DERROTADO EM
RONCESVALLES E FUGINDO DOS SEUS PERSEGUIDORES, ENCONTROU UMA PAREDE
ROCHOSA INTRANSPONÍVEL, ANTES DE CHEGAR À VERTENTE FRANCESA DOS PIRENÉUS.
PARA EVITAR QUE A SUA ESPADA DURANDARTE CAÍSSE NAS MÃOS DO INIMIGO, E
SENTINDO-SE ENCURRALADO, ROLANDO LANÇOU-A VIOLENTAMENTE CONTRA A
ROCHA ... PROVOCANDO COM ESTE ACTO UMA BRECHA QUE SE ABRIU NA MONTANHA.
GRAÇAS A ESTA BRAVEZA, ROLANDO LOGROU CONTEMPLAR TERRAS DE FRANÇA
ANTES DE MORRER ... E A BRECHA FICOU CONHECIDA COMO LA BRÈCHE DE ROLAND.
7.07.2013, 6:30h ... e a Brecha de Rolando acorda com as cores do nascer do Sol
49
brisas da imaginação, da história e das
estórias. E às oito e meia iniciávamos a
subida dos últimos 220 metros de desnível
que nos separavam da Brecha, em lenta
progressão na neve. Aproximarmo-nos
da Brecha de Rolando, vermos aumentar
gradualmente a altura daquele descomunal
paredão rochoso, olharmos para trás e
contemplarmos a panorâmica sublime que
se nos abre sobre a plataforma de Sarradets,
o circo de Gavarnie à direita, a cumeada de
Boucharo ao Vignemale à esquerda ... tudo
^ A montanha acorda para um novo dia que desponta
^ Na plataforma do Refúgio, alguns ainda dormem…
Às seis e meia da manhã, a montanha acordava
à volta do Refúgio de Sarradets, para um novo
dia que despontava magnífico. As cores do
nascer do Sol espelhavam-se nas paredes
rochosas da Brecha de Rolando, no Circo de
Gavarnie, em todo o esplendor da Natureza
à nossa volta. Para nosso espanto, vários
montanhistas dormiam ainda ... no terraço
do refúgio, ao ar livre, seguramente em sacos
cama bem térmicos, já que a temperatura
matinal era bem baixa.
Na sala de refeições do Refúgio, a lenda de
Rolando e da sua mágica
espada, levava-nos a viajar no tempo e nas
50
Aproximando-nos da mítica Brecha de Rolando!
nos faz parecer estar a viver um sonho ... um sonho que se tinha tornado realidade!
Às nove e meia da manhã atravessámos a Brecha de Rolando, a 2810 metros de altitude.
“Aujourd’hui encore, si on cherche bien, on peut trouver des petits morceaux de Durandal
autour de la Brèche de Roland et on peut être sûre que Roland est passé par là!”
Às 8:25h começámos a 3ª etapa, deixando para trás o Refúgio de Sarradets ...
51Atravessada a Brecha e regressados a terras
aragonesas, a organização do Monte Perdido
Extrem e os guardas do Refúgio de Sarradets
aconselhavam-nos a descer ao Collado de
Millars, em vez de seguir o trilho do Paso de
los Sarrios e da Gruta de Casteret, dada a
enorme acumulação de neve. Apesar de curta
em extensão, esta etapa foi aliás praticamente
toda em neve, com crampons.
Um pouco acima ainda dos 2300 metros
de altitude, começamos a ver o Refúgio de
Góriz ... e o vale de Ordesa! É uma sensação
estranha e ao mesmo tempo “mágica”, esta
de começar agora a ver um local que se
conhece, onde já se esteve várias vezes, mas
a que agora se chega e que agora se vê ...
vindos das alturas! Atravessamos um campo
de lapiás sensivelmente aos 2300 metros;
estávamos, finalmente, em rocha! E pela
uma e meia da tarde estávamos em Góriz,
no Refúgio também chamado de Delgado
Ubeda, presidente da Federação Espanhola de
Montanha e impulsionador da sua construção,
no início dos anos 60 do século passado.
Para além da travessia da mítica Brecha de
Rolando, o terceiro dia deste fabuloso Monte
Perdido Extrem incluía a eventual ascensão
ao cume do Monte Perdido, a 3355 metros
de altitude, já que a distância e o desnível
entre Sarradets e Góriz eram os menores
das 4 etapas. Mas a subida ao cume seria
sempre extra circuito, a partir do Refúgio de
Góriz. A quantidade de neve, as dificuldades
já passadas principalmente no primeiro dia
e a falta de experiência em condições tão
adversas ditaram contudo o cancelar daquele
extra ... excepto para os dois “profissionais”
da nossa equipa de quatro, que continuaram
Estas terão sido as terras de França que Rolando viu ao abrir a Brecha ...
