UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL
RENDIMENTO VOLUMÉTRICO DO DESDOBRO DE
CAMBARÁ (Qualea paraensis Ducke) E CEDRINHO
(Erisma uncinatum Warm)
MICHELLY CASAGRANDE STRAGLIOTTO
CUIABÁ – MT
2017
MICHELLY CASAGRANDE STRAGLIOTTO
RENDIMENTO VOLUMÉTRICO DO DESDOBRO DE CAMBARÁ
(Qualea paraensis Ducke) E CEDRINHO (Erisma uncinatum Warm)
Orientador: Prof. Dr. Aylson Costa Oliveira
Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Curso do Departamento de Engenharia Florestal, da Faculdade de Engenharia Florestal – Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal.
CUIABÁ – MT
2017
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Marlei e Jaime que sempre apoiaram minhas
escolhas, pelo amor, carinho e incentivo durante toda minha vida. Mãe
você é meu exemplo de força e coragem. Aos meus irmãos Victória,
Jonas Eduardo e Luiz Guilherme, que sempre acreditaram nos meus
sonhos.
Aos meus avós, José e Ocila, a quem tenho muito amor e
enorme gratidão, por serem meus segundos pais sempre me incentivando
a continuar buscando meus sonhos.
À Tuany por toda a dedicação, companheirismo, amor e
paciência, por sempre me incentivar e apoiar em minhas decisões, por
compartilhar comigo as alegrias e tristezas, a quem eu tenho um imenso
amor.
À Universidade Federal de Mato Grosso e ao Departamento de
Engenharia Florestal, por meio dos servidores e professores, pela
oportunidade de realizar o curso de graduação.
Aos professores Aylson e Bárbara, pela orientação, amizade,
apoio, dedicação, paciência e por todos os conselhos e ensinamentos
durante a graduação. Agradeço também à todos оs professores qυе de
alguma forma me ensinaram e me acompanharam durante a graduação.
Agradeço à Martha por aceitar o convite para participar da banca
examinadora, pela paciência e compreensão.
Agradeço ao Sr. Claudinei por abrir as portas de sua empresa
MADFREITAS para a realização deste trabalho.
Ao meu amigo, meu irmão de coração Jefferson que foi
fundamental para a realização deste trabalho e para que eu chegasse até
aqui. Obrigada por me presentear com esta amizade linda que carregarei
por toda minha vida.
Obrigada às minhas amigas Naiara, Annalissa, Cleuciele pela
amizade durante todos estes anos e por todos os conselhos e dedicação.
Obrigada à minha amiga Theonizi pela amizade, por todas as risadas, por
sempre me acalmar nos momentos de desespero e pelos ensinamentos.
Ao Alan por sua amizade e auxilio nos momentos difíceis da graduação.
SUMÁRIO Página
RESUMO ................................................................................................... iv
1. INTRODUÇÃO .................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ........................................................................................ 4
2.1.OBJETIVO GERAL .............................................................................. 4
2.2.OBJETIVOS ESPECIFICOS ................................................................ 4
3. REVISÃO DE LITERATURA .............................................................. 5
3.1.SETOR MADEIREIRO NA FLORESTA AMAZÔNICA ......................... 5
3.2.ESPÉCIES PRODUTORAS DE MADEIRA SERRADA ....................... 8
3.2.1.Erisma uncinatum Warm ................................................................... 8
3.2.2.Qualea paraensis Ducke ................................................................... 9
4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 13
4.2.RENDIMENTO VOLUMÉTRICO EM MADEIRA SERRADA .............. 14
4.3.ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................... 16
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................ 17
5.1.DESDOBRO PRIMÁRIO .................................................................... 17
5.1.1.Qualea paraensis Ducke ................................................................. 17
5.1.2.Erisma uncinatum Warm ................................................................. 19
5.2.APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS E RENDIMENTO TOTAL EM MADEIRA SERRADA .............................................................................. 21
6. CONCLUSÕES ................................................................................. 25
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 26
iv
RESUMO
STRAGLIOTTO, Michelly Casagrande. Rendimento volumétrico do desdobro de cambará (Qualea paraensis Ducke) e cedrinho (Erisma uncinatum Warm). 2017. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientador: Prof. Dr. Aylson Costa Oliveira. A floresta amazônica é considerada uma das maiores reservas de madeiras tropicais do mundo. Entretanto, o baixo aproveitamento da matéria prima madeireira proveniente desta floresta é um dos principais problemas enfrentados pela indústria madeireira. Desta forma, o rendimento volumétrico em madeira serrada é um parâmetro importante para a determinação da eficiência destas indústrias. O objetivo principal do trabalho foi avaliar o rendimento em madeira serrada no desdobro da espécie Erisma uncinatum e Qualea paraensis. O estudo foi desenvolvido no município de Nova Maringá – MT, na indústria madeireira MADFREITAS. Foram avaliadas as espécies Erisma uncinatum e Qualea paraensis em 3 classes diamétricas: Classe A – 40,0 a 49,9 cm; Classe B – 50,0 a 59,9 cm; Classe C – 60,0 a 69,9 cm, com quatro repetições dentro de cada classe, totalizando 12 toras por espécie de comprimentos variados. Inicialmente foi determinado o volume das toras, em seguida determinou-se o rendimento em madeira serrada, o aproveitamento de resíduos do desdobro primário e o rendimento total de cada tora. Para a análise estatística utilizou-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade. O rendimento em madeira serrada não apresentou diferença estatística entre classes diamétricas para as duas espécies, sendo que o rendimento médio em madeira serrada para a Erisma uncinatum foi igual à 42,05% e para a Qualea paraensis foi igual a 43,97%. O rendimento com o aproveitamento dos resíduos para a Erisma uncinatum e a Qualea paraensis foi de 48,58% e 48,38%, respectivamente. Conclui-se que o rendimento para as duas espécies foi superior ao proposto pela legislação vigente. Palavras-chave: Indústria madeireira, madeira serrada, aproveitamento de resíduos.
