Download - Relatório Final Estágio
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
INSTITUTO DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS E TRADUÇÃO
MOISES JUNIO GONÇALVES DE CARVALHO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO –
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE- MINISTÉRIO
DA SAÚDE
BRASÍLIA2015
MOISES JUNIO GONÇALVES DE CARVALHO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO –
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA DA SAÚDE-MINISTÉRIO DA SAÚDE
Esse relatório é apresentado como requisito
parcial para obtenção de menção na disciplina
Estágio Supervisionado – Tradução Inglês, sob a
orientação da Professora Flavia Cristina Cruz
Lamberti Arraes, no 9º semestre do curso de Letras
– Tradução – Inglês da Universidade de Brasília.
BRASÍLIA2015
Sumário
Introdução.........................................................................................................................4
Formularios.......................................................................................................................7
Texto de partida...............................................................................................................11
Texto de chegada.............................................................................................................32
Conclusão........................................................................................................................49
Referências......................................................................................................................50
4
Introdução
O estágio realizado na Secretaria de Vigilância em Saúde durante o segundo
semestre de 2015 envolveu o trabalho de versão de três artigos da Revista
Epidemiologia e Serviços de Saúde, na modalidade à distância. Os textos serão
publicados na versão eletrônica do periódico, na edição de número quatro de 2015
(dezembro) e número um de 2016. Contando com o terceiro artigo a ser entregue no dia
07 de dezembro, foram traduzidas cerca de 55 laudas.
Após o recebimento do texto original, a supervisora estipulou o prazo de 14 dias
para a entrega do artigo traduzido para língua inglesa. Observou-se também por parte da
supervisora, uma flexibilidade quanto à deadline do trabalho, entretanto todos os prazos
foram cumpridos na data previamente estabelecida. Além das datas fixadas, é
importante ressaltar que a tradução também passou pela revisão da supervisora assim
como dos autores e editores do periódico.
O texto escolhido para o presente relatório foi o primeiro artigo enviado pela
supervisora, intitulado Perda de oportunidade de vacinação: aspectos relacionados à
atuação da atenção primária em Recife, Pernambuco, Brasil, 2012. O segundo artigo
enviado pela supervisora foi Magnitude das doenças de notificação compulsória e
avaliação dos indicadores de vigilância epidemiológica em municípios da linha de
fronteira do Brasil, 2007 a 2009. Os dois primeiros artigos apresentam assuntos
correlatos e nota-se o uso de alguns termos técnicos semelhantes, por isso determinadas
soluções adotadas na tradução do primeiro artigo foram usadas no segundo, embora a
versão revisada dos dois trabalhos somente foi entregue mais tarde. O terceiro texto,
ainda a ser entregue para correção tem o seguinte título: Características
epidemiológicas da febre amarela no Brasil no período de 2000 a 2012.
Apesar do caráter científico da publicação, os artigos em geral não apresentaram muita
dificuldade para compreensão textual, sendo até mesmo acessíveis para o público em
geral. Durante o estágio, dispensou-se a tradução dos resumos para língua inglesa, isto
é, os abstract, um fator que contribuiu para diminuir os problemas com a pesquisa de
termos técnicos, uma vez que logo no abstract já encontrávamos boas soluções a serem
5
incorporadas na tradução. Uma das maiores dificuldades foi encontrar alguns termos no
texto relacionados à vacina, acredito que a entidade supervisora do estágio também
poderia compartilhar conosco alguns dos recursos utilizados dentro da secretaria do
Ministério.
Outro fator que contribuiu para o processo da tradução foi o fato de as tabelas serem
editáveis. Entretanto, na avaliação dada pela entidade, a supervisora relata que sentiu
falta de uma maior atenção do estagiário no que tange os itens sobrescritos e demais
detalhes quanto à formatação, fatores que serão cumpridos com maior rigor no terceiro
artigo. As correções sugeridas pela supervisora para o primeiro artigo foram
incorporadas ao trabalho.
6
Formularios
7
FORMULÁRIO
8
FORMULÁRIO
9
FORMULÁRIO
10
FORMULÁRIO
11
Texto de partida
DOI:
ARTIGO ORIGINAL
Perda de oportunidade de vacinação: aspectos relacionados à atuação da atenção
primária em Recife, Pernambuco, Brasil, 2012
Missed vaccination opportunities: primary care performance aspects in Recife,
Pernambuco, Brazil, 2012
Título resumido: Perda de oportunidade de vacinação
Running title: Missed vaccination opportunity
Marla Geórgia Monteiro Barros1
Michelle Caroline da Silva Santos1
Raphaella Patrícia Torres Bertolini1
Valderlane Bezerra Pontes Netto2
Maria Sandra Andrade1
1Universidade de Pernambuco, Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, Recife-
PE, Brasil
2Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Enfermagem, Porto Alegre-RS, Brasil
Resumo
OBJETIVO: descrever aspectos relacionados à perda de oportunidade de vacinação em
unidades básicas de saúde (UBS) no Distrito Sanitário II de Recife-PE, Brasil.
MÉTODOS: estudo descritivo, voltado a crianças menores de 1 ano de idade com
atraso vacinal em 2012; os dados foram coletados mediante aplicação de
12
formulários estruturados e de entrevista com os pais ou responsáveis.
RESULTADOS: foram avaliadas 18 UBS, 33 vacinadores e 300 cadernetas de saúde,
das quais 120 (40,0%) apresentaram atraso vacinal; mais da metade dos profissionais
não realizavam a vacinação em situações consideradas oportunas; e 60 pais ou
responsáveis relataram ‘falta de tempo’ e ‘esquecimento’ como motivos para o atraso
vacinal.
CONCLUSÃO: observou-se expressivo atraso vacinal; os vacinadores apresentaram
condutas que podem ser caracterizadas como perdas de oportunidade de vacinação.
Palavras-chave: Vacinas; Programas de Imunização; Centros de Saúde; Lactente;
Epidemiologia Descritiva.
Abstract
OBJECTIVE: to describe aspects related to missed vaccination opportunities at
Primary Health Centers at Health District II, in Recife, Pernambuco, Brazil.
METHODS: this was a descriptive study aimed at children under 1 year of age with
delayed vaccination in 2012; data were collected by applying structured forms and an
interview with parents or guardians.
RESULTS: 18 Primary Health Centres and 33 vaccinators were evaluated. 300
vaccination record cards were analyzed, 120 (40%) of which were found to have
overdue vaccinations. Furthermore, more than half the professionals did not vaccinate
children in situations considered appropriate for vaccination and 60 (50%) of parents or
guardians reported lack of time and forgetfulness as reasons for overdue vaccination.
CONCLUSION: vaccinators have conducts which may be characterized as missing
vaccination opportunities; vaccination rooms have potential for improvement and a
significant percentage of children have delayed immunization.
13
Keywords: Vaccines; Immunization Programs; Health Centers; Infants; Descriptive
Epidemiology.
