PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE
O SETOR ELÉTRICO
RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA:
GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA
NOVEMBRO DE 2011
Nivalde J. de Castro Kesia da S. Braga
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ÍNDICE SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................. .....................3 1 – GERAL............................................................................................................. ..................4 1.1 Há margem para crescimento do consumo de energia elétrica no setor de comércio e serviços?.........................................................................................6 2 - METALURGIA..................................................................................................................9 2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL E OUTROS METAIS ......................................10 2.2 – AÇO............................................................................................... ...............................12 3 – SETOR AUTOMOTIVO...............................................................................................16 4 – PAPEL e CELULOSE...................................................................................................17 5 – QUÍMICA e PETROQUÍMICA..................................................................................19
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SUMÁRIO EXECUTIVO
O consumo de eletricidade na rede do sistema elétrico brasileiro, verificado no mês de
outubro, não foi satisfatório segundo agentes do setor. O consumo atingiu 36.457 GWh e
registrou um crescimento 3,7% porém, é uma taxa relativamente baixa comparada aos
históricos recentes, como a média de 5,3% ao ano desde 2005. O consumo industrial, por sua
vez, alcançou 15.600 GWh no mês de outubro, o terceiro maior do ano, inferior apenas aos dos
meses de agosto, recorde no ano, e setembro.
No setor de commodities, pressões internacionais sobre o preço do minério de ferro,
ocorridas devido ao anúncio da procuradoria geral da União destacaram-se. Segundo a
procuradoria, a Vale possui um débito equivalente a 85% do seu lucro e a influência desse
anúncio é percebida em todo o mercado. Apesar disso, a Vale anunciou em seu plano de
investimentos para 2012 que a produção esperada de minério de ferro é de 312 milhões de
toneladas, ligeiramente superior à meta para 2011. Em geral, houve alívio no mercado
internacional sobre o preço das commodities, que apresentaram valorização.
Com relação ao cobre, este vem mostrando sinais de melhora no âmbito internacional,
após registrar o primeiro superávit na produção mundial em 2011 e estar na direção de
avanço nos preços principalmente após as interrupções de produção na mina Grasberg, na
Indonésia, com cerca de 1,5 mil toneladas de cobre sendo removidas do mercado. Apesar
disso, a indústria nacional ainda não tem motivos para comemorar. Um levantamento
realizado pelo Sindicel indica que nos primeiros nove meses de 2011, o déficit do setor
aumenta gradativamente.
Quanto à siderurgia, o setor verificou-se corte de investimentos na ampliação da
produção de aço, revelou levantamento feito pelo BNDES. O volume de investimento em 2011
pode ser inferior a metade do total aplicado em 2010. Segundo o presidente da Vale, Murilo
Ferreira, isso se deve à defasagem do setor, que não recebe investimento há muito tempo. Com
relação à crise européia, o diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, disse que
a companhia não sentiu os efeitos da crise sobre a demanda de aço, entretanto, ele ressaltou
que há preocupações sobre as perspectivas do impacto da crise em 2012.
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1- GERAL
Segundo dados publicados na resenha mensal da EPE, O consumo de eletricidade na
rede do sistema elétrico brasileiro atingiu 36.457 GWh no mês de outubro, acumulando
357.488 GWh no ano. Esses registros indicam uma taxa de crescimento de 3,7% no mês e de
3,8% no acumulado do ano, sempre tomando como referência o mesmo período do ano
anterior. É uma taxa relativamente baixa comparada com o histórico recente: média de 5,3%
ao ano desde 2005. Nos 12 meses findos em outubro, o consumo ultrapassou 428 mil GWh. Em
relação ao ano anterior, significa um aumento de mais de 16 mil GWh, quase o consumo de
todas as residências da região Sul durante um ano.
Fonte: EPE
No mês de outubro, a eletricidade consumida pelas indústrias brasileiras na rede
elétrica foi pouco superior a 15.600 GWh, anotando crescimento de apenas 1,2% sobre o
mesmo mês do ano passado. Esse pequeno avanço no consumo reflete o arrefecimento da
atividade industrial e está em linha com o resultado da sondagem da Fundação Getúlio Vargas,
que revelou que a utilização da capacidade instalada nesse mês foi de 83,5%, 1,7 pontos
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percentuais menor do que a de outubro de 2010. Ainda assim, o consumo apurado no mês é o
terceiro maior do ano, inferior apenas aos dos meses de agosto, recorde no ano, e setembro.
Neste ano, a evolução do consumo industrial tem sido marcadamente diferenciada em
cada região do país. Centro-Oeste e Norte têm as taxas de crescimento mais elevadas. Mesmo
tendo o menor consumo nominal entre as regiões, o Centro-Oeste apresentou em outubro a
maior expansão do consumo industrial em termos absolutos. Em ambas as regiões, o
crescimento está associado ao início da operação de novas plantas industriais.
