Download - Revista Conexao Bahia 208
edição 208
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Mala DiretaBásica
ENTREVISTAJornalista Glória Maria fala sobre desafios da mulher empreendedora
MERCADO Orientação para o crédito: antes, durante e depois
Dono da padaria Panille, José Willian, recebeu um ano de consultoria pelo Sebratec
Inovar, planejar e crescer
AT10487 - ANJ CPNI SEBRAE 202X266.pdf 1 9/24/14 18:59
Tudo que sua empresa
precisa para crescer.
Cursos e consultorias para pequenas empresas.
O Programa Sebrae Mais oferece 14 soluções
diferenciadas, fl exíveis e independentes que combinam
capacitação para você e consultoria para sua empresa,
tornando-a mais competitiva e preparada para
continuar avançando. Resultados comprovados:
72,1% das empresas fi zeram mudanças depois da
participação no programa, 35,1% aumentaram
o faturamento e 90,4% pretendem participar de
outros cursos. Procure o Sebrae, especialistas em
pequenos negócios.
Empretec
Gestão Financeira
Estratégias Empresariais
Plano de Marketing Avançado
Encontros Empresariais
Oficina Modelo de Excelência da Gestão – MEG
Gestão da Qualidade
Gestão da Inovação
Palestras Técnicas
Seminário Desafios do Crescimento
ASSINATURA SEBRAE_ATUALIZADA.pdf 1 08/08/14 13:50
ANR SEBRAE MAIS 200x265mm SEBRAE.indd 1 20/10/14 15:05
Expediente
Publicação do Sebrae Bahianº 208, setembro de 2014 Filiada à Aberje
Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia João Martins da Silva Júnior
Diretor-superintendente Edival Passos Souza
DiretoresLauro Alberto Chaves Ramos Luiz Henrique Mendonça Barreto
Unidade de Marketing e Comunicação
CoordenaçãoCássia Montenegro (DRT 1052)
EquipeAlice Vargas, Mauro Viana, Pedro Soledade, Rafael Pastori, Rodrigo Rangel, Vanessa Câmera e Isabela Oliveira. Estagiários: Daiane Santiago, Cristiane Gonçalves, Isabel Santos e Thais Almeida.
Agência Sebrae de Notícias(Varjão & Associados Comunicação)
Anaísa Freitas, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Cristhiane Castro, Cristina Laura, Laiana Menezes, Maria Clara Lima, Gustavo Rozario, Fernanda Barros, Nara Zaneli, Tamara Leal, Luciane Souza, Cyntia Farabotti, Maiane Matos, Renata Smith, Roberta Neri e Silvia Araújo.
RevisãoAnaísa Freitas
Edição Carla Fonseca
Edição de FotografiaJoão Alvarez
CapaJoão Alvarez
Projeto Gráfico Solisluna Editora
EditoraçãoObjectiva
ImpressãoQualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda
Tiragem15.000 exemplares
Cartas Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40060-350. [email protected]
Telefones 71 3320.4558/4367
Agência Sebrae de Notíciaswww.ba.agenciasebrae.com.br
A revista Conexão edição 208 traz uma reportagem especial na edito-ria Inovação sobre a Panille Deli-catessen, que começou a funcionar em 2005, comandada pela madras-ta e enteado, Joelma Pereira e José William Júnior, no Largo Dois de Julho, em Salvador. O empreendi-mento recebeu consultorias espe-cializadas do Programa Sebraetec, com implantação de soluções em inovação e tecnologia e alavancou seu crescimento e faturamento.
Na editoria Educação Empreende-dora, a reportagem aborda a atua-ção do Sebrae no apoio e capacita-ção dos pequenos negócios. Você vai poder conferir as muitas oportuni-dades que a instituição oferece e de que maneira seu empreendimento pode ser atendido pelo Sebrae. Os empresários João Gilberto e Maria José, do Platô Bar e Restaurante, e Margarida Matos, do Centro Gineco-lógico de Salvador (Cengisa), expli-cam como implantaram mudanças e conquistaram resul-tados, a partir da in-tervenção do Sebrae.
No pequeno muni-cípio de Wanderley, a cerca de 130 km de Barreiras, a empresá-ria Sônia Elisa Maroso batalha desde 1998 para firmar a peque-na indústria familiar, Laticínio Nobreza, no mercado. Essa história você vai conhecer na
editoria de Agronegócios desta pu-blicação. Hoje, a indústria deman-da leite dos pequenos produtores da região para fabricar e distribuir manteiga com sal, queijos mussa-rela, minas frescal, ricota e coalho, creme de leite fresco e bebida láctea nos mercados de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães.
Contratar crédito para investir na empresa pode ser uma excelente ideia. Nesse contexto, a revista Co-nexão traz uma reportagem sobre como planejar o melhor momento para o empréstimo, as dicas para ga-rantir uma decisão segura, as etapas que envolvem a contratação de um empréstimo e as instituições bancá-rias que disponibilizam o recurso. E, em entrevista exclusiva à revista Conexão, a jornalista Gloria Maria, fala, a partir de sua própria trajetó-ria, sobre a mulher negra empreen-dedora e os desafios do mercado.
Leia a revista Conexão, publicação especial do empreendedor!
O negócio é inovar!
A utilização da marca Sebrae é de uso exclusivo do titular da mesma. Seu uso por terceiros, sem autorização prévia, expressa e formal da Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae Bahia, é passível de punição, conforme previsto pela Lei da Propriedade Industrial nº 9279/96.
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Panille se prepara para comercializar a sua linha própria de pães integrais multigrãos em outros estabelecimentos
26MERCADoSaúde financeira
28ENTREVISTAGloria MariaMulher, negra e empreendedora
32ECoNoMIA CRIATIVA#póscopa
35MICRoEMPREENDEDoR INDIVIDUALNegócios na balada
37EMPREENDEDoRISMoSustentabilidade é diferencial
38SEBRAE PERTo DE VoCÊ
Sumário
6CoMÉRCIo E SERVIÇoSDe escola de sucesso a hotel, tudo em família
8PoLíTICAS PúBLICASBom comprador
11AgRoNEgóCIo Leite nobre
13INoVAÇão E TECNoLogIAPão com inovação
15INDúSTRIAManutenção preventiva é ponto forte da Eurolift
18EDUCAÇão EMPREENDEDoRAQualificação é a alma do negócio
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CoMÉRCIoE SERVIÇoS
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Irmãs Gilsan e Gilsara, além da caçula Gilsade, administram a escola Kennedy, em Eunápolis, com 800 alunos
De escola de sucesso a hotel, tudo em famíliaSucesso e excelência da escola fundada há 30 anos leva família Pessoa a diversificar negócio e lançar o hotelzinho Kennedy baby
As irmãs da família Pessoa Santos cresceram em um sítio, no município de Eunápolis, onde o convívio com as crianças não se resumia apenas a es-tripulias. Na época, Dona Maria Isa-
bel, com pouco mais de 16 anos, não
se conformava em ver tanta criança
sem saber ler nem escrever. Com
pouco recurso e muita insistência, a
educadora nata apresentou o univer-
so das letras para meninos e meni-
nas de rua. A primeira lição: apren-
der que o sonho é sempre possível.
A dedicação da mãe contagiou as
irmãs gêmeas Gilsan e Gilsara, e a
caçula Gilsade. Quando Maria Isabel
decidiu parar as aulas de reforço, elas
assumiram o posto e começaram a
seguir os passos da matriarca. As pe-
quenas empreendedoras montaram
na garagem a Escolinha Kennedy,
nome do antigo sítio da família.
Com um mercado cada vez mais
exigente, as três irmãs buscaram for-
6 REVISTA CONExãO
mação acadêmica. A diretora Gilsan graduou-se em administração e as outras irmãs em pedagogia. Fundada em março de 1984, a proposta da ins-tituição sempre foi a mesma: oferecer educação de qualidade, crítica, criativa e, acima de tudo, prazerosa e segura.
A escola cumpre com excelência o desafio de oferecer um ensino com-pleto para formação de alunos-cida-dãos, que perpassa pela Educação Infantil e Ensino Fundamental I e II. “Criamos também a Kennedy baby e um hotelzinho. A ideia era atender às necessidades dos pais que traba-lham e não têm com quem deixar seus filhos. A ampliação vai permitir a criação de mais 200 novas vagas em 2015, aumentando para 800 alu-nos matriculados”, esclarece a psi-copedagoga e psicanalista, Gilsade.
O trabalho garantiu ainda que a escola se tornasse modelo nacional-mente. Em 2009, a Escola Kennedy venceu o Prêmio de Competitivida-de para Micro e Pequenas Empresas (MPE) pela adesão aos conceitos e práticas de Responsabilidade Social, com a satisfação dos clientes e boas práticas de gestão. Nesses 30 anos, educando crianças, a instituição já foi
reconhecida pelo projeto Faça Parte, parceria entre a Unesco e o Ministério da Educação, como escola solidária pelos projetos sociais e culturais de-senvolvidos. “O prêmio foi o resultado da busca pela qualidade, reconhe-cendo nossos esforços, iniciativas e ações para melhoria da gestão e para aumentar nossa competitividade. A busca pela excelência faz com que apliquemos avaliações a cada semes-tre e o resultado é acima de 90% de satisfação dos pais”, afirma Gilsade.
A história de sucesso começou a partir de uma nova postura profis-sional. As oportunidades oferecidas pelo Sebrae, como palestras, semi-nários, cursos e consultorias foram aproveitadas e refletiram o novo mo-mento da instituição. “A construção de uma relação com o Sebrae provo-cou uma mudança nos processos, no atendimento e nas técnicas. Nos or-ganizamos mais, começamos a pen-sar e nos preocupar com a responsa-bilidade social. O Sebrae nos apoiou na elaboração de um plano de ações, pensado para daqui a 20 anos. E a reciclagem dos nossos profissionais passou a ser uma prioridade”, desta-ca a diretora Gilsan.
Para a gestora do Prêmio MPE Bra-sil no Sebrae Bahia, Simone Patrícia Oliveira, a iniciativa é uma chance para que o empresário tenha um diagnóstico completo do seu negócio, podendo ter um “raio-x” ou extrato das suas potencialidades e uma lista de oportunidades de melhoria. “Ele tem um mapa daquilo que precisa para ser referência, conquistar mais mercado, satisfação dos clientes e o que há de excelência em gestão, além de ter um comparativo em re-lação às empresas do mesmo setor”.
