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RELATÓRIO DESCRITIVO ANUAL 2009
CENTRO DE ESTUDOS E AÇÃO SOCIAL - CEAS
Projeto: 233-025-1047-ZG - Assessoria a movimentos, grupos e
comunidades populares na Bahia. Triênio 2008/2010
Área geográfica de abrangência do Projeto: Estado da Bahia (município da
região sul) e periferia da cidade de Salvador – Nordeste do Brasil.
Área Urbana (Programa Urbano desenvolvido pela equipe urbana)1:
Cidade de Salvador, capital do Estado, 3 milhões de habitantes,
comunidades: (Bairro da Paz- Alto do Coqueiro, Gamboa, Marechal Rondon,
Alto das Pombas, Centro Histórico. A equipe assessora as associações de
moradores, grupos de jovens e mulheres que lutam por melhores condições
de vida nessas comunidades)2 e Movimento dos Sem Teto de
Salvador(MSTB).
Área Rural (Programa Rural desenvolvido pela equipe rural)3: Região Sul
da Bahia municípios de Gongogi, Ibirapitanga. Assentamentos e
acampamentos4 de trabalhadores rurais e Coordenação Estadual dos
Trabalhadores na Agricultura (CETA)
Período de Abrangência do Relatório: Janeiro a dezembro de 2009
1 A Equipe Urbana é composta por 04 membros e atua nas comunidades acima citadas.
2 Durante o processo de conquista da terra na cidade passa-se por várias etapas: primeiro pela OCUPAÇÃO do espaço; quando a ocupação
consegue permanecer por um tempo, mas não tem o reconhecimento do Estado chama-se de FAVELA; numa etapa em que o conflito pela posse é atenuado, embora ainda sem reconhecimento oficial esse espaço é chamado de COMUNIDADE e no último estagio da conquista quando os conflitos são raros, as reivindicações dos moradores começam a ser atendidas esses espaços transformam-se em BAIRROS. 3 A Equipe Rural é composta por 6 pessoas e atua em 3 regiões: Zona da Mata de Alagoas, Sul e Sudoeste da Bahia.
4 No espaço rural chama-se OCUPAÇÃO o estagio inicial de um ACAMPAMENTO. Ao finalizar a luta pela terra e após o reconhecimento do processo pelo estado os trabalhadores recebem o status de ASSENTADOS
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SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 4
2. MUDANÇAS NAS CONDIÇÕES DO PROJETO E DO CEAS 6
2.1. MUDANÇAS SOCIAIS LENTAS NA CONJUNTURA BRASILEIRA 6 2.3. AS PERSPECTIVAS DO PROGRAMA URBANO 8 2.4. MUDANÇAS NA CONJUNTURA RURAL NA REGIÃO SUL DA BAHIA 9 2.5. O DESAFIO DA SUSTENTAÇÃO FINANCEIRA ESTA NA ORDEM DO DIA 10
3. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO 10
3.1. PROGRAMA URBANO 10 3.2. RESUMO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2009 12
4. PROGRAMA RURAL 18
4.1. RESUMO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2009 19
5. PARCERIAS IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES 22
5.1. RELAÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS DESDE O INICIO DO PROJETO 23
5.1.1. PROGRAMA URBANO 23
5.1.2. PROGRAMA RURAL 27
5.2. EFEITOS DO PROJETO 31
5.2.1. ALCANCE DOS OBJETIVOS DO PROJETO 31
5.2.2. OBSERVAÇÃO DE OUTROS EFEITOS IMPORTANTES 36
6. CONCLUSÕES 36
6.1. CONCLUSÕES PARA O FUTURO PLANEJAMENTO 36 6.2. EXPERIÊNCIAS E CONHECIMENTOS IMPORTANTES A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO DO PROJETO 37
ANEXOS 39
LISTA DE ABREVIATURAS 40
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1. APRESENTAÇÃO
"Há homens [e mulheres] que lutam um dia, e são bons; há homens [e mulheres] que lutam por um ano, e são melhores; há homens [e
Mulheres] que lutam por vários anos, e são muito bons; há outros [e outras] que lutam durante toda a vida, esses são imprescindíveis."
(Adaptado de Brecht)
O presente Relatório Descritivo Anual foi elaborado tendo como referencia a
metodologia do APD - CAIS – Centro de Assessoria a Iniciativas Populares, baseada
nas novas Guias propostas por Misereor e discutidas durante os Encontros de
Parceiros realizados em novembro de 2009 e abril de 2010 em Salvador – Bahia.
Esse modelo de Relatório pretende responder, adequadamente, as novas guias de
Misereor cuja parceria tem sido fundamental para a inserção do CEAS junto aos
mais pobres (acampados, assentados, lideranças de movimentos populares, jovens,
mulheres moradores das periferias urbanas)
As informações apresentadas resultam da sistematização de relatórios de área, de
avaliações, análises produzidas pelas equipes e depoimentos informais do público
beneficiário. O sistema de PMA (Planejamento, monitoria e avaliação) é
desenvolvido em quatro etapas, a saber: a) seminário realizado dentro das
comunidades com o objetivo de discutir sobre as demandas dos grupos beneficiários
e o aporte do CEAS para encaminhamento dos problemas; b) Encontro de
Planejamento, realizado na sede do CEAS, contando com a participação de
representantes dos grupos; c) Encontro de monitoria, em geral em julho, onde são
evidenciados os obstáculos ao desenvolvimento do Projeto e realizadas as
correções de rumo; d) Encontro de Avaliação, em dezembro, também com a
participação de representantes dos grupos.
As equipes produzem relatórios de atividades mensais, registro fotográfico das
atividades e analises de efeitos5 importantes para o Projeto. A reflexão da equipe
retro-alimenta a sua prática de assessoria aos movimentos e grupos.
5 Efeito para língua portuguesa significa: produto, resultado de uma ação, conseqüência. Portanto, entendemos
efeito como os resultados e mudanças verificados na realidade e alcançados através da ação (programada e desenvolvida) que compõe parte de um projeto de desenvolvimento social.
5
Anexo ao Relatório há uma breve síntese da metodologia, estratégias e eixos de
ação. As siglas usadas no texto do relatório estão descritas também nos anexos.
Lembramos que algumas notas de rodapé foram usadas com o objetivo de facilitar a
compreensão dos conceitos a partir do significado que estes adquirem no contexto
popular, sem, portanto, a preocupação de refletir o rigor acadêmico desses
conceitos.
Agradecemos as mulheres, jovens e homens com quem tramamos planos para
construção de um mundo onde todos e todas sejam sujeitos de suas próprias vidas
e aos parceiros com quem sonhamos e vivemos a esperança de realizá-los.
Centro de Estudos e Ação Social
CEAS
6
2. MUDANÇAS NAS CONDIÇÕES DO PROJETO E DO CEAS
2.1. MUDANÇAS SOCIAIS LENTAS NA CONJUNTURA BRASILEIRA
Sob o ponto de vista externo ao CEAS o aprofundamento das desigualdades entre
os mais ricos e mais pobres no Brasil talvez seja o problema mais difícil de enfrentar.
