Anais do V Simpósio Internacional Lutas Sociais na América Latina “Revoluções nas Américas: passado, presente e futuro”
ISSN 2177-9503 10 a 13/09/2013
GT 4. Imperialismo, nacionalismo e militarismo na América Latina 94
GT 4. Imperialismo, nacionalismo e militarismo na América
Latina
Relato de pesquisa sobre o primeiro e o segundo encontros do ciclo “Pensamento Brasileiro Sobre Defesa e Segurança”
Alexandre Arienti Ramos1
Resumo: Em 2003, logo após a posse do governo PT, foi iniciado um ciclo de debates, organizado pelo Ministério da Defesa, BNDES e Ministério da Ciência e Tecnologia, envolvendo militares, empresários, intelectuais, e políticos, tendo em vista o desenvolvimento do pensamento nacional sobre defesa. Estes debates, mesmo não sendo consensuais, tiveram como principal resultado a elaboração de um conjunto de propostas para a Política de Defesa brasileira. Em 2008 é por fim lançado o PND, Plano Nacional de Defesa, influenciado pelo conteúdo dos oito encontros de discussão realizados entre 2003-2004. O texto que o leitor tem em mãos é um passo inicial na análise dos dois primeiros encontros realizados entre 2003-2004. Apresentaremos os debatedores, suas articulações políticos-institucionais e os principais pontos de conflito e concordância perceptíveis nas suas falas. Palavras Chave: Políticas de Defesa; Indústria de Defesa Brasileira; Políticas Públicas; Estado Ampliado.
Em Dezembro de 2004 foi criado na FIESP o Comitê da Cadeia Produtiva da Indústria de
Defesa, COMDEFESA, transformado em Setembro de 2007 no Departamento da Indústria de
Defesa. Este departamento é organizado em torno de três divisões: Mercado Internacional de
Produtos de Defesa; Inovação Tecnológica em Soluções para Defesa; Competitividade para a
Indústria Nacional de Defesa. A FIESP não esta só neste súbito interesse pelo setor. Em 2010
a Odebrecht entrou em acordo com o grupo francês DCNS no bilionário contrato de
construção dos estaleiros para o fabrico de submarinos contratados pelo Brasil à França.
1 Mestrando do Programa de Pós Graduação em História da UNIOESTE
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A DCNS, controlada pelo governo da França, formou uma sociedade de propósito
específico (SPE) com a Odebrecht para a construção dos submarinos. A SPE, chamada de
Itaguaí Construções Navais (ICN), tem como acionistas a Odebrecht, com 59%, e a DCNS,
com 41%. A Marinha do Brasil, por meio da Emgepron, tem ação especial (golden share)
que lhe dá direito de veto em determinadas decisões.(GÓES, 2010)
Além disso, em Junho de 2010 a Odebrecht uniu-se ao conglomerado europeu de defesa
EADS em uma joint venture.
A divisão de defesa e segurança do consórcio europeu EADS planeja explorar o potencial
do mercado de defesa brasileiro desenvolvendo equipamentos e soluções para os programas
de modernização das Forças Armadas brasileiras. A porta de entrada é a recente joint
venture formada com a Odebrecht no Brasil. (...) A joint venture, de acordo com Zoller, vai
atuar nas áreas de sistemas para vigilância costeira e de fronteiras e também de guerra
eletrônica.(SILVEIRA, 2010)
A notável movimentação da Odebrecht no campo de defesa não parou. Em 2011 comprou o
controle acionário da Mectron, fabricante brasileira de mísseis, e ainda em 2011 criou seu
braço de defesa a Odebrecht Defesa e Tecnologia presidida por Roberto Simões. Odebrecht e
FIESP não estão só. A Embraer comprou a Orbisat, empresa fabricante de radares, e tem
incrementado sua atuação no campo da defesa, com a promoção de vendas de seu avião
turboélice de treinamento e ataque Super Tucano, e com um conjunto de parcerias para o
projeto do cargueiro multipropósito encomendado pela FAB KC-390. A Fabricante de
veículos Iveco recebeu do EB uma encomenda de seu novo veículo blindado, Guarani, que
está na casa das milhares unidades. A Andrade Gutierrez, por sua vez, uniu-se ao grupo
francês Thales. A Helibras, subsidiária da Eurocopter, grupo EADS, assinou em 2008 um
contrato de € 1,8 bilhão para fornecer 50 helicópteros EC725 às Forças Armadas brasileiras.
Poderíamos nos delongar em muitos outros exemplos, mas julgamos desnecessário. O fato é
que é perceptível, desde pelo menos 2008 uma grande efervescência na indústria militar
brasileira.
