RESPOSTA TÉCNICA AOS ESCLARECIMENTOS DA SMUL SOBRE PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO PLANO DIRETOR E DA LEI DE ZONEAMENTO
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, afirmou que as informações contidas no documento Carta Aberta ao Prefeito de São Paulo João Dória: São Paulo está sendo negociada! Como a proposta de revisão da Lei de Zoneamento impacta o futuro da cidade? são equívocos e mistificações1.
Ao tentar desqualificar de forma rasa e incoerente o cenário apresentado na Carta sobre o que está em jogo na proposta de revisão, a SMUL demonstra sua incapacidade de diálogo, falta de transparência, falta de conhecimento técnico e até má-fé quando oculta informações e maneja dados para não apresentar as verdadeiras justificativas técnicas das propostas, aspectos que foram evidenciados na condução das audiências públicas nas últimas semanas.
A minuta de projeto de lei não apresenta estudos que comprovem os problemas de aplicabilidade da lei vigente que seriam necessários para motivar uma revisão iniciada após um período inferior a um ano de sua vigência. O setor imobiliário foi o único ouvido e contemplado, que usufruiu de um canal de comunicação ao qual os demais setores da sociedade não tiveram acesso; as portas se mantiveram fechadas para demais entidades, associações, movimentos, munícipes que têm interesse
legítimo em acompanhar e participar da gestão da cidade.
Soma-se a isso o fato de que o processo de revisão está sendo realizado com divulgação de dados sem fonte e informações equivocadas – na prática, portanto, não há garantias mínimas para a efetiva participação social.
Em decorrência disso, a sugestão que se repetiu nas falas dos munícipes, de movimentos e de entidades da sociedade civil em todas as audiências ficou clara: imediata suspensão do processo de revisão da LPUOS. Diante da grave afronta à gestão democrática das cidades, este processo de revisão não pode ter continuidade.
Como aparentemente a Prefeitura não entendeu o que foi apresentado na Carta Aberta, e simula um desconhecimento acerca do que de fato está em jogo na proposta de revisão da LPUOS, passamos a expor de forma detalhada para que se tenha ainda mais clareza das incoerências do processo e da proposta da SMUL.
RESPOSTA TÉCNICA AOS ESCLARECIMENTOS DA SMUL SOBRE PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO PLANO DIRETOR E DA LEI DE ZONEAMENTO
MINUTA SEM jUSTIfICATIvA TÉCNICA OU ESTUDOS qUE DEEM BASE àS ALTERAÇõES PROPOSTAS
PROCESSO DE REvISÃO SEM gARANTIAS DE PARTICIPAÇÃO REAL DA SOCIEDADE, APENAS DO SETOR IMOBILIáRIO
1 (http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/noticias/esclarecimentos-sobre-proposta-de-ajuste-da-lei-de-zoneamento/)
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INCONSISTÊNCIA DAS PREMISSAS qUE SUSTENTAM AS PROPOSTAS1
Segundo a SMUL, as propostas de “ajustes” na lei não alteram as zonas de uso. Esta afirmação demonstra desconhecimento conceitual do que são as zonas de uso, ou tentativa de reduzi-las a dimensão territorial, que é apenas uma de suas dimensões.
As zonas de uso são compostas por parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, que, em conjunto, configuram a tipologia de cada zona. A alteração de qualquer um dos aspectos tem como consequência a alteração da tipologia, e, portanto, da zona, mesmo que a sua demarcação territorial não seja alterada.
O coeficiente de aproveitamento é apenas um dos parâmetros de ocupação do solo que configura a tipologia das zonas, mas a sua manutenção não garante a preservação da tipologia, se combinada com a alteração de outros parâmetros.
Ao alterar o parâmetro relativo ao gabarito de determinada zona, portanto, há alteração da configuração de sua tipologia, com o aumento das áreas não computáveis e da densidade construtiva. Ou seja, ao contrário do que declara a SMUL, a proposta de revisão altera as zonas de uso.
