REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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AULA 01
As aulas desse curso trarão informações que você não tem contato nas
matérias ministradas no Ensino Médio ou pré-vestibular. Por isso, é preciso que o
aluno se preocupe em ler o conteúdo como forma de entrar em contato com outros
conteúdos necessários para bem desenvolver sua redação e alcançar uma nota que
venha ajudá-lo na classificação para os vestibulares mais concorridos do País. Bem, o
vestibulando vai se perguntar o tempo todo se realmente precisa estudar esse
conteúdo aqui presente: claro que precisa! Se não precisasse eu não o colocaria como
elemento necessário e imprescindível para a redação. Essa certeza eu a tive quando vi
que os temas atuais do ENEM pedem que o aluno dê a solução para problemas
que afetam a sociedade de maneira geral. Nesse caso o aluno precisa estar
embasado de conteúdo que o ajude a fundamentar legalmente o seu texto, isto ele não
vai encontrar nas matérias vistas no curso regular de Ensino Médio ou Pré-
Vestibular. Aí está a chave da Questão: há divergência no conteúdo estudado
nessas fases de estudo e o que o ENEM cobra hoje nas suas redações.
Matérias como Direitos e Garantias Individuais, constantes na
Constituição Federal Brasileira, são de extrema importância para subsidiar o
vestibulando na hora que ele se deparar com temas dessa envergadura. Na verdade,
todos os temas atuais referem-se a direitos e garantias, como por exemplo: o tema
da redação do ENEM 2013, que trata da LEI SECA, que nada mais é que uma
Política Pública que trata de direitos e garantias fundamentais de primeira
geração: o direito de liberdade de ir e vir e o direito à vida e de viver em
segurança. Então! Não há que se discutir, porque tais conteúdos vão resolver seus
problemas de falta de fundamentação legal para dar sustentação a seu texto
redacional.
Matérias como Português e Interpretação de Textos terão a função de
ajudar o aluno a se aprimorar no conteúdo, trazendo questões de concursos resolvidas
para que o vestibulando vá se interagindo com o conteúdo cobrado.
Também serão corrigidas e comentadas redações do ENEM. Essa
correção fará com que o aluno veja o que pode melhorar na produção de textos e,
com isso, buscar produzir uma redação que aumente sua nota total, ou seja, que na
soma de suas notas, a redação se torne um elemento que agregue valor no todo, e que
não seja uma questão de perda de pontos: o nosso negócio é sempre somar pontos.
Então, bons estudos e tenha boa sorte.
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Os Conteúdos que serão apresentados nas aulas são:
AULA 01 - Orçamento Público: As Fases do Orçamento Público e a
Importância do Orçamento Público para o Desenvolvimento das Políticas Públicas
para Cumprir o Comando da Constituição Federal de 1988. Redação Oficial,
Correção de Redação e Língua Portuguesa. Exercícios Comentados.
AULA 02 - Direito Constitucional: Os Direitos e Garantias Individuais e
Coletivos Comandados pela CF/88 e a Implicação desses Direitos na Ampliação da
Democracia e da Cidadania dos Brasileiros. Redação Oficial, Correção de Redação e
Língua Portuguesa. Exercícios Comentados.
AULA 03 - Controle Social das Políticas Públicas: O controle social
determinado pela CF/88 e sua importância para a transparência da atuação da
administração pública. A Lei Lei de Responsabilidade Fiscal enquanto forma de
controle social na administração pública. Redação Oficial, Correção de Redação e
Língua Portuguesa. Exercícios Comentados
AULA 04 - Realidade Brasileira: a importância das fases de
desenvolvimento do Brasil como elemento formador das políticas públicas nacionais.
Redação Oficial, Correção de Redação e Língua Portuguesa. Exercícios Comentados.
AULA 05 - Políticas Públicas na Educação e Saúde: Como as Políticas
Públicas Influenciam na Mudança dos Rumos da Educação e da Saúde Pública.
Redação Oficial, Correção de Redação e Língua Portuguesa. Exercícios Comentados.
AULA 06 - Administração Pública: A Importância da Administração
Pública para a Consecução das Políticas Públicas do Executivo: Federal, Estadual,
Distrital e Municipal. Redação Oficial, Correção de Redação e Língua Portuguesa.
Exercícios Comentados.
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ÍNDICE DA AULA 01
1 - Como será ministrado o Curso de Redação para o Enem, vestibulares e
Concursos públicos ............................................................................................. 4
2 - Os Direitos Humanos na Idade Moderna e Contemporânea ............................. 8
3 - Universalidade das Declarações de Direitos Humanos ..................................... 9
4 - As Três Gerações dos Direitos Fundamentais ................................................... 10
5 - Correção e Comentário de Redação ................................................................... 16
6 - Língua Portuguesa .............................................................................................. 27
7 – Organização do Texto e Ideia Central ............................................................... 39
8 - Prova Simulada .................................................................................................. 57
9 – Gabarito ............................................................................................................. 82
10 – Planejamento e Orçamento na Constituição Brasileiro ................................... 82
11 – Correção e Comentário da Prova do Enem 2009 ............................................ 98
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1 - Como será ministrado o Curso de Redação para o Enem, vestibulares e
concursos públicos.
Agora vou me apresentar. Sou Sebastião Oliveira Veloso: professor de
Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Redação. Também sou graduado em
Pedagogia e Enfermagem pela PUC MINAS. Fui professor do ensino fundamental e
médio em escolas públicas e particulares. Também ministrei aulas em pré-
vestibulares e preparatórios para concursos em Vitória e Belo Horizonte. Sou
Analista de Obras Literárias, principalmente das obras literárias exigidas nos
vestibulares das universidades federais de todo o Brasil – de Belém a Porto Alegre.
Atualmente sou concursando e passei em alguns concursos importantes. Sou Analista
Auditor na Auditoria Interna da EBSERH - (Empresa Brasileira de Serviços
Hospitalares, em Brasília), responsável pela administração dos hospitais
universitários das universidades federais brasileiras. Empresa Pública de direito
privado, criada em 2011. Sou Diretor Presidente da BRAVEST – Brasil Vestibulares
LTDA, Empresa que trabalha com Consultoria em Vestibulares e Excursões de
Vestibulares.
Prezado aluno, o curso aqui ministrado pretende ou tem a pretensão de
ocupar uma lacuna que está vaga, que trata do tema Políticas Públicas como
possibilidade de solucionar os problemas sociais, e que, de sobra, também
resolverá o seu problema na redação do Enem. Alguns motivos me levaram a pensar
no porquê de muitos alunos excelentes não estarem conseguindo superar os
oitocentos pontos na redação do ENEM, ou que tiram uma nota e no ano seguinte
caem de produtividade, se prejudicando na classificação no SISU ou no vestibular.
Algumas faculdades valoram a redação em uma, duas ou até três vezes o valor da
nota recebida pelo aluno no ENEM, que é o caso da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - na UFRJ sua nota de redação é multiplicada por 3. Ou seja, se você obtiver
1000 pontos na redação, sua nota será de 3000 pontos. Veja que lindo: de mil, você
passa a ter três mil pontos. Isso é ótimo, não é! Então, vale a pena dedicar um bom
tempo de estudo no aprimoramento da redação, afinal, você pode melhorar muito a
sua nota final.
Um deles está na reportagem exibida pelo fantástico no dia 04 de maio de
2014, que trata de alguns repórteres da Rede Globo que se inscreveram para esse
exame e, propositalmente, colocaram conteúdo fora do tema apresentado, não
respeitando as regras do Enem, que determinam um número mínimo de linhas que
deverão apresentar conteúdo dentro do tema tratado e, mesmo assim, não tiveram
suas redações zeradas pelo corretor (o que deveria ter acontecido). Outros,
anunciados em reportagens de meios de comunicação diversos: sempre relacionados
aos descasos dos corretores de redação do ENEM, que não levam em conta receitas
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de macarrão inseridas nas redações por alunos que querem saber até que ponto as
redações são corrigidas de fato.
Outro motivo é o fato de que os temas apresentados pela atual banca
examinadora não estão sendo compreendidos pelos alunos inscritos no ENEM.
Acredito que tais temas exigem uma abrangência de conhecimentos muito maior
do que aqueles levados pelos alunos do ensino médio, e até mesmo de pré-
vestibulares, que são preparados dentro do contexto das disciplinas até então
estudadas: história, geografia, português, redação, literatura, biologia, sociologia,
filosofia e outras disciplinas que embasam ou não as redações desses alunos. Acredito
que tais disciplinas não abarcam o conteúdo que a banca examinadora do Enem
pretende abarcar, que é políticas públicas e, com isso, o aluno fica apavorado só
de pensar em redação. Isso não deveria acontecer com os alunos que estão bem
preparados, uma vez que estes já conseguem interpretar bem o que está escrito e que
é exigido pelo exame. Mas não é o que presenciamos quando o tema é redação: a
insegurança é geral e não vemos alunos que dizem sentirem-se confortáveis quando
precisam mostrar seus conhecimentos em uma redação.
Mais um motivo para o aluno se preocupar está no fato que as
redações atuais não são as mesmas de tempos passados, que bastava que o
candidato tivesse apreensão de conhecimentos gerais, isto por que agora as redações
não exigem apenas conhecimentos básicos das disciplinas aprendidas pelos
candidatos nas escolas, com o atual currículo apresentado pelo Ministério da
Educação: é preciso que o aluno conheça como funciona toda a máquina pública
e como o Estado, a Sociedade, a Administração Pública e os poderes -
Legislativo, Executivo e Judiciário se comportam diante das atuais exigências que
emana do Estado Moderno-, o de apresentar soluções reais aos problemas enfrentados
pela sociedade brasileira. Tanto é fato que, atualmente, os políticos que não atualizam
seus discursos e apenas apresentam críticas às políticas públicas desenvolvidas pelo
candidato contrário, já não agradam mais aos eleitores que querem solução para o
problema, e não apenas uma crítica pura e simples. Isso é tão verdade que o
Supremo Tribunal Federal concebe, atualmente, a posição concreta(concretista)
em sua nova posição frente aos direitos e garantias individuais inseridos na
Constituição Federal de 1988 e, com isso, o poder judiciário já tem determinado que
o poder executivo resolva alguns problemas sociais inseridos dentro dos Princípios
dos direitos e garantias individuais( que têm eficácia imediata, ou seja, podem ser
usufruídos desde a publicação da Constituição Federal, não precisando de outra lei
que os regulamente), como por exemplo - o direito a creche às crianças de zero a
cinco anos - que é obrigatório para o poder executivo.
Outro exemplo é o da saúde pública “que é direito de todos e dever do
“Estado”, por meio do qual o judiciário determina que o Executivo resolva o
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problema individual do cidadão em estado de necessidade de saúde, que é urgente,
porque se assim não for, o cidadão pode evoluir para a morte: esse é um dos maiores
problemas judiciais apresentados pela sociedade brasileira ao Sistema Único de
Saúde(SUS), que é obrigado a prestar serviços que não constam do atendimento do
SUS, inclusive tem que custear despesas hospitalares altíssimas efetuadas no exterior,
causando rombos enormes no orçamento da previdência social.
Viram como esses conhecimentos são muito mais abrangentes do que
aqueles ensinados no currículo do ensino médio! Então, isso mostra que as atuais
redações não exigem apenas os conhecimentos ensinados no ensino médio, mas
muito mais do que isso, exige-se que o seu discurso esteja embasado em políticas que
resolvam os problemas enfrentados por sua comunidade ou num pensamento
estratificado crescente : que você saiba solucionar os problemas da sociedade, seja ele
de sua comunidade (que é local , também chamado municipal), de seu Estado - que
é chamado regional e da sociedade em geral - que é chamado nacional.
Bem, para você deter tais conhecimentos, é preciso entender que as
políticas públicas apresentadas ao Estado são de obrigação deste solucioná-las.
Quando tratamos desses conhecimentos, estamos tratando dos assuntos os quais serão
apresentados nas aulas que pretendo apresentar a você. E que não é preciso que saiba
tudo de cor, é preciso saber que as políticas públicas existem para solucionar os
problemas e como elas são adotadas em determinadas situações. Os conteúdos que
serão apresentados nas aulas são: Orçamento Público; Administração Pública,
Controle Social das Políticas Públicas, Políticas Públicas e sua construção social,
Direito Constitucional, Políticas Públicas na Educação e Saúde - tudo isso dentro dos
comandos da Constituição Federal de 1988. Bem, não pretendemos apresentar um
curso de direito ou mesmo de administração ou de Ciências Sociais. Queremos
oferecer as informações necessárias que você precisa saber para desenvolver uma
redação que demonstre capacidade de solucionar ou justificar a importância das
políticas públicas como elementos necessários para resolver os problemas que afetam
a sociedade contemporânea. Não será preciso decorar nada. Você precisa saber como
funcionam as políticas públicas e pronto: os passos a serem dados não precisam ser
numa ordem cronológica ou uma única sequência de saberes. Você precisa apenas
entender como funciona. Assim você estará pronto para qualquer tema. Pode confiar.
Claro que existem muitas escolas de excelência no Brasil, que realmente
preparam bem seus alunos, buscando utilizar não apenas excelentes professores, mas
também, bons materiais de estudos e multimídia para facilitar-lhes o aprendizado.
Entretanto, não conseguem manter uma linearidade no quantitativo de redações com
notas acima dos 800 pontos, o que é muito pouco para um aluno que pretende entrar
nas melhores universidades públicas e particulares do país. Sabemos que é muito
traumático para os alunos e escolas não saberem como proceder em casos como os
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citados. Então tratarei de conteúdo capaz de dar base aos alunos para qualquer
tema. Não será mais preocupação daqueles tentarem adivinhar o tema da redação, é
preciso apenas entender como os problemas enfrentados pela sociedade são
resolvidos.
Conversando com um aluno ele me disse que o seu cursinho não acertou o
tema da redação nas aulas ministradas pelos professores dessa matéria. Isso é
traumático porque o aluno sempre espera por um milagre desses. Como eu já
disse anteriormente, o professor não precisa acertar o tema da redação, afinal de
contas ninguém aqui é Mãe Diná rsrs, todos somos meros mortais e, para nos
resguardarmos dessa situação angustiante, precisamos apenas saber quais são os
assuntos que as bancas cobram no ENEM. Sem ser repetitivo, mas voltando ao
assunto, é preciso enfatizar que as bancas elaboradoras de provas de vestibular e
concurso público, em Brasília, cobram Políticas Públicas. Aluno do Enem,
Brasília respira políticas públicas! É próprio da capital da República Federativa
Brasileira, afinal, todos os problemas do Brasil são discutidos em Brasília.
Então, com isso você percebe que a grade curricular do 1º e 2º graus está
desconexa do que é exigido pelo Enem nas redações. Claro que você não pode achar
que o Enem está destoando do restante do Brasil. O que se percebe é que, desde
1964, com as forças armadas no poder, o País adotou uma política de currículo
que alienava a população, obviamente para desarticular as pessoas do contexto
político, evitando assim, protestos contra a ausência do povo no poder. Para
evitar a conscientização das pessoas, uma das mudanças feitas foi a retirada das
disciplinas de sociologia e filosofia do currículo do Ensino Médio. Para preenchê-lo,
fomos estudar x e y nas longas expressões matemáticas que, para muitos, nada
servem no futuro. Assim, em vez de o Estado priorizar as matérias que conscientizam
as pessoas para a busca da melhoria da qualidade de vida da sociedade, optou-se por
alienar a população, evitando que a mesma exigisse seus direitos. Contudo, a partir da
Constituição Federal de 1988, a perspectiva da cidadania e da democracia se renovou,
pois o constituinte (aquele parlamentar que trabalhou para construir a nossa atual
constituição) fez questão de enfatizar os Direitos e Garantias Individuais, os quais
têm eficácia imediata (ou seja, que pode ser exercido imediatamente à promulgação
e publicação da CF/88) e que também pode ser determinado pelo poder judiciário
quando a administração pública os negarem às pessoas em território brasileiro.
Desde a CF/88 o Brasil tem passado por inúmeras e grandiosas
transformações nos campos da política, da economia, dos direitos sociais, que trazem
ganhos consideráveis a toda a população brasileira. Essas transformações buscam
retomar o crescimento da democracia e da formação de um Estado de Direito, que é
pressuposto para a consolidação de nossa constituição – isso quer dizer que um
Estado que opta por uma democracia de Estado de Direito tem por objetivo
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cumprir a lei por ele construída. Com isso, vemos que os direitos sociais foram
construídos ao longo da história da humanidade e se dividem em direitos de Primeira
Geração, de Segunda Geração, de Terceira Geração e que já se fala em direitos de
Quarta e Quinta geração.
Os Direitos de Primeira Geração têm a ver com o Não fazer do Estado,
como o direito de liberdade, de propriedade e o direito à vida. Os Direitos de
Segunda Geração são os direitos que exigem um fazer do Estado, uma atitude
positiva do Estado frente aos problemas sociais, como os direitos econômicos, em
que os entes precisa responsabilizar-se em acudir a classe social menos privilegiada
quando esta estiver em estado de necessidade( a lei das cotas para negros, pardos,
índios e para os pobres) e também a Política do Bem Estar Social, implementada por
Margaret Thatcher( a Dama de Ferro, da Inglaterra) e Ronald Reagan, dos
Estados Unidos, nos anos pós Segunda Guerra Mundial.
Muito estudaremos a respeito da política do Bem Estar Social ao longo do
curso. Ela perfaz uma das políticas adotadas, primeiramente, por esses países que
buscam solucionar os problemas sociais de sua população que estava em estado de
erupção, evoluindo para greves violentas contra o sistema vigente naquele momento.
Essa posição desses governos serviu para acalmar a população, que buscava por
direito de igualdade. Os Direitos de Terceira Geração buscam enfatizar a fraternidade
e pretendem desenvolver políticas de crescimento econômico sustentável que o Brasil
não é apenas o pioneiro, mas que também buscou difundir os direitos de crescimento
dentro de uma política de sustentabilidade entre o meio ambiente e o
desenvolvimento industrial. Muita discussão rendeu esse tema por que as lutas entre
os países mais poluidores (Estados Unidos, China, Rússia, Inglaterra e Alemanha),
que não queriam perder com a implantação e as imposições desse novo formato de
crescimento econômico. Com isso, defendiam suas empresas que estão alastradas por
todos os continentes. A luta por direitos difusos se estende em níveis mundiais, ou
seja, em nível Estatal, onde cada país defende conjugar crescimento e política de
sustentabilidade. Do outro lado está a população, exigindo que tal crescimento seja
sustentável, para não depredar o meio ambiente, porque as gerações futuras precisam
ser preservadas.
2-OS DIREITOS HUMANOS NA IDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA
a) O Humanismo Renascentista : o homem como um ser dotado de liberdade e
dignidade próprias;
b) O Racionalismo, valorização do indivíduo frente as autoridades científicas e à
filosofia;
Na Idade Moderna a compreensão sobre o mundo e a vida, mudaram
significativamente:
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a) Concepção teocêntrica do mundo e da vida, vigente na Idade Média;
b) Concepção antropocêntrica, da qual emergiu o indivíduo com a afirmação de suas
liberdades e de seus direitos.
3 - UNIVERSALIDADE DAS DECLARAÇÕES DE DIREITOS:
As declarações de direitos desde 1789 (Revolução Francesa) demonstram
uma vocação universalizante. A Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e
Explorado, da Revolução Soviética de 1917: teve por objetivo fundamental suprimir
a exploração do homem pelo homem e fazer triunfar o socialismo em todos os
países.
As declarações do século XX procuraram, a partir daí, consubstanciar duas
tendências mundiais: o universalismo e o socialismo (tomada essa definição em
amplo sentido, ligado ao aspecto social), com a extensão do número de direitos
reconhecidos e o surgimento dos direitos sociais (direitos humanos de Segunda
geração).
No Século XX, o homem passa a ser uma preocupação do direito
internacional. Até então um rígido conceito de soberania impedia essa visão.
Quem influenciou tal mudança? Duas guerras mundiais. A primeira
resultou na criação da Sociedade das Nações (1919) e a segunda, na criação da ONU
(1945).
Em 10.12.1948 a ONU aprova a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, que arrola os direitos básicos e as liberdades fundamentais que pertencem
a todos os seres humanos, sem distinção de raça, cor, sexo, idade, religião, opinião
política, origem nacional ou social, ou qualquer outra. Seu conteúdo distribui-se por
um Preâmbulo (reconhece solenemente: a dignidade da pessoa humana, ideal
democrático, o direito de resistência a opressão e a concepção comum desses
direitos); uma Proclamação e 30 artigos, que compreendem (ou estão
classificados) cinco categorias de direitos: civis, políticos, econômicos, sociais e
culturais.
Os artigos 1º e 2º contêm os princípios gerais de liberdade, igualdade,
fraternidade e não discriminação. Os artigos 3º a 11 encerram os direitos de ordem
individual, compreendendo a vida, a liberdade, a segurança e a dignidade da pessoa
humana, a igual proteção da lei, as garantias contra a escravidão e a tortura, a prisão e
as penas arbitrárias, contra as discriminações, o direito de acesso aos tribunais, a
presunção de inocência até final julgamento, e a irretroatividade da lei penal; os
artigos de 12 a 17 contêm os direitos do indivíduo em relação ao seu grupo e aos
bens; os artigos de 18 a 21 cuidam das faculdades espirituais, liberdades públicas e
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direitos políticos; (Os artigos do 1º ao 21 são tradicionalmente denominados
de direitos e garantias individuais – ou direitos humanos de primeira geração); os
artigos de 22 a 28 cuidam dos direitos econômicos, sociais e culturais (assim
denominados direitos sociais do homem –ou direitos humanos de segunda
geração); O artigo 29 trata dos deveres do indivíduo com a comunidade (direitos
humanos de terceira geração) e o art.30 diz que a interpretação de qualquer
dispositivo contido na Declaração somente pode ser feito em benefício dos direitos e
das liberdades nela proclamados.
A Declaração Universal proporcionou a certeza, segurança e possibilidade
dos direitos humanos, mas não a sua eficácia. Diante deste quadro de ineficácia tem-
se procurado firmar Pactos Internacionais na busca da sua efetividade (ex. Pacto
Internacional de Direitos Civis e Políticos e Pacto Internacional de
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, aprovados pela Assembleia Geral da ONU
em 16.12.66; Convenção Americana sobre Direitos Humanos: Pacto de San José da
Costa Rica, de 22.11.1969, submetidos em seguida a ratificação dos Estados
membros). Obs.: o Brasil somente aderiu a tais pactos em 24.01.1992, entrando em
vigência em nosso território em 24.04.92. Por que razões?
4 – AS TRÊS GERAÇÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
a) Direitos Humanos de Primeira geração: direitos civis e políticos, compreendem as
liberdades clássicas – realçam o princípio da LIBERDADE;
b) Direitos Humanos de Segunda Geração: direitos econômicos, sociais e culturais.
Identificam-se com as liberdades positivas, reais ou concretas e acentuam o princípio
da IGUALDADE;
c) Direitos Humanos de Terceira Geração: titularidade coletiva. Consagram o
princípio da FRATERNIDADE. Englobam o direito ao meio ambiente equilibrado,
uma saudável qualidade de vida, progresso, paz, autodeterminação dos povos e outros
direitos difusos.
d) Direitos Humanos de Quarta geração. Existe? Biogenética, etc.
4.1 - NOMENCLATURA:
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a) Direitos Humanos, direitos naturais, direitos do homem, direitos fundamentais,
direitos individuais, direitos públicos subjetivos, liberdades fundamentais, liberdades
públicas;
b) Direitos Humanos constitui-se na expressão preferida e consolidada nos
documentos internacionais. Insurgem-se contra tal denominação uma vez que não há
direito que não seja humano, uma vez que só o ser humano pode ser titular de
direitos.