O surto de investimentos na indústria militar não é um fato gratuito, ou consequência da
expansão natural do setor, mas resultado de um conjunto de políticas adotadas e elaboradas
desde, pelo menos, 2003. Em 2003, logo após a posse do governo PT, foi iniciado um extenso
ciclo de debates, organizado pelo Ministério da Defesa, BNDES e Ministério da Ciência e
Tecnologia, envolvendo militares, empresários, intelectuais, e políticos, tendo em vista a
reorganização dos parâmetros estratégicos de Defesa para Brasil.(DAGNINO, s.d) Os
resultados destes debates foram organizados pelo Ministério da Defesa em quatro volumes
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intitulados Pensamento Brasileiro Sobre Defesa E Segurança. Estes debates, como aponta
Dagnino, não foram consensuais nem entre seus participantes nem entre os grupos mais
amplos do setor militar. Porém, tiveram como principal resultado a elaboração de um
conjunto de propostas para a Política de Defesa brasileira. Marcadamente: a reorganização da
disposição dos efetivos no território nacional, aumento do efetivo, mudanças no caráter
operacional visando formações menores e de maior mobilidade, especial enfoque a área
amazônica e da Bacia de Campos, incentivo a P&D na área de defesa e revitalização do
parque industrial bélico brasileiro sob direção da iniciativa privada e sob proteção de
incentivos governamentais. Porém, este conjunto de propostas não foi, como aponta Raúl
Zibechi de pronto aceito. (ZIBECHI, 2012) Em 2008 é por fim lançado o PND, Plano
Nacional de Defesa.
O PND parte dos 8 encontros de discussão realizados entre 2003-2004 na tentativa de
estabelecer um conjunto de políticas de Estado para a Defesa. Este documento é sucedido por
um novo ciclo de debates, em 2010, e pela elaboração do LBD, Livro Branco da Defesa, em
2012.
O texto que o leitor tem em mãos é um passo inicial na análise de nosso objeto de pesquisa
para a dissertação de mestrado, analisar as Políticas de Defesa nos governos PT, em especial
no que diz respeito à Indústria de Defesa. Trata-se aqui, da análise dos dois primeiros
encontros, de um ciclo de oito, realizados entre 2003-2004. Apresentaremos os participantes,
suas articulações políticas e os principais pontos de contato e concordância perceptíveis. Isto
fazemos tendo em mente que questionamos a existência real, no Estado capitalista, de
políticas públicas feitas em função de um apregoado interesse geral. Como percebemos em
Gramsci o interesse que se apresenta como geral é normalmente o resultado da atuante ação
pedagógica das burguesias no sentido de tornarem geral sua visão de mundo e projeto
político.
O choque frequente entre frações de classe que aspiram à direção política, os processos
decisórios concretos, bem como os lugares sociais dos decisores nos levam a crer que muito
mais que resultado de interesses e conclusões técnicas, as políticas “públicas” são, também
elas, fruto dos conflitos sociais travados intra e entre classes, por meio de seus intelectuais e
aparelhos. Como aponta Sônia Mendonça:
Cabe ao pesquisador verificar quem são os atores que integram esses sujeitos coletivos
organizados, a que classe ou fração de classe estão organicamente vinculados e, sobretudo,
o que estão disputando junto a cada um dos organismos do Estado restrito, sem jamais
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obscurecer que Sociedade Civil e Sociedade Política encontram-se em permanente
interelação. Pensar o Estado significa, portanto, verificar, a cada momento histórico, que
eixo central organiza e articula a Sociedade Civil enquanto matriz produtiva e, ao mesmo
tempo, como essas formas de organização da Sociedade Civil articulam-se no e pelo Estado
restrito, através da análise de seus agentes e práticas.(MENDONÇA, 2007)
Ou segundo Poulantzas:
Ora, o estabelecimento da política do Estado em favor do bloco no poder, o funcionamento
concreto de sua autonomia relativa e seu papel de organização são organicamente ligados a
essas fissuras, divisões e contradições internas do Estado que não podem representar
simples acidentes disfuncionais. O estabelecimento da política do Estado deve ser
considerado como a resultante das contradições de classe inseridas na própria estrutura do
Estado. Compreender o Estado como condensação de uma relação de forças entre classes e
frações de classe tais como elas se expressam, sempre de maneira específica, no seio do
Estado, significa que o Estado é constituído dividido de lado a lado pelas contradições de
classe. (...) As contradições de classe constituem o Estado, presentes na sua ossatura
material, e armam assim sua organização: a política do Estado é o efeito de seu
funcionamento no seio do Estado. (POULANTZAS, 2000)
Não poderemos aprofundar nossa reflexão teórica aqui por conta do espaço que isto
demandaria. Basta, por hora, esclarecermos nossa ambição de entender a elaboração das
Políticas de Defesa e as posições elaboradas no ciclo de debates para além dos meros
debatedores. Pretendemos atingir as suas articulações políticas, institucionais, ideológicas e
sociais que informam as posições por eles defendidas.