Estas as terras de Espanha que deixava para trás e que nós agora tínhamos pela frente! Ao fundo, o vale de Ordesa.
52
53
Rumo ao Collado de Millars, abaixo do Paso de los Sarrios e da Gruta gelada de Casteret.
54
Ao longo do Plan de Millars.
Ao fundo, à direita, o Canyon de Ordesa.
Ao fundo, à direita, o Canyon de Ordesa.
55Finalmente rocha...! Lapiás a 2300m alt.
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Refúgio de Góriz.
v Barranco de Góriz: as águas que correm para a grande cascata de Cola de Caballo.
E o destino está à vista, à direita na imagem. Ao fundo, a cascata de Gavarnie
v Vista “aérea” do vale de Ordesa ...
E o destino está à vista, à direita na imagem. Ao fundo, a cascata de Gavarnie
a programá-lo para a manhã do último dia.
Esta terceira etapa foi assim a menos dura
das quatro, com um resto de tarde de algum
descanso no terraço de Góriz, mas também
com uma pequena incursão até aos 2000
metros de altitude, praticamente por cima
da grande cascata de Cola de Caballo, bem
conhecida de anteriores “aventuras” no vale
de Ordesa que tínhamos agora aos pés!
Góriz foi o melhor dos três refúgios de
montanha utilizados no circuito do Monte
Perdido Extrem. Este ... até tinha o luxo de
possuir duches ... de água fria, pois claro!
Segundo um companheiro catalão, também
ele integrante de um grupo a fazer o Monte
Perdido Extrem, a torneira tinha duas
posições: fria ... e muito fria...! Até os ossos
se queixaram daquela “aventura” de tomar
um duche...
E, à hora dele, o Sol deitou-se lá ao fundo,
sobre o vale de Ordesa, num ocidente de
todas as cores.
O dia seguinte seria o do regresso a Pineta,
completando o “círculo mágico” à volta do
maciço calcário do Monte Perdido.
58
Caminhada: Pequena RotaPelas terras de AroucaTexto e Fotografia: António Freitas / Grupo Pénotrilho
O GRUPO PÉNOTRILHO DE BRAGA SUGERE PARA ESTE MÊS UMA
CAMINHADA NA REGIÃO DE AVEIRO, MAIS PROPRIAMENTE EM AROUCA.
59
Nome do percurso: Rota do Xisto
Tipo de percurso: Caminhos rurais,
tradicionais e de montanha.
Local: Canelas (Arouca)
Distância: 16 km
Dificuldade: Moderada
Sinalizado: Sim
Aldeia de Canelas
A “ Rota do Xisto” é um percurso em
circuito de pequena rota, homologado,
marcado nos dois sentidos. Ao longo de 16
km que compõem a denominada Rota do
Xisto, acompanhamos por diversas vezes
os “SSS” do Rio Paiva. O Rio Paiva é um rio
português que nasce na Serra de Leomil, mais
especificamente na freguesia de Pêra Velha
pertencente ao concelho de Moimenta da
Beira e desagua no Douro em Castelo de
Paiva.
O percurso tem vários pontos de especial
interesse como, por exemplo, a aldeia de
Canelas, o miradouro com vista para dos locais
mais selvagens e inacessíveis do Rio Paiva de
onde se pode ver a imponente queda de água
das Aguieiras ou a praia do Vau, onde também
existe uma cascata, passando também por
minas e moinhos abandonados, assim como
de uma vasta zona florestal onde domina os
eucaliptais.
O PERCURSO
Iniciamos o trilho junto à Igreja Matriz de
Canelas, o percurso segue por ruelas até
chegar a Aldeia de Cima onde se inicia a subida
60até ao Centro de Interpretação Geológica de
Canelas (CIGC).
O CIGC-Arouca é um Museu de Sítio,
conhecido internacionalmente pela recolha,
inventariação e exposição das maiores
Trilobites do Mundo. Constituindo-se como
um exemplo ímpar de cooperação entre a
indústria extrativa, a ciência e a educação,
presta um Serviço Educativo e um Turismo
Científico de elevada qualidade.
Atenção que a visita ao CIGC é só por
marcação.
Link: http://www.cigc-arouca.com/
A subida realiza-se por caminhos de terra,
alcatrão e pé posto não apresentando
dificuldades de maior.
Junto ao CIGC o percurso atravessa a EN326-
1 e segue por caminhos de terra. Cerca
de 1km à frente encontra-se o ponto mais
elevado do percurso, aproximadamente 581m.
Deste ponto é possível ter uma perspetiva sobre
Canelas e o vale por onde corre o Rio Paiva
nomeadamente o seu trecho final com a Serra
de Montemuro como pano de fundo.