Limitação imposta pela soberania popular aos poderes constituídos do
Estado que dela dependem. Por consequência, trata-se de um direito de proteção,
marcado por uma lógica própria, e voltado a salvaguarda dos direitos dos seres
humanos e não dos Estados.
Com efeito, podemos afirmar que Direitos Humanos é o conjunto
institucionalizado de direitos e garantias do ser humano que têm por finalidade básica
o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra o arbítrio do poder estatal
e o estabelecimento de condições mínimas de vida e desenvolvimento da
personalidade humana.
4.2 - SÃO CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS:
Imprescritibilidade: São imprescritíveis, ou seja, não se perdem pelo decurso de
prazo;
Inalienabilidade: Não há possibilidade de transferência, seja a título gratuito ou
oneroso;
Irrenunciabilidade: Não podem ser objeto de renúncia (polêmica discussão: eutanásia,
aborto e suicídio);
Inviolabilidade: Impossibilidade de desrespeito por determinações
infraconstitucionais ou por ato das autoridades públicas, sob pena de responsabilidade
civil, administrativa e criminal;
Universalidade: A abrangência desses direitos engloba todos os indivíduos,
independente de sua nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção político-
filosófica;
Efetividade: A atuação do Poder Púbico deve ser no sentido de garantir a efetivação
dos direitos e garantias previstas, com mecanismos coercitivos;
Indivisibilidade: Porque não devem ser analisados isoladamente. Por exemplo: o
direito à vida, exige a segurança social (satisfação dos direitos econômicos). A
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declaração universal, lembra Flávia Piovesan, coloca no mesmo patamar de igualdade
os direitos civis e políticos com os direitos econômicos e culturais.
4.3 - AS GERAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS:
Como objetivo de facilitar a compreensão da evolução histórica dos
Direitos humanos alguns estudiosos os dividiram em gerações, no entanto, é preciso
ressaltar que todos permanecem como objetivos a serem alcançados, na medida em
que tanto os direitos de primeira geração rumo os da segunda, terceira ou quarta
gerações ainda são objetivos que a humanidade precisa alcançar.
Direitos Humanos de primeira geração:
São os direitos da liberdade:
1. livre iniciativa econômica;
2. livre manifestação da vontade;
3. liberdade de pensamento e expressão;
4. liberdade de ir e vir;
5. liberdade política;
6. mão-de-obra livre.
Direitos Humanos de segunda geração:
Tratam-se dos direitos econômicos, sociais e culturais:
1. o direito a alimentar-se, à moradia e ao trabalho;
2. o direito à segurança social;
3. o direito das famílias, mães e crianças;
4. o direito à saúde mental e física;
5. o direito à educação;
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6. o direito a participar da vida cultural e do progresso científico;
7. o direito das minorias (homossexuais, índios, negros).
Direitos humanos de terceira geração:
São os chamados direitos de solidariedade ou fraternidade:
1. o direito ao desenvolvimento,
2. o direito à paz;
3. o direito ao meio-ambiente;
4. o direito de propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade;
5. o direito de comunicação.
Direitos Humanos de quarta geração:
1. o direito à democracia;
2. o direito à informação;
3. o direito ao pluralismo.
Direitos Civis:
1. o direito ao reconhecimento e igualdade perante a lei;
2. o direito à vida em detrimento da pena de morte;
3. a proibição da tortura;
4. o direito a um julgamento justo.
Direitos Políticos:
1. o direito de reunir-se pacificamente;
2. o direito de associar-se livremente;
3. o direito de participar da vida política.
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Direitos Humanos
Um conceito
“Conjunto institucionalizado de Direitos e garantias do ser humano que
tem por finalidade básica o respeito a sua dignidade, por meio de sua proteção contra
o arbítrio do poder estatal e o estabelecimento de condições mínimas de vida e
desenvolvimento da personalidade humana.
Conceito histórico-social dos Direitos Humanos
Direitos à satisfação daquelas necessidades reais e fundamentais para a
sobrevivência da espécie.
Características dos Direitos Humanos
Inviolabilidade: os Direitos Humanos são invioláveis, não podendo ser
desrespeitados quer por determinações infraconstitucionais (leis abaixo ou posteriores
à Constituição) ou por atos das autoridades públicas, sob pena de responsabilização
civil, administrativa.
Exemplo: nenhuma pessoa pode ser humilhada, agredida ou tratada com
desumanidade.
Irrenunciabilidade: Os Direitos Humanos não podem ser objetos de renúncia. A
pessoa não pode renunciar à vida, à liberdade, à dignidade, à intimidade, e outros.
Inalienabilidade: Os Direitos Humanos não podem ser alienáveis (doados, vendidos
ou transferidos), no sentido de que é vedado ao homem transferir qualquer direito,
seja a título gratuito ou oneroso.
Exemplos: não se pode vender ou doar a vida: uma pessoa não pode ser presa em
lugar de outra, mesmo que ela queira, ou por violência policial.
Universalidade: Os Direitos humanos deverão ser respeitados sem qualquer
restrição, ou seja, independem da nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção
política, religiosa ou filosófica.
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Efetividade: Há necessidade de meios efetivos no sentido de fazer valer o respeito
aos Direitos Humanos e de garantir a materialização dos direitos e garantias
previstos.
Direitos difusos, coletivos, individuais e homogêneos
Os direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos nasceram com a
Constituição Federal de 1988 e foram materializados com a edição da Politica
nacional do Meio ambiente em 1981, da Lei de Ação Civil Pública - Lei 7.347/85 e
do Código de Defesa do Consumidor - Lei 8.078/90
Historicamente, os direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos são
oriundos de conquistas sociais e são considerados instrumentos processuais eficientes
no atendimento da demanda reprimida, permitindo, desse modo, a solução dos
conflitos coletivos de ordem econômica, social ou cultural.
Podem significar o alcance de um determinado direito em relação a um
indivíduo ou em relação a um grupo de indivíduos. A defesa destes direitos pode ser
exercida pelo Ministério Público, mas em relação aos direitos individuais
homogêneos a legitimidade do Ministério Público é bastante controvertida. Direitos
difusos constituem direitos transindividuais, ou seja, que ultrapassam a esfera de um
único indivíduo, caracterizados principalmente por sua indivisibilidade, onde a
satisfação do direito deve atingir a uma coletividade indeterminada, porém, ligada por
uma circunstância de fato. Por exemplo, o direito a respirar um ar puro, a um meio
ambiente equilibrado, qualidade de vida, entre outros que pertençam à massa de
indivíduos e cujos prejuízos de uma eventual reparação de dano não podem ser
individualmente calculados. Trata-se do interesse de uma categoria.
Interesses coletivos, para os fins da Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do
Consumidor), são um tipo de interesse transindividual ou meta individual, isto é,
pertencem a um grupo, classe ou categoria determinável de pessoas, que são reunidas
entre si pela mesma relação jurídica básica. Eles têm natureza indivisível, ou seja, são
compartilhados em igual medida por todos os integrantes do grupo. Exemplos: as
pessoas que assinam um contrato de adesão.
Em sentido lato, também se costuma chamar de interesses coletivos os
interesses transindividuais em geral.
Direitos individuais homogêneos são aqueles que dizem respeito a
pessoas que, ainda que indeterminadas num primeiro momento, poderão ser
determinadas no futuro, e cujos direitos são ligados por um evento de origem comum.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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Tais direitos podem ser tutelados coletivamente muito mais por uma opção de
política do que pela natureza de seus direitos, que são individuais, unidos os seus
sujeitos pela homogeneidade de tais direitos num dado caso. A defesa dos direitos
individuais homogêneos teve início nos Estados Unidos em 1966, por meio das
chamadas "Class actions".
Interesses Transindividuais
Os interesses transindividuais ou meta individuais, segundo os define o
Código de Defesa de Consumidor (Lei n. 8.078/90, art. 81), são: interesses
difusos, interesses coletivos ou interesses individuais homogêneos. Entretanto, os
interesses difusos distinguem-se dos interesses coletivos, que compreendem um
grupo determinável de pessoas, reunidas pela mesma relação jurídica básica (como as
pessoas que assinam um contrato de adesão), e também se distinguem dos interesses
individuais homogêneos, que são aqueles compartilhados por um grupo determinável
de pessoas, e que podem ser quantificados e divididos entre os integrantes do grupo
(como as pessoas que compram um produto produzido em série com o mesmo
defeito).
No Brasil, para Mauro Cappelletti, o problema referente à tutela dos
interesses difusos e coletivos se deu em razão da indivisibilidade destes para o
sistema. O Estado organizou um sistema jurídico único e abrangente, suficiente para
responder todas as questões. Dividindo, de um lado, direito individual e, de outro,
direito público. Assim, tudo que se assemelhasse a coletivo deveria ser entendido
como estatal. Permanecendo os direitos coletivos e difusos invisíveis para o
ordenamento jurídico (SOUZA FILHO, 1999, 315)
Todos os interesses transindividuais podem ser defendidos em juízo por
meio de ação civil pública ou coletiva, por um dos legitimados ativos da Lei n.
7.347/85, como o Ministério Público, a Defensoria Pública, a União, os Estados-
membros, os Municípios, o Distrito Federal, as autarquias, as empresas públicas, as
sociedades de economia mista, as fundações, as associações civis etc. (Lei da Ação
Civil Pública, art. 5º) ou da Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor, art. 8
5 - CORREÇÃO E COMENTÁRIO DE REDAÇÃO
Aqui estou disponibilizando a minha redação do Enem 2012, na qual
obtive nota 1000. Procurarei colocar em cada aula uma redação corrigida do ENEM.
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Bem, uma das coisas que você precisa saber é que, para fazer uma boa
redação, demanda conhecimento e tempo para produzi-la. Por isso, é bom entender
que, para alcançar uma boa nota deverá dispor de no mínimo 1:30 minutos para
produzir o texto e transcrevê-lo para a folha definitiva. Fazer uma redação com
menos tempo que esse não será possível concorrer a uma nota mil. Então, para
começar a pensar em mil pontos é melhor aceitar que, das 5:30 minutos que é a
duração da prova do 2º dia, em que será produzida a redação, o aluno deve
disponibilizar uma hora e trinta minutos para produzir um bom texto. Sei que ainda
existem 90 questões para serem lidas e resolvidas. Mas pense no seguinte: se você
alcançar uma nota igual ou acima de 900 pontos na redação, dependendo da
universidade que queira concorrer, como no caso da UFRJ, sua nota será multiplicada
por 3 e se transformará em 2700 pontos. Agora pense, quando é que você vai obter
essa pontuação em qualquer das outras provas se cada uma vale apenas mil, se
houver 100% de acerto. Dois mil e setecentos pontos é quase 3 provas juntas
gabaritadas, o que é praticamente impossível. Então, acalme-se e pense no custo
benefício de utilizar esse tempo de 1:30 minutos para produzir o texto da sua vida e
garantir toda essa pontuação e empurrar o concorrente para baixo. O custo benefício
vai valer a pena.
Outra coisa importante que eu já fui para a redação decidido é, produzir
um texto de pelo menos 60 linhas, cortar o parágrafo menos bom, restando
apenas 45 linhas com minha letra normal e depois espremer essas 45 linhas,
fazendo-as caber em 30. Claro que foi preciso diminuir muito o tamanho da
minha letra. Pensei assim, porque é impossível produzir um texto de trinta linhas
com letras de tamanho normal, que possua ao menos 5 parágrafos, com a seguinte
estrutura: assunto tema + informação necessária para o leitor entender o que foi
escrito + exemplificação capaz de deixar claro o que foi dito. Isso foi feito em
cada parágrafo, inclusive, introdução e conclusão. É preciso embriagar o leitor,
encantá-lo com um texto impecável em que oferecemos toda a informação
necessária para que ele saia satisfeito com tudo que foi posto ali. Assim, sem
diminuir o tamanho da letra, jamais conseguiremos apresentar todo o conhecimento
necessário para dizer tudo que precisa ser dito e se fazer entender. É assim que
funcionam os negócios de sucesso na Era Contemporânea. Não basta ser bom. É
preciso ser ótimo. É preciso encantar o cliente. E nesse caso nosso cliente é
ninguém mais que aquele que vai nos dar a nota que queremos. E queremos 1000
pontos: não devemos pensar menor que isso.
Então vamos combinar o seguinte em relação às notas que
alcançaremos:
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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800 pontos é uma péssima nota: ninguém de nós se propõe a isso, depois
desse curso.
850 pontos é uma nota ruim: também não queremos nota igual a esta.
900 pontos é uma nota razoável, que qualquer de nós será capaz de tirar
após esse curso.
950 pontos é uma nota boa, que merecemos depois de estudar muito.
1000 pontos é anota que podemos e devemos tirar depois de tanta
dedicação em um curso longo e produtivo como será este.
Vamos corrigir uma redação por aula para que você possa ir se
familiarizando com o formato da redação que agrada o leitor e examinador que é
ninguém menos que aquele que avaliará a sua redação e dará sua nota.
Vou corrigir a minha redação do ENEM 2012, na qual tirei nota 1000,
redondinho.
Vou analisar redações com notas diferentes para que você possa
entender por que é necessário estudar os conteúdos aqui propostos e, com isso,
certificar-se de que minha proposta é a única maneira de o aluno chegar no segundo
dia de prova sabendo o que precisa colocar na redação. Como dizia meu amigo lá da
roça “é café no bule” rsrs!, não tem como errar o tema da redação, porque o tema que
vier não será obstáculo para que o aluno garanta mais de 800 pontos, isso eu te
garanto. Pode confiar que é “feijão sem bicho” rsrs! Além do mais, vamos fazer
simulados com temas redacionais das diversas provas do Enem para você ter a
certeza de que esse é o único caminho para não temer o tema da redação do ENEM
2014, ou de qualquer vestibular, seja ele da FUVEST, UNICAMP, UNESP ou de
concurso público.
1 - Bem, para começar eu não gostei da posição em que o título da redação
foi inserido. Deveria ter sido melhor centralizado. Contudo, na pressa para agilizar a
produção do texto dentro do tempo exíguo para fazer a prova de redação e as outras
90 questões, não foi possível que tudo saísse perfeito, afinal, é muito pouco tempo
para tanta demanda!
2 - Observe que fui direto ao assunto em vez de fazer aquela introdução
com uma vaga ideia como muitos professores ainda insistem em afirmar como
correto. Aquele formato de redação: introdução, conteúdo e conclusão, com
informações precisas apenas nos parágrafos do meio já não é mais uma verdade
aceita pelos atuais corretores de redação. As redações mais bem pontuadas são
aquelas em que os autores vão direto ao assunto e que usam argumentos de
autoridade: não divagando com informações superficiais que não atendem ao
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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comando do tema, pois fica parecendo que as informações são imprecisas, e isso não
é bom para o redator.
3 - Também observem que aquela informação que a introdução e a
conclusão devem conter no máximo 04 linhas e os parágrafos do meio devem ter no
máximo 6 linhas também não se firma na atualidade. É preciso entender que o
parágrafo deve conter o número de linhas necessárias para concluir a informação que
uma ideia necessita. Claro que você usará a forma objetiva para fazer-se entender,
porque não é falando demais que você dirá tudo da melhor forma possível. É preciso
ser coerente, objetivo, conciso e claro, afinal, esses atributos são as formas de fazer-
se entender com o menor número de palavras. Entretanto, é preciso que a informação
seja suficiente para que o leitor entenda perfeitamente o que você quer dizer na
íntegra. Se assim não for será penalizado por informação insuficiente, e isto serve
para decrescer a pontuação de sua redação.
4 - Perceba que eu fiz questão de dizer a respeito dos direitos e
garantias individuais constitucionais de 1ª Geração – que é o argumento de
autoridade - que se refere ao direito à liberdade e o direito à vida, que obrigam ao
Estado a uma ação negativa de não agir contra esses direitos do cidadão. Também
comentei a respeito do direito de 2ª Geração, que trata das obrigações do Estado de
agir em prol do cidadão, que são os direitos sociais, responsáveis pela melhor
distribuição de renda às pessoas no país. Comentei a respeito dos direitos de 3ª
Geração, que tratam dos direitos difusos, que são aqueles que tratam dos direitos ao
meio ambiente equilibrado e livre de poluição, um ambiente seguro que pode ser a
conservação das florestas, tratamento de água e esgoto para não poluição desse
ecossistema. Então, você percebe que é preciso entender mais de políticas
públicas, de proteção do meio ambiente e dos direitos do cidadão para cumprir o
comando da constituição federal de 1988. Veja ainda que esta introdução foi
construída em oito linhas, confirmando o que foi dito anteriormente, que é preciso ir
direto ao assunto sem rodeios. Essas informações vão formando os conceitos que
você precisa formatar no seu conhecimento para não ter dúvida na hora de fazer
sua redação.
5 - Como comentei no corpo do parágrafo anterior, o uso do argumento de
autoridade permite a você somar muitos pontos na sua redação. É importante
porque as informações não ficam aleatoriamente jogadas no texto. Quando são
mencionadas as fontes de onde o aluno retirou a informação, dá credibilidade a
esta e permite que o leitor possa averiguar a veracidade da mesma. Argumento de
autoridade são as citações que o redator coloca no texto para referir-se à autoria
da informação ali citada, e pode ser o nome do autor da informação, o
livro/revista de onde esta foi retirada. Portanto, é preciso informar ao aluno que as
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aulas desse curso munirão o mesmo de tais argumentos de autoridade, para que ele
escreva toda a sua redação embasado em neles.
6 - Outra coisa a ser observada é que ainda na introdução eu fiz questão
de focar o problema, caracterizá-lo e concluir o parágrafo dando exemplo, para
que o leitor entenda perfeitamente o que quis dizer. Assim, cumpri o que o leitor do
meu texto (que é o corretor que vai me avaliar) precisa saber com clareza, concisão e
precisão. Observe que essas características abordadas, sempre repetidas por mim:
clareza, concisão, precisão e objetividade são características imprescindíveis em
qualquer texto capaz de se fazer entender.
7 - O uso do conectivo “ainda”, para iniciar o 2º parágrafo, serve para
incluí-lo no contexto do parágrafo anterior. O uso indevido dos conectivos é motivo
para perda de preciosos pontos, porque faz com que haja falta de coesão,
dificultando a leitura e compreensão do texto. Uma das coisas mais importantes que
veremos neste curso é o uso dos conectivos, porque o mau uso destes é como aquela
pergunta inconveniente no meio de uma conversa séria: que horas são? Então, se
quiser conquistar mais que 800 pontos na redação é preciso saber ligar bem os
parágrafos: para isso vamos estudar as conjunções, pronomes e tudo mais.
8 - Nesse segundo parágrafo, quero comentar uma das mais importantes
formas de conectar as ideias, que é o caso dos parênteses e travessão, como forma de
evitar uma pontuação inadequada que não respeita a ordem correta da oração, que é
SUJEITO + VERBO + PREDICADO ou COMPLEMENTO. O uso desses artifícios
serve para colocar a informação do autor dentro do contexto, evitando erro de
conexão com o restante do texto. Saber pontuar é uma das mais importantes
exigências em uma comunicação escrita. Se ela não for adequada, a redação fica sem
nexo e há perda na clareza e concisão, elementos necessários para o bom
entendimento de qualquer documento escrito. Quando for necessário inserir uma
informação importante para o entendimento do texto e que não soubermos a
pontuação adequada, o uso de parênteses ou travessão é coerente com as normas do
Manual de Redação Oficial da Presidência da República (o mais importante manual
de redação a que temos conhecimento). Veja como inseri este parêntese para colocar
um exemplo importante e necessário para o entendimento do contexto. Assim, o texto
fica mais didático porque fica mais fácil a leitura. À medida que fui necessitando
inserir informações que deixavam o texto mais claro e preciso, fui utilizando desse
argumento, e com isso, evitei incorrer em erros de falta de pontuação, clareza e
concisão, afinal, como já mencionei anteriormente, a ordem do bom parágrafo
redacional sempre fica assim: assunto tema + justificação + exemplificação. Não
estou falando que isso deve acontecer no final do texto. Estou afirmando que a cada
parágrafo é importante, mais do que isso, é necessário que a informação dada pelo
redator seja justificada e exemplificada para que o leitor corretor de sua redação
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possa entender, de fato, o que se pretende dizer: porque é preciso dizer tudo com o
menor número de palavras: é o princípio da economicidade. Importante também é
que o seu léxico (quantidade de palavras novas em seu vocabulário) seja amplo e
suficiente para que a comunicação flua perfeita.
9 - Ao ler o segundo parágrafo você deve perceber que as questões foram
colocadas de maneira positiva e esta posição torna o texto mais receptivo pelo leitor
corretor de sua redação. Você deve ter consciência de que aquelas pessoas que
sempre reclamam da vida e que têm uma visão pessimista do mundo, ninguém as
quer por perto, e o leitor detesta esse tipo de composição. Então é preciso ficar atento
para essa situação: uma visão otimista da vida sempre melhora o ponto de vista do
leitor em relação ao redator. Essa é uma maneira de você ganhar ponto com o
corretor de seu texto. Lembre-se: seja positivo, mesmo nas situações adversas.
Coloque-se encorajador diante das dificuldades dos problemas e ache respostas
capazes de solucionar positivamente cada questionamento colocado como tópico do
tema redacional.
10 - Observe que, a cada característica mencionada, a exemplificação
colocada dentro dos parênteses foi feita de imediato, como forma de facilitação do
entendimento do leitor. Lembre-se de que os parênteses podem ser substituídos por
travessões, entretanto, pode ser que você se complique na hora de pontuar o
parágrafo. O redator pode inserir uma informação própria (própria quer dizer do autor
do texto) por meio de um travessão e terminar com uma vírgula, ou terminar com
outro travessão. Quando o aluno preferir fazer a pontuação com o travessão no final
da informação não é demais lembrar que pode ser que haja necessidade de vírgula
logo após tal travessão.
11 - Outro ponto importante a ser notado são os argumentos ou fonte de
autoridade, que são os autores mencionados, a constituição federal referenciada
como elemento responsável por melhorias no campo social, no crescimento
econômico e democrático, e dos direitos e garantias sociais. Frisar que as políticas
públicas são demandadas pela sociedade e encontram eco na CF/88.
12 - Para você não se esquecer das muitas maneiras que se pode conectar
um parágrafo posterior a um anterior, observe que o 3º parágrafo foi introduzido
assim: “partindo do pressuposto acima citado”, exercendo fundamental
importância para um bom entendimento de seu texto redacional. Ainda observe que
o tempo cronológico: “nas últimas duas décadas” é a forma de situar o leitor no
tempo em que ocorreu o desenvolvimento do País. Você nunca pode inserir tempo
sem especificar o dia, o mês e o ano completos, para evitar esquecimento e falar, por
exemplo: na década de 80. Década de 80 de qual século, milênio. Veja também que,
ao inserir a palavra país antes da palavra veja, do ponto anterior, eu a citei com letra
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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maiúscula porque estou me referindo ao Brasil e não a qualquer país, ou seja, não
estou falando genericamente.