Com o compromisso de buscar o que mais se ajusta às premissas da educação no momento, a escola op-tou pela parceria com o Sistema An-glo de Ensino (editora Abril), estra-tegicamente posicionado como um dos melhores e mais estruturados Sistemas de Ensino da atualidade, e que tem mais de 60 anos de pesquisa e desenvolvimento em educação. “O resultado é a satisfação estampada nos olhos de 600 crianças e a relação que construímos com os 52 colabo-radores. A fórmula é simples: não se acomodar, estar sempre inquieto, se-dento por mais conhecimento e ouvir sempre o cliente”, finaliza Gilsan.
Prêmio MPE Brasil
Reconhecer gestores e instituições brasileiras que investem em conceitos e práticas de gestão
é o principal objetivo do Prêmio, que destaca ideias e difunde valores como o aumento da
qualidade, da produtividade e da competitividade das pequenas empresas. Uma realização
do Sebrae, Movimento Brasil Competitivo (MBC), Gerdau e Fundação Nacional da Qualidade
(FNQ), o Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas é dirigido a negócios de
todos os setores da economia. Até o mês de julho deste ano, foram preenchidos 1,5 mil ques-
tionários de autoavaliação. O MPE Brasil é uma chance que o empresário tem de conhecer seu
empreendimento. Todas as etapas da premiação se constituem numa oportunidade de avaliar
a administração da empresa, feita a partir do Modelo de Excelência de Gestão (MEG) da FNQ.
SEBRAE BAHIA 7
PoLíTICAS PúBLICAS
Bom compradorEmpresas organizam seus processos internos e estudam a melhor maneira de participar das licitações públicas
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Gerson Vieira preparou sua empresa, a ERRE & GE – Casa e Construção, para fornecer ao governo
O segmento de compras públicas se
apresenta como um mercado a ex-
plorar, se constituindo em um bom
negócio. Quando o empresário
toma a decisão de fornecer para
o setor público, o primeiro passo
é organizar seu empreendimento.
Ele deve se preparar internamen-
te, calcular os riscos, ter preço de
mercadoria, ficar devidamente ha-
bilitado e atender às exigências da
administração pública.
Após organizar a empresa, o em-
preendedor deve escolher a esfera
governamental (federal, estadual ou
municipal) a qual deseja oferecer
seus serviços ou bens. Essa decisão
implica em conhecimentos diferen-
8 REVISTA CONExãO
ciados sobre legislação específica e adequação empresarial. Gerson Viei-ra, da ERRE & GE – Casa e Constru-ção, instalada no bairro de Sussuara-na, está entre os empresários que se preparam para prospectar o universo da administração pública. Ele desig-nou um funcionário qualificado para atender exclusivamente à área de compras governamentais.
Vieira conhecia bem o ramo, há sete anos, e desde que criou a empre-sa participou de inúmeras licitações, mas optou em preparar um colabo-rador que tivesse tudo organizado para participação da empresa em pregões eletrônicos ou presenciais. Hoje, a empresa sempre fornece ma-terial hidráulico e elétrico para ma-nutenção de diversas secretarias do governo baiano. Neste setor, ele mo-vimenta ao ano cerca de R$ 1 milhão. Neste segundo semestre, o objetivo é ampliar seus contratos de licitação com foco no governo federal e pre-feituras da Região Metropolitana de Salvador (RMS).
“Licitação pública é bom negó-cio, mas existem editais e regras do contrato que devem ser cumpridos, com prazo de fornecimento. O em-presário deve ter uma sólida base jurídico-financeira e capital para investir. Também deve se informar melhor sobre o assunto e fazer cur-sos de capacitação, como aqueles ministrados pelo Sebrae, para rece-ber as orientações e não ter prejuí-zos”, alerta Vieira.
Como participar de licitação pública
O empreendedor que deseja con-correr a uma licitação pública no Governo Federal deve ir presencial-mente ao Banco do Brasil e se sub-
meter ao processo de cadastramento para participar da licitação, já que a instituição tem operado pelo pregão eletrônico. Para fornecer ao Governo do Estado, ele deve fazer a inscrição no Sistema de Cadastramento Uni-ficado de Fornecedores (SICAF) pela internet (www.sicaf.com.br) ou então dirigir-se a um dos postos do Servi-ço de Atendimento ao Fornecedor (SAF), localizado na Secretaria da Administração do Estado da Bahia (SAEB) ou nos postos do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC).
De acordo com o Decreto nº 1094, os órgãos públicos só podem com-prar ou contratar a prestação de serviços para o governo os forne-cedores que estiverem em situação regular no SICAF, ou que apresen-tarem os documentos necessários à habilitação. Isso facilita bastante a participação dele num processo li-citatório, pois estará cadastrado pe-rante qualquer órgão/entidade, em todo território Nacional, indepen-dentemente do local onde tenha ocorrido o cadastramento.
Uma vez cadastrada, a empresa deve selecionar o edital que lhe interessa, de acordo com as carac-terísticas de seu negócio, seja for-necimento de obras, serviços, com-
pras e alienações. É importante a leitura cuidadosa do edital. Nele, estão as exigências e a relação de toda a documentação necessária. Para obter informação sobre aber-turas das licitações, é interessante consultar os avisos dos resumos dos editais de licitação que são pu-blicados no Diário Oficial do poder público o qual deseja concorrer.
É importante também manter-se informado nos portais de comprasnet de cada instância de governo, assim como buscar subsídios na Lei Com-plementar nº 123/2006, a qual favo-rece o pequeno negócio nas compras públicas. O processo licitatório é um instrumento legal dos governos para realizar compras públicas, no sentido de cristalizar a transparência e ética.
Portais onde você encontra agenda de licitações públicas
• Portal da União: www.comprasnet.gov.br
• Portais do Governo do Estado: www.comprasnet.ba.gov.br
• Portal do Município: www.cidadecompras.com.br
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Cartilha do Comprador – Os novos paradigmas da Admi-nistração Pública. Destinada a pregoeiros, membros de co-missão de licitação e servido-res públicos
Cartilha do Fornecedor – O caminho para ter sucesso na contratação pública. Feita para empresários que dese-jam vender para o governo e participar de licitações.
Compras Públicas – Forne-cendo para o Estado da Bahia. Direcionada a quem deseja vender para o Governo da Bahia e participar de Licita-ções: Certifi cado de Registro Cadastral (CRC), Programa Nacional de Alimentação Es-colar (PNAE), credenciamen-to, principais leis.
Agricultura Familiar/Produ-tores – Um bom negócio para o desenvolvimento local. Edi-ção para agricultores familia-res que desejam vender sua produção para o setor público, e participar do Programa Na-cional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisi-ção de Alimentos (PAA).
Agricultura Familiar/gesto-res Públicos – Um bom negó-cio para o desenvolvimento local. Destinada a gestores públicos, que tem o objetivo de utilizar programas que vi-sam o desenvolvimento local sustentável, como o Programa Nacional de Alimentação Es-colar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Cartilhas do Sebrae sobre compras públicas
Passo a passo para concorrer à licitação pública
1. Fazer planejamento interno da empresa – regularizar documentação, quadro de pessoal, instalações, cumprimento
de Legislação Trabalhista e Ambiental.
2. Escolher a instância governamental:
• Governo Federal – cadastramento no Banco do Brasil.
• Governo Estadual – Cadastramento no Sistema de Cadastramento Unifi cado de Fornecedores
3. Consultar editais nos jornais de circulação, portais comprasnet, diários ofi ciais.
4. Escolher e concorrer à licitação pública
O empreendedor interessado em fi car mais bem informado sobre compras públicas pode acessar as cartilhas produzidas pelo Sebrae no link www.issuu.com/sebraebahia.
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Da fabricação artesanal até a produção para venda em outras cidades, a empresa, comandada por Sônia Maroso, é referência local. Mussarela, minas frescal, ricota, coalho e creme de leite fresco estão entre os produtos fabricados pelo Laticínio Nobreza. Iogurte é a grande novidade deste ano
Leite nobreA indústria familiar, fundada em 2006, aumentou a fabricação e passou a demandar leite dos pequenos produtores locais
Em 1998, no município Wanderley, a cerca de 130 km de Barreiras, tem início a história do Laticínio Nobreza, uma pequena indústria familiar que nasceu em uma fazenda, produtora de queijos tipo frescal a partir do lei-te extraído da sua propriedade rural. Os produtos de fabricação artesa-nal conquistavam espaço no mer-cado local através das feiras livres,
tendo o sabor e a qualidade como marcas registradas.
A informalidade chegou ao fim em 2006, quando a empresária Sônia Eli-sa Maroso Andrade decidiu construir uma estrutura em Wanderley, com base nas normas do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riis-poa), estabelecido pelo Ministério da
Agricultura. Com a nova indústria, a empresa passou a adquirir leite dos pequenos produtores da região, dina-mizando a economia local.
Sempre interessada em trabalhar com projetos, a empresária iniciou a relação do Laticínio Nobreza com o Sebrae em 2009. “A partir desse primeiro contato, passei a ser acom-panhada pela instituição, por meio
AgRoNEgóCIo
SEBRAE BAHIA 11
de atendimentos do Programa de Alimentos Seguros (PAS), em 2012”, relembra. Com o PAS, a empresa in-vestiu mais em controle e qualida-de. “Ficou mais seguro produzir, pois nós passamos a ter um checklist do início ao fim de nossa fabricação, desde a chegada da matéria-prima na plataforma até a saída”, conta.
Em 2013, a empresa começou a ser acompanhada pelo Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), que estimula a capacitação e a ino-vação nos pequenos negócios. Desde então, a empresária passou a par-ticipar de palestras, cursos e con-sultorias, com o objetivo maior de reduzir desperdícios na produção, com temas ligados às Boas Práticas de Fabricação, Estocagem Correta de Produtos e Técnicas de Vendas e Ge-renciamento Adequado de Resíduos e Emissões Atmosféricas.
Hoje, com rótulos padronizados de produtos lácteos, Sônia distribui manteiga com sal, queijos mussa-rela, minas frescal, ricota e coalho, creme de leite fresco e bebida láctea nos mercados de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães (LEM). “Diaria-mente são produzidos 500 quilos de queijo mussarela, nosso principal item, e 150 quilos de manteiga. Já os queijos minas frescal e coalho são feitos por encomenda, e são distri-buídos cerca de 300 quilos por se-mana”, contabiliza.