1
1. INTRODUÇÃO A produção brasileira de toras de madeira de florestas nativas
no ano de 2015 foi de 12.308.702 m³, registrando um decréscimo de 3,2%
na produção nacional em relação a 2014 (IBGE, 2015a). Os principais
estados produtores foram o Pará, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e
Amapá, todos localizados na Amazônia Legal somando cerca de 85% da
produção nacional (IBGE, 2015a).
A atividade madeireira no Mato Grosso contribui
expressivamente parte para o desenvolvimento econômico de vários
municípios (IAREMA et al., 2011), por meio da geração de empregos
diretos e indiretos, desenvolvimento de indústrias complementares ao
atrair novos investidores para as cidades, além de contribuir para o
Produto Interno Bruto (PIB).
As dez principais espécies comercializadas em Mato Grosso no
período de 2004 a 2010 em termos de volume foram: Qualea sp, Goupia
glabra, Erisma uncinatum, Mezilaurus itauba, Hymenolobium sp, Apuleia
sp, Manilkara sp, Cordia goeldiana, Dipteryx sp, Trattinickia sp, sendo que
estas responderam por 88% do total comercializado (RIBEIRO, 2013).
O setor madeireiro é mais expressivo na região Noroeste e
Central do estado, cujos principais pólos madeireiros são as cidades de
Aripuanã, Colniza, Feliz Natal, Tabaporã e Juína (IBGE, 2015a). O
município de Nova Maringá, localizado na região Médio Norte, vem se
destacando no cenário florestal, sendo sua economia baseada no
extrativismo vegetal e na atividade madeireira, por meio da produção e
comercialização de madeira serrada, com produção de 65.860 m³ de
madeira em toras no ano de 2015 (IBGE, 2015b), entretanto este volume
de madeira não é aproveitado na totalidade.
O coeficiente de rendimento volumétrico (CRV) é descrito por
Biasi (2005) como sendo a relação entre o volume de madeira serrada e o
volume de madeira em tora, dado em porcentagem. Este coeficiente sofre
influência de vários fatores como o diâmetro, a conicidade e qualidade da
2
tora, a espécie utilizada, os tipos de produtos serrados, a qualidade dos
equipamentos, a tomada de decisão do operador, o tipo de desdobro, a
serra utilizada, entre outros (STEELE, 1984).
O baixo aproveitamento da matéria-prima madeireira ocasiona
grande geração de resíduos e aumento no custo do produto final, sendo
um dos maiores problemas enfrentados pelas indústrias madeireiras
(BIASI e ROCHA, 2007). O CRV é um importante parâmetro para a
determinação da eficiência destas indústrias madeireiras, possibilitando a
tomada de decisões visando o aumento da produção de madeira serrada
da empresa, tornando-se um indicador determinante para a rentabilidade
econômica na indústria.
Estudos realizados por Biasi e Rocha (2007), Garcia (2012) e
Araújo et a.l (2014), avaliaram o rendimento de madeiras tropicais
brasileiras, no entanto o assunto continua sendo pauta de estudo dentre
outros autores. Contudo, a diversidade nos rendimentos não permite
estabelecer um valor padrão para as espécies tropicais em diferentes
indústrias madeireiras.
Assim, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA) observou que na maioria dos casos o
rendimento volumétrico fica em torno de 35% (IBAMA, 2015). Diante
disso, propôs a revisão do coeficiente de rendimento volumétrico para
desdobro de tora em madeira serrada na Resolução 411 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) (BRASIL, 2009), isso porque, o
excesso de credito liberado, igual a 45%, poderia acobertar madeiras
ilegais, como também não incentivar as indústrias madeireiras a
aumentarem seus rendimentos, fato que prejudica as indústrias que
buscam maior eficiência, com maiores rendimentos.
Desta forma, o CONAMA alterou a Resolução 411, publicando
a Resolução nº 474, de 6 de abril de 2016, em que o rendimento
volumétrico é reduzido de 45% para 35% (BRASIL, 2016). No entanto, é
permitido que as indústrias madeireiras realizem o estudo técnico do
rendimento volumétrico, que sendo aprovado pelo órgão competente,
podem adotar este novo valor para comercialização da madeira serrada.
3
Conforme descrito por Biasi e Rocha (2007) a indústria
madeireira que não estiver preocupada em melhorar seus rendimentos,
torna-se vulnerável para competir com outras empresas do setor e
paralisar as suas atividades. Em Mato Grosso, verifica-se um esforço de
diversas indústrias madeireiras em se consolidar e buscar
aperfeiçoamento da produção, assim várias destas indústrias apresentam
valores médios de coeficiente de rendimento volumétrico superiores ao
adotado pela legislação vigente, para as diferentes espécies exploradas
no estado.
Considerando que a quantidade de resíduos que são gerados
durante o desdobro das toras representa mais da metade do seu volume
inicial, manejar estes resíduos agregando valor aos mesmos, representa
um caminho importante para um diferencial financeiro dentro da indústria
florestal.
4
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Este trabalho teve como objetivo geral determinar o rendimento
volumétrico da madeira serrada no desdobro das espécies Cambará
(Qualea paraensis Ducke) e Cedrinho (Erisma uncinatum Warm).
2.2. OBJETIVOS ESPECIFICOS
Determinar o coeficiente de rendimento volumétrico em madeira
serrada das espécies Erisma uncinatum e Qualea paraensis em
três classes diamétricas;
Comparar a conformidade do Coeficiente Rendimento Volumétrico
médio encontrado em relação à legislação vigente;
Determinar o incremento no rendimento da madeira em função do
aproveitamento dos resíduos advindos do desdobro primário.
Determinar o rendimento total da madeira após o desdobro
primário e aproveitamento dos resíduos.