Recebido em DIA/MÊS/ANO
Aprovado en DIA/MÊS/ANO
Introdução
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) normatiza, implanta e supervisiona as
políticas e ações de imunização no país, desde sua instituição em 18 de setembro de
1973. O PNI tem como meta cumprir os propósitos da Organização Mundial da Saúde
(OMS) de tornar os imumobiológicos acessíveis a todas as crianças.1-3 O Ministério da
Saúde, por meio do PNI e suas ações planejadas e sistematizadas, tem atingido os
objetivos do programa, com a definição e cumprimento do calendário nacional de
vacinação da criança, do adolescente, do adulto, do idoso, da gestante e dos povos
indígenas, ademais de torná-lo um programa de Estado de importante abrangência
social, por meio de amplas coberturas vacinais, extensivas a todo o território nacional.3
Para garantir a imunização proposta pelo PNI e o aproveitamento de todas as
oportunidades de vacinação, faz-se necessário que os profissionais responsáveis pela
sala de vacinas – e os próprios beneficiários – estejam informados quanto às verdadeiras
indicações de adiamento de vacinas, e contraindicações, com o intuito de reduzir casos
de atraso no calendário vacinal.3
Estudo realizado no ano 2000, em bairro periférico de Bauru-SP, ao investigar as
principais causas de perda de oportunidade de vacinação (POV) relacionadas à
mobilidade da população, encontrou que, de 79 crianças menores de 6 anos de idade
com atraso vacinal, apenas 47 foram localizadas pelo serviço. Outros motivos para POV
encontrar-se-ia na (i) baixa escolaridade dos pais ou responsáveis, (ii) esquecimento,
(iii) doenças das crianças, (iv) horário de funcionamento da unidade básica de saúde
(UBS) e (v) distância da UBS da residência da criança.4 Falhas na educação continuada
dos vacinadores podem induzir falsas contraindicações – p. ex., reação local a dose
anterior da vacina, alergia não relacionada a algum componente do imunobiológico,
14
prematuridade ou baixo peso ao nascer, infecção das vias aéreas superiores, doença de
pele – comprometendo a qualidade da vacinação.5
Outras situações que podem contribuir para a POV são a estrutura física precária das
unidades de atenção primária à saúde, dificuldades na gestão do serviço oferecido e no
estabelecimento de dias fixos para a vacinação, ademais da negligência dos
profissionais ao não observarem previamente o cartão de vacina e o estado vacinal
durante as visitas dos beneficiários às UBS, no sentido de agendar corretamente as
consultas.6,7
Para que o serviço de saúde garanta uma excelente cobertura vacinal, é necessário o
cumprimento de uma série de condutas e o planejamento de ações que incluam desde a
gestão e a estrutura da unidade até a administração de imunobiológicos. Evidências de
perda de oportunidade de vacinação e sua contribuição para o não alcance das metas de
cobertura vacinal preconizadas pelo Ministério da Saúde,8 aliadas à escassez de
informações sobre POV 9 no município do Recife, capital do estado de Pernambuco,
justificam a realização de trabalhos de pesquisa sobre o tema.
O presente estudo teve como objetivo descrever aspectos relacionados à perda de
oportunidade de vacinação em unidades básicas de saúde no Distrito Sanitário II de
Recife, Brasil.
Métodos
Trata-se de um estudo descritivo, realizado no período de agosto de 2011 a junho de
2012, em salas de vacinação de UBS em Recife. Para tanto, foram consideradas as UBS
da Estratégia Saúde da Família (ESF) no Distrito Sanitário II, segundo o critério da
conveniência.
Em 2010, Recife contava uma população de 1.422.905 habitantes, dos quais 19.142
tinham entre zero e 1 ano de idade, e apresentava uma mortalidade infantil de 13,20 por
1000 nascidos vivos.10 A cidade ocupa uma área de 218.498 km² e está dividida em 94
bairros, agrupados em 18 microrregiões, e estas, reunidas em 6 regiões político-
administrativas correspondentes – na estrutura da Secretaria de Saúde – aos Distritos
Sanitário (DS) do município.11
15
Participaram do estudo todos os vacinadores (técnicos e auxiliares de enfermagem) a
trabalho nas UBS do Distrito Sanitário II. O DS II possuía 18 UBS, o que representava,
aproximadamente, 11% do total dessas unidades no município. Para análise das
cadernetas com atraso vacinal, realizou-se um cálculo amostral utilizando os seguintes
parâmetros: (i) um universo amostral de 1.639 crianças menores de 1 ano cadastradas
nas unidades de Saúde da Família do DS II, (ii) uma estimativa de prevalência de 50%
(desconhecida) de POV na população em estudo e (iii) um intervalo de confiança de
95% (IC95%). Para o cálculo amostral, adotou-se o programa Epi Info, versão 3.5.1, por
meio da ferramenta StatCalc, o que resultou em uma amostra de 300 crianças. Esse
processo foi conduzido mediante estratificação com partilha proporcional segundo as
UBS e amostragem por conveniência. Nos casos de recusa em participar do estudo,
houve reposição da amostra.
A coleta de dados das cadernetas vacinais ocorreu no período de julho a dezembro de
2012, aproveitando-se o momento da realização da triagem vacinal das crianças: os pais
ou responsáveis pelos menores de 1 ano que os levavam à sala de vacina e que
apresentavam cadernetas com atraso vacinal eram convidados a participar da pesquisa e
responder à entrevista, antes dos procedimentos de imunização das crianças.
Os critérios de inclusão no estudo foram: ser (i) vacinador (técnico ou auxiliar de
enfermagem) atuante nas UBS, (ii) criança menor de 1 ano de idade com atraso vacinal
ou registro de atraso vacinal e (iii) pai ou responsável por criança em atraso vacinal ou
criança cuja caderneta possui registro de atraso vacinal.
Os critérios de exclusão do estudo, por sua vez, foram: ser técnico ou auxiliar de
enfermagem não atuante em sala de vacina; e crianças maiores de 1 ano e menores de 1
ano de idade com cartão atualizado.
A coleta de dados foi realizada mediante aplicação de formulários estruturados,
compostos de três partes:
A primeira parte do formulário de coleta de dados, relativa ao conhecimento dos
vacinadores e respondida pelos técnicos ou auxiliares de enfermagem, continha 15
questões objetivas, elaboradas pelos autores com base no Manual de Normas de
Vacinação,12 elencadas a seguir:
16
a) administração de vacinas de bactérias ou vírus vivos em pessoas:
- com imunodeficiência congênita ou adquirida;
- acometidas por neoplasia maligna;
- sob tratamento com corticosteroides em esquemas imunodepressores (2 mg/kg/dia
durante 2 semanas); e
- submetidas a outras terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica,
radioterapia etc.);
b) administração de vacinação em pessoas:
- com desnutrição;
- com aplicação da vacina contra raiva em andamento;
- com doença neurológica estável (p. ex., síndrome convulsiva controlada) ou
pregressa, com sequelas presentes;
- com antecedentes familiares de convulsão;
- sob tratamento sistêmico com corticosteroides durante curto período (inferior a 2
semanas), ou tratamento prolongado diário ou em dias alternados com doses baixas
ou moderadas;
- em prematuridade ou baixo peso ao nascer – exceção feita à vacina do bacilo de
Calmette e Guérin (BCG), que deve ser aplicada somente em crianças com mais de
2 kg de peso;
- com doenças infecciosas ou alérgicas leves recorrentes das vias aéreas superiores;
- com tosse ou coriza;
- com diarreia leve ou moderada;
- sob internação hospitalar; e
17
- com alergias, exceto as reações alérgicas sistêmicas e graves, relacionadas a
componentes de determinadas vacinas.