A Primeira Rodada de Debates aconteceu nos dias 13 e 14 de Setembro de 2003 no Centro
General Ernani Ayrosa, teve como título “Evolução Do Pensamento Brasileiro Em Matéria
De Defesa E Segurança – Uma Estratégia Para O Brasil” e contou com a participação de seis
debatedores convidados. Seu relatório está descrito na primeira seção do primeiro volume da
coleção “Pensamento Brasileiro Sobre Defesa e Segurança” entre as páginas 17-123. Além
dos textos dos seis convidados, que serão apresentados adiante, há também uma breve
apresentação de teor introdutório feita pelos três organizadores, os senhores José Roberto de
Almeida Pinto, Antonio Jorge Ramalho da Rocha, Roberto Doring Pinho da Silva, e um
Prefácio, assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ressaltando a importância
do encontro como espaço produtor de subsídio para a atuação informada dos decisores
políticos.
A análise dos textos desta primeira rodada nos permitem começar a delinear pelo menos duas
posições fundamentais, as questões centrais na pauta dos debates, e os grupos formuladores
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das posições, para além dos meros indivíduos. Consideramos oportuno iniciarmos pelo
mapeamento das ligações sociais dos três organizadores do ciclo.
-José Roberto de Almeida Pinto é diplomata desde 1979, foi professor de Política
Internacional no Instituto Rio Branco entre 1991 e 1992. Entre 1999 e 2002 atuou
especialmente em tratados e foros internacionais na América Latina e Caribe. Em 2003 sendo,
por fim, nomeado membro do Departamento de Cooperação do Ministério da Defesa,
responsável pela organização do ciclo de debates.
-Antonio Jorge Ramalho da Rocha é doutor em Sociologia pela USP, tem graduação em
Relações Internacionais pela Universidade de Brasília, e Mestrado em Ciência Política no
IUPERJ. Sua área de pesquisa concentra-se em questões de Defesa Nacional e Segurança
Internacional. É Professor do Programa de Relações Internacionais da UNB. Foi Professor
Visitante do Instituto Rio Branco entre 1996 e 1997. Foi, ainda, selecionado para implantar e
dirigir o Departamento de Cooperação do Ministério da Defesa entre 2003-2007.
- Roberto Doring Pinho da Silva entrou na carreira diplomática em 1999. Foi Chefe de
Gabinete do Departamento de Cooperação do Ministério da Defesa a partir de 2003 deixando
o cargo em 2004 a pedido próprio.
A presença de dois diplomatas e um professor de Relações Internacionais que circulou pelo
Instituto rio Branco é mais facilmente compreendida se levarmos em conta que o Ministro da
Defesa responsável pela instituição deste Departamento de Cooperação, o Senhor José
Viegas, é ele também um diplomata de carreira. Viegas, que já havia sido diplomata na
Dinamarca e no Peru, atuava como diplomata na Rússia desde 2001 quando foi chamado em
2003, pelo recém empossado Presidente Lula, para ocupar o cargo de Ministro da Defesa
Além dos três organizadores e do senhor Ministro há ainda a presença de outro personagem
com ligações com o Itamaraty nesta primeira rodada de debates, o Diplomata e então
Secretário Geral das Relações Exteriores Samuel Pinheiro Guimarães. No Itamaraty desde
1963, Guimarães é formado em Ciências Sociais pela UFRJ e tem Mestrado em Economia na
Boston University. Foi professor da UNB entre 1977-1979.
Interessante notar que dos nove nomes envolvidos na primeira rodada de debates, cinco
possuem ligações com o Itamaraty. Destes cinco apenas dois, descontados os organizadores,
tem mais espaço no texto final. Da comparação entre os textos destes dois, os senhores Viegas
e Guimarães, é possível iniciar o traço de uma proposta comum de política de Defesa.
As questões centrais apresentadas nos textos destes dois são: Uma preocupação centrada no
desenvolvimento nacional; A integração Latino-Americana como projeto prioritário; A
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dedução de uma relação entre Forças Armadas e desenvolvimento técnico-científico; A
necessidade de incentivo à Indústria Bélica Nacional; O projeto de fortalecimento e
reorganização da ONU, seu Conselho de segurança, e a atuação preferencialmente em foros
multilaterais de resolução de conflitos e diálogo internacional; Necessidade de um diálogo
conjunto entre militares, burocratas e sociedade civil para as políticas de defesa; O
predomínio de interesses da política externa na agenda de assuntos de Defesa; A definição da
Amazônia como espaço prioritário para futuros investimentos e deslocamento de tropas; A
preocupação com uma atuação imperialista e unilateral por parte dos EUA; A autonomia
nacional como um objetivo básico; O possível uso das Forças Armadas, com cuidados
necessários, em apoio às ações policiais na fronteira amazônica.