5
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1. SETOR MADEIREIRO NA FLORESTA AMAZÔNICA
O bioma Amazônia representa cerca de 30% de todas as
florestas tropicais remanescentes do mundo (SFB, 2013), sendo que a
Amazônia brasileira abrange uma área de aproximadamente 500 milhões
de hectares (SFB e IPAM, 2011). A vegetação se caracteriza por
apresentar floresta ombrófila densa e a floresta ombrófila aberta. Além de
dessas florestas, são encontradas tipologias vegetacionais típicas de
savana, campinaranas, formações pioneiras e de refúgio vegetacional
(IBGE, 2004).
O Brasil é o segundo país com maior cobertura florestal do
mundo, ficando atrás da Rússia (FAO, 2010), destacando-se
mundialmente no cenário florestal por ser detentor da maior floresta
tropical do mundo, a Floresta Amazônica. A Amazônia Legal representa
cerca de 5 milhões de km² ou aproximadamente 59% do território nacional
(IBGE, 2017a).
A partir da década de 1960 com o avanço da fronteira agrícola,
com incentivos fiscais concedidos pela Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), o desmatamento na Amazônia
se intensificou, devastando áreas de florestas, principalmente nos estados
do Pará, Mato Grosso e Maranhão (REMADE, 2007). Segundo Marta
(2007), a exploração madeireira no Mato Grosso iniciou-se ainda nos
anos sessenta, sendo que nesta época não havia qualquer racionalidade
econômica ou ambiental que considerasse a preservação ou conservação
das espécies.
Entretanto a exploração madeireira se expandiu a partir da
década de 1970, quando em consequência do esgotamento dos recursos
florestais do sul e do sudeste, houve incentivos fiscais por parte do
governo federal para o desenvolvimento da atividade madeireira
(REMADE, 2007). E a partir de então tornou-se uma atividade de grande
importância econômica na região amazônica (SFB e IMAZON, 2010).
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No período de 2012 a 2014 segundo dados da Organizácion
Internacional de lãs Maderas Tropicales (OIMT, 2014), o Brasil foi o
terceiro maior produtor e consumidor mundial de madeira tropical em
toras, ficando somente atrás da Indonésia e Índia. Cerca de 90% da
produção de madeira serrada de origem tropical foi representada pelos
países membros da OIMT, sendo o Brasil o principal produtor e
consumidor, consumindo em média 15,8 milhões de m³ por ano,
mantendo um nível relativamente elevado comparado aos outros países
(OIMT, 2014).
Segundo o Serviço Florestal Brasileiro e Instituto de Pesquisa
Ambiental da Amazônia (SFB e IPAM) em 2011, 12,9 milhões de metros
cúbicos de madeira em tora foram retirados das florestas nativas da
Amazônia Legal, deste total 89% foram oriundos dos estados do Pará,
Mato Grosso e Rondônia, estados que concentram a produção nacional
de toras de madeira tropical. Neste mesmo ano foram produzidos 5,9
milhões de m³ de madeira serrada que movimentaram em torno de 4,3
bilhões de reais (SFB, 2013). No ano de 2015, os principais municípios
produtores de madeira em tora no Brasil foram Portel (PA), Porto Velho
(RO), e Aripuanã (MT) (IBGE, 2015a).
Nos últimos 30 anos, o Brasil desenvolveu um sistema de
manejo florestal para a produção de madeira em florestas da Amazônia
que concilia o uso e a conservação dos recursos florestais (SFB, 2013).
Entretanto a exploração e comercio ilegal de madeira ainda persistem.
Apesar disto, progressos expressivos no manejo florestal sustentável da
Amazônia brasileira vêm sendo realizados, exemplo disto é que desde
2005 dobraram-se as áreas de florestas naturais certificadas e as taxas
de desmatamento reduziram drasticamente nos últimos cinco anos (OIMT,
2014).
No estado de Mato Grosso, a Secretaria de Estado de Meio
Ambiente (SEMA), é o órgão que fiscaliza e libera as autorizações
específicas dos Planos de Manejo Florestal Sustentável e Planos de
Exploração Florestal, que só são liberados após os mesmos estarem em
conformidade com os princípios técnicos, ambientais, econômicos e
7
sociais, resultando na emissão da Autorização para Exploração Florestal
(AEF/AUTEX) e/ou Autorização para Desmatamento (AD) (SEMA, 2016).
De acordo com Barbosa et al. (2001) o setor de indústrias
madeireiras de florestas tropicais está preocupado, ainda que de maneira
incipiente, em desenvolver a exploração de seus recursos naturais de
forma racional e sustentável através de um plano de manejo adequado às
espécies florestais da região, levando em consideração aspectos
ecológicos, econômicos e sociais.
Entretanto, no Brasil a maior parte das industrias madeireiras
utiliza o sistema de desdobro convencional, onde as toras são
desdobradas conforme a escolha do operador, isto ocasiona elevadas
perdas em matéria-prima, em função da ausência de tecnologias
apropriadas para o desdobro, encarecendo o processo em função da
necessidade de se consumir maior volume de matéria-prima para produzir
a mesma quantidade de produto serrado (MURARA JUNIOR et al., 2005).
A indústria madeireira é a quarta economia do Mato Grosso
com Produto Interno Bruto de R$ 57.294.192,00, ou seja, 15% do PIB
industrial do Estado (CIPEM, 2012). Visando permanecer no mercado, o
setor vem buscando a diversidade na produção de produtos advindos da
madeira, sendo os principais produtos florestais comercializados pelo
estado a madeira in natura (toras), madeira serrada (bloco de filé,
pranchas, tabuas, vigas, caibros, ripas, sarrafo, ripão, réguas, pontaletes,
barra de cama não beneficiada, aproveitamento pré-cortado, balancis
para cerca, lascas mourão palanque, poste e outros) e madeira
beneficiada (portas, janelas, casas pré-fabricadas, cabos de vassoura,
cabos para ferramentas torneados, assoalhos, deck, forro, parede,
lambril, barra de cama beneficiada, jogos de batentes e portais, cruzetas,
cantoneira, rodapé, molduras, taco liso, palets, pré-cortados, dormentes,
madeira laminada faqueada ou torneada, madeira compensada e
laminada, entre outros) (SEFAZ, 2015).
