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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA
CATARINENSE IFC CAMPUS SANTA ROSA DO SUL
Curso de Tcnico Agrcola
Estgio Orientado e Supervisionado
Relato de prticas de base ecolgica e de opes de cultivo desenvolvidas na Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo e de Prticas de
Cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa Rosa do Sul
Moiss Moro Duarte
Catarina da Silva Castanha
Thalia Martins Mendes
Santa Rosa do Sul, dezembro de 2014
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA
CATARINENSE IFC CAMPUS SANTA ROSA DO SUL
Curso de Tcnico Agrcola
Estgio Orientado e Supervisionado
Relato de prticas de base ecolgica e de opes de
cultivo desenvolvidas na Unidade de Estudos e de
Divulgao de Opes de Cultivo e de Prticas de
Cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa Rosa
do Sul
Moiss Moro Duarte
Catarina da Silva Castanha
Thalia Martins Mendes
Relatrio de estgio apresentado como requisito para a
obteno do ttulo de Tcnico Agrcola, no Curso de
Tcnico Agrcola com habilitao em Agropecuria
integrado ao Ensino Mdio, do Instituto Federal de
Educao, Cincia e Tecnologia Catarinense Campus
Santa Rosa do Sul.
Orientador: Professor Airton Luiz Bortoluzzi
Santa Rosa do Sul, dezembro de 2014.
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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA CATARINENSE IFC CAMPUS SANTA ROSA DO SUL
Curso de Tcnico Agrcola
Estgio Orientado e Supervisionado
Relato de prticas de base ecolgica e de opes de cultivo desenvolvidas na Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo e de Prticas de
Cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa Rosa do Sul
Moiss Moro Duarte
Catarina da Silva Castanha
Thalia Martins Mendes
Esta Produo Tcnica-Cientfica foi julgada adequada para obteno do ttulo de Tcnico Agrcola e aprovada pelo Curso de Tcnico Agrcola com habilitao em Agropecuria integrado ao Ensino Mdio do Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia Catarinense Campus Santa Rosa do Sul.
rea de Concentrao: Agricultura familiar
Santa Rosa do Sul, __ de Novembro de 2014
Prof._________________________________
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia Catarinense Campus Santa Rosa do Sul
Orientador (a)
Prof.________________________________
Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia Catarinense Campus Santa Rosa do Sul
Membro
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IDENTIFICAO DO AMBIENTE DE REALIZAO DO ESTGIO
Local de Realizao do Estgio: Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia
Catarinense IFC Campus Santa Rosa do Sul
Ambiente de Realizao do Estgio -Unidade de Estudos e de Divulgao de
Opes de Cultivo e de Prticas de Cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa
Rosa do Sul
Endereo completo: Rua das Rosas, s/n, CP 04, Vila Nova, CEP 88.965-000, Santa
Rosa do Sul, SC.
rea de Atuao do IFC Campus Santa Rosa do Sul: Ensino/Pesquisa/Extenso
CNPJ:10.635.424/0006-90
Supervisores de Estgio: Airton Luiz Bortoluzzi
rea de atuao do setor de realizao do estgio:Agricultura Familiar
Perodo de realizao do estgio:24/04/2014 05/10/2014
Durao (horas):180 horas
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DEDICATRIA
Dedicamos o presente relatrio de atividades primeiramente aos nossos familiares
que contriburam de forma decisiva para as nossas formaes intelectuais e morais. Pais,
familiares, amigos, desafios, instituies formais e informais e o trabalho fazem parte
fundamental da escola da vida. Aos professores e colegas do curso de Tcnico Agrcola
agradecemos de corao pelo apoio e incentivo durante estes trs anos de realizao
deste curso de Tcnico Agrcola.
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos professores do curso de Tcnico Agrcola do IFC
Campus Santa Rosa do Sul pelos ensinamentos que recebemos durante a realizao do
curso de Tcnico Agrcola. Especialmente agradecemos aos professores que souberam
valorizar conhecimentos anteriores e que so importantes para motivar e dar um sentido
mais prtico aos ensinamentos recebidos.
Ressaltamos e agradecemos com grande nfase aos colegas e pessoas que
participaram e se envolveram durante a realizao deste estgio, Diou Roger Spido
Ramos, Diogo Policarpo Semprebon, Deiviton Coelho Joo, Thain Raupp Duarte e,
reciprocamente os estagirios Moiss Moro Duarte, Catarina e Thalia. O apoio e a
convivncia foram de grande valor.
Ao Tcnico Agrcola Joo Paulo Pinto Borges pelo incentivo e troca de ideias
durante a fase final de realizado do estgio.
Ao IFC Campus Santa Rosa do Sul pela oportunidade de realizao do curso e do
estgio prtico profissional. Ao IFC tambm agradecemos por ter nos proporcionado um
grande aprendizado na Unidade de estudos e de divulgao de opes de cultivo e de
experimentao de prticas de cultivo de base ecolgica voltadas a setor agrcola como
um todo e, em especial, para a agricultura familiar.
Aos professores Nestor Valtir Panzenhagen e Ivar Antnio Sartori pelas
orientaes e incentivo para a seleo de espcies frutferas nativas e instalao de um
pomar de frutferas nativas no IFC Campus Santa Rosa do Sul, em andamento.
Ao amigo e grande incentivador Micael Allan Dias Brunelli, aluno do curso de
Engenharia Agronmica do IFC Campus Santa Rosa do Sul pelo constante incentivo e
auxlios prestados durante a realizao do curso de tcnico agrcola.
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EPGRAFE
Os erros so os portais da descoberta - James Joyce
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RESUMO
O presente relatrio evidencia as atividades desenvolvidas na Unidade
de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo e de Prticas de Cultivo de base
ecolgica para a agricultura familiar. Um grupo de professores, tcnicos e alunos
trabalham com grande dedicao na manuteno deste ambiente de aprendizado e ns
somos testemunhas da importncia que ente ambiente de aprendizado adquiriu para a
comunidade do sul de Santa Catarina.
Na Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo e de Prticas
de Cultivo de base ecolgica para a agricultura familiar so realizadas prticas de
base ecolgica visando sistemas de cultivo que minimizem ou at dispensem o uso de
herbicidas, fungicidas e inseticidas. O manejo do solo de base ecolgica envolve a
rotao de culturas, adubaes orgnicas e minerais equilibradas, plantio direto ou cultivo
mnimo, plantio sob palhada ou mesmo com a suplementao de palha. O controle de
invasoras realizado seletivamente e, especialmente, com o plantio de mudas grandes
sob palhada, prtica que tem se mostrado muito eficiente no controle cultural de
invasoras. A aveia no inverno e a soja no vero evidenciaram que invasoras de controle
aparentemente de difcil como a tiririca (Cyperus rotundus) so facilmente controladas
com o sombreamento (fechamento) das culturas..
Um grande nmero de opes de cultivo est em constante observao, testes e
experimentao na Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo e de
Prticas de Cultivo de base ecolgica para a agricultura familiar. So mais de 10
anos de intensos trabalhos que resultaram na possibilidade de divulgar opes de cultivo
que se evidenciaram promissoras para diversificao da agricultura familiar do sul
catarinense. No ano de 2010 iniciou-se um trabalho de divulgao de opes de cultivo
tais como as razes tuberosas e rizomas com propriedades de alimentos funcionais tais
como aafro-da-terra (Curcuma longa L.), Yacon (Smallanthus sonchifolius), araruta
(Maranta arundinacea) e gengibre (Zingiber officinale). Linho (Linum usitatissimum),
canola (Brassica campestris), aveia branca tolerante a ferrugem, gergelim (Sesamum
indicum) so opes de cultivo e de manejo do solo que se mostraram promissoras tanto
para a rotao de cultura como promissoras na produo de gros com propriedades de
alimentos funcionais, muito desejadas pelo mercado emergente de alimentos benficos a
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viii
sade. As plantas medicinais e com potencial pra extrao de leos essenciais tambm
recebem ateno, atualmente para manuteno e ampliao da coleo e futuramente
serviro para estudos da produo de fitoterpicos, para extrao de leos essenciais e
para educao ambiental. Os aipins (Manihot esculenta), os feijes (Phaseolus vulgaris e
Vigna spp), soja (Glycine max), milho (Zea mays) entre muitos outros cultivos tambm
merecem grande ateno nesta unidade de estudos.
A Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo e de Prticas de
Cultivo de base ecolgica para a agricultura familiar tambm tem atuado fortemente
na identificao de frutferas nativas e exticas com a finalidade de contribuir para uma
matriz diversificada e com capacidade de ofertar produtos diferenciados ao mercado
consumidor, contribuir para uma alimentao saudvel e ofertar renda aos agricultores
familiares ao longo do ano, melhorando-lhes a sustentabilidade econmica e social. A
pitaya (Hylocereus spp), a Fisalis (Physalis peruvina), amora (Rubus sp), figo (Ficus
carica), caqui (Dyospiros kaki), acerola (Malpighia emarginata), jabuticaba (Plinia
jaboticaba) entre muitas outras em observao fazem parte dos trabalhos de divulgao e
dos estudos observativos. uma realidade constatada a expressiva procura por novas
opes para a fruticultura, destacando-se atualmente a pitaya e a amora. As demais esto
em fase de identificao, observao e de divulgao.
Este documento tambm relata o trabalho de Resgate de frutferas nativas e de
espcies nativas para recomposio ambiental e para outros fins, especialmente
para extrao de leos essenciais e para fins medicinais. Um pomar de frutferas
nativas est em fase de instalao no IFC Campus Santa Rosa do Sul. O trabalho inclui a
identificao de matrizes de espcies arbreas e arbustivas para a recomposio de
reas de preservao permanente (APP) e da Reserva Legal (RL) e com potencial para
extrao de leos essenciais. Espcies de frutferas nativas tais como Guabiju
(Myrcianthes pungens), Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), pitanga (Eugenia
uniflora L.), uvaia (Eugenia pyriformis), ara (Psidium cattleianum), araticum
(Annonasylvatica), araticum-cago (Annona cacans), araticum-do-brejo, corticeira
(Annona glabra L.), Araticum (Annona rugulosa), cerejeira (Eugenia involucrata),
grumixama (Eugenia brasiliensis), Ing-feijo (Inga marginata), Ing-banana (Inga vera),
pindabuna (Duguetialanceolata), tarum (Vitex megapotamica), palmiteiro ou jussara
(Euterpe edulis), bacopari (Garcinia gardneriana), tucum (Bactris setosa), buti (Butia
capitata), etc. Alm das frutferas nativas o trabalho de extenso permitiu identificar
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frutferas no convencionais cultivadas no sul de Santa Catarina. Entre elas destacam-se
ara-boi (Eugenia stipitata), pupunha (Bactris gasipaes), jaca (Artocarpus heterophyllus),
nogueira-pecan (Carya illinoinensis), aceroleira (Malpighia emarginata), pitaya
(Hylocereus spp), romzeira (Punica granatum L), graviola (Annona muricata L.),
Jabuticabeira (Plinia jaboticaba), Seriguela (Spondias purprea L.), entre outras. A
fruticultura do sul de Santa Catarina tem evoludo para uma matriz diversificada tanto de
frutas nativas como de exticas.