Até chegar às minas o caminho não apresenta
qualquer dificuldade. Pelo meio passa-se pela
Aldeia de Vilarinho, muito engraçada.
A vista sobre a Cascata das Aguieiras merece
uma paragem obrigatória para contemplar a
paisagem e retemperar forças. Do miradouro
ao rio são quase 300m de desnível quase
na vertical. Este olhar sobre a cascata e o rio
correndo selvagem, com a vila de Alvarenga no
topo e a Serra de Montemuro ao fundo, ganha
ainda mais espetacularidade quanto maior o
caudal de água.
Continuando o caminho passa-se pela entrada
de duas minas onde no início do séc. XX se
Canelas
61
Canelas
Canelas
62explorava o minério de Volfrâmio.
Caminhando por entre eucaliptais, segue-se
encosta abaixo até à praia fluvial do Vau por
carreiros e quelhos antigos embrenhando-se
num bosque de folhosas onde predominam os
carvalhos. Este carreiro requer alguma destreza
de movimentos quando o piso se encontra com
alguma humidade, não vá o pé escorregar e
estatelar-se no chão, bom… não seria a primeira
vez.
Chegando ao Vau à que contemplar a paisagem,
o rio e a cascata do Ribeiro da Estreitinha que
aí se entrega ao Paiva, este local transmite
uma paz enorme, vale a pena uma paragem
para escutar o murmurar do rio assim como o
chilrear da passarada.
Seguindo o percurso temos duas opções, ou
subimos pela calçada ou prosseguimos paralelo
ao rio até aos moinhos, cerca de 1km, por um
carreiro que se torna muito perigoso se o
mesmo estiver muito húmido, o nosso
grupo na altura optou por subir a calçada.
Mais á frente entramos num caminho que
contorna campos de cultivo, passa-se por
uma ETAR, um lavadouro público, mais
a frente a escadaria da Barroca que nos
conduz a uma viela com pouco mais de
50cm de largura e por fim a Igreja Matriz
de Canelas.
NOTA FINAL
É um trajeto onde tivemos a oportunidade
de desfrutar das belezas paisagísticas e
rurais de Arouca.
Este trajeto assim como tantos outros está
sinalizado, á partida não haverá grande
problema em termos de orientação nas
marcações, no entanto aconselhamos
CIGC
63
CIGC
CIGC Trilobites
CIGC Trilobites
Caminho ( Eucaliptal )
64
Aldeia de Vilarinho Cascata das Aguieiras
65
sempre o uso de gps para evitar enganos.
O percurso tem alguns grandes declives,
mas nada que não se faça, aliás quem está
habituado a estas andanças já sabe para o
que vai.
Quanto á visita ao CIGC, acho que não
devem perder a oportunidade para visitar,
vale mesmo a pena, por isso marquem a
visita com antecedência.
FICHA TÉCNICA
Nome do percurso: Rota do Xisto
Tipo de percurso: Caminhos rurais,
tradicionais e de montanha.
Local: Canelas (Arouca)
Distância percorrida: 16 km
Sinalizado: Sim
Grau de dificuldade: Moderado
Ponto de partida: Igreja matriz de Canelas
(Arouca)
Duração do percurso: 5 horas
Cota máxima atingida: 600 mts
Track de GPS:
http://pt.wikiloc.com/wikiloc/view.do?id=4342029
GRUPO PÉNOTRILHO:
O Pénotrilho é um pequeno grupo de trekking,
composto por antigos escuteiros do Agrupamento
n º 1 da Freguesia da Sé da cidade de Braga
(Corpo Nacional de Escutas) e mais alguns bons
amigos, que partilham a paixão e o respeito pela
natureza. A paisagem, a fauna, a flora, a grande
camaradagem e amizade entre nós, é o que
nos move nestas andanças de caminheiros da
aventura.
O nosso site, http://sites.google.com/site/
grupopedestrianismopenotrilho/, para além
da sensibilização para a conservação do meio
ambiente e da biodiversidade, pretende dar a
conhecer alguns dos bons momentos vividos
por nós. Aqui podem testemunhar as nossas
aventuras e a boa disposição que nos acompanha
nestes trilhos através das fotos e dos textos que
as acompanham.
66Mina de Volfrâmio Morcego no interior da mina
Entrada da Mina
Praia fluvial da Vau
67Cascata do Ribeiro
Caminho
68
Campos
69
Amendoeira em flor
Aldeia de Canelas
uma bolsa para todos
Siga
-nos
no
Face
book
Para adquirir ou pedir informações contacte:T: +351 261 867 063 | Tm: 96 576 10 00 | e-mail: [email protected]