8
3.2. ESPÉCIES PRODUTORAS DE MADEIRA SERRADA
Cerca de três mil espécies madeireiras já foram identificadas na
Amazônia Legal, sendo que deste total há aproveitamento industrial de
cerca de 230 espécies. Porém 80% da produção se concentram em
aproximadamente 50 espécies (BARBOSA, et al., 2001).
De acordo com Ribeiro (2013) as espécies que mais geraram
receita em Mato Grosso nos anos entre 2004 a 2010 foram a Qualea sp
(Cambará), Goupia glabra (Cupiúba), Mezilaurus itauba (Itaúba), e Erisma
uncinatum (Cedrinho), que foram responsáveis por 63,04% da receita
obtida pelos produtores. Demonstrando que ainda que exista uma grande
diversidade de espécies com potencial comercial na Amazônia, a
exploração de um número reduzido de espécies é mais aceita pelo
mercado madeireiro.
3.2.1. Erisma uncinatum Warm
A Erisma uncinatum é um dos representantes da família
Vochysiaceae, sendo conhecido por alguns nomes populares como
bruteiro, cachimbo-de-jabuti, cambará-rosa, cedrilho, jaboti, jaboti-da-
terra-firme, quaruba-vermelha, quarubarana, quarubatinga, verga-de-
jabuti (IPT, 2017).
Sua ocorrência é comum na floresta Amazônica de terra firme
(LORENZI, 1998). No Brasil se concentra nos estados da Amazônia, Acre,
Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, sendo também
encontrado em países como Guiana, Guiana Francesa, Suriname,
Venezuela (IPT, 2017).
É uma árvore de 7 a 18 metros de altura, com copa globosa
ampla, com ramos novos angulosos e revestidos por um tomento de cor
cinza. Possui tronco ereto e muito ramificado desde a base. A casca é
rugosa fissurada e descamando através de placas estreitas e compridas
(LORENZI, 1998).
Árvore ornamental quando em flor, possuindo potencial para
uso na arborização paisagística. Indicada para reflorestamentos
9
heterogêneos destinados a recuperação ou enriquecimento da vegetação
de áreas degradadas (LORENZI, 1998)
Sua madeira apresenta características como baixa densidade
aparente, em torno de 0,59 g/cm³, cerne e alburno distintos pela cor,
cerne castanho avermelhado, não apresenta brilho, cheiro ou gosto
perceptível, é moderadamente fácil de preservar em processos sob
pressão (IPT, 2017). A secagem ao ar é fácil e sem ocorrência de
defeitos, quanto à trabalhabilidade a E. uncinatum é fácil de aplainar,
serrar e lixar, porém, apresenta superfície de acabamento felpuda. Sua
durabilidade ao ataque de organismos xilófagos é baixa (IPT, 2017).
A madeira apresenta vários usos. Na construção civil, é
utilizada em esquadrias de portas, venezianas e caixilhos. Na parte
estrutural em forma de ripas ou caibros. Também é utilizada como
lambris, painéis, molduras, guarnições, forros, andaimes, fôrmas para
concreto, pontaletes, partes internas de móveis, laminados,
compensados, embalagens e caixas (IPT, 2003).
A E. uncinatum é uma das principais espécies exploradas em
Mato Grosso visando à obtenção de madeira serrada, segundo dados do
Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras do Estado de Mato
Grosso (CIPEM, 2014).
3.2.2. Qualea paraensis Ducke
A Qualea paraensis é uma árvore de médio a grande porte,
podendo chegar até 35 metros de altura, possui copa arredondada e rala.
Seu tronco possui características de ser ereto e cilíndrico com casca
acizentada e bastante rugosa, descamando através de placas irregulares
e grandes. (LORENZI, 1998).
Floresce durante os meses de agosto a outubro e os frutos
amadurecem em fevereiro e março. O fruto se caracteriza por apresentar
cápsula lenhosa deiscente de superfície suavemente vernicosa e glabra
de aproximadamente 3,5 cm de diâmetro. A árvore de Qualea paraensis
ocorre em toda a região amazônica de terra firme (LORENZI, 1998).
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A madeira é pesada, com densidade de 0,78 g /cm³, dura, de
textura grosseira, grã irregular, de cerne distinto do alburno, de média
resistência mecânica e muito sujeita ao ataque de organismos xilófagos
(LORENZI, 1998).
É amplamente utilizada na fabricação de compensados,
caixotaria, para uso interno na construção civil como caibros, vigas,
assoalhos, etc., para a confecção de remos, canoas, esquadrias, cabo de
ferramentas e instrumentos agrícolas, bem como para lenha e carvão. A
árvore pode ser empregada em reflorestamentos heterogêneos
(LORENZI, 1998).
A Qualea paraensis assim como a Erisma uncinatum é uma
das principais espécies exploradas no estado de Mato Grosso, segundo
dados do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras do Estado de
Mato Grosso (CIPEM, 2014).
3.3. COEFICIENTE DE RENDIMENTO VOLUMÉTRICO E
RESÍDUO
O rendimento em madeira serrada ou coeficiente de
rendimento volumétrico (CRV) é a relação entre o volume de madeira
serrada produzido e o volume da tora utilizada como matéria prima para o
desdobro, em porcentagem.
O CRV sofre influência pela interação de diversos fatores,
sendo os mais importantes o diâmetro, o comprimento, a conicidade e a
qualidade das toras, o número de produtos alternativos, a qualidade e
condição dos equipamentos, o tipo de serra utilizada, a tomada de
decisão do operador e método de desdobro (STEELE, 1984). Em seu
trabalho Murara Junior et al. (2005) descrevem que além destes fatores o
rendimento é influenciado pelas características da espécie e do
tratamento dado as toras ainda no pátio da serraria, sendo que todos
estes fatores são fundamentais para que se atinjam bons níveis de
rendimento volumétrico dentro de uma serraria.
