Download - Revista eOPTIMISMO - 4ª Edição (Abril, 2013)
Só é possível ensinar uma criança a amar,
amando-a. Johann Goethe
Johann Goethe
Coordenação
Vanessa Dias
Redacção
Isabel Almeida, Muriel
Mendes, Rafael Leandro,
Ricardo Fonseca, Vanessa Dias
Foto de capa
Muriel Mendes
Design
Vanessa Dias
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equipa e partilhe
conhecimento!
MENSAGEM EDITORIAL
Há um ano que nos dedicamos a partilhar optimismo e
conhecimento, por forma a contribuirmos para um
desenvolvimento positivo, não só das pessoas,
mas também das comunidades e das organizações.
Em 2012, lançámos três edições, as quais transcenderam
todos os objectivos inicialmente pensados para a nossa
humilde publicação. Foi óptimo ver uma ideia a ganhar
vida, a transformar-se num ponto de encontro e a conquistar corações.
No fundo, tem sido um enorme prazer ver este projecto crescer!
Foram muitas as aprendizagens e trocas, muitas as noites e dias
a pensar em formas de ir mais além. Pois bem – chegou o
momento da nossa revista ganhar novos contornos e, para tal,
é com muita alegria e confiança que confio o meu lugar de
coordenação deste projecto a Ricardo Fonseca,
que agarrou desde sempre este embrião e ajudou-o a dar os
primeiros passos, e a André Vicente, cujas ideias, criatividade e
sugestões muito trarão às nossas futuras edições!
Quero aproveitar também a oportunidade para agradecer a
cada um de vós, todo o vosso apoio e entusiasmo ao longo
deste primeiro ano da Revista eOPTIMISMO – tem sido, e
continuará a ser, uma aventura fantástica! Espero continuar
a ver e a sentir a vossa presença, por muito tempo!
Quanto a nós, cá nos encontraremos, na próxima edição,
certamente com muitas novidades e com a nossa melhor
característica: OPTIMISMO! Até lá, desfrutemos de um grande
regresso à infância, pois a nossa edição de Abril é toda ela dedicada
às crianças e à nossa criança interior!
Boa leituras,
Até sempre,
Vanessa Dias
A eOPTIMISMO é um magazine digital, de acesso gratuito.
A eOPTIMISMO tem na base dos seus princípios uma orientação filosófica humanista, isto
é, dá primazia à dignidade, aspirações e potencialidades do ser humano.
A eOPTIMISMO tem como objectivos (1) valorizar as experiências subjectivas dos leitores
e dos seus colaboradores; (2) promover traços de personalidade e de carácter; e (3)
fomentar virtudes que permitam mudar e tornar a nossa sociedade melhor, mais activa e
eficiente.
A eOPTIMISMO tem como máxima preocupação ajudar as pessoas a identificar e a
desenvolver as suas melhores qualidades e talentos em diversas áreas, bem como divulgar
iniciativas e promover ambientes onde estas qualidades e talentos possam prosperar.
A eOPTIMISMO aposta sobretudo nas áreas de desenvolvimento humano, ao nível
pessoal, social, relacional e organizacional.
A eOPTIMISMO conta com publicações e informações assentes no rigor, isenção e
honestidade, e reserva-se no direito de não publicar qualquer tipo de informação que não
respeite os princípios e objectivos da mesma.
princípios
Criança Interior
A Vida na Menor Probabilidade
Crianças: pequenos heróis!
Regressar à Infância
RUBRICA OS
LIVROS NOSSOS
Pág. 22
CAIXINHA DE
SUGESTÕES
Pág. 26
10
14
18
24
Quero tornar-me aquilo que sou: uma
criança cheia de LUZ. Katherine Mansfield
Sobre
Blogue literário criado em 02 de Março de 2012 por Isabel Alexandra Almeida,
contando com colaboradores e parcerias editoriais. O nosso intuito é divulgar os
livros e a leitura, promover as actividades editoriais, servir de ponte entre leitores e
livreiros, divulgar os valores da cultura, arte e amizade. Temos também como
propósito motivar as gerações mais jovens para a leitura e divulgar tanto as novas
edições, como recuperar perante o público a lembrança de obras mais antigas que
se encontrem mais esquecidas, mas que integram por direito próprio a memória
literária colectiva.