As espcies com potencial medicinal e para extrao de leos essenciais fazem
parte dos planos de estudos e de identificao de matrizes para coleta de sementes e
materiais propagativos. A produo de mudas vem sendo realizada de forma rotineira em
casa de vegetao, mesmo ainda sem as condies de controle de umidade e de
temperatura. A identificao j vem acontecendo, com a coleta de sementes e a produo
de mudas. Para as espcies arbreas e arbustivas de interesse para recomposio
ambiental podemos citar o ip-amarelo ou ip-da-vrzea (Handroanthus umbellatus),
licurana (Hieronyma alchorneoides), baguau ou pinha-do-brejo (Magnolia ovata), Peroba-
Rosa (Aspidosperma polyneuron), canela-merda, canela-preta (Nectandra
megapotamica), canela-ferrugem ou canela-amarela (Nectandra oppositifolia), canela-
preta ou canela-bicha(Ocotea catharinensis), cedro ou cedro-rosa (Cedrela fissilis),
canjerana (Cabralea canjerana), aoita-cavalo (Luehea divaricata), espinheira-santa ou
cancorosa (Maytenus muelleri), pau-jacar (Piptadenia gonoacantha), angico ou angico-
vermelho (Piptadenia rigida), entre muitas outras em fase de identificao.
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ABSTRACT
This report highlights the activities of the Unit for Studies and Growing Options Disclosure
and ecological basis of Cultivation Practices for family farms. A group of teachers,
technicians and students work with great dedication in maintaining this learning
environment and we are witnesses of the importance of being acquired learning
environment for the community in southern Santa Catarina.
In Unit Studies and Growing Options Disclosure and ecological basis Cultivation Practices
for family farms are held ecologically-based practices to farming systems that minimize or
even dispensing with the use of herbicides, fungicides and insecticides. The management
of ecologically-based soil involves crop rotation, organic fertilization and balanced
minerals, tillage or minimum tillage, planting under straw or even with supplementation of
straw. The weed control is carried out selectively and, especially, with the planting of
seedlings in large straw, a practice that has proven very effective in cultural weed control.
Oats in winter and soybeans in the summer showed that the weed apparently difficult to
control such as nutsedge (Cyperus rotundus) are easily controlled with the shading of
crops.
A large number of cultivation of options is in constant observation, testing and
experimentation in the Unit for Studies and Growing Options Disclosure and
ecological basis of Cultivation Practices for family farms. Are over 10 years of intense
work that resulted in the possibility of disseminating cultivation options that showed
promising to diversify the family farm in southern Santa Catarina. In 2010 began a
breeding options outreach work such as tuberous roots and rhizomes with functional food
properties such as turmeric or saffron (Curcuma longa L.), yacon (Smallanthus
sonchifolius), arrowroot (Maranta arundinacea) and ginger (Zingiber officinale). Flax
(Linum usitatissimum), canola (Brassica campestris), white rust tolerant oats, sesame
(Sesamum indicum) are growing options and soil management that have proved promising
for both crop rotation as promising in grain production with properties of functional food,
much desired by the emerging market of beneficial health food. Medicinal plants and the
potential for extraction of essential oils also receive attention, now to maintain and expand
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the collection and in the future will serve to production of herbal studies, for the extraction
of essential oils and environmental education. The aipins (Manihot esculenta), beans
(Phaseolus vulgaris and Vigna spp), soybean (Glycine max), corn (Zea mays) among
many other crops also a major focus in this study unit.
The Unit for Studies and Growing Options Disclosure and ecologically-based
farming practices to family farming has also acted strongly in the identification of native
and exotic fruit in order to contribute to a diverse array and able to offer differentiated
products the consumer market, contribute to healthy eating and offer income for family
farmers throughout the year, improving their economic and social sustainability. The
Dragon fruit or Pitaya (Hylocereus spp), the Fisalis (Physalis peruvina), blackberry (Rubus
sp), fig (Ficus carica), persimmon (Dyospiros kaki), acerola (Malpighia emarginata),
jabuticaba (Plinia jaboticaba) among many other observation in part the work of
dissemination and observational studies. It is a reality observed the significant demand for
new options for fruit trees, currently standing out the Dragon fruit (Pitaya) and blackberry.
The others are in the phase of identification, observation and divulgation.
This paper also reports the rescue work of native fruit and native species for environmental
restoration and for other purposes, especially for the extraction of essential oils and
medicinal purposes. An orchard of native fruit is deployed in IFC Campus Santa Rosa
South. The work includes identifying arrays of tree and shrub species for restoration of
permanent preservation areas (APP) and Legal Reserve (RL) and potential for extraction
of essential oils. Species of native fruits such as Guabiju (Myrcianthes pungens),
Guabiroba (Campomanesia xanthocarpa), cherry (Eugenia uniflora L.), uvaia (Eugenia
pyriformis), guava (Psidium cattleianum), araticum (Annona sylvatica), araticum-cago
(Annona cacans ), araticum-the-swamp, cork (Annona glabra L.), Araticum (Annona
rugulosa), cherry (Eugenia involucrata), grumixama (Eugenia brasiliensis), Inga-bean
(Inga marginata), Inga-banana (Inga vera) pindabuna (Duguetia lanceolata), tarum (Vitex
magapotamica), palmiteiro jussara (Euterpe edulis), bacopari (Garcinia gardneriana),
tucum (Bactris setosa), Buti (Butia capitata), etc. In addition to the native fruit extension
work identified unconventional fruit grown in the south of Santa Catarina. Among them are
guava-boi (Eugenia stipitata), peach palm (Bactris gasipaes), jackfruit (Artocarpus
heterophyllus), walnut-pecan (Carya illinoinensis), acerola (Malpighia emarginata), Dragon
fruit (Pitaya) (Hylocereus spp), pomegranate (Punica granatum L ), soursop (Annona
muricata L.), Jabuticabeira (Plinia jaboticaba), hog plum (Spondias purpurea L.), among
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others. Fruit growing in southern Santa Catarina has evolved into a diverse array of both
native fruits as exotic.
The species with medicinal potential and extraction of essential oils are part of the
curricula and arrays of identification to collect seeds and propagative materials. The
production of seedlings has been routinely performed in a greenhouse, even still without
humidity control and temperature conditions. The identification is already happening, with
the collection of seeds and seedling production. For tree and shrub species of interest for
environmental restoration can cite the yellow-ipe or ipe-of-floodplain (Handroanthus
umbellatus), licurana (Hieronyma alchorneoides), Baguau or cone-the-swamp (Magnolia
ovata), Peroba-Rosa (Aspidosperm apolyneuron), cinnamon-shit, blackleg (Nectandra
megapotamica), cinnamon or cinnamon-rust-yellow (Nectandra oppositifolia), blackleg or
cinnamon-tail (Ocotea catharinensis), cedar or cedar-rosa (Cedrela fissilis) canjerana
(Cabralea canjerana), whips Ponytail (Luehea divaricata), Espinheira Santa or cancorosa
(Maytenus muelleri), stick alligator (Piptadenia gonoacantha), angico (Padenia rigida),
among many others being identified.
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Sumrio
1. INTRODUO................................................................................................. 01
2. OBJETIVOS...................................................................................... .............. 05
2.1. Objetivo geral.............................................................................................. 05
2.2. Objetivosespecficos ................................................................................. 05
3. 3. Descrio do Ambiente do Estgio - IFC Campus Santa Rosa do Sul . 06
3.1. Histrico do IFC Campus Santa Rosa do Sul .......................................... 06
3.2. Infraestrutura fsica atual .......................................................................... 06
3.3. Organograma administrativo ................................................................... 09
3.4. Atividades desenvolvidas na Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo para a Agricultura Familiar ..............................................
10
4. Relato das atividades e prticas de base ecolgica desenvolvidas na Unidade de estudos e de divulgao de opes de cultivo e de prticas de cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa Rosa do Sul ..............
11
4.1. Relato de opes de cultivo comprovadamente promissoras para a agricultura familiar do sul catarinense - Thalia Martins Mendes ...................
12
4.2. Um breve relato das prticas de manejo do solo de base ecolgica: A experincia do IFC Campus Santa Rosa do Sul, Unidade de estudos e de divulgao de opes de cultivo e de prticas de cultivo. Catarina da Silva Castanha .................................................................................................
62
4.3. Contribuio para uma fruticultura diversificada
Moiss Moro Duarte .........................................................................................
77
4.3.1. A cultura da Pitaya, uma cultura em expanso no sul catarinense ...........................................................................................................................
78
4.3.2. Cultura da Fisalis ........................................................................... ........ 82
4.3.3. Bananais conduzidos com tcnicas de base ecolgica ..................... 86
4.3.4. Resgate de frutferas nativas e de espcies arbreas e arbustivas do sul catarinense .................................................................................................
89
4.3.4.1. Contribuio para a formao de pomares diversificados: A experincia do IFC Campus Santa Rosa do Sul .............................................
89
4.3.4.2. Identificao e coleta de material propagativo de frutferas nativas no sul catarinense: A experincia do IFC Campus Santa Rosa do Sul .........
95
5. Conhecimentos Tcnicos Adquiridos ......................................................... 153
6. Concluses .......................................................................................... ......... 153
7. Referncias Bibliogrficas .......................................................................... 154
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1. Introduo
Este documento relata, inicialmente, as principais prticas de cultivo e as opes
de cultivo trabalhadas e desenvolvidas na Unidade de estudos e de divulgao de
opes de cultivo e de prticas de cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa
Rosa do Sul.
Os alunos Moiss Moro Duarte, Thalia Martins Mendes e Catarina da Silva
Castanha participaram de forma conjunta de todas as atividades ds Unidade de Estudos
e de Divulgao e o relatrio, coerentemente ser realizado de forma conjunta.
O relatrio constitui-se de trs partes. A primeira parte constar do relato das
principais opes de cultivo testadas e que se evidenciaram com grande potencial de
produtividade e de agregao de valor para a agricultura familiar do sul catarinense.