No Norte, em Ourilândia do Norte (Pará), está em funcionamento, desde maio, a
unidade produção de ferroníquel de Onça Puma, da Vale. A planta ainda está em estágio de
ramp up. Quando atingir sua capacidade máxima de produção, deverá demandar cerca de
100MW da rede. Mas o consumo no Norte poderia ter sido ainda maior não fosse o atraso no
projeto de cobre Salobo. Esse outro projeto da Vale no Pará, em Carajás, deverá entrar em
operação no primeiro semestre de 2012.
No Centro-Oeste, a primeira linha da planta de níquel contido em ferroníquel do projeto
Barro Alto, na cidade goiana de mesmo nome, começou a operar em março e a segunda linha
em setembro último. A planta da Anglo American ainda está em estágio de ramp up. Prevê-se
que atinja plena capacidade no final de 2012, quando deverá demandar cerca de 100 MW da
rede.
No Sul, a alta taxa de crescimento no mês (5,6%) não alterou o quadro geral do ano, que
acumula crescimento de 4,0%.
No Nordeste houve queda no consumo industrial de energia. As estatísticas ainda
refletem a paralisação das atividades do smelter de alumínio da Novelis, em dezembro do ano
passado. Além disso, paradas técnicas de unidades da indústria de mineração e de produtos
químicos contribuíram para que o consumo em outubro encolhesse 3,7% em relação a
outubro de 2010.
O setor industrial do Sudeste também registrou retração no consumo de energia
elétrica no mês (-1,2%), influenciada pela queda no consumo do Rio de Janeiro (-15,3%) e do
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Espírito Santo (-2,9%). No caso do Rio de Janeiro, a explicação está na alta base de
comparação: o consumo na rede nesta mesma época em 2010 estava acrescido,
temporariamente, do consumo de duas indústrias siderúrgicas autoprodutoras. No caso do
Espírito Santo, a redução no consumo industrial deve-se a paradas para manutenção de duas
unidades pelotizadoras. Observe-se que a relativa estagnação no consumo das indústrias
mineiras e paulistas (em Minas Gerais a expansão foi de apenas 0,3% no mês e em São Paulo,
0,8%) confirma o arrefecimento da atividade da indústria do país neste semestre, visto que
essa região concentra a mais diversificada produção industrial.
O consumo de energia elétrica no segmento do comércio e serviços (classe comercial),
situou-se, em outubro, 7,8% acima de igual período em 2010, totalizando 6.159 GWh. Ao longo
de todo o ano, a expansão desse consumo vem mantendo ritmo forte, tendo crescido, em
média, 6,6%. O crescimento do consumo de energia elétrica na classe comercial se dá,
generalizadamente, em todo o País, com taxas, no mês, variando entre 5,8% (Nordeste) e
11,8% (Sul).
No Sudeste, que concentra mais da metade do consumo da classe, a demanda cresceu
7,1% em outubro, na comparação com o mesmo mês de 2010. Destaque para Minas Gerais
(+8,3%) e São Paulo (+7,8%). No Sul, em todos os estados se observaram taxas de crescimento
elevadas: no Paraná e no Rio Grande do Sul, evolução de 10% e em Santa Catarina, 17,9%, o
maior índice do país no mês. No Nordeste, o maior crescimento ocorreu no Piauí (+10%, no
mês).
Contribui para isto o bom desempenho das vendas no comércio varejista, que acumula
no ano (até setembro) crescimento de 7%, de acordo com os últimos dados da Pesquisa
Mensal do Comércio (IBGE), com destaque para os segmentos de móveis e eletrodomésticos,
com crescimento acumulado no ano de 17,9%, e equipamentos de informática e comunicação
para escritórios, cujo crescimento foi de 15,2% até setembro.
Segundo as projeções da EPE, a tendência é que esse comportamento destacado se
mantenha nos próximos anos. Uma breve discussão sobre essa potencialidade é apresentada
na matéria da próxima página.
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1.2 Há margem para crescimento do consumo de energia elétrica no setor de comércio e serviços?