O país, infelizmente, encontra-se em situação extremamente desconfortável no
cenário mundial em matéria de distribuição de renda. Segundo estudo da ONU,
ocupamos a terceira pior posição, ao lado do Equador e abaixo de Uganda. Na
América do Sul, perdemos disparado para a Argentina, e também para o Chile e o
Uruguai. Se o país esta mal no campo da distribuição, pior ainda no plano da
concentração. Se alguns acumularam é porque muitos perderam. Ainda segundo a
ONU 50% dos quase 59 milhões de domicílios que possuímos não recebem rede
tratada de esgotos. O déficit habitacional está em torno de 12 milhões de moradias,
equivalendo a praticamente 50 milhões de pessoas. O salário mínimo é baixíssimo
em comparação com os de países mais desenvolvidos. Qual a explicação para o
fenômeno tão negativo? Afinal de contas, o Brasil está entre as dez maiores
economias do mundo com um Produto Interno Bruto anual de 2 trilhões de dólares,
porém, não conseguimos sólida distribuição, compatível com o crescimento
demográfico.
As políticas compensatórias são falácias: O Bolsa Família, o maior programa de
distribuição de renda para os pobres já implantado no Brasil, parece não alcançar o
objetivo de diminuir a pobreza nas grandes cidades, a partir de 2003, esse programa
substituiu uma série de outros benefícios que somados, poderiam representar
ganhos maiores para as famílias moradoras das grandes e medias cidades em
comparação ao montante concedido atualmente. O Programa Bolsa Família acabou
eliminando programas como o de combate a subnutrição infantil, os subsídios que
eram dados à compra de gás de cozinha e o programa de ajuda aos jovens entre 15
e 16 anos. Há escassez de dados oficiais que permita uma análise mais profunda
sobre a quantia de recursos disponibilizada para o Programa Bolsa Família em
relação aos benefícios anteriores, mas há evidencias de que o valor atual é menor
que o somatório dos programas anteriores destinados a distribuição de renda.
7
O Programa Bolsa Família teve pouco resultado na redução do trabalho infantil;
crianças e jovens ganham mais dinheiro no serviço informal (vendendo mercadorias
de baixa qualidade ou trabalhando como empregados domésticos ou sendo
envolvidos com o tráfico de drogas) do que ficando na escola para receber os
benefícios do governo. Enfim, o Bolsa Família está longe de ser a solução para a
pobreza conforme os órgãos do governo propagandeiam dentro e fora do Brasil.
2.2. OS ENTRAVES ÀS MUDANÇAS A PARTIR DO GOVERNO LOCAL (SALVADOR)
Em relação à moradia, eixo de atuação do Programa Urbano no qual o Projeto 233-
025-1047-ZG se insere, Salvador tem um déficit habitacional estimado em
aproximadamente 81 mil unidades; se considerarmos cada “unidade habitacional”
como sendo a casa de uma família (ressaltamos que nas famílias com faixa de
renda abaixo de 3 salários mínimos, maioria absoluta na composição deste déficit, a
coabitação entre duas ou mais famílias é freqüente) temos então 81 mil famílias
necessitando de moradia na cidade. Em 2008, a Prefeitura de Salvador afirmou, no
Plano municipal de habitação de Salvador (2008-2025), que, durante a vigência
do Plano, 30 mil famílias “ou encontrarão alternativas auto financiadas [para sair do
déficit habitacional quantitativo] ou se manterão no déficit”. Portanto, a Prefeitura se
exime da responsabilidade de planejar soluções para superar o déficit de moradia.
Se considerarmos o período entre 1997 e 2007, analisado pelo Mapa da Violência
2010 – Anatomia dos homicídios no Brasil publicado recentemente pelo Instituto
Sangari, o número de homicídios na população entre 15 e 24 anos na Bahia
aumentou mais que a média geral: de 777 assassinatos em 1997, pulamos para
1.405 em 2007 (variação de 80,8%). Esta faixa etária, segundo o mesmo estudo,
concentra os maiores índices de homicídio do país, com pico entre 20 e 21 anos.
Ainda tomando como referência o Mapa da Violência se vê que o Brasil ocupa a 6ª
colocação mundial em taxa de homicídios de jovens por cada mil habitantes – à
frente, por exemplo, do Cazaquistão (17º), do Quirguistão (34º), do Haiti (50º), do
Suriname (58º) e do Paraguai (12º), países com IDH bem inferior. Tal posição é tão
extremada que a taxa de homicídios no Equador, 9º colocado neste triste ranking, é
quase a metade da taxa de homicídios brasileira, equiparável apenas à de países
com notórios problemas com criminalidade juvenil (El Salvador, Guatemala), ou onde
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o problema do narcotráfico existe em paralelo à histórica presença das guerrilhas
(Colômbia).
Essa conjuntura desfavorável por um lado acentua a
luta pela melhoria da qualidade de vida e por outro
age como fator de desmobilização. Grupos,
movimentos e entidades de base populares sofrem
com a ação do tráfico e da polícia e não raro suas
lideranças abandonam a luta.
É o caso, por exemplo, da comunidade da Gamboa
(uma das comunidades atendidas por esse projeto)
cujas lideranças, durante 10 anos, lutaram para que a posse da terra e a instalação
de equipamentos públicos fossem reconhecidas pelo estado, nas eleições de 2009
os moradores envolvidos com traficantes formaram uma chapa que concorreu à
coordenação da Associação de Moradores Amigos do Gege, vencendo por larga
margem de votos.
Parte significativa dos pobres continua se
organizando em movimentos ou entidades de base
(associações, grupos, comissões) para reivindicarem
direitos e implantação de políticas mais abrangentes
(saúde, educação, direitos humanos) forçando o
estado a assumir seu papel constitucional. Parcerias
foram construídas e Resultados importantes
alcançados mediante a ação conjunta de vários
atores sociais.
2.3. AS PERSPECTIVAS DO PROGRAMA URBANO
Ainda na perspectiva de mudanças a equipe urbana vem refletindo e organizando o
encerramento do trabalho nas comunidades hoje assessoradas devido ao alcance
dos objetivos previstos e do aumento de solicitações de assessoria para outras
comunidades. Há 22 ocupações (favelas) solicitando ao CEAS apoio para as suas
demandas, porém, os recursos humanos e financeiros são insuficientes para atendê-
las. Em 2010 será realizada uma avaliação junto com lideranças das associações de
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moradores e movimentos sociais que agem na cidade de Salvador de forma a definir
qual o perfil e critérios orientadores na seleção de novas comunidades a serem
inseridas no projeto.
2.4. MUDANÇAS NA CONJUNTURA RURAL NA REGIÃO SUL DA BAHIA
No contexto rural, precisamente na região sul da Bahia, nos municípios de
abrangência do Projeto 233-025-1047-ZG, a equipe rural segue apoiando e
assessorando os trabalhadores rurais na defesa da terra para plantar e sobreviver.
Permanece a luta para que o INCRA (Instituto Nacional de Credito e Reforma
Agrária) realize vistorias6 das terras improdutivas que foram ocupadas pelos
trabalhadores. Os processos de vistoria e desapropriação correm lentamente
exigindo a contínua mobilização dos movimentos sociais.
Outras demandas como fortalecer um Fórum de organizações locais para combater
a crescente monocultura do eucalipto em terras adquiridas pela multinacional
Veracel e atuar na denuncia à exploração predatória do mineral níquel colocando em
risco o meio ambiente, a saúde dos trabalhadores, a cultura local e as relações entre
trabalhadores e patrões que tomam características de trabalho escravo, estão na
pauta e devem ser temas da atuação do CEAS, através da equipe Rural, para os
próximos anos.