A segunda parte do formulário, preenchida pelo pesquisador mediante observação
presencial, com base no instrumento de avaliação para sala de vacina,13 avaliou os
seguintes procedimentos técnicos:
- observação das situações de adiamento temporário da vacinação e/ou
contraindicações;
- orientação sobre a vacina a ser administrada;
- observação do prazo de validade da vacina;
- registro de data e hora da abertura do frasco da vacina
- observação do prazo de validade da vacina após a abertura do frasco
- acondicionamento de materiais perfurocortantes conforme as normas de
biossegurança
- tratamento de vacinas com microorganismos vivos antes do descarte
- busca ativa de susceptíveis entre a clientela que frequenta a UBS
- observação do quantitativo de vacinas – se é suficiente para atender a demanda
- observação do estoque de vacinas na UBS – se é excessivo
- observação do quantitativo de seringas e agulhas – se é suficiente para atender a
demanda
- observação do prazo de validade das seringas e agulhas
- acondicionamento separado dos vários tipos de resíduos
A terceira parte do formulário correspondeu aos dados coletados na entrevista com os
pais ou responsáveis pelas crianças, realizada no momento da triagem, que consistiu em
uma pergunta aberta sobre os(s) motivo(s) do atraso no calendário vacinal.
18
Também foram avaliados aspectos relacionadas aos vacinadores: categoria profissional
(auxiliar; técnico de enfermagem); sexo (masculino; feminino); idade (em anos),
escolaridade (Ensino Fundamental; Ensino Médio; Ensino Superior completo; Ensino
Superior incompleto); tempo de trabalho em sala de vacina (em anos); e treinamentos
específicos em sala de vacina (não recebeu treinamento; recebeu 1 a 2, 2 a 3 ou mais de
3 treinamentos).
Realizou-se uma análise descritiva, a partir da distribuição de frequência absoluta e
relativa das variáveis. Os dados foram analisados pelos programas Epi Info, versão
3.5.1, e Microsoft Excel, versão 2007.
O projeto do estudo, consonante com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde
(CNS) no 466, de 12 de dezembro de 2012, foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade de Pernambuco (UPE) sob o Protocolo no 257/11 e
Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) no 0261.0.097.000-11. Aos
pais e responsáveis, foi garantida a confidencialidade e o anonimato das informações e,
uma vez de acordo em participar da pesquisa, todos assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados
Foram avaliadas 18 UBS, 33 profissionais de saúde foram entrevistados e 300
cadernetas de saúde de crianças menores de 1 ano analisadas. Os profissionais
apresentaram uma média de idade de 36,6 anos (desvio-padrão [DP] de 7,6). Todos
referiram Ensino Médio completo e 13 estavam cursando ou haviam completado o
Ensino Superior. A categoria profissional mais frequente foi a de Técnico de
Enfermagem. Foi relatada experiência superior a 4 anos como vacinador por 27/33
profissionais. Apenas 2 dos profissionais afirmaram não ter recebido capacitação em
19
sala de vacina. A média de capacitações foi de 3,5 (DP=2,6); a maioria havia se
capacitado há menos de um ano.
Nove (9) profissionais consideraram incorretamente – ou seja, interpretaram como
indicação – situações caracterizadas como contraindicação da vacina (Tabela 1).
Tabela 1 – Distribuição de respostas dos vacinadores das UBS a do DS II b (n=33) sobre
a administração de vacinas de bactérias ou vírus vivos no município de Recife, estado
de Pernambuco. Brasil, 2012
Tabela 1
Também houve constatação de situações de falsa contraindicação, em que os
vacinadores decidiram não realizar a vacinação embora não houvesse, de fato,
contraindicação do procedimento (Tabela 2).
Tabela 2 – Distribuição das respostas dos vacinadores das UBS a do DS II b (n=33)
sobre a administração de vacinas do calendário nacional de vacinação no município de
Recife, estado de Pernambuco. Brasil, 2012
20
Tabela 2
Ao serem indagados sobre eventos adversos pós-vacinação (EAPV), 27 vacinadores
responderam sobre o tema com base na literatura, 6 não conheciam os EAPV ou
descreveram esses efeitos de forma incompleta. Conhecimento acerca dos
imunobiológicos disponíveis nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais
(CRIE) foi demonstrado por 22 profissionais; porém, 19 desconheciam o fluxo de
procedimentos para solicitação desses imunobiológicos. Ademais, 24 vacinadores não
investigavam a ocorrência de EAPV relativos à dose anterior.
A maioria dos profissionais (31/33) ofereceu orientação sobre os intervalos das doses
administradas e 22 realizavam busca ativa de pacientes faltosos.
Quanto à conduta dos vacinadores diante do comparecimento do pai ou responsável à
unidade de saúde sem o cartão de vacinação da criança, 23 pediam a este que retornasse
com o cartão como condição para realização do procedimento, 8 recorriam ao registro
no cartão-espelho (conduta que contribui para a diminuição da POV) e 4 consultavam o
agente comunitário de saúde.
Das unidades acompanhadas, 17 possuíam cartão-espelho para crianças menores de 1
ano e 11 organizavam os pacientes por data de retorno. Os pesquisadores observaram
que todos os vacinadores verificavam a idade e o intervalo entre doses recomendado,
antes da aplicação dos imunobiológicos. Na avaliação dos procedimentos técnicos
executados em salas de vacinas (Tabela 3) observou-se que todos os vacinadores
verificavam a idade e o intervalo entre as doses antes da aplicação dos imunobiológicos.
Das 18 UBS avaliadas, 14 salas de vacina funcionavam por 8 horas ou mais e apenas 1
foi considerada de difícil acesso pela população; 7 dessas salas não eram destinadas
exclusivamente para a atividade de vacinação e 6 não estavam corretamente
identificadas. Em relação à estrutura física, 6 salas apresentavam tamanho inferior a 6
m², não atendendo às normas preconizadas pelo PNI; a maioria contava com paredes de
cor clara, impermeáveis e de fácil higienização, piso resistente e antiderrapante. O
21
arejamento, a iluminação e a distribuição funcional do mobiliário revelaram-se
inadequados em metade das salas, 9 não dispunham de proteção apropriada contra a luz
direta, 12 apresentavam temperatura acima do intervalo entre 18 e 20ºC, 11
encontravam-se em condições ideais de conservação e 13 em condições ideais de
limpeza.
Das 300 cadernetas de vacinação analisadas, 120 (40,0%) apresentavam atraso vacinal.
Os motivos desse atraso, relatados pelos pais ou responsáveis, são apresentados na
Tabela 4, sendo os principais a falta de tempo, esquecimento e falta de imunobiológicos
na UBS.
Tabela 4 – Motivos referidos pelos pais ou responsáveis para o atraso (n=120) no
calendário nacional de vacinação nas UBS a do DS II b no município de Recife, estado
de Pernambuco. Brasil, 2012
Discussão
Em sua maioria, os vacinadores das UBS pesquisadas relataram experiência e
receberam capacitação para trabalhar em sala de vacina. Entretanto, esses profissionais
apresentaram condutas que podem contribuir para POV9. As salas de vacinação sugerem
a necessidade de melhorias, especialmente relacionadas a estrutura física e organização
funcional. Mais de 1/3 das crianças apresentavam cadernetas com atrasos vacinais, cujas
justificativas mais frequentes, relatadas pelos pais, referiam falta de tempo,
esquecimento e falta de imunobiológicos na unidade. Trata-se de motivos passíveis de
intervenção pelos profissionais que trabalham nas unidades pesquisadas.14,15
A equipe de enfermagem é responsável pela prática de vacinação nas UBS e, de acordo
com a legislação, é composta de profissionais aptos a realizar tal atividade.15 No
presente estudo, grande parte dos vacinadores tinha Ensino Superior incompleto, apesar
da existência de profissionais que afirmaram não ter recebido capacitação em sala de
vacina. Sendo assim, um ponto positivo a destacar seria a experiência dos profissionais
nas atividades de vacinação e sua formação acadêmica.