13 - Perceba que o 4º parágrafo foi iniciado para dar resposta ao comando
do tema da redação que pedia que fosse dada uma solução ao problema da imigração,
mas que não desrespeitasse os direitos humanos. Aí é que mora o problema: não é tão
fácil situar uma política pública interna sem discriminar parte da população, ainda
mais se se referir aos estrangeiros. Mas, lembre-se que a CF/88 deixa claro que aos
estrangeiros são dados os mesmos direitos dos brasileiros e que somente a
Constituição Federal pode fazer discriminação de direitos (como os direitos de
nacionalidade, de votar e ser votado, de propriedade de meios de comunicação,
reservados exclusivamente aos brasileiros nos dois primeiros exemplos). Para
mostrar equilíbrio e bom senso preferi dizer que o Brasil ainda não ofereceu a seus
cidadãos as garantias constitucionais e que as políticas públicas e sociais eram
insuficientes para atender ao comando da Lei Magna. Preferi falar dessa forma para
ganhar o leitor, que sabe que é verdade essa informação, afinal, ainda não atingimos
uma boa distribuição de renda no País. Ainda procurei informar o leitor, que as
políticas públicas não eram apenas insuficientes, mas que também eram inadequadas
aos anseios da população brasileira pós Constituição Federal de 1988. Isso é uma
verdade absoluta e eu quis informar com isso, que foi tal constituição quem abriu as
portas para que o brasileiro adquirisse cidadania a partir dos direitos mínimos
exigidos para tanto. Com isso, preparei o espírito do leitor corretor de minha redação
para citar como elemento justo e constitucional, amparado nos direitos internacionais
de cidadania e direitos humanos, a política da reciprocidade que nada mais é que
dar ao estrangeiro o que nos é oferecido por ele. Então, o visto como política de
entrada no Brasil é a política que não ofende os direitos internacionais e que atende
ao comando da constituição brasileira. Viu como não é difícil escapar da ofensa aos
direitos humanos e agradar o leitor com meu texto, quando estou amparado pela
Constituição Federal e pelos Direitos internacionais, se uso o argumento de
autoridade! Mas para isso é preciso saber os direitos e garantias constitucionais
expressos no artigo 5º da constituição brasileira, cobrados em todos os concursos
públicos de respeito neste País. Observe também que, com o advento da nova
constituição brasileira e com as leis do orçamento, como a Lei 101/2000: Lei de
Responsabilidade Fiscal, que moralizou os gastos públicos da administração pública,
o País conseguiu gastar melhor o dinheiro público com interesses públicos. Não estou
afirmando que a imoralidade administrativa foi abolida do cenário político brasileiro.
O que estou dizendo é que existe lei que permite colocar muitos políticos ímprobos
na cadeia, e que já estamos começando a ver políticos desonestos sendo colocados
atrás das grades. Nesse campo ainda precisamos trilhar muito, entretanto, a sociedade
está fazendo um controle maior sobre os administradores públicos.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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14 - Veja que fechei o último parágrafo afirmando o parágrafo anterior: que
a qualidade de vida dos brasileiros e estrangeiros é uma realidade a ser perseguida,
afinal, os direitos humanos precisam ser respeitados. Respeitados não apenas por que
o Brasil é signatário (porque assinou tal convenção e esta faz parte de nossa
legislação de direito humanos) da Convenção Internacional dos Direitos Humanos,
que é direito supralegal (acima da lei e abaixo da Constituição Federal de 1988).
Respeitados porque a dignidade e a cidadania do brasileiro depende desse
respeito a seus direitos constitucionais.
O que significa supralegal?
A qualificação de "supralegal" significa que a norma jurídica com esta
qualificação está acima da lei, é-lhe hierarquicamente superior.
Para uma melhor compreensão, veja-se este excerto dum acórdão do
Tribunal Constitucional (Portugal):
O art 8º, nº 2 da Constituição (portuguesa) consagra uma regra de
recepção automática do direito internacional convencional, condicionada apenas ao facto de a eficácia interna depender da sua publicação no Diário da República.
Os requisitos constitucionais de ratificação ou aprovação são requisitos
de validade do tratado internacionais de direitos humanos (e apenas estes), pode
dizer-se que a ideia do legislador constituinte foi a de aceitar a vigência das normas
internacionais como tais e não como normas internas, daí podendo sustentar-se que
aquelas normas não podem ser alteradas por atos internos e apenas deixam de
vigorar na ordem interna quando o tratado, por qualquer motivo, deixar de vincular o Estado.
A ser assim, as normas de direito humanos convencional apresentam-se
com uma eficácia supralegal, detendo primazia na escala hierárquica sobre o direito interno anterior ou posterior.
Aos poucos você vai aprendendo muita coisa e, na hora de fazer a redação,
não haverá mais temas que possam amedrontá-lo, pode cair qualquer tema que você
não vai se abalar.
15 - Vejam que a política da reciprocidade é a melhor forma de garantir
direitos iguais entre brasileiros e estrangeiros, e que o visto deve ser dado ou não na
embaixada brasileira, lá no país de origem do estrangeiro que quer vir para o Brasil.
Assim, se este não atender às normas brasileiras, o visto será negado e ninguém
poderá se sentir prejudicado. Um exemplo claro de reciprocidade foi quando a
Espanha negou entrada aos brasileiros em seu território há uns 6 anos atrás e o Brasil
fez o mesmo com espanhóis que já estavam em aeroportos brasileiros para entrar no
País. A Espanha bradou de lá mas o Brasil disse estar praticando a política da
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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reciprocidade e eles não ganharam força porque esta é a realidade do direito
internacional. Veja que eu frisei a questão de o País não ter capacidade humana para
impedir a entrada de estrangeiros no nosso território porque nossos limites territoriais
e litorais são muitos extensos e seria muito dispendioso para o Brasil.
6 - LÍNGUA PORTUGUESA
A palavra que em português pode ser:
Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa. Nesse caso, será acentuada e
seguida de ponto de exclamação. Usa-se também a variação o quê! A
palavra que não exerce função sintática quando funciona como interjeição.
Quê! Você ainda não está pronto?
O quê!
Quem sumiu?
Substantivo: equivale a alguma coisa. Nesse caso, virá sempre antecedida de artigo
ou outro determinante, e receberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e.
Como substantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a
palavra que for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa classe de
palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, etc.) Ele tem
certo quê misterioso. (Substantivo na função de núcleo do objeto direto)
Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o verbo ter.
Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce função sintática.
Tenho que sair agora.
Ele tem que dar o dinheiro hoje.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo algum para
o sentido. Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática; como o próprio
nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula expletiva, aparece
também na expressão é que.
Quase que não consigo chegar a tempo.
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Elas é que conseguiram chegar.
Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando funciona
como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto adverbial; no caso,
de intensidade.
Que lindas flores!
Que barato!
Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:
• pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o na oração
consequente. Equivale a o qual e flexões.
Não encontramos as pessoas que saíram.
• pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome substantivo ou
pronome adjetivo.
• pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome substantivo, a
palavra que exercerá as funções próprias do substantivo (sujeito, objeto direto, objeto
indireto, etc.)
Que aconteceu com você?
• pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função sintática
de adjunto adnominal.
Que vida é essa?
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática.
Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto orações coordenadas quanto
subordinadas, daí classificar-se como conjunção coordenativa ou conjunção
subordinativa. Quando funciona como conjunção coordenativa ou subordinativa, a
palavra que recebe o nome da oração que introduz. Por exemplo:
Venha logo, que é tarde. (Conjunção coordenativa explicativa)
Falou tanto que ficou rouco. (Conjunção subordinativa consecutiva)
Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o nome
de conjunção subordinativa integrante.
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Desejo que você venha logo.
A PALAVRA SE
A palavra se, em português, pode ser:
Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função sintática.
Como conjunção, a palavra se pode ser:
* conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
* conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condicional
(equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo algum para
o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome
indica, é usada apenas para dar realce.
Passavam-se os dias e nada acontecia.
Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais. Nesse caso,
o se não exerce função sintática.
Ele arrependeu-se do que fez.
Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza as
orações que estão na voz passiva sintética. É também chamada de pronome
apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática, seu papel é apenas apassivar o
verbo.
Vendem-se casas.
Aluga-se carro.
Compram-se joias.
Índice de indeterminação do sujeito: vem ligando a um verbo que não é transitivo
direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente uma função
sintática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de que, nesse caso, o
verbo deverá estar na terceira pessoa do singular.
Trabalha-se de dia.
Precisa-se de vendedores.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá estar sempre
na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome
oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo), podendo assumir as
seguintes funções sintáticas:
* objeto direto
Ele cortou-se com o facão.
* objeto indireto
Ele se atribui muito valor.
* sujeito de um infinitivo
“Sofia deixou-se estar à janela.”
Por Marina Cabral - Especialista em Língua Portuguesa e Literatura
Formas de Tratamento e Endereçamento
Umas das características do estilo da correspondência oficial e empresarial
é a polidez, entendida como o ajustamento da expressão às normas de educação ou
cortesia.
A polidez se manifesta no emprego de fórmulas de cortesia ("Tenho a
honra de encaminhar" e não, simplesmente, "Encaminho..."; "Tomo a liberdade de
sugerir..." em vez de, simplesmente, "Sugiro..."); no cuidado de evitar frases
agressivas ou ásperas (até uma carta de cobrança pode ter seu tom amenizado,
fazendo-se menção, por exemplo, a um possível esquecimento...); no emprego
adequado das formas de tratamento, dispensando sempre atenção respeitosa a
superiores, colegas e subalternos.
No que diz respeito à utilização das formas de tratamento e endereçamento,
deve-se considerar não apenas a área de atuação da autoridade (universitária,
judiciária, religiosa, etc.), mas também a posição hierárquica do cargo que ocupa.
Veja o quadro a seguir, que:
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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agrupa as autoridades em universitárias, judiciárias, militares,
eclesiásticas, monárquicas e civis;
apresenta os cargos e as respectivas fórmulas de tratamento (por
extenso, abreviatura singular e plural);
indica o vocativo correspondente e a forma de endereçamento.
Autoridades Universitárias
Cargo ou
Função Por Extenso
Abreviatura
Singular
Abreviatura
Plural Vocativo Endereçamento
Reitores
Vossa
Magnificência
ou
Vossa
Excelência
V
Mag.ª ou V.
Maga.
V. Exa. ou
V. Ex.ª
V. Mag.asou
V. Magas.
ou
V.Ex.as ou
V.Exas.
Magnífico Reitor
ou
Excelentíssimo
Senhor Reitor
Ao Magnífico
Reitor
ou
Ao
Excelentíssimo
Senhor Reitor
Nome
Cargo
Endereço
Vice-Reitores Vossa
Excelência
V. Ex.ª, ou
V.Exa.
V. Ex.as ou
V. Exas.
Excelentíssimo
Senhor Vice-
Reitor
Ao
Excelentíssimo
Senhor Vice-
Reitor
Nome
Cargo
Endereço
Assessores
Pró-Reitores
Diretores
Coord. de
Departamento
Vossa
Senhoria
V.S.ª ou
V.Sa.
V.S.as ou
V.Sas. Senhor + cargo
Ao Senhor
Nome
Cargo
Endereço
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
32
Autoridades Judiciárias
Cargo ou Função Por Extenso Abreviatura
Singular
Abreviatura
Plural Vocativo Endereçamento
Auditores
Curadores
Defensores
Públicos
Desembargadores
Membros de
Tribunais
Presidentes de
Tribunais
Procuradores
Promotores
Vossa
Excelência
V.Ex.ª ou V.
Exa.
V.Ex.as ou V.
Exas.
Excelentíssimo
Senhor + cargo
Ao
Excelentíssimo
Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Juízes de Direito
Meritíssimo
Juiz
ou
Vossa
Excelência
M.Juiz ou
V.Ex.ª, V.
Exas.
V.Ex.as
Meritíssimo
Senhor Juiz
ou
Excelentíssimo
Senhor Juiz
Ao Meritíssimo
Senhor Juiz
ou
Ao
Excelentíssimo
Senhor Juiz
Nome
Cargo
Endereço
Autoridades Militares
Cargo ou
Função Por Extenso
Abreviatura
Singular
Abreviatura
Plural Vocativo Endereçamento
Oficiais
Generais (até
Coronéis)
Vossa
Excelência
V.Ex.ª ou V.
Exa.
V.Ex.as, ou V.
Exas.
Excelentíssimo
Senhor
Ao Excelentíssimo
Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Outras Patentes Vossa
Senhoria V.S.ª ou V. Sa.
V.S.as ou V.
Sas. Senhor + patente
Ao Senhor
Nome
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
33
Cargo
Endereço
Autoridades Eclesiásticas
Cargo ou
Função Por Extenso
Abreviatura
Singular
Abreviatura
Plural Vocativo Endereçamento
Arcebispos
Vossa
Excelência
Reverendíssima
V.Ex.ª
Rev.maou V.
Exa. Revma.
V.Ex.asRev.mas ou
V. Exas. Revmas.
Excelentíssimo
Reverendíssimo
A Sua
Excelência
Reverendíssima
Nome
Cargo
Endereço
Bispos
Vossa
Excelência
Reverendíssima
V.Ex.ª
Rev.maou V.
Exa. Revma.
V.Ex.asRev.mas ou
V. Exas. Revmas.
Excelentíssimo
Reverendíssimo
A Sua
Excelência
Reverendíssima
Nome
Cargo
Endereço
Cardeais
Vossa
Eminência ou
Vossa
Eminência
Reverendíssima
V.Em.ª, V.
Ema.
ou
V.Em.ª
Rev.ma, V.
Ema.
Revma.
V.Em.as, V.
Emas.
ou
V.EmasRev.mas ou
V. Emas.
Revmas.
Eminentíssimo
Reverendíssimo
ou
Eminentíssimo
Senhor Cardeal
A Sua
Eminência
Reverendíssima
Nome
Cargo
Endereço
Cônegos Vossa
Reverendíssima
V. Rev.ma
ou V.
Revma.
V. Rev.mas
V. Revmas.
Reverendíssimo
Cônego
Ao
Reverendíssimo
Cônego
Nome
Cargo
Endereço
Frades Vossa
Reverendíssima
V. Rev.ma
ou V.
Revma.
V. Rev.mas
ou V. Revmas.
Reverendíssimo
Frade
Ao
Reverendíssimo
Frade
Nome
Cargo
Endereço
Freiras Vossa
Reverendíssima
V. Rev.ma
ou V.
Revma.
V. Rev.mas
ou V. Revmas.
Reverendíssimo
Irmã
A
Reverendíssima
Irmã
Nome
Cargo
Endereço
Monsenhores Vossa V. Rev.ma V. Reverendíssimo Ao
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
34
Reverendíssima ou V.
Revma.
Rev.mas
ou V. Revmas.
Monsenhor Reverendíssimo
Monsenhor
Nome
Cargo
Endereço
Papa Vossa
Santidade V.S. -
Santíssimo
Padre
A Sua Santidade
o Papa
Sacerdotes
em geral e
pastores
Vossa
Reverendíssima
V. Rev.ma
ou V.
Revma.
V. Rev.mas
ou V. Revmas.
Reverendo
Padre / Pastor
Ao
Reverendíssimo
Padre / Pastor
ou
Ao Reverendo
Padre / Pastor
Nome
Cargo
Endereço
Autoridades Monárquicas
Cargo ou
Função Por Extenso
Abreviatura
Singular
Abreviatura
Plural Vocativo Endereçamento
Arquiduques Vossa
Alteza V.A. VV. AA.
Sereníssimo +
Título
A Sua Alteza
Real
Nome
Cargo
Endereço
Duques Vossa
Alteza V.A. VV. AA.
Sereníssimo +
Título
A Sua Alteza
Real
Nome
Cargo
Endereço
Imperadores Vossa
Majestade V.M. VV. MM. Majestade
A Sua
Majestade
Nome
Cargo
Endereço
Príncipes Vossa
Alteza V.A. VV. AA.
Sereníssimo +
Título
A Sua Alteza
Real
Nome
Cargo
Endereço
Reis Vossa
Majestade V.M. VV. MM. Majestade
A Sua Majestade
Nome
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
35
Cargo
Endereço
Autoridades Civis
Cargo ou Função Por
Extenso
Abreviatura
Singular
Abreviatura
Plural Vocativo Endereçamento
Chefe da Casa Civil
e da
Casa Militar
Cônsules
Deputados
Embaixadores
Governadores
Ministros de Estado
Prefeitos
Presidentes da
República
Secretários de
Estado
Senadores
Vice-Presidentes de
Repúblicas
Vossa
Excelência
V.Ex.ª ou
V. Exa.
V.Ex.as
ou V. Exas.
Excelentíssimo
Senhor + Cargo
Ao
Excelentíssimo
Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Demais autoridades
não contempladas
com tratamento
específico
Vossa
Senhoria
V.S.ª ou
V. Sa.
V.S.as
ou V. Sas. Senhor + Cargo
Ao Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Saiba Mais
Concordância com os pronomes de tratamento
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
36
Concordância de gênero
Com as formas de tratamento, faz-se a concordância com o sexo das
pessoas a que se referem:
Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a assistir ao III
Seminário da FALE.
Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito das
conclusões do III Seminário da FALE.
Concordância de Pessoa
Embora tenham a palavra "Vossa" na expressão, as formas de tratamento
exigem verbos e pronomes referentes a elas na terceira pessoa:
Vossa Excelência solicitou...
Vossa Senhoria informou...
Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria e sua equipe
para... Na oportunidade, teremos a honra de ouvi-los...
A pessoa do emissor
O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo, poderá utilizar a primeira
pessoa do singular ou a primeira do plural (plural de modéstia). Não pode, no entanto,
misturar as duas opções ao longo do texto:
Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência...
Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência...
Cabe-me ainda esclarecer a Vossa Excelência...
Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência...
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
37
Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria, etc.) Sua (Excelência, Senhoria, etc.)
Vossa (Excelência, Senhoria, etc.), é tratamento direto - usa-se
para dirigir-se a pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a
correspondência (equivale você):
Na expectativa do atendimento do que acaba de ser solicitado, apresento a
Vossa Senhoria nossas atenciosas saudações.
Sua (Excelência, Senhoria, etc.): em relação à pessoa de quem se
fala (equivale a ele fala):
Na abertura do Seminário, Sua Excelência o Senhor Reitor da PUCRS falou
sobre o Plano Estratégico.
Abreviatura das formas de tratamento
A forma por extenso demonstra maior respeito, maior deferência, sendo de rigor em
correspondência dirigida ao Presidente da República. Fique claro, no entanto, que
qualquer forma de tratamento pode ser escrita por extenso, independentemente do
cargo ocupado pelo destinatário.
Vossa Magnificência
É assim que manuais mais antigos de redação ensinam a tratar os reitores de
universidades. Uma forma muito cerimoniosa, empolada, difícil de escrever e
pronunciar, e em desuso. Já não existe hoje em dia distanciamento tão grande entre a
pessoa do reitor e o corpo docente e discente. É, pois, perfeitamente aceita hoje em
dia a fórmula >Vossa Excelência (V. Exa.). A invocação pode ser
simplesmente Senhor Reitor, Excelentíssimo Senhor Reitor.
As questões da prova serão do tipo "compreensão de leitura e
intertextualidade", com objetivo de medir a habilidade do candidato em ler com
compreensão de texto. Tais questões devem explorar a capacidade de analisar um
texto sob várias perspectivas, inclusive avaliando a habilidade de reconhecer tanto
afirmações explícitas no texto quanto os pressupostos e as implicações dessas
afirmações ou argumentos. As questões focalizarão:
1. A ideia ou o objetivo principal do texto;
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
38
2. A lógica ou a técnica de argumentação utilizada pelo autor do texto e a
atitude do autor, conforme revelada pela linguagem utilizada no texto;
3. Informações explícitas no texto;
4. Informações ou ideias implícitas ou sugeridas pelo texto;
5. Aplicações das ideias do texto em outras situações.
1. A ideia ou o objetivo principal do texto;
Ponto De Vista Do Autor
Modos de narrar - na obra Para entender o texto: leitura e redação, de
Platão & Fiorin, o autor afirma que as frases ou os enunciados que lemos ou ouvimos
chegam até nós como uma forma pronta e acabada, mas é evidente que esses
enunciados não sugiram do nada: eles foram produzidos por alguém. Dessa forma,
qualquer enunciado – aquilo que foi dito ou escrito – pressupõe alguém que o tenha
produzido.
Com base nesses dados:
a) aquilo que foi escrito ou dito por alguém chamaremos enunciado;
b) o produtor de enunciado, responsável pela organização do texto,
chamaremos narrador.
O narrador não se confunde com o autor do texto ou com o escritor, tanto é
verdade, que o narrador pode ser um personagem, aparecendo nos próprios
enunciados.
O autor é uma pessoa de carne e osso; o narrador faz parte do texto, é quem
relata a partir de seu ponto de vista. Pode até mesmo ocorrer que autor e narrador
tenham visão de mundo e ideologia completamente opostas entre si. O narrador não
revela necessariamente as ideias, preferências e os pontos de vista do autor.
Há dois modos básicos de narrar: ou o narrador introduz-se no discurso,
produzindo-o, então em primeira pessoa, ou ausenta-se dele, criando um discurso em
terceira pessoa. Narrar em terceira pessoa ou em primeira pessoa são os dois
pontos de vista fundamentais do narrador.
O narrador em terceira pessoa pode assumir duas posições diante do
que narra:
1) Ele conhece tudo, até os pensamentos e sentimentos dos
personagens. Comenta, analisa e critica tudo. É como se pairasse acima dos
acontecimentos e tudo visse. É chamado narrador onisciente (que sabe tudo).
2) O narrador também conhece os fatos, mas não invade o interior
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
39
dos personagens para comentar seu comportamento, intenções e sentimentos.
Essa posição cria um efeito de sentido de objetividade ou de neutralidade. É
como se a história se narrasse sozinha. O narrador pode ser chamado
observador.
O narrador em primeira pessoa está presente na narrativa. Pode ser o
personagem principal ou um personagem secundário:
1) Quando é personagem principal, ele não tem acesso aos
sentimentos, pensamentos e intenções dos outros personagens, mas pode relatar
suas percepções, seus sentimentos e pensamentos. É a forma ideal de explorar o
interior de um personagem. É o que ocorre em O Ateneu, de Raul Pompeia.
2) Quando o narrador é um personagem secundário, observa de
dentro os acontecimentos. Viveu os fatos relatados, conta o que viu ou ouviu e
até mesmo se serve de cartas ou documentos que obteve. Não consegue saber o
que se passa na cabeça dos outros. Pode apenas inferir, lançar hipóteses e pode
ou não comentar os acontecimentos.
O modo de narrar em primeira pessoa cria um efeito de subjetividade
maior que o modo em terceira pessoa. Este produz um efeito de sentido de
objetividade, pois o narrador não está envolvido com os acontecimentos. O narrador
pode projetar uma imagem do leitor dentro da obra e dialogar com esse “leitor”,
prevendo suas reações. Esse leitor instalado no texto não se confunde com o leitor
real.
7 – ORGANIZAÇÃO DO TEXTO E IDEIA CENTRAL
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através
dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou
desenvolvimento e a conclusão do texto.
Podemos desenvolver um parágrafo de várias formas:
Declaração inicial;
Definição;
Divisão;
Alusão histórica.
Serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos
enfoques. Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e
um espaçamento da margem esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia
central extraída de maneira clara e resumida.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
40
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um
caminho que nos levará à compreensão do texto.
Todo texto deve apresentar apenas uma ideia predominante. Não importa o
quanto complexo ou simples o texto possa ser, a partir do momento em que as ideias
começam a misturar-se, o leitor sofre um lapso de entendimento imediato.
É impossível criar um texto que dê conta de tudo. Precisamos definir e
desenvolver uma ideia central, caso contrário, o texto não passará de uma lista mais
ou menos ordenada de pequenos dados quase sempre incompletos.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
TEXTO NARRATIVO
As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, forças
naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
heroína, personagem principal da história.