6 Vistorias é o procedimento de levantar os dados oficias sobre a terra ocupada para que seja tramitado o
processo de desapropriação para reforma agrária
10
2.5. O DESAFIO DA SUSTENTAÇÃO FINANCEIRA ESTA NA ORDEM DO DIA
Do ponto de vista interno do CEAS, observa-se a falta de recursos humanos e
financeiros para fortalecer a composição das equipes. Bons e experientes
profissionais acabam por buscarem melhores alternativas de emprego com salários
maiores e garantidos. A equipe vem se renovando, com freqüência, fato que causa
aos diversos projetos em desenvolvimento, a necessidade de novas adaptações no
ritmo de execução.
3. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
3.1. PROGRAMA URBANO
Além do trabalho de assessoria e apoio às organizações sociais, grupos e
comunidades, em 2007 o CEAS iniciou um processo de Formação política destinado
a atender, especificamente, jovens do meio urbano e rural. Essa iniciativa tem como
perspectiva incentivar a continuidade das ações de melhoria da qualidade de vida
através da luta pela implantação de políticas públicas capazes de reverter a
exclusão de grande parcela do povo. Não pudemos apenas observar as lideranças
envelhecerem sem que outras sejam preparadas para dar continuidade ao trabalho.
Assim estamos desenvolvendo o Tramando a Paz, projeto que se baseia nas
seguintes ações:
a) Mobilização de jovens em comunidades, ocupações, assentamentos:
A mobilização se apropria da
metodologia de Oficinas culturais.
Os jovens se inserem numa
atividade lúdica (futebol, capoeira,
dança, teatro) a partir desse
momento são sensibilizados para
conhecer a história de luta do povo
e vários continuam a participar das
Oficinas e se engajam nas outras
ações desenvolvidas pelo projeto;
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b) Formação Política: Objetiva socializar através de seminários, encontros e
debates realizados dentro das comunidades, conhecimentos sobre temas
econômicos, políticos e histórico que potencializem a luta por direitos
humanos e políticas publicas;
c) Articulação: Jovens das comunidades urbanas encontram com jovens
dos assentamentos e acampamentos rurais para convivência, troca de
experiência e construção de ações conjuntas. A estratégia para facilitar a
articulação de jovens é propiciar a convivência entre os mesmos através
de visitas e a realização de um grande Encontro que acontece uma vez
por ano em uma das comunidades urbana ou rural participante do projeto.
Embora o eixo de atuação do Programa Urbano seja a moradia popular as ações
desenvolvidas acabam por atender uma gama de problemas que estão inseridos nas
comunidades pobres e se justificam pela total ou parcial ausência do estado:
múltiplas violências, o trafico de drogas cada vez mais organizado, pouco equidade
entre homens e mulheres, faltas de políticas publicas (saneamento básico, escola,
creche, hospital, áreas de lazer) são situações encontradas no cotidiano de homens
e mulheres que moram nas comunidades pobres e assentamentos rurais.
A equipe urbana, responsável pelo
desenvolvimento do Programa, conta
com apenas quatro membros. A
estratégia para que as atividades sejam
realizadas e obtenham o efeito esperado
se apóia no fortalecimento do potencial
das lideranças comunitárias que se
tornam parceiras importantes e também
se complementa na cooperação mutua
entre Entidades que atuam no mesmo
contexto.
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3.2. RESUMO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2009
Comunidades Atividades Programadas e Realizadas Atividades não Realizadas Efeitos
Bairro da Paz –
Alto do
Coqueiro
12 visitas a moradores das
comunidades;
05 Encontros de Formação Política
para jovens lideranças;
08 Encontros com a coordenação
do Conselho de Moradores;
Organização de 01 assembléia do
Conselho Local de Saúde;
25 Oficinas de mobilização para
jovens;
01 Encontro do Fórum de Entidades
do Bairro da Paz.
Organização de uma REDE
composta por diversos
grupos de jovens dos Bairros
da Paz e Alto do Coqueiro
com o objetivo de organizar e
articular as jovens lideranças
em defesa da luta por uma
educação de melhor
qualidade e diminuição dos
episódios de violência. Essa
atividade não foi realizada
devido a dificuldades que os
jovens tem para se
articularem inter-grupos.
Fortalecimento de 25 jovens lideranças
para enfrentar o estado na falta de
políticas de moradia, educação e saúde;
Organizações de base (grupos de
jovens, Conselho de Moradores,
Conselho Local de Saúde) mobilizadas
para reivindicar do Estado melhores
condições de vida;
Efeito negativo: apesar do trabalho
realizado o tráfico continua avançando.
Acontecem vários episódios de
violências que resultam da disputa de
pontos de comercialização de drogas e
do confronto com a polícia. O tráfico
continua fazendo vitimas fatais,
sobretudo, entre os jovens.
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Comunidades Atividades Programadas e Realizadas Atividades não Realizadas Efeitos
Gamboa 25 Oficinas de mobilização para
jovens lideranças;
08 visitas a moradores da
comunidade;
05 reuniões com lideranças da
Associação de Moradores Amigos
do Gege;
06 Oficinas de formação política
para lideranças femininas com
enfoque em equidade de gênero e
raça;
Participação de jovens lideranças
no Encontro de articulação que
reuniu jovens das regiões sul e
sudoeste da Bahia e bairros da
periferia de Salvador
Manter o apoio/assessoria a
organização interna da
Associação de Moradores
não foi possível devido a
sobrecarga de trabalho dos
membros da equipe urbana
do CEAS
Jovens lideranças mobilizadas e
compreendendo os processos de
exclusão;
A exemplo de outras áreas da cidade, o
tráfico continua avançando e fazendo
vitimas entre os mais jovens tanto no
que se refere ao tráfico quanto ao uso
de drogas;
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Comunidades Atividades Programadas e Realizadas Atividades não Realizadas Efeitos
Marechal
Rondon
15 Oficinas destinadas a
Mobilização de jovens lideranças
para luta pela melhoria da moradia e
equipamentos comunitários
enfrentando o governo do Estado
da Bahia;
05 Encontros de Formação Política;
10 visitas a moradores da
comunidade;
Participação de jovens lideranças
no Encontro de articulação que
reuniu jovens das regiões sul e
sudoeste da Bahia e bairros da
periferia de Salvador.
Projeto de revitalização do Dique
concluído e garantia da moradia para 3
mil famílias;
Equipamentos de lazer, após a
conquista da moradia, estão sendo
reivindicados pelos moradores;
Despontam novas lideranças entre os
jovens que desejam assumir a luta por
melhores condições de vida;
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Comunidades Atividades Programadas e Realizadas Atividades não Realizadas Efeitos
Alto das
Pombas
05 Oficinas de Formação de
lideranças do Grupo de Mulheres
com foco em Desenvolvimento
Institucional;
Apoio as 10 Oficinas realizadas com
o objetivo de Formar lideranças
femininas para atuação nas
questões de eqüidade de gênero,
raça e ação comunitária em 06
bairros da periferia de Salvador;
Ajuda na elaboração e negociação
do Projeto Trilha das Ancestrais que
foi apresentado a uma agência
americana possibilitando ao
GRUMAP ampliar a Formação de
lideranças femininas para outras
mulheres pobres moradoras dos
bairros de periferia.
O GRUMAP – Grupo de Mulheres do
Alto das Pombas tornou-se
independente e trabalha na perspectiva
de apoiar mulheres de outros bairros
pobres fortalecendo-as para discutir e
superar as situações de violência
doméstica e ampliar a formação política.