O objetivo da proposta, é, de fato, “destravar a cidade”; no entanto, é destravar para concretização de um único interesse: o do setor imobiliário. Pretende reduzir quaisquer restrições urbanísticas que possam, de alguma maneira, diminuir a margem de
lucro na produção imobiliária, mesmo que em detrimento das outras dimensões social, ambiental, econômica e cultural da cidade, necessárias ao desenvolvimento urbano sustentável e equilibrado (Art. 9º do PDE).
Nesse mesmo sentido, os incentivos e as facilidades previstos para os retrofits estão sendo propostos de forma indiscriminada, sem considerar que as edificações apresentam diferentes portes e proporções em relação ao lote. Não consideram, por exemplo, que é problemático que estes incentivos incidam em edificações que tenham área construída existente inferior ao CA Básico da zona, e que poderiam, inclusive, ser objeto de notificação para o parcelamento, edificação e utilização compulsórios nos termos do PDE e do Decreto 55.638/14. Além disso, não há previsão de atendimento do percentual mínimo de área construída para HIS quando se tratar de imóvel localizado em ZEIS e ou de incidência de cota de solidariedade.
Vê-se que a cidade real que está sendo considerada na minuta de projeto de lei é apenas a cidade onde há interesse de avanço do setor imobiliário. A cidade real de São Paulo tem sérios problemas de mobilidade, de desigualdade territorial e de desequilíbrio ambiental. As propostas de alteração na LPUOS aprofundam os problemas da cidade real ao privilegiar apenas interesses do setor imobiliário.
“Ao alterar o parâmetro relativo ao gabarito de determinada zona, portanto, há alteração da configuração de sua tipologia, com o aumento das áreas não computáveis e da densidade construtiva. Ou seja, ao contrário do que declara a SMUL, a proposta de revisão altera as zonas de uso”
BASTA A ALTERAÇÃO DE UM úNICO PARâMETRO, COMO O gABARITO, PARA ALTERAR A TIPOLOgIA CONSTRUTIvA
PERDA DA fORÇA INDUTORA DO PLANO DIRETOR PARA ADENSAMENTO NOS EIXOS DE TRANSPORTE2
Apesar dos eixos de mobilidade corresponderem a 13% do território do Município, esta área representa mais do que o mercado imobiliário consegue produzir a médio prazo. O que o Plano Diretor pretende, é concentrar a produção imobiliária e o adensamento em áreas próximas a transporte público coletivo. Ao flexibilizar os parâmetros construtivos para mais 31% do território do município, mesmo com certas condições, irá dispersar a produção imobiliária, e, principalmente, o adensamento, contra as diretrizes e as estratégias de desenvolvimento urbano do Plano Diretor.
A alteração de flexibilização do gabarito proposta também modifica a tipologia que caracteriza a zona mista e a zona de centralidade, alterando a relação entre estas zonas e os eixos, que passam a não cumprir as respectivas funções no ordenamento urbano.
O Plano Diretor dispensa o atendimento ao limite de gabarito em casos em que a tipologia urbana pretendida já está descaracterizada, e que, portanto, os parâmetros não produzirão o efeito desejado na paisagem urbana.
Apesar de não alterar o coeficiente de aproveitamento, o aumento do número de pavimentos possibilita o aumento da área não computável de construção. Ou seja, o gabarito ilimitado, além de gerar a verticalização dessas áreas, também
aumenta a densidade construtiva, e o aumento do volume de área construtiva por meio das áreas não computáveis.
Ou seja, embora SMUL alegue não ocorrer o incremento de área construída em função do aumento de gabarito em ZM e ZC, esta informação está equivocada: quanto maior o gabarito de altura, maior a área não computável derivada dos terraços (ou varandas), conforme disposto no artigo 108 da Lei 16.642/17 (COE).