O período de seca atípico, conti-nuado no mês de abril deste ano, quando normalmente chove na re-gião, estimulou a maturação do ne-gócio, levando ao lançamento dos iogurtes de morango e ameixa no início de maio deste ano. “A empre-sária reuniu, além de mediadores
do Sebrae, instituições ligadas ao leite, governo e produtores, e uniu forças para superar a crise”, relem-bra a agente local de inovação do Sebrae, Tatiane Salmeiro.
“Existe uma dificuldade do leite in natura em Barreiras, mas o iogurte pode ser feito com leite em pó, com o mesmo sabor e qualidade e sem encarecer o produto final”, afirma Sônia. Com a superação, já existe uma demanda para o iogurte nos municípios de Riachão das Neves, São Desidério, Cristópolis, Baianó-polis, Angical, Barreiras e LEM, o que contribui para o otimismo de Sô-nia. “A nossa meta é montar parce-rias com entregadores de frios para vender esses produtos em todo o estado”, planeja a empresária, que pretende passar a produzir 1,5 mil litros do produto diariamente, con-tra os atuais 700 litros diários.
Sônia acredita que o crescimento do seu empreendimento, iniciado como uma Microempresa (ME) e hoje enquadrado como Empresa de Pequeno Porte (EPP), começou gra-ças ao seu esforço e persistência, aliados ao apoio do Sebrae. “Aprendi que eu tinha todas as ferramentas, só não estava utilizando da manei-ra correta, e o Sebrae me ensinou a trabalhar obtendo os resultados desejados.” Desde o primeiro con-tato com a instituição, a lista de ca-pacitações só aumenta: Empretec, Sebrae Mais (Gestão Financeira) e Sebraetec (Consultoria para o Pro-grama de Alimentos Seguros), Cur-so Boas Práticas de Fabricação e de Gestão de Empresas de Alimentos e Bebidas, além das participações em Rodadas de Negócios da região e Missões Empresariais.
Para o gerente regional do Sebrae em Barreiras, Emerson Cardoso, a história do Laticínio Nobreza é pau-tada em planejamento e obstinação da empreendedora. “Disponibiliza-mos ferramentas tecnológicas e de gestão para facilitar a tomada de decisão e potencializar os resultados. Continuaremos apoiando o cresci-mento dessa empresa e facilitando seu acesso ao mercado”, concluiu.
Programa de Alimentos Seguros
O PAS é um programa desenvol-
vido por entidades do Sistema “S”,
visando reduzir os riscos à saúde
da população causados por ali-
mentos contaminados. A iniciativa
utiliza ferramentas de controle em
segurança de alimentos, como as
Boas Práticas e o Sistema de Aná-
lise de Perigos e Pontos Críticos
de Controle (APPCC), nas empre-
sas integrantes da cadeia dos ali-
mentos, em todo o país. Na Bahia,
o programa, desenvolvido pelo
Sebrae em parceria com o Senai e
o Senac, atende aos pequenos ne-
gócios nas modalidades: Mel, Leite,
Indústria, Distribuição, Mesa e Em-
preendedor Individual.
O serviço de consultoria passo a
passo faz o diagnóstico das condi-
ções de produção dos alimentos, se-
guido por um plano de ação, desta-
cando todas aquelas que não estão
em conformidade. A partir de en-
tão, é feita uma proposta de ações
corretivas e, por fim, a elaboração
e implantação do Manual de Boas
Práticas, com base nas melhorias
feitas nas empresas.
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INoVAÇão ETECNoLogIA
Pão com inovaçãoUm ano depois de participar do programa do Sebrae, empresa está alavancando seu faturamento
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José Willian está à frente da empresa Panille que, ao participar do Sebraetec, se reposiciona no mercado
A história da Panille Delicatessen começa em 2005, quando o restau-rante da família, em funcionamen-to desde 1997, assume a estrutura de panificadora, com o nome Pão de Mel. Desde aquele período, Jo-elma Pereira e José William Júnior, madrasta e enteado, superavam os desafios para manter o peque-no negócio em funcionamento, no Largo Dois de Julho, em Salvador.
Foi então que, em maio de 2013, a Agente Local de Inovação (ALI), Fa-biana Dias, prospectou o negócio e constatou a disposição do empresá-rio José William Júnior em aderir às orientações do “Radar da Inovação”, o diagnóstico primário do negócio, que mensura o grau de inovação da empresa. Através das soluções e consultorias especializadas do Pro-grama Sebraetec, foram propostas
soluções em inovação e tecnologia para alavancar o nível de crescimen-to e de faturamento da empresa.
A primeira delas foi a criação da marca Panille Delicatessen, elabo-rada pela empresa Marka Brand Design, traduzindo o conceito que o empresário quis dar ao negócio: Pan, adaptado do francês pain, é pão; Famille, da mesma língua, equivale à família, por se tratar de
SEBRAE BAHIA 13
uma empresa familiar. “A criação gerou um registro de marca, rein-vestimento em toda sinalização da loja, mudança no fardamento, pla-no de marketing, entre outras. Eles estão trabalhando para implantar as mudanças”, enumera a ALI Fa-biana, que acompanhou todo pro-cesso de reestruturação.
A nova marca está em processo de registro no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), ação também subsidiada pelo Sebraetec. Já a parte de marketing e redes so-ciais da Panille ficou à cargo da Ma-qhin Soluções Tecnológicas.
Neste momento, eles estão am-pliando o espaço físico, criando um escritório confortável e uma moder-na vitrine dos pães, doces e salgados à disposição dos seus clientes. As parcerias com grandes representan-tes do ramo de alimentos e bebidas e o aumento no mix de produtos integram o rol de modificações da Panille, como explica Júnior. “Só ofe-recíamos o café da manhã e a sopa
à noite, em espaço com cinco mesas. Hoje, já servimos o almoço, no total de 20 mesas, que, por sinal, já nem dão conta de tanta gente”. O incre-mento no cardápio já responde por 30% do faturamento.
O aumento no mix de produtos fortaleceu ainda mais o serviço de delivery e buffet externo e a oferta através do website, dando ao clien-te a oportunidade de enviar o orça-mento e negociar com a empresa. “O Sebrae foi uma peça fundamental para o crescimento, no sentido de conquistar este formato diferente”, conta Júnior, sobre o resultado da primeira experiência de qualificação junto à entidade.
Atualmente, a Panille Delicates-sen trabalha para comercializar em outros estabelecimentos a sua linha própria de pães integrais multigrãos. Para isso, conta com o atendimento das áreas de Alimentos e Bebidas e Gráfica do Senai Bahia, que, inte-grando suas competências e profis-sionais, e mais o apoio do Sebraetec,
disponibilizam a empresa uma solu-ção completa para desenvolvimento dos descritivos de rotulagem e do design de embalagem da linha de pães especiais.
Como funciona o Sebraetec
Em 2010, primeiro ano de fun-
cionamento, o programa aten-
deu 250 pequenos negócios
baianos. No ano seguinte, foram
1.466, enquanto que, em 2012 e
2013, os atendimentos registra-
dos chegaram a 2.945 e 3.267,
respectivamente.
O Programa Sebraetec busca au-
mentar a capacidade competitiva
das Micro e Pequenas Empresas
(MPE) através do estímulo à trans-
ferência de tecnologia. Após um
primeiro contato do empresário
com um especialista do Sebrae, o
mesmo identifica as demandas do
negócio e, a partir de então, indi-
ca os serviços tecnológicos dentro
das áreas de Design, Produtivida-
de, Propriedade Intelectual, Qua-
lidade, Sustentabilidade, Tecnolo-
gia da Informação e Comunicação.
Consultores habilitados em
cada uma delas irão auxiliar na
promoção de mudanças, com
subsídio de 80% do Sebrae, fi-
cando os 20% do investimento
por conta da empresa beneficia-
da. Interessados em participar
do Sebraetec devem ligar para a
Central de Relacionamento do
Sebrae no 0800 570 0800.
Panille se prepara para comercializar a sua linha própria de pães integrais multigrãos em outros estabe-lecimentos
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Mostrar para o cliente que a manutenção preventiva traz mais retorno financeiro foi o desafio do empresário Ricardo Barros, sócio-proprietário da Eurolift
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Manutenção preventiva é ponto forte da EuroliftCom 10 anos de experiência, empresa exibe entre seus clientes grandes marcas nacionais
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Buscar a oportunidade certa e ter iniciativa são algumas das posturas de quem quer ter sucesso ao empre-ender. E foi com esse espírito que nasceu a Eurolift. Com menos de 10 anos de existência, a empresa já se coloca entre as principais do estado da Bahia, no segmento de manu-tenção, locação e vendas de peças e acessórios de equipamentos de movimentação. O motivo desse su-cesso? Vender o conceito de manu-tenção preventiva.
O fato de ser uma empresa pe-quena, com quadro de 16 funcioná-rios, e estar diante de uma grande demanda de mercado, fez da pre-venção o conceito ideal para am-pliar a capacidade de atendimento. “A manutenção preventiva permite organizar a agenda de visitas ao
cliente, prestar serviço de qualida-de, permitir ao cliente maior dispo-nibilidade de equipamentos, além de identificar, antecipadamente, os problemas e direcionar o técni-co específico no momento em que ele é realmente necessário”, explica Ricardo Barros, sócio-proprietário e diretor da empresa.
A história de Ricardo começa como tantas outras: a experiência adquiri-da pelos anos de trabalho em uma empresa possibilitaram a abertura do negócio próprio. Ele prestou ser-viço para a Still, referência mundial em fornecimento de empilhadeiras, transpaleteiras e rebocadores. Lá, Ri-cardo atuou como responsável pelo setor de vendas em todo o Estado de São Paulo e pelo departamento de locação para todo o Brasil durante
quatro anos. No início dos anos 2000, ainda pela Still, Ricardo estreitou os laços com a Bahia, ao participar do processo de instalação da Ford. Foi nesse momento que o tino empresa-rial falou mais alto e ele vislumbrou a possibilidade de bons negócios, diante da carência do mercado baia-no no setor de prestação de serviços de manutenção.