Em estudo realizado nas indústrias madeireiras de Rondônia,
Fontes (1989) relata que o índice de aproveitamento da madeira no
11
processamento industrial sofre variações em função do tipo e tamanho
das indústrias, equipamentos e espécies utilizadas.
Na literatura encontram-se diferentes valores de rendimento
volumétrico para espécies nativas de diferentes regiões, os quais
representam a realidade para aquela determinada serraria ou região.
Analisando as industrias madeireiras do estado do Amazonas, Santos
(1986) constatou que o rendimento médio do estado foi igual a 52,8% e
53,7%, valores estes referentes a 1981 e 1983, respectivamente.
Biasi e Rocha (2007) avaliando o rendimento e a eficiência de
uma serraria localizada em Sinop, Mato Grosso, trabalhando com as
espécies de cedrinho (Erisma uncinatum), cambará (Qualea albiflora) e
itaúba (Mezilaurus itauba), obteve o rendimento médio de 59,83%,
62,63% e 53,90%, respectivamente.
Ao avaliar as espécies amazônicas Muiracatiará (Astronium
lecointei), Maçaranduba (Manilkara huberi) e Guajará (Pouteria sp), em
uma industria madeireira localizada no Pará, Dutra (2005) encontrou
rendimentos iguais a 32,3%, 41,2%, 35,2%, respectivamente.
Nascimento (2006) avaliou o processo de beneficiamento de
madeira desde a tora até o produto acabado em uma indústria madeireira
na cidade de Itacoatiara – AM, onde as madeiras serradas são
encaminhadas para exportação. A coleta de dados foi por meio do
inventário de produção anual, sendo avaliadas 43 espécies, que
apresentaram rendimento médio de 38,43%, sendo o baixo rendimento
devido a qualidade superior exigida nos produtos que seguem para o
mercado externo.
Dentro das indústrias madeireiras, a geração de resíduos é
uma consequência natural do processo de transformação da madeira, e
quando não tratada corretamente, em proporções médias ou elevadas
pode comprometer os ecossistemas locais e regionais, causando grande
impacto ao meio com danos de difícil reparação (VALÉRIO et al., 2007).
A utilização de equipamentos em condições precárias causa a
diminuição da produtividade e da eficiência no rendimento em uma
indústria madeireira, gerando grande quantidade de resíduos, o que afeta
economicamente a cadeia produtiva. A melhoria do nível tecnológico
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industrial é condição essencial para o aproveitamento máximo da matéria-
prima e está diretamente relacionada com a conservação dos recursos
florestais (BIASI e ROCHA, 2007).
Cerca de 50 a 70% do volume de madeira em tora consumido
nas indústrias florestais são transformados em resíduos durante o
processamento da madeira (FONTES, 1994). As principais perdas são as
costaneiras e o pó-de-serra, podendo representar de 25 a 70 % do
volume da tora. Além do pó de serra e das costaneiras, também são
produzidos aparas, cavacos e/ou maravalhas (FONTES, 1989).
Quando não levado somente em consideração a matéria-prima
que pode ser obtida da floresta, mas principalmente os resíduos
provenientes a partir da transformação das toras, estes quando bem
aproveitados podem gerar renda e agir como um facilitador financeiro
para a empresa (SILVA, 2003).
De acordo com Fagundes (2003), programas de financiamento
com o objetivo de incentivar e facilitar a instalação de linhas de
aproveitamento de resíduos são justificados tanto do ponto de vista
econômico como ambiental, visando à obtenção de produtos com
agregação de valor ou mesmo, a geração de energia através da
biomassa.
Mendonza et al. (2010), relatam que a melhor forma de realizar
o manejo dos resíduos é aproveitar ao máximo os resíduos em todo o
processo produtivo. Valério et al. (2007) citam em seus estudos que
quando aproveitado o resíduo garante a redução de custos da matéria-
prima, agrega maior valor aos multiprodutos gerados pela utilização
alternativa dos resíduos, como também contribui para a conservação
ambiental.
Infelizmente, os resíduos florestais em sua maior parte não
são empregados de maneira consciente, acarretando em danos ao meio
ambiente. Segundo Barbosa et al. (2001) o potencial de uso da enorme
quantidade de resíduos é subestimado pela indústria madeireira regional.
13
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. LOCAL O estudo foi realizado na indústria madeireira MADFREITAS,
localizada na cidade de Nova Maringá, na região Médio Norte do estado
de Mato Grosso (Figura 1), sendo esta indústria classificada como de
médio porte, com processamento médio entre 500 a 1.000 m³/mês
(BORGES, 1993, citado por VITAL, 2008 ).
FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO EM EMPRESA MADEIREIRA NO MUNICÍPIO DE NOVA MARINGÁ, MATO GROSSO.
As principais espécies processadas na empresa são: Erisma
uncinatum, Qualea paraensis, Dinizia excelsa, Hymenaea courbaril,
Ocotea spp e Trattinnickia burserifolia.
Por apresentar grande importância econômica na Região
Amazônica, foram utilizadas para o estudo toras de madeira da espécie
Erisma uncinatum e Qualea paraensis, provenientes de plano de manejo
sustentável localizado na região.
14
4.2. RENDIMENTO VOLUMÉTRICO EM MADEIRA SERRADA
No pátio da indústria madeireira foram selecionadas
aleatoriamente 12 toras de cada espécie estudada com comprimento
variável, classificadas e separadas em 3 classes diamétricas com 4 toras
dentro de cada classe:
Classe A: Diâmetros de 40 cm a 49,9cm;
Classe B: Diâmetros de 50 cm a 59,9 cm;
Classe C: Diâmetros de 60 a 69,9 cm.