22
A educação em saúde é uma importante ferramenta da atenção básica. A melhoria da
qualidade do processo de comunicação entre o serviço de saúde e as famílias,14,16-18
valorizada pela educação continuada dos profissionais, é fundamental para minimizar as
perdas de oportunidade de vacinação. Deve-se, também, considerar que a educação
continuada possibilita o acompanhamento das evoluções científicas e tecnológicas dos
imunobiológicos,16 contribuindo para uma maior segurança dos profissionais na
indicação da vacinação.
Observou-se a ocorrência de não vacinação em situações consideradas oportunas – p.
ex., desnutrição, diarreia leve, tosse ou coriza, antecedentes familiares de convulsão,
entre outras, também conhecidas como falsas contraindicações –,18 o que compromete a
qualidade da cobertura vacinal.5 Verifica-se, por sua vez, vacinação de casos
considerados contraindicados, o que pode favorecer o risco da ocorrência de eventos
adversos e complicações decorrentes.19
A maioria dos profissionais conceituou corretamente os eventos adversos pós-vacinação
– EAPV –, embora alguns desconhecessem ou descrevessem esses eventos de forma
incompleta. Fato que delineia um quadro preocupante. A informação sobre as possíveis
reações pós-vacinais, a identificação precisa dos casos e a conduta correta perante eles
previnem o afastamento da comunidade e a não adesão à vacinação.5,20
O PNI propõe uma cobertura vacinal de 100%. Para atingir essa meta, faz-se necessário
que os indivíduos portadores de quadros clínicos especiais sejam identificados e
encaminhados aos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais – CRIE –,
presentes em cada um dos estados brasileiros.3 Se todos os vacinadores entrevistados
tinham conhecimento da existência desses centros, verificou-se, entretanto, um todavia
alto número de profissionais que desconhecia o fluxo de funcionamento dos CRIE,
assim como os tipos de imunobiológicos especiais disponíveis. Este achado merece
especial consideração, haja vista tratar-se de estudo realizado em uma capital de estado,
com CRIE instalado.1
A maioria dos profissionais de enfermagem entrevistados realizava o registro e
orientava os beneficiários sobre os intervalos entre as doses e o tipo de vacinas
administradas, uma conduta positiva em comparação à encontrada por estudo realizado
23
no interior do estado de São Paulo, onde a ocorrência de vacinação em atraso foi
atribuída a falta de informação prestada na sala de vacinação.17
Mais da metade dos vacinadores realizavam busca ativa entre a clientela da UBS e a
maioria possuía cartão-espelho, havendo-se observado que um número considerável
desses cartões não é organizado por data de retorno. E quando indagados sobre sua
atitude diante do comparecimento do cidadão à unidade de saúde sem a caderneta de
vacinação, a maioria desses profissionais afirmou não vacinar os menores sem a
apresentação da caderneta, solicitando ao pai/responsável para retornar com ela como
condição para a realização do procedimento. Os cartões de vacina devem ser
organizados,16 individuais e de fácil acesso aos profissionais de vacinação, para que, em
caso de perda da caderneta de vacinação ou sua ausência durante a triagem vacinal, a
criança possa ser vacinada, evitando-se a POV e facilitando a busca dos faltosos.21
As salas de vacina visitadas, em sua maioria, dispunham horário de funcionamento de
no mínimo 8 horas, período sugerido como ideal pelo PNI. Um número relevante dessas
salas não eram reservadas exclusivamente para vacinação e, por esse motivo, não
estavam corretamente identificadas. Problemas de ordem logística como esse, também
identificados em estudo realizado na rede pública de saúde do município de Marília,
estado de São Paulo,1 podem comprometer a atividade da sala de vacina, acarretando
perda de oportunidades de vacinação.
Alguns locais de imunização acompanhados neste estudo não apresentaram proteção
apropriada contra luz direta, e a maioria possuía uma temperatura ambiente acima dos
valores ideais. Quando expostas a temperatura discrepante e/ou não armazenadas
adequadamente, as vacinas podem perder sua qualidade e efetividade por alterações
físicas e químicas decorrentes.1,15,16
Os principais motivos de atraso no calendário vacinal observado em crianças menores
de 1 ano estavam relacionados ao esquecimento e à falta de tempo dos pais ou
responsáveis para comparecer na data prevista para a imunização. As razões para essa
falta de tempo dividiram-se entre viagens inadiáveis e motivos relacionados ao trabalho,
sendo este o principal. Falta de imunobiológicos na unidade básica de saúde e doenças
da criança – p. ex., otite, gripe, manchas na pele e diarreia – também foram relatadas
como justificativas para esse atraso. A educação em saúde, por possibilitar a devida
24
orientação sobre falsas contraindicações, problemas causados pelo adiamento de
vacinação e eventuais necessidades de encaminhamentos para o CRIE, além de informar
aos pais/responsáveis sobre as doenças imunopreveníveis e sua relação com a
importância do cumprimento do calendário vacinal, contitui uma importante estratégia
para a adesão à vacinação.18,20-23
Com a finalidade de aumentar as oportunidades de imunização, o Ministério da Saúde
orienta algumas ações relevantes junto à população e organizações das comunidades,
procurando esclarecê-las sobre falsas contraindicações de vacinação, identificar
eventuais receios em relação às reações adversas às vacinas, atualizar sistematicamente
os vacinadores e incentivá-los a instruir os pais ou responsáveis sobre a importância do
cartão de vacinação da criança e sua presença nas consultas.5
Problemas logísticos, cuja consequência é a falta de imunobiológicos nas salas de
imunização, representam uma importante falha na gestão da unidade de saúde onde esse
produto constitui o principal objeto do serviço. Este fato foi observado e analisado em
estudo realizado na região norte do município de São Paulo.24 Dificuldades na gestão de
pessoal, tais como a ausência dos vacinadores na sala de vacina ou erro no cumprimento
do intervalo recomendado entre as doses22,23 devido à limitação imposta por vacinas
injetáveis, também comprometem a qualidade da cobertura vacinal.6,7
O presente estudo apresenta limitações quanto a sua população e amostra. A
amostragem foi não aleatória nas UBS de um Distrito Sanitário, o que permite
considerar os resultados encontrados apenas para a amostra estudada. Além disso, foram
selecionadas as crianças que compareceram ao serviço, o que pode subestimar a
ocorrência do atraso vacinal.
Em que pese essas limitações, obteve-se uma análise os resultados apresentados
mostram-se relevantes quanto aos motivos capazes de contribuir para perdas de
oportunidades de vacinação. Destaca-se a necessidade da educação em saúde dessa
população sobre o processo dinâmico do programa de imunização ofertado pelo Sistema
Único de Saúde (SUS) e seus imunobiológicos disponíveis, além da relevância do
cumprimento do agendamento das vacinas.
25
Outrossim, deve-se priorizar estratégias de capacitação que fundamentem os aspectos
técnicos e teóricos da prática diária dos vacinadores, possibilitando a qualificação e
reciclagem de seus conhecimentos e a melhora do atendimento prestado pela atenção
básica, para se alcançar os objetivos e as metas estabelecidos pelo Programa Nacional
de Imunizações – PNI – e romper com a cadeia de mitos que levam à perda de
oportunidades de vacinação no município do Recife.