Com o passar dos anos, a ideia foi amadurecida e, em 2006, consoli-dada com a criação da Eurolift, em Camaçari, primeiramente, como as-sistência técnica autorizada da Still. “No início, compramos o galpão em Camaçari, com o intuito de refor-má-lo depois, mas hoje percebemos que o espaço se tornou pequeno. Agora buscamos um novo terreno para fazer a construção de um gal-
Ao registrar aumento de demanda de clientes, empresa buscou apoio do Sebrae no sentido de conseguir novas ferramentas para trabalhar
16 REVISTA CONExãO
pão maior e mais apropriado para o volume de serviços que temos”, afir-ma Ricardo Barros.
Ricardo já havia identificado a dificuldade maior que enfrentaria para consolidar a ideia. Teria que mudar o padrão de pensamento dos seus clientes, que enxergavam a área de manutenção preventiva como um mau investimento. Se-gundo o proprietário da Eurolift, a maioria dos empresários não quer gastar dinheiro com manutenção, mas acaba gastando ainda mais quando o equipamento quebra, por apresentar o problema já instalado. Apesar disso, a empresa já possui 20 clientes que são atendidos dentro do conceito de prevenção, além das 450 a 500 máquinas que integram o portfólio de atendimento perma-nente da empresa.
Os frutos do trabalho logo vieram e o crescimento da empresa surpre-endeu as expectativas. Entre 2010 e 2011, a empresa registrou o seu maior pico, marcando o início do tra-balho com locação de equipamentos, o que resultou no aumento de 51%
do faturamento. Foi então o momen-to de começar a pensar numa rees-truturação para lidar com os proble-mas diários. “A gente vai crescendo e tem que saber de tudo um pouco, até chegar o momento em que é preciso organizar, nem que seja para saber se o que está entrando em um bolso está saindo do outro”, explica.
Ricardo procurou o Sebrae que, se-gundo ele, é a tábua de salvação e apoio, para poder ter essas noções. Há dois anos, passou a integrar a RedePetro, Projeto de Adensamento da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia, fruto do convênio Petro-bras-Sebrae. Para a Eurolift, Ricardo conta que a parceria foi fundamen-tal, pois profissionalizou a empresa e trouxe melhores ferramentas para trabalhar. Nessa etapa do Convênio 2012-2014, a RedePetro objetiva, jus-tamente, inserir as micro e peque-nas empresas baianas que fornecem equipamentos ou serviços para as empresas âncoras do setor. De acor-do com a gerente da Unidade de In-dústria do Sebrae, Elane Fróes, esse projeto permite melhorar a compe-
titividade da empresa, por deixá-la mais preparada para o mercado.
A parceria com o Sebrae permitiu colocar em prática as experiências vividas por Ricardo, assim como aju-dou, significativamente, no controle e na organização das atividades. Após a participação em diversos even-tos da RedePetro, Café com Energia, workshop de Acesso a Crédito, curso de Gestão Financeira e Rodadas de Negócios, o proprietário da Eurolift conta que são muitos os resultados. “Passamos a efetuar registros de ma-neira a permitir os levantamentos necessários para a tomada de deci-sões. Conseguimos ter uma melhor visão da empresa e o Sebrae dá um apoio constante para isso”, explica.
Atualmente, a empresa atende clientes em todo o Estado da Bahia, desde a Região Metropolitana de Sal-vador a municípios como Vitória da Conquista, a quase 500 quilômetros de Camaçari. A extensa cartela de clientes conta com empresas de gran-de porte, como a Le Biscuit, Makro, Casas Bahia, MDias Branco, Pão de Açúcar, Disalli, Voith, entre outras.
Soluções para micro e pequenas empresas industriais
O Sebrae apresenta soluções para
áreas do setor industrial. Por meio
de cursos, palestras, consultorias,
rodadas de negócios, entre outros re-
cursos, busca-se qualificar as Micro e
Pequenas Empresas (MPE) industriais
com foco em áreas temáticas, como
Educação e Gestão, Acesso ao Mer-
cado, Acesso ao Crédito e Inovação e
Tecnologia. Devido a maior demanda,
para os setores de petróleo e gás e
construção civil, foram criados proje-
tos específicos, que é o Adensamento
da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás
e Energia no Estado da Bahia; e o
Sebrae 2014/BA – Construção Civil.
Além destes, o Sebrae conta com
mais sete projetos, que atendem a
áreas do setor industrial em todo o es-
tado. Para participar de um deles, bas-
ta procurar uma das dez unidades re-
gionais do Sebrae, presentes na Bahia,
ou buscar o atendimento individuali-
zado. Este ano, a meta é concretizar o
atendimento de mais de 1,8 mil MPE
industriais. Os segmentos industriais
atendidos pelo Sebrae são: Constru-
ção Civil; Petróleo, Gás e Energia; Têx-
til e confecção; Panificação; Gráficas;
Derivados do cacau; Cerâmica; Mi-
neração; Madeira e móveis; Cimento;
Químico/petroquímico; Plástico; Me-
tal mecânico; Alimentos e bebidas;
Reparação automotiva; Cosméticos e
Saneantes; Couro e calçados; Papel e
celulose; e Agroindústria.
SEBRAE BAHIA 17
Irmãos, João Gilberto e Maria José, abriram o Platô Bar e Restaurante em 2008 e hoje empregam dez funcionários
EDUCAÇão EMPREENDEDoRA
Qualificação é a alma do negócioMicro e pequenas empresas baianas empregam 52,6% da mão de obra formal. Mudanças no Supersimples e a ampliação do mercado consumidor, com a nova classemédia, são os principais fatores para o bom desempenho dos pequenos negócios
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18 REVISTA CONExãO
Para enfrentar a crise econômica mun-dial e favorecer o desempenho da eco-nomia brasileira, as micro e pequenas empresas têm um papel fundamental. Os esforços feitos pelo governo para amenizar os impactos da cri-se são traduzidos num incremento de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Neste cenário, a Bahia teve uma performance invejável de 3% em 2013, graças aos indicadores da indústria, que cresceu 4,2%, acompanhada pela indústria de transformação (5,8%) e dos servi-ços (2,5%), de acordo com dados da Superintendência de Estudos Eco-nômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Em um universo de 8,3 milhões de empreendimentos optantes do Supersimples, a região Nordeste é
responsável por abocanhar 15% des-se montante, sendo que na Bahia já são mais de 545,2 mil empresas ca-dastradas no Simples Nacional. Mais da metade dessas empresas estão no comércio (59,3%), seguida por servi-ços (28,1%), indústria (8,1%) e cons-trução civil (4,6%). No país, os peque-nos negócios representam 25% do PIB. As micro e pequenas empresas baianas empregam 52,6% da mão de obra formal, além de responderem por 40,7% da massa salarial.
O crescimento do número de no-vas empresas, associado à melhora na competitividade, tende a gerar impactos expressivos na economia, em termos de maior oferta de em-pregos, melhores salários, amplia-ção da massa salarial, melhor dis-
tribuição de renda, aumento do bem-estar social, além do cresci-mento da taxa de sobrevivência. De acordo com a Receita Federal, a taxa de sobrevivência na Bahia é de 70%.
Para a coordenadora da Unidade Regional Metropolitana do Sebrae na Bahia, Madalena Seixas, a melho-ria do ambiente de negócios, com as mudanças no Supersimples, e a am-pliação do mercado consumidor com a nova classe média, são os princi-pais fatores para o bom desempenho dos pequenos negócios. “O projeto de lei sancionado reduz e unifica o reco-lhimento de impostos. São pagos oito tributos em um único boleto. Com a medida, mais de 140 novas ativida-des podem optar pelo sistema de tri-butação do Simples Nacional.”
SEBRAE BAHIA 19
Os irmãos, Maria José e João Gilber-
to, proprietários do Platô Bar e Res-
taurante, no Jardim Apipema, são um
exemplo dessa virada de mesa. Desde
pequenos, acompanhavam a avó na
cozinha, e aquela rotina no interior
de Porto Seguro deixou um rastro de
tradição, talento e sucesso. Eles de-
cidiram empreender ao perceberem
que um ponto próximo de casa esta-
va sendo passado. “No início, era eu,
meu irmão, um ajudante e apenas um
garçom. Mas o ambiente agradável e
tranquilo, aliado ao tempero, foi sufi-
ciente para colocar o estabelecimento
no roteiro gastronômico. Nesses seis
anos, evoluímos, e hoje contamos com
dez funcionários. Além dos petiscos,
incrementamos nosso cardápio com
pratos mais refinados, a exemplo do
Camarão do Chef, Polvo Grelhado, Pa-
ella”, conta a proprietária Maria José.
“A relação com o Sebrae foi es-
sencial para aplicarmos na prática
o que aprendemos com as consul-
torias recebidas. Diminuímos nosso
desperdício, repensamos o arma-
zenamento e condicionamento dos
alimentos, e isso teve reflexo direto
nos nossos custos. O apoio da insti-
tuição só fortaleceu a nossa gestão
financeira e o resultado foi um in-
cremento de 100% no nosso fatu-
ramento e no fluxo de pessoas. Es-
tamos pensando em trabalhar com
delivery de alimentos saudáveis e o
Sebrae será um grande parceiro nes-
sa empreitada”, afirma.
Como o Sebrae atende os pequenos empreendimentos?
Com o apoio e a orientação do Sebrae, as micro e pequenas em-presas têm chances de fazer muito mais negócios. A instituição realiza dois tipos de atendimento: indivi-dual e coletivo. O primeiro é feito de forma espontânea e progra-mada, presencial ou a distância. Já o segundo, é realizado através de aglomerações empresariais em forma de Arranjos Produtivos Lo-cais (APL), Projetos Coletivos, Cen-trais de Negócios, Cooperativas e Associações de Produtores urba-nos e rurais.
Atuação por setor
Comércio e ServiçosConsultoria e capacitação empresarial em marketing,
atendimento aos clientes, técnicas de venda, formação
de preços, controles financeiros, gestão de estoques e
gestão de pessoas são alguns exemplos de como o Sebrae
apoia o desenvolvimento do setor do comércio varejista,
que conta com mais de 1,3 milhão de micro e peque-
nas empresas ativas. O acesso ao comércio eletrônico, o
uso de meios eletrônicos de pagamento, a automação de
operações e controles e a sustentabilidade como diferen-
cial de mercado são os novos desafios a serem enfrenta-
dos para a competitividade dos negócios.