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos desígnios do
protagonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal
contracena em primeiro plano.
As personagens secundárias, que são chamadas também de comparsas, são
os figurantes de influência menor, indireta, não decisiva na narração.
O narrador que está a contar a história também é uma personagem, pode ser
o protagonista ou uma das outras personagens de menor importância, ou ainda uma
pessoa estranha à história.
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de personagem:
as planas: que são definidas por um traço característico, elas não alteram seu
comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as
redondas: são mais complexas tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes, o
leitor fica surpreso com as suas reações perante os acontecimentos.
Sequência dos fatos (enredo):
Enredo é a sequência dos fatos, a trama dos acontecimentos e das ações
dos personagens. No enredo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou
quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o
clímax, o desenlace ou desfecho.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, as
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
41
personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das
vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a história começa a ser
narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou seja, no estágio da complicação
quando ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens.
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior tensão do
conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a
conclusão da história com a resolução dos conflitos.
Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens
participam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gênero do
texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma
crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim por diante.
Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o caráter do texto, e há os
fatos secundários, relacionados ao principal.
Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos
lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter informações
sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos
textos literários, essas informações são extensas, fazendo aparecer textos
descritivos no interior dos textos narrativo.
Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se
num determinado tempo, que consiste na identificação do momento, dia, mês,
ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade salienta as relações
passado/presente/futuro do texto, essas relações podem ser linear, isto é,
seguindo a ordem cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o narrador
nos diz que antes de um fato que aconteceu depois.
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou
pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele
que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepção da realidade, da
duração de um dado acontecimento no seu espírito.
Narrador: observador e personagem: O narrador, como já
dissemos, é a personagem que está a contar a história. A posição em que se
coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto de
vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado por :
- visão “por detrás”: o narrador conhece tudo o que diz respeito às
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acontecimentos e a
narração é feita em 3a pessoa.
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da
narrativa que é feito em 1a pessoa.
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
42
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da personagem, sem
ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é um observador e a
narrativa é feita em 3a pessoa.
Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a história
está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.
Formas de apresentação da fala das personagens
Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há três
maneiras de comunicar as falas das personagens.
Discurso Direto: É a representação da fala das personagens
através do diálogo.
Exemplo:
“Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da verdade.
Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carnaval a cidade é do povo
e de ninguém mais”.
No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travessões.
Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas os verbos de locução
podem ser omitidos.
Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com
suas próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. Exemplo:
“Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passados,
os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele
momento, a minha literatura e os menos sombrios por vir”.
Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da
personagem se mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
Exemplo:
“Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto.
Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me
bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia
andar um homem àquela hora, sem fazer nada de cabeça no tempo, um
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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branco de pés no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
(José Lins do Rego)
TEXTO DESCRITIVO
Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais
característicos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que vai
determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que o leitor possa
combinar suas impressões isoladas formando uma imagem unificada.
Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, variando
as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco.
Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra técnica.
Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária
é transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente através do
sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subjetiva, que reflete o estado
de espírito do observador, suas preferências, assim ele descreve o que quer e o
que pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do
mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional.
Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização
das personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, pela
enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a finalidade
de situar personagens no contexto cultural, social e econômico.
Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente
o observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para depois aos
poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas desse todo.
Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores,
dos ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visualização
das suas particularidades, de seus traços distintivos e típicos.
Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada,
que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um incêndio, de
uma briga, de um naufrágio.
Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características
gerais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário mais
preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É predominantemente
denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a
objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
44
etc.
TEXTO DISSERTATIVO
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação consta
de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou questão, e pressupõe
um exame crítico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência e
objetividade.
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir o
leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a
conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão.
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizando o
contexto.
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em:
Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados
fundamentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e objetiva da
definição do ponto de vista do autor.
Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias
colocadas na introdução serão definidas com os dados mais relevantes. Todo
desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de
forma que a sucessão deles resulte num conjunto coerente e unitário que se
encaixa na introdução e desencadeia a conclusão.
Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da
ideia central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a introdução
e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior
entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertação, cabe
fazermos a distinção entre fatos, hipótese e opinião.
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é
a obra ou ação que realmente se praticou.
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou não,
e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação sobre o desconhecido,
feita com base no que já é conhecido.
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é
um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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O TEXTO ARGUMENTATIVO
Baseado em Adilson Citelli
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracterizada
pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os discursos verbais
podem ser formados de várias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou
narrar, colocamos em práticas um conjunto de referências codificadas há muito
tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado.
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário que
um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de um ponto de
vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua análise e esta dar-se-á a
partir do momento em que a compreensão do conteúdo, ou daquilo que fora tratado
seja concretizado. A formação discursiva é responsável pelo emassamento do
conteúdo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto
de vista do sujeito, suas análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que
fazemos é soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo intuito de
persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento do ponto de vista de
algo/alguém.
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases
ou palavras articuladas produzem significações dotadas de intencionalidade, criando
assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que
levar em conta que a coerência é de relevada importância para a produção textual,
pois nela se dará uma sequência das ideias e da progressão de argumentos a serem
explanadas. Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objetivos; isto se
dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos da coesão e da
coerência serão então responsáveis pela unidade da formação textual.
Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos verbais
mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por recorrências
lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre agora),
podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro que o receba. Nesta
brincadeira é que entra a formação de argumentos com o intuito de persuadir para se
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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qualificar a comunicação; nisto, estes argumentos explanados serão o germe de
futuras tentativas da comunicação ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver
Linguagem e Persuasão).
Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o propósito de
executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As relações intertextuais
são de grande valia para fazer de um texto uma alusão à outros textos, isto
proporciona que a imersão que os argumentos dão tornem esta produção altamente
evocativa.
A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a paráfrase
utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo espetacularmente
incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não possui a necessidade de
persuadir as pessoas com a repetição de argumentos, e sim de esquematizar novas
formas de textos, sendo estes diferentes. A criação de um texto requer bem mais do
que simplesmente a junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É
necessário ter na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto explicativo, daí vem a
necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico uma relação
interdiscursiva e intertextual.
As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de linguagem,
entram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capazes de
contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito utilizada para
causar este efeito, umas de suas características salientes, é que a ironia dá ênfase à
gozação, além de desvalorizar ideias, valores da oposição, tudo isto em forma de
piada.
Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito, mas
também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pré-
estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece é a
formação de um ambiente poético e sugerível, capaz de evocar nos leitores algo,
digamos, uma sensação...
Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP,
Editora Scipione, 1994 - 6ª edição.
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TIPOS DE TEXTOS NARRATIVOS
A narração é um dos gêneros literários mais fecundos, portanto, há
atualmente diversos tipos de textos narrativos que comumente são produzidos e lidos
por pessoas de todo o mundo.
Entre os tipos de textos mais conhecidos, estão o Romance, a Novela, o
Conto, a Crônica, a Fábula, a Parábola, o Apólogo, a Lenda, entre outros.
O principal objetivo do texto narrativo é contar algum fato. E o segundo
principal objetivo é que esse fato sirva como informação, aprendizado ou
entretenimento. Se o texto narrativo não consegue atingir seus objetivos perde todo o
seu valor. A narração, portanto, visa sempre um receptor.
Vejamos os conceitos de cada um desses tipos de narração e as diferenças
básicas entre eles.
Romance: em geral é um tipo de texto que possui um núcleo principal, mas
não possui apenas um núcleo. Outras tramas vão se desenrolando ao longo do tempo
em que a trama principal acontece. O Romance se subdivide em diversos outros
tipos: Romance policial, Romance romântico, etc. É um texto longo, tanto na
quantidade de acontecimentos narrados quanto no tempo em que se desenrola o
enredo.
Novela: muitas vezes confundida em suas características com o Romance e
com o Conto, é um tipo de narrativa menos longa que o Romance, possui apenas um
núcleo, ou em outras palavras, a narrativa acompanha a trajetória de apenas uma
personagem. Em comparação ao Romance, se utiliza de menos recursos narrativos e
em comparação ao Conto tem maior extensão e uma quantidade maior de
personagens.
OBS: A telenovela é um tipo diferente de narrativa. Ela advém dos
folhetins, que em um passado não muito distante eram publicados em jornais. O
Romance provém da história, das narrativas de viagem, é herdeiro da epopeia. A
novela, por sua vez, provém de um conto, de uma anedota, e tudo nela se encaminha
para a conclusão.
Conto: É uma narrativa curta. O tempo em que se passa é reduzido e
contém poucas personagens que existem em função de um núcleo. É o relato de uma
situação que pode acontecer na vida das personagens, porém não é comum que ocorra
com todo mundo. Pode ter um caráter real ou fantástico da mesma forma que o tempo
pode ser cronológico ou psicológico.
Crônica: por vezes é confundida com o conto. A diferença básica entre os
dois é que a crônica narra fatos do dia a dia, relata o cotidiano das pessoas, situações
que presenciamos e já até prevemos o desenrolar dos fatos. A crônica também se
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utiliza da ironia e às vezes até do sarcasmo. Não necessariamente precisa se passar
em um intervalo de tempo, quando o tempo é utilizado, é um tempo curto, de minutos
ou horas normalmente.
Fábula: É semelhante a um conto em sua extensão e estrutura narrativa. O
diferencial se dá, principalmente, no objetivo do texto, que é o de dar algum
ensinamento, uma moral. Outra diferença é que as personagens são animais, mas
com características de comportamento e socialização semelhantes às dos seres
humanos.
Parábola: é a versão da fábula com personagens humanas. O objetivo é o
mesmo, o de ensinar algo. Para isso são utilizadas situações do dia a dia das pessoas.
Apólogo: é semelhante à fábula e à parábola, mas pode se utilizar das mais
diversas e alegóricas personagens: animadas ou inanimadas, reais ou fantásticas,
humanas ou não. Da mesma forma que as outras duas, ilustra uma lição de
sabedoria.
Anedota: é um tipo de texto produzido com o objetivo de motivar o riso.
É geralmente breve e depende de fatores como entonação, capacidade oratória do
intérprete e até representação. Nota-se então que o gênero se produz na maioria das
vezes na linguagem oral, sendo que pode ocorrer também em linguagem escrita.
Lenda: é uma história fictícia a respeito de personagens ou lugares
reais, sendo assim a realidade dos fatos e a fantasia estão diretamente ligadas. A
lenda é sustentada por meio da oralidade, torna-se conhecida e só depois é
registrada através da escrita. O autor, portanto é o tempo, o povo e a cultura.
Normalmente fala de personagens conhecidas, santas ou revolucionárias.
4. Informações explícitas no texto;
5. Informações ou ideias implícitas ou sugeridas pelo texto;
6. Aplicações das ideias do texto em outras situações.
SIGNIFICADO IMPLÍCITO E EXPLÍCITO
Observe a seguinte frase:
Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.
Nela, o falante transmite duas informações de maneira explícita:
a) que ele frequentou um curso superior;
b) que ele aprendeu algumas coisas.
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Ao ligar essas duas informações com um “mas” comunica também de
modo implícito sua critica ao sistema de ensino superior, pois a frase passa a
transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada.
Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de
que ele pode dizer coisas que parece não estar dizendo: além das informações
explicitamente enunciadas, existem outras que ficam subentendidas ou pressupostas.
Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos
quanto os implícitos.
Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas entrelinhas. Caso contrário,
ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou — o que é pior
— pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebesse.
Não é preciso dizer que alguns tipos de texto exploram, com malícia e com
intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.
Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira
explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expressões
contidas na frase.
Assim, quando se diz “O tempo continua chuvoso”, comunica-se de
maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao mesmo
tempo, o verbo “continuar” deixa perceber a informação implícita de que antes o
tempo já estava chuvoso.
Na frase “Pedro deixou de fumar” diz-se explicitamente que, no
momento da fala, Pedro não fuma. O verbo “deixar”, todavia, transmite a informação
implícita de que Pedro fumava antes.
A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou não
concordar com ela, no entanto, têm que ser verdadeiros ou pelo menos admitidos
como verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as informações explícitas.
Se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento. No exemplo
acima, se Pedro não fumava antes, não tem cabimento afirmar que ele deixou de
fumar.
Na leitura e interpretação de um texto, é muito importante detectar os
pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados com vistas a
levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comunicado. Ao introduzir uma
ideia sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ouvinte em cúmplice, uma
vez que essa ideia não é posta em discussão e todos os argumentos subsequentes só
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contribuem para confirmá-la.
Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de
pensamento montado pelo falante.
A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas “verdades”
incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso político.
Tomemos como exemplo a seguinte frase:
É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de um
ataque soviético.
O conteúdo explícito afirma:
— a necessidade da construção de mísseis,
— com a finalidade de defesa contra o ataque soviético.
O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os soviéticos
pretendem atacar o Ocidente.
Os argumentos contra o que foi informado explicitamente nessa frase
podem ser:
— os mísseis não são eficientes para conter o ataque soviético;
— uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas
os soviéticos;
— a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de
um ataque ao Ocidente.
Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito
explicitamente, mas todos eles confirmam o pressuposto, isto é, todos os argumentos
aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.
A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se o
ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o Ocidente,
estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a possibilidade de diálogo
fica comprometida irreparavelmente. Qualquer argumento entre os citados não teria
nenhuma razão de ser. Isso quer dizer que, com pressupostos distintos, não é possível
o diálogo ou não tem ele sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornando os
pressupostos afirmações explícitas, que então podem ser discutidas.
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Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores
linguísticos, como, por exemplo:
a) certos advérbios
Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.
Pressuposto: Os resultados já deviam ter chegado.
ou
Os resultados vão chegar mais tarde.
b) certos verbos
O caso do contrabando tornou-se público.
Pressuposto: O caso não era público antes.
c) as orações adjetivas
Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não
pensam no povo.
Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais. Mas
a mesma frase poderia ser redigida assim:
Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não
pensam no povo.
No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito têm
interesses individuais.
No primeiro caso, a oração é explicativa; no segundo, é restritiva. As
explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os elementos de
um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem concerne a parte dos
elementos de um dado conjunto.
d) os adjetivos
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Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.
Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil.
OS SUBENTENDIDOS
Os subentendidos são as insinuações escondidas por trás de uma afirmação.
Quando um transeunte com o cigarro na mão pergunta: Você tem fogo? Acharia
muito estranho se você dissesse: Tenho e não lhe acendesse o cigarro. Na verdade,
por trás da pergunta subentende-se: Acenda-me o cigarro por favor.
O subentendido difere do pressuposto num aspecto importante: o
pressuposto é um dado posto como indiscutível para o falante e para o ouvinte, não é
para ser contestado; o subentendido é de responsabilidade do ouvinte, pois o falante,
ao subentender, esconde-se por trás do sentido literal das palavras e pode dizer que
não estava querendo dizer o que o ouvinte depreendeu.
O subentendido, muitas vezes, serve para o falante proteger-se diante de
uma informação que quer transmitir para o ouvinte sem se comprometer com ela.
Para entender esse processo de descomprometimento que ocorre com a
manipulação dos subentendidos, imaginemos a seguinte situação: um funcionário
público do partido de oposição lamenta, diante dos colegas reunidos em assembleia,
que um colega de seção, do partido do governo, além de ter sido agraciado com uma
promoção, conseguiu um empréstimo muito favorável do banco estadual, ao passo
que ele, com mais tempo de serviço, continuava no mesmo posto e não conseguia o
empréstimo solicitado muito antes que o referido colega.
Mais tarde, tendo sido acusado de estar denunciando favoritismo do
governo para com os seus adeptos, o funcionário reclamante defende-se prontamente,
alegando não ter falado em favoritismo e que isso era dedução de quem ouvira o seu
discurso.
Na verdade, ele não falou em favoritismo mas deu a entender, deixou
subentendido para não se comprometer com o que disse. Fez a denúncia sem
denunciar explicitamente. A frase sugere, mas não diz.
A distinção entre pressupostos e subentendidos em certos casos é
bastante sutil. Não vamos aqui ocupar-nos dessas sutilezas, mas explorar esses
conceitos como instrumentos úteis para uma compreensão mais eficiente do texto.
Interpretar um texto não é simplesmente saber o que se passa na
cabeça do autor quando ele escreve seu texto. É, antes, inferir. Se eu disser: “Levei
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minha filha caçula ao parque.”, pode-se inferir que tenho mais de uma filha. Ou seja,
inferir é retirar informações implícitas e explícitas do texto. E será com essas
informações que o candidato irá resolver as questões de interpretação na prova.
Há de se tomar cuidado, entretanto, com o que chamamos de
“conhecimento de mundo”, que nada mais é do que aquilo que todos carregamos
conosco, fruto do que aprendemos na escola, com os amigos, vendo televisão, enfim,
vivendo. Isso porque muitas vezes uma questão leva o candidato a responder não o
que está no texto, mas exatamente aquilo em que ele acredita.
Vamos a um exemplo.
É mundialmente reconhecida a qualidade do champanhe francês.
Imaginemos, então, que em um texto o autor trate do assunto “bebidas finas” e
escreva que na região de Champagne, na França, é produzido um champanhe muito
conhecido. Mais tarde, em uma questão, a banca pergunta qual foi a abordagem do
texto em relação ao tema e coloca, em uma das alternativas, que o autor afirma que o
melhor champanhe vendido no mundo é o da região de Champagne, na França. Se
você for um candidato afoito, vai marcar essa alternativa como correta, certo?, sem
parar para pensar que o autor não havia feito tal afirmação e que, na verdade, o que
ele assegurou foi que há um champanhe que é muito conhecido e que é produzido na
França. O fato de possivelmente ser o melhor do mundo é uma informação que você
adquiriu em jornais, revistas etc. Entendeu a diferença?
Propositadamente, a banca utiliza trechos inteiros idênticos ao texto só para
confundir o candidato, e ao final, coloca uma afirmação falsa. Cuidado com isso!
Contudo, não basta retirar informações de um texto para responder
corretamente as questões. É necessário saber de onde tirá-las. Para tanto, temos que
ter conhecimento da estrutura textual e por quais processos se passa um texto até seu
formato final de dissertação, narração ou descrição.
Como o tipo mais cobrado em provas de concurso é a dissertação,
vamos entender como ela se estrutura e em que ela se baseia.
Quando dissertamos, diz-se que estamos argumentando. Mas
argumentando o quê? A respeito de quê?
Para formular os argumentos, antes necessitamos de uma tese, algo que
vamos afirmar e defender, a respeito de um determinado assunto.
Então, por exemplo, se o assunto é “Aquecimento global” é imperativo
apresentar uma tese baseada nele. Pode-se escrever “O aquecimento global tem sido
motivo de preocupação por parte dos cientistas”, ou “A população deve preocupar-se
com o superaquecimento do planeta” etc. O importante é que na tese esteja claro
aquilo que deverá ser sustentado por meio de argumentos.
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O próximo passo é estabelecer quais argumentos poderão ser utilizados
para tornar a afirmação feita na tese cada vez mais sólida.
Apresentados os argumentos, basta concluir a dissertação.
Tudo o que aqui foi exposto é apenas ilustrativo para que se tenha ideia de
como um texto é estruturado e, a partir daí, estudar o texto apresentado e procurar no
lugar certo a resposta para cada questão.
Vejamos:
Normalmente, a tese é explicitada na primeira frase do primeiro
parágrafo, coincidindo com o que chamamos de “tópico frasal”, aquela sentença
que usamos para chamar a atenção em um texto e apresentá-lo de forma clara. Mas
ela pode aparecer também na última frase do primeiro parágrafo.
Disso decorre que sempre que precisar encontrar a tese do texto para
responder a questões sobre o que o autor pensa, por exemplo, deve-se procurá-la no
primeiro parágrafo.
Todavia, se a banca quiser saber em que o autor se fundamentou para
fazer tal afirmação, basta procurar a resposta nos parágrafos em que forem
apresentados os argumentos.
Por exemplo, na última prova do MPU, cargo Analista Processual, da
banca Fundação Carlos Chagas, foi perguntado aos candidatos o que revelava a
argumentação do autor. Dentre as alternativas apresentadas, bastava saber qual era
fundamentalmente um argumento utilizado pelo autor e o que ele demonstrava.
É, portanto, muito importante conhecer a estrutura de um texto para
saber trabalhá-lo de forma a fazer com que ele seja um aliado na conquista de um
cargo público. Rachel Costa
Um texto pode ter dois tipos de informações implícitas:
Pressuposto/Subentendido
Pressuposto
Ideia não expressa de maneira explícita, mas pode ser compreendida
logicamente a partir do significado de certas palavras ou expressões contidas no
texto. O Recurso argumentativo que tem por objetivo levar o receptor a aceitar certas
ideias o transforma em cúmplice e o aprisiona ao sistema de pensamento do emissor
Subentendido
Insinuação, não marcada linguisticamente, contida em um
texto.
DIFERENÇA ENTRE PRESSUPOSTO E SUBENTENDIDO
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O pressuposto é uma informação estabelecida como verdade tanto para o
emissor quanto para o receptor –ela está no enunciado e vem marcada
linguisticamente no texto. O pressuposto é uma extensão do dito e não pode ser
negado.
O subentendido está presente na enunciação e é de responsabilidade do
receptor. Abre-se a possibilidade de o emissor negar que tenha comunicado aquilo
que o receptor disse entender.
Os subentendidos dependem do conhecimento de mundo do
destinatário.
Informações implícitas é a continuidade da coerência, trata-se da
inferência, que ocorre porque tudo que você produz como mensagem é maior do que
está escrito, é a soma do implícito mais o explicito e que existem em todos os textos.
Em um texto existem dois tipos de informações implícitas, o pressuposto e o
subentendido.
O pressuposto é a informação que pode ser compreendida por uma palavra
ou frase dentro do próprio texto, faz o receptor aceitar várias ideias do emissor.
Como por exemplo na frase ¨ Filas e ingressos esgotados no Pacaembu para a final
do paulistão.(www.estadao.com.br) percebemos que a palavra ¨esgotados¨ gera a
compreensão da frase.
Já o subentendido gera confusão, pois se trata de uma insinuação, não
sendo possível afirmar com convicção.
A diferença entre ambos é que o pressuposto é responsável pelo emissor e
a informação já está no enunciado, já no subentendido o receptor tira suas próprias
conclusões.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1998.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais -
Língua Portuguesa: 3º e 4º Ciclos do Ensino Fundamental. Brasília, MEC/SEF, 1998.
CANÇADO, M. Manual de Semântica: noções básicas e exercícios. Belo Horizonte:
UFMG, 2005.
GRICE, H. P. Lógica e conversação. In. DASCAL, M. (Org.). Fundamentos
metodológicos da Linguística (IV) Pragmática – problemas, críticas, perspectivas da
Linguística. Campinas: 1982.
ILARI, R. Introdução à semântica: brincando com a gramática. 4ª ed. São Paulo:
Contexto, 2003.
ILARI, R. & GERALDI, J. W. Semântica. 6ª ed. São Paulo: Ática, 1994.
KOCH, I. G. V. Argumentação e linguagem. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 1996.
––––––. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.
MAINGUENEAU, D. Análise de textos de comunicação. Trad. Cecília P. de S. e
Silva, Décio Rocha. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2004.
––––––. Pragmática para o discurso literário. Tradução Marina Appenzeller;
Revisão da tradução Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
MARCUSCHI, L. A. Compreensão de texto: algumas reflexões. In. DIONISIO, A. P.
& BEZERRA, M. A. (orgs.) O livro didático de Português: múltiplos olhares. 2ª ed.
Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
(Com adaptações nossas.)