Referências
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2. Pedrazzani ES, Cordeiro AMA, Furquim EC, Souza FF. Implantação de um banco de dados em vacinação: experiência desenvolvida em um projeto de integração. Rev Latino-Am Enferm. 2002; 10(6):831-836.
3. Brasil. Programa Nacional de Imunizações: 30 anos [Internet]. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2003.
4. Gatti MAN, Oliveira LR. Crianças faltosas à vacinação, condições de vida da família e concepção sobre vacina: um inquérito domiciliar. Salusvita. 2005 mar; 24(3):427-445.
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27
Contribuição das autoras: Barros MGM, Santos MCS, Bertolini RPT e Andrade MS participaram da concepção do estudo, análise e interpretação dos dados, redação, revisão e aprovação final do artigo.
Pontes-Netto VB participou da redação, revisão e aprovação final do artigo.
Todos são responsáveis por todos os aspectos do manuscrito, incluindo a garantia de sua precisão e integridade.
Correspondência: Maria Sandra Andrade. Rua Arnóbio Marques, no 310, Santo Amaro, Recife-PE, Brasil. CEP: 50100-130
E-mail: [email protected]
28
Tabela 1 – Distribuição de respostas dos vacinadores das UBS a do DS II b (n=33) sobre
a administração de vacinas de bactérias ou vírus vivos no município de Recife, estado
de Pernambuco. Brasil, 2012
SituaçõesSim
N
Não
N
Em pessoas com imunodeficiência congênita ou adquirida 9 24
Em pessoas acometidas por neoplasia maligna 9 24
Em pessoas sob tratamento com corticosteroides em esquemas imunodepressores (2mg/kg/dia durante 2 semanas)
7 26
Em pessoas submetidas a outras terapêuticas imunodepressoras (quimioterapia antineoplásica, radioterapia etc.)
9 24
a) UBS: unidade básica de saúde
b) DS II: Distrito Sanitário II
29
Tabela 2 – Distribuição das respostas dos vacinadores das UBS a do DS II b (n=33)
sobre a administração de vacinas do calendário nacional de vacinação no município de
Recife, estado de Pernambuco. Brasil, 2012
SituaçõesSim
N
Não
N
Em pessoas com desnutrição 13 18
Em pessoas com aplicação da vacina contra raiva em andamento 9 21
Em pessoas com doença neurológica estável (p. ex., síndrome convulsiva controlada) ou pregressa, com sequelas presentes
9 23
Em pessoas com antecedentes familiares de convulsão 9 24
Em pessoas sob tratamento sistêmico com corticosteroides durante curto período (inferior a 2 semanas), ou tratamento prolongado diário ou em dias alternados com doses baixas ou moderadas
11 19
Em prematuridade ou baixo peso ao nascer – exceção feita à BCG,c que deve ser aplicada somente em crianças com mais de 2 kg de peso.
15 18
Em pessoas com doenças infecciosas ou alérgicas leves recorrentes das vias respiratórias
10 22
Em pessoas com tosse ou coriza 7 25
Em pessoas com diarreia leve ou moderada 3 30
Em pessoas sob internação hospitalar 7 23
Em pessoas com alergias, exceto as reações alérgicas sistêmicas e graves, relacionadas a componentes de determinadas vacinas.
13 18
a) UBS: unidade básica de saúde
b) DS II: Distrito Sanitário II
c) BCG: Bacilo de Calmette e Guérin
30
Tabela 3 – Caracterização dos procedimentos técnicos adequados executados em sala
de vacina nas UBS a do DS II b (18) no município de Recife, estado de Pernambuco.
Brasil, 2012
Avaliação dos procedimentos técnicos em sala de vacinaSim
N
Não
N
Observação das situações de adiamento temporário da vacinação e/ou contraindicações
10 8
Orientação sobre a vacina a ser administrada 17 1
Observação do prazo de validade da vacina 10 8
Registro da data e hora da abertura do frasco da vacina 9 9
Observação do prazo de validade da vacina após a abertura do frasco 10 8
Acondicionamento de materiais perfurocortantes conforme as normas de biossegurança
18 -
Tratamento das vacinas com microorganismos vivos antes do descarte 18 -
Busca ativa de suscetíveis entre a clientela que frequenta a UBS a 3 15
Observação do quantitativo de vacinas – se é suficiente para atender a demanda 13 5
Observação do estoque de vacinas na UBS – se é excessivo 5 13
Observação do quantitativo de seringas e agulhas – se é suficiente para atender a demanda
15 3
Observação do prazo de validade das seringas e agulhas 8 10
Acondicionamento separado dos vários tipos de resíduos 14 4
a) UBS: unidade básica de saúde
b) DS II: Distrito Sanitário II
31
Tabela 4 – Motivos referidos pelos pais ou responsáveis para o atraso (n=120) no
calendário nacional de vacinação nas UBS a do DS II b no município de Recife, estado
de Pernambuco. Brasil, 2012
Motivos N %
Criança doente 15 12,5
Falta d’água 9 7,5
Falta de imunobiológicos 16 13,3
Acessibilidade 2 1,7
Erro do vacinador 8 6,7
Perda da caderneta de saúde (ausência do cartão-espelho na UBS a) 3 2,5
Sentimento de pena, de parte dos pais 3 2,5
Falta de tempo 24 20,0
Esquecimento 36 30,0
Outros c 4 3,3
TOTAL 120 100,0
a) UBS: unidade básica de saúde
b) DS II: Distrito Sanitário II
c) Falta de seringa na unidade, sala de vacina fechada e falta de energia na UBS, resultando no não funcionamento da sala de vacina.
32
Texto de chegada
Missed vaccination opportunities: primary care performance aspects in Recife,
Pernambuco, Brazil, 2012
Running title: Missed vaccination opportunity
Marla Geórgia Monteiro Barros1
Michelle Caroline da Silva Santos1
Raphaella Patrícia Torres Bertolini1
Valderlane Bezerra Pontes Netto2
Maria Sandra Andrade1
1Universidade de Pernambuco, Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças, Recife-
PE, Brasil2Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Enfermagem, Porto Alegre-RS, Brasil
Abstract
OBJECTIVE: to describe aspects related to missed vaccination opportunities at
Primary Health Care Units at Health District II, in Recife, Pernambuco State, Brazil.
METHODS: this was a descriptive study aimed at children under 1 year of age with
delayed vaccination in 2012; data were collected by applying structured forms and an
interview with parents or guardians.
RESULTS: 18 Primary Health Care Units and 33 vaccinators were evaluated. 300
vaccination cards were analyzed, 120 (40%) of which were found to have overdue
vaccinations. Furthermore, more than half the professionals did not vaccinate children
in situations considered appropriate for vaccination and 60 (50%) of parents or
guardians reported lack of time and forgetfulness as reasons for overdue vaccination.
CONCLUSION: vaccinators have conducts which may be characterized as missing
vaccination opportunities; vaccination rooms have potential for improvement and a
significant percentage of children have delayed immunization.
Keywords: Vaccines; Immunization Programs; Health Centers; Infants; Descriptive
Epidemiology.