Estar a encargo da aluna Thalia Martins Mendes.
A segunda parte constar de prticas de base ecolgica que comprovadamente se
evidenciaram muito promissoras para adoo pelos agricultores familiares do sul
catarinense. Estar a encargo da aluna Catarina da Silva Castanha.
A terceira parte evidencia um trabalho de grande contribuio ambiental,
econmico e social para o sul de Santa Catarina. o trabalho em andamento e que trata
da identificao, coleta de sementes e produo de mudas de espcies nativas do sul
catarinense, incluindo de frutferas nativas, com potencial medicinal e para extrao de
leos essenciais e para a recomposio ambiental. Neste trabalho tambm esto
includas espcies exticas de frutferas e para outros fins e que podem compor a to
sonhada matriz de produo diversificada e com produo sustentada ao longo do ano.
Este terceira parte do relatrio estar a encargo do aluno Moiss Moro Duarte. Em
especial relata as atividades relacionadas com o projeto Resgate de Frutferas do sul
catarinense com um pomar em fase de instalao e localizado nos fundos do Centro
cultural do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Inicialmente so relatadas as opes de cultivo que se evidenciaram promissoras
nos testes e experimentos realizados no IFC Campus Santa Rosa do Sul e que se
encontram em um trabalho de divulgao desde o ano de 2010. importante salientar
que o IFC Campus Santa Rosa do Sul teve o cuidado de divulgar somente as opes de
cultivo que se mostraram muito promissoras tanto em produtividade e possibilidade de
agregao de renda em sistemas de produo de base ecolgica e de elevada tecnologia.
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Aqui, elevada tecnologia significa a obteno de elevadas produtividades e de elevada
qualidade dos produtos ofertados com a mnima aplicao de herbicidas, inseticidas e
inseticidas.
As prticas de base ecolgica de manejo do solo e das culturas vivenciadas e
ajustadas no IFC Campus Santa Rosa do Sul evidenciaram que as culturas podem ser
conduzidas com a mnima ou sem a aplicao de fungicidas e inseticidas. Tambm a
aplicao de herbicidas pode ser dispensada quando o plantio realizado sob abundante
palhada natural, por exemplo, com o plantio de aveia em elevada fertilidade, ou com a
suplementao de alhada de arroz ou outro tipo de palha, por exemplo, lrio-do-brejo
(Edichyum coronarium). Ficou evidente que as prticas de drenagem e de irrigao, a
realizao de adubaes orgnicas de minerais equilibradas, a rotao de culturas,
melhoram significativamente a sanidade e o desempenho dos cultivos, elevando a
produtividade e a qualidade dos produtos ofertados. O plantio direto ou cultivo mnimo
com a manuteno da palhada na superfcie ou com a suplementao de palhada so
prticas que contribuem significativamente para o controle de invasoras. Ficou evidente
ao longo de mais de 10 anos de estudos observativos e de convivncia e de aplicao de
conhecimentos anteriores que culturas como aveia, linho e canola so timas opes
para o inverno. Estas culturas, especialmente a aveia branca tolerante a ferrugem quando
semeada no outono (preferencialmente em abril ou maio), so dominantes e se
constituem em timas opes para o controle cultural de invasoras, devido ao efeito
supressivo sobre as invasoras na primavera, divido, especialmente, a cobertura da
superfcie.
O IFC Campus Santa Rosa do Sul tem um longo trabalho de estudos de opes de
cultivo para a agricultura familiar que acontece com a dedicao de um pequeno grupo de
professores, tcnicos, funcionrios de apoio e alunos dos cursos de Tcnico Agrcola e de
Engenharia Agronmica. Desde o ano de 2004 que uma rea inicial destinada ao cultivo
de uma coleo de plantas medicinais passou a receber estudos de opes de cultivo
como aafro-da-terra, araruta, gergelim, linho, feijes, aveias, centeio, canola, plantas
medicinais, plantas com potencial para extrao de leos essenciais e algumas frutferas
nativas e exticas no convencionais.
O sistema de produo preconizado e adotado o de base ecolgica visando uma
produo mais limpa sem descuidar da produtividade e da qualidade dos produtos
ofertados. Portanto, as opes de cultivo em divulgao so aquelas com potencial
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produtivo e para agregao de renda para a agricultura familiar e que tenham
demonstrado a sua possibilidade de produo com a mnima ou praticamente nula
necessidade de aplicao de herbicidas, fungicidas, inseticidas e nematicidas. As prticas
de manejo do solo de base ecolgica tais como a rotao de culturas, a manuteno da
palhada na superfcie (especialmente o plantio direto), as adubaes orgnicas e minerais
equilibradas evidenciaram produtividades e qualidade dos produtos ofertados muito
superiores.
Uma das atividades desenvolvidas na Unidade de Estudos de Divulgao a
industrializao artesanal de araruta (Maranta arundinacea), yacon (Smallanthus
sonchifolius), aafro-da-terra (Curcuma longa) e tupinambor (Helianthus tuberosus).
Estes cultivos, juntamente com o gengibre esto em fase de intensa divulgao e
despertaram o interesse de agricultores empreendedores do sul catarinense. As
produtividade de yacon e de tupinambor podem superar 100t/ha, as de aafro-da-terra e
de araruta podem superar 30 a 50 t/ha e a de gengibre superar 50 a 60 t/ha. A
industrializao artesanal destes produtos foi praticada na Agroindstria vegetal do IFC
Campus Santa Rosa do Sul, evidenciando que a industrializao deve iniciar por
pequenos mdulos e crescer com o desenvolvimento das culturas regionalmente.
Nos ltimos quatro anos houve a preocupao com a oferta de frutferas para
diversificao da fruticultura.
No ano de 2010 iniciou-se o cultivo da pitaya com 24 mudas, doze da pitya
vermelha de polpa branca (Hylocereus undatus) e doze de pitaya vermelha de polpa
vermelha (Hylocereus polyrhizus). Na safra 2013/2014 ocorreu um grande aprendizado
em iterao com um grande grupo de produtores que solicitavam informao e que
tambm solicitaram cursos de formao FIC e Pronatec. Foram introduzidas as pitayas
amarela (Hylocereus magalanthus) e a Pitaya do cerrado (Selenicereus spp). Nesta safra
foi evidenciada como fundamental a polinizao cruzada e manual das flores da pitaya.
Observou-se que a polinizao por insetos rara ou deficiente originando frutos
pequenos ou falha na fecundao. J a polinizao manual de cruzada mostrou eficincia
no pegamento de frutos e resultou em frutos com mais de 1kg.
A cultura da Fisalis (Physalis peruviana) uma pequena fruta que tem potencial
para produo no inverno e primavera no sul de Santa Catarina, em uma poca em que
esta fruta no produzida nas regies Serranas do sul do Brasil e, portanto, muito
desejada e valorizada no mercado.
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Um pomar de frutferas nativas est em fase de instalao no IFC Campus Santa
Rosa do Sul, com um projeto em andamento, Resgate de Frutferas Nativas do Sul de
Santa Catarina, com cerca de 20 espcies identificadas e com produo de mudas. A
inteno a constituio de um pomar diversificado com espcies nativas e algumas
exticas para servir como base para a motivao da composio de pomares
diversificados nos quintais de propriedades do meio rural e urbano. J serve para o
enriquecimento cultural de alunos, funcionrios, professores e comunidade em geral
sobre a possibilidade de uma alimentao mais saudvel.
A Unidade de estudos e de divulgao de opes de cultivo e de prticas de
cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa Rosa do Sul tambm um laboratrio
para a experimentao de prticas de rotao de culturas, do uso e manejo do solo de
base ecolgica, adubaes equilibradas, plantio direto. Os estudos e observaes
permitem o compartilhamento dos conhecimentos aplicados entre alunos, professores e
funcionrios de Apoio.
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2. Objetivos
2.1. Objetivo geral
Descrever as prticas de cultivo realizadas na Unidade de estudos e de
divulgao de opes de cultivo e de prticas de cultivo de base ecolgica do IFC
Campus Santa Rosa do Sul.
2.2. Objetivos especficos
Buscar na literatura especializada os fundamentos tericos que complementam os
ensinamentos vivenciados durante o estgio e durante a vida;
Empregar os conhecimentos tericos nos diferentes assuntos e prticas percorridos
durante a realizao do estgio e durante a vida estudantil e profissional;
Reunir as informaes observadas e vivenciadas no ambiente do estgio para fins de
elaborao do relatrio do estgio e para melhor divulg-los de forma organizada;
Relatar prticas vivenciadas e opes de cultivo promissoras para a agricultura familiar;
Desenvolver atitudes e hbitos profissionais, bem como adquirir, exercitar e aplicar
conhecimentos tcnicos na rea de agricultura familiar;
Descrever as opes de cultivo mais promissoras que apresentaram grande potencial
de produtividade para a agricultura familiar do sul catarinense nos estudos observativos
e unidades demonstrativas conduzidas no IFC Campus Santa Rosa do Sul;
Divulgar opes de cultivo e prticas de cultivo de base ecolgica que objetivem
elevadas produtividades e elevada qualidade dos produtos ofertados;
Relatar as prticas de manejo do solo de base ecolgica experimentadas e vivenciadas
na Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo para a Agricultura
familiar do IFC Campus Santa Rosa do Sul;
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3. Descrio do Ambiente do Estgio - IFC Campus Santa Rosa do Sul
3.1. Histrico do IFC Campus Santa Rosa do Sul
O Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia Catarinense - Campus
Santa Rosa do Sul IFC Campus Santa Rosa do Sul, faz parte da Rede Federal de
Educao Profissional, Cientfica e Tecnolgica. Situado no municpio de Santa Rosa do
Sul, foi concebido com o objetivo de dar apoio ao Projeto de Assentamento de
Populaes (PAP) do Projeto Sombrio, cujo objetivo inicial era o desenvolvimento de uma
agricultura familiar diversificada, como base de um polo Hortifrutigranjeiro no sul de Santa
Catarina.
O Instituto Federal Catarinense - Campus Santa Rosa do Sul dista 15 km da sede
do municpio de Santa Rosa do Sul situada as margens da BR-101.
A Instituio foi inaugurada em 5 de abril de 1993, passando a ser denominada
Escola Agrotcnica Federal de Sombrio por meio da Lei n. 8.670, de 30 de junho de
1993. Foi transformada em Autarquia Federal, com a mesma denominao de Escola
Agrotcnica Federal de Sombrio, em 16 de novembro de 1993, por meio da Lei n. 8.731.