Com efeito, embora a área computável permaneça a mesma, a área privativa das unidades residenciais tem sua área aumentada. Por exemplo, em edifícios residenciais em Zona Mista, esse aumento pode ser da ordem de 50% em relação à área privativa permitida hoje na legislação vigente (a depender da área de terreno e do número de pavimentos). Isso implica num aumento de densidade demográfica e construtiva, pois permitirá a construção de um número maior de apartamentos.
Contudo, embora esse aumento do gabarito resulte num aumento da densidade demográfica e construtiva, não é esse fator que, isoladamente, irá comprometer a estratégia de ordenamento territorial do Plano Diretor. É combinação de diversos dispositivos, especialmente o aumento do gabarito e a redução da contrapartida financeira da outorga onerosa, que tornarão as ZM e ZC mais atrativas do que são hoje na lei vigente, comprometendo a
O AUMENTO DO gABARITO (MESMO COM O MESMO C.A.) AUMENTA A áREA CONSTRUíDA E A DENSIDADE DEMOgRáfICA fORA DOS CORREDORES ESTRUTURANTES
“... flexibilizar os parâmetros construtivos para mais 14% do território do município, mesmo com certas condições, irá dispersar a produção imobiliária, e, principalmente, o adensamento [...] quanto maior o gabarito de altura, maior a área não computável derivada dos terraços (ou varandas) [...] Isso implica num aumento de densidade demográfica e construtiva, pois permitirá a construção de um número maior de apartamentos.”
ZONA DE ESTRUTURAÇÃO DA TRANSfORMAÇÃO URBANA (ZEU)
ZONAS DE CENTRALIDADE (ZC) E ZONAS MISTAS (ZM)
atratividade de transformação dos eixos de adensamento ao longo das linhas de transporte público (zonas ZEU).
Importante ponderar, ainda, que o Plano Diretor abriu mão dos estoques de potencial construtivo adicional por usos e por distritos anteriormente adotados nas Leis 13.430/02 e 13.885/04, justamente pelo fato dos parâmetros urbanísticos e da contrapartida financeira da outorga onerosa do direito de construir do PDE de 2014 serem suficientemente capazes de induzir a transformação dos eixos. Isto é, a força de indução desses regramentos dispensou o controle de adensamento por estoques, tal como ocorreu no PDE de 2002. Neste contexto, não haveria como prosperar com a proposta de revisão tal como colocada, sem que houvesse um controle por estoques, o que, consequentemente, alteraria substancialmente o PDE de 2014.
Além disso, a SMUL alega que a verticalização diminui o custo de construção,
que, por sua vez, impacta no preço de venda ao consumidor final. Esta informação está equivocada.
O valor de construção não impacta o valor de venda das unidades imobiliárias, em especial em períodos de aquecimento do setor imobiliário e aumento da demanda. O aumento do custo de construção pode impactar na margem de lucro da venda, mas é falacioso afirmar que aumenta o custo para o consumidor final.
A tendência que se observa vai em sentido oposto: os valores são ligeiramente superiores quando se aumenta a altura do edifício. Além disso, é notório que o preço dos imóveis aumenta conforme o pavimento mais elevado de um imóvel, por conta da vista. A partir do momento em que se promover edifícios mais elevados nas zonas ZM e ZC, tudo indica que os valores médios de imóveis novos serão superiores aos já praticados em imóveis mais baixos.
MENOS VAGAS DE GARAGEM
MAIS VAGAS DE GARAGEM
APARTAMENTOS MENORES(MAIOR DENSID. POPULACIONAL)
APARTAMENTOS MAIORES(MENOR DENSID. POPULACIONAL)
EDIFÍCIOS MAIS ALTOS SOMENTE ONDE HÁ MAIS OFERTA DE TRANSPORTE COLETIVO
ADENSAMENTO NO INTERIOR DOS BAIRROS INCOMPATÍVEL COM AS INFRAESTRUTURAS
ALTURA MÁX. DE 28M (8 ANDARES) NOS MIOLOS DOS BAIRROS
SEM LIMITE DE ALTURA MÁXIMA NOS MIOLOS DOS BAIRROS
A SMUL justifica que os descontos no valor da outorga serão responsáveis pelo reaquecimento da produção imobiliária e, consequentemente, pelo aumento da arrecadação do FUNDURB.