Origem:www.mundotexto.com.br
Série: Dicas de português para concursos em questões de compreensão e
interpretação de textos.
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DICAS DE PORTUGUÊS EM QUESTÕES DE COMPREENSÃO E
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS APLICADAS EM CONCURSOS
PÚBLICOS, ENEM E VESTIBULARES
8 - PROVA SIMULADA
Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto que segue.
No coração do progresso
Há séculos a civilização ocidental vem correndo atrás de tudo o que
classifica como progresso. Essa palavra mágica aplica-se tanto à invenção do
aeroplano ou à descoberta do DNA como à promoção do papai no novo emprego.
“Estou fazendo progressos”, diz a titia, quando enfim acerta a mão numa velha
receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a refletir sobre o
sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir todas as portas para uma vida
melhor.
Quando, muitos anos atrás, num daqueles documentários de cinema, via-se
uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendimento, ninguém
tinha dúvida em dizer ou pensar: é o progresso. Uma represa monumental era
progresso. Cada novo produto químico era um progresso. As coisas não mudaram
tanto: continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica. Mas não
deixaram de mudar um pouco: desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-
se, popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da
preservação ambiental e da melhoria das condições da vida em nosso pequenino
planeta.
Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do
ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que concorre
para equilibrar a ação transformadora do homem sobre a natureza e a integridade
da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentável: o adjetivo exprime uma
condição, para cercear as iniciativas predatórias. Cada novidade tecnológica há de
ser investigada quanto a seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada
intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento que considere a
qualidade e a extensão dos efeitos.
Em suma: já está ocorrendo, há algum tempo, uma avaliação ética e
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política de todas as formas de progresso que afetam nossa relação com o mundo e,
portanto, a qualidade da nossa vida. Não é pouco, mas ainda não é suficiente. Aos
cientistas, aos administradores, aos empresários, aos industriais e a todos nós –
cidadãos comuns – cabe a tarefa cotidiana de zelarmos por nossas ações que
inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade de vida. A tarefa começa em nossa
casa, em nossa cozinha e banheiro, em nosso quintal e jardim – e se estende à
preocupação com a rua, com o bairro, com a cidade.
“Meu coração não é maior do que o mundo”, dizia o poeta. Mas um
mundo que merece a atenção do nosso coração e da nossa inteligência é, certamente,
melhor do que este em que estamos vivendo.
Não custa interrogar, a cada vez que alguém diz progresso, o sentido
preciso – talvez oculto - da palavra mágica empregada. (Alaor Adauto de Mello)
1. Centraliza-se, no texto, uma concepção de progresso, segundo a
qual este deve ser
(A)) equacionado como uma forma de equilíbrio entre as atividades
humanas e o respeito ao mundo natural.
(B) identificado como aprimoramento tecnológico que resulte em
atividade economicamente viável.
(C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros
para todos os indivíduos de uma comunidade.
(D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a
aproveitarem apenas o que é oferecido em sua forma natural.
(E) aceito como um processo civilizatório que implique melhor
distribuição de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.
2. Considere as seguintes afirmações:
I. A banalização do uso da palavra progresso é uma consequência
do fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadêmico.
II. A expressão desenvolvimento sustentável pressupõe que haja
formas de desenvolvimento nocivas e predatórias.
III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advém
do uso consciente e responsável que a maioria das pessoas vem fazendo dela.
Em relação ao texto está correto APENAS que se afirma em
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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(A) I.
(B)) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do
texto em:
(A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer
conclusão.
(B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mágica =
seguimos chamando de mágico tudo o que julgamos sem preconceito.
(C) para cercear as iniciativas predatórias = para ir ao encontro das
ações voluntariosas.
(D) ações que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida
= práticas alheias ao que diz respeito às condições de vida.
(E)) há de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que
está planificado.
4. Cada intervenção na natureza há de adequar-se a um planejamento
pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada.
Os tempos e os modos verbais da frase acima continuarão
corretamente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na ordem em
que surgem, por
(A) houve - garantiria - é
(B) haveria - garantiu - teria sido
(C) haveria - garantisse - fosse
(D) haverá - garantisse - e
(E) havia - garantiu - é
5. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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na frase:
(A)) Já faz muitos séculos que se vêm atribuindo à palavra progresso
algumas conotações mágicas.
(B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu
sentido real muitos equívocos ideológicos.
(C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso não chega
a representarem, de fato, qualquer avanço significativo.
(D) Se muitas novidades tecnológicas houvesse de ser investigadas a
fundo, veríamos que são irrelevantes para a melhoria da vida.
(E) Começam pelas preocupações com nossa casa, com nossa rua,
com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida.
6. Está correto o emprego de ambas as expressões sublinhadas na
frase:
(A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos
atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual não queremos abrir mão.
(B) É preferível deixar intacta a mata selvagem do que destruí-la em
nome de um benefício em que quase ninguém desfrutará.
(C) A titia, cuja a mão enfim acertou numa velha receita, não hesitou
em ver como progresso a operação à qual foi bem sucedida.
(D) A precisão da qual se pretende identificar o sentido de uma
palavra depende muito do valor de contexto a que lhe atribuímos.
(E)) As inovações tecnológicas de cujo benefício todos se aproveitam
representam, efetivamente, o avanço a que se costuma chamar progresso.
7. Considere as seguintes afirmações, relativas a aspectos da
construção ou da expressividade do texto:
I. No contexto do segundo parágrafo, a forma plural não mudaram
tanto atende à concordância com academias.
II. No contexto do terceiro parágrafo, a expressão há de adequar-se
exprime um dever imperioso, uma necessidade premente.
III. A expressão Em suma, tal como empregada no quarto parágrafo,
anuncia a abertura de uma linha de argumentação ainda inexplorada no texto.
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Está correto APENAS o que se afirma em
(A) I.
(B)) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a
palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mágicos que elevam
essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos.
Evitam-se as repetições viciosas da frase acima substituindo-se os
elementos sublinhados, na ordem dada, por:
(A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam
(B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na
(C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe
(D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam
(E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam
9. Está clara e correta a redação da seguinte frase:
(A) Caso não se determine bem o sentido da palavra progresso, pois
que é usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessário que reflitamos
sobre seu verdadeiro sentido.
(B) Ao dizer o poeta que seu coração não é maior do que o mundo,
devemos nos inspirar para que se estabeleça entre este e o nosso coração os
compromissos que se reflitam numa vida melhor.
(C) Nada é desprezível no espaço do mundo, que não mereça nossa
atenção quanto ao fato de que sejamos responsáveis por sua melhoria, seja o
nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.
(D)) Todo desenvolvimento definido como sustentável exige, para fazer
jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para que não
venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.
(E) Tem muita ciência que, se saísse das limitações acadêmicas,
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acabariam por se revelarem mais úteis e mais populares, em vista da Ecologia,
cujas consequências se sente mesmo no âmbito da vida prática.
10. Está inteiramente correta a pontuação do seguinte período:
(A) Toda vez que é pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a
porta para um mundo, mágico de prosperidade garantida.
(B)) Por mínimas que pareçam, há providências inadiáveis, ações
aparentemente irrisórias, cuja execução cotidiana é, no entanto, importantíssima.
(C) O prestígio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao
modo irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mágica.
(D) Ainda que traga muitos benefícios, a construção de enormes
represas, costuma trazer também uma série de consequências ambientais que,
nem sempre, foram avaliadas.
(E) Não há dúvida, de que o autor do texto aderiu a teses
ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso está sujeito a uma
permanente avaliação.
Leia o texto a seguir para responder às questões de números 11 a 24.
De um lado estão os prejuízos e a restrição de direitos causados pelos
protestos que param as ruas de São Paulo. De outro está o direito à livre
manifestação, assegurado pela Carta de 1988. Como não há fórmula perfeita de
arbitrar esse choque entre garantias democráticas fundamentais, cabe lançar mão de
medidas pontuais – e sobretudo de bom senso.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) estima em R$ 3 milhões o
custo para a população dos protestos ocorridos nos últimos três anos na capital
paulista. O cálculo leva em conta o combustível consumido e as horas perdidas de
trabalho durante os engarrafamentos causados por protestos. Os carros enfileirados
por conta de manifestações nesses três anos praticamente cobririam os 231 km que
separam São Paulo de São Carlos.
A Justiça é o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular os
protestos abusivos que param o trânsito nos horários mais inconvenientes e acarretam
variados transtornos a milhões de pessoas. É adequada a atitude da CET de enviar
sistematicamente ao Ministério Público relatórios com os prejuízos causados em cada
manifestação feita fora de horários e locais sugeridos pela agência ou sem
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comunicação prévia.
Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acionou
um líder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instância a pagar R$ 3,3
milhões aos cofres públicos, a título de reparação. O direito à livre manifestação está
previsto na Constituição. No entanto, tal direito não anula a responsabilização civil e
criminal em caso de danos provocados pelos protestos.
O poder público deveria definir, de preferência em negociação com as
categorias que costumam realizar protestos na capital, horários e locais vedados às
passeatas. Práticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas essenciais para o
tráfego na capital nos horários de maior fluxo, deveriam ser abolidas.
(Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado)
11. De acordo com o texto, é correto afirmar que
(A) a Companhia de Engenharia de Tráfego não sabe mensurar o custo
dos protestos ocorridos nos últimos anos.
(B) os prejuízos da ordem de R$ 3 milhões em razão dos
engarrafamentos já foram pagos pelos manifestantes.
(C) os protestos de rua fazem parte de uma sociedade democrática e
são permitidos pela Carta de 1988.
(D) após a multa, os líderes de sindicato resolveram organizar
protestos de rua em horários e locais predeterminados.
(E) o Ministério Público envia com frequência estudos sobre os custos
das manifestações feitas de forma abusiva.
12. No primeiro parágrafo, afirma-se que não há fórmula perfeita para
solucionar o conflito entre manifestantes e os prejuízos causados ao restante da
população. A saída estaria principalmente na
(A) sensatez.
(B) Carta de 1998.
(C) Justiça.
(D) Companhia de Engenharia de Tráfego.
(E) na adoção de medidas amplas e profundas.
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13. De acordo com o segundo parágrafo do texto, os protestos que
param as ruas de São Paulo representam um custo para a população da cidade. O
cálculo desses custos é feito a partir
(A) das multas aplicadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego
(CET).
(B) dos gastos de combustível e das horas de trabalho desperdiçadas
em engarrafamentos.
(C) da distância a ser percorrida entre as cidades de São Paulo e São
Carlos.
(D) da quantidade de carros existentes entre a capital de São Paulo e
São Carlos.
(E) do número de usuários de automóveis particulares da cidade de
São Paulo.
14. A quantidade de carros parados nos engarrafamentos, em razão
das manifestações na cidade de São Paulo nos últimos três anos, é equiparada, no
texto,
(A) a R$ 3,3 milhões.
(B) ao total de usuários da cidade de São Carlos.
(C) ao total de usuários da cidade de São Paulo.
(D) ao total de combustível economizado.
(E) a uma distância de 231 km.
15. No terceiro parágrafo, a respeito do poder da Justiça em coibir os
protestos abusivos, o texto assume um posicionamento de
(A) indiferença, porque diz que a decisão não cabe à Justiça.
(B) entusiasmo, porque acredita que o órgão já tem poder para impedir
protestos abusivos.
(C) decepção, porque não vê nenhum exemplo concreto do órgão para
impedir protestos em horários de pico.
(D) confiança, porque acredita que, no futuro, será uma forma bem-
sucedida de desestimular protestos abusivos.
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(E) satisfação, porque cita casos em que a Justiça já teve êxito em
impedir protestos em horários inconvenientes e em avenidas movimentadas.
16. De acordo com o texto, a atitude da Companhia de Engenharia de
Tráfego de enviar periodicamente relatórios sobre os prejuízos causados em cada
manifestação é
(A) pertinente.
(B) indiferente.
(C) irrelevante.
(D) onerosa.
(E) inofensiva.
17. No quarto parágrafo, o fato de a Procuradoria condenar um líder
sindical
(A) é ilegal e fere os preceitos da Carta de 1998.
(B) deve ser comemorada, ainda que viole a Constituição.
(C) é legal, porque o direito à livre manifestação não isenta o
manifestante da responsabilidade pelos danos causados.
(D) é nula, porque, segundo o direito à livre manifestação, o acusado
poderá entrar com recurso.
(E) é inédita, porque, pela primeira vez, apesar dos direitos
assegurados, um manifestante será punido.
18. Dentre as soluções apontadas, no último parágrafo, para resolver o
conflito, destaca-se
(A) multa a líderes sindicais.
(B) fiscalização mais rígida por parte da Companhia de Engenharia de
Tráfego.
(C) o fim dos protestos em qualquer via pública.
(D) fixar horários e locais proibidos para os protestos de rua.
(E) negociar com diferentes categorias para que não façam mais
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manifestações.
19. No trecho – É adequada a atitude da CET de enviar relatórios –,
substituindo-se o termo atitude por comportamentos, obtém-se, de acordo com as
regras gramaticais, a seguinte frase:
(A) É adequada comportamentos da CET de enviar relatórios.
(B) É adequado comportamentos da CET de enviar relatórios.
(C) São adequado os comportamentos da CET de enviar relatórios.
(D) São adequadas os comportamentos da CET de enviar relatórios.
(E) São adequados os comportamentos da CET de enviar relatórios.
20. No trecho – No entanto, tal direito não anula a responsabilização
civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos –, a locução
conjuntiva no entanto indica uma relação de
(A) causa e efeito.
(B) oposição.
(C) comparação.
(D) condição.
(E) explicação.
21. “Não há fórmula perfeita de arbitrar esse choque.” Nessa frase, a
palavra arbitrar é um sinônimo de
(A) julgar.
(B) almejar.
(C) condenar.
(D) corroborar.
(E) descriminar.
22. No trecho – A Justiça é o meio mais promissor para desestimular
os protestos abusivos – a preposição para estabelece entre os termos uma relação
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de
(A) tempo.
(B) posse.
(C) causa.
(D) origem.
(E) finalidade.
23. Na frase – O poder público deveria definir horários e locais –,
substituindo-se o verbo definir por obedecer, obtém-se, segundo as regras de
regência verbal, a seguinte frase:
(A) O poder público deveria obedecer para horários e locais.
(B) O poder público deveria obedecer a horários e locais.
(C) O poder público deveria obedecer horários e locais.
(D) O poder público deveria obedecer com horários e locais.
(E) O poder público deveria obedecer os horários e locais.
24. Transpondo para a voz passiva a frase – A Procuradoria acionou
um líder de sindicato – obtém-se:
(A) Um líder de sindicato foi acionado pela Procuradoria.
(B) Acionaram um líder de sindicato pela Procuradoria.
(C) Acionaram-se um líder de sindicato pela Procuradoria.
(D) Um líder de sindicato será acionado pela Procuradoria.
(E) A Procuradoria foi acionada por um líder de sindicato.
Leia o texto para responder às questões de números 25 a 34.
DIPLOMA E MONOPÓLIO
Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina no
Brasil. É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os enguiços entre
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diplomas e carreiras. Falta-nos descobrir que a concorrência (sob um bom marco
regulatório) promove o interesse da sociedade e que o monopólio só é bom para
quem o detém. Não fora essa ignorância, como explicar a avalanche de leis que
protegem monopólios espúrios para o exercício profissional?
Desde a criação dos primeiros cursos de direito, os graduados apenas
ocasionalmente exercem a profissão. Em sua maioria, sempre ocuparam postos de
destaque na política e no mundo dos negócios. Nos dias de hoje, nem 20% advogam.
Mas continua havendo boas razões para estudar direito, pois esse é um
curso no qual se exercita lógica rigorosa, se lê e se escreve bastante. Torna os
graduados mais cultos e socialmente mais produtivos do que se não houvessem feito
o curso. Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da fragilidade do ensino
básico do que das faculdades. Diante dessa polivalência do curso de direito, os
exames da OAB são uma solução brilhante. Aqueles que defenderão clientes nos
tribunais devem demonstrar nessa prova um mínimo de conhecimento. Mas, como os
cursos são também úteis para quem não fez o exame da Ordem ou não foi bem
sucedido na prova, abrir ou fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC, não
da OAB. A interferência das corporações não passa de uma prática monopolista e
ilegal em outros ramos da economia. Questionamos também se uma corporação
profissional deve ter carta-branca para determinar a dificuldade das provas, pois essa
é também uma forma de limitar a concorrência – mas trata-se aí de uma questão
secundária. (...)
(Veja, 07.03.2007. Adaptado)
25. Assinale a alternativa que reescreve, com correção gramatical, as
frases: Faz quase dois séculos que foram fundadas escolas de direito e medicina
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não foram resolvidos os enguiços
entre diplomas e carreiras.
(A) Faz quase dois séculos que se fundou escolas de direito e medicina
no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os enguiços entre
diplomas e carreiras.
(B) Faz quase dois séculos que se fundava escolas de direito e
medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os
enguiços entre diplomas e carreiras.
(C) Faz quase dois séculos que se fundaria escolas de direito e
medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveu os
enguiços entre diplomas e carreiras.
(D) Faz quase dois séculos que se fundara escolas de direito e
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medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolvera os
enguiços entre diplomas e carreiras.
(E) Faz quase dois séculos que se fundaram escolas de direito e
medicina no Brasil. / É embaraçoso verificar que ainda não se resolveram os
enguiços entre diplomas e carreiras.
26. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, de
acordo com a norma culta, as frases: O monopólio só é bom para aqueles que
____________. / Nos dias de hoje, nem 20% advogam, e apenas 1%
____________. / Em sua maioria, os advogados sempre ____________.
(A) o retêem / obtem sucesso / se apropriaram os postos de destaque
na política e no mundo dos negócios
(B) o retém / obtém sucesso / se apropriaram aos postos de destaque
na política e no mundo dos negócios
(C) o retém / obtêem sucesso / se apropriaram os postos de destaque
na política e no mundo dos negócios
(D) o retêm / obtém sucesso / sempre se apropriaram de postos de
destaque na política e no mundo dos negócios
(E) o retem / obtêem sucesso / se apropriaram de postos de destaque
na política e no mundo dos negócios
27. Assinale a alternativa em que se repete o tipo de oração
introduzida pela conjunção se, empregado na frase – Questionamos também se
uma corporação profissional deve ter carta-branca para determinar a
dificuldade das provas, ...
(A) A sociedade não chega a saber se os advogados são muito
corporativos.
(B) Se os advogados aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do
ensino básico.
(C) O advogado afirma que se trata de uma questão secundária.
(D) É um curso no qual se exercita lógica rigorosa.
(E) No curso de direito, lê-se bastante.
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28. Assinale a alternativa em que se admite a concordância verbal
tanto no singular como no plural como em: A maioria dos advogados ocupam
postos de destaque na política e no mundo dos negócios.
(A) Como o direito, a medicina é uma carreira estritamente
profissional.
(B) Os Estados Unidos e a Alemanha não oferecem cursos de
administração em nível de bacharelado.
(C) Metade dos cursos superiores carecem de boa qualificação.
(D) As melhores universidades do país abastecem o mercado de
trabalho com bons profissionais.
(E) A abertura de novos cursos tem de ser controlada por órgãos
oficiais.
29. Assinale a alternativa que apresenta correta correlação de tempo
verbal entre as orações.
(A) Se os advogados demonstrarem um mínimo de conhecimento,
poderiam defender bem seus clientes.
(B) Embora tivessem cursado uma faculdade, não se desenvolveram
intelectualmente.
(C) É possível que os novos cursos passam a ter fiscalização mais
severa.
(D) Se não fosse tanto desconhecimento, o desempenho poderá ser
melhor.
(E) Seria desejável que os enguiços entre diplomas e carreiras se
resolvem brevemente.
30. A substituição das expressões em destaque por um pronome
pessoal está correta, nas duas frases, de acordo com a norma culta, em:
(A) I. A concorrência promove o interesse da sociedade. / A
concorrência promove-o. II. Aqueles que defenderão clientes. / Aqueles que lhes
defenderão.
(B) I. O governo fundou escolas de direito e de medicina. / O governo
fundou elas. II. Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os
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graduados apenas ocasionalmente exercem-la.
(C) I. Torna os graduados mais cultos. / Torna-os mais cultos. II. É
preciso mencionar os cursos de administração. / É preciso mencionar-lhes.
(D) I. Os advogados devem demonstrar muitos conhecimentos. Os
advogados devem demonstrá-los. II. As associações mostram à sociedade o seu
papel. / As associações mostram-lhe o seu papel.
(E) I. As leis protegem os monopólios espúrios. / As leis protegem-os.
II. As corporações deviam fiscalizar a prática profissional. / As corporações
deviam fiscalizá-la.
31. Assinale a alternativa em que as palavras em destaque exercem,
respectivamente, a mesma função sintática das expressões assinaladas em: Os
graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão.
(A) Se aprendem pouco, a culpa é da fragilidade do ensino básico.
(B) A interferência das corporações não passa de uma prática
monopolista.
(C) Abrir e fechar cursos de “formação geral” é assunto do MEC.
(D) O estudante de direito exercita preferencialmente uma lógica
rigorosa.
(E) Boas razões existirão sempre para o advogado buscar
conhecimento.
32. Assinale a alternativa que reescreve a frase de acordo com a
norma culta.
(A) Os graduados apenas ocasionalmente exercem a profissão. / Os
graduados apenas ocasionalmente se dedicam a profissão.
(B) Os advogados devem demonstrar nessa prova um mínimo de
conhecimento. / Os advogados devem primar nessa prova por um mínimo de
conhecimento.
(C) Ele não fez o exame da OAB. / Ele não procedeu o exame da
OAB.
(D) As corporações deviam promover o interesse da sociedade. / As
corporações deviam almejar do interesse da sociedade.
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(E) Essa é uma forma de limitar a concorrência. / Essa é uma forma de
restringir à concorrência.
33. Assinale a alternativa em que o período formado com as frases I,
II e III estabelece as relações de condição entre I e II e de adição entre I e III.
I. O advogado é aprovado na OAB.
II. O advogado raciocina com lógica.
III. O advogado defende o cliente no tribunal.
(A) Se o advogado raciocinar com lógica, ele será aprovado na OAB e
defenderá o cliente no tribunal com sucesso.
(B) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso, mas terá
de raciocinar com lógica e ser aprovado na OAB.
(C) Como raciocinou com lógica, o advogado será aprovado na OAB e
defenderá o cliente no tribunal com sucesso.
(D) O advogado defenderá o cliente no tribunal com sucesso porque
raciocinou com lógica e foi aprovado na OAB.
(E) Uma vez que o advogado raciocinou com lógica e foi aprovado na
OAB, ele poderá defender o cliente no tribunal com sucesso.
34. Na frase – Se aprendem pouco, paciência, a culpa é mais da
fragilidade do ensino básico do que das faculdades. – a palavra paciência vem
entre vírgulas para, no contexto,
(A) garantir a atenção do leitor.
(B) separar o sujeito do predicado.
(C) intercalar uma reflexão do autor.
(D) corrigir uma afirmação indevida.
(E) retificar a ordem dos termos.
Atenção: As questões de números 35 a 42 referem-se ao texto abaixo.
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SOBRE ÉTICA
A palavra Ética é empregada nos meios acadêmicos em três acepções.
Numa, faz-se referência a teorias que têm como objeto de estudo o comportamento
moral, ou seja, como entende Adolfo Sanchez Vasquez, “a teoria que pretende
explicar a natureza, fundamentos e condições da moral, relacionando-a com
necessidades sociais humanas.” Teríamos, assim, nessa acepção, o entendimento de
que o fenômeno moral pode ser estudado racional e cientificamente por uma
disciplina que se propõe a descrever as normas morais ou mesmo, com o auxílio de
outras ciências, ser capaz de explicar valorações comportamentais.