Links
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http://www.oslivrosnossos.blogspot.com/
Cada ser humano possui uma criança interior que
intenciona manifestar-se, vir de lá do fundo do
inconsciente e fazer-se presente.
Vivenciar a sua criança interior é permitir-se a uma nova
vida, livre de um passado traumático que o condiciona,
é readquirir a capacidade de Ser o que na realidade já É.
A criança interior não é apenas uma parte do Homem, é
também uma forma codificada da vivência colectiva que
a própria humanidade tem em relação ao conceito de
infância.
Quando o individuo permite-se à interacção com a sua
criança interior, liberta as memórias das experiências de
infância que o transformaram naquilo que ele é hoje.
Esta capacidade de ligação interna traz à consciência a
reflexão, a integração e a possibilidade de transmutação
de receios, medos ou padrões de comportamento que
condicionam a livre acção do Ser.
Em cada ser humano, existe uma possibilidade infinita
de superação através da relação com o Eu superior, com
a sua verdadeira essência. Na realidade, aceder a este
nível de existência só é possível quando nos
predispomos à experiência de lidarmos com a dor das
vivências que nos marcaram desde a infância.
É um processo de trabalho interior que não só modifica-
nos, como também ilumina o lado sombrio que reside
nas profundezas do nosso Ser. A capacidade de
assumirmos a nossa criança interior, permite-nos
interagir com os registos que marcaram e/ou marcam a
nossa vida, mesmo os mais inconscientes que se
manifestam através do que ela representa e do que
esteve sempre no nosso interior, nas nossas origens e
até mesmo nos nossos anseios.
A materialização divina da nossa criança interior pode
oferecer-nos ferramentas tão importantes como o
processo de autocura. A criança interior é divinamente
inspirada, porque ela conecta com o nosso Eu Superior
e irradia luz para todo aquele que a procura,
clarificando tudo aquilo que o homem não aceita ou
não entende ou que, por vezes, nem gostaria de ter
percepção. Independentemente dos registos vivenciais
de cada um, é importante compreender que o processo
de consciencialização promove, desde logo, o
autoconhecimento e a verdadeira procura do nosso Eu.
Criança Interior
Desta forma, podemos resolver o nosso passado de
memórias destrutivas ou desarmoniosas e que nos
impediram de sermos seres equilibrados e felizes. Ao
tratar as feridas que estiveram tanto tempo por cuidar,
libertamo-nos e assumimos integralmente quem somos;
damos a possibilidade a nós mesmos da nossa criança
interior manifestar-se livremente e sem qualquer tipo
de máscaras ou complexos.
O poder de resgatar esta autenticidade promove o
nosso reencontro com a capacidade de sonhar e a
possibilidade de uma vida mais feliz e ausente de
apegos e necessidades exteriores.
A criança interior quando curada, e devidamente
integrada, ajuda-nos a ver as situações e os desafios de
vida de forma mais leve e confiante. Qualquer um de
nós é um Ser de Luz único e com imenso potencial para
deixar a sua marca no seu meio e influenciar a vida dos
seus, dando o devido exemplo transformador. Em suma,
no dia-a-dia, devemos ser capazes de enfrentar os
desafios da vida com mais autoconfiança e
determinação, crendo essencialmente que parte da
solução traduz-se num passado integrado e resolvido e
no pensamento positivo de que o futuro pode ser
sempre melhor.
Celebration of the Inner Child (2009), de Danielle Helen Ray Dickson Rafael Leandro
Blue Sea, de numpueng
O que se faz agora com as crianças é o
que elas farão depois com a SOCIEDADE. Karl Mannheim
Esta edição é dedicada às Crianças! As crianças são
para mim uma fonte de alegria, de motivação, sonhos,
sorrisos, ternura, crença e esperança! As crianças são,
usando uma frase cliché, o nosso futuro!
Neste meu artigo decidi escrever sobre as crianças com
quem me relaciono no dia-a-dia no âmbito profissional
como enfermeiro de pediatria, sendo na sua maioria
crianças com doença crónica.