No entanto, a retração da produção imobiliária e da arrecadação do FUNDURB foi decorrente do ciclo econômico e de consumo. O gráfico de arrecadação de outorga e os dados da SMUL comparam momentos distintos do ciclo de consumo, indicando de forma equivocada o valor da outorga para a sua variação.
Mesmo no período recente de queda de arrecadação, o valor continua dentro da média de arrecadação. Se o desconto da outorga proposto estivesse em vigor no período de retração da produção imobiliária, a arrecadação teria sido ainda menor, prejudicando ainda mais os investimentos públicos no desenvolvimento urbano de São Paulo.
O ciclo econômico dá mostras de melhoras, independentemente de descontos na outorga. Por isso, o desconto de 30% significará a diminuição da arrecadação no período de aquecimento da atividade construtiva, quando se poderia ter mais investimentos públicos na cidade.
A verba arrecadada com a outorga captura parte da valorização imobiliária de São Paulo para a implementação de infraestrutura urbana nas regiões que mais precisam na cidade, garantindo a justa distribuição dos ônus e benefícios decorrentes dos
processos de (re)produção do território, conforme as diretrizes do Plano Diretor.
É evidente que quanto mais recursos arrecadados, maior será a disponibilidade para ser aplicada.
Além disso, apesar da vedação à utilização do FUNDURB para a construção de escolas e hospitais (exemplo utilizado apenas para demonstrar a relevância do montante envolvido nessa redução de arrecadação proposta), o Artigo 339 do Plano Diretor estabelece as seguintes prioridades para a aplicação dos recursos:
(i) programas habitacionais de interesse social;
(ii) investimento no sistema de transporte coletivo público; e
(iii) implantação de equipamentos urbanos e comunitários, espaços públicos de lazer e áreas verdes.
IMPACTO DA DIMINUIÇÃO DO fUNDURB PARA AS DESIgUALDADES TERRITORIAIS
3ARRECADAÇÃO DO fUNDURB
valor em R$ milhões
2012
R$100
O pico da arrecadação está relacionado à antecipação do mercado imobiliário ao novo Plano Diretor, aprovado em 2014
R$0
R$200
R$300
R$400
2013 2014 2015 2016 2017
A vARIAÇÃO DA ARRECADAÇÃO NOS úLTIMOS ANOS NÃO jUSTIfICA O DESCONTO NA COBRANÇA DA OUTORgA
A previsão de uma vaga de garagem a cada 60 m² de área construída computável prevista no Artigo 174 da LPUOS foi um incentivo pelo período de três anos, como mera regra de transição. Na proposta de revisão, ela passa a ser permanente, o que contraria as diretrizes de mobilidade do Plano Diretor. É equivocado o senso comum de que o PDE limita o número de vagas a uma por unidade.
INCENTIvO AO TRANSPORTE MOTORIZADO INDIvIDUAL EM DETRIMENTO DA POLíTICA DE MOBILIDADE
4Com efeito, a limitação existente é para o número de garagens não computáveis; as demais (duas, três ou mais) serão computáveis para fins de cálculo do CA. Em outras palavras, mais garagens já são sim possíveis, desde que o empreendedor pague a outorga onerosa correspondente.