Um segundo emprego dessa palavra é considerá-la uma categoria
filosófica e mesmo parte da Filosofia, da qual se constituiria em núcleo especulativo
e reflexivo sobre a complexa fenomenologia da moral na convivência humana. A
Ética, como parte da Filosofia, teria por objeto refletir sobre os fundamentos da
moral na busca de explicação dos fatos morais.
Numa terceira acepção, a Ética já não é entendida como objeto descritível
de uma Ciência, tampouco como fenômeno especulativo. Trata-se agora da conduta
esperada pela aplicação de regras morais no comportamento social, o que se pode
resumir como qualificação do comportamento do homem como ser em situação. É
esse caráter normativo de Ética que a colocará em íntima conexão com o Direito.
Nesta visão, os valores morais dariam o balizamento do agir e a Ética seria assim a
moral em realização, pelo reconhecimento do outro como ser de direito,
especialmente de dignidade. Como se vê, a compreensão do fenômeno Ética não
mais surgiria metodologicamente dos resultados de uma descrição ou reflexão, mas
sim, objetivamente, de um agir, de um comportamento consequencial, capaz de
tornar possível e correta a convivência.
(Adaptado do site Doutrina Jus Navigandi)
35. As diferentes acepções de Ética devem-se, conforme se depreende
da leitura do texto,
(A) aos usos informais que o senso comum faz desse termo.
(B) às considerações sobre a etimologia dessa palavra.
(C) aos métodos com que as ciências sociais a analisam.
(D) às íntimas conexões que ela mantém com o Direito.
(E) às perspectivas em que é considerada pelos acadêmicos.
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36. A concepção de ética atribuída a Adolfo Sanchez Vasquez é
retomada na seguinte expressão do texto:
(A) núcleo especulativo e reflexivo.
(B) objeto descritível de uma Ciência.
(C) explicação dos fatos morais.
(D) parte da Filosofia.
(E) comportamento consequencial.
37. No texto, a terceira acepção da palavra ética deve ser entendida
como aquela em que se considera, sobretudo,
(A) o valor desejável da ação humana.
(B) o fundamento filosófico da moral.
(C) o rigor do método de análise.
(D) a lucidez de quem investiga o fato moral.
(E) o rigoroso legado da jurisprudência.
38. Dá-se uma íntima conexão entre a Ética e o Direito quando ambos
revelam, em relação aos valores morais da conduta, uma preocupação
(A) filosófica.
(B) descritiva.
(C) prescritiva.
(D) contestatária.
(E) tradicionalista.
39. Considerando-se o contexto do último parágrafo, o elemento
sublinhado pode ser corretamente substituído pelo que está entre parênteses, sem
prejuízo para o sentido, no seguinte caso:
(A) (...) a colocará em íntima conexão com o Direito. (inclusão)
(B) (...) os valores morais dariam o balizamento do agir (...)
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(arremate)
(C) (...) qualificação do comportamento do homem como ser em
situação. (provisório)
(D) (...) nem tampouco como fenômeno especulativo. (nem, ainda)
(E) (...) de um agir, de um comportamento consequencial...
(concessivo)
40. As normas de concordância estão plenamente observadas na frase:
(A) Costumam-se especular, nos meios acadêmicos, em torno de três
acepções de Ética.
(B) As referências que se faz à natureza da ética consideram-na, com
muita frequência, associada aos valores morais.
(C) Não coubessem aos juristas aproximar-se da ética, as leis
deixariam de ter a dignidade humana como balizamento.
(D) Não derivam das teorias, mas das práticas humanas, o efetivo
valor de que se impregna a conduta dos indivíduos.
(E) Convém aos filósofos e juristas, quaisquer que sejam as
circunstâncias, atentar para a observância dos valores éticos.
41. Está clara, correta e coerente a redação do seguinte comentário
sobre o texto:
(A) Dentre as três acepções de Ética que se menciona no texto, uma
apenas diz respeito à uma área em que conflui com o Direito.
(B) O balizamento da conduta humana é uma atividade em que, cada
um em seu campo, se empenham o jurista e o filósofo.
(C) Costuma ocorrer muitas vezes não ser fácil distinguir Ética ou
Moral, haja vista que tanto uma quanto outra pretendem ajuizar à situação do
homem.
(D) Ainda que se torne por consenso um valor do comportamento
humano, a Ética varia conforme a perspectiva de atribuição do mesmo.
(E) Os saberes humanos aplicados, do conhecimento da Ética,
costumam apresentar divergências de enfoques, em que pese a metodologia
usada.
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42. Transpondo-se para a voz passiva a frase Nesta visão, os valores
morais dariam o balizamento do agir, a forma verbal resultante deverá ser:
(A) seria dado.
(B) teriam dado.
(C) seriam dados.
(D) teriam sido dados.
(E) fora dado.
Atenção: As questões de números 43 a 48 referem-se ao texto abaixo.
O HOMEM MORAL E O MORALIZADOR
Depois de um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas, estamos
certos disto: o moralizador e o homem moral são figuras diferentes, se não opostas.
O homem moral se impõe padrões de conduta e tenta respeitá-los; o moralizador
quer impor ferozmente aos outros os padrões que ele não consegue respeitar.
A distinção entre ambos tem alguns corolários relevantes.
Primeiro, o moralizador é um homem moral falido: se soubesse respeitar o
padrão moral que ele impõe, ele não precisaria punir suas imperfeições nos outros.
Segundo, é possível e compreensível que um homem moral tenha um espírito
missionário: ele pode agir para levar os outros a adotar um padrão parecido com o
seu. Mas a imposição forçada de um padrão moral não é nunca o ato de um homem
moral, é sempre o ato de um moralizador. Em geral, as sociedades em que as normas
morais ganham força de lei (os Estados confessionais, por exemplo) não são
regradas por uma moral comum, nem pelas aspirações de poucos e escolhidos
homens exemplares, mas por moralizadores que tentam remir suas próprias falhas
morais pela brutalidade do controle que eles exercem sobre os outros. A pior
barbárie do mundo é isto: um mundo em que todos pagam pelos pecados de
hipócritas que não se aguentam.
(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 20/03/2008)
43. Atente para as afirmações abaixo.
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I. Diferentemente do homem moral, o homem moralizador não se
preocupa com os padrões morais de conduta.
II. Pelo fato de impor a si mesmo um rígido padrão de conduta, o
homem moral acaba por impô-lo à conduta alheia.
III. O moralizador, hipocritamente, age como se de fato respeitasse os
padrões de conduta que ele cobra dos outros.
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
44. No contexto do primeiro parágrafo, a afirmação de que já decorreu
um bom século de psicologia e psiquiatria dinâmicas indica um fator
determinante para que
(A) concluamos que o homem moderno já não dispõe de rigorosos
padrões morais para avaliar sua conduta.
(B) consideremos cada vez mais difícil a discriminação entre o homem
moral e o homem moralizador.
(C) reconheçamos como bastante remota a possibilidade de se
caracterizar um homem moralizador.
(D) identifiquemos divergências profundas entre o comportamento de
um homem moral e o de um moralizador.
(E) divisemos as contradições internas que costumam ocorrer nas
atitudes tomadas pelo homem moral.
45. O autor do texto refere-se aos Estados confessionais para
exemplificar uma sociedade na qual
(A) normas morais não têm qualquer peso na conduta dos cidadãos.
(B) hipócritas exercem rigoroso controle sobre a conduta de todos.
(C) a fé religiosa é decisiva para o respeito aos valores de uma moral
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comum.
(D) a situação de barbárie impede a formulação de qualquer regra
moral.
(E) eventuais falhas de conduta são atribuídas à fraqueza das leis.
46. Na frase A distinção entre ambos tem alguns corolários
relevantes, o sentido da expressão sublinhada está corretamente traduzido em:
(A) significativos desdobramentos dela.
(B) determinados antecedentes dela.
(C) reconhecidos fatores que a causam.
(D) consequentes aspectos que a relativizam.
(E) valores comuns que ela propicia.
47. Está correta a articulação entre os tempos e os modos verbais na
frase:
(A) Se o moralizador vier a respeitar o padrão moral que ele impusera,
já não podia ser considerado um hipócrita.
(B) Os moralizadores sempre haveriam de desrespeitar os valores
morais que eles imporão aos outros.
(C) A pior barbárie terá sido aquela em que o rigor dos hipócritas
servisse de controle dos demais cidadãos.
(D) Desde que haja a imposição forçada de um padrão moral,
caracterizava-se um ato típico do moralizador.
(E) Não é justo que os hipócritas sempre venham a impor padrões
morais que eles próprios não respeitam.
48. Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na
frase:
(A) O moralizador está carregado de imperfeições de que ele não
costuma acusar em si mesmo.
(B) Um homem moral empenha-se numa conduta cujo o padrão moral
ele não costuma impingir na dos outros.
(C) Os pecados aos quais insiste reincidir o moralizador são os
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mesmos em que ele acusa seus semelhantes.
(D) Respeitar um padrão moral das ações é uma qualidade da qual
não abrem mão os homens a quem não se pode acusar de hipócritas.
(E) Quando um moralizador julga os outros segundo um padrão moral
de cujo ele próprio não respeita, demonstra toda a hipocrisia em que é capaz.
Atenção: As questões de números 49 a 54 referem-se ao texto abaixo.
FIM DE FEIRA
Quando os feirantes já se dispõem a desarmar as barracas, começam a
chegar os que querem pagar pouco pelo que restou nas bancadas, ou mesmo nada,
pelo que ameaça estragar. Chegam com suas sacolas cheias de esperança. Alguns
não perdem tempo e passam a recolher o que está pelo chão: um mamãozinho
amolecido, umas folhas de couve amarelas, a metade de um abacaxi, que serviu de
chamariz para os fregueses compradores. Há uns que se aventuram até mesmo nas
cercanias da barraca de pescados, onde pode haver alguma suspeita sardinha oculta
entre jornais, ou uma ponta de cação obviamente desprezada.
Há feirantes que facilitam o trabalho dessas pessoas: oferecem-lhes o que,
de qualquer modo, eles iriam jogar fora.
Mas outros parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos refugos, e
chegam a recolhê-los para não os verem coletados. Agem para salvaguardar não o
lucro possível, mas o princípio mesmo do comércio. Parecem temer que a fome seja
debelada sem que alguém pague por isso. E não admitem ser acusados de egoístas:
somos comerciantes, não assistentes sociais, alegam.
Finda a feira, esvaziada a rua, chega o caminhão da limpeza e os
funcionários da prefeitura varrem e lavam tudo, entre risos e gritos. O trânsito é
liberado, os carros atravancam a rua e, não fosse o persistente cheiro de peixe, a
ninguém ocorreria que ali houve uma feira, frequentada por tão diversas espécies de
seres humanos.
(Joel Rubinato, inédito)
49. Nas frases parecem ciumentos do teimoso aproveitamento dos
refugos e não admitem ser acusados de egoístas, o narrador do texto
(A) mostra-se imparcial diante de atitudes opostas dos feirantes.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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(B) revela uma perspectiva crítica diante da atitude de certos feirantes.
(C) demonstra não reconhecer qualquer proveito nesse tipo de coleta.
(D) assume-se como um cronista a quem não cabe emitir julgamentos.
(E) insinua sua indignação contra o lucro excessivo dos feirantes.
50. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de
um segmento do texto em:
(A) serviu de chamariz - respondeu ao chamado.
(B) alguma suspeita sardinha = possivelmente uma sardinha.
(C) teimoso aproveitamento = persistente utilização.
(D) o princípio mesmo do comércio = preâmbulo da operação
comercial.
(E) Agem para salvaguardar = relutam em admitir.
51. Atente para as afirmações abaixo.
I. Os riscos do consumo de uma sardinha suspeita ou da ponta de um
cação que foi desprezada justificam o emprego de se aventuram, no primeiro
parágrafo.
II. O emprego de alegam, no segundo parágrafo, deixa entrever que o
autor não compactua com a justificativa dos feirantes.
III. No último parágrafo, o autor faz ver que o fim da feira traz a
superação de tudo o que determina a existência de diversas espécies de seres
humanos.
Em relação ao texto, é correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
81
52. Está INCORRETA a seguinte afirmação sobre um recurso de
construção do texto: no contexto do
(A) primeiro parágrafo, a forma ou mesmo nada faz subentender a
expressão verbal querem pagar.
(B) primeiro parágrafo, a expressão fregueses compradores faz
subentender a existência de “fregueses” que não compram nada.
(C) segundo parágrafo, a expressão de qualquer modo está empregada
com o sentido de de toda maneira.
(D) segundo parágrafo, a expressão para salvaguardar está empregada
com o sentido de a fim de resguardar.
(E) terceiro parágrafo, a expressão não fosse tem sentido equivalente
ao de mesmo não sendo.
53. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural
para preencher de modo correto a lacuna da frase:
(A) Frutas e verduras, mesmo quando desprezadas, não ...... (deixar)
de as recolher quem não pode pagar pelas boas e bonitas.
(B) ......-se (dever) aos ruidosos funcionários da limpeza pública a
providência que fará esquecer que ali funcionou uma feira.
(C) Não ...... (aludir) aos feirantes mais generosos, que oferecem as
sobras de seus produtos, a observação do autor sobre o egoísmo humano.
(D) A pouca gente ...... (deixar) de sensibilizar os penosos detalhes da
coleta, a que o narrador deu ênfase em seu texto.
(E) Não ...... (caber) aos leitores, por força do texto, criticar o lucro
razoável de alguns feirantes, mas sim, a inaceitável impiedade de outros.
54. A supressão da vírgula altera o sentido da seguinte frase:
(A) Fica-se indignado com os feirantes, que não compreendem a
carência dos mais pobres.
(B) No texto, ocorre uma descrição o mais fiel possível da tradicional
coleta de um fim de feira.
(C) A todo momento, dá-se o triste espetáculo de pobreza centralizado
nessa narrativa.
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82
(D) Certamente, o leitor não deixará de observar a preocupação do
autor em distinguir os diferentes caracteres humanos.
(E) Em qualquer lugar onde ocorra uma feira, ocorrerá também a
humilde coleta de que trata a crônica.
9 - GABARITO
01. A 02. B 03. E 04. C 05. A 06. E 07. B 08. A 09. D 10. B
11. C 12. A 13. B 14. E 15. D 16. A 17. C 18. D 19. E 20. B
21. A 22. E 23. B 24. A 25. E 26. D 27. A 28. C 29. B 30. D
31. E 32. B 33. A 34. C 35. E 36. B 37. A 38. C 39. D 40. E
41. B 42. A 43. C 44. D 45. B 46. A 47. E 48. D 49. B 50. C
51. D 52. E 53. D 54. A
10 - PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
PPA (PLURI ANUAL), LDO (LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS) E
LOA (LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL)
Quanto ao orçamento público mencionado nessa aula precisamos nos ater a
esse conhecimento para conhecer como funciona o gasto público: o dinheiro público
precisa ser gasto da forma que a Constituição Federal de 1988 determina. A Carta
Magna Federal de 1988, em seu comando, exige que os gastos públicos respeitem as
regras impostas por ela. Ainda comandou que Lei Federal Complementar traria os
comandos dos gastos públicos da Administração Pública dos entes estatais: federal,
estaduais, municipais e distrital, sendo neste caso, criada a Lei 101 de 2000,
conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal. Essa Lei trata dos gastos públicos
dos entes mostrando que:
Nos Estados, Distrito Federal e Municípios os gastos públicos com a
contratação de pessoal não pode ultrapassar 60% da Receita Corrente Líquida, que é
a arrecadação do ente, já descontadas as transferências constitucionais.
A União, que é o governo federal, pode gastar apenas 50% da Receita
Corrente líquida, que é a arrecadação do ente, já descontadas as transferências
constitucionais.
A arrecadação dos entes será feita por meio de cobrança dos impostos,
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
83
tributos, taxas e outras formas de arrecadação autorizadas pela Constituição Federal
de 1988.
Já foi mencionado nessa aula que o Brasil realmente deu seu grande passo
para do desenvolvimento sustentável, como o que vemos na atualidade, depois da CF
de 1988, porque nela foram criadas regras claras de como gastar o dinheiro público. É
muito importante você não se esquecer disso porque este é um argumento de
autoridade que vai enriquecer seu texto redacional. Lembre-se que toda vez que você
quiser ter argumento de autoridade capaz de impressionar a banca examinadora do
ENEM é só citar a Constituição Federal como proporcionadora das transformações
sociais por que passa o País nas últimas três décadas. Ela comandou os gastos
públicos direcionando onde e em que deveria ser aplicado o dinheiro do povo. O
Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro já se constitui no maior plano de saúde
pública do mundo. As políticas sociais que envolvem a bolsa família; o programa
financeiro de proteção à mulher grávida é uma importante política de proteção da
maternidade e a política de seguridade social que é uma política social abrangente a
todos, a todos mesmos, e não apenas àqueles que contribuíram para se aposentar.
Todos os necessitados têm direito a receber um benefício do Estado Brasileiro,
independente de ter ou não contribuído para previdência social. A seguridade social é
o sistema de proteção social que oferece benefícios financeiros a todos os brasileiros
evitando que a fome e a falta de moradia venham empobrecer ainda mais os menos
favorecidos.
Lembrando que o dinheiro público gasto com saúde antes da CF de 1988
era desviado para as empresas particulares ou sem fins lucrativos (chamadas de
filantrópicas, algumas destas são pilantrópicas, infelizmente rsrs), enriquecendo a
terceiros que embolsavam o dinheiro do povo sem o menor escrúpulo. A Constituição
Federal de 1988 proibiu esses repasses e obrigou o Estado Brasileiro a criar o Sistema
Único de Saúde para atender a todos que dele dependesse. A Lei Magna, em seu
bojo, comandou o seguinte:
A saúde é direito de todos e dever do Estado. Com isso, todos, mas todos
mesmos, inclusive os estrangeiros em terras brasileiras têm direito público à saúde
gratuita sem ter contribuído um centavo para tanto. Esse comando da Constituição
Federal precisa ser decorado por você e deverá utilizá-lo como fonte de autoridade
para desenvolver sua redação quando o tema trouxer direitos individuais
fundamentais como elemento formador de opinião capaz de resolver problemas
sociais da população brasileira. Assim, você percebe o quanto é importante o tema
que trata da Lei Orçamentária brasileira. Eu apenas coloquei alguns textos
importantes capazes de informar como funciona tal comando constitucional. Claro
que não quis dar uma aula de Orçamento para você pois, se assim fosse, seriam
necessárias mais de mil páginas para um conhecimento detalhado a respeito desse
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assunto. Então, nada de preguiça: leia essas poucas páginas para você ter ao menos
uma ideia de como funciona tal conhecimento porque certamente você vai precisar na
hora de produzir sua redação.
Lembre-se que essas leis vieram satisfazer os desejos dos constituintes de
1988, que queriam minimizar a corrupção na administração pública brasileira e, para
tanto, não mediu esforços para coibir tal prática que era tida como ética.
Alguns conceitos de Orçamento público:
Segundo Aliomar Baleeiro, o orçamento público é o ato pelo qual o Poder
Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a
execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros
fins adotados pela política econômica ou geral do País, assim como a arrecadação das
receitas já criadas em lei.
Consoante Giacomoni, de acordo com o modelo de integração entre
planejamento e orçamento, o orçamento anual constitui-se em instrumento, de curto
prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de médio prazo, os
quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais em que estão
definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas.
De acordo com Abrúcio e Loureiro, “o orçamento é um instrumento
fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através dele
os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos extraídos
da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso
ou força política. Portanto, nas decisões orçamentárias os problemas centrais de uma
ordem democrática como representação e accountability estão presentes. (...) A
Constituição de 1988 trouxe inegável avanço na estrutura institucional que organiza o
processo orçamentário brasileiro. Ela não só introduziu o processo de planejamento
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no ciclo orçamentário, medida tecnicamente importante, mas, sobretudo, reforçou o
Poder Legislativo”.
Este é um dos volumes do Projeto de Lei Orçamentária Anual,
fotografado no momento em que foi recebido no Congresso Nacional.
Na seção denominada “Dos Orçamentos” na Constituição Federal de 1988
(CF/1988) tem-se essa integração, por meio da definição dos instrumentos de
planejamento PPA, LDO e LOA, os quais são de iniciativa do Poder Executivo.
Segundo o art. 165 da CF/1988:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais”.
A Constituição Federal de 1988 recuperou a figura do planejamento na
Administração Pública brasileira, com a integração entre plano e orçamento por meio
da criação do Plano Plurianual e da Lei de Diretrizes Orçamentárias. O PPA, assim
como a LDO, é uma inovação da CF/1988.
Antes do PPA e da CF/1988, existiam outros instrumentos de planejamento
estratégico, como o Orçamento Plurianual de Investimentos (OPI), com três anos de
duração, o qual não se confunde com o PPA, que possui quatro anos de duração.
O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo do Governo
Federal que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
A LDO surgiu almejando ser o elo entre o planejamento estratégico (PPA)
e o planejamento operacional (LOA). Sua relevância reside no fato de ter conseguido
diminuir a distância entre o plano estratégico e as LOAs, as quais dificilmente
conseguiam incorporar as diretrizes dos planejamentos estratégicos existentes antes
da CF/1988.
A LOA é um instrumento que expressa a alocação de recursos públicos,
sendo operacionalizada por meio de diversas ações. É o orçamento propriamente
dito.
Antes da atual Carta Magna, existiam outros instrumentos de planejamento,
mas eles não têm relação com o Plano Plurianual. O PPA é inovação da atual
Constituição! O PPA substituiu os Orçamentos Plurianuais de Investimentos,
estendendo-lhes a vigência em um exercício financeiro.
1) A elaboração do orçamento compreende o estabelecimento de plano de
médio prazo (quatro anos) ou PPA; lei orientadora ou lei de diretrizes
orçamentárias (LDO); e orçamento propriamente dito ou LOA?
O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo (quatro anos) do
Governo Federal que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e
as metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
A LDO surgiu almejando ser o elo entre o planejamento estratégico (PPA)
e o planejamento operacional (LOA).
A LOA é um instrumento que expressa a alocação de recursos públicos,
sendo operacionalizada por meio de diversas ações. É o orçamento propriamente dito.
Resposta: Certa
2) O planejamento de médio prazo do governo, 4 anos, é traduzido por meio do
PPA, cuja integração com a LOA é realizada pela LDO?
A LDO surgiu por meio da Constituição Federal de 1988, almejando ser o
elo entre o planejamento estratégico (Plano Plurianual, médio prazo, quatro anos) e o
planejamento operacional (Lei Orçamentária Anual, curto prazo, 1 ano). Sua
relevância reside no fato de ter conseguido diminuir a distância entre o plano
estratégico e as LOAs, as quais dificilmente conseguiam incorporar as diretrizes dos
planejamentos estratégicos existentes antes da CF/1988.
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Resposta: Certa
3) O PPA é o documento em que é representado o planejamento de médio prazo
do governo, e a LOA, o instrumento de execução desse planejamento, sendo a
conexão entre o PPA e a LOA estabelecida pela LDO?
O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo do Governo
Federal que estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos e as metas
da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
A LDO surgiu almejando ser o elo entre o planejamento estratégico (PPA)
e o planejamento operacional (LOA).
A LOA é um instrumento que expressa a alocação de recursos públicos,
sendo operacionalizada por meio de diversas ações. É o orçamento propriamente dito.