Em 28 de maro de 1994 entrou em funcionamento. A Lei n 11.892, de 29 de dezembro
de 2008, a transforma em Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia
Catarinense - Campus Sombrio. Atualmente, com a criao do Campus Avanado de
sombrio, passou a denominar-se de IFC Campus Santa Rosa do Sul.
A Escola, desde o incio de suas atividades, ofereceu o ensino mdio aos alunos e,
tambm, outros cursos tcnicos. Comeou oferecendo o Curso Tcnico em Agropecuria,
carro chefe da Instituio, mantido at hoje.
O Curso de Engenharia Agronmica iniciou em 2009 sendo uma grande
oportunidade para alunos de do sul de Santa Catarina, incluindo ex-alunos do Curso de
Tcnico Agrcola do IFC Campus Santa Rosa do Sul que tm a oportunidade de
continuidade dos seus estudos.
3.2. Infraestrutura fsica atual
O IFC Campus Santa Rosa do Sul conta com uma rea total construda de
23864,41 m distribudos em: residncia funcional grande, residncia funcional mdia,
residncia funcional pequena, creche para sunos, casa das bombas dgua, centro
cultural, ginsio de esportes, semi-internato masculino, alojamento masculino, lavanderia,
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biblioteca, auditrio 1, refeitrio/cozinha, cantina/hall, bloco CGAE, bloco salas de aula,
bloco DDE, bloco administrativo, bloco almoxarifado, agroindstria I, agroindstria II,
acessos cobertos, casa de fora, agricultura I, carpintaria/garagem/mecnica, garagem
tratores, complexo laboratrios, galpo atrs museu, museu, silvicultura, fbrica de
peixes, abatedouro de aves, abatedouro de bovinos/sunos, alojamento feminino,
laboratrio veterinrio / auditrio, galpo cunicultura, galpo ovinos/caprinos confinados,
sala de aula agricultura I, sala de aula agricultura II, sala de aula zootecnia I, sala de aula
zootecnia II, galpo de aves postura/ depsito, sala de ordenha, galpo gado leiteiro, silo,
galpo anexo silo, galpo ave de corte, galpo ovinos/caprinos, pocilga I, pocilga II, casa
do CAE, casa de gs, guarita principal, guarita II.
Figura 01. Vista Geral do IFC Campus Santa Rosa do Sul, antiga Escola Agrotcnica
Federal de Sombrio
Mais especificamente o estgio foi desenvolvido na Unidade de Estudos e de
Divulgao de Opes de Cultivo para a Agricultura Familiar, que conta com um
galpo para apoio aos funcionrios e alunos que atuam no setor. Tambm existem duas
estufas, cada uma medindo 18 m x 6,5 m, para realizao de experimentos e produo de
mudas. O setor tambm conta com uma rea de 0,25 ha e que comporta mais de 100
espcies em observao e estudos, incluindo plantas medicinais, para extrao de leos
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essenciais, plantas alimentares com propriedades funcionais de sade, pequenas frutas,
etc.
Figura 02. Vista geral da Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo para
a Agricultura Familiar, IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 03. Vista interna do Galpo de apoio
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Figura 04. Vista interna de uma estufa com bancadas e com mudas em produo
Figura 05. Vista geral da diversificao de cultivos da unidade de estudos de opes de
cultivo para a agricultura familiar.
3.3.Organograma administrativo
O organograma administrativo do IFC Campus Santa Rosa do Sul est
apresentado na figura 06. O local de realizao do estgio, Unidade de Estudos e de
Divulgao de Opes de Cultivo para a Agricultura Familiar, est ligado
Coordenadoria Geral de Produo Agrcola. No entanto, os trabalhos de pesquisa e
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divulgao de opes para a agricultura familiar, pela natureza do seu trabalho, esto
ligados a Coordenao de Geral de Extenso.
Figura 06. Organograma do IFC-Santa Rosa do Sul. Fonte: Site do Instituto
3.4. Atividades desenvolvidas na Unidade de Estudos e de Divulgao de Opes
de Cultivo para a Agricultura Familiar
Identificao, coleta de sementes e produo de mudas de frutferas nativas e de
espcies nativas com interessa para recomposio ambiental e com potencial
medicinal e para produo de leos essenciais;
Implantao de um pomar diversificado de frutferas nativas e de frutferas no
convencionais para servir de base para divulgao de pomares diversificados;
Instalao de unidades demonstrativas e de estudos de opes de cultivo
promissoras para a agricultura familiar do sul de Santa Catarina, tais como araruta,
aafro-da-terra, yacon, gengibre, tupinambor, linho, canola, entre muitas outras;
Realizao de prticas de rotao de culturas e de manejo do solo de base
ecolgica;
Manejo seletivo de invasoras com prticas culturais que minimizam ou evitam a
aplicao de herbicidas;
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Realizao de adubaes minerais e orgnicas equilibradas;
Estudos e divulgao de frutferas em fase expanso e com necessidades de
informaes no sul de Santa Catarina, especialmente Pitaya e Physalis.
Manuteno da coleo de plantas medicinais e com potencial para extrao de
leos essenciais;
Divulgar as experincias com manejo do solo de base ecolgica, prticas de cultivo
de base ecolgica, adubaes equilibradas, controle seletivo de invasoras, plantio
direto, enfim as prticas e experincias praticadas e adquiridas na Unidade de
Estudos e de Divulgao de Opes de Cultivo para a Agricultura Familiar.
Elaborao de substratos eficientes e de baixo custo.
4. Relato das atividades e prticas de base ecolgica desenvolvidas na Unidade de
estudos e de divulgao de opes de cultivo e de prticas de cultivo de base
ecolgicado IFC Campus Santa Rosa do Sul
Figura 07. Vista geral da Unidade de estudos e de divulgao de opes de cultivo e
de prticas de cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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Este documento relata, inicialmente, as principais prticas de cultivo e as opes de
cultivo trabalhadas e desenvolvidas na Unidade de estudos e de divulgao de
opes de cultivo e de prticas de cultivo de base ecolgica do IFC Campus Santa
Rosa do Sul, com rea aproximada de 0,25 ha. Em especial relata as atividades
relacionadas com o projeto Resgate de Frutferas do sul catarinense com um pomar em
fase de instalao e localizado nos fundos do Centro cultural do IFC Campus Santa Rosa
do Sul.
Figura 08. Vista geral do pomar diversificado com nfase em frutferas nativas incluso no projeto Resgate de Frutferas do sul catarinense do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
4.1.Relato de opes de cultivo comprovadamente promissoras para a agricultura familiar do sul catarinense
Thalia Martins Mendes
As opes de divulgao que se evidenciaram promissoras ento sendo divulgadas
e tornaram o IFC Campus Santa Rosa do Sul protagonista na contribuio para a uma
matriz agrcola familiar mais diversificada. Ainda o trabalho de divulgao, mas j
despertou um grande interesse para a busca de informaes em cursos de formao
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como o Pronatec e FIC (Formao inicial e continuada). Um curso FIC para a cultura
emergente Pitaya foi solicitado. Este e doutros cursos permitiram a divulgao de opes
de cultivo como a araruta (Maranta arundinacea), Aafro-da-terra (Curcuma longa),
yacon (Smallanthus sonchifolius), gengibre (Zingiber officinale), tupinambor (Heliantus
tuberosus), Pitaya (Hylocereus spp), Fisalis (Physalis peruviana), entre muitas outras
opes de cultivo que comprovaram o seu potencial de cultivo na Unidade de estudos e
de divulgao de opes de cultivo e de prticas de cultivo do IFC Campus Santa Rosa
do Sul. a sua , incluindo feijes, aveia, linho, Plantas medicinais, plantas com potencial
para extrao de leos essenciais fazem parte da divulgao e dos estudos.
Araruta (Maranta arundinacea), Aafro-da-terra (Curcuma longa), yacon
(Smallanthus sonchifolius), gengibre (Zingiber officinale), tupinambor (Heliantus
tuberosus) so razes e rizomas que se enquadram como alimentos funcionais e esto
sendo divulgados e demonstraram interesse por parte dos agricultores familiares do sul
de Santa Catarina. So cultivos que j comprovaram os seus potenciais produtivos e para
a agregao de valor e podem integrar uma matriz produtiva diversificada e mais
sustentvel para os agricultores familiares e para o comercio regional que pode ter uma
melhor estabilidade econmica ao logo do ano.
4.1.1 Aafro-da-terra
O aafro-da-terra (Curcuma longa) uma planta da Famlia Zingiberaceaeque
produz rizomas com propriedades funcionais de sade. uma planta com grande
potencial de agregao de valor para a agricultura familiar do sul catarinense. No IFC
Campus Santa Rosa do Sul as produtividades alcanadas foram elevadas quando em
sistema de produo de base ecolgica, que preconiza a aplicao de adubaes
orgnicas e minerais equilibradas, cobertura de solo abundante com palhada, drenagem e
irrigao. Neste sistema de produo o aafro-da-terra alcanou produtividade de
rizomas de at 68 t/ha, o que pode indicar produtividades muito superiores as mdias das
regies tradicionalmente produtoras.
4.1.1.1. O cultivo de aafro-da-terra no IFC Campus Santa Rosa do Sul
O aafro-da-terra foi introduzido em vrios estados do Brasil, pelosbandeirantes.
Em Mara Rosa, GO, por exemplo, ainda encontrada s margensde crregos (May et al.,
2005).
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A disponibilidade de nitrognio tem grande influncia na produtividade do aafro-
da-terra. Umete et al. (1984) verificaram aumentos de produtividade de rizomas de
14,56t/ha para 30,81 t/ha para as doses de 60 e 180 kg/ha de N, respectivamente.
A produo de aafro-da-terra pouco expressiva no Brasil. Destacam-se Mara
Rosa, GO com uma rea de 150 ha (Souza& Oliveira Filho, 2009), e produtividade mdia
de 12 t/ha de rizomas. A baixa tecnologia empregada resulta em baixas produtividades
(Ceclio Filho et al., 2000).Ceclio Filho&Villas Boas(1996) citados por Ceclio Fialho et al.
(2000) citam produtividade de 24,68 t/ha com emprego adubao e irrigao em um ciclo
de oito meses. A densidade de plantio possui grande influncia na produtividade.
Carvalho et al. (2001) obtiveram 30,56 t/ha no espaamento de 20 cm entre plantas na
linha e 40 cm entre linhas, indicando que a densidade de plantas fator fundamental na
produtividade. No entanto, no IFC Campus Santa Rosa do Sul, observaes do
comportamento das plantas em elevada tecnologia indica que espaamentos de 0,4 m x
0,4 m a 0,5 m x 0,5 m podem proporcionar os melhores rendimentos.