EXEMPLO100 UH de 75m²
EXEMPLO
1 UH 60m²
1vaga
aprox. 120m² aprox. 120m²
não computável
1vaganão computável
construídos computáveis
não importa a área
= =
125 vagas não computáveis100 vagas não computáveis
estímulo a mais vagas e mais trânsito
estímulo ao uso do transporte coletivo nos eixos
A proposta da SMUL para a área de habitação é a dispensa de destinação de habitação de interesse social em imóveis que descumprem a função social da propriedade em regiões dotadas de serviços, equipamentos e infraestruturas urbanas, com boa oferta de empregos.
A justificativa para a dispensa é de que ocorrerá em reformas de edificações já existentes em ZEIS-3 (ociosos, subutilizados, não utilizados, encortiçados ou deteriorados, conforme art. 45, III do PDE), que tenham algum uso regularmente instalado e em funcionamento, para que o uso anterior
TÉRREO COMERCIAL TÉRREO COMERCIAL MANTIDO
EDIF. DESOCUPADO UNID. HABITACIONAISnão cumpre função social famílias de baixa renda
MENOS MORADIA PARA qUEM PRECISA
5possa ter continuidade. Nada impede, no entanto, que a edificação tenha uso misto, e que o uso anteriormente instalado seja concomitante com o uso habitacional.
Soma-se a isso a proposta de alteração do percentual de ZEIS 1, que significa a redução em 16,7% de habitação de interesse social para a população que mais precisa (0 a 3 s.m.). Essa menor faixa de renda corresponde à maior parcela do déficit habitacional qualitativo e quantitativo do município. Novamente, a proposta pretende alterar as diretrizes do Plano Diretor expressamente.
ZEIS
ZEIS60%HIS 1
0 a 3salários mínimos
0 a 3salários mínimos
50%HIS 1
COMO DEVE SER
DEMARCADOCOMO ZEIS
DEMARCADOCOMO ZEIS
refo
rma
RETROCESSO AMBIENTAL 6
A SMUL apresenta contradições ao afirmar que a quota ambiental precisa de um tempo de aplicação para avaliação de seus resultados e, em seguida, informar que foram detectados elementos do instrumento que precisam de ajustes.
Se de fato foram detectados tais elementos, com base em qual avaliação? Qual a proporção desses problemas frente aos benefícios ambientais trazidos pelo instrumento?
A proposta de aplicação da quota ambiental apenas em lotes acima de 1000 m², e não mais de 500 m², retira o propósito do instrumento, visto que terrenos de 1000 m² não representam a maioria dos lotes da cidade de São Paulo. Este mecanismo é fundamental para permitir que todas as construções possam contribuir em pequena parcela para uma cidade ambientalmente mais equilibrada, o que aliás, é a tendência na regulação do uso de solo em todas as grandes cidades do mundo, na Europa, Ásia e América, que o fazem de maneira ainda mais incisiva.
Para atender os interesses de um setor, que poderá lucrar mais com menos obrigações ambientais, a proposta contraria, mais uma vez, o princípio da justa distribuição dos ônus e bônus do processo de produção da cidade.
500 m2
500 m2
1000 m2
1000 m2
MAISLOTES CONTRIBUEM COM A qUOTA AMBIENTAL
MENOSLOTES CONTRIBUEM COM A qUOTA AMBIENTAL
acim
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1.0
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M2
CONCENTRAÇÃO E INTENSIfICAÇÃO DA TRANSfORMAÇÃO URBANA SEM EqUIDADE TERRITORIAL
7As operações urbanas são caracterizadas pela intensificação das transformações urbanas no tempo e no espaço, em decorrência dos investimentos públicos e dos incentivos aos investimentos privados delimitados no território.
Para a garantia do mínimo de equidade territorial e equilíbrio ambiental nestes perímetros, o Plano Diretor previu instrumentos que introduzem as dimensões social e ambiental no equilíbrio econômico-financeiro das operações. É
evidente que, ao recepcionar as Operações Urbanas Consorciadas em curso, não as dispensa de cumprir tais previsões, necessárias ao cumprimento dos princípios, diretrizes e objetivos da política urbana da cidade.