Conhecer os direitos é fundamental
para enfrentar o Estado (governo) na
luta por políticas de apoio ao
enfrentamento da violência do tráfico,
desemprego, e falta de políticas
publicas
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Comunidades Atividades Programadas e Realizadas Atividades não Realizadas Efeitos
Centro
Histórico –
Pelourinho
08 reuniões com moradores com
foco na negociação de melhorias no
Projeto de implantação de unidades
habitacionais para moradia;
Participações em 07 reuniões com o
Ministério Publicam e governo do
Estado;
Mobilização dos moradores com o
objetivo de fazer valer o direito
adquirido no Termo de Acordo
Coletivo, TAC, celebrado entre
governo e comunidade.
103 famílias conquistaram suas
moradias;
Ações governamentais para implantar
projetos de geração de renda e
valorização da cultura estão sendo
implantados;
A Associação dos Moradores (AMACH)
tornou-se referência na luta por
consolidação da moradia popular no
Centro Histórico.
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Comunidades Atividades Programadas e Realizadas Atividades não Realizadas Efeitos
Movimento
dos sem Teto
de Salvador
(MSTba)
Elaboração de 12 subsídios (análise
de conjuntura, texto para formação)
para municiar as lideranças das
favelas de Salvador para intervir nas
discussões e estudo sobre a
política de moradia do Governo
Federal, municipal e estadual;
Realização de 08 Oficinas de
Formação política para lideranças
do MSTB;
10 visitas as 06 ocupações
organizadas pelo MSTBa
Elaboração de Diagnóstico
sobre a situação sócio-
econômica dos moradores
das ocupações organizadas
pelo MSTBA na cidade de
Salvador;
Elaboração do diagnóstico
sobre a situação da
habitação no Centro da
cidade de Salvador. Esse
diagnóstico objetiva municiar
as lideranças comunitárias
para propor ao estado
(governo) o uso dos prédios
que se encontram vazios e
estão localizados na região
do Centro da cidade para
moradia popular.
Movimento dos Sem Teto de Salvador,
mobilizado na defesa da moradia
popular;
Ocupações resistindo e negociando
com o Estado a permanência nas terras
ocupadas;
Movimento dos Sem Teto aumentou o
número de lideranças de 06 para 25.
Todos (as) atuam em coordenações
que desenvolvem diversas ações de
incidência e reivindicação de políticas
públicas.
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4. PROGRAMA RURAL
O Projeto de Assessoria a Assentamentos e
Acampamentos7 de trabalhadores rurais da região
sul da Bahia abrange os municípios de Ubatã (18
mil habitantes), Ubaitaba (25mil habitantes)
Ibirapitanga (23 mil habitantes) onde estão
localizados os acampamentos de 2 Riachões,
Iacina, Grampoline, Três Palmeiras, Ilha Bela, são
aproximadamente 550 famílias somando 8 mil
hectares ocupados por trabalhadores rurais. O CEAS atua nos seguintes eixos: a
permanente luta pela democratização da terra através do enfraquecimento do
latifúndio; apoio as iniciativas dos trabalhadores na produção e comercialização.
Temas como: elevar a equidade nas relações de gênero e raça, respeito à
preservação e conservação do meio ambiente são transversais a toda a ação
política do CEAS.
As estratégias adotadas para o alcance dos objetivos previstos no Projeto, embora
precisem constantemente de atualização devido a mudanças nas conjunturas
podem ser resumidas no apoio aos movimentos populares; formação de novas
lideranças e pressão ao governo através das mobilizações.
7 Acampamentos é a denominação do processo de ocupação de áreas rurais pelos trabalhadores. Caso a
ocupação seja vitoriosa o INCRA inicia processo jurídico para que o acampamento seja reconhecido como área desapropriada para fins de Reforma Agrária e passe a condição de Assentamento podendo participar dos programas de crédito do governo (dentre outros) destinados a Reforma Agrária
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4.1. RESUMO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2009
Atividades Programadas e realizadas Efeitos
Acompanhamento de lideranças locais, numa visita mensal, aos assentamentos e
acampamentos com o objetivo de manter os trabalhadores informados sobre os
processos de luta pela terra e mobilizar para atividades coletivas (reuniões,
encontros);
Assessoria a 01 (uma) reunião mensal em cada área com a participação dos
trabalhadores acampados ou assentados;
Acompanhamento a 10 ações judiciais em tramite em órgãos federais (INCRA)
localizados na capital do Estado (Salvador) e na comarca local;
Participação e assessoria aos trabalhadores em 05 reuniões de negociação/pressão
e cobrança de cumprimento dos acordos em defesa dos direitos dos trabalhadores
assumidos pelo governo e não efetivados;
Monitoramento de 02 processos de desapropriação de fazendas improdutivas para
fins de Reforma Agrária beneficiando os acampados da região sul;
12 Encontros de Formação política cidadã destinados os grupos de jovens;
Maior horizontalidade nas relações
das lideranças do Movimento CETA
com os trabalhadores;
Movimento de luta pela terra
protagonizando a luta pela ampliação
dos direitos para além da ocupação e
posse da terra;
Luta integrada e articulada com
outros grupos de trabalhadores por
crédito agrícola, implementação de
políticas de educação, saúde,
preservação do meio ambiente;
Mulheres e homens discutindo suas
relações e garantindo o direito das
mulheres se candidatarem a cargos
20
Atividades Programadas e realizadas Efeitos
10 Oficinas de dança afro em 02 Riachões envolvendo os jovens participantes do
Movimento CETA;
10 Oficinas e cursos sobre a importância das manifestações culturais para formação
da identidade camponesa (capoeira, leitura, festas religiosas como exemplo: São
João, Festa de Reis);
08 Encontros de Formação política e equidade de gênero com os grupos de
mulheres;
12 Reuniões com as coordenadoras dos grupos de mulheres com o objetivo de
discutir e encaminhar questões de organização e mobilização;
01 curso realizado em três módulos. Tema: a participação da mulher no processo de
construção social;
01 encontro estadual envolvendo os Grupos de Mulheres da região sul;
Participação em 08 reuniões dos coordenadores comunitários e coordenação
regional do Movimento CETA;
de direção nas diversas comissões
que formam o movimento; (CETA)
Governo sendo permanentemente
pressionado a responder as
reivindicações dos trabalhadores;
Poder judiciário sendo acionado pelos
trabalhadores através da assessoria
jurídica do CEAS e Processos de
desapropriação encaminhados e
lideranças cobrando do Judiciário as
soluções para as ações
encaminhadas;
Novas lideranças jovens preparadas
para dar continuidade à luta pela
melhoria da qualidade de vida. O
coordenador estadual do Movimento
CETA tem apenas 27 anos;
21
Atividades Programadas e realizadas Efeitos
Confecção de um boletim informativo;
Monitoria, em conjunto com as lideranças, do cronograma de atividades do
Movimento CETA;
04 reuniões para levantar informações em relação à cooperativa local e projetar
ações para 2010 em relação a produção e comercialização;
Apoio e participação em mobilizações dos trabalhadores rurais com o objetivo de
visibilizar para a sociedade as lutas por melhores condições de vida e pressionar o
governo a executar as políticas de atendimento as populações pobres.