Contextualizando um pouco o meu artigo, a doença
crónica é definida como uma doença que persiste no
tempo num período superior a 3 meses, sendo
incurável, alterando a qualidade de vida do doente,
porém não é considerada uma emergência médica, pois
não coloca a vida em risco num curto prazo. As doenças
crónicas abrangem todos os contextos do ser humano
aos níveis físico, psicológico, social, familiar, económico,
espiritual acarretando grandes transformações na sua
vida e na de todos aqueles que com ele se relacionam.
Existe atualmente um grande número de crianças com
doença crónica prolongada que necessitam de
internamentos hospitalares prolongados e
posteriormente da continuidade de cuidados no seu
domicílio. São crianças que apresentam alterações no
seu desenvolvimento psicomotor e social
comparativamente com as crianças saudáveis, porém é
necessário reforçar que continuam a ser Crianças!
Como tal, estes pequenos seres além dos cuidados de
saúde inerentes à sua condição continuam a necessitar
de amor, ternura, educação e família para que cresçam
num ambiente favorável e propiciador de qualidade de
vida.
No título deste artigo classifiquei as crianças como
pequenos heróis e espero que estas palavras que
escrevo se transformem na minha simples homenagem
a todas aquelas crianças que cuidei, cuido e a todas as
Crianças: pequenos heróis!
Inner Child Healing (n.d.)
outras cuja vida foi assolada por uma doença crónica,
porque é também necessário realçar os grandes feitos
da humanidade, agradecer as aprendizagens
constantes, enaltecer os
sentimentos partilhados e
fortalecer os elos das relações
humanas que estabelecemos
e que vão muito além das
ligações profissionais.
Todos os dias convivo com
heróis, seres com poderes
especiais e que desvalorizam
todas aquelas convenções que
guardamos da nossa infância
de quando assistíamos às
séries infantis e sonhávamos
alcançar grandes feitos. Estes
lutadores não usam capas,
nem fatos especiais, nem
possuem quaisquer poderes
fantásticos e não querem ser
vangloriados, apesar de sem
se aperceberam serem
merecedores de grandes
prémios nesta batalha que é a
Vida.
As Crianças, com o seu jeito especial de ser, provam
todos os dias que a Vida é um bem que deve ser
preservado e motivo de agradecimento constante. É na
partilha da dor, do sofrimento marcado por lágrimas e
angústia, no reconhecimento das pequenas vitórias
diárias que residem os verdadeiros poderes destes
pequenos seres muito especiais.
Recordo com emoção algumas crianças com que me
relacionei e, permitam-me, num modo intimista,
partilhar convosco, caros leitores, os simples
pormenores que marcaram
grandiosamente a minha Vida
e contribuíram para o meu
crescimento e
desenvolvimento como Ser
Humano.
Um dos superpoderes que vi
num destes pequenos heróis,
foi a capacidade de Sorrir no
meio de momentos da dor
física, da incapacidade de se
movimentar, de interagir com
quem o rodeava. Foi um
sorriso que iluminou uma
sala e criou uma onda de
amor em todos aqueles que
rodeavam aquele pequeno
ser.
Foi mágico assistir à
estabilização dos sinais vitais
de uma criança ao ser
envolvida num colo, ao
aninhar-se num regaço
protetor. Esta magia prolongou-se durante algum
tempo em cada prova de que a doença não carateriza
um ser, é apenas uma condicionante da sua vida.
Assisti ao desgaste das energias vitais e num impulso
mágico ao revitalizar de todo um organismo que parecia
querer desistir. Nestes momentos de tudo ou nada creio
que foi a força do amor que fez com que tudo o resto
Angel Whisperer - Angel Heart, de Dr. Kelli
fosse ínfimo perante esse poder universal contido numa
pequena criança tão frágil e tão suprema.
Houve também heroísmo quando a Vida atingiu o seu
fim, quando na despedida envolta em sofrimento
criaram-se aprendizagens que jamais se apagarão ao
longo de toda uma Vida. Este momento criou gratidão!
Agradeceu-se a Vida do pequeno Ser e tudo aquilo que
nos ensinou por mais curta que fosse a sua existência.
As crianças, podem não ser condecoradas, mas são os
Heróis do nosso Tempo! Podem vir batalhas,
adversidades sem fim, que lutarão com toda a força que
os apela ao melhor que há nesta Vida: Sorrir e viver com
e por Amor!