Nos últimos anos, salvo um período em que se sentiram, na classe residencial, os efeitos
da inclusão elétrica decorrentes do Programa Luz para Todos, o consumo de energia dos
consumidores ditos comerciais (setor de comércio e serviços) vem sistematicamente
liderando o crescimento da demanda de eletricidade no Brasil. Apenas entre 2005 e 2010 o
consumo de energia nessa categoria expandiu-se em média a 5,5% ao ano. Neste ano o
segmento continua em destaque, acumulando elevação no consumo de 6,6% nos 10 primeiros
meses. Uma questão que naturalmente se coloca é se essa tendência perdura em um horizonte
previsível. A resposta curta e objetiva é que sim. Entre 2010 e 2020, os estudos do Plano
Decenal de Expansão de Energia indicam que o consumo de eletricidade nesse segmento
crescerá à taxa de 6% ao ano, enquanto que o consumo do conjunto de todos os consumidores
brasileiros crescerá em média a 4,6% a cada ano. A participação do segmento no market share
do consumo de energia, que hoje é de 17%, deve assim evoluir para próximo de 19% no final
da década. Esse comportamento reflete em larga medida as transformações e modernizações
pelas quais tem passado o setor de serviços e também o próprio destaque que o segmento tem
apresentado no ambiente econômico, como evidenciam diversos indicadores. Nos últimos
cinco anos, foram gerados 7 milhões de novos postos de trabalho no setor. Apenas em 2010, os
empregos setoriais cresceram 8,6%, bem acima da média do período, que é de 6% ao ano.
Dados do IBGE mostram que, desde 2005, as vendas no comércio varejista vêm se expandindo,
em volume, ao acelerado ritmo de 7,4% ao ano, em média (em 2010, a taxa foi de 10,9%). De
acordo com a associação setorial Abrasce, o número de shopping centers no país passou de
338 em 2005 para 408: uma média de 14 novas unidades a cada ano. Como consequência, o
valor total adicionado (VTA) à economia pelas atividades associadas ao comércio de bens e
serviços cresceu à taxa média de 5% ao ano entre 2005 e 2010. Uma avaliação do vigor dessa
tendência para os próximos anos pode ser feita a partir da comparação cruzada com outros
países. Para efeito desta análise, tomou-se como benchmark Portugal, Espanha e Itália, países
que têm uma participação do setor de serviços no VTA comparável com a brasileira e mesmo
ligeiramente superior (ver Tabela1). Além disso, apresenta um perfil climático algo
comparável ao brasileiro, com temperaturas elevadas no verão, o que tem sugerido
investimentos em climatização ambiental. Por fim, à exceção de Portugal, têm um PIB
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nominalmente comparável ao brasileiro. Na Itália, a atividade econômica do setor serviços
cresceu, entre 2005 e 2008, à modesta taxa de 0,1% ao ano. No mesmo período, o consumo de
energia no setor expandiu-se ao ritmo anual de 3,7%. Em Portugal, o VTA setorial cresceu a
1,4% ao ano entre 2005 e 2009 enquanto que o consumo de energia evoluía a 2,7%. E na
Espanha, no mesmo período, essas taxas foram de 2,6% e 3,2%, respectivamente. Como se vê,
o consumo de energia do setor de comércio e serviços cresceu mais rapidamente que o VTA
setorial em todos esses países. Portanto, não seria surpreendente que o mesmo
comportamento fosse observado, como de fato se observa, no Brasil. No caso dos países
europeus selecionados, esse crescimento maior da demanda de energia tem sido atribuído ao
aumento dos requisitos de climatização ambiental. No caso brasileiro, é interessante notar a
aderência entre o crescimento econômico e o consumo de eletricidade no setor e a expectativa
de que essa tendência poderá ser, no futuro próximo, potencializada pelo aumento da renda
per capita, pela realização no país de eventos internacionais de grande envergadura e pela
melhoria na qualidade dos serviços prestados. E as taxas de crescimento no consumo podem
mesmo ser elevadas, a julgar pela evolução do valor adicionado do setor nos últimos anos,
bem superior a dos países europeus selecionados.
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2- METALURGIA
Uma análise do setor de metalurgia aponta para um índice de utilização de capacidade
instalada de 85,1% em outubro de 2011, representando uma leve expansão de 0,1% em
relação a outubro deste ano. Nos últimos 12 meses, a série marca uma redução de 3,7% na
utilização da capacidade instalada.
Gráfico 1 -
Utilização Média de Capacidade Ociosa – Metalurgia
82
83
84
85
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87
88
89
90
Nov/10 Jan/11 Mar/11 Mai/11 Jul/11 Set/11 Nov/11
Metalurgia
10
Fonte: FGV – 2011
Os preços das commodities metálicas mostraram volatilidade, encerrando o período
sem direção comum, após as notícias da crise da Grécia. “Os preços em três meses estão com
dificuldades de se decolar da crise da Grécia e das preocupações macroeconômicas globais”,
afirmaram os analistas do Standard Bank, em relatório.