AgronegócioEm um setor que movimenta 28% do PIB brasileiro,
o Sebrae dá apoio a produtores rurais, a associações, a cooperativas e a agroindústrias de pequeno porte, por
meio de orientação, difusão de informações e tecnolo-
gias, capacitação e consultoria nas áreas de gestão e pro-
dução, além de acesso ao mercado e aos serviços finan-
ceiros, com foco na competitividade, na sustentabilidade
e no desenvolvimento do empreendimento rural.
IndústriaPara aumentar a competitividade das micros e pe-
quenas empresas industriais e fortalecer as cadeias produtivas brasileiras, o Sebrae utiliza diversos ins-
trumentos, como difusão de informações, capacitação
e promoção do acesso a tecnologias, à inovação e ao
mercado. Entre as formas de atuação, destacam-se o
apoio a núcleos setoriais, o desenvolvimento de Arran-
jos Produtivos Locais e o encadeamento produtivo en-
tre grandes e pequenas empresas.
Economia CriativaA economia do intangível, do simbólico, que hoje gera
cerca de US$ 8 trilhões por ano no mundo, representan-
do de 8% a 10% do PIB mundial. Segundo a Firjan, esti-
ma-se que a Economia Criativa tenha sido de 2,5% do PIB
brasileiro no ano de 2010. Neste contexto, o setor, que
reúne segmentos como artesanato, design, moda, indús-
tria audiovisual, arquitetura, patrimônio cultural (mu-
seus, gastronomia), artes e espetáculos (música, dança,
teatro, circo), entre outros, tem na Bahia e em Salvador
um grande potencial para seu desenvolvimento.
20 REVISTA CONExãO
O Sebrae conta com uma rede de quase 700 pontos de atendimento presencial em todo o país, sendo 31 só na Bahia e mais cinco mil cola-boradores, sendo 300 no estado, tra-balhando para transmitir conheci-mento a quem tem ou deseja abrir um negócio. Além disso, realiza atendimentos através de parcerias com entidades empresariais e o po-der público local. Em aderência aos programas nacionais, são realizados atendimentos de forma pró-ativa, sistematizada, presencial e, de acor-do com o porte da empresa, através dos seguintes Programas: Negócio a Negócio, Agente Local de Inovação, Sebrae Mais, Prêmio MPE e Prêmio Mulher de Negócio.
A estratégia de atuação se resu-me na segmentação do atendimen-to por público-alvo, por setor eco-nômico e área temática. Candidato a empresário, microempreendedor individual, microempresa, empresa de pequeno porte e o produtor ru-ral são os públicos do Sebrae. Os se-tores atendidos são o Agronegócio, a Indústria, Comércio e Serviços e Economia Criativa. Já a área temáti-ca inclui Educação e Gestão, Acesso a Inovação e Tecnologia, Mercado e Acesso a Crédito e Serviços Finan-ceiros e Políticas Públicas e Am-biente de Negócios.
De acordo com o gestor do projeto Comércio do Sebrae Bahia, Fabrício Barreto, além das ações de consul-toria e capacitação empresarial em marketing, atendimento aos clien-tes, técnicas de venda, formação de preços, controles financeiros, ges-tão de estoques e pessoas, a insti-tuição vem priorizando as soluções de inovação e tecnologia. “Apoia-
mos o desenvolvimento do setor do comércio varejista, que conta com mais de 1,3 milhão de micro e pe-quenas empresas ativas.
Empreender por oportunidade
As duas últimas pesquisas do Glo-bal Entrepreneurship Monitor (GEM) têm demonstrado que nos últimos dez anos houve uma reversão na tendência de empreendedores por necessidade e por oportunidade, onde esses últimos têm sido mais representativos. Isso ocorre, prin-cipalmente, em micro e pequenos negócios de maior conteúdo organi-zacional e de conhecimento, espe-cialmente nas áreas de microfran-quias, tecnologias da comunicação e informação, onde esses empreen-dedores possuem um maior nível de escolaridade, portanto investigam mais e se planejam antes de iniciar o primeiro negócio.
Outro fator que tem facilitado a criação de pequenos negócios, tam-bém, é a implementação da Lei Com-plementar nº 123 (a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa), especialmente com o surgimento da figura do Micro-empreendedor Individual, da criação
do Empresa Individual de Responsa-bilidade Limitada e, recentemente, com a ampliação dos benefícios do Supersimples. Esses fatores tradu-zem uma ambiência legal em favore-cimento dos pequenos negócios. De acordo com a gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Isabel Ribeiro, desde a criação do Es-tatuto da Micro e Pequena Empresa, no final da década de 70, a instituição do Simples no final da década de 90, a criação da Lei Complementar nº 123/06, e a atual ampliação do Super Simples, várias iniciativas têm sido desenvolvidas para melhorar o am-biente para os pequenos negócios.
Pequenas mudanças fazem a diferença
À frente do Centro Ginecológico de Salvador (Cengisa), a médica e professora universitária, Margarida Matos, decidiu que contaria com o Sebrae quando o negócio completou 25 anos de existência. “Este ano, de tanto ver notícias de empresas que melhoraram com o apoio da insti-tuição, decidi consultar, porque sei que, às vezes, são pequenas mudan-ças que podem fazer a diferença.” Ao todo, foram três consultorias, pelo projeto de Serviços: Planejamento, Marketing e Financeiro; e mais duas pelo Sebraetec (criação de marca e aplicação de identidade visual). To-das as consultorias foram realiza-das por especialistas em cada seg-mento de atuação.
“As orientações dos consultores foram precisas em detalhes que eu não tinha percebido antes. E isso enriqueceu ainda mais o empreen-dimento. Estou muito satisfeita com
Para saber mais sobre os projetos do Sebrae
ou agendar atendimento na instituição, o interessado
pode entrar em contato com a Central de Relacionamento (0800 570 0800) ou visitar o site www.ba.sebrae.com.br.
SEBRAE BAHIA 21
os resultados que estão aparecendo, sobretudo com a nova marca”, pon-tua Margarida.
Ela já estava ampliando a clínica quando iniciou a consultoria de Pla-nejamento, que focou na melhoria da relação com o cliente e na pratici-dade para o mesmo. O consultor em finanças conduziu os trabalhos com a intenção de controlar os impactos decorrentes dos investimentos que estão sendo feitos no empreendi-mento, além de manter a boa gestão
que já existe e garantir a perspectiva de ganho em receita.
Em fase de finalização, a criação de marca e aplicação de identidade visual deu ao consultor o desafio de unir os dois públicos das áreas de
ginecologia e de medicina ortomo-lecular na mesma clínica. A antiga marca ultrapassada, com cores cha-mativas, deu lugar a uma identida-de visual que remete à dedicação de Margarida, em um atendimento hu-manizado, somada ao elevado nível de conhecimento técnico. Uma flor de lótus e um símbolo de molécula química, com desenho técnico e li-nhas retas, ficam em equilíbrio com as cores salmão e azul-esverdeado, e mais o nome Cengisa.
Diretora do Centro Ginecológico de Salvador (Cengisa), a médica e professora universitária, Margarida Matos, participou de três consultorias pelo Projeto de Serviços e mais duas pelo Sebraetec
“As orientações dos consultores foram
precisas, em detalhes que eu não tinha percebido antes”
22 REVISTA CONExãO
Quero abrir uma empresa
1. Defina qual é o negócio – Busque informações no
mercado e identifique que oportunidades são viá-
veis. A escolha da área onde se quer atuar precisa
combinar com suas características pessoais e as
tarefas que desenvolve com mais habilidade.
2. gostar do que faz – Ninguém vai para frente
sem paixão pela atividade que exerce. Pesqui-
se o mercado antes de começar, conheça bem o
ramo em que pretende investir. Estude a concor-
rência, leia artigos de especialistas, faça cursos,
vá a eventos e feiras.
3. Saber se é viável – No ponto de atendimento do
Sebrae, você será atendido por um especialista e
orientado com relação a decisões fundamentais
para o sucesso de seu empreendimento. Com as in-
formações levantadas, serão realizadas simulações
que ajudarão a analisar a viabilidade do negócio.
4. Ter um plano de negócios – Conte com o Sebrae
para traçar seu plano de negócios para os pri-
meiros 12 meses de operação. Não se esqueça de
três pontos importantes: autoavaliação, a razão
de existir do negócio e a viabilidade econômico-
financeira. Para se abrir um negócio, também é
necessário fazer um cuidadoso planejamento, le-
vando em consideração diversos fatores.
5. Levantar o investimento inicial – Saiba quanto irá
gastar na abertura e quais serão os custos fixos men-
sais. Ao calcular o tamanho do investimento inicial,
considere o capital de risco e as despesas pessoais.
6. Encontrar o lugar – O bom lugar para sua empre-
sa ficar é onde seu cliente está. Entretanto, outras
análises devem ser feitas, a depender do negócio
que se pretende abrir.
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SEBRAE BAHIA 23
JÁ CAPACITAMOS MAISDE 200 MIL EMPREENDEDORES.
OU, PARA VOCÊ, CONCORRENTES.
O Empretec é uma capacitação desenvolvida por instituições ligadas
à ONU - Organizações das Nações Unidas, que possibilita melhoria no
desempenho empresarial para profissionais de cerca de 30 países. No
Brasil, o Empretec é realizado exclusivamente pelo Sebrae, com ótimos
resultados: contribui no preparo de metas e projetos dos negócios de 98%
dos participantes e ajuda aumentar a renda das empresas em mais de 50%.
Uma grande oportunidade para aumentar as suas chances de sucesso.ASSINATURA SEBRAE_ATUALIZADA.pdf 1 08/08/14 13:50
MERCADo
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Com consultoria do Sebrae, a empresária, Débora Peixoto, contrata crédito para reformar a cozinha do estabelecimento e se preparar para o verão 2015
Saúde financeiraDiagnosticar a situação financeira, saber a capacidade de pagamento, calcular os riscos, ter visão de futuro e um plano de negócios são fundamentais para descobrir se o crédito é necessário para sua empresa ou pode ser uma armadilha
A empresária Débora Peixoto, dona da
Pousada Solumar, localizada no bair-
ro de Amaralina, em Salvador, há seis
meses decidiu recorrer a um emprésti-
mo para equilibrar as finanças do seu
estabelecimento, que mantém há dez
anos, e investir em capital de giro. Na
administração do negócio, Débora
tem o hábito de planejar suas ações.