A poca de plantio tem grande efeito na produtividade de rizomas. Plantios
antecipados, maio nas condies da ndia, comparvel a novembro no hemisfrio sul
como no Brasil (Kandiannan & Chandaragiri, 2008) proporcionam rendimentos mais
elevados do que plantios mais tardios. No IFC Campus Santa Rosa do Sul aps nove
anos de cultivo observou-se que os rizomas brotam apenas quando ocorre elevao das
temperaturas. Nos anos mais quentes como ocorreu neste final de 2014 a brotao iniciou
no final de outubro, mas que nos anos de primavera mais fria os rizomas somente brotam
no final de novembro. Ceclio Filho et al. (2000) obtiveram maiores produtividades para o
plantio de 20 de novembro na safra 1994/1995 para as condies de Lavras, MG. Estes
dados sugerem que a produo de mudas por tcnicas de micropropagao (cultura de
gemas) pode ofertar mudas no final de outubro, quando existem condies de luz e de
temperatura para estabelecer a cultura e aumentar o tempo no tempo, consequentemente
dando oportunidade para maiores produtividades.
Os produtos comercializveis do aafro-da-terra so a crcuma em p, a
oleoresina e a curcumina purificada. O p obtido aps a secagem e moagem dos
rizomas. Os rizomas na forma natural tambm so comercializveis (Rusig & Martins,
1992; Martins & Rusig, 1992, Mesa et al., 2000).
Nos plantios realizados no IFC Campus Santa Rosa do Sul e com elevada
tecnologia de produo observa-se um fechamento da cultura aps cerca de 60 dias do
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plantio. So preconizadas adubaes minerais e orgnicas equilibradas e aplicao de
palhada abundante na superfcie, alm de plantio de aveia no inverno e prticas de
irrigao e drenagem.
Figura 09. Aafro-da-terra (Curcuma longa L.) cultivada para elevada produtividade no
IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 10. Aafro-da-terra (Curcuma longa L.) cultivada para elevada produtividade no
IFC Campus Santa Rosa do Sul em final de ciclo (06 de julho de 2014).
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Aps nove anos de observaes pode-se afirmar que o aafro-da-terra matura e
est pronto para colheita em julho nas condies do litoral sul de Santa Catarina. Esta
uma das caractersticas da cultura nesta regio. O aafro-da-terra uma espcie
perene, visto que os rizomas so caules subterrneos (Purseglove, 1972; Hertwig, 1986).
No entanto, a cultura tratada como plantao anual, visto que os pseudocaules
senescem no ms de julho tambm nas condies de Lavras (MG), da mesma forma que
foi constatado nos mais de nove anos de cultivo no sul de Santa Catarina.
4.1.1.2. Colheita e Industrializao artesanal do aafro-da-terra no IFC Campus Santa Rosa do Sul
O IFC Campus Santa Rosa do Sul iniciou os trabalhos de colheita e
industrializao artesanal de aafro-da-terra, durante os estgios da aluna Gecielli
Martins Monteiro e Ramon. Os oito anos de cultivo de afro-da-terra evidenciaram o
grande potencial de produtividade da cultura no sul catarinense. Produtividades
superiores a 60 t/ha foram obtidas em condies de cultivo de elevada tecnologia de
produo. Aqui elevada tecnologia se refere as prticas de base ecolgica, incluindo
cobertura do solo com alhada, adubaes orgnicas e minerais equilibradas, rotao de
culturas, prticas de drenagem e de irrigao. O controle de invasoras pode ser realizado
eficientemente com uma palhada abundante de aveia ou com a suplementao de palha
como capim elefante, lrio-do-brejo e outras palhadas trituradas. Durante a colheita do
arroz existe oferta de palha que pode ser estocada, desde eu seca.
importante salientar que a drenagem e a correo das deficincias nutricionais
mediante a calagem (adio de clcio e magnsio) e as adubaes de correo e de
manuteno (P, K, S, N e micronutrientes) so essenciais tanto para o rendimento dos
cultivos como para o desempenho das plantas de cobertura e manejo do solo tais como
aveia, soja, etc.
A primeira experincia com a aplicao de palhada suplementar ocorreu em 2005
quando um pequeno canteiro cultivado com aafro-da-terra, parte recebeu abundante
cobertura com capim elefante triturado. A cobertura com palhada mais que duplicou a
altura das plantas sendo que estas estavam com aspecto de melhor nutrio com
nitrognio do que as plantas onde no foi aplicada cobertura com capim elefante
indicando, possivelmente, a atuao de fixadores de vida livre associados rizosfera.
possvel que com a cobertura com palhada ou com adubos orgnicos como
fonte de alimento para a fauna do solo e para os microrganismos ocorra a criao de
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novas funes em cascata. Em bananais da Vila Bitencourt, especialmente no bananal do
Sr. Jonas ouve um aumento de produtividade do bananal em mais de 400%. Estas
observaes despertaram o interesse do professor de biologia do solo Julio Cesar Pires,
que sugeriu um trabalho de fauna do solo na disciplina Tpicos Especiais em Fauna
Edfica, na qual o professor e orientador Airton Luiz Bortoluzzi aluno especial neste
segundo semestre de 2014. No IFC Campus Santa Rosa do Sul constatou-se que a
cultura do figo definha quando o manejo de invasoras realizado com aplicaes
sequenciais de glifosato. No o glifosato, mas a ausncia de razes o fator responsvel
pela multiplicao seletiva de organismos benficos na rizosfera que torna o sistema
improdutivo, especialmente pelo ataque de nematides. No inverno de 2014 observou-se
que uma plantao de figo com abundante aplicao de esterco na superfcie estava cm
figos em agosto e que as plantas sem aplicao de esterco estavam definhadas e sem
folhas.
Figura 11. Figo (Ficus carica L.). Observa-se: plantas definhadas a esquerda sem
adubao orgnica e cobertura do solo e bem desenvolfvidas em com frutos no centro aps aplicao de abundante cobertura de estercos e palhada. IFC Campus Santa Rosa do Sul, agosto de 2014.
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Estas observaes so de aspecto geral e so aplicveis para uma agricultura
familiar na qual as adubaes orgnicas e minerais equilibradas melhoram
consideravelmente a produtividade e a qualidade dos produtos ofertados. Estudos
relativamente recentes e pouco aceitos no meio acadmico evidenciam que estes
sistemas de adubaes equilibradas somados a aplicao de abundante palhada na
superfcie podem contribuir significativamente para o controle de nematides e outros
organismos patognicos. Fungos nematfagos e fungos antagnicos de fungos
patognicos so exemplos j comprovados na literatura cientifica recente. Uma hiptese
no menos provvel a fixao biolgica de nitrognio em no leguminosas ou por
fixadores de vida livre associados a rizosfera em um ambiente ecologicamente favorvel.
Isto pode explicar o bom desempenho das culturas quando da adio de estercos ou de
palhada na superfcie como ocorreu em 2005 com o aafro-da-terra.
O aafro-da-terra, por possuir rizomas considerado uma planta perene. Como
cultura, no entanto, considerada uma planta anual e que pela experincia do IFC
Campus Santa Rosa do Sul, matura em julho quando o pseudocaule amarela e seca,
sendo facilmente destacado do rizoma principal. Portanto, o plantio pode ser realizado
desde outubro at dezembro e a colheita em julho.
A industrializao pode ser realizada lavando-se bem os rizomas para retirar o
solo aderido aos mesmos. No IFC Campus Santa Rosa do Sul a lavagem dos rizomas foi
realizada inicialmente em tanque para retirar a maior parte do solo aderido e, a seguir,
com jatos de gua (lavador de carros, dentro de caixas). Esta lavagem pode ser feita em
tanques lavadores para cenoura.
Aps a lavagem os rizomas so sanitizados. Uma tcnica bastante utilizada o
mergulho de recipientes de tela inox com rizomas em tanques ou recipientes com gua
em fervura durante 10 minutos.
Aps a sanitizao os rizomas so fatiados e desidratados em secadores solares
tipo tnel com circulao de ar previamente aquecido em coletor solar.
O rendimento de p de aafro-da-terra de 20 a 25% da massa fresca dos
rizomas. Par uma produtividade de 40 t/ha de rizomas pode-se obter 10 t/ha de p de
aafro-da-terra.
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Figura 12. Colheita de Aafro-da-terra (Curcuma longa L.) cultivada para elevada produtividade no IFC Campus Santa Rosa do Sul. Estgio de Gecielli Martins Monteiro, 13/07/2012.
Figura 13. Rizomas de Aafro-da-terra (Curcuma longa L.) colhidos no IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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Figura 14. Rizomas principal, laterais e liso de Aafro-da-terra (Curcuma longa L.) colhidos no IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 15. Industrializao de Aafro-da-terra (Curcuma longa L.); Sanitizao por fervura durante 10 minutos. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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Figura 16. Industrializao de Aafro-da-terra (Curcuma longa L.): Desidratao de rizomas fatiados. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 17. Industrializao de Aafro-da-terra (Curcuma longa L.): Desidratao de rizomas fatiados desidratados e p de aafro. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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4.1.1.3. Propriedades de alimento funcional do aafro-da-terra
Em artigo de reviso entitulado Turmeric, Curcumin and Our Life: A Review
(Curcuma longa ou aafro-da-terra, curcumina e nossa vida: uma reviso) Lal (2012)
enumera uma ampla srie de atividades biolgicas desta planta utilizada na medicina
tradicional.