A Coordenação Executiva do
Movimento CETA é composta por 2
mulheres e 1 homem;
A coordenação estadual do CETA é
composta por 06 mulheres e 06
homens.
Identidade Camponesa assumida,
com orgulho, pelos jovens.
Observação: todas as ações previstas foram executadas, algumas com um menor número de atividades.
22
5. PARCERIAS IMPORTANTES PARA O DESENVOLVIMENTO
DAS ATIVIDADES
As parcerias são fundamentais para o desenvolvimento das atividades e
potencialização dos poucos recursos humanos e financeiros disponíveis. Nesse
sentido o CEAS trabalha com organizações que atuam na mesma região ou que
desenvolvem projetos em temáticas complementares aquelas demandas pelo
público (equidade de gênero, raça, violência urbana, segurança publica, etc). Há
parcerias históricas: CPTs, FASE, CIMI com as quais se somam esforços para
realizar mobilizações (campanhas, caminhadas, passeatas, pressão ao governo).
Com os movimentos e lideranças o CEAS desenvolve a logística necessária a
realização dos encontros, reuniões, oficinas. Os movimentos colaboram com parte
da alimentação, ajudando na mobilização do povo e organizando os espaços físicos.
A universidade tem apoiado o trabalho se disponibilizando para realizar discussões e
intervenções técnicas, através de professores qualificados que valorizam a
experiência de troca de saberes entre a academia e as populações excluídas do
sistema formal de educação. Essa sinergia possibilita intervenções de longo alcance
cujos resultados e impactos podem ser observados na melhoria significativa da
qualidade de vida do publico atendido pelos diversos projetos. Para os próximos
anos buscaremos estreitar a parceria com as universidades no sentido de ampliar as
ações conjuntas.
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5.1. RELAÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS DESDE O INICIO DO PROJETO
5.1.1. PROGRAMA URBANO
Atividades Programadas 2008 Indicador quantitativo Efeitos
Organização de 05 seminários
temáticos: regularização fundiária,
relações e equidade de gênero,
projetos governamentais, política
habitacional, analise de conjuntura;
250 pessoas moradoras das comunidades
atendidas e lideranças dos diversos
movimentos populares participaram dos
seminários;
Lideranças informadas sobre temas
importantes para o enfretamento a falta
de políticas públicas.
Elaboração de 08 textos para subsidiar
os seminários de Formação Política
destinados as lideranças de
associações de moradores,
Movimento dos Sem Teto de Salvador
(MSTBa);
Os textos são base para discussões e fonte
de conhecimento que potencializam as ações
de pressão e reivindicação ao estado;
Lideranças informadas sobre temas
importantes para o enfretamento a falta
de políticas públicas.
Apoio e assessoria a 10 reuniões
ordinárias da coordenação do MSTBA
30 lideranças coordenadoras do Mstba Coordenação do movimento planejando
as ações implementadas em defesa do
consumidor.
24
Atividades Programadas 2008 Indicador quantitativo Efeitos
06 Visitas às ocupações que fazem
parte do MSTBa;
15 pessoas (pesquisadores, visitantes de
outros países) conheceram as ocupações,
conversaram com os moradores sobre várias
questões.
Maior visibilidade do movimento e
publicidade das ações desenvolvidas
em defesa dos direitos humanos.
Organização do “Seminário Cidades”
em parceria com a Universidade
Federal da Bahia (UFBA);
Participaram do seminário 100 pessoas:
lideranças, pesquisadores, estudantes
Maior visibilidade do movimento e
publicidade das ações desenvolvidas
em defesa dos direitos humanos.
15 reuniões com o Governo
assessorando os processos de
negociação de direitos a moradia e
infra-estrutura urbana;
Envolvendo moradores de ocupações em
conflito com o governo, coordenadores do
MSTBa e associações de moradores e
membros da equipe do CEAS
Governo dialogando com lideranças e
movimento em função da realização de
projetos comunitários.
Visitas e reuniões com moradores e
lideranças das comunidades (em
média uma reunião por mês em cada
comunidade: Marechal Rondon, Bairro
da Paz- Alto do Coqueiro, Centro
Histórico e Gamboa;
24 reuniões e visitas com lideranças de
associações de moradores
Maior nível de articulação entre as
lideranças fortalecendo a luta.
25
Atividades Programadas 2008 Indicador quantitativo Efeitos
Participação nas passeatas e
manifestações publicas de
vizibilização das demandas por direito
a saúde, moradia, segurança e
educação protagonizadas pelo
MSTBa;
Os atos públicos são realizados por vários
movimentos populares com o objetivo tornar
publica as reivindicações dos excluídos
envolvendo cerca de duas mil pessoas
Governo pressionado atende a parte
das demandas apresentada pelos
movimentos.
01 Reunião mensal com lideranças
jovens com o objetivo de ajudar na
organização das Oficinas de Formação
Política culturais;
20 jovens que participam do Projeto
Tramando a Paz estão presentes as reuniões
Jovens lideranças participando das
iniciativas comunitárias.
Acompanhamento em reunião
quinzenal aos monitores das Oficinas
Culturais (dança, capoeira, futebol) e
Oficinas de Formação política;
08 monitores que acompanham as Oficinas
culturais para discutir e encaminhar as
dificuldades apresentadas pelos grupos,
pelos jovens, discutir posturas pedagógicas,
Jovens distantes das possibilidades de
aderir tráfico de drogas.
Realização de 02 Oficinas semanais de
capoeira, dança, futebol (os monitores
são responsáveis pela realização
dessas oficinas;
72 oficinas (em 3 comunidades). As Oficinas
acontecem dentro das comunidades em
espaços que são emprestados pelas igrejas,
centros, comunitários, escolas públicas
Jovens distantes das possibilidades de
aderir tráfico de drogas.
26
Atividades Programadas 2008 Indicador quantitativo Efeitos
03 Seminários de Formação Política
realizado em cada comunidade (09
durante o ano) para discussão de
temas demandados pelos grupos de
jovens;
Cerca de 200 jovens participam dos
Encontros de Formação política – cidadã
02 Encontros de articulação de jovens
lideranças realizado na região
sudoeste da Bahia envolvendo as
comunidades urbanas e rurais
assessoradas pelo CEAS;
02 Encontros de articulação envolvendo
cerca de 200 jovens. Um dos Encontros
aconteceu em Salvador e outro na região
sudoeste na cidade de Encruzilhada. Esses
Encontros têm por objetivo articular jovens de
regiões diferentes, mas que vivenciam
problemas semelhantes
Apoio ao grupo de Mulheres da
comunidade do Alto das Pombas no
desenvolvimento do Projeto Trilha das
Ancestrais;
O Grupo de Mulheres do Alto das Pombas é
uma referencia histórica no trabalho por
equidade de gênero em Salvador e articula
mulheres de várias comunidades para ações
de defesa dos direitos humanos.
27
Atividades Programadas 2008 Indicador quantitativo Efeitos
05 Encontros organizado junto com
grupos de mulheres para discussão de
temas: (Importância dos Movimentos e
suas Lideranças, o que é economia
solidária, porque comemorar o dia 8
de março, Lei Maria da Penha: um
instrumento para coibir a violência
contra a mulher, dinâmicas de grupos
visando facilitar a interação entre as
mulheres);
05 comunidades que têm grupos de mulheres
organizados convidaram o CEAS para
debates participando desses eventos cerca
de 600 mulheres
Equidade da relação de gênero sendo
discutida e aprofundada entre homens e
mulheres lideranças e moradores de
comunidades urbanas e
assentamentos.