Com o auxilio de uma trena mediu-se o comprimento e o
diâmetro médio de cada tora, sendo que para a determinação do diâmetro
médio realizou-se duas medições em linhas perpendiculares nas duas
extremidades de cada tora. O diâmetro médio de cada tora foi tomado
como referência, tanto para classificação diamétrica quanto para o cálculo
do volume.
Para a obtenção do volume da tora (Equação 1) foi utilizada a
equação de Smalian:
Onde, Vt: Volume da Tora (m³); D: Diâmetro médio (cm); L:
Comprimento da tora (m).
O sistema de desdobro utilizado foi o convencional com
alimentação manual das máquinas realizado pelo mesmo operador. As
toras foram desdobradas, passando por uma serra-fita vertical simples de
comprimento total de lâmina de 7,60 m e potência do motor de 425 rpm,
com a qual foi realizado o desdobro principal.
Em seguida, as pranchas foram encaminhadas para uma serra
circular simples com disco de 40 cm de diâmetro, 3,5 mm de espessura
para o refilo. Para o destopo foi utilizada uma destopadeira com disco de
45 cm de diâmetro.
1
15
As peças obtidas foram separadas e identificadas por lotes de
toras individuais. Sendo os produtos do desdobro primário: pranchas,
pranchão, tabuas, vigas, vigotas, caibros e ripas.
Para o cálculo do volume de madeira serrada obtida de cada
tora amostrada foi realizado uma medida para o comprimento (C), duas
medidas para a largura (L) e espessura (E) em cada extremidade de cada
peça, com o auxílio de uma trena e um paquímetro digital,
respectivamente. Desta maneira obteve-se a largura e a espessura média
de cada peça. Sendo então possível calcular o volume da madeira
serrada (Equação 2) determinado pela seguinte equação:
Onde, Vpeça: volume da peça (m³); L: largura média da peça
(m); C: comprimento da peça (m); E: espessura média da peça (m).
Após obter o volume das toras e posteriormente o volume de
madeira serrada, foi determinado o Coeficiente de Rendimento
Volumétrico do desdobro primário (Equação 3) de cada amostra.
Onde, CRV: Coeficiente de Rendimento Volumétrico (%);
ΣVpeça: somatório dos volumes de todas as peças serradas de uma tora
(m³); Vt: volume da tora (m³).
As costaneiras e aparas provenientes do desdobro primário
foram identificadas e separadas conforme a tora e classe que pertenciam
e em seguida encaminhadas para o setor de reaproveitamento destes
resíduos, obtendo-se pequenos objetos madeireiros (grades de cama e
suportes para colchão), como forma alternativa de gerar lucros.
(2)
(3)
16
Para estimar a volumetria de resíduos aproveitados de cada
tora ao final do processo foram medidas a largura a espessura e o
comprimento de cada peça fabricada.
Para cálculo da porcentagem de aproveitamento dos resíduos
foi utilizada a mesma metodologia descrita anteriormente, ou seja, a
relação entre o volume das peças reaproveitadas pelo volume da tora
inicial (Equação 4).
Onde: Ap: Aproveitamento dos resíduos (%); ΣVpom:
Somatório do volume de todas as peças de pequenos objetos madeireiros
por tora (m³); Vt: volume da tora (m³).
Para o cálculo do rendimento total de cada tora foi realizado o
somatório do CRV do desdobro primário e da porcentagem de
aproveitamento dos resíduos referentes a cada tora.
4.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os tratamentos foram distribuídos em um delineamento
inteiramente casualizado, com três tratamentos (classes diamétricas) e
quatro repetições (toras) por tratamento em cada espécie estudada.
Os resultados foram submetidos à análise de variância
(ANOVA) para verificação das diferenças existentes entre as classes
diamétricas avaliadas. Quando estabelecidas diferenças significativas
entre elas foi aplicado o teste de Tukey a 5% de probabilidade, através do
programa estatístico Assistat.
(4)
17
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. DESDOBRO PRIMÁRIO
5.1.1. Qualea paraensis Ducke
Na Tabela 1 são apresentados valores os mínimos, máximos e
médios dos rendimentos volumétricos do desdobro primário para as três
classes diamétricas da espécie Qualea paraensis, assim como os
coeficientes de variação.
TABELA 1- RENDIMENTO MÉDIO DO DESDOBRO PRIMÁRIO DE Qualea paraensis
CLASSE RENDIMENTO
MINIMO (%) RENDIMENTO MÁXIMO (%)
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO
(%)
RENDIMENTO MÉDIO (%)
A 34,13 44,84 11,42 41,49 a
B 30,10 49,64 21,34 41,55 a
C 40,29 54,00 14,03 48,86 a
MÉDIA GERAL 43,97
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância.
Observa-se na Tabela 1 que não houve diferença estatística
entre as médias das classes diamétricas estudadas e que a média geral
do rendimento em madeira serrada para a espécie Qualea paraensis foi
igual a 43,97%. Biasi e Rocha (2007) ao realizarem o estudo de
rendimento em madeira serrada da espécie Qualea albiflora em Sinop, no
estado de Mato Grosso, encontraram o valor de rendimento volumétrico
médio igual a 62,63%, não verificando efeito significativo entre as classes
diamétricas, como neste trabalho. Entretanto, o rendimento encontrado
por Biasi e Rocha (2007) foi superior ao da serraria avaliada neste estudo.
Em estudo realizado na cidade de Sorriso, Mato Grosso, Melo
et al. (2016) encontraram o rendimento médio para Qualea sp. de
18
52,18%. Já Garcia (2013) ao estudar a espécie Qualea albiflora em uma
serraria da Região Norte de Mato Grosso encontrou rendimento médio de
48,9%, valor superior ao encontrado neste trabalho. O autor ainda
destaca que o rendimento da espécie poderia ser maior se houvesse o
aproveitamento das costaneiras e bordaneiras resultantes do desdobro.
Apesar de não haver diferença significativa no rendimento
médio entre as três classes diamétricas avaliadas, observa-se na Tabela
1, que o rendimento médio da Classe C foi superior ao das Classes A e B.