Com isso, ao contrário do que afirma a SMUL, a proposta de dispensa do cumprimento dessas obrigações irá reinstaurar o desequilíbrio econômico-financeiro nas Operações Urbanas Consorciadas.
COTA DE SOLIDARIEDADE
Todo empreendimento com área computável acima de
20 mil m² deve:
em outro local
doaçãode terreno
ou ou
ou
no próprio local
Doar 10% de sua área construída para produção de HIS
Doar 10% do valor do terreno aoFUNDURB,
com destinação preferencial àaquisição de terrenos bem localizados
para moradia social
Gabarito máximo na ZER-1 igual a 10m
10m
COTA DE SOLIDARIEDADE
gABARITO
COTA PARTE
Determina o número mínimo de unidades habitacionais:
N
CAu
At
CAmax
Q
(CAu x At)
(CAmax x Q)N =
Número mínimo de unidades
Coeficiente de aproveitamento do projeto
Área do terreno
Coeficiente de aproveitamento máximo
Cota máxima de terreno por unidade habitacional
qUOTA AMBIENTAL
OPERAÇÃO
URBAN
A
DISPENSA CONTRAPARTIDA
AMBIENTAL
DISPENSA CONTRAPARTIDA
SOCIAL
INTENSIfICAÇÃO DOS IMPACTOS NEgATIvOS DOS gRANDES EMPREENDIMENTOS8
QUADRAS MENORES
MAIS BARREIRAS URBANASMENOR fRUIÇÃO ENTRE AS qUADRAS
MAIS ÁREAS VERDESE INSTITUCIONAIS
MAIS POSSIBILIDADES DE PERCURSOS A PÉ E DE BICICLETA
MENOS ÁREAS VERDES
MAIS VEÍCULOSSHOPPING CENTER
A matéria relativa ao parcelamento do solo é disciplina específica da lei de parcelamento, uso e ocupação do solo, mas deve atender aos princípios, diretrizes e objetivos da política urbana da cidade definidas pelo Plano Diretor Estratégico PDE (art. 28, III do PDE).
A proposta que dispensa o atendimento ao tamanho máximo de lote para shoppings é totalmente contrária ao Plano Diretor, que desestimulou e, em diversos casos, vedou esta atividade.
O controle do tamanho do lote e a destinação de áreas públicas garantem a circulação de veículos e pedestres, bem como a garantia de áreas verdes, espaços públicos e usos institucionais na cidade.
1. Frente de Luta por Moradia (FLM)
2. União dos Movimentos de Moradia (UMM)
3. Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento São
Paulo (IABsp)
4. Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo
(SASP)
5. Pólis - Instituto de Estudos, Formação e Assessoria
em Políticas Sociais
6. Rede Nossa São Paulo
7. Minha Sampa
8. Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade da
FAUUSP (LabCidade)
9. Laboratório de Habitação e Assentamento Humanos
da FAUUSP (LabHab)
10. Laboratório de Justiça Territorial da UFABC
11. Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos
12. Ciclocidade - Associação dos Ciclistas Urbanos de
São Paulo
13. IBDU - Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico
14. SampaPé
15. Cidadeapé
16. URBEM - Instituto de Urbanismo e Estudos
para a Metrópole
17. Observatório de Remoções da FAUUSP
18. Federação das Associações Comunitárias do Estado
de São Paulo (FACESP)
19. Movimento pelo Direito a Moradia (MDM)
20. Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
21. Conselho das Sociedades Amigos de Bairro
(CONSAB’S)
22. Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura
Mackenzie (DAFAM FAU - Mackenzie)
23. Diretório Central dos Estudantes Alexandre
Vannucchi Leme (DCE Livre da USP)
24. DCE Mackenzie
25. Centro Acadêmico Elio Batista do Curso de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade Anhembi
Morumbi (CAEB CAUUAM)
26. Coletivo Entre:FAUs
27.TeatroOficinaUzynaUzona
28. Associação “Helenira ‘Preta’ Rezende” de Pós-
Graduandos da USP - Capital (APG/USP)
29. SP para o Pedestre - Por uma cidade plural