5.1.2. PROGRAMA RURAL
Atividades Programadas em 2008 Indicador quantitativo Efeitos (resultados)
Realizados 02 Módulos do Curso de
Formação Política para lideranças do
CETA;
50 lideranças por modulo;
A cada visita contato com aproximadamente
20 a 50 moradores;
Trabalhadores (ras) mobilizados e
defendendo os direitos fundamentais;
Ampliação das conquistas por terra e
28
Atividades Programadas em 2008 Indicador quantitativo Efeitos (resultados)
12 Visitas aos acampamentos
24 Reuniões com os trabalhadores
assentados
12 Oficinas (leitura, música, teatro,
folclore local, história social local);
08 Elaborações de peças jurídicas e
acompanhamento dos processos
junto aos órgãos do governo;
Apoio aos trabalhadores e lideranças
nos processos de negociação e
cobrança das reivindicações junto a
órgãos públicos.
Elaboração de 01 Cartilha, 05
panfletos como peças de auxilio a
capacitação e mobilização;
02 Cursos sobre direção de
De cada reunião participam 80 trabalhadores;
De cada Oficina participam 25 lideranças;
De cada reunião participam 30 a 70
trabalhadores (ras);
As peças jurídicas visam representar os
direitos de aproximadamente 600 famílias;
Cartilhas e panfletos atingem cerca 01
pessoa;
Cada curso participou 30 assentados;
De Cada encontro participam 20 lideranças;
De Cada mobilização participam cerca de mil
pessoas;
De Cada Oficina participam 25 mulheres e 10
homens;
Participaram 75 jovens;
crédito agrícola;
Associações, grupos de jovens e
movimentos populares fortalecidos e
protagonizando lutas;
Trabalhadores acampados
resistindo/mobilizados e negociando
com o governo a posse definitiva da
terra;
Assentados se preparando para iniciar a
produção agrícola;
29
Atividades Programadas em 2008 Indicador quantitativo Efeitos (resultados)
cooperativas e sobre cooperativismo;
06 Encontros com coordenadores de
associações e técnicos;
Apoio e participação em Mobilizações
(Grito dos Excluidos, Abril vermelho,
comemoração do 8 de março) ;
8 Oficinas sobre tematicas
relacionadas a equidade de gênero
(importância dos Movimentos e suas
Lideranças, o que é economia
solidária, porque comemorar o dia 8
de março, Lei Maria da Penha: um
instrumento para coibir a violência
contra a mulher, dinâmicas de grupos
visando facilitar a interação entre as
mulheres);
01 Encontro de Articulação entre
jovens da Região sul - sudoeste e
De Cada Oficina participaram 15 jovens.
30
Atividades Programadas em 2008 Indicador quantitativo Efeitos (resultados)
Salvador com o objetivo de articular
ações em rede entre os grupos de
jovens apoiados pelo CEAS nas 03
regiões;
Realização de 10 Oficinas de
Formação em temas próximos aos
jovens (identidade camponesa,
juventude e movimentos populares,
sexualidade, conjuntura brasileira e
mundial, papel de uma liderança
popular).
31
5.2. EFEITOS DO PROJETO
5.2.1. ALCANCE DOS OBJETIVOS DO PROJETO
Ao analisarmos o alcance do Objetivo do Projeto: “movimentos populares
urbanos e rurais, articulados, se organizam e interferem em políticas publicas
conseguindo melhores condições de vida para as populações das periferias
urbanas, assentamentos e acampamentos” pudemos dizer que foi parcialmente
alcançado. A proposição inicial de contribuir para articular movimentos populares
rurais e urbanos esta baseada na concepção de que pessoas com demandas
semelhantes devem agir em redes, assim se fortalecendo para reivindicar e
pressionar o governo (estado) em busca da superação da desigualdade social de
parte significativa da população que contribui para produção da riqueza do país, mas
esta excluída dos benefícios sociais.
Entretanto, os movimentos sociais são atores
autônomos e independentes e processos de
articulação devem ser protagonizados pelos
próprios movimentos. Algumas iniciativas
foram apoiadas pelo CEAS: a Mobilização
realizada em abril de 2009 (de 27 de abril a 06
de maio) articulou quilombolas, assentados,
acampados, somando 700 trabalhadores e
trabalhadoras que marcharam até a Salvador
(capital do Estado da Bahia) tendo destino acampar na sede da Secretaria da
Irrigação e Reforma Agrária (SEAGRI).
A mobilização baseou-se na reivindicação de promessas assumidas pelo governo e
não atendidas: Os recursos para desapropriação de terra, aprovado no
orçamento de 2009, R$ 957 milhões foram reduzidos em 41%; Os recursos
aprovados para Assistência Técnica, destinada orientar as famílias
assentadas, previstos para 2009, eram de R$ 224 milhões, foram reduzidos
para R$135 milhões; redução também de 41%; Para o Programa Nacional de
Educação nas Áreas de Reforma Agrária – Pronera, estavam previstos de R$
69 milhões - foram cortados em 62%, baixando para apenas R$ 26 milhões;
32
Desde 2003 os trabalhadores rurais
esperam a resposta de uma proposta
para reflorestamento nos
assentamentos de reforma agrária, que
previa apoio para as famílias
campesinas reflorestar dois hectares
de sua área; Neste cenário o CETA se
mobilizou para cobrar os
compromissos assumidos desde 2007
pelo Governo Estadual e Federal.
A Pauta de reivindicação dessa mobilização contava com pontos importantes para a
melhoria da qualidade de vida de trabalhadores rurais vindos de 15 municípios do
Estado da Bahia. A condição colocada pelos trabalhadores através dos seus
representantes, que dialogavam com o governo, era de que a SEAGRI seria
desocupada pelos trabalhadores quando a pauta fosse negociada diretamente com
o Governador do Estado Sr. Jaques Wagner: Construção de 900 casas, de 03
Centros de Formação Educacional; de 02 galpões e 02 pontos de
comercialização; Reforma de 1.500 casas; Recuperação de 300 km de estrada;
Instalação de Energia Elétrica em 10.836 pontos; Assistência Técnica sob o
controle dos/as Assentados/as; Demarcação e titulação dos territórios de
quilombo; Infra - estrutura para as comunidades quilombolas e Projetos de
Assentamento; Esgotamento da pauta de 2007; Concretização das demandas
de 2008; Recursos para conclusão dos cursos do PRONERA que estão em
andamentos e liberação de novos projetos; Liberação dos recursos para infra-
estrutura dos assentamentos; Obtenção de terra para a Reforma Agrária
acompanhada dos projetos de implantação; Garantia das CESTAS BÁSICAS
para todas as famílias acampadas. O Movimento foi recebido pelo Governador,
porém, até o final de 2009 apenas alguns recursos financeiros foram liberados para
dar continuidade a projetos do PRONERA. As reivindicações importantes, que
contribuíram para mudanças significativas, continuam apenas como promessa.