Encontrou-se diferenças em torno de 7% de aumento da Classe em
relação as Classes A e B. Tal diferença quando considerada no processo
produtivo de uma industria é expressiva, gerando maiores lucros para a
empresa e diminuindo a geração de resíduos.
Segundo Wade et al (1992) o rendimento em madeira serrada
aumenta conforme o aumento do incremento do diâmetro das toras,
devido ao volume de madeira perdido com costaneiras e aparas
representar menor porcentagem em relação ao volume da tora.
Observa-se, portanto, que durante o desdobro primário das
toras, mais da metade do seu volume não foi aproveitado na produção de
madeira serrada, ou seja, resultando na geração de resíduos. Os
principais resíduos formados no processo de desdobro foram costaneiras,
refilos, pó de serra e maravalhas, contudo, não foi realizada a sua
quantificação.
O baixo rendimento encontrado na Classe B e maior
coeficiente de variação (Tabela 1) foi, provavelmente, devido a presença
de toras tortuosas avaliadas neste estudo. Segundo Manhiça (2010), a
tortuosidade presente nas toras afeta a produção da madeira serrada,
pois limita o comprimento das peças produzidas.
O rendimento médio igual a 43,97% verificado para a espécie
Qualea paraensis verificado no presente estudo foi superior ao
determinado pela resolução do CONAMA Nº 474/2016, para indústrias
madeireiras que trabalham com madeiras de florestas nativas (BRASIL,
2016).
19
5.1.2. Erisma uncinatum Warm
Na Tabela 2 são apresentados os valores mínimos, máximos e
médios dos rendimentos volumétricos do desdobro primário para as três
classes diamétricas da espécie Erisma uncinatum, além dos coeficientes
de variação.
TABELA 2 - RENDIMENTO MÉDIO DO DESDOBRO PRIMÁRIO DE Erisma uncinatum.
CLASSE RENDIMENTO
MÍNIMO (%) RENDIMENTO MÁXIMO (%)
COEFICIENTE DE VARIAÇÃO
(%)
MÉDIA (%)
A 19,87 53,16 37,44 38,03 a
B 31,49 47,32 21,72 39,48 a
C 42,86 61,60 18,18 48,65 a
MÉDIA TOTAL 42,05
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey a 5% de significância.
O rendimento médio em madeira serrada do desdobro primário
para a espécie de E. uncinatum foi igual a 42,05%. Ao estudar o
rendimento volumétrico em madeira serrada de uma espécie tropical em
uma serraria do estado de Roraima, Danielli (2013) encontrou o
rendimento médio igual a 30,1%. Araújo et al. (2014) ao avaliar o
rendimento em madeira serrada para a espécie tropical faveira (Parkia
multijuga) encontrou o rendimento médio de 44,12%.
Não houve diferença significativa pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade para o rendimento volumétrico das diferentes classes
diamétricas de E. uncinatum. No entanto, observa-se uma tendência em
aumentar o rendimento conforme o aumento das classes de diâmetro,
sendo verificadas diferenças em torno de 9% de aumento da Classe C
para a Classe B (Tabela 2).
Biasi e Rocha (2007) ao estudarem a espécie Erisma
uncinatum quatro classes diametricas, com diâmetros variando entre 31 a
70 cm, numa indústria madeireira em Mato Grosso, encontraram que o
20
valor do rendimento volumétrico médio foi de aproximadamente 60%.
Constataram também, que não houve diferença significativa entre os
rendimentos das classes diametricas avaliadas.
Ao comparar o rendimento encontrado entre as espécies de
avaliadas no presente estudo, percebe-se semelhança entre os
resultados obtidos, no entanto a E. uncinatum obteve menor rendimento
médio, resultando em menor produtividade e maior geração de resíduos.
Ressalta-se que o baixo rendimento volumétrico observado nas
Classes A e B devem-se às toras da E. uncinatum apresentarem
tortuosidade. Observou-se também que uma tora da Classe A, cujo
rendimento encontrado foi igual a 19,87%, além de apresentar o fuste
tortuoso, encontrava-se atacada por xilófagos. Desta maneira,
enfatizando-se que a qualidade das toras interfere no rendimento
volumétrico da madeira serrada.
Garcia et al (2012) estudando o rendimento volumétrico em
madeira serrada de espécies tropicais, relatam que a qualidade da tora
influenciou nos resultados de rendimento volumétrico obtidos e afirmam
que ao desdobrar toras de boa qualidade, aumenta-se o rendimento em
madeira serrada, desta forma, obtendo maior lucratividade para um
mesmo volume de toras como também há redução da quantidade de
árvores exploradas.
As duas classes de menores diâmetros, Classes A e B, foram
as que apresentaram menor rendimento. Entretanto, considerando as três
classes diamétricas avaliadas, a quantidade de resíduos florestais
ultrapassou mais da metade do volume da tora. Dutra et al. (2005) ao
estudarem três espécies amazônicas observaram que a quantidade de
resíduos gerados durante o desdobro das toras foi igual á 63,5%. Apesar
da menor geração de resíduos neste trabalho, a quantidade gerada ainda,
é considerada elevada.
Assim como para a espécie Q. paraensis, o rendimento do
desdobro primário da espécie E. uncinatum foi superior ao valor de 35%
de rendimento em madeira serrada, proposto pela resolução 474/2016 do
CONAMA (BRASIL, 2016). Deste modo, ressalta-se que a indústria onde
21
foi realizado o estudo apresenta maior eficiência e produtividade do que
prevê a resolução.
Dentro deste panorama o estado de Mato Grosso permite que
as serrarias façam um trabalho para avaliar o Coeficiente de Rendimento
Volumétrico, admitindo que esta diferença seja comercializada.