33
Introduction
The Brazilian National Immunization Program (NIP) regulates, implements and supervises the policies and immunization measures in the country, since its foundation on September 18th , 1973. The NIP aims to fulfill the purposes of the World Health Organization (WHO) of offering immunobiologicals to all children.1-3 The Ministry of Health, through NIP and its planned and systematic actions have achieved the program goals, by defining and putting into practice the national immunization schedule for children, adolescents, adults, the elderly, pregnant women and indigenous people. Furthermore, turning it into an important State program of social scope, broad vaccine coverage, extending to all national territory.3
A study carried out in 2000, in a suburb neighborhood in the municipality of Bauru, São Paulo State, when investigating the main causes for missed vaccination opportunity (MVO) related to the mobility of the population, found that out of 79 children under the age of 6 with delayed immunization, only 47 were located by the health services. Other motives for MVO were associated with (i) low education level of the child’s parents or guardians (ii) forgetfulness (iii) children’s illnesses (iv) opening hours of the primary health care units (UBS) and (v) distance of the UBS from the child’s residence.4 Errors in the continuing education of vaccinators may induce to false contraindications, e.g., local reaction to a previous dose of the vaccine, allergy not related to any component of the immunobiological, prematurity or low birth weight, infection of the upper respiratory tract, skin illness – jeopardizing the quality of vaccination.5
Other situations that can contribute to the MVO are the precarious facilities of primary health care units, difficulties concerning the management of the service rendered and establishment of fixed days for vaccination, besides the neglect of professionals by not previously observing the vaccination card and vaccination status during visits of beneficiaries to UBS in order to properly schedule medical appointments.6,7
In order to ensure an excellent vaccination coverage by the health service, it is necessary to accomplish a series of conducts and action scheming that range from the management and structure to the administration of immunobiologicals. Evidences of missed vaccination opportunity and its contribution to the non-achievement of goals of vaccine coverage targeted by the Ministry of Health8 , associated with the scarcity of information regarding MVO9 in the municipality of Recife, capital of Pernambuco State, justify the conduction of researches on the topic.
The present study aimed to describe aspects related to the missed vaccination opportunity in primary health care units in the Health District II of Recife, Brazil.
Method
34
This is a descriptive study carried out from August 2011 to June 2012, in vaccination rooms of UBS in Recife, Pernambuco State. In order to achieve such goal, UBS of the Family Health Strategy (ESF) of the Health District II were considered in this study.
In 2010, Recife had a population of 1,422,905 inhabitants from which 19,142 were aged between zero and 1 year old and the infant mortality rate was 13.20 per 1,000 born alive babies.10 The city occupies an area of 218,498 square kilometers and is divided into 94 neighborhoods, grouped in 18 micro-regions, which are grouped in 6 political-administrative regions – inside the structure of the Health Department – corresponding to Health Districts (HD) of the municipality. 11
Vaccinators (technicians and nursing assistants) who work at the UBSs of the Health District II joined the study. The HD II had 18 UBSs, accounting for nearly 11% of all primary health care units of the municipality. For the analysis of vaccination cards with overdue vaccination, a sample calculation was carried out according to the following standards: (i) a sample of 1,639 children under 1 year of age registered in the Family Health Units of the HD II, (ii) a 50% estimated prevalence (unknown) of MVO in the population studied (iii) a 95%confidence interval (95%CI).
The software Epi Info, version 3.5.1 was used to carry out the sample calculations, with the tool StatCalc, which resulted in a sample of 300 children. This process was conducted through stratification with proportional shares according to the UBS and convenience sample. In case of refusal to join the study, there was replacement of the sample.
The data collection of vaccination cards occurred from July to December 2012, in the moment of the children’s vaccine screening: parents or the guardian of the children under 1 year of age who took them to the vaccination room and had vaccination cards with overdue immunization were asked to join the study and answer the survey before the immunization procedures were conducted.
The criterion used in the inclusion of participants were: (i) vaccinator (technician or nursing assistant) currently working in the UBS, (ii) children under 1 year of age with overdue vaccination or register of overdue vaccination and (iii) parent or guardian of a child who has overdue vaccination or child with vaccination card that has an overdue immunization record.The exclusion criteria for the study were the following: technician or nursing assistant inactive in the vaccine room and children above or under 1 year of age with updated vaccination card.
Data collection was performed based on a three-part structured form:
The first part of the data collection was related to the knowledge of vaccinators and answered by technicians or nursing assistants and had 15 objective questions, based on the Manual of rules for vaccination,12 listed below
a) administration of bacterial or live viruses vaccines in people:- with congenital or acquired immunodeficiency;- with any malignant neoplasm;- undergoing a treatment with corticosteroids in immunosuppressive regimens (2
mg/kg/day during 2 weeks); and
35
- undergoing other immunosuppressive therapies (antineoplastic chemotherapy, radiotherapy, etc.).
b) administration of vaccines in people:- with malnutrition;- with ongoing application of rabies vaccine;- with stable neurological disease (e.g., cyclic convulsive syndrome) or a previous
one, with actual sequelae;- with a family record of convulsion;- undergoing systemic treatment with corticosteroid during a short period (less
than 2 weeks) or extended daily treatment or in alternate days with either low or moderate doses;
- in prematurity or low birth weight – except for Bacillus Calmette–Guérin (BCG) that must be administered solely in children weighing more than 2 kilograms;
- with infectious or recurrent mild allergic diseases in the upper respiratory tract;- with cough or rhinitis;- currently hospitalized; and- with allergies, except for systemic and severe allergic reactions, related to
components of some vaccines.
The second part of the form was filled out by the researcher through on-site observation, based on the assessment tool for the vaccine room.13 It evaluated the following technical procedures:
-observing temporary postponement of vaccination and/or counter-indications;- giving proper instructions on the vaccine to be administered;- checking the vaccine expiration date;- recording the day and hour in which the vaccine flask was opened;-observing the expiration date after opening the flask;- stowing sharp materials according to biosecurity standards;- treating vaccines with live microorganisms before the disposal;- active search for susceptible ones among the patients that often go to the UBS;- observing the amount of vaccines – if it is enough to meet the demand;- observing the vaccine stock at the UBS – if it is excessive;- observing the amount of syringes and needles – if it is enough to meet the demand;- observing the expiration date of syringes and needles; and- separate packing of the various types of waste.
The third part of the form was related to the data collected in the interview with the children’s parents or guardians, conducted during the screening, consisting of open questions on the motive(s) for the delay in the immunization schedule.
The following aspects concerning the vaccinators were also taken into account: professional category (assistant; nursing technician); sex (male or female); age (in years), education level (Elementary school; High School; Complete or Incomplete higher education); work experience in vaccination room (in years); specific training in vaccination room (did not receive any training; received 1 or 2, 2 or 3; or more than 3 trainings).
A descriptive analysis was conducted based on the distribution of absolute and relative frequency of variables. Data were analyzed by Epi Info, version 3.5.1 and Microsoft
36
Excel, version 2007.
The study project, in accordance with the Resolution of National Health Council (CNS) No. 466 dated December, 12 2012 was approved by the Ethics Research Committee of the University of Pernambuco (UFPE) under Protocol No. 257/11 and the Certificate of Presentation for Ethics Assessment (CPEA) No. 0261.0.097.000-11. The confidentiality and anonymity of the information were guaranteed to parents and guardians who agreed to join the study All of whom have signed the Term of Consent.
Results
18 UBSs were evaluated, 33 health workers were interviewed and 300 vaccination cards of children under 1 year of age were analyzed. The workers were, on average, 36.6 years old (standard deviation [SD] of 7.6). All of them had complete high school and 13 were still attending or had completed higher education. The most frequent professional category was Nursing Technician. 27 out of 33 workers claimed to have more than 4 years of experience. Only 2 workers affirmed not having received any training in vaccination room. The average of trainings was 3.5 (SD=2.6); the majority had been trained less than a year ago.