Acompanhada de uma técnica de
contabilidade, ela pesquisou várias
instituições financiadoras e preferiu
a Caixa Econômica Federal (CEF), por
se adequar melhor ao perfil de sua
empresa.
SEBRAE BAHIA 25
De lá para cá, conseguiu estabili-zar a vida financeira da pousada e, animada com o êxito de sua iniciati-va, a empresária não pretende parar por aí: já faz novos planos e prepara seu negócio para o verão. “Meu foco está na alimentação e pretendo in-vestir nisso”, disse ela, que deseja expandir a empresa, começando pela reforma na cozinha. Do Sebrae, a empreendedora recebeu consul-toria financeira para elaboração do plano de ação. “A gente tem ideia do que quer, mas não sabe de que forma deve fazer. O Sebrae tirou mi-nhas dúvidas e me deixou segura”, sintetiza. Para Adriana Pereira, ana-lista de Acesso a Mercado e Serviços Financeiros do Sebrae, a empresária trabalhou a ideia de financiamento de uma forma consciente, pesqui-sando e agindo de acordo com sua
realidade de negócio e capacidade financeira. “Ela investiu em capital de giro e agora está no momento de expandir”, constata.
Confiança
Crédito no latim corresponde à palavra “creditum”, que significa confiança. Em finanças, o termo se traduz em pessoas e empresas con-fiáveis, ou seja, que demonstram capacidade e intenção de paga-mento. As instituições financeiras são fontes de financiamento e têm como uma das funções impulsio-nar a circulação de riqueza no país, oferecendo modalidades e linhas de crédito para investimento diário (ca-pital de giro) ou expansão do negó-cio. Um porto seguro para recorrer quando o assunto é investimento,
crescimento, competitividade, gera-ção de empregos e inovação.
Mas, antes de executar a operação, o empresário deve percorrer alguns caminhos, agindo de forma conscien-te e, principalmente, buscar informa-ção, para evitar futuros dissabores à vida financeira do empreendimento. As regras do sistema financeiro na-cional são claras e devem ser cum-pridas à risca. Logo ao assinar o con-trato de empréstimo, o empresário se compromete a devolver o recurso recebido, no prazo estipulado, acres-cido de juros e impostos, mediante garantias compactuadas.
Então, quais são os procedimen-tos? Segundo Adriana Pereira, con-sultar o Plano de Negócio é uma atitude prévia e ideal. Ferramenta essencial do empreendedor a ser elaborado na abertura do negócio,
Crédinegócio oferece orientação para empresários
26 REVISTA CONExãO
o plano reúne informações amplas e valiosas relacionadas às finanças, lucratividade e rentabilidade da em-presa. “Ao consultar o Plano de Ne-gócios, o empreendedor fará a aná-lise do empreendimento, terá uma visão de futuro do seu negócio, diag-nosticando a situação financeira de uma forma consciente e organizada, onde poderá avaliar as necessida-des de crédito, saber a capacidade de pagamento e calcular os riscos”, afirma Adriana, salientando que o perfil do empreendedor organizado e planejado é fundamental para o desenvolvimento do negócio e de uma gestão financeira consistente.
O próximo passo é elaborar um plano de ação exclusivo para adqui-rir o crédito. O documento, que será apresentado ao banco, deve expla-nar o fluxo de caixa da empresa e sinalizar como será utilizado o in-
vestimento e os resultados previs-tos. A partir daí, o empresário deve pesquisar as instituições bancárias, incluindo bancos públicos ou priva-dos, agências de desenvolvimento, financeiras, factorings ou coope-rativas. As informações podem ser adquiridas por meio da internet ou pessoalmente, conversando com o gerente para saber quais as linhas de crédito, taxas de juros e prazos de pagamento adequados e exigên-cias estabelecidas. “É importante a análise efetiva dos juros. Nas ins-tituições, podem ser feitas, inclusi-ve, simulações de financiamento”, alerta Adriana.
Orientação para o crédito
O empreendedor interessado em contratar empréstimo pode solici-tar orientação ao Sebrae, que au-xilia na elaboração dos Planos de Negócio e de Ação. “É bom frisar que o Sebrae não financia crédito. Só quem faz esta operação são as instituições bancárias. O Sebrae oferece, nos Pontos de Atendimen-to, toda orientação e informações necessárias para o empresário re-alizar a operação com seguran-ça”, promovendo ainda Oficinas de Crédito, o Credinegócio – encon-tro entre instituições financeiras e empresário para negociação – e oferecendo consultoria financeira especializada. Outras informações podem ser obtidas pela Central de Relacionamento (0800 570 0800).
o Sebrae não financia crédito, apenas orienta
Antes Durante Após• Elaborar plano de negócio;• Avaliar a real necessidade de crédito,
tipo e prazo;• Cumprir as exigências cadastrais;• Conhecer os custos da operação;• Pesquisar antes de escolher a instituição;
• Aplicar o recurso naquilo que foi previsto;• Observar os valores orçados no plano/
projeto;• Pagar as parcelas e montante em dia;• Renegociar se algo não planejado ocorrer;
• Certificar-se da quitação total do em-préstimo;
• Receber a devolução da instituição dos instrumentos de garantia e contratos;
• Proceder, antecipadamente, a negocia-ção de novo empréstimo, se for o caso.
Onde buscar crédito
Instituições públicas parceiras do Sebrae
• Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia)-
www.desenbahia.ba.gov.br
• Banco do Brasil – www.bb.com.br
• Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) –
www.bndes.gov.br
• Banco do Nordeste do Brasil (BNB) – www.bnb.gov.br
• Caixa Econômica Federal (CEF) – www.caixa.gov.br
Bancos privados
• Banco Itaú Unibanco – www.itau.com.br• Bradesco – www.bradesco.com.br• HSBC – www.hsbc.com.br• Santander – www.santander.com.br Cooperativas de crédito
• Associação das Cooperativas de Apoio à Economia Familiar (Ascoob) – www.ascoob.org.br
• Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) – www.sicoob-ba.com.br
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ENTREVISTAFo
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28 REVISTA CONExãO
Quando e como começa a sua história?
Minha mãe alisava meu cabelo desde os seis anos. Porque
as pessoas antigas não tinham uma consciência de valoriza-
ção da cultura negra naquela época. Comecei com 16 anos na
globo e uma das jornalistas mais antigas da emissora sugeriu
um look semelhante ao da estilista negra americana, Ângela
Davis. esta mulher era uma referência, era maravilhosa! tinha
o cabelo enorme! Saí do salão com um black power e fiquei
feliz da vida! Fui para casa e minha mãe olhou pra mim e dis-
se: o que fez no cabelo? você está maluca, não é, minha filha?
Um cabelo que tratei anos! Fiquei tão chocada com aquilo.
Como recebeu a crítica de sua mãe?
Bem, coloquei um pano na cabeça e fui trabalhar... e a mi-
nha colega disse : o que houve? eu respondi: minha mãe não
gostou. Aí ela disse: claro que sua mãe não ia gostar. o cabelo
dela é alisado. Bem, eu não sabia o que fazer. Minha mãe de
um lado, ela do outro. Aí ela pegou a foto de Ângela Davis
e disse: esquece a referência de sua mãe e vai nessa. Fiquei
anos e anos na televisão com o cabelo black power, só fazia
cortar. Aí comecei a ter referências, porque a gente é educada
com valores brancos. Quando era pequena, a gente era muito
pobre, não tinha televisão em casa. Morava na casa de minha
avó, quando via televisão era na casa do vizinho. nasci em vila
Isabel, morei em Jacarepaguá. não havia o orgulho e o con-
ceito de negritude, nesta época, isso foi uma coisa que veio
depois. nos estados Unidos havia começado, mas no Brasil
era um mundo branco. e minha mãe vivia dentro disso. De-
pois que passei a ter consciência...
Em todos os setores de trabalho, a mu-lher negra tem que lutar, pelo menos, duas vezes mais para conquistar o seu espaço. Ainda é difícil encontrá-las em cargos de chefia, por exemplo...
o mercado de trabalho é um reflexo da posição da mu-
lher negra no mundo. Como a gente vive em um mundo que
ainda é branco, é muito difícil se colocar dentro do mercado
“O que a gente teve aqui foi uma aula de vida. É um privi-légio ouvir, aprender o que saiu da alma e da emoção destas mulheres fortes, frágeis, que se manifestam com alegria e que tanto nos motiva”. Emocionada com os depoimentos das empresárias, a primeira repórter negra da TV brasilei-ra, Glória Maria, mediou o talk show realizado no Seminá-rio Mulher Negra e Empreendedora, promovido pelo Sebrae em parceria com a Secretaria de Políticas das Mulheres do Estado da Bahia, no mês de agosto, em Salvador. Na oportunidade, a Revista Conexão entrevistou a jornalis-ta que comandou por uma década o programa mais aguar-
dado aos domingos, o Fantástico. Filha de um alfaiate e de uma dona de casa, Glória Maria não teve as mesmas facilidades que outras personalidades. Desde muito cedo, teve que arregaçar as mangas para pagar seus estudos e correr atrás de seus sonhos. Aos 16 anos, ela começou a traçar sua trajetória profissional de sucesso.Nesta entrevista, ela revela as dificuldades enfrentadas ao longo da sua vida, aconselha as mulheres que vivem no dia a dia o preconceito na sociedade e no mercado de trabalho e dá dicas para a mulher negra que quer empreender.
Entrevista – Glória Maria
Mulher, negra e empreendedoraJornalista conta como superou as dificuldades e dá dicas para as mulheres que querem empreender
SEBRAE BAHIA 29
de trabalho. Se tiver uma branca e uma negra fazendo uma
entrevista de emprego, a vaga é da branca. A não ser que a
negra seja um gênio. A gente sabe que é assim. Só que hoje
a mulher negra já tem outra posição, uma outra história, um
conhecimento, ela consegue se colocar. estamos avançando
para que não apenas o universo branco seja reconhecido, mas
ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Você é muita ligada à Bahia, onde tem duas filhas e muitos amigos. A Bahia tem avançado neste aspecto de valori-zação da cultural negra?
olha, pensam que sou baiana, mas sou carioca. Adoraria ser
baiana (risos). então, acho que sim. na comunidade negra na
Bahia, existe uma autoestima maior, autovalorização. Mas se
colocar no âmbito geral, a realidade é bem diferente, mesmo
com cotas, com políticas voltadas para a valorização da cultu-
ra negra ainda é muito difícil.