5.2. APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS E RENDIMENTO TOTAL
EM MADEIRA SERRADA
Na Tabela 3 são apresentados os valores de incremento no
rendimento em madeira serrada pelo aproveitamento dos resíduos do
desdobro primário para as três classes diamétricas das espécies Qualea
paraenses e Erisma uncinatum.
TABELA 3 - VALORES MÉDIOS DE APROVEITAMENTO DOS
RESIDUOS POR CLASSE DIAMÉTRICA PARA AS ESPÉCIES Qualea paraensis e Erisma uncinatum.
CLASSE DIAMÉTRICA APROVEITAMENTO DO DESDOBRO PRIMÁRIO (%)
Qualea paraensis Erisma uncinatum
A 3,78 a 7,60 a
B 6,06 a 6,02 a
C 3,37 a 5,94 a
MÉDIA GERAL 4,41 6,52
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância.
Na indústria onde foi realizado o presente estudo, há o
aproveitamento dos resíduos gerados durante o desdobro primário por
meio da fabricação de pequenos objetos madeireiros (grades de cama e
suportes para colchão) para a confecção de colchões. Tal aproveitamento
é fundamental para o melhor aproveitamento da matéria prima.
Conforme observado na Tabela 3, o aproveitamento médio dos
resíduos provenientes do desdobro primário para a espécie de Q.
22
paraensis foi de 4,41%, sendo que para a Classe B observou-se o melhor
aproveitamento dos resíduos (6,52%).
Observa-se na Tabela 3, que para a E. uncinatum o
aproveitamento médio dos resíduos florestais foi igual a 6,52%, valor
superior ao aproveitamento para a Q. paraensis. Tal resultado pode ser
explicado pelos menores valores de rendimento médio para as Classes A
e B da espécie E. uncinatum apresentados na Tabela 2, resultando
portanto em maior volume de resíduos a serem encaminhados para a
etapa de aproveitamento.
O aproveitamento dos resíduos florestais realizado na empresa
estudada é fundamental para a melhor utilização da matéria prima
proveniente da floresta.
Na Tabela 4 são apresentados os valores de rendimento total
para as três classes diamétricas das espécies Qualea paraenses e
Erisma uncinatum.
TABELA 4 - VALORES MÉDIOS DO RENDIMENTO TOTAL POR CLASSE DIAMÉTRICA PARA AS ESPÉCIES Qualea paraensis e Erisma uncinatum.
RENDIMENTO TOTAL (%)
CLASSE Qualea paraensis Erisma uncinatum
Classe A 45,28 45,63
Classe B 47,62 45,51
Classe C 52,24 54,59
MÉDIA GERAL 48,38 48,58
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de significância.
Observa-se na Tabela 4 que o rendimento total para as duas
espécies foi semelhante. Para a espécie Qualea paraensis o rendimento
médio total foi de 48,38% e para a espécie da Erisma uncinatum o
rendimento médio total foi de 48,58%.
O rendimento total em madeira serrada da classe C para as
duas espécies foi maior do que as classes A e B, demonstrando que
23
apesar de não haver diferença significativa para os resultados, o
rendimento total foi maior para a classe com toras de maior diâmetro
(Classe C).
FIGURA 2 - VALORES MÉDIOS DOS RENDIMENTOS TOTAIS POR CLASSE DIAMÉTRICA PARA AS ESPÉCIES Q. paraensis (A) e E. uncinatum.(B)
Conforme apresentado nas figuras 2A e 2B, o incremento no
rendimento total das espécies avaliadas deve-se a motivos diferentes.
Para a espécie Q. paraensis os valores médios do rendimento total foi
devido à maior produtividade do desdobro primário quando comparado à
E. uncinatum. No entanto, o rendimento total para a E. uncinatum
0
10
20
30
40
50
60
Classe A Classe B Classe C
Ren
dim
en
to t
ota
l (%
)
RENDIMENTO PRIMARIO APROVEITAMENTO
0
10
20
30
40
50
60
Classe A Classe B Classe C
Ren
dim
en
to t
ota
l (%
)
RENDIMENTO PRIMARIO APROVEITAMENTO
B
A
B
24
alcançou praticamente os mesmos valores de rendimentos totais que a Q.
paraensis em função do melhor aproveitamento dos resíduos advindos do
desdobro primário.
Apesar das duas espécies apresentarem valores de
rendimento total semelhante, os produtos advindos do desdobro primário
agregam maior valor econômico por serem mais valorizadas pelo
mercado consumidor, ou seja, a Q. paraensis quando comparada a E.
uncinatum proporciona maior lucratividade.
No entanto, a utilização dos resíduos como forma alternativa de
rendimento pode aumentar as receitas das indústrias. O aproveitamento
de resíduos contribui também com o incentivo da economia local, a
geração de empregos e conservação do meio ambiente em virtude do uso
do resíduo de maneira adequada (GIOVANETTI, 2014).
Existem ainda, várias outras maneiras de aproveitar os
resíduos madeireiros para aumentar a produtividade e as receitas da
indústria madeireira, como alternativa para a melhor destinação desses
resíduos. Delmiro (2015) cita como exemplo, a fabricação de pequenos
objetos de madeira, produção de compósitos (painéis madeira-cimento,
tijolos cerâmicos), uso como adubo orgânico através da compostagem ou
uso direto, usos em camas de frango, dentre outros.
25
6. CONCLUSÕES
O rendimento volumétrico do desdobro primário em madeira
serrada para as duas espécies não apresentou diferença
estatística entre as três classes diamétricas estudadas, no entanto
os maiores rendimentos foram encontrados na maior classe
diamétrica;
As duas espécies apresentaram rendimentos em madeira serrada
numericamente superior ao aceito pela legislação vigente;
A espécie Qualea paraensis apresentou maior rendimento do
desdobro primário em madeira serrada;
A espécie Erisma uncinatum apresentou melhor porcentagem de
aproveitamento dos resíduos provenientes do desdobro primário;
Os rendimentos totais das duas espécies apresentaram resultados
semelhantes.
26
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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