Nine (9) professionals thought incorrectly – in other words, interpreted as an indication – situations characterized as vaccine contraindication (Table 1).
Table 1
Table 1– Distribution of the answers given by the vaccinators of UBSa of HD IIb (n=33) about the administration of bacterial or live viruses vaccines in the municipality of Recife, Pernambuco State, Brazil, 2012
Situations of false contraindication were also observed, in which the vaccinators decided not to carry out the vaccination though there was actually no contraindication for the procedure (Table 2).
Table 2
Table 2 – Distribution of the answers given by the vaccinators at UBSa of the HD IIb
(n=33) on the administration of vaccines of the national vaccination calendar in the municipality of Recife, Pernambuco State, Brazil, 2012
When they were asked about adverse events following immunization (AEFI), 27 vaccinators answered the questions based on the literature, 6 vaccinators were either not aware of the AEFI or did not describe the events completely. 22 professionals proved knowledge on the immunobiologicals available at the Reference Center for Special Immunobiologicals (RCSI), though 19 of them were not aware of the procedures flow for requesting these immunobiologicals. Furthermore, 24 vaccinators did not investigate the occurrence of AEFI concerning the previous dose.
37
Most of the professionals (31/33) offered orientation on the interval between the doses supplied and 22 performed active search for absent patients.
With regards to the behavior of the vaccinators with the parent or guardian going to the health unit without the vaccination card of the child, 23 asked them to return later with the report card as a condition to carry out the procedure, 8 researched the records in the electronic memory card (a conduct that contributes to the reduction of MVO) and 4 consulted the health community agent.
From all the unities monitored, 17 had an electronic memory card for children under 1 year of age and 11 organized the patients according to the date of return. The researchers noticed that all the vaccinators verified the age and the interval between recommended doses before the administration of immunobiologicals. In the technical procedure assessment carried out in vaccination rooms (Table 3), all vaccinators verified the age and the interval between doses before the application of immunobiologicals. Of the 18 UBSs visited, 14 vaccination rooms were open for 8 hours or more and, according to the population, just one room was difficult to be accessed; 7 rooms were not exclusively destined for the activity of vaccination and 6 were not properly identified. Concerning the facilities, 6 rooms were smaller than 6 square meters, not meeting the standards established by the National Immunization Programme; the majority of rooms had light-colored, easy-to-clean and rain-tight walls, resistant and non-slip floors.
The ventilation, illumination and the distribution of the furniture in the room failed to meet the requirement in half of the rooms. 9 rooms did not have appropriate protection against direct light. The temperature in 12 rooms surpassed the interval of 18°C-20°C. 11 rooms were in ideal conservation conditions and 13 rooms were in ideal cleaning conditions.
Taking into account the 300 vaccination cards analyzed, 120 (40.0%) had reports on overdue vaccination. The motives for such delay, reported by parents or guardians are presented in Table 4, the top motives were lack of time, forgetfulness and lack of immunobiologicals in the UBS.
Table 4 – Motives reported by parents or guardians to justify the delay (n=120) in the national vaccination schedule in UBSsa of the HD IIb in the municipality of Recife, Pernambuco State, Brazil, 2012.
Table 4
Discussion
Most of the vaccinators from the visited UBSs claimed to have experience and to have received training to work in vaccination room. However, these professionals presented conducts that may lead to MVO.9 The vaccination rooms call for improvements, especially in terms of physical structure and functional organization. More than a third of the children presented vaccination cards with overdue vaccination records, the main excuses given by the parents were the lack of time, forgetfulness and lack of
38
immunobiologicals in the unit. Those aforementioned facts call for an intervention of the professionals of the primary health care units observed.14,15
The nursing staff is in charge of the vaccination in the UBSs and, according to the legislation, it is composed of workers who can carry out such activity.15 In the present study, the vast majority of vaccinators had incomplete higher education, and some professionals mentioned that they had not received any training for vaccination rooms. Thus, light should be shed upon this positive aspect: the workers’ experience and their education level.
The education in health is an important tool for primary care. The improvement in the quality of the process of communication between health service and families, 14,16-18
enhanced by the continuous training of professionals, is of utmost importance to diminish cases of missed vaccination opportunity. Attention should be drawn to the fact that continuous education enables the professional to keep up to the latest scientific or immunobiological technology progresses,16 contributing to a higher level of confidence among professionals when it comes to vaccine indication.
Vaccines were not administered in situations considered appropriate, e.g., malnutrition, mild diarrhea, cough or rhinitis, family record of convulsion, among others, also referred as false contraindications 18 – what compromises the quality of vaccine coverage.5 Nevertheless, cases of contraindicated vaccines were verified, what may favor risks of adverse events and further complications.19
Most of the professionals correctly conceptualize adverse events following immunization (AEFI) – though some were not aware or described those events incompletely. This fact draws attention to a worrisome situation. The information on the possible post vaccination reactions, the accurate identification of cases and the appropriate conduct prevent from the community alienation and non-adherence to the vaccination.5,20
The NIP proposes an 100% vaccine coverage. In the attempt to reach this goal, it is necessary identify the individuals with special medical conditions and head them to a Reference Center for Special Immunobiologicals (RCSI) – located in all Brazilian states.3Whilst all vaccinators interviewed were aware of the existence of these centers, a considerable amount of them were not aware of how the RCSIs work as well as the types of immunobiologicals available. Attention should be drawn to this special finding, given that this was a study carried out in the capital of a state, with an RCSI properly installed.1
The vast majority of the interviewed nursing staff registered and oriented the beneficiaries on the intervals between doses and types of vaccines administered, a positive conduct in contrast to a study carried out in the countryside of São Paulo State, where the overdue vaccination was ascribed to the lack of information given in the vaccination room.17
More than half of vaccinators performed active search among UBS patients and most patients had the electronic memory vaccination cards, and a great number of cards was not organized according to the return date. And when asked about their attitude toward attendance of a patient who arrived in the primary health care unit facility without the vaccination card, most of these professionals responded that they did not carry out the
39
vaccine procedure in children without the presentation of the report card, making clear to the parent/guardian that returning to the primary health care unit with the booklet was a required condition for the procedure. The vaccine cards should be organized,16
personal and have easy access for the professionals, so that, in case of missing vaccination cards or their absence during immunization screening, the child can be vaccinated, avoiding the MVO and facilitating the search of absent children.21
Most of the vaccine rooms visited were open for at least 8 hours, a period regarded as ideal by the NIP. A significant number of rooms were not exclusively reserved for vaccination; therefore, they were not appropriately identified. Logistic problems such as the aforementioned ones were also found in the public health system in the city of Marília, São Paulo State1, what can jeopardize the activity of the vaccination room, leading to missed vaccination opportunities.