Um debatedor que possuí diversos pontos em comum com estes é o senhor Helio Jaguaribe.
Nos anos 50 Jaguaribe atuou no ISEB, Instituto Superior de Estudos Brasileiros. Saiu do país
depois do golpe retornando dos EUA em 1969. Entre 1979 e 2003 foi decano do Instituto de
Estudos Políticos e Sociais, IESP. Participou da fundação do PSDB em 1988 e permaneceu
ativo no partido até ocupar a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Governo Collor, no ano de
1992.
Jaguaribe concorda com os pontos defendidos pelos diplomatas nas seguintes questões: A
importância da Integração Latino-Americana; A centralidade da problemática do
Desenvolvimento nacional como norteadora das políticas de Defesa; A autonomia como
objetivo nacional; A centralidade da Política Externa nos assuntos de Defesa; A importância
do incentivo governamental à Indústria Bélica brasileira; A fronteira amazônica como região
estratégica prioritária; O fortalecimento da ONU e dos espaços coletivos de atuação
internacional como objetivo político; A preocupação com ações unilaterais e imperialistas dos
EUA; A possibilidade de atuação conjunta entre as Forças Armadas e as polícias nas regiões
de fronteira. Além dessas comuns, Jaguaribe possui posições próprias, não defendidas pelo
grupo anterior. Defende o aumento do orçamento militar e uma aproximação maior com o
grupo dos chamados BRICs; sem dúvida o peso maior de sua fala está na necessidade de
elaboração de um projeto Neo-desenvolvimentista para que o Brasil mantenha uma posição de
autonomia em relação às potências globais. Em relação às posições que não compartilha com
o grupo do Itamaraty não são questões irreconciliáveis. Ele aponta a importância do
desenvolvimento tecnológico, mas o liga mais a produção e não faz menção do papel das
Forças Armadas em seu incremento; Também não fala da estrutura de elaboração das políticas
estratégicas, enquanto que a posição do Itamaraty é de um necessário diálogo interministerial
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e com a Sociedade Civil. Percebemos, por fim, que Jaguaribe traça posições em muito
semelhantes às do grupo do Itamaraty, seu projeto aparenta ser plenamente conciliável com o
esboçado pelos diplomatas.
O próximo debatedor de que trataremos é o senhor Mário Cesar Flores. Ele foi Ministro da
Marinha no Governo Collor, entre 1990 e 1992, e Secretário de Assuntos Estratégicos entre
1992 e 1995. É figura carimbada entre os artigos no site do Instituto Millenium, fundado em
2005, portanto dois anos após o ciclo de debates. De sua autoria constam atualmente 34
artigos no site. Também publica com frequência no Jornal O Estado de São Paulo e já o fazia
em 2003, ano do ciclo de debates. Destaca-se sua publicação de 07/01/2009 no Estado de São
Paulo em que satiriza as iniciativas de integração Sul-Americanas. Suas posições
fundamentais diferem em alguns pontos das do grupo representado pelos diplomatas e
também do senhor Helio Jaguaribe, enquanto que os pontos de concordância são menores.
As posições que compartilha com o grupo dos diplomatas são: A Amazônia enquanto espaço
estratégico central; O Incentivo à Industria Bélica; O uso das Forças armadas em apoio às
forças policiais nas regiões da fronteira amazônica. Por outro lado, apresenta duas outras
proposições que estão em discordância com o projeto do Itamaraty. São elas a redução do
pessoal das Forças Armadas, que passaria a ser uma organização mais enxuta e profissional,
com o fim do serviço militar obrigatório. Tal opção tornaria as Forças Armadas uma força de
ação rápida e não mais um poder amplo de defesa nacional nos moldes do exército
republicano convencional ou a pátria em armas. O segundo ponto é uma imperativa mudança
no Orçamento de Defesa. Privilégios salariais e o sistema de pensão dos militares seriam
cortados juntamente com demais gastos salariais desnecessários numa força menor, como a
proposta. Por outro lado, aumentariam os gastos com equipamento, instrução e custeio.
Resumidamente a proposta defendida pelo senhor Mário Cesar Flores é transformar as Forças
Armadas Brasileiras em uma força profissional de ação rápida, bem aparelhada e instruída e
de tamanho diminuto. Configuração que seria ideal para o combate a guerrilheiros e
narcotraficantes na Amazônia, intervenções “humanitárias”, missões de “paz” e manutenção
da ordem interna.
Os dois outros debatedores são os senhores Carlos Ivan Simonsen Leal e Domício Proença
Júnior. Ambos trazem em suas falas uma mesma e única preocupação, por isso deixamos
ambos por último.