1) Resposta: Certa
1. PLANO PLURIANUAL NA CF/1988
1.1 Entendendo o Conceito
O Plano Plurianual – PPA é o instrumento de planejamento do Governo Federal que
estabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da Administração
Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada. Retrata, em visão macro, as intenções
do gestor público para um período de quatro anos, podendo ser revisado, durante sua
vigência, por meio de inclusão, exclusão ou alteração de programas.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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Segundo o § 1º do art. 165 da CF/1988:
“§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para
as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas
de duração continuada”.
O PPA deve ser elaborado de forma regionalizada. Um grande desafio do
planejamento é promover, de maneira integrada, oportunidades de investimentos que
sejam definidas a partir das realidades regionais e locais, levando a um
desenvolvimento mais equilibrado entre as diversas regiões do País. O
desenvolvimento do Brasil tem sido territorialmente desigual. As diversas regiões
brasileiras não possuem as mesmas condições para fazer frente às transformações
socioeconômicas em curso, especialmente aquelas associadas ao processo de inserção
do País na economia mundial. Tais mudanças são estruturais e demandam um amplo
horizonte de tempo e perseverança para se concretizarem, motivo pelo qual devem
ser tratadas na perspectiva do planejamento de longo prazo. O papel do Plano
Plurianual nesse contexto é o de implementar o necessário elo entre o planejamento
de longo prazo e os orçamentos anuais. O planejamento de longo prazo encontra,
assim, nos sucessivos planos plurianuais, as condições para sua materialização. Com
isso, o planejamento constitui-se em instrumento de coordenação e busca de sinergias
entre as ações do Governo Federal e os demais entes federados e entre a esfera
pública e a iniciativa privada.
As diretrizes são normas gerais, amplas, estratégicas, que mostram o
caminho a ser seguido na gestão dos recursos pelos próximos quatros anos.
Os objetivos correspondem ao que será perseguido com maior ênfase pelo
Governo Federal no período do Plano para que, a longo prazo, a visão estabelecida se
concretize. O objetivo expressa o que deve ser feito, refletindo as situações a serem
alteradas pela implementação de um conjunto de iniciativas, com desdobramento no
território.
As metas são medidas do alcance do objetivo, podendo ser de natureza
quantitativa ou qualitativa, a depender das especificidades de cada caso. Quando
qualitativa, a meta também deverá ser passível de avaliação. Cada objetivo deverá ter
uma ou mais metas associadas.
As despesas de capital são aquelas que contribuem, diretamente, para a
formação ou aquisição de um bem de capital, como, por exemplo, a pavimentação de
uma rodovia. O termo “e outras delas decorrentes” se relaciona às despesas correntes
que esta mesma despesa de capital irá gerar após sua realização. Despesas correntes
são as que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de
capital, como as despesas com pessoal, encargos sociais, custeio, manutenção etc.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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Neste mesmo exemplo, após a pavimentação da rodovia, ocorrerão diversos gastos
com sua manutenção, ou seja, gastos decorrentes da despesa de capital pavimentação
da rodovia. Assim, tanto a pavimentação da rodovia (despesa de capital) quanto o
custeio deverão estar previstos no Plano Plurianual.
Os programas de duração continuada são aqueles cuja duração se
estenda pelos exercícios financeiros seguintes. Se o programa é de duração
continuada, deve constar do PPA. Logo, as ações cuja execução esteja restrita a um
único exercício financeiro estão dispensadas de serem discriminadas no PPA do
Governo Federal, porque não se caracterizam como de duração continuada.
Quanto aos investimentos, determina o art. 167 da CF/1988:
“§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei
que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade”.
Atenção: investimento, na linguagem do dia a dia, refere-se normalmente a uma
aplicação ou aquisição que proporciona algum retorno financeiro. Exemplo: ações na
bolsa de valores. Na linguagem orçamentária, portanto, em todo o nosso
conteúdo, é diferente: investimentos são despesas com softwares e com o
planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis
considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente. Exemplo: construção de um prédio
público.
Na esfera federal os prazos para o ciclo orçamentário estão no Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e estarão em vigor enquanto não
for editada a lei complementar prevista na CF/1988, a qual deve versar sobre o tema.
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Segundo o ADCT, a vigência do PPA é de quatro anos, iniciando-se no
segundo exercício financeiro do mandato do chefe do executivo e terminando no
primeiro exercício financeiro do mandato subsequente.
Ele deve ser encaminhado do Executivo ao Legislativo até quatro meses
antes do encerramento do primeiro exercício, ou seja, até 31 de agosto. A devolução
ao Executivo deve ser feita até o encerramento do segundo período da sessão
legislativa (22 de dezembro) do exercício em que foi encaminhado.
O PPA não se confunde com o mandato do chefe do Executivo.
O PPA é elaborado no primeiro ano de governo e entra em vigor no
segundo ano. A partir daí, tem sua vigência até o final do primeiro ano do mandato
seguinte. A ideia é manter a continuidade dos programas. Repare que um chefe do
executivo (presidente, por exemplo) pode governar durante todo o seu primeiro PPA,
desde que seja reeleito. Porém, como vimos, será o mesmo governante em mandatos
diferentes.
Estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas
(DOM) da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas
decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a
inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
Assim como a LDO, é inovação da CF/1988.
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PRINCIPAIS CONCEITOS
Programas temáticos: retratam no PPA a agenda de governo organizada
pelos Temas das Políticas Públicas e orienta a ação governamental. Sua abrangência
deve ser a necessária para representar os desafios e organizar a gestão, o
monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as multissetorialidades e a
territorialidade. O programa temático se desdobra em objetivos e iniciativas.
Objetivos: expressam o que deve ser feito, refletindo as situações a
serem alteradas pela implementação de um conjunto de iniciativas, com
desdobramento no território.
Iniciativas: declaram as entregas à sociedade de bens e serviços,
resultantes da coordenação de ações orçamentárias e outras: ações institucionais e
normativas, bem como da pactuação entre entes federados, entre Estado e sociedade e
da integração de políticas públicas.
Programas de gestão, manutenção e serviços ao Estado: são
instrumentos do plano que classificam um conjunto de ações destinadas ao apoio,
à gestão e à manutenção da atuação governamental, bem como as ações não
tratadas nos programas temáticos por meio de suas iniciativas.
O PPA 2012-2015 terá como diretrizes (art. 4° da Lei 12.593/2012):
Observe que os itens citados abaixo, referem-se também aos direitos e
garantias constitucionais (objetivos, fundamentos e garantias) estabelecidos na
constituição federal de 1988, que tem por objetivos alcançar o progresso da
cidadania e da democracia brasileira, tolhidas aos brasileiros desde 31/03/1964,
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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com a instalação da ditadura dos militares brasileiros. Assim sendo, o orçamento
público tem por função, além de organizar as prioridades, as metas,
objetivos e diretrizes, tem também a função de redistribuir rendas, retirando dos
que mais têm e dando aos que menos possuem: observando assim, o princípio da
equidade, que é tratar os desiguais desigualmente, na medida de sua
desigualdade.
I - a garantia dos direitos humanos com redução das desigualdades sociais,
regionais, étnico-raciais e de gênero;
II - a ampliação da participação social;
III - a promoção da sustentabilidade ambiental;
IV - a valorização da diversidade cultural e da identidade nacional;
V - a excelência na gestão para garantir o provimento de bens e serviços à
sociedade;
VI - a garantia da soberania nacional;
VII - o aumento da eficiência dos gastos públicos;
VIII - o crescimento econômico sustentável; e
IX - o estímulo e a valorização da educação, da ciência e da tecnologia.
Bem, você pode perguntar o que isso tem a ver com a redação do ENEM?
E a resposta é a seguinte: tudo! Uma vez que você precisa saber a respeito das
políticas públicas para ter conteúdo suficiente para poder optar pela melhor forma de
abordar o tema requerido na redação sem precisar estar com medo de desenvolvê-lo.
Além do orçamento público, observamos que estes itens também se referem aos
fundamentos em que estão embasados nossos direitos e garantias e as metas e
prioridades que a CF/1988 estabeleceu para com tal orçamento: elemento importante
para alocar recursos para as áreas mais pobres e diminuir as desigualdades entre as
regiões brasileiras, que é gritante. Todos os temas elencados nas aulas mencionadas
nesta aula inaugural são necessários e suficientes para que o vestibulando se insira no
mundo daqueles que poderão alcançar mais de 850 pontos na próxima redação do
ENEM.
Observe que o item 4 abaixo está se referindo a metas e objetivos
regionalizados, com o fim de diminuir as desigualdade ampliadas com o desequilíbrio
econômico instalado com políticas de desvio de rendas de todo o Brasil para somente
a região sudeste, ao longo destes 500 anos. Isso é uma das causas das grandes
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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revoltas ocorridas nos reinados de D. Pedro I, que o derrubou e com o de D. Pedro II,
até o final da década de 1940. Essa realidade também perdurou na República Velha,
no governo de Getúlio Vargas e se estendeu até a constituição de 1988, que mudou
esta realidade determinando que o orçamento fosse regionalizados, abarcando com
isso, as necessidades regionais, diminuindo assim, o desvio econômico das outras
regiões para a região sudeste.
4) No PPA, os objetivos e as metas da administração para as despesas de capital
devem ser apresentados de forma regionalizada?
A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada,
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada (art. 165, § 1º, da CF/1988).
Resposta: Certa
5) A fim de reduzir as desigualdades socioeconômicas entre as cinco regiões
geográficas brasileiras, o PPA deve ser apresentado de forma regionalizada,
necessariamente segundo o padrão tradicional de divisão regional: Sul, Sudeste,
Norte, Nordeste e Centro-Oeste?
A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada,
as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração
continuada (art. 165, § 1º, da CF/1988).
Entretanto, a CF/1988 não determina que deva ser adotada
necessariamente a tradicional divisão em cinco regiões (Norte, Nordeste, Centro-
Oeste, Sudeste e Sul).
Resposta: Errada
6) Considere que os Poderes Executivo e Judiciário tenham firmado convênio
para expandir a presença da justiça no interior do país, em resposta ao aumento
da criminalidade, ficando o Poder Executivo responsável pela construção de
novas edificações para o funcionamento conjunto de órgãos do Poder Judiciário
e da defensoria pública. Nessa situação, apesar de o convênio ter sido firmado
durante a vigência de um PPA que não previa essas despesas, cuja duração seria
superior a um exercício financeiro, não é necessária a alteração imediata do
PPA, bastando a inclusão desse novo item de gasto na LOA em vigência?
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que
autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade (art. 167, § 1º, da
CF/1988).
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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Assim, no caso em tela, tem-se como opção não proceder à alteração
imediata do PPA, desde que haja a edição de lei específica autorizando a inclusão
no plano plurianual. Não basta incluir apenas na LOA, por se tratar de uma despesa
que ultrapassa um exercício financeiro.
Resposta: Errada
2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA CF de 1988
2.1 Entendendo o Conceito A LDO também surgiu por meio da Constituição Federal de 1988,
almejando ser o elo entre o planejamento estratégico (Plano Plurianual) e o
planejamento operacional (Lei Orçamentária Anual). Sua relevância reside no fato de
ter conseguido diminuir a distância entre o plano estratégico e as LOAs, as quais
dificilmente conseguiam incorporar as diretrizes dos planejamentos estratégicos
existentes antes da CF/1988.
Segundo o § 2º do art. 165 da CF/1988:
“§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá
sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação
das agências financeiras oficiais de fomento”.
SEGUNDO A CF, A LDO:
Compreenderá as metas e prioridades da Administração Pública Federal.
Incluirá as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente.
Orientará a elaboração da LOA.
Disporá sobre as alterações na legislação tributária.
Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Parte da doutrina afirma que a vigência da LDO é de um ano. Todavia, a
LDO extrapola o exercício financeiro, uma vez que ela é aprovada até o
encerramento da primeira sessão legislativa e orienta a elaboração da LOA no
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
95
segundo semestre, bem como estabelece regras orçamentárias a serem executadas
ao longo do exercício financeiro subsequente. Por exemplo, a LDO elaborada
em 2012 terá vigência já em 2012 para que oriente a elaboração da LOA e
também durante todo o ano de 2013, quando ocorrerá a execução orçamentária.
O prazo para encaminhamento da LDO ao Legislativo é de oito meses e
meio antes do encerramento do exercício financeiro (15 de abril) e a devolução ao
Executivo deve ser realizada até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa (17 de julho)
2. LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS NA LEI DE
RESPONSABILIDADE FISCAL (101/2000)
A LDO também surgiu por meio da Constituição Federal de 1988,
almejando ser o elo entre o planejamento estratégico (Plano Plurianual) e o
planejamento operacional (Lei Orçamentária Anual). Sua relevância reside no fato
de ter conseguido diminuir a distância entre o plano estratégico e as LOAs, as
quais dificilmente conseguiam incorporar as diretrizes dos planejamentos
estratégicos existentes antes da CF/1988.
Segundo o § 2º do art. 165 da CF/1988:
“§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para O exercício
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá apolítica de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento”.
Além dos dispositivos referentes à LDO previstos na CF/1988, veremos
que a Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu art. 4º, I, “a”, “b”, “e” e “f
aumentou o rol de funções da LDO, visando manter o equilíbrio entre receitas e
despesas:
“Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no § 2º do art. 165
da Constituição e:
I – disporá também sobre:
a) equilíbrio entre receitas e despesas;
b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas hipóteses
previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º
do art. 31;
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(...)
e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos
programas financiados com recursos dos orçamentos;
f) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades
públicas e privadas”.
Obs.: As alíneas c e d não foram citadas porque foram vetadas.
Ainda, são atribuições da LDO, consoante a LRF:
dedespesas de competência de outros entes da Federação (art. 62, I);
exigências para a realização de transferência voluntária (art.
25, § 1o);
indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas
jurídicas (art. 26);
e o impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco
Central do Brasil, o qual serão demonstrados trimestralmente (art.
7o, § 2o);
desembolso estabelecido pelo Poder Executivo até trinta dias após a publicação
dos orçamentos (art. 8o);
para os Poderes e o Ministério Público critérios de limitação de
empenho e movimentação financeira se verificado, ao final de um bimestre, que a
realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado
primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais (art. 9o);
(art. 9o, § 2o);
tributária da qual decorra renúncia de receita (art. 14);
despesa (art. 16, § 3o);
adicionais, após adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as
despesas de conservação do patrimônio público (art.
45).
prudencial das despesas com pessoal, o qual é de 95% do limite previsto na LRF
(art. 22, § Único, Inciso V).
Tais atribuições da LDO serão estudadas ao longo de nossas aulas, de acordo com
temas a que a LDO deve se referir.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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OS ANEXOS DE METAS E RISCOS FISCAIS NA LEI DE
RESPONSABILIDADE FISCAL
Segundo o art. 4º, § 1º, da LRF, o anexo de metas fiscais integrará a LDO:
“§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias o Anexo de Metas
Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em valores correntes e
constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e
montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes”.
No Anexo de Riscos Fiscais serão avaliados os passivos contingentes e
outros riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providências a
serem tomada caso se concretizem.
Viu como o Orçamento Público não é bicho de 7 cabeças! Agora você sabe
que ele serve para direcionar os gastos do governo. Isso é importante porque serve
para a população acompanhar como e onde o executivo está gastando o dinheiro
público, e com isso, fazer o controle social das ações da administração pública e
também obrigar o governo a publicar os seus gastos como forma de cumprir os
princípios constitucionais de transparência da administração pública, cumprindo o
dever de publicidade de todos os seus atos e contratos.
Lembre-se, o controle social está previsto na Constituição Federal de 1988
e enseja aos brasileiros o direito de saber onde o dinheiro público está sendo gasto e,
se necessário, intervir judicialmente contra atos dos administradores que infringirem
os princípios constitucionais da:
Legalidade – esse princípio diz que o administrador público e os servidores públicos
só podem fazer o que a lei manda. Ou seja, se não estiver na lei, essas pessoas não
podem fazer, respeitando os princípios implícitos da razoabilidade e
proporcionalidade da Constituição;
Impessoalidade - o servidor público representa o Estado quando pratica ato público
e, por isso, tudo que ele fizer em nome do Estado não poderá ter parcialidade em prol
de um ou outro cidadão(nessa situação o funcionário público é o Estado e tudo que
ele faz, faz em nome do Estado), porque todos têm direitos iguais perante a lei, e por
isso não podem ser preteridos ou preferidos.
Moralidade – a moralidade tem tudo a ver com a ética. Por isso, o que é ético é moral
e o que é moral é ético. Entretanto, às vezes o que é legal não é moral, e nesse caso
cumpre-se a lei até que ela seja mudada para atender a esses princípios
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constitucionais, porque não pode haver divergência entre os princípios
constitucionais.
Publicidade – legalmente todos os atos da administração pública têm que ser
publicados na imprensa e na internet para dar publicidade a eles. Os atos que o poder
judiciário estiver fazendo ou que fizer também legalmente precisam ser publicados.
Somente os casos expressamente contidos na constituição como sigilosos não
precisam ser publicados.
Economicidade – esse princípio obedece ao comando constitucional de que os atos da
administração pública devem ser praticados obedecendo a economicidade. Esse
princípio não foi colocado na Constituição de 1988. Porém, foi nela inserido por meio
de Emenda Constitucional.
É por meio do Orçamento Público que a Constituição obriga aos
administradores públicos a prestarem conta à sociedade de seus atos. A sociedade
pode ser informada do orçamento público por meio de publicidade colocada na
internet ou por outros meios de comunicação, inclusive outdoors. Mas, a partir da
Constituição Federal de 1988, várias leis (Lei 8.142 de 1990, que trata da Saúde
Pública; Lei 101 de 2000, que trata do controle público dos gastos do governo) foram
criadas objetivando dar poderes a sociedade para exigir o cumprimento do controle
social dos gastos do governo. Esse controle é feito por meio de Associações de
moradores, Associações de classes e também através dos Conselhos de Saúde e de
Educação. Você verá nas aulas seguintes muita coisa a respeito dos controles sociais
para entender como a sociedade pode exigir a publicidade do governo, que mostra
como e onde gasta o nosso dinheiro. Os Conselhos de Saúde e de Educação são
órgãos deliberativos que servem para vetar ou homologar convênios, contratos e leis
que tratam do orçamento público da Saúde e da Educação. Eles não são apenas
consultivos (não podem indeferir tais atos), são órgãos constitucionais que deliberam
a respeito do assunto e podem vetar determinadas leis que por ventura venham
prejudicar o bom andamento da saúde e da educação. É importante essa
determinação constitucional porque os administradores públicos sempre querem
burlar as leis orçamentárias para desviar o dinheiro carimbado para alguma ação da
saúde ou educação gastando-o em outras que não têm nada a ver com a ação prevista
no orçamento.
11 – Correção e Comentário da Prova do Enem 2009
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ENEM 2009 – LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
QUESTÃO 91 – ENEM 2009 - O quadro acima é o quadro da questão 91. Ele foi
colocado nesta análise para que você possa melhor visualizar a resposta dada à
questão. Observe que as alternativas a, b e c se referem ao enunciado: “Quando
alguém, na vida real, pede os seu contatos, você” e representam as possibilidades
de contato que o indivíduo da idade contemporânea possui:
Na coluna Resultados você percebe que as maneiras de interatividade da era digital
contemporânea atual são:
- o telefone;
- o endereço do e-mail;
- a rede social para facilitar a comunicação entre as pessoas;
Na coluna da Avaliação, percebe-se que as maneiras de interatividade da era digital
contemporânea muda o comportamento das pessoas estigmatizando-as como:
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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- o pragmático - que é aquele indivíduo que tem tudo organizado; é um indivíduo
metódico, certinho, que não muda de postura facilmente;
- o fanático - é aquele indivíduo que não tem autocontrole; aquele que é
demasiadamente flexível, sem limites, excessivo, que não consegue um equilíbrio
entre o mundo real e o virtual; o autor do texto sugere que o indivíduo deve se
relacionar pessoalmente com as pessoas, uma realidade cada vez mais difícil nos
tempos de hoje.
Diante da análise feita acima a única alternativa possível é a letra D
QUESTÃO 92 - ENEM 2009 - Diante das alternativas apresentadas, a única que
poderia confundir o candidato apressadinho na análise do texto e das alternativas
seria a letra C, que se refere à possibilidade de os interlocutores terem nascido na
cidade de Uberlândia, Minas Gerais. Entretanto, na análise bem feita de um candidato
bem preparado e cuidadoso, percebe-se que, em nenhum momento, há inferência no
texto que possibilita ao leitor entender que os interlocutores são oriundos de Minas
gerais, pode até inferir que ambos tenham trabalhado na agência de Uberlândia.
Bem, apesar de a letra C ser dada como resposta correta o texto não afirma ou deixa
entender implícita ou explicitamente que os interlocutores são nascidos em
Uberlândia-MG.
Por isso a resposta correta é a letra A
QUESTÃO 93 - ENEM 2009 - Podem-se identificar características da arte brasileira
de origem negro-africana na obra do baiano Rubem Valentim (1922-1991) A
representação de figuras que lembram os signos litúrgicos da umbanda e do
candomblé marcam a obra desse artista, que se vale de uma geometria rigorosa para
apresentar elementos da cultura afro-brasileira. Isso diferencia sua obra do
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110
abstracionismo das alternativas B e D. A obra mostrada na alternativa C remete a
uma arte de caráter urbano, pela representação de um automóvel e de uma placa de
trânsito. Por fim, a obra que aparece na alternativa E explora o mosaico, suporte
artístico de origem clássico.
Resposta correta é a letra A
QUESTÃO 94 - ENEM 2009 - Pablo Picasso desenhou o cenário e a indumentária,
cujo efeito foi tão surpreendente que se sobrepôs à coreografia. A música de Erik
Satie era uma mistura de jazz, música popular e sons reais tais como tiros de pistola,
combinados com as imagens do balé de Charlie Chaplin, caubóis e vilões, mágica
chinesa e Ragtime. Os tempos não eram propícios para receber a nova mensagem
cênica demasiado provocativa devido ao repicar da máquina de escrever, aos
zumbidos de sirene e dínamo e aos rumores de aeroplano previstos por Cocteau para
a partitura de Satie.
O texto acima mostra que os tempos contemporâneos, por meio da tecnologia digital,
mudam o comportamento social e interfere em todos os seguimentos da sociedade, a
música de Erik Satie, o teatro inovador e provocativo, o cinema de Charlie Chaplin.
Uma nova era se mostra viva no comportamento das pessoas.
Lembre-se de que no Brasil, a Semana de Arte Moderna ocorreu em fevereiro
de 1922, trazendo uma nova realidade para as artes cênicas, música, teatro,
pintura e literatura que, de forma marcante, revolucionou o modo de ver e fazer
arte no País. Na pintura tivemos Anita Malfatti, na música Villa Lobos, na
literatura: Graça Aranha, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade,
Oswald de Andrade que buscavam construir uma literatura xenófoba e
especificamente brasileira.
Também não podemos esquecer que o ano de 1917, politicamente falando, foi um
ano importante por que a União Soviética se transformava em uma República
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Socialista, para confrontar o crescimento do capitalismo no mundo ocidental,
trazendo disputas ideológicas e econômicas que polarizaram o ocidente. Disputas
estas que trazem reflexos até hoje com a atual invasão da Rússia na Ucrânia no ano
de 2014.
O que sabemos e podemos afirmar é que o crescimento econômico e o
desenvolvimento tecnológico influenciaram demasiadamente o comportamento
social, que começava a viver um esplendor de novas realidades até então
inimagináveis, como a que estamos presenciando no mundo das comunicações.