Você acha que o empreendedorismo é uma forma de a mulher negra superar as barreiras impostas pelo mercado formal de trabalho?
Claro. Pois é uma alternativa para começarmos a nos mos-
trar. o empreendedorismo é o caminho, sim, pois se a gente
valoriza, conquistar a coisa não fica mais fácil, fica mais realis-
ta e a gente consegue evoluir dentro deste processo.
Como mulher vencedora, exemplo de sucesso, qual a orientação que daria a uma mulher negra que deseja entrar no mercado de trabalho, ser empreen-dedora?
A gente tem que ter consciência do que pode, do que é ca-
paz. não pode ter medo. A gente tem que saber que somos
mulheres guerreiras, que não podemos abaixar a cabeça pra
nada. temos que ir em frente, pois nosso caminho é um só:
vencer e vencer.
estamos conquistando espaços. existe ainda uma barrei-
ra contra a mulher, e a negra principalmente. Só que hoje
muitas mulheres têm consciência desta dificuldade, deste
preconceito. no passado, a gente ficava meio perdida, sem
saber o que estava acontecendo. Precisamos viver, aprender
e superar. não podemos ficar pensando na dificuldade que
temos que enfrentar. é preciso seguir, mostrar nosso valor,
quem somos e do que somos capazes. Mas, pra isso, temos
que nos autoconhecer. não podemos esperar a valorização
vir do outro. tem que vir da gente. Quando você se valoriza,
está forte, tudo flui.
As ferramentas existem, temos que saber buscá-las e saber
usá-las. A gente fica pensando na dificuldade, mas temos que
pensar na maneira de superar, não podemos ficar remoendo
os problemas. Pelo menos é o que tento fazer na minha vida.
temos que encontrar a solução. é difícil. em todos os setores
vamos encontrar dificuldade.
Como conciliar o papel de mãe, mulher e empreendedora?
Isso é a essência feminina. Desde que a gente ficou pron-
ta para o parto, superar a dor, estamos nos preparando para
tudo. Ser mãe, ser empreendedora. A gente sabe que tem que
fazer tudo, trabalhar. então se botar sua energia para isso, não
é que fica mais fácil, mas fica menos difícil. Porque se pensa
no todo, você para e diz: chega! não podemos pensar, mas
fazer. esse é o segredo.
Qual foi a maior dificuldade que en-frentou antes de ir pra Globo e sus-tentar a marca da “primeira repórter negra na televisão brasileira”?
eu era mulher, pobre e negra. então, a situação é a mes-
ma, não muda. toda hora via uma manifestação racista. Até
o obama é vítima destas manifestações. os jogadores negros
fazem sucesso, mas as pessoas continuam imitando macaco
nas arquibancadas. eles são ricos, são poderosos e continuam
sofrendo racismo. Isso não acaba quando se tem sucesso. está
na minha cara que sou negra, está na minha pele. Isso não
muda para as pessoas que têm ranço do racismo e terão pra
vida inteira.
30 REVISTA CONExãO
Como você percebe o trabalho do Sebrae para que a mulher tenha o seu devido reconhecimento no mun-do dos negócios e, em particular, este evento?
Acho que é um caminho. As políticas afirmativas são fundamen-
tais. tudo que existe para valorizar a mulher é importantíssimo. é
preciso que existam iniciativas como essa do Sebrae para que as
mulheres tenham mais visibilidade de que elas possam mostrar
que estão fazendo sucesso, são capazes, competentes sim. tem
que caminhar, não dá para ficar falando a mesma coisa, pois a vida
é ir em frente, superando, sempre na dificuldade maior.
“Estamos conquistando espaços. Existe ainda uma barreira contra a
mulher, e a negra principalmente. Só que hoje muitas mulheres têm
consciência desta dificuldade, deste preconceito”
SEBRAE BAHIA 31
ECoNoMIACRIATIVA
Proprietária do hotel Via dos Corais, a presidente da Associação Comercial e Turística da Praia do Forte (Turisforte), Rosa Clara Brandão, aproveita os legados da Copa 2014
Foto
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Paraíso, praias, férias, simplicidade, paz e segurança. Some tudo isso e tenha um dos mais consolidados des-tinos turísticos da Bahia. A Praia do
Forte reúne características naturais,
culturais e eventos capazes de atrair vi-
sitantes brasileiros e estrangeiros. Pou-
co tempo depois do alemão Klaus Peter
influenciar na sua política urbana, o
casal de arquitetos, Rosa Clara Brandão
e Firmo Azevedo, imerso nesse ambien-
te, resolveu empreender e construir a
Pousada Sobrado da Vila.
“Começamos um pouco tímidos. Sem
foco. Era meio casa de veraneio. Naque-
la época não tinha quase que hospeda-
gem e investimos em algo charmoso e
aconchegante”, conta a empresária e
presidente da Associação Comercial e
Turística da Praia do Forte (Turisforte).
Com a preocupação de iniciar as
atividades dentro da legalidade e pri-
mando pelo profissionalismo, eles
formalizaram o negócio e buscaram o
#póscopaEmpresária apostou em treinamentos, capacitações e consultorias para tornar o negócio mais competitivo antes e durante a Copa. Agora, fatura no pós evento com lições aprendidas e investimentos realizados
32 REVISTA CONExãO
apoio do Sebrae. A primeira capacita-
ção foi o Treinamento Gerencial Bási-
co. O pioneirismo e o sucesso no ramo
fizeram com que investidores interes-
sados no potencial turístico da região
visitassem a pousada. De lá para cá, os
empresários ampliaram sua capacida-
de e apostaram em outras atividades
que agregassem valor ao negócio.
Em 2003, com a modernização da
Vila da Praia do Forte, eles aproveita-
ram para apostar suas fichas em um
novo empreendimento hoteleiro, o Via
dos Corais, criado no ano seguinte.
Com infraestrutura de hotel e charme
de pousada, eles passaram a contar
com 77 unidades (50 unidades do Via
dos Corais e 27 do Sobrado da Vila) e
mais de 60 funcionários. “Com a inau-
guração, tivemos um incremento de
300% e nos períodos de alta estação
aumentamos em 20% nossa força de
trabalho”, revela Rosa Clara.
Com a intenção de aproveitar todas
as potencialidades do local e pensar
estrategicamente seu posicionamen-
to mercadológico, a Prefeitura de Mata
de São João e a Turisforte, em parceria
com o Sebrae, desenvolveram um Plano
de Marketing que serviu para mapear
pontos fortes, fracos, oportunidades e
ameaças, principais atrativos turísticos,
diferenciais competitivos e desafios.
“A participação do Sebrae nessa
empreitada foi um divisor de águas e
a partir daí a nossa relação só foi se
estreitando. Os treinamentos, as capa-
citações e consultorias fortaleceram
nossa associação, uniu o empresaria-
do e fez com que a gestão de muitos
negócios fosse profissionalizada. Fi-
zemos o Empretec, o 5 Menos que são
Mais, cursos voltados para a seguran-
ça alimentar, entre outros”, esclarece a
presidente da Turisforte.
Pensando nas oportunidades gera-
das com a realização dos megaeventos
esportivos, Copa das Confederações e
Copa do Mundo 2014, outro plano de
marketing foi elaborado. Quando a
Fifa escolheu um lugar para fazer o
sorteio das chaves da copa, esse lugar
foi no município de Mata de São João,
e, ainda, quando as seleções de fute-
bol vieram ao Brasil para escolher as
localidades onde se hospedar antes e
durante a copa, a Praia do Forte, mais
uma vez, figurou entre as seleciona-
das, recebendo a Seleção da Croácia.
Para a empresária Rosa Clara Bran-
dão, com o Projeto Sebrae 2014 se criou
uma expectativa para que a Praia do
Forte fosse escolhida como Centro
de Treinamento da Seleção (CTS) “E a
Croácia acreditou no nosso CTS. Eles
ficaram muito bem hospedados. Ti-
vemos um movimento considerável,
com a chegada de muitos jornalistas e
turistas estrangeiros.”
Para enfrentar a sazonalidade no
pós-copa, a presidente da Turisforte
argumenta que a segmentação faci-
lita a identificação de públicos mais
rentáveis, direciona os investimentos
para equipamentos e serviços aderen-
tes aos segmentos definidos, melhora
a comunicação do produto turístico e
outras vantagem. “É preciso reduzir
a sazonalidade, ampliando o leque
de segmentos turísticos trabalhados,
atraindo um público mais rentável.
Quanto melhor aproveitados forem
esses atrativos, mais os visitantes fi-
carão tentados a permanecer no des-
tino. A ideia é tornar essa localidade
conhecida em polos emissores ante-
riormente não trabalhados e fortale-
cer os existentes.”
Perfil de turistas
Uma pesquisa realizada pela Fe-deração Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), durante a Copa do Mundo, identificou o perfil dos turistas que ficaram nos hotéis de Salvador entre os dias 11 de ju-
A Seleção da Croácia ficou hospedada na Praia do Forte, fato que atraiu jornalistas e turistas estrangeiros para o local
SEBRAE BAHIA 33
nho e 6 de julho. O levantamento foi realizado em estabelecimentos ins-talados em cinco áreas e ouviu cerca de 18 mil hóspedes. O estudo identi-ficou os visitantes por países, região, estados, cidades e continentes.
Durante a copa, a maior parte dos hóspedes recebidos em Salva-dor veio de estados como São Paulo, Rio de Janeiro e da própria Bahia. Já do exterior, vieram turistas, em sua maioria, de lugares como Estados Unidos, França e Alemanha. Entre-tanto, a presença estrangeira foi pulverizada com a chegada de pes-soas de 83 países na capital baiana. A distribuição por área em Salvador
foi a seguinte: cerca de 6,1 mil turis-tas foram para os hotéis localizados na Barra, cinco mil na Vitória, três mil em Stella Maris, 2,1 mil em Pa-tamares e 1,5 mil em Armação.
Para o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimen-tação (FeBHA), Silvio Pessoa, este estudo servirá para nortear ações dos governos municipal, estadual e federal, para realização de eventos de promoção no mercado externo e nacional como workshops, fam-tours, feiras de turismo e investi-mentos de campanhas em público final. “Isso funcionará inclusive nas Olimpíadas de 2016, onde teremos
jogos masculinos e femininos de futebol em nossa cidade durante 15 dias”, disse.