Carlos Ivan Simonsen Leal é formado em engenharia pela UERJ, Matemática pelo IMPA, e
possui doutorados em economia pela FGV e pela Universidade de Princeton. É professor da
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FGV desde 1986 e preside a mesma instituição desde 2000. No ano de 1986 atuou ainda
como consultor do Banco Central.
Domício Proença Júnior, por sua vez, é doutor em Estudos Estratégicos pela UFRJ, Mestre
em Política de Ciência e Tecnologia e Engenheiro de Produção pela mesma instituição.
Participou também de cursos na Escola Superior de Guerra. Atualmente é professor da UFRJ
onde coordena o Grupo de Estudos Estratégicos e ministra disciplinas nos cursos de
Engenharia de Produção e do Programa de Política Públicas e Estratégias de
Desenvolvimento. Atuou como consultor do Instituto Militar de Engenharia entre 1997 e
1998, e da fundação Ford em 1998. Presidiu simpósios sobre a Indústria Bélica na década de
1990.
Ambos os debatedores mantém o foco de seus textos em um ponto único central. A
importância de uma gestão profissional e devidamente informada por um corpo burocrático
qualificado na gestão das políticas estratégicas de defesa. Ressaltam a necessidade de se criar
e incrementar espaços responsáveis pela formação deste corpo burocrático. Atualmente o
Itamaraty e a Escola Superior de Guerra precisariam ser acrescidos de outras instituições.
Quanto aos demais pontos postos em pauta pelos outros debatedores, ambos não posicionam-
se de modo perceptível.
A partir da análise deste volume inicial de fontes conseguimos chegar a algumas conclusões.
Percebemos a existência de um projeto claro encampado pelo Itamaraty e Ministério da
Defesa. Tal projeto defende resumidamente a integração Sul-Americana; a preocupação com
o desenvolvimento como tema central; uma via autônoma de Política Externa para o Brasil; o
uso das Políticas de Defesa em favor da Política Externa; E o incremento da capacidade
produtiva, econômica e tecnológica do Brasil e da Indústria Bélica Nacional. Tal posição
encontra coro com o senhor Helio Jaguaribe. Por outro lado, há uma posição divergente,
representada pelo senhor Mario Cesar Flores que quer a redução do aparato militar brasileiro
em favor de uma força menor, mais ágil, melhor equipada e mais bem adestrada, feita com
base numa realocação dos recursos do orçamento atual que favoreça gastos operacionais em
detrimento dos gastos com pessoal. Enquanto que a primeira posição tem uma preocupação
específica com criar e proteger uma via independente de Política Externa, a segunda parece
não preocupar-se com possíveis ações por parte dos EUA ou das potências centrais do
capitalismo e pensa que o melhor a fazer é equipar as Forças Armadas para o combate à
Guerrilhas e Narcotraficantes.
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Os dois últimos debatedores centram-se mais na questão burocrática e institucional de
elaboração das Políticas de Defesa e de formação do pessoal burocrático capacitado para
tanto.
Na continuidade de nossas investigações iremos perceber melhor a articulação dos dois polos
de projeto para a Política de Defesa. A partir da análise das articulações políticas dos
debatedores conseguimos perceber como as ideias defendidas não são resultado de iluminação
individual particular, mas fruto dos espaços ocupados e relações sociais concretas
estabelecidas por eles. Esperamos tornar esta questão mais clara na continuidade de nosso
trabalho.
A Segunda Rodada de Debates aconteceu nos dias 11 e 12 de Outubro de 2003 no Centro
General Ernani Ayrosa, teve como título “Conceitos de Segurança e Defesa – Implicações
Para a Ação Interna e Externa Do Governo” e contou com a participação de seis debatedores
convidados. Seu relatório está descrito na segunda seção do primeiro volume da coleção
“Pensamento Brasileiro Sobre Defesa e Segurança” entre as páginas 125-234.
A análise dos textos da segunda rodada nos permitem aprofundar a percepção das duas
posições fundamentais visualizadas a partir do estudo da primeira rodada, a posição vinculada
inicialmente ao Itamaraty e ao Ministério da Defesa e a defendida, no primeiro encontro, pelo
senhor Mario Cesar Flores, a partir do estudo da segunda rodada mais claramente ligada ao
jornal O Estado de São Paulo e ao grupo que depois organizaria o Instituto Millenium. A
seguir analisaremos os autores da segunda rodada, suas ligações políticas, vínculos
institucionais e as posições defendidas em seus textos.