30. Coletivo LabLaje
31. NAPPLAC - Núcleo de Apoio e Pesquisa: Produção
e Linguagem do Ambiente Construído
32. FENEA - Federação Nacional de Estudantes de
Arquitetura e Urbanismo do Brasil
33. Escritório Modelo da Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo Mackenzie - MOSAICO
34. Movimento Nacional de População em Situação de
Rua (MNPR)
35. Imargem
36. Espaço de Formação Assessoria e Documentação
37. Rede de Olho nos Mananciais
38. Abraço Guarapiranga
39. TI - Aldeia Guarani Tenondé Porã
40. Movimento Contra o Aeroporto de Parelheiros
41. Casa Ecoativa - Ilha do Bororé
42. Instituto Casa da Cidade
43. Cooperativa Paulista de Teatro
44. Movimento Água Branca
45. Movimento dos Teatros Independentes de São
Paulo (MOTIN)
46. Br Cidades
47. Serviço de Assessoria Jurídica Universitária da
TRÉPLICA ILUSTRADADESENvOLvIDA POR
Faculdade de Direito da USP (SAJU - USP)
48. Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de
Diversões no Estado de São Paulo (SATED - SP)
49. Abong associação brasileira de organizações não
governamentais - Regional São Paulo
50. Centro Acadêmico de Estudos Linguísticos e
Literários Oswald de Andrade (CAELL - Letras USP)
51. Centro Acadêmico do Instituto de Física da USP
(CEFISMA)
52. Salvar o TBC
53. Núcleo de Direito à Cidade da Faculdade de Direito
da USP (NDC - USP)
54. LEPUR - Laboratório de Estudos e Projetos
Urbanos e Regionais da UFABC
55. Rede Novos Parques
56. Rede Permaperifa
57. Rios e Ruas
58. Aliados do Parque Iguatemi
59. Aliados do Parque Paraisópolis
60. Associação Parque Tucuruvi
61. Associação Paulistana de Comida de Rua
62. Bora Plantar
63.CasaAmarelaAfroguarany
64. Casa Amarela Casa de Cultura
65. CASA Brasil – Conselho de Assentamentos
Sustentáveis
66. Comitê Parque Novo Mundo
67.ComitêParqueSavoy
68. Creative Commes
69. EarthCode
70. Freeganismo SP
71. Movimento Parque Alto da Boa Vista
72. Movimento Parque Augusta sem Prédios
73. Movimento Parque Jardim Esmeralda
74. Movimento Parque Matarazzo
75. Movimento Parque Paulo Freire
76. Movimento Parque Peruche
77. Movimento Parque São Lucas
78. Muda SP
79. Grupo Técnico de Apoio - GTA
80. Centro Acadêmico XI de Agosto da Faculdade de
Direito da USP
81. Sindicato dos Psicológos
82. Coletivo Arrua
83. TETO Brasil
84. Movimento União de Moradores de Pinheiros e
Lapa - UMOPI
85. Pastoral Fé e Política da Região Belém
86. Escola de Fé e Política Waldemar Rossi
87. Escola de Cidadania da Zona Oeste Butantã
88. Centro Acadêmico Joan Villà (CAJ FAU - Belas Artes)
89. Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo São
Judas ( CAAU São Judas)
90. DCE Universidade de Sorocaba
91. União Nacional dos Estudantes (UNE)
92. Fórum Social da Vila Leopoldina
93. Frente Povo Sem Medo
94. MTST - Movimento de Trabalhadores Sem Teto
95. Cidade Viva
96. Associação dos Moradores do Jardim da Saúde -
AMJS
97. Sociedade Moradores Butantã/ Cidade
Universitária - SMB
98. Sociedade dos Amigos do Planalto Paulista - SAPP
99. Conseg Leopoldina
100. Centro Acadêmico João Mendes Jr. (CAJMR
Direito Mackenzie)
101. Grêmio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da USP (GFAU)
102. Movimento dos Trabalhadores sem terra leste 1
103.Unificaçãodaslutasdecortiçoemoradia
104. Movimento de Moradia da região sudeste
105. Movimento dos Trabalhadores sem terra zona
Oeste
106. Associação dos moradores da conde de são
joaquim
107. Movimento em Defesa do Favelado
108.AssociaçãodosMoradoresdoCityLapaCanto
ENTIDADES SIgNATáRIASDA CARTA ABERTA:
Noroeste-Amocity
109. Associação dos Amigos e Moradores pela
Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança-
ASSAMPALBA
110. Conseg Lapa.
111. Conseg Pacaembú Perdizes.
112. UJS - União da Juventude Socialista
113. CAOC - Centro Acadêmico Oswaldo Cruz -
Faculdade de Medicina da USP
114. Teatro do Incêndio
115. LABPARC FAU USP
116. Balaio
117. CAV - Centro Acadêmico Vitruvius - IFSP
118. CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil
119. Associação dos Amigos do Jardim das Bandeiras -
AAJB
120. Associação de Moradores e Amigos da Vila
Mariana- AMA-VM
121. Viva Aclimação
122 Escola de Cidadania ZO Butantã
123. Rede ODS Paulista
124. Fórum de Sustentabilidade do Butantã - FSBT
125. Coletivo A São Paulo que Queremos
126. Mundana companhia de teatro
127. Movimento Chácara do Jóquei
128.MovimentoNegroUnificado-MNU
129. Levante Popular da Juventude
130. Rede Butantã
131. Associação Cultural do Morro do Querosene
132. Plataforma operária camponesa
133. MNPR SP - Movimento Nacional População de
Rua
134. CEDESC - Centro de Desenvolvimento
Educacional, Social é Cultural do Parque Fernanda
135. Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de
Itararé
136. Mab movimento de Atingido por barragem
137. Fórum Regional de Mulheres da Zona Oeste
138. CADES Regional Lapa - Conselheiros da
Sociedade Civil
139. Coletivo Ocupe & Abrace
140. Associação dos Moradores Amigos do Parque
Previdência- Amapar
141. Associação dos Amigos da Praça João Afonso de
Souza Castellano
142. Movimento Amigos da Vila Anglo e do Jardim Vera
Cruz- MAVA
143. ACRAB - Quilombo a Guaianases
144. Pastoral da Moradia - São Miguel Paulista - Leste
145. Sociedade Amigos do Jardim Londrina- SAJAL
146. União Brasileira de Mulheres - UBM
147. Coletivo Butantã na Luta
148. Movimento Parque Linear Caxingui
149. Associação dos Moradores e Amigos do Sumaré-
SOMASU
150. Associação Morumbi Melhor- AMM
151.SOSPananby
152.AssociaçãoAmigosdoPananby-APP
153. Movimento Amigos do Real Parque
154. Movimento Amigos da Rua José Horácio Meirelles
Teixeira
155. Movimento Amigos da Rua Crítius
156. Movimento Parque do Bixiga
157. Sociedade Amigos de Vila Madalena -SAVIMA
158. Associação A Cidade Precisa de Você
159. Praça Roosevelt de Todxs
160. LABJUTA - UFABC
1.61, Vilas BEIJA (Beatriz, Ida e Jataí)
162. Sociedade Amigos de Vila Madalena -SAVIMA
163. Sociedade Amigos da Cidade Jardim - SACJ
164, A Batata Precisa de Você
165.SociedadeAmigosdoBairroCityBoaçava-SAB
166. VilaMadaViva - associação dos moradores da Vila
Madalena
167. Associação dos Moradores do Jardim Guedala
168.AssociaçãodosAmigosCityCaxingui