As crianças, pequenos heróis, são mestres de vida, elos
unificadores e transformadores de relações humanas,
são um exemplo para que cada um de nós reflita sobre
a sua existência e agradeça a dádiva de viver.
As crianças são o espelho do nosso Ser. São a
recordação constante de quem um dia fomos e são o
incentivo para o voltarmos a Ser! As crianças clamam
pelo reconhecimento do seu similar que existe no nosso
interior!
Ricardo Fonseca
Já alguma vez tentaram perceber a teoria da
criação do Universo? Pois... Isso mesmo. Confesso que
sou amante das explicações científicas, mas parece-me
que o facto de a vida existir, o planeta terra, indo até ao
universo, é em termos estatísticos, aquilo que muitos
determinam de milagre (retirando o divino da equação)
e ponto final!
Relembrando o dilema do ovo e da galinha, a verdade é
que nem sempre a ciência consegue explicar os
acontecimentos. Baseando-se a formação do universo
em dois pressupostos, temos aqui uma janela de
oportunidade, para chamar a vida, disso mesmo: um
milagre. Mesmo que teoricamente faça sentido, todas
as variáveis que deram origem à vida estarem alinhadas
no tempo, espaço, temperatura, entre outros factores...
são, sem dúvida, uma circunstâncias do acaso ou da
menor probabilidade
calculada para que tal
sucedesse.
E ontem, ao ver o meu
filho dar os seus
primeiros passos, foi isso
mesmo que realizei. Pela
ciência da física e pela
influência da força da
gravidade, aquele
pequeno ser teria mais
probabilidade de cair do
que manter-se de pé e
caminhar. Mas ele lá quis saber da ciência e das suas
probabilidades. Lá quis saber se iria com certeza cair ou
se o acaso, o vento, a iluminação, o atrito ou o peso das
suas pernas rechonchudas o iriam ajudar a mover-se.
Milagre ou não, ele andou e apenas isso lhe interessou.
As crianças são assim mesmo, simplesmente
perseveram. Caem e voltam a erguer-se. Sonham.
Imaginam sem limites e têm uma determinação
inabalável. Têm uma genuinidade de sentimentos
extraordinária. Uma inocência inspiradora. Insistem em
quebrar barreiras por onde passam. Vivem no limbo
como quem tem os pés assentes na terra. As crianças
fazem-nos, de uma forma magnífica, voltar a ver a
beleza na simplicidade. E como tal, crescer e manter
essa capacidade é o milagre que dá sentido a nossa
existência.
As crianças representam assim, a esperança num
amanhã melhor. Mas por vezes, demasiadas vezes, elas
crescem e tornam-se
adultos sem
expectativas, sem
alegria e sem vida.
Perdem a pureza com
que vêem a vida e a
sua liberdade em ser
autênticos. Elas
crescem e, num
determinado
momento, tornam-se
conscientes da sua
realidade, aquela que
se identifica pela
A Vida na Menor Probabilidade
estatística, que insistem em ensinar-lhes de tenrinhos. É
aí que tudo parece demasiado perigoso e o esforço
parece não valer mais a pena.
Por isso é preciso ter sorte.
Ter sorte de ser criança e
cruzarem-se, no seu
caminho, adultos
sonhadores. Adultos que
mantêm a sua capacidade
de se maravilhar, quer
sejam pais, educadores ou
intervenientes na sua vida,
mesmo que por meros
momentos, que não
tenham perdido a sua
paixão. Adultos que,
quando tomaram
consciência da sua
existência, transformaram
o medo em gratidão.
Adultos que depositam, dia
após dia, a sua fé nos 99%
de probabilidade de falhar
e apostam no restante 1% a sua decisão de seguir em
frente.
É preciso ter sorte de ser criança e cruzar com adultos
que tenham o propósito de educar para a esperança ou
até mesmo de se cruzar com crianças que se tornaram
adultos que não tenham perdido a sua grandiosa
capacidade de simplesmente saber amar. Adultos que
acreditam que o impossível está a um passo de se
tornar alcançável.
Adultos que sabem
transmitir confiança e
convicção, pois
apesar da incerteza
que a liberdade nos
traz, este é o único
caminho que nos
permite levar a
felicidade ao nosso
lado.
E apesar da felicidade
residir na menor
probabilidade, viver
também reside em
escolher o lado da
menor probabilidade.