-Celso Amorim. Diplomata formado no Instituto rio Branco em 1965, pós graduou-se na
Áustria em 1967. Dirigiu a Embrafilme entre 79 e 82. Atuou no Ministério da Ciência
Tecnologia entre 87 e 89, onde cuidou dos assuntos internacionais. Foi Chanceler no Governo
Itamar Franco, entre 1993 e 1994 e no Governo Lula entre 2003 e 2010, cargo que deixou
para ocupar a função de Ministro da Defesa. Celso Amorim já foi Filiado ao PMDB, mas
desligou-se do partido mantendo filiação com o PT desde 2009. Em sua carreira diplomática
participou das reuniões da criação da OMC, da adesão brasileira ao Tratado de Não
Proliferação de Armas Nucleares, e de diversos foros multilaterais da ONU. Foi o
representante Brasileiro na ONU entre 1995 e 1999 e em Genebra entre 1999 e 2002.
Em seu texto Celso Amorim centra o debate sobre 5 posições fundamentais: Preocupação
com a ingerência dos EUA e o risco que a atuação unilateral e pressões feitas pela potência
podem acarretar para uma posição brasileira independente; A defesa do fortalecimento e
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ampliação do Conselho de Segurança da ONU e demais foros multilaterais para a resolução
de conflitos, como via de deter ingerências das nações centrais do capitalismo; A Política
Externa como elemento norteador prioritário das estratégias e Políticas de Defesa; A
importância de um projeto sólido de integração Latino-Americana; E a autonomia nacional
como valor central das Políticas Externa e de Defesa.
Em comparativo com os debatedores do ciclo anterior percebemos uma clara aproximação
entre as posições defendidas por Celso Amorim e o grupo que chamávamos em de diplomatas
ou do Itamaraty. Nos cinco valores centrais defendidos por Amorim ele é acompanhado por
pelo menos um outro agente do grupo. Sua fala é, portanto, afinada com a de alguns dos
debatedores do primeiro ciclo.
-Paulo Delgado, outro debatedor do segundo ciclo, era Deputado Federal pelo PT. Um dos
fundadores do PT, Paulo Delgado teve participação na direção nacional do partido nos anos
80 e 90, com atuação nas agendas de política externa e relações internacionais do PT.
Atualmente, além de Deputado Federal por Minas Gerais, Delgado atua como membro do
Conselho Diretor do Instituto Nacional de Altos Estudos, INAE; Do Conselho Social da
FIESP; Como consultor independente; Presidente do Conselho de Relações Institucionais da
Fecomercio do Estado de São Paulo; Também publica regularmente nos jornais O Globo,
desde 2007, Correio Brasiliense e Estado de Minas.
Delgado compartilha diretamente com Amorim duas posições: A centralidade da Política
Externa na agenda das Políticas de Defesa e a da necessidade de um projeto de Integração
Latino-Americana. Além destes dois pontos, Delgado defende, em concordância com o grupo
do Itamaraty, outros quatro pontos: Desenvolvimento nacional como um objetivo importante
da agenda de Políticas de Defesa; A Amazônia como um espaço estratégico prioritário; A
importância de incentivo à Indústria de Defesa; E relaciona Forças Armadas com
desenvolvimento tecnológico.
O Deputado não possuí ligações diretas com o Itamaraty e mesmo assim compartilha com
pelo menos dois membros do grupo cada uma das questões chaves de sua fala. Tomamos este
dado como um indicativo de que, mais que o projeto do Itamaraty ou dos Diplomatas, este
projeto é o que encontra maior apoio dentro do bloco Dominante. Chamaremos, por hora, este
projeto como o projeto do bloco Dominante. Tal hipótese torna-se mais sólida quando
analisamos o caso do General Rui Monarca da Silveira.
-Rui Monarca da Silveira tornou-se aspirante a oficial da Arma de Cavalaria ainda em 1969.
Fez cursos de Paraquedista, Comandos, Contraguerrilha, Comando e Estado-Maior e o de
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Política, Estratégia e Alta Administração do Exército. Atuou no Estado Maior do Exército, no
gabinete do Ministro do Exército e comandou a 1ª divisão do Exército.
Das 10 questões centrais na fala do General Silveira, oito encontram consonância com as falas
do bloco Dominante. São elas: Relação entre Forças Armadas e desenvolvimento tecnológico;
Projeto de Integração Latino-Americana; Autonomia como objetivo central da política de
Defesa; Fortalecimento da ONU, reforma do Conselho de Segurança, e preferência por
organismos multilaterais de negociação e resolução de conflitos; Preocupação com ação
unilateral dos EUA; Região Amazônica como um dos teatros estratégicos prioritários;
Incentivo à Indústria de Defesa; Uso moderado das Forças Armadas em ações conjuntas com
as polícias na fiscalização das Fronteiras. Os dois pontos restantes não encontram franco
apoio no bloco Dominante, são eles: Desenvolvimento de capacidade regional de projeção de
poder; Incremento da Participação em missões de Paz.