Lal (2012) nesta reviso enumera importantes efeitos do aafro-da-terra
(Curcuma longa L.) e dos seus constituintes na nossa sade. Cada uma dos efeitos
enumerados tem citaes que foram omitidas e podem ser encontradas no artigo de Lal
(2012). A seguir traduzimos para o portugus os efeitos do aafro-da-terra (Curcuma
longa L.) e seus constituintes na sade humana:
- Efeito hepatoprotetor semelhante da silimarina;
- Os leos volteis e curcumina e aafro exibem potentes efeitos anti-inflamatrios;
- O aafro-da-terra e a curcumina tambm so capazes de suprimir a atividade de vrios
agentes mutagnicos e carcinognicos comuns em uma variedade de tipos de clulas,
tanto in vivo e in vitro;
- O extrato de aafro-da-terra e o leo essencial inibem o crescimento de uma variedade
de bactrias, parasitas e fungos patognicos;
- Os efeitos protetores de aafro-da-terra sobre o sistema cardiovascular incluem a
diminuio dos nveis do colesterol e dos triglicerdios, diminuindo a susceptibilidade da
lipoprotena de baixa densidade (LDL) para a peroxidao lipdica e inibidora da
agregao plaquetria de bactrias, parasitas e fungos patognicos;
- Os constituintes de aafro-da-terra exercem vrios efeitos protetores sobre o trato
gastrointestinal;
- O leo aafro-da-terra exibiram potente atividade anti-tripsina e anti-hialuronidase;
- Os constituintes do aafro-da-terraatuam sobre a doena de Alzheimer:
- O extrato de aafro suprime os sintomas associados artrite;
- Aafro-da-terra e seu extrato inibir a angiognese;
- Os constituintes do aafro-da-terra podem induzir radioproteo;
- Os constituintes de aafro-da-terra inibem a proliferao de clulas do msculo liso
vascular;
- O aafro-da-terra diminui os nveis de colesterol srico;
- Os constituintes de aafro-da-terra bloqueiam a replicao do HIV;
- Os constituintes do aafro-da-terra estimulam a regenerao muscular;
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- O aafro-da-terra melhora a cicatrizao de feridas;
- Extrato de aafro-da-terra reduz a incidncia de colesterol e a formao de clculos da
vescula biliar;
- Os constituintes de aafro-da-terra protegem contra a formao de catarata no
cristalino (lente natural do olho);
- O aafro-da-terra protege contra a pancreatite;
- Extrato de aafro-da-terra corrige defeitos de fibrose cstica;
- O aafro-da-terra suprime a induo da adeso de molculas;
- Constituintes aafro-da-terra inibem o receptor andrognico e o cofator receptor de
andrgeno (AR) relacionado;
- Constituies de aafro-da-terra inibem a protena farnesil transferase (FTPase);
- Constituintes aafro-da-terra inibem cicatrizes;
- O leo de aafro-da-terra (leo de turmrico) contendo turmeronas (um leo essencial)
exibiu atividade antioxidante potente em -caroteno sistema modelo linoleato e o mtodo
fosfomolibdnio;
- leos volteis de aafro-da-terra suprimem edema agudo.
Figura 18. Propriedades medicinais do aafro-da-terra (Curcuma longa L.) e da curcumina.
Fonte: Lal (2012) no site http://www.bepls.com/june2012/3.pdf acessado em 15/09/2012.
4.1.2. Araruta
A araruta (Maranta arundinacea) uma planta herbcea com rizomas tuberosos
fusiformes com escamas aplicadas e caule articulado. Atinge at 120cm de altura
mxima, frequentemente apenas metade. Possui folhas alternas, pecioladas e com longas
bainhas foliceas, ovado-lanceoladas, acuminadas, com limbo de 10 20cm de
comprimento e 5 8cm de largura, mais ou menos pubescentes na pgina inferior. As
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flores so brancacentas, irregulares, pequenas, solitrias ou 3-4 dispostas em panculas
terminais irregulares e frouxas, protegidas por brcteas invaginantes. O fruto
planoconvexo, primeiramente baciforme e depois seco, indeiscente. As sementes so
rugosas vermelho-plidas e com arilo amarelo (Corra, 1984).
Figura 19. Araruta (Maranta arundinacea L.). A. Ramo com folhas, flor e frutos; B. Rizoma tuberoso; C. Flor; D e E. estaminides petalides do ciclo externo; F. estamindio cuculado (labelo); G. estamindio caloso; H. antera; I. estilo; J. fruto no incio da deiscncia; K. Semente.
Fonte: Ilustrado por G. Burian e Burian e reproduzido de Fieldiana Botany, v.24, n.3, p.217, 1952. Restrepo, Magda Piedad Valds ; Grisales, Sann Ortiz; Snchez, Teresa..Morfologa de la planta
y caractersticas de rendimiento y calidad de almidn de sagu.
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A araruta (Maranta arundinacea) uma planta nativa da Amrica do Sul e das
Antilhas (Len (1987). Bentley & Trimen (1880) a consideram uma espcie nativa das
Antilhas e talvez do Mxico e de outros pases da Amrica Central e Peckolt & Peckolt
(1893) a consideram nativa do Brasil. A espcie cultivada na Amrica do sul, Caribe,
Sudoeste da sia, Filipinas e ndia (Erdman & Erdman,1984).
O tamanho dos rizomas oscila entre 10 e 25cm, so de forma fusiforme,
alongados e apresentam pequenos segmentos, separados entre si por leves
estrangulamentos providos de escamas.
Trs so os cultivares de importncia no Brasil, a creoula, a banana e a comum,
que a mais difundida. A variedade comum a que produz fcula de melhor qualidade;
seus rizomas so claros, em forma de fuso, cobertos por escamas e atingem at 30
centmetros dependendo da qualidade do solo, embora o tamanho normal varie de 10 a
25 centmetros.
A variedade creoula produz rizomas na superfcie da terra, em touceiras, que
precisam ser lavados vrias vezes para perder a camada escura, caso contrrio,
produzem uma fcula negra e de baixa qualidade (Da Silva , Monteiro, 1969, Montaldo,
1972).
Prez et al. (1997), analisando rizomas de araruta cultivados na Venezuela,
obtiveram 5,46% de protena, 5,96% de matria graxa, 2,84% de cinzas, 7,49% de fibras,
78,25% de carboidratos totais (expressos em base seca), 79,88% de umidade e pH 6,9.
A Farinha da araruta um ingrediente com propriedades de alimento funcional
(possui inulina, cerca de 46% do amido, que funciona como prebitico) para a elaborao
de biscoitos e doces. Pode ser utilizada pura ou em adio na receita de pes, bolachas,
bolos com outras farinhas como o trigo e o milho. ao mesmo tempo uma especiaria e
um vegetal com uma variedade de utilizaes como extensores, espessantes de massas
(talharini), sopas e embutidos (produtos base de carne).
A araruta nutritiva e usada na alimentao como no irritante em certas
doenas crnicas durante a convalescena de febres, na irritao do tubo digestivo, os
rgos pulmonares, ou do aparelho urinrio, e adequado para bebs para substituir ou
complementar o leite materno para um curto perodo de tempo aps o perodo de
aleitamento.
Como rao para aves, a farinha pode substituir 25% do milho amarelo, enquanto
seus caules, folhas e resduos so alimentos para ruminantes (Jimenez, 1996).
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O rizoma cru serve de excelente forragem, recomendada para engorda de sunos
(Cruz, 1965; Corra, 1984). No entanto, devido as suas qualidades como alimento
funcional, especialmente devido ao seu elevado teor de inulina.
4.1.2.1. Cultivo de araruta no IFC Campus Santa Rosa do Sul
O cultivo da araruta iniciou em 2007 a partir de trs pequenas razes tuberosas
(propgulos) cedidas pela Fazendinha da UFRRJ, trazidos pelo professor Adalberto
Reinke. Anualmente eram colhidas no inverno e plantadas (Razes tuberosas ou mudas
da diviso da soqueira) na primavera. A partir do ano de 2009 iniciou-se a mensurao da
produtividade de razes tuberosas e os plantios seguiam tcnicas para elevada
produtividade.
As produtividades de araruta em sistemas de baixa tecnologia so relativamente
baixas. Heredia Zrateet al. (2007) citam produtividades de 10 a 20 t/ha. OBoletim 200
IAC - Instrues Agrcolas para as Principais Culturas Econmicas (2014) cita
produtividades mdias de 8 a 12 t/ha, dependendo de vrios fatores, tais como clima,
solo, tratos culturais, irrigao, adubao e variedade. Estas produtividades so muito
baixas quando comparadas com o histrico de produtividades alcanadas nos
experimentos e unidades demonstrativas instalados no IFC Campus Santa Rosa do Sul,
que apontaram produtividades entre 30 e 50 t/ha. Evidentemente que tais produtividades
foram obtidas com sistemas de produo de base ecolgica, no dispensando a aplicao
de adubaes orgnicas e minerais equilibradas, irrigao e drenagem, cultivo de plantas
de cobertura e manejo do solo de inverno, principalmente aveia.
O plantio pode ser realizado com propgulos obtidos de rizomas tuberosos
inteiros ou divididos, de razes pequenas obtidas na base das touceiras e da diviso das
touceiras.
Nos primeiros anos o plantio da araruta era realizado a partir de rizomas
tuberosos e com mudas obtidas da diviso de touceiras. O encanteiramento da soqueira
no espaamento de 20 cm x 20 cm logo aps a colheita (junho e julho) tem resultado em
cerca de 10 mudas por soqueira. Os rizomas tuberosos apresentam gemas nos ns dos
segmentos e tambm podem ser seccionados e encanteirados, assim como razes
tuberosas finas da base da planta. Assim, as mudas de araruta podem ser facilmente
obtidas com a colocao para brotao e enraizamento de propgulos em leitos de
enraizamento. Os leitos de enraizamento podem ser feitos em casa de vegetao ou em
estufins na logo aps a colheita. A partir do final de setembro as mudas estaro prontas
para o plantio.
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Figura 20. Rizoma tuberoso de araruta (Maranta arundinacea) observando-se a sua segmentao, tendo uma gema em cada segmento. IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 21. Raiz/rizoma da base da planta de araruta (Maranta arundinacea) observando-se a sua segmentao, tendo uma gema em cada segmento. Pode ser dividido originando muitos propgulos. IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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Figura 22. Soqueira preparada para encanteiramento. Cada soqueira, plantada em espaamentos de 20 cm x 20 cm pode originar cerca de 10 a 12 mudas. IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 23. Soqueira de araruta observando-se brotao a partir das razes da base da planta. IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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Figura 24. Mudas obtidas a partir do encanteiramento das soqueiras prontas para o plantio. Cada soqueira produz em mdia 10 mudas. IFC Campus Santa Rosa do Sul.
A experincia do IFC Campus Santa Rosa do Sul indica que o espaamento para
a araruta de 0,4 m x 0,4 m. Este espaamento tem proporcionado rpido fechamento da
cultura em um sistema de elevada tecnologia, especialmente adubaes minerais e
orgnicas equilibradas, plantio sob palhada de aveia ou com a aplicao de palhada
suplementar, por exemplo, palha de arroz.
O controle seletivo de invasoras atravs de capinas ou arranquio manual so
prticas muito importantes no estabelecimento e fechamento da cultura. Cerca de dois
meses so necessrios para que a plantao da araruta feche completamente. No IFC
Campus Santa Rosa do Sul a aplicao de palhada ou o plantio direto sobre palhada de
aveia proporciona um bom nvel de supresso de invasoras, alm de acelerar o
crescimento e fechamento da cultura pelas melhores condies de crescimento e controle
de invasoras.