Vencer será
igualmente a menor
das probabilidades. O que as crianças estrondosamente
nos relembram é que todos nascemos na menor
probabilidade e que para andar foi preciso levantar-se,
mesmo que inicialmente, cair tenha sido a maior das
probabilidades.
Muriel Mendes
Rubrica de OS LIVROS NOSSOS
Sinopse:
“Branca de Neve” é o primeiro livro do talentoso ilustrador francês Benjamin
Lacombe a ser publicado em Portugal. Tem a chancela da editora Paleta de Letras
e chega às livrarias como uma forte aposta de natal para o público infanto-juvenil.
Bem ao seu estilo, Lacombe apresenta-nos uma Branca de Nece envolta em
mistério e nostalgia, com imagens a transportarem-nos para o reconto surrealista
da obra. O ilustrador recria os personagens tradicionais da versão do conto dos
irmãos Grimm.
Ao pegarmos nesta obra é, desde logo, impossível
ficarmos indiferentes ao seu grafismo irrepreensível, em
capa dura, numa edição de luxo, as ilustrações parecem
saltar do livro até junto de nós e mostram-se impressas
num papel rugoso e brilhante, de elevadíssima
qualidade.
A Editora Paleta de Letras apostou numa obra de
excelência, direccionada para o público infanto-juvenil,
dando uma nova cara ao clássico conto dos Irmãos
Grimm, mas dando também a oportunidade aos
coleccionadores de adquirir um livro que é, também,
um objecto de culto e de elevado rigor estético.
Aliás o livro é uma verdadeira obra de arte, e esta
edição acaba por fazer transparecer o cunho pessoal
que o Ilustrador Francês Benjamin Lecombe adora
conferir aos seus trabalhos. Maravilhosamente
ilustrado, o livro transmite aos leitores uma dupla
mensagem, combinando sabiamente os códigos visuais
e os linguísticos.
A história surge narrada em termos bastante clássicos,
assumindo a Madrasta o papel de Vilã, Branca de
Neve como uma jovem beleza em perigo devido à inveja
causada à pérfida Madrasta [que encomenda a morte
da menina a um caçador, porém sem sucesso, uma vez
que o mesmo poupa a vida da princesa]. Perdida na
Floresta encontra abrigo em casa dos
trabalhadores sete anões. Até encontrar o esperado
final feliz nos braços de um belo príncipe, Branca de
Neve terá ainda de superar algumas adversidades
colocadas no seu caminho pela rainha má que casara
com o seu pai.
O texto surge-nos apresentando em tom bastante
elaborado e de elevada qualidade literária, sem que tal
impeça o claro entendimento da obra pelos jovens
leitores, que aliás podem ir questionando os adultos
que lhe dêem o livro a conhecer [estimulando-se assim
ainda mais a natural curiosidade das crianças por novas
descobertas, e incentivando a leitura desde tenra
idade].
As ilustrações transmitem claramente as emoções das
personagens [inveja, beleza, medo, ternura, tristeza e
felicidade] e permitem levar os jovens leitores a
visualizar a dinâmica da história narrada, associando as
personagens a uma clara imagem mental das mesmas,
levando-as até ao mundo mágico dos contos de fadas.
E nós adultos, apreciadores de livros, não ficamos
também indiferentes a este livro, aliás, somos levados
de volta à infância, revivendo com nostalgia este
clássico revisitado, numa edição que bem merece ir
passando de geração em geração, pela sua extrema
qualidade a todos os níveis.
Uma boa sugestão para oferecer neste Natal, um claro
convite para ler um livro ao deitar na noite de
consoada.
Em suma, Branca de Neve é pura magia em forma de
livro!
Isabel Almeida
“Quando era puto, ficava todo contente assim que
via o mar!”, partilhou ele, enquanto chegávamos à
Ericeira. Automaticamente, ressoou na minha cabeça
mais um momento “eureka” – era isso mesmo!