Da comparação entre estes três debatedores e entre os debatedores do bloco anterior
conseguimos vislumbrar a formação, ainda parcial dado o estado inicial da análise do
conjunto das fontes, de um bloco de elaboração e promoção de um projeto específico de
Políticas de Defesa. Chamamos este bloco de bloco Dominante. Ele encontra sua base de
suporte no corpo diplomático, no pessoal do Ministério da Defesa, em parcelas das Forças
Armadas e no Instituto de Estudos Políticos e Sociais. Defendem uma orientação política da
estratégia de defesa voltada para um projeto de desenvolvimento autônomo que preocupe-se
em promover o desenvolvimento geral do país. A integração Latino-Americana, a
reorganização da ONU e a ampliação do Conselho de Segurança, somados à preferência pelos
espaços multilaterais de diálogo e resolução de conflitos gerariam o suporte necessário a este
projeto, bem como assegurariam a defesa de um projeto autônomo em um mundo
militarmente unipolar. Segundo este projeto é ainda necessário promover incentivos à
indústria bélica nacional e ao desenvolvimento de tecnologias de ponta no país. Quanto ao
uso das Forças Armadas em questões de segurança interna, veem como possível o uso
coligado com as forças policiais em regiões de fronteira, principalmente o mar territorial e a
fronteira amazônica. Porém, não admitem seu uso contra movimentos sociais ou no combate à
criminalidade urbana. Esta última questão, a da segurança interna, aparenta ser o ponto onde
há menor concordância no bloco. Apenas um dentre os 3 diplomatas concorda abertamente
com o uso das forças armadas em ações combinadas com as polícias nas regiões de fronteira,
os outros omitem-se de parecer.
Continuemos agora com o estudo dos demais integrantes do segundo ciclo de debates.
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-Antonio Carlos Pereira é jornalista e editor do jornal O Estado de São Paulo e ex-editor da
revista Política e Estratégia. Também é membro do Instituto de Relações Internacionais da
Universidade de São Paulo e do Grupo de Análise de Conjuntura Internacional (Gacint). No
plano internacional participa do The International Institute for Strategic Studies, do Fellow do
Inter-University Seminar on Armed Forces & Society e como consultor para a The American
University no Projeto “Civil-Military Relations and Democracy in Latin America”.
Posteriormente integraria o Instituto Millenium nos Conselhos Editorial e de Governança.
Anteriormente percebemos a existência de uma posição divergente, representada pelo senhor
Mario Cesar Flores, também ele com relações de publicação frequente no jornal O Estado de
São Paulo, e posteriormente no Instituto Millenium. Percebemos uma articulação entre as
posições defendidas por Pereira e por Flores. Eles concordam em três itens e discordam
claramente em um. No entanto, tem em comum um conjunto importante de posições
fundamentais. São elas: O projeto de Forças Armadas profissionais, bem equipadas, menores
e mais ágeis especialmente preparadas para ação antiguerrilha e missões de curta duração e
rápido emprego; A manutenção do orçamento de Defesa atual com redistribuição das verbas,
redução dos gastos com pessoal e inativos e incremento dos gastos operacionais e com
equipamento e a Amazônia como espaço central para a Estratégia de Defesa. Além destes três
pontos, Pereira aponta outros que não são citados por Flores, mas nem por isso estão em
discordância com ele: A proposta do incremento da participação brasileira em missões de paz
promovidas pela ONU e por outros órgãos multilaterais, não excluindo-se OTAN e OEA;
defende a ideia de que a gestão da Política de Defesa deve ser feita baseada em critérios
técnicos e por uma burocracia preparada, sem ingerência direta de atores políticos. A única
discordância entre os dois é na questão do uso das Forças Armadas em operações conjuntas
com a polícia, coincidentemente o ponto mais sensível no bloco Dominante. Enquanto que
Flores é favorável a que estas operações ocorram nas regiões de fronteira, Pereira é
radicalmente contrário a qualquer uso policialesco das Forças Armadas. Feita esta ressalva as
posições dos dois são plenamente conciliáveis e complementares. Juntos formam aquele que
por hora chamamos Bloco Divergente. Bloco Divergente e Bloco Dominante não opõe-se em
todas as questões. Há concordância no que diz respeito á importância da Amazônia como
região estratégica, no incentivo à Indústria de Defesa, e na necessidade do fortalecimento da
ONU, ampliação do Conselho de Segurança e incremento dos órgãos multilaterais nas
relações internacionais.