A irrigao, a drenagem e a cobertura do solo so prticas muito determinantes
para o sucesso da cultura. A cultura da aveia quando semeada no outono e com elevada
fertilidade do solo permite a rotao de culturas e o efeito supressivo sobre a germinao
de invasoras na fase inicial da cultura da araruta e de outras culturas.
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Figura 25. Canteiros de araruta j completamente fechados em 24 de dezembro de 2012. IFC Campus Santa Rosa do Sul.
As produtividades de araruta nos experimentos realizados no IFC Campus Santa
Rosa do Sul tm sido relativamente elevadas e chagaram a produtividades superiores a
30 t/ha e em experimentos os potenciais produtivos indicam valores de 40 a 50 t/ha. Estes
dados sugerem que a agricultura familiar deve incorporar tcnicas de produo de base
ecolgica, no descuidando de adubaes equilibradas (orgnicas e minerais, alm da
calagem), irrigao, drenagem, plantio direto sob palhada de aveia ou com a aplicao de
palhada suplementar, controle seletivo de invasoras.
Um dos entraves que tem atrasado o estabelecimento desta cultura a
relativamente resistncia dos agricultores familiares dificuldade alegada na colheita. A
araruta possui razes tuberosas que so quebradias (segmentadas) durante o arranquio.
Estas dificuldades podem ser superadas pelo valor do produto e, especialmente, pelo
plantio em camalhes com 60 cm de largura para o plantio de filas duplas. Uma das
propostas e a construo ou adequao de um equipamento que confeccione estes
camalhes e ao mesmo tempo faa a adubao e o plantio da aveia. Neste sistema o
plantio pode ser realizado aps acamamento da aveia. A colheita pode ser realizada com
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equipamento que desmonte os camalhes expondo os rizomas tuberosos e a soqueira
aps o corte da palhada da araruta. Esta palhada tem grande potencial que ainda no foi
estudado quando a sua utilizao na confeco de substratos ou quanto a palatabilidade
aos animais.
Figura 26. Plantio de araruta em 18 de maro de 2014 com flores e completamente
fechada. Observa-se grande produo de biomassa e plantas com flores brancas. IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Em conversas com pessoas mais idosas percebeu-se que a araruta era
tradicionalmente cultivada no sul catarinense. Esta informao torna esta cultura um
resgate de um cultivo tradicional na regio e pode agregar valor.
Figura 27. Araruta (Maranta arundinacea) com desenvolvimento exuberante na Unidade
de Estudos de Alternativas de Cultivo para a Agricultura Familiar do IFC Campus Sombrio no ano de 2011.
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4.1.1.2. Colheita e industrializao artesanal da araruta no IFC Campus Santa Rosa do Sul
No ano de 2009 o IFC Campus Santa Rosa do Sul iniciou os primeiros estudos
sobre produtividade da araruta e da extrao artesanal de amido, o polvilho de araruta.
Foram obtidas produtividades entre 30 e 50 t/ha, fato que motivou o grupo para o cultivo
desta raiz tuberosa que produz amigo com 46 de inulina, este considerado um prebitico,
ou seja, um alimento funcional.
No ano de 2011 os alunos Ramon da Silva de Matos e Gecielli Martins Monteiro
realizaram estgio prtico profissional na Unidade de Estudos de opes de cultivo ...e
participaram de todas as etapas da colheita e da industrializao artesanal de araruta e
aafro-da-terra.
A industrializao artesanal da araruta para obteno de polvilho constou
basicamente da colheita, lavagem e da retirada das peles razes tuberosas. A seguir
procedeu-se a mais uma lavagem e da moagem das razes tuberosas em processador
semi-industrial. A massa foi colocada em sacos de algodo, passando-se gua para
separao do amido para decantao em recipientes de 100 L. A goma (polvilho
sedimentado) foi colocada para desidratar em estufa de ar forado e finalmente modo
finamente em processador semi industrial. O processo est apresentado sequencialmente
nas figuras abaixo.
Figura 28. Rizomas tuberosos descascados, lavados e prontos para a moagem, primeira etapa na fabricao artesanal de polvilho de araruta. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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Figura 29. Rizomas tuberosos em processo de moagem e processador semi-industrial. Fabricao artesanal de polvilho de araruta. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 30. Massa dos rizomas tuberosos. Passagem de gua em sacos de algodo para separao da goma do amido. Esta decanta no fundo de recipientes. Fabricao artesanal de polvilho de araruta. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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Figura 31. Amido de araruta (goma) decantado no fundo do recipiente. Fabricao artesanal de polvilho de araruta. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 32. Amido de araruta (goma) pronta para desidratao. Fabricao artesanal de polvilho de araruta. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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Figura 33. Amido de araruta e processo de desidratao. Fabricao artesanal de polvilho de araruta. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
Figura 34. Polvilho de araruta desidratado e modo. Equipe de alunos em estgio durante a fabricao artesanal de polvilho de araruta. Agroindstria do IFC Campus Santa Rosa do Sul.
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4.1.1.3. Propriedades de alimento funcional da araruta
Inulina e oligofrutoses so polmeros de frutose vastamente encontrados em
plantas sob a forma de carboidratos de reserva e apresentam propriedades funcionais de
grande importncia para a indstria de alimentos. Tanto inulina como oligofrutoses vm
sendo utilizadas para enriquecer com fibras produtos alimentares.
A inulina extrada da chicria (Chichorium intybus), sendo atualmente a principal
fonte principal de inulina para aplicao industrial. Outras espcies com maior
produtividade como o tupinambor (Helianthus tuberosus L), Yacon (Smallanthus
sonchifolius) e a araruta tm sido pesquisadas com relao ao seu contedo de inulina e
oligofrutose. Em trabalho de Triagem Preliminar da Presena de Inulina em Plantas
Alimentceas (Rossi et al., 2011) verificou-se que a araruta e o Yacon Gacho
apresentaram 45,83% e 43,18% de inulina, respectivamente.
As folhas podem servir de para forragem (Corra, 1984). Faltam estudos de
digestibilidade e de palatabilidade pelas diferentes espcies de criaes domsticas. As
partes areas da planta, juntamente com os resduos que so descarregados na gua da
lavagem do rizoma, para produo de araruta, tm potencial para produo de rao
animal ensilada. Os resultados de estudos indicaram que o material pode ser ensilado e
preservado para alimentao posterior. No entanto, o contedo de protena crua dos
resduos grosseiros e finos foi menor que o resduo de partes areas e de outras silagens;
uma suplementao adicional de nitrognio no-protico poder ser necessria (Erdman
& Erdman, 1984).
As fibras alimentares da dieta esto includas na amplacategora dos
carboidratos. Posem ser classificadas comosolveis, insolveis ou mistas, podendo ser
fermentveis ouno-fermentveis. A nova definio de fibras alimentares sugerea
incluso de oligossacardeos e de outroscarboidratos no-digerveis. Assim, a inulina e
aoligofrutose, denominadas de frutanos, so fibras solveise fermentveis, as quais no
so digerveis pela -amilasee por enzimas hidrolticas, como a sacarase, a maltase e
aisomaltase, na parte superior do trato gastrintestinal (Carabin& Flamm, 1999).
Os frutanos e os galactanos so os prbiticos avaliados em humanos
(Cummingns & Macfarlane, 2002). Os fruto-oligossacardeos (FOS) e inulina receberam
a maoria dos estudos cientficos sobre osefeitos dos prebiticos no organismo. Diversos
produtos comerciais estodisponveis h vrios anos (Puupponen-Pimi et al., 2002).
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A inulina e a oligofrutose pertencem a uma classe decarboidratos denominados
frutanos e so consideradosingredientes funcionais, uma vez que exercem influencia
sobre processos fisiolgicos e bioqumicos no organismo, resultando em melhoria da
sade e em reduo no risco deaparecimento de diversas doenas, conforme ilustrado
nafigura 1. As principais fontes de inulina e oligofrutoseempregadas na indstria de
alimentos so a chicoria (Cichorium intybus) e a alcachofra de Jerusalm(Helianthus
tuberosus) (Carabin & Flamm, 1999; Kaur & Gupta, 2002).
A araruta possui cerca de 46% de inulina e, portanto, tem grande potencial de
agregao de valor por ser um alimento funcional.
Em reviso sobre as propriedades medicinais da araruta, a maioria obtida do
conhecimento popular, o documento PROJETO: EXTRATIVISMO NO-MADEIREIRO E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA AMAZNIA (ITTO PD 31/99 Ver. 3 (I).
BANCO DE DADOS NON WOOD, acessado em 15/09/2012 relata: O rizoma tnico,
calmante nos casos de afeces das vias digestivas e urinrias (Bernal & Correa, 1994).
Os ndios Yanomame utilizam a planta para curar feridas, cortes e pequenas escoriaes
infectadas e para aliviar a dor aplicando o rizoma no ferimento (Milliken & Albert, 1997).
Curandeiros usavam o rizoma assado contra febres intermitentes nas doses de 1, 2 ou 3
vezes ao dia, durante a pirexia, mas esta prtica considerada intil por algumas
pessoas (Peckolt & Peckolt, 1893).
Existem indicaes de que os rizomas em infuso so um bom remdio para
enfermidades da uretra e da bexiga (Bernal & Correa, 1994). Revilla (2002) menciona que
nos casos de uretrites, enfermidades da bexiga e diarrias podem ser usados a infuso
ou o p dos rizomas. A coco dos rizomas til como anticido (Delgado & Sifuentes,
1995).
O suco da planta ou do rizoma usado contra o veneno colocado em flechas,
aplicando-o sobre a ferida (Peckolt & Peckolt, 1893). O suco dos rizomas usado no
alcoolismo e para baixar a temperatura durante algum tempo (Revilla, 2002).
O amido usado para astenias, febres, uretrites, distenses, problemas na
vescula biliar (Duke & Vasquez, 1994), doenas dos rins (Arbelaez, 1975), indigesto
cida (Duke & Vasquez, 1994), dentre outros. O amido amplamente valorizado devido
facilidade de digesto e tem emprego em dietas alimentcias para convalescentes,
principalmente em complicaes intestinais devido s propriedades emolientes (Bernal
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&Correa, 1994). Nas Antilhas o amido aplicado sobre a pele queimada de sol, erisipelas,
dermatites, gangrenas e considerado um antdoto para picadas de vespas (Milliken &
Albert, 1997). Em Dominica usado para fazer cataplasma para curar feridas e lceras
(Purseglove, 1985).