33
No âmbito urbano os movimentos populares e entidades de base (associações de
moradores, grupos de jovens, grupos de mulheres) têm uma dinâmica de atuação
diferente em relação ao mundo rural. A articulação entre os “iguais” é mais difícil. O
individualismo e burocratização são características recorrentes quando se analisa os
movimentos populares urbanos, embora observadas também nos movimentos
rurais, essas questões tendem a ser superadas pela distancia geográfica entre o
governo estadual e as lideranças e pela ação coletiva desses movimentos, enquanto
que no contexto urbano as lideranças são mais acessíveis inclusive por políticos dos
diversos partidos, estão próximas aos diversos órgãos do governo facilitando a
negociação com cada associação de moradores ou grupo que procura diretamente o
atendimento através da intermediação partidária (clientelismo). As lideranças e
Associações de moradores são cooptadas ao serem atendidas reivindicações
pessoais (emprego para um membro da família, cestas básicas, liberação de
terrenos para uma família, etc.) ou relativas aquela comunidade (a instalação do
Posto médico, asfalto e m uma rua). Esse processo acaba por enfraquecer as
ações de caráter coletivo que propõe m2udanças estruturais para os pobres da
cidade.
Em Salvador apenas um Movimento popular, considerado mais independente, se
organiza em torno da defesa da moradia e políticas públicas para os pobres. O
34
Movimento Sem-Teto da Bahia (MSTB) foi fundado em agosto de 2003, após uma
série de ocupações de terrenos ocorridas na cidade de Salvador, precisamente nos
bairros de Mussurunga e na Estrada Velha do Aeroporto. O Movimento foi
organizado por pessoas que se abrigavam, precariamente, em espaços públicos
como: pontes e viadutos ou habitavam as perigosas áreas de encostas localizadas
no subúrbio8 ou moravam de favor em casas de parentes ou, ainda, por aqueles que
pagavam valores considerados altos pelo aluguel de um imóvel precário. Nos anos
de 2005 e 2006 o MSTB passou por um período de estruturação e organização
interna, construindo fóruns coletivos de decisão e participação, potencializou a
mobilização dos sem teto e consolidou a estratégia de ocupações de terrenos e
prédios públicos abandonados.
O MSTB fortaleceu-se e vem firmando a sua liderança enquanto movimento.
Atualmente contabilizam - se 22 ocupações (em terrenos públicos e prédios sem
uso9). São 6 mil famílias ocupando terrenos e prédios, essas conquistas só foram
possíveis através da luta coordenada pelo movimento. 10 mil famílias estão escritas
em um cadastro elaborado pelo MSTBA esperando as próximas oportunidades de
ocuparem e construir suas casas.
Ao apoiar os movimentos, associações10 e grupos de moradores, o CEAS tem como
objetivo fortalecer o povo na busca por soluções para superação dos problemas.
Uma dificuldade, entre outras, é a resistência que lideranças dirigentes demonstram
em dialogar e encontrar caminhos para ações conjuntas. Um largo passo foi dado na
perspectiva de ampliar a articulação entre os movimentos atuantes em uma mesma
região buscando a sinergia possível para fortalecer mudanças mais estruturantes:
8 Essas áreas fazem parte de uma falha geológica que corta a cidade desde o Bairro da Graça (habitado por pessoas da
classe econômica mais alta) até o subúrbio onde moram os pobres. Essa parte da cidade é desprovida de infra – estrutura e os barracos construídos em cima das encostas caem no período de chuvas intensas causando tragédias fatais. Muitas famílias já perderam parentes com o desabamento dos barracos. Ao terminar o inverno as famílias re constroem os barracos, pois não há espaço em lugares mais seguros. 9 Esses prédios estão localizados no centro da cidade onde até o inicio dos anos 1990 funcionavam importantes sedes de
bancos, empresas e escritórios. Hoje esses imóveis estão desvalorizados. A cidade de Salvador se expande para o vetor norte onde o capital imobiliário investe em prédios modernos e condomínios de alto luxo 10
Há associações de moradores que não estão ligadas ao movimento de moradia. Agem de forma independente e têm suas próprias estratégias de pressão e mobilização. Em geral estão localizadas em favelas cuja terra não esta em situação de conflito, mas as condições de habitação são muito precárias. O CEAS trabalha tanto com movimentos organizados e coletivos que tem abrangência regional quanto com associações mais localizadas na favela ou no bairro
35
nos encontros, reuniões, eventos de formação política organizados pelo CEAS são
convidados diferentes lideranças de movimentos e associações de moradores,
propiciando que se conheçam e quebrem as resistências. Estamos no inicio de um
processo, ainda é cedo para prevermos o futuro.
Outra dificuldade é a articulação entre os movimentos urbanos e rurais. Em 2005
organizamos uma mobilização aonde os movimentos rurais vieram para Salvador,
encontrando os movimentos urbanos, suas lideranças conviveram por 15 dias,
trocaram experiências e realizaram manifestações em conjunto. O resultado foi
importante na medida em que apresentaram pautas comuns ao governo e
pressionaram conjuntamente pelo atendimento a reivindicação por melhores
condições de vida e efetivação das políticas publica. O aprendizado que a equipe do
CEAS e as lideranças comunitárias levaram dessa experiência: a articulação entre
os movimentos é importante para o processo de luta, porém existem dificuldades
concretas para exercitá-lo: falta de recursos para financiar transporte entre as
cidades, a unificação das pautas, o que exige profundo processo de discussão, o
fato de cada liderança e movimento estar em processos diferentes de formação e
compreensão da realidade. Contudo, a estratégia de articulação dos movimentos
sociais para ações conjuntas continua dando passos. É possível que através das
iniciativas de formação política destinadas a fortalecer jovens lideranças, envolvendo
grupos da cidade e das áreas rurais, a articulação dos movimentos urbanos e rurais
avance.
Enquanto essa articulação não acontece à construção de moradia, instalação de
postos policiais, infra-estrutura urbana, saneamento básico e construção de escolas
são efeitos obtidos através da ação política e reivindicativa das associações de
moradores, conselhos e grupos organizados de jovens e mulheres. Essas
conquistas, embora, importantes não se traduzem na efetivação de políticas publicas
destinadas a maioria dos pobres, essas vitorias são localizadas e atendem aos
grupos mais organizados e com força setorizada. Assim, comunidades como Bairro
da Paz, Gamboa, Marechal Rondon, Centro Histórico através de um longo processo
de luta conseguiram efetivar seus direitos por moradia e melhorar o transporte
publico, saneamento, serviços públicos de saúde, educação e segurança. Há certa
articulação entre essas comunidades, porém na cidade de Salvador existem cerca
36
de 400 favelas. Em algumas dessas favelas há associações de moradores ou
equivalentes, mas na maioria destas a população não se organiza para reivindicar
ou propor ao Estado mecanismos de efetivação das políticas publicas já existentes.
É um desafio para entidades de apoio e assessoria deslanchar um processo de
articulação entre a maioria das comunidades localizadas nas regiões de periferia da
cidade onde a desigualdade, em sentido amplo, é observada.
5.2.2. OBSERVAÇÃO DE OUTROS EFEITOS IMPORTANTES
O objetivo central do Projeto, ainda que de forma localizada nas comunidades
atendidas, vem sendo alcançado. O desafio é ampliar essas conquistas para os
pobres que moram (ou estão desabrigados) nas favelas da cidade.
Os efeitos não previstos no projeto, mas que vem se colocando como importantes
são: maior organização dos jovens integrantes dos movimentos rurais e urbanos;
maior participação de jovens e mulheres em eventos de reivindicação e mobilização;
mulheres, ainda em pequeno número, recebendo títulos de terra; mulheres e jovens
ocupando cargos de direção nos movimentos, compreensão por parte dos
movimentos e associações sobre a necessidade de maior sinergia e ações
conjuntas.