Os brasileiros representaram 54,5% dos hóspedes dos hotéis de Salvador, totalizando 9,7 mil pesso-as. Já entre os estrangeiros, os cam-peões em presença na capital baia-na foram os norte-americanos, com 1.481 pessoas, o que correspondeu a 18% do total de pessoas de outros países. Da Alemanha, foram 815 o número de hóspedes nos hotéis soteropolitanos, o que representou 10% do total de estrangeiros. Fran-ça, Suíça e Inglaterra somam mais de 1 mil pessoas.
Legados da Copa favorecem o turismo baiano
34 REVISTA CONExãO
MICRoEMPREENDEDoR INDIVIDUAL
Ele é dinâmico, gosta da correria e não para de procurar novidades para me-lhorar o negócio que montou em 2010. Com o nome sugestivo de Balada Universitária, Robson Batista criou uma empresa que ganha, cada vez mais, espaço em Juazeiro e cidades vizinhas da região Norte da Bahia. O empreendimento está movimentan-do o ramo de formaturas e facilita a vida de quem quer celebrar a con-clusão do ensino superior.
Os produtos oferecidos pela empre-sa incluem, praticamente, tudo o que
um formando deseja para marcar essa inesquecível fase da vida: canudo, beca completa, convites, quadro foto-gráfico adesivado em madeira, banner fotográfico, álbum e filmagens. Como atrativo, ele ainda oferece, a depender do número de formandos, a presença de um DJ, iluminação e som.
“Antes de começar, realizei pes-quisa de campo a partir de um co-nhecimento prévio do negócio na região e resolvi montar a estrutura em Juazeiro, já que a maioria desses serviços era oferecida na cidade vi-
zinha, Petrolina (PE). A ideia era de-senvolver um trabalho diferenciado, oferecendo aos clientes contrato de valor fechado e todos os serviços bá-sicos de uma formatura, além dos brindes”, relata Robson.
Até se firmar, ele enfrentou alguns problemas quanto a parcerias, es-paços físicos, clientela, mas nunca desanimou e focou em seu objeti-vo. Procurou o Sebrae para enxergar melhor seu projeto e está sempre em busca de capacitações para aprender mais e incrementar novas ideias a
O microempreendedor individual, Robson Batista, criou a empresa Balada Universitária, que oferece serviços para formaturas
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Negócios na baladaEmpresa criada há apenas quatro anos se firma como uma opção rentável para quem quer celebrar a conclusão da faculdade
SEBRAE BAHIA 35
sua empresa. Robson resolveu seguir seu caminho sem sociedades, e o ano de 2014 está se revelando de sucesso diante dos contratos fechados.
“No início do ano, inscrevi a Balada Universitária em licitações promovi-das pelo Governo do Estado. Vencer as concorrências rendeu um capital inicial para deslanchar na região. E o sucesso das realizações dos eventos anteriores só me encoraja a partici-par de novas licitações”, revela.
Desde 2011, ele vem participando de capacitações como o Empretec e a Oficinas SEI Planejar, além de rece-ber o atendimento do programa Ne-gócio a Negócio. Sempre em busca de conhecimento para ampliar sua em-presa e atingir seus objetivos, Robson inicia, neste segundo semestre de 2014, o curso superior de Tecnologia
em Marketing, e está ansioso para unir conhecimento à sua incansável vontade de crescimento. “Meu desejo é adquirir mais e mais conhecimen-to através do curso, no sentido de ter todas as noções para ampliação da empresa, conquistando ainda mais credibilidade e atraindo público das cidades circunvizinhas”, assegura.
Expansão do MEI
A Balada Universitária, hoje, é a única com registro de funcionamen-to específico para esse tipo de serviço. Segundo o empresário, a formaliza-ção no Sebrae, como Microempreen-dedor Individual em 2010, ajudou na inserção de mercado. Robson afirma que ainda precisa melhorar para atingir um nível maior de prestação
de serviços. “Mas acredito estar no caminho certo. Trabalho incansavel-mente para conseguir.”
“Robson não fica estacionado. Par-ticipa constantemente de capacita-ções pensando em melhorar a gestão e expandir seu negócio. A tendência natural é que, no futuro, ele migre para a condição de microempresa”, assegura a técnica do Sebrae em Ju-azeiro, Priscila Silva, que acompanha Robson desde o início da empresa.
Todo o trabalho é feito em con-junto com os formandos, e o tempo médio de montagem da estrutu-ra a ser usada pela turma é de até três meses. Atualmente, a empresa também está entrando no mercado pernambucano, e atende a turmas de faculdades da vizinha cidade de Petrolina.
Para que se capacitar?
O investimento em capacitações per-
mite que o empresário tenha domínio
de ferramentas de gestão, melhorando
o desempenho financeiro e comercial
do negócio, tomando decisões mais as-
sertivas e minimizando os riscos por
desconhecimento da gestão financeira
e do mercado em questão. De acordo
com o técnico do Sebrae em Juazeiro,
Carlos Cointeiro, o processo de qualifi-
cação “é contínuo e deve fazer parte do
planejamento anual da empresa, não só
para o empresário, como para seus co-
laboradores, visando o aperfeiçoamento
dos processos e operações comerciais”.
Planejar é o primeiro passo
Quem quer planejar bem o negó-
cio, como fez Robson, um bom come-
ço é participar da oficina SEI Planejar.
A capacitação faz parte do Programa
Sebrae Microempreendedor Individu-
al (Oficinas SEI), junto com mais cinco
soluções – SEI Vender, Comprar, Con-
trolar Meu Dinheiro, Unir Forças Para
Melhorar e Empreender – e tem como
objetivo compreender a importância
do planejamento para que a atividade
empreendedora gere resultados satisfa-
tórios quanto às expectativas e metas
dos microempreendedores individuais.
A intenção é que o público aprenda a
planejar o seu negócio sabendo quan-
do fazer as mudanças no sentido de se
adaptar às necessidades do mercado,
dispondo de produtos e serviços com
qualidade e ampliando as possibilida-
des de crescimento individual. É impor-
tante a conscientização de que o plane-
jamento de ações, de forma ordenada
e articulada, contribui para o aumento
das vendas de seus produtos e serviços,
com qualidade e preços atrativos.
Dentro do conteúdo programáti-
co que, presencialmente, tem car-
ga horária de 3 horas, estão temas
como “o que é planejar”, “para que
planejar”, “quando planejar”, “plane-
jamento orientado para resultados”,
“ferramentas do planejamento”, “visão
sistêmica” e “planejamento como pro-
cesso dinâmico e contínuo”. Através
da Central de Relacionamento (0800
570 0800), o interessado pode consul-
tar a programação mensal de cursos
do Sebrae.
36 REVISTA CONExãO
Há mais de 12 anos a microempreen-dedora individual (MEI), Selma San-tos, associa materiais descartados da natureza, como coco, osso e chi-fre de boi, piaçava e palha de buriti, a pedras brasileiras e metais nobres, reproduzindo o conceito sustentável na produção artesanal de acessórios. Além de garantir um valor a mais nas peças, o modelo de produção rendeu à sua marca, a Omnatura Biojoias, os selos internacionais Cy-cle of Sustainability e o Green Ame-rica Approved Business, que dife-renciam o trabalho da designer em lojas virtuais pelo mundo. “O cliente
hoje quer saber o que ele está com-prando, por isso os selos são funda-mentais, mostram a qualidade de meus produtos.”
O modelo de arte sustentável se estende às embalagens para trans-porte das peças, feitas com algodão cru, sem qualquer uso de plásticos, bem como à coloração final das pe-ças, com pigmentos à base de café ou casca de cebola, sem uso de tin-tas artificiais ou vernizes.
Desde que se tornou MEI, em 2010, Selma conta que investe tempo não apenas em literaturas ligadas ao ramo de joias, mas em
capacitações do Sebrae, com temas empresariais, como formação de preço e gestão de negócios. A em-preendedora também faz questão de expor seu trabalho em feiras e participa de eventos do Sebrae, ci-tando o Encontro Internacional de Negócios do Nordeste 2013 (EINNE) e, em 2014, do Mosaico Brasil. “De-pois de se formalizar, o empreende-dor não pode apenas pagar o boleto e esperar as mudanças. A pessoa tem que adquirir conhecimento e participar de capacitações, como eu fiz, se quiser ter sucesso nos ne-gócios”, pontua.
Sustentabilidade é diferencial
Selma Santos, MEI que desenvolve peças a partir de materiais descartados, já conquistou dois selos
internacionais que diferenciam seu trabalho em lojas virtuais pelo mundo
EMPREENDEDoRISMo
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SEBRAE BAHIA 37
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Salvador / Boca do Rio - SAC EmpresarialAv. Otávio Mangabeira, 6929, Multishop – Boca do Rio. CEP 41706-690. Tel.: (71) 3281-4154
Salvador / ItapagipeRua Direta do Uruguai, 753, Bahia OutletCenter, Lojas 134/135 – Uruguai. CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151
Salvador / LiberdadeEstrada da Liberdade, 26, Lojas 13 e 26 – Liberdade. CEP 40375-016. Tel.: (71) 3241-8126
AlagoinhasRua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888
CamaçariRua do Migrante, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332
Lauro de FreitasLot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3,Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836
Unidade Regional 02 – BarreirasAv. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574
Unidade Regional 03 – Feira de SantanaRua Barão do Rio Branco, 1225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153
Euclides da CunhaRua Oliveira Brito, 404 – Centro. CEP 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010
IpiráPraça Roberto Cintra, 400-A – Centro. CEP 44600-000. Tel.: (75) 3254-1239
ItaberabaRua Rubens Ribeiro, 253,Ed. Tropical Center, salas 22/23 – Centro. CEP 46880-000. Tel.: (75) 3251-1023
Unidade Regional 04 – IlhéusPraça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068
ItabunaAv. Francisco Ribeiro Júnior, 198,Ed. Atlanta Center – Centro. CEP 45600-921. Tel.: (73) 3613-9734
Unidade Regional 05 – JacobinaRua Senador Pedro Lago, 100, salas 01 e 02 – Centro. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342
Senhor do BonfimRua Benjamin Constant, 12 – Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046
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