Em estudos realizados por Cooke et al. (2000) concluiu-se que a araruta um
efetivo tratamento para diarria e permite uma ao intestinal mais eficiente, aumentando
o bolo fecal. Os pacientes receberam araruta em p (10ml), 3 vezes ao dia, durante 1
ms.
Amido de araruta branco, inodoro e inspido; produzida quer sob a forma de
polvilho ou em massas mais ou menos agregado que so globular e raramente excedem
o tamanho de ervilha. A substncia resinosa amarga presente na pele do rizoma pode ser
removida no processo de extrao do amido durante a descamao. O amido de araruta
tem muitos usos, tais como um agente espessante para sopas, molhos, e pudins, e como
uma parte de substituto da farinha de trigo na fabricao de biscoitos (Rapusas s/d).
Nas Filipinas e no Brasil os rizomas de araruta so processados manualmente
pelos prprios agricultores, um processo muito tedioso e demorado.
No Quadro 01 esto apresentados de forma resumida e didtica os usos da
araruta (Maranta arundinacea L.), surprendentemente uma planta que se apresenta como
mecicinal e com propriedades de alimento funcional. Neste quadro falta a descoberta
recente que a coloca como um alimento com propriedades de prebitico:
A idia de que alimentos poderiam prevenir doenas e serem usados como
tratamento surgiu h milnios. Hipcrates dizia: Que o teu remdio seja o teu alimento e
o teu alimento seja o teu remdio. Porm o termo alimento funcional foi empregado s em
meados de 80, introduzidos pelos japoneses, que o definiram como alimentos utilizados
como parte de uma dieta normal, e que demonstram benefcios fisiolgicos e/ou reduzem
o risco de doenas crnicas, alm de suas funes bsicas nutricionais (Raizel et al.,
2011).
Os probiticos, simbiticos e prebiticos, possuem propriedades funcionais,
especialmente atuando na melhoria da flora intestinal do clon, um fator imprescindvel no
equilbrio e manuteno da sade (Raizel et al., 2011).
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Prebiticos so carboidratos no-digerveis, tambm chamados de fibras
dietticas, que estimulam seletivamente a proliferao ou atividade de populaes de
bactrias desejveis no intestino.
Quadro 01. Resumo de uso de araruta (Maranta arundinacea L.):
Parte da planta
Forma Categoria do uso Uso
--------- --------- Artesanato A espcie pode ser utilizada como matria prima para artesanato.
Caule In natura Alimento animal O rizoma serve de excelente forragem, recomendada para engorda de sunos.
Caule Assado Alimento humano O rizoma pode ser consumido depois de assado.
Caule Cozido Alimento humano O rizoma comestvel depois de cozido.
Caule Farinha Alimento humano O amido dos rizomas utilizado em preparos alimentcios para crianas,
convalescentes, em algumas marcas de sorvetes, tortas, biscoitos, molhos, cereais; til na confeco de sequilhos, mingaus,
bolos, cremes, sagu, pudins e outros.
Caule --------- Combustvel Resduos podem ser usados para produo de lcool para combustvel.
Caule P Cosmtico O amido pode ser usado como base para p facial
Caule --------- Medicinal O rizoma tnico, calmante em afeces das vias digestivas e urinrias. O rizoma colocado no ferimento para curar feridas, cortes e pequenas escoriaes infectadas
e para aliviar a dor.
Caule Assado Medicinal Contra febres intermitentes.
Caule Cataplasma
Medicinal Para curar feridas e lceras.
Caule Decoco Medicinal Combate a acidez estomacal.
Caule Emplastro Medicinal O amido aplicado sobre pele queimada de sol, erisipelas, dermatites, gangrenas.
Caule Infuso Medicinal Em enfermidades da uretra e da bexiga. Para diarria.
Caule P Medicinal O rizoma indicado para astenia, febre, uretrite, enfermidades da bexiga, diarria, distenses, problemas na vescula biliar,
doenas dos rins, indigesto cida; antdoto para picadas de vespas; para
convalescentes, pessoas com difcil digesto.
Caule Suco Medicinal Contra veneno de flecha, para combater o alcoolismo e abaixar a temperatura.
Caule --------- Outros Engomar roupas, em certas colas e em poes de amor.
Caule Polpa Papel Para polpa para papel.
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Parte da planta
Forma Categoria do uso Uso
Folha In natura Alimento animal Para forragem.
Inteira Integral Alimento animal As partes areas da planta, juntamente com os resduos que so descarregados
na gua da lavagem do rizoma tem potencial para produo de rao animal
ensilada.
Inteira Suco Medicinal O suco da planta contra veneno em flechas.
Inteira Integral Ornamental Pode ser cultivada em vasos ou jardins. Fonte: PROJETO: EXTRATIVISMO NO-MADEIREIRO E DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA AMAZNIA (ITTO PD 31/99 Ver. 3 (I). BANCO DE DADOS NON WOOD
O processamento da araruta (extrao de amido) da araruta no Brasil ainda
realizado de forma artesanal. Envolve o (i) arranquio das plantas de forma cuidadosa
(facilmente os rizomas tuberosos podem ser rompidos); (ii) limpeza preliminar dos rizomas
tuberosos; (iii) lavagem dos rizomas em tanques com gua abundante, para a eliminao
completa da terra; (iv) raspagem dos rizomas para retirar a pelcula que contm leos
essenciais e que podem transmitir fcula um certo odor e a cor amarelada,
desvalorizando o produto (Martins, 1943); (v) moagem ou ralao dos rizomas para
obteno da massa; (vi) colocao da massa em um saco de algodo ou peneira para
separar o amido pela passagem de gua. A fcula atravessa o tecido e o resduo fica
retido; por decantao o amido separado (Globo Rural, 1996). Para a manufatura do
amido de araruta so necessrias grandes quantidades de gua limpa; a clorao da
gua ajuda a prevenir fermentao bacteriana. Depois de seco, se obtm a farinha
(Bernal & Correa, 1994).
Na ilha de So Vicente o processamento mecanizado, feito em moinhos. Os
rizomas so lavados, esmagados mecanicamente (amassados ou macerados) para
liberar o amido e reservados para separar os resduos finos e grosseiros do amido. O
amido que fica por gravidade lavado, separado por gravidade e seco ao ar em
construes ventiladas naturalmente (Projeto: EXTRATIVISMO NO-MADEIREIRO E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL NA AMAZNIA).
4.1.3.Tupinambor
O tupinambor (Helianthus tuberosus L.) cultivado principalmente devido aos
seus tubrculos comestveis. J era cultivado pelos nativos americanos antes da chegada
dos europeus.
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Alcachofra de Jerusalm(Helianthus tuberosusL.) cultivadoprincipalmente por
seustubrculoscomestveis, que foram cultivadaspela primeira vez pornativos
americanosantes dachegada dos europeus. Diferentemente da maioria dostubrculos,
mas em comum comos outros membros dafamlia Asteraceae, osseus tubrculos
armazenam frutanos ao invs de amidos convencionais que desdobram em glicose. Os
frutanos so carboidratos no digerveis considerados como alimentos funcionais, pois
afetampositivamente a multiplicao de bactrias benficas no intestino, o que resulta na
melhoria do estado geral da sade do hospedeiro.
Os tubrculos de tupinambor constituem-se em uma das principais fontes de
inulina na natureza, cerca de 76% (Mombelli, 2005 citado por Scollo et al., 2011 )
Figura 35. Frmula 2D de inulina (Scollo et al., 2011)
O potencial produtivo do tupinambor muito elevado e pode chagar a 16 t/ha de
amido em comparao ao milho que tem potencial para 12 t/ha.
o segundo ano de cultivo e convivncia desta promissora cultura para o sul
catarinense. A produtividade visualmente parece ser muito boa. A cultura parece ser
muito exigente em drenagem e, possivelmente, uma abundante palhada de aveia melhora
o desempenho da cultura. Na safra 2014/2015 devem ser iniciados os estudos para a
industrializao artesanal de farinha de tupinambor. A produtividade tambm ser
determinada para as unidades experimentais (canteiros) implantadas na Unidade de
Estudos de Divulgao de Opes de cultivo. A produtividade parece ser to elevada como
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a apontada na literatura, mais de 12 a 15 t/ha de amido ou farinha de tupinambor, um
alimento funcional com 76% de inulina, este um prebitico.
Figura 36. Plantio de Tupinambor (Helianthus tuberosus) no IFC Campus Santa Rosa do
Sul na safra 2013/2014.
Figura 37. Tubrculos de Tupinambor (Helianthus tuberosus) colhidos no IFC Campus
Santa Rosa do Sul na safra 2013/2014.
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Figura 38. Tubrculos de Tupinambor (Helianthus tuberosus) colhidos no IFC Campus
Santa Rosa do Sul na safra 2013/2014. Observa-se, a esquerda plantas inda para colher e em destaque uma planta recm colhida com abundantes tubrculos.
A propagao do tupinambor pode ser realizada por tubrculos ou por mini
tubrculos. Foi constatado que o tupinambor produz mini tubrculos em um grande
nmero e que podem servir para a produo de mudas para o prximo plantio. Tambm
na soqueira, como ocorre no yacon, podem ser retirados propgulos para produo de
mudas. Faltam estudos ainda, mas podemos afirmar que os mini tubrculos podem suprir
necessidade de formao de mudas.
As observaes realizadas pelo aluno e funcionrio Moiss Moro Duarte indicam
que quando os rizomas so lavados e armazenados em caixas ou mesmo fora do solo os
mesmos desidratam rapidamente e deterioram no permanecendo viveis para a prxima
estao de plantio. Observou-se que quando deixados no solo os mesmos permanecem
viveis e brotam no final de outubro e novembro se as temperaturas estiverem favorveis.
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Figura 39. Soqueira de tupinambor. Faltam estudos, mas a mesma apresenta grande
nmero de gemas e que, de modo similar ao yacon, tem potencial para a produo de mudas. Foto IFC Campus Santa Rosa do Sul
Figura 40. Brotao de tubrculos nos canteiros no final de outubro novembro de 2014 no IFC Campus Santa Rosa do Sul. Os tubrculos (grandes, mdios, pequenos e mini tubrculos) que permanecem no solo brotam quando a condies de temperatura estiverem favorveis. Fora do solo degradam rapidamente, no permanecendo viveis.
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Figura 41. Canteiro completamente tomado por tupinambor aps brotao dos tubrculos
deixados no solo