O quê, pergunta o leitor? Pois na minha cabeça surgiu-
me o óbvio e algo que tantas vezes nos escapa nos
meandros do quotidiano atarefado e submerso em
correrias, quase de alta competição (ou, pelo menos, o
gasto energético parece ser semelhante a tal!). Veio-me
então à mente parte de uma explicação do facto de em
adultos nos deixarmos de deslumbrar, de ter
curiosidade pela mais mínima existência de vida e de
dinamismo ao nosso redor. Tomamos por garantido o
mar, a areia, o sol, as pessoas, as refeições, os banhos…
e, por norma, só nos voltamos a aperceber da sua
verdadeira importância e significado quando os
perdemos por algum motivo.
E se tal condição não for a única forma de voltarmos a
apreciar as “pequenas coisas” da vida? E se for possível
voltar a deslumbrarmo-nos com aquilo que na infância
fazia cócegas aos nossos sentidos e nos deixava
entusiasmados? E se…?
Não precisamos de perder algo para reaprender a dar
valor àquilo que temos. Podemos simplesmente
enfrentar a nossa tendência natural para o hábito e de
Regressar à Infância
Foto de rua na Ericeira - um motivo e momento de deslumbramento pessoal, através da concentração no momento
Presente e uso dos sentidos.
só nos darmos conta das excepções às regras – porque
basicamente o ser humano tem essa tendência, a de
acomodar-se aos padrões mais ou menos constantes, o
que também não é negativo de todo, tendo as suas
vantagens e utilidade de sobrevivência.
No entanto, a nossa vida também ganha significado
graças a uma necessidade igualmente humana e natural
– a curiosidade e a sede de conhecimento, duas
motivações que nos permitem desenvolver e progredir.
O equilíbrio ideal será portanto conviver com regras,
aprendendo sobre as nossas tendências naturais,
admitindo-as e aceitando-as, e ao mesmo tempo
desafiando-as, através da nossa curiosidade aguçada,
tal como fazíamos quando éramos crianças!
É, portanto, possível voltarmos a olhar para o mar, para
a areia, para as flores e para tudo com os mesmos olhos
curiosos de antes – como? Deixo-lhe algumas
propostas:
1. Aprenda a utilizar mais do que um sentido: não
olhe só para o que o rodeia – sinta, cheire,
saboreie, ouça!
2. Concentre-se no momento Presente: a única
forma de viver plenamente e desfrutar de um
Futuro risonho é manter-se “aqui e agora”,
aproveitando cada situação e oportunidade
para viver!
3. Conecte-se: quando estiver em contacto com
pessoas, faça-o genuinamente – dê-lhes toda a
sua atenção e procure ficar absorvido no
momento!
4. Tenha tempo para sentir: quantas vezes “as
coisas nos passam ao lado”? Quantas vezes nos
sentimos culpados por não ter sabido
aproveitar melhor o momento? Dê a si mesmo
permissão para ter tempo de sentir e estar em
contacto com as suas próprias emoções,
momento a momento!
Pronto para regressar à infância?
Vanessa Dias
Caixinha de Sugestões
Michael Newman (Adam Sandler) é casado com Donna (Kate Beckinsale), com que tem
Ben (Joseph Castanon) e Samantha (Tatum McCann) como filhos. Michael tem tido
dificuldades em ver os filhos, já que tem feito serão no escritório de arquitetura em
que trabalha no intuito de chamar a atenção de seu chefe (David Hasselhoff). Um dia,
exausto devido ao trabalho, Michael tem dificuldades em encontrar qual dos controles
remotos de sua casa liga a televisão. Decidido a acabar com o problema, ele resolve
comprar um controle remoto que seja universal, ou seja, que funcione para todos os
aparelhos eletrônicos que sua casa possui. Ao chegar à loja Cama, Banho & Além ele
encontra um funcionário excêntrico chamado Morty (Christopher Walken), que lhe dá
um controle remoto experimental o qual garante que irá mudar suaa vida. Michael
aceita a oferta e logo descobre que ela realmente é bastante prática, já que coordena
todos os aparelhos. Porém Michael logo descobre que o controle tem ainda outras
funções, como abafar o som dos latidos de seu cachorro e também adiantar os fatos
de sua própria vida.
Sinopse de adorocinema.com
vídeo livro
filme
Um pai é mais do que um amigo, um herói, ele
é nosso mentor, metaforicamente falando, é o
piloto de nossa vida, o comandante que nos
coloca no caminho e nos dá a oportunidade de
seguirmos adiante, passo a passo, mas sempre
debaixo de sua asa protetora.
Luis Alves