Por tudo que acabamos de explicar a resposta correta é a alternativa D
QUESTÃO 95 - ENEM 2009
B - A figura 1 representa a Bossa Nova, na qual Tom Jobim é um dos representantes
brasileiros. Beethoven e Mozart fazem parte da música clássica mundial.
C - A figura 3 representa a música dos Estados Unidos da América.
D - A figura 4 representa o Rock, arte musical dos anos 40 a 60.
Este artigo é sobre o estilo musical dos anos 1940-1960. O rock-and-roll conhecido
também como rock 'n' roll, é um estilo musical que surgiu nos Estados Unidos no
final dos anos 1940 e início dos anos 1950, com raízes na
música country, blues, R&B e música gospel, e que rapidamente se espalhou para o
resto do mundo.
E – As figuras de 1 a 4 apresentam um produto final bastante semelhante uma vez
que as possibilidades de combinações sonoras ao longo do tempo são ilimitadas.
Portanto, a alternativa A é a verdadeira.
QUESTÃO 96 - ENEM 2009 - A aliteração explorada no verso 2 com rima entre as
palavras bardo brada a toda brida, que é a repetição de sons terminados com as letras,
ardo ada, oda, ida. Observe a rima alternada da música do compositor e cantor Lobão.
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
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Outra informação importante é o tom ao mesmo tempo jocoso e pessimista da
composição deste cantor, que traz intrinsecamente a ela os reflexos da opressão
militar das décadas de 60, 70 e 80, da qual foi intenso crítico, mesmo que oprimido
por tais forças contrárias que baniam do convívio da sociedade aqueles que se
opunham a tal ideologia política.
Perceba que era comum para os representantes da música brasileira, colocar frases em
outro idioma, que não o português, como forma de criticar o comportamento social
do povo brasileiro que valorizava em demasia o que era estrangeiro em detrimento do
que era nosso: preferindo as músicas, os produtos, as artes, os atores de filmes
estrangeiros, aos nossos. “Para o Mano Caetano” representa a identidade de
comportamento entre Caetano Veloso e o compositor Lobão que, juntamente
com outros artistas brasileiros, criticavam o Militarismo implantado no País. A
luta contra tal política era intensa e quase sempre os contrários eram banidos,
postos para fora do país. A frase " Brasil, ame-o ou deixe-o, pronunciada
durante o período militar, é um exemplo claro de que para os insatisfeitos a
deserção.
Quando Lobão comenta "Ou em banto baiano", l. 15 ele mostra seus
conhecimentos no que se refere à formação étnica do povo baiano: os negros
oriundos da África que habita a Bahia, em grande parte, é da etnia dos bantos. Com
isso, mostra-se que a música de Lobão era de elevado conhecimento e contrapunha-se
ao pouco conhecimento do povo brasileiro daqueles tempos e, por isso, o cantor não
se via correspondido (a grande maioria da população brasileira não entendia o que
Lobão dizia, e por isso o cantor não se sentia à vontade ao expressar a sua arte
musical) na sua luta quase inglória.
Perceba no poema de Lobão, que nenhuma composição é desproposital, porque nada
é de graça, sem um fundamento ideológico ou político. É preciso fazer uma leitura
atenta para enxergar o que o autor do texto quer dizer de fato.
O trocadilho lobo-bolo é um catarse usada pelo músico para gritar a sua dor por não
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113
ser compreendido pelo povo brasileiro na sua luta, quase solitária, contra a opressão
do militarismo brasileiro. Por isso, a banca traz a informação como se fosse uma
linguagem informal (aquela falada pelo povo em geral – linguagem coloquial)
descomprometida com o português culto da língua portuguesa.
Assim sendo, a resposta correta é a alternativa D.
QUESTÃO 97 – ENEM 2009 - Observe que, logo após a frase " Evite a
contaminação”, existe os dois pontos. Os dois pontos servem para explicar,
exemplificar ou enumerar algo. A frase também pode ser explicada pelas iniciais das
orientações seguintes:
- Quando tossir ou espirrar, ...
- Se utilizar as mãos ...
Tais orações indicam temporalidade (quando tossir) e condicionalidade (se utilizar),
ou seja, ao tossir... , quando utilizar as mãos....
Quando também pode indicar condição. Veja um exemplo: quando fizer a tarefa
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114
ganhará seu prêmio. Isto quer dizer o que se não fizer a tarefa não ganhará o prêmio.
Por isso a alternativa D é a resposta correta.
QUESTÃO 98 - ENEM 2009 - O emprego de pronomes como “você” e “sua” e o
uso do imperativo é muito utilizado para aproximar o leitor da mensagem a ser
passada. A Caixa Econômica Federal utilizou este argumento para lançar, no passado,
sua propaganda, utilizando o imperativo afirmativo "do verbo vir" da seguinte forma:
vem pra Caixa você também, vem! Sabemos que o correto seria a frase ser escrita
da seguinte forma: venha para a Caixa você também, vem. Entretanto, não soaria bem
aos ouvidos do consumidor e o resultado da campanha publicitária não seria o
mesmo, porque a população não utiliza essa linguagem no dia-a-dia: vem pra Caixa
tu também (que seria o correto no imperativo afirmativo) - vem tu ou venha você é o
correto de se pronunciar; mas a população está acostumada a falar e ouvir: vem pra
Caixa você também (apesar de estar incorreto tal pronúncia cai bem aos ouvidos da
massa popular- e, portanto, vende mais). Então, mesmo utilizando o imperativo
afirmativo incorretamente a Caixa lançou sua campanha publicitária dessa forma.
Claro que o cliente da Caixa nem percebeu o erro rsrs, e ela atingiu seu objetivo que
era vender seu produto.
No imperativo afirmativo o verbo vir é conjugado da seguinte forma:
IMPERATIVO
AFIRMATIVO NEGATIVO INFINITIVO
PESSOAL
– – para vir eu
vem tu não venhas tu para vires tu
venha ele/ela não venha ele/ela para vir ele/ela
venhamos nós não venhamos nós para virmos nós
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vinde vós não venhais vós para virdes vós
venham eles/elas
Veja que a conjugação proferida pela Caixa Econômica Federal é a do presente do
Indicativo: vem pra caixa você também.
Indicativo
Presente
Eu venho
tu vens
ele vem
nós vimos
vós vindes
eles vêm
Por isso, a alternativa correta é a letra C.
QUESTÃO 99 - ENEM 2009 - O Simbolismo foi uma negação da arte científica-
materialista com o intuito de valorizar o plano metafísico espiritual, sensitivo,
subjetivo e onírico. Para isso, a produção artística deveria se constituir por meio de
imagens sugestivas capazes de promover a correspondência entre o eu e o mundo, o
universo material e o transcendental. Ao poeta simbolista não cabe definir,
especificar, delimitar, contornar, explicar, mas evocar, sugerir. Além dos símbolos, os
outros recursos empregados para se buscar a correspondência entre o mundo
imaginário do poeta e a linguagem escrita foram a musicalidade e a sinestesia. A
musicalidade é a mais forte característica do simbolismo, proporcionando a este o
privilégio da sonoridade na poesia e, com isso, o uso da aliteração e assonância, com
intuito de verbalizar a temática com a linguagem mais musical possível.
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O Simbolismo é um movimento literário da poesia e das outras artes que surgiu
na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao
Positivismo da época. Movido pelos ideais românticos, estendendo suas raízes
à literatura, aos palcos teatrais, às artes plásticas. Não sendo considerado uma escola
literária, teve suas origens de As Flores do Mal, do poeta Charles Baudelaire. É
bastante relevante não confundirmos o Simbolismo com a Simbologia, a qual é a
ciência que estuda, analisa e interpreta os significados dos símbolos reais ou
metafóricos.
Histórico e características
A partir de 1881, na França, poetas, pintores, dramaturgos e escritores em geral,
influenciados pelo misticismo advindo do grande intercâmbio com as artes,
pensamento e religiões orientais - procuram refletir em suas produções a atmosfera
presente nas viagens a que se dedicavam.
Marcadamente individualista e místico, foi, com desdém, apelidado de
"decadentismo" - clara alusão à decadência dos valores estéticos então vigentes e a
uma certa afetação que neles deixava a sua marca. Em1886 um manifesto trouxe a
denominação que viria marcar definitivamente os adeptos desta corrente: simbolismo.
Principais características
Subjetivismo
Os simbolistas tinham maior interesse pelo particular e individual do que pela visão
mais geral. A visão objetiva da realidade não desperta mais interesse, e, sim, está
focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo. Dessa forma, é uma poesia
que se opõe à poética parnasiana e se reaproxima da estética romântica, porém, mais
do que voltar-se para o coração, os simbolistas procuram o mais profundo do "eu" e
buscam o inconsciente, o sonho.
Musicalidade
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
117
A musicalidade é uma das características mais destacadas da estética simbolista,
segundo o ensinamento de um dos mestres do simbolismo francês, Paul Verlaine, que
em seu poema "Art Poétique", afirma: "De la musique avant toute chose..." (" A
música antes de mais nada...") Para conseguir aproximação da poesia com a música,
os simbolistas lançaram mão de alguns recursos, como por exemplo a aliteração, que
consiste na repetição sistemática de um mesmo fonema consonantal, e a assonância,
caracterizada pela repetição de fonemas vocálicos.
Transcendentalismo
Um dos princípios básicos dos simbolistas era sugerir através das palavras sem
nomear objetivamente os elementos da realidade. Ênfase no imaginário e na fantasia.
Para interpretar a realidade, os simbolistas se valem da intuição e não da razão ou da
lógica. Preferem o vago, o indefinido ou impreciso. O fato de preferirem as
palavras névoa, neblina, e palavras do gênero, transmite a ideia de uma Obsessão
pelo branco (outra característica do simbolismo) como podemos observar no poema
de Cruz e Sousa:
"Ó Formas alvas, brancas, Formas claras de luares, de neves, de neblinas!... Ó
Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras..." [...]
Dado esse poema de Cruz e Sousa, percebe-se claramente uma obsessão pelo branco,
sendo relatado com grande constância no simbolismo.
Escritores simbolistas
Pode-se dizer que o precursor do movimento, na França, foi o poeta francês Charles
Baudelaire com "As Flores do Mal", ainda em 1857.
Mas só em 1881 a nova manifestação é rotulada, com o nome decadentismo,
substituído por Simbolismo em manifesto publicado em 1886. Espalhando-se pela
Europa, e na França, porém, que tem seus expoentes, como Paul Verlaine, Arthur
Rimbaud e Stéphane Mallarmé.
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118
Portugal
Os nomes de maior destaque no Simbolismo português são: Camilo
Pessanha, Antônio Nobre, Augusto Gil e Eugênio de Castro.
Brasil
No Brasil, três grandes poetas destacaram-se dentro do movimento
simbolista: Augusto dos Anjos , Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimarães, autor
de Sete dores de Maria. Com Cruz e Sousa, a angústia de sua condição, reflete-se no
comentário de Manuel Bandeira: "Não há (na literatura brasileira) gritos mais
dilacerantes, suspiros mais profundos do que os seus".
São também escritores que merecem atenção: Raul de Leoni, Emiliano Perneta, Da
Costa e Silva, Dario Veloso, Arthur de Salles, Ernãni Rosas, Petion de
Villar, Marcelo Gama, Maranhão Sobrinho, Saturnino de Meireles, Pedro
Kikerry, Alceu Wamosy, Eduardo Guimarães, Gilka Machado e Onestaldo de
Penafort.
Com isso, a alternativa correta é a letra C.
QUESTÃO 100 - ENEM 2009 - As principais espécies do gênero dramático são: a
tragédia, a comédia, o drama e o auto. Como o texto cênico pode originar-se dos mais
variados gêneros textuais, como contos, lendas, romances, poesias, crônicas, notícias,
imagens e fragmentos textuais, entre outros, a representação é uma característica
marcante do gênero dramático.
Eram várias as espécies que representavam o gênero em questão, entre elas destacam-
se:
A comédia, que para Aristóteles era a “imitação de homens inferiores, não quanto a
toda a espécie de vícios, mas só quanto àquela parte do torpe que é o ridículo”. De
REDAÇÃO NOTA 1000 PROF. SEBASTIÃO OLIVEIRA VELOSO
119
caráter cômico, tinha o cotidiano como temática, satirizando os defeitos humanos e a
sociedade como um todo, representada por personagens estereótipos das debilidades
humanas, como o rabugento, o avaro, o apaixonado e o mesquinho. Sua estrutura
consiste em uma situação complicada inicial, mas no final tudo acaba bem.
A tragédia, que para o filósofo, era “a imitação de uma ação de caráter elevado,
suscitando o terror e a piedade. Tendo como efeito a purificação dessas emoções”.
Retratada por um caráter mais sério e solene, com personagens humanos pertencentes
às classes nobres, como reis, príncipes, que sofriam nas mãos dos deuses e do
Destino. Sua estrutura consistia em uma ação inicial feliz, todavia com um final
trágico, na qual a temática era baseada no sofrimento e na desgraça do protagonista.
A Tragicomédia, na qual o drama mesclava elementos trágicos e cômicos.
O Auto, uma peça curta, geralmente de conteúdo religioso ou profano, e, sobretudo,
simbólico, uma vez que seus personagens não eram humanos, e sim, entidades
abstratas, caracterizadas pela hipocrisia, bondade, luxúria, virtude, dentre outras.
Eram representadas por ocasião das grandes festas religiosas, nos pátios ou no
interior das igrejas, e muitas vezes nas praças.
A farsa, representada por uma pequena peça teatral, surgida por volta do século XIV,
cujo objetivo era despertar o riso por meio da representação de situações ridículas,
grotescas ou engraçadas e satirizar os costumes
Percebe-se portanto, que a alternativa correta é a letra C
QUESTÃO 101 - ENEM 2009 – ANULADA
QUESTÃO 102 - ENEM 2009 - Esta questão é uma interpretação de texto pois,
quando o entrevistado repete o que um escritor faz antes de publicar o livro ele, na
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verdade, mostra a angústia que é fazer reparos o tempo todo na obra a ser publicada:
O texto acima foi replicado com intuito de você poder observar melhor o sofrimento
expressado na segunda fala do entrevistado: a angústia da repetição, da não satisfação
com o texto produzido.
Portanto, a alternativa correta é a letra E.
QUESTÃO 103 - ENEM 2009 - Uma pessoa que pode desenvolver as atividades
físicas do dia-a-dia, independentemente de sua idade pode ser considerada saudável.
Claro que, respeitando a idade na qual está inserida a pessoa de quem se fala, porque
as facilidades ou dificuldades de praticar exercícios físicos são inerentes à idade das
pessoas, que podem amenizá-las com uma prática sistemática de atividades diárias,
mas suprimi-las não é possível.
Nesse caso a alternativa correta é a letra C.
QUESTÃO 104 - ENEM 2009 - Dificilmente dois leitores de hipertextos farão os
mesmos caminhos e tomarão as mesmas decisões.
A oração acima citada compõe a última parte do texto motivador da questão e nos
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mostra o caminho para o qual a resposta indica. A alternativa A vai ao encontro dos
indícios inferentes no texto acima, dizendo que é o leitor que constrói a versão final
do texto.
Por isso a resposta correta é a alternativa A.
QUESTÃO 105 - ENEM 2009 - As novas tecnologias da comunicação trouxeram
importante desenvolvimento nos campos sociais, econômicos e científicos porque,
pela disseminação dos microcomputadores e da internet, a partir da década de 90 do
século XX, diminuíram-se as distâncias, proporcionando um maior contato entre as
pessoas. Com isso, as pessoas puderam se comunicar e trocar experiências
maximizando o aumento dos conhecimentos em todas as áreas do conhecimento. Um
dos exemplos foi o ensino a distância, disseminado por meio das facilidades
abrangidas pela comunicação da era contemporânea. Veja: contribuem para o
desenvolvimento social, pois o registro e a disseminação do conhecimento de forma
mais democrática e interativa.
Por isso, a alternativa D é a correta,
QUESTÃO 106 - ENEM 2009 - A linguagem utilizada nos quadrinhos tem a ver
com o que é instantâneo, com o que se pode expressar com velocidade e rapidez,
principalmente por que uma das mais importantes características dos quadrinhos é o
humor atingido pela surpresa das informações, e que possui em seu texto escrito,
características próximas a uma conversação face a face, como pode ser percebido no
segundo quadrinho. A rapidez de pensamento e interpretação das informações é que
dá o tom do repentino, do inédito, e por isso, o riso se torna fácil.
Diante do exposto podemos afirmar que a alternativa correta é a letra D
QUESTÃO 107 - ENEM 2009 - Muito fácil esta questão porque ela vai direto ao
assunto apenas na alternativa B, afirmando que o texto I tem como objetivo precípuo
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apresentar a versatilidade e as vantagens do uso do plástico na contemporaneidade; o
II objetiva alertar os consumidores sobre os problemas ambientais decorrentes de
embalagens plásticas não recicladas. Nas outras alternativas sempre está evidente o
erro que nos permite descartá-las. O candidato não pode errar uma questão como esta
porque o concorrente não perderá a oportunidade de acertá-la. Fique ligado!
A resposta correta é a letra B.
QUESTÃO 108 - ENEM 2009 - O texto II ao recorrer à informação, por meio de
constatações, para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plásticas, nos convence
de que o uso delas sem o devido cuidado não apenas polui o meio ambiente, mas
também entope bueiros, causam enchentes e mata os animais que as ingerem como se
alimentos fossem.
Por esta razão a alternativa correta é a letra E.
QUESTÃO 109 - ENEM 2009 - O uso da linguagem coloquial é a realidade mais
próxima da população no seu dia-a-dia. Esta é conhecida como linguagem informal,
enquanto a linguagem formal é aquela que compõe os livros de maneira geral,
obedecendo a linguagem culta da língua portuguesa.
Por isso a alternativa correta é a letra C.
QUESTÃO 110 - ENEM 2009 - Com a democratização da informação, por meio da
disponibilização de conteúdo cultural e científico à sociedade, os governos federal,
estaduais e municipais estão ampliando e disseminando conhecimentos dos vários
campos das ciências. Esses governos disponibilizam informações importantes nos
campos fiscais, econômicos, sociais e políticos, que são amplamente divulgados na
internet, nos portais eletrônicos da transparência, obrigatoriamente disponibilizados
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aos consumidores que fiscalizam as contas públicas dos administradores públicos
para que possam cobrar desses o cumprimento da lei. O princípio constitucional da
transparência obriga a divulgação de todas as atividades dos administradores
públicos, inclusive dos poderes judiciário, executivo e legislativo. A regra agora é
divulgar os atos públicos sem discriminação, exceto aqueles considerados sigilosos
pela lei, para proteção dos interesses do Estado e da honra, intimidade e imagem das
pessoas.
Por isso a resposta correta é a letra C.
QUESTÃO 111 - ENEM 2009 - As novas TIC vieram acompanhadas da chamada
Digital Divide, Digital Gap ou Digital Exclusion, traduzidas para o português como
Divisão Digital ou Exclusão Digital, sendo, às vezes, também usados os termos
Brecha Digital ou Abismo Digital. Nesse contexto, a expressão Divisão Digital
refere-se a um aprofundamento das diferenças sociais já existentes, uma vez que se
torna difícil a aquisição de conhecimentos e habilidades fundamentais pelas
populações menos favorecidas nos novos meios produtivos. Por isso, cabe ao Estado
promover a inserção social no mundo digital, que é o que vai garantir que a
população tenha acesso a empregos, tanto na atualidade quanto no futuro, porque as
facilidades promovidas por esse meio progredirá a cada dia, sem retorno ao passado.
As pessoas se sentem mais interativas na forma de viver essa nova realidade do
mundo virtual. A telefonia, os satélites que facilitam a comunicação e a informática
estão revolucionando o mundo contemporâneo em todos os campos e já são o meio
mais promissor dentre as diversas formas de atividades econômicas, haja vista o
frisson das pessoas para adquirir celulares, televisores, tablets com um encantamento
profundo para com as novas tecnologias de comunicação.
Esse encantamento já está trazendo graves problemas de saúde para a sociedade, que
está sendo viciada e não consegue mais deixar de usar ininterruptamente tal objeto.
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No mês de maio a TV Record exibiu uma reportagem no programa Domingo
Espetacular, apresentado por Paulo Henrique dos Santos Amorim, mostrando uma
clínica de internação para viciados nessas novas tecnologias: é um vício como o que
já estamos acostumados a ver com as drogas não institucionalizadas na sociedade
brasileira: maconha, crack, cocaína, etc: as pessoas precisam ser internadas para
desapegar do objeto de desejo: o celular, a internet, os tablets,...
Por isso a alternativa correta é a letra D.
QUESTÃO 112 - ENEM 2009 - A formação da identidade nacional por meio da
tradição oral se faz por meio da linguagem adotada pelo povo nacional, influenciado
pelos moradores nativos e principalmente pelos colonizadores, haja vista o Estado
brasileiro falando português em vez de falar a língua dos nativos. Outro exemplo é a
língua falada pelos nações africanas colonizadas por países europeus. A língua falada
pelo colonizado não é o único traço cultural absorvido pelo povo, mas também a
religião, a tradição, os valores que formam a cultura do país.
Por isso a alternativa C é a correta.
QUESTÃO 113 - ENEM 2009 - Ao observar a pintura e o texto motivador da
questão, percebemos que ambos têm uma característica em comum, que é representar
o habitante das terras que sofreram o processo de colonização. Como comentado na
questão 112, o povo colonizado tende a aceitar a cultura do colonizador, às vezes
resistindo à imposição deste, às vezes aceitando sem grande resistência como ocorreu
no Brasil e na África. Estes dois povos resistiam, quase sempre, quando estavam sob
a mira da captura para o trabalho escravo, efetuado pelo colonizador branco.
Por isso a alternativa C é a correta.
QUESTÃO 114 - ENEM 2009 - Na atualidade, com o intuito de preservar o meio
natural do qual sai o produto ou preservar a saúde das pessoas, a sociedade tende a
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identificar o produto por ela produzido por meio de certificação(selo de qualidade) de
que o produto foi produzido de acordo com os princípios éticos. A ética sugerida no
texto é a adotada pela população produtora e consumidora do produto certificado. Tal
ética é a forma adequada de exploração, tendo como observador uma sociedade que
evolui para tal conduta se comportando de acordo com os valores para os quais
caminhou. Essa ética vai ao encontro da legislação adotada por essa população, na
qual insere suas necessidades e desejos de um comportamento que caminha de acordo
com tal ponto de vista, que deve ser comungado ao menos pela maioria dos
produtores e consumidores.
Um exemplo desse comportamento ético são os produtos orgânicos, que dizem ser
produzidos sem agrotóxicos, e vendidos por preços acima do mercado.
Por isso, a alternativa correta é a letra D.
Prezado aluno, as aulas estão extensas porque o conteúdo é longo e
necessário para que você apreenda os conteúdos importantes para não ser
surpreendido na hora da redação. Estude sem reclamar porque, ao se deparar com a
redação do Enem, vestibulares e concursos, você se surpreenderá com sua própria
desenvoltura.
Bem, por hoje é só. Espero que tenham gostado da aula e até a próxima.
Bons estudos para ter boa sorte!
Durante os mais de 16 anos que estive à frente da Bravest (Brasil
Vestibulares) e pré-vestibulares, percebi que as pessoas que estudam e não desistem
de seus sonhos sempre os alcançam ou são alcançadas por eles: elas passam no curso
que pretendem, mesmo que demorem mais de um ou dois anos.
Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o
SENHOR teu Deus é contigo, por onde quer que andares. Josué 1:9.