6. CONCLUSÕES
6.1. CONCLUSÕES PARA O FUTURO PLANEJAMENTO
A título de conclusões há a perspectiva de realizar uma avaliação do Programa
Urbano em 2010. A realidade aponta para maior conhecimento sobre o
planejamento urbano de forma a ajudar os movimentos de moradia a se anteciparem
37
em suas reivindicações e propostas de políticas para melhorar a sua participação
enquanto usuário dos bens produzidos, favorecer o dialogo entre movimentos e
governo no tocante ao uso de imóveis vazios para habitação popular, tomando o
exemplo do que acontecendo em São Paulo e em outras capitais. As estratégias de
formação política cidadã, mobilizar e articular os movimentos, assessorar o povo em
suas reivindicações são estratégias ainda válidas.
Outro aspecto importante a ser
observado como perspectiva futura diz
respeito à temporalidade da equipe em
cada comunidade ou favela. A equipe
deve ter maior clareza quanto aos
objetivos e resultados/efeitos a serem
alcançados propiciando mudanças reais
e duradouras, assim, o tempo destinado
a cada comunidade estará orientado pelo
alcance (ou não) dos objetivos e efeitos. Atualmente a equipe permanece por muitos
anos assessorando uma comunidade e a cada demanda superada outra se
sobrepõe.
Quanto à composição da equipe entendemos que é necessário trabalhar forma
multidisciplinar em busca da superação dos desafios, nesse sentido, deve compor a
equipe um advogado que encaminhe juridicamente as questões de regularização
fundiária, um urbanista que detenha conhecimentos técnicos sobre planejamento, as
estratégias de formação, mobilização e organização dos movimentos continuam
sendo à base de atuação da equipe, porém amparadas por estes novos
profissionais.
6.2. EXPERIÊNCIAS E CONHECIMENTOS IMPORTANTES A PARTIR DO DESENVOLVIMENTO
DO PROJETO
O processo de conhecimento e experiência é dinâmico, ocorre em mão dupla entre
os assessores e lideranças. O CEAS acredita que as discussões coletivas e a
transparência de posições políticas devem alicerçar a relação entre os membros das
equipes e os públicos atendidos, assim, a riqueza das aprendizagens pode ser
38
observada tanto numa simples conversa informal quanto em processos mais
elaborados. O tripé prática-reflexão-prática ajuda a orientar a sistematização de
aprendizagens:
a) Favorecer a compreensão dos públicos a respeito da conjuntura e estrutura
de sociedade no Brasil e no mundo é fundamental para que esses públicos
construam sujeitos e organizações autônomas e protagonistas e lutem
pelos seus direitos;
b) Ignorar os direitos tanto os consuetudinários quanto aqueles legalmente
constituídos (em grande medida fruto da luta dos movimentos)
enfraquecem o poder dos trabalhadores (muitos dos quais vivendo em
situação de trabalho escravo ou semi-escravo); o poder das mulheres na
busca por equidade; a luta dos pobres por condições dignas de vida;
c) A Articulação entre sujeitos, comunidades, grupos e movimentos com
demandas semelhantes podem potencializá-los na busca de soluções mais
coletivas capazes de produzir reais mudanças;
d) As entidades de assessoria/apoio aos movimentos devem, a cada dia,
procurar se capacitar para responder aos desafios colocados pela
conjuntura e pela correlação de forças dentro e fora do país;
e) As ações definidas a partir de demandas concretas e discutidas pelas
organizações e públicos atendidos têm maiores chances de produzir
impacto em realidades marcadas pela pobreza;
f) Estreitar o diálogo entre públicos atendidos e apoiadores financeiros dos
trabalhos desenvolvidos pelas organizações locais de assessoria aos
movimentos e grupos, associações, comunidades é fundamental para
compreensão das fragilidades e desigualdades a serem superadas.
39
ANEXOS
Breve descrição sobre a metodologia:
As equipes do CEAS são formadas por profissionais que agem de maneira
integrada. O diálogo direto e permanente envolvendo os membros das equipes e
públicos é o método que possibilita a democratização do saber, e da tomada de
decisões coletivas.
Parte significativa do publico não detém a leitura e escrita o que dificulta a
interlocução, mas de modo nenhum se constitui em obstáculos aos processos de
transmissão das informações ou processos de formação política. O publico não
letrado possui larga experiência de vida o que possibilita o desenvolvimento das
atividades de forma satisfatória. Para facilitar a interação com os públicos, estreitar
os laços de convivência entre os membros da equipe e os públicos (lideranças,
jovens e mulheres) vários instrumentos metodológicos são usados conforme o perfil
de cada comunidade:
a) Visitas: a convivência com o povo em sua casa, nas roças, nas sedes das
associações de moradores, dentro dos bairros, assentamentos e
acampamentos permite criar vínculos de confiança e estreitar os objetivos
políticos e solidariedade com as pessoas. As visitas são momentos de
convivência significativos tanto para os membros das equipes quanto para o
publico;
b) Encontros – seminário: Esses instrumentos são importantes para que as
informações e processos de formação política aconteçam coletivamente. A
organização de um Encontro (para discutir propostas, questões ligadas ao
movimento e a luta) ou seminário (para estudo e discussão de temas
importantes sobre a conjuntura política ou conhecimento técnico) é um
momento coletivo tanto participam as lideranças quanto os membros das
equipes do CEAS;
c) Oficinas: Nesse caso todos se envolvem no processo de criação coletiva.
Assim, as oficinas culturais (capoeira, futebol, dança, artesanato) o monitor
propõe uma dinâmica de criação e todos participam. Há ainda as oficinas de
40
elaboração de propostas, documentos onde as pessoas são convidadas a
refletirem e depois colorem suas posições seja através da “fala” ou escrita;
d) Redes: as pequenas REDES são instrumentos de troca de experiência entre
grupos mais adiantados em processos organizativos e aqueles que estão
iniciando
e) Mobilizar: essa ação significa, dentro da metodologia usada pelo CEAS,
possibilitar que os públicos estejam pensando e agindo em favor da sua
participação nos processos coletivos de melhoria da vida. Mobilizar um sujeito
ou o coletivo para estar disponível para as ações pressupõe interagir,
conviver, dialogar, discutir sobre as questões e problemas a serem superados
num processo de luta;
f) Pressão ao governo: é uma ação coletiva com o objetivo de “despertar” o
governo para atender as pautas negociadas ou promessas feitas durante as
grandes mobilizações. As mobilizações podem ser representadas através de
passeatas, caminhadas, ocupação de prédios públicos, reunião com o
governo, interditar uma rodovia com o objetivo de chamar atenção para o
problema e forçar o governo a abrir um canal de diálogo;
LISTA DE ABREVIATURAS
a) CETA – Coordenação Estadual de Trabalhadores na Agricultura
b) INCRA – Instituto Nacional do Credito e Reforma Agrária
c) MPA – Movimento dos Pequenos Agricultores
d) MSTBa – Movimento do Sem Teto da Bahia
e) PRONERA - Programa Nacional de Reforma Agrária
f) APD - CAIS – Centro de Assessoria a Iniciativas Populares
g) CPT – Comissão Pastoral da Terra
h) CIMI – Conselho Indigenista Missionário
i) FASE – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional
j) UFBA – Universidade Federal da Bahia