Some immunization rooms visited in this study did not have appropriate protection against direct light, and the majority had a room temperature above the ideal range. When exposed to discrepant temperature and/or not stored properly, vaccines can lose their quality and effectiveness due to deriving physical or chemical alterations.1,15,16
The main causes for delay in immunization schedule observed in children under 1 year of age were related to forgetfulness and failure to attend on the schedule date due to a parent or guardian’s lack of time. The reasons for this lack of time were divided between urgent trips and motives related to work, with the latter being the main reason. Lack of immunobiologicals in the primary health care unit and child ilnesses – e.g., otitis, flu, spots on the skin and diarrhea – were also reported for justifying the delay. Health education, by allowing proper guidance on false contraindications, problems caused by vaccination postponement and possible needs for referrals to an RSCE, besides letting parents/guardians know about the vaccine-preventable diseases and their relation to the importance of properly attending the vaccine schedule, is an important strategy to increase adherence tovaccination.18,20-23
In the attempt to increase the immunization opportunities, the Ministry of Health guides some relevant actions to be taken with the population and communities, aiming to raise awareness on false contraindication of vaccination, identifying concerns in relation to adverse reaction to the vaccine, systematically update vaccinators and encourage them to instruct parents or guardians on the importance of the children’s vaccination card and the attendance in medical appointments.5
Logistical problems, which lead to the lack of immunobiologicals in immunization rooms, represent a major flaw in the management of the primary health care unit where the product is the main object of the service. This fact was observed and analyzed in a study conducted in the northern region of São Paulo city.24 Difficulties in human resources management, such as the absence of vaccinators on vaccine rooms or failure to properly attend the recommended interval between doses 22,23 due to the limit imposed by injectable vaccines also compromise the quality of vaccination coverage. 6,7
The present study has limitations with regards to its population and sample. The sampling was not random in the UBS of a Health District, which allows considering the results only for the studied sample. In addition, the children selected were the ones who attended the service, which may underestimate the occurrence of overdue vaccination.Despite the aforementioned limitations, the results were relevant as to the reasons that
40
contribute to missed vaccination opportunities. There is a need for health education of this population about the dynamic process of the immunization program offered by the Brazilian National Health System (SUS) and its immunobiologicals available, in addition to the importance of compliance with the schedule of vaccines.
Furthermore, priority should be given to training strategies that support the technical and theoretical aspects of daily practice of vaccinators, enabling the qualification and the update of their knowledge and the improvement of the service rendered by primary care to achieve the objectives and goals set by the National Immunization Program – NIP – and break the chain of myths that lead to missed vaccination opportunity in the municipality of Recife.
41
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Authors’ contributions: Barros MGM, Santos MCS, Bertolini RPT and Andrade MS
participated in the conception of the study, analysis, interpretation of data, writing,
proofreading and final submission of the paper.
Pontes-Netto VB participated in the conception, proofreading and final submission of
the paper.
They are all responsible for every aspect of the manuscript, including its accuracy and
integrity.
Correspondence: Maria Sandra Andrade. Rua Arnóbio Marques, no 310, Santo Amaro,
Recife-PE, Brazil. Zip Code: 50100-130
E-mail: [email protected]
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Table 1
Table 1– Distribution of the answers given by the vaccinators of UBSa of HD IIb (n=33) about the administration of bacterial or live viruses vaccines in the municipality of Recife, Pernambuco State, Brazil, 2012
Situations Yes (N)
No(N)
People with congenital or acquired immunodeficiency
9 24
People with malignant neoplasm
9 24
People undergoing a treatment with corticosteroids in immunosuppressive regimens (2 mg /kg/day during 2 weeks)
7 26
People undergoing other immunosuppressive therapies (antineoplastic chemotherapy, radiotherapy)
9 24
a) UBS: Primary health care unit b) HD II: Health District II
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Table 2
Table 2 – Distribution of the answers given by the vaccinators at UBSa of the HD IIb
(n=33) on the administration of vaccines of the national vaccination calendar in the municipality of Recife, Pernambuco State, Brazil, 2012
Situation Yes (N) No (N)
People with malnutrition 13 18
People in ongoing application of rabies vaccine
9 21
People with stable neurological disease (i.e. cyclic convulsive syndrome) or a previous one, with present sequelae
9 23
People with family record of convulsion
9 24
People undergoing systemic treatment with corticosteroid during a short period (for less than 2 weeks) or extended treatment or alternate days with either low or moderate doses
11 19
in prematurity or low birth weight – except for (BCG)c that must be administered solely in children weighing more than 2 kilograms;
15 18
People with infectious or recurrent mild allergic diseases in the upper respiratory tract
10 22
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People with cough or rhinitis 7 25
People with mild or severe diarrhea 3 30
People currently hospitalized 7 23
People with allergy except for systemic and severe allergic reactions, related to components of some vaccines.
13 18
a. UBS: Primary health care unit b. HD II: Health District IIc. Bacillus Calmette–Guérin
Table 3
Table 3 – Technical procedures conducted in the vaccination rooms at UBSa of the HD IIb (n=18) in the municipality of Recife, Pernambuco State, Brazil, 2012
Assessment of the technical procedures carried out in vaccination rooms
Yes (N)
No(N)
observing temporary postponement of vaccination and/or contraindications
10 8
giving proper instructions on the vaccine to be administered
17 1
checking the vaccine expiration date
10 8
recording the day and hour in which the vaccine flask was opened
9 9
observing the expiration date after opening the flask
10 8
stowing sharp materials according to biosecurity standards
18 ---
treating vaccines with live microorganisms before the disposal
18 ---
47
active search for susceptible ones among the patients that often go to the UBS
3 15
observing the amount of vaccines – if it is enough to meet the demand
15 5
observing the vaccine stock at the UBS – if it is excessive
5 13
observing the amount of syringes and needles – if it is enough to meet the demand
15 3
observing the expiration date of syringes and needles
8 10
separate packing of the various types of waste
14 4
a. UBS: Primary health care unit b. HD II: Health District II
Table 4
Table 4 – Motives reported by parents or guardians to justify the delay (n=120) in the national vaccination schedule in UBSsa of the HD IIb in the municipality of Recife, Pernambuco State, Brazil, 2012.
Motives N %
Sick child 15 12.5
Water shortage 9 7.5
Lack of immunobiologicals 16 13.3
Accessibility 2 1.7
Vaccinators mistake 8 6.7
Loss of the vaccination card (no electronic memory card in the UBS)
3 2.5
Parents who took pity on their child
3 2.5
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Lack of time 24 20.0
Forgetfulness 36 30.0
Others 4 3.3
Total 120 100
a. UBS: Primary health care unit b. HD II: Health District IIc. Lack of syringe in the unit, closed vaccination room and energy shortage,
as a result, the vaccination room did not open.
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Conclusão
Como estudante do curso de Letras- Tradução, foi uma excelente oportunidade trabalhar para um órgão tão importante para o país como o Ministério da Saúde, uma vez que nunca de fato estagiei na área de tradução e sim no campo de ensino. A supervisora do estágio era sempre solícita, respondia aos e-mails quase instantaneamente, o que facilitou bastante o processo. O fato de ter o nome mencionado na publicação também é um grande diferencial apresentado na proposta de estágio elaborada pela secretaria da saúde.
Quanto à natureza científica dos textos traduzidos para língua inglesa, foram textos de fácil compreensão e muito bem redigidos. Talvez o único ponto falho no estágio seria quanto ao sistema de correção nas traduções, pois somente no terceiro artigo pude ter acesso às alterações feitas nos trabalhos anteriores.
Seria interessante para o órgão manter uma base de dados em que possa compartilhar com os estagiários, seja na forma de glossários, ou dicionários em específico o que também de certa forma proporcionaria uma interação entre os colegas de profissão que estão cursando a disciplina.
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Referências
1- DICIONÁRIO Michaelis. Disponível em: www.michaelis.uol.br2- LINGUEE. Disponível em: www.linguee.com.br3- OXFORD Advanced Learner’s Dictionary4- OXFORD Collocation Dictionary5- DICIONÁRIO Michaelis de Phrasal Verbs