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-Arthur Xavier Ferreira é coordenador executivo da Vale do Rio Doce, esta foi a única
informação que conseguimos a respeito dele até agora. As posições defendidas por Ferreira
são extremadas em alguns pontos e não enquadram-se em nenhum dos dois blocos percebidos
até agora. Por um lado concorda com o bloco Dominante no que diz respeito: Preocupação
centralizada no desenvolvimento nacional; Que as Estratégias e Políticas de Defesa devem ser
geridas e gestadas por um conjunto amplo de atores políticos, não apenas um corpo
burocrático; Relação estreita entre as Forças Armadas e o desenvolvimento técnico e
científico; Necessidade de incentivos à Indústria Bélica nacional; Amazônia como espaço
central na Política de Defesa. Por outro lado, alinha-se com o Bloco Divergente no que diz
respeito à formação de Forças Armadas profissionais, menores e mais ágeis. Defende ainda
posições de nenhum dos dois blocos no que diz respeito à: Necessidade de desenvolver a
capacidade de projetar poder no cenário regional; e posições extremadas na ideia de que as
Forças Armadas devem atuar ativa e constantemente em assuntos de ordem interna em defesa
do empresariado nacional, combate à criminalidade; Ainda defende a parceria público-privada
ma gestão e levantamento de recursos referentes ao orçamento de Defesa.
Não temos no momento condições de enquadrar o senhor Ferreira em nenhum dos
blocos perceptíveis. Suas posições, porém, são extremas. Inclusive defendendo o uso das
Forças Armadas contra “meia dúzia de índios”2 que ocupem ferrovias na região Amazônica.
Defende, em fim, as Forças Armadas a serviço do empresariado, especificamente da Vale do
Rio Doce.
-Márcio Thomaz Bastos, é o último debatedor de que trataremos neste texto. Ele é advogado
criminalista e tornou-se ministro da Justiça no governo Lula, a partir de 2003. Atuou na OAB
nos anos 80 e 90 e participou ativamente do processo de impeachment do então presidente
Collor. Como Ministro da Justiça viria a ser um dos responsáveis diretos pela reorganização
da Política Federal e criação da Força Nacional de Segurança.
Thomaz Bastos centra sua preocupação sobre as questões da Defesa e da Segurança,
especialmente em relação ao papel proposto para as forças Armadas nestes pontos. Defende o
não uso das Forças Armadas em qualquer questão interna referente às forças policiais, assunto
interno é caso de polícia cabe às Forças Armadas apenas a defesa contra agentes externos.
2 FERREIRA, Arthur Xavier, Conceito Econômico-Tecnológico Para A Defesa Nacional: A Questão Da Amazônia E Da
Tecnologia De Ponta In; Reflexões sobre defesa e segurança : uma estratégia para o Brasil / org, ALMEIDA et all.
Brasília, Ministério da Defesa, Secretaria de Estudos e de Cooperação, 2004. (Pensamento brasileiro sobre defesa e segurança
v.1, P.193
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Como apontamos acima conseguimos perceber, após a análise das duas primeiras rodadas de
debates a conformação de dois polos do debate, o Bloco Dominante e o Bloco Divergente. Na
continuidade de nossa pesquisa, procuraremos analisar de forma mais detida a articulação
destes dois blocos, e demais que surjam a partir da análise das fontes, por meio do estudo dos
outros seis encontros dos ciclos de debate.
Referências
DAGNINO, Renato, Em que a Economia de Defesa pode ajudar nas decisões sobre a
revitalização da Indústria de Defesa brasileira? OIKOS, Rio de Janeiro, nº 9, ano VII, pg 113-
137. sd. GÓES, Francisco. Fornecedor brasileiro ganha espaço no projeto de submarino francês. Disponível em:
<http://www.valor.com.br/arquivo/840503/fornecedor-brasileiro-ganha-espaco-no-projeto-de-
submarino-frances#ixzz28RWtGcQg> Acesso em: 10 Janeiro 2013.
MENDONÇA, Sonia. Estado e Educação Rural no Brasil: Alguns Escritos.Rio de Janeiro: Vício de Leitura, 2007, p.15
PINTO, José; ROCHA, Antônio; SILVA, Roberto.Org. Reflexões sobre defesa e segurança :
uma estratégia para o Brasil. (Pensamento brasileiro sobre defesa e segurança ; v.1) Brasília:
Ministério da Defesa, Secretaria de Estudos e de Cooperação, 2004 POULANTZAS, Nicos. O Estado, o poder, o socialismo. São Paulo: Paz e Terra, 2000, p.134-135.
SILVEIRA, Virgínia. EADS planeja atuar na área de defesa no país.Disponível em:
<http://www.valor.com.br/arquivo/830005/eads-planeja-atuar-na-area-de-defesa-no-
pais#ixzz2Sq5rr5Bk> Acesso em:10 Janeiro 2013
ZIBECHI, Raúl, Brasil potencia Entre la integración regional y un nuevo imperialismo,
Ediciones desde abajo, Bogotá. 2012