2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL e OUTROS METAIS
Com alívio no mercado internacional, as commodities apresentaram em novembro
valorização, apesar do persistente viés de queda. Segundo a analista da consultoria Lafis,
Cristiane Mancini, um dos motivos de pressão sobre os metais foi a nota oficial da
Procuradoria Geral da Fazenda Nacional informando que o débito da Vale com a União pode
chegar a R$ 25 bilhões, o equivalente a 85% do lucro da empresa até setembro. Isso influencia
o mercado todo, inclusive em Londres, pois a Vale é uma das grandes produtoras mundiais e
formadora de preço do minério de ferro no mercado internacional.
Gráfico 2:
Variação dos preços do alumínio no mercado internacional.
11
Fonte: ADVFN, 2011.
Segundo a ABAL, o consumo doméstico de produtos transformados de alumínio deverá
alcançar 1,421 milhão de toneladas em 2011, com alta de 9,3%. A nova estimativa é inferior à
projeção divulgada anteriormente pela entidade, de expansão de 13,2% no acumulado do ano.
De janeiro a setembro, segundo a Abal, o consumo interno de produtos de alumínio ficou em
1,048 milhão de toneladas, 10,4% acima do verificado em igual intervalo de 2010. Nos nove
primeiros meses do ano, as exportações do metal e seus produtos totalizaram 497,6 mil
toneladas, com queda de 11,4% na comparação anual. Dessa forma, no consolidado de 2011,
os embarques deverão mostrar baixa de 14%, para 649,2 mil toneladas. Todos os setores
registraram crescimento, com destaque para Fios e Cabos com 85,8%, impulsionado pela
demanda do produto nas linhas de transmissão de energia. Segundo a entidade, foram
produzidas 124,5 mil toneladas no mês o que corresponde a uma queda de 5,5% em relação a
outubro do ano anterior. O volume acumulado produzido nos dez primeiros meses do ano foi
de 1.195,8 mil toneladas, queda de 6,8% em relação ao mesmo período de 2010.
Gráfico 3: Variação dos preços do cobre
no mercado internacional
12
Fonte: ADVFN, 2011.
Embora o setor de cobre venha mostrando sinais de melhora no âmbito internacional,
após registrar o primeiro superávit na produção mundial em 2011 com os fundamentos da
commodity apontando para avanço nos preços, diante das interrupções de produção na mina
Grasberg, na Indonésia com cerca de 1,5 mil toneladas de cobre sendo removidas do mercado,
a indústria nacional ainda não tem motivos para comemorar. Um levantamento realizado pelo
Sindicel (Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não
Ferrosos do Estado de São Paulo), revela que nos primeiros nove meses de 2011, o déficit do
setor aumenta gradativamente. Em setembro desse ano, já registra US$ 435 milhões, sendo
60,7% maior que o registrado em igual período de 2010.
Para o Minério de ferro, a Vale anuncia em seu plano de investimentos para 2012 que a
produção esperada de minério de ferro é de 312 milhões de toneladas métricas. O dado é
ligeiramente superior à meta para 2011, de atingir produção de 310 milhões de toneladas. No
ano passado, a produção da Vale foi de 307,795 milhões de toneladas. A MMX Mineração e
Metálicos, controlada pela EBX, também vai investir. Serão R$ 6,4 bilhões até 2014 num plano
ambicioso de negócios para triplicar a produção de minério de ferro nos próximos três anos e
garantir à empresa a construção de porto próprio para escoar a commodity.
No terceiro trimestre, a Vale bateu recorde na produção de minério de ferro e pelotas.
Em seu relatório de produção, a companhia informou ter alcançado a marca histórica de 87,9
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milhões de toneladas de minério de ferro, um crescimento de 6,4% em relação à produção
contabilizada no mesmo período do ano passado. A produção ficou ainda 2,3% acima do
recorde anterior de 85,9 milhões de toneladas apurado entre julho e setembro de 2008. Para
os demais produtos, a expectativa da Vale de produção em 2012 para pelotas é de 50 milhões
de toneladas; níquel, 300 mil; cobre, 340 mil.
No cenário internacional, segundo dados do valor do dia 4 de novembro, o cobre
encerrou com alta de 1,02%%, aos US$ 7.945,00 por tonelada métrica. O alumínio, por sua vez,
apresentou avanço de 1,69%, aos US$ 2.110,00 por tonelada métrica. O zinco subiu 1,45%,
para US$ 1.958,00 por tonelada métrica, enquanto o níquel recuou 1,33%, fechando aos US$
18.525,00 por tonelada métrica.
2.2 – AÇO
A produção brasileira de aço bruto em Outubro de 2011 foi de 2,9 milhões de
toneladas, representando uma redução de 2,7% quando comparada com o mesmo mês em
2010. Em relação aos laminados, a produção de Outubro, de 2,1 milhões de toneladas,
apresentou queda de 1,9% quando comparada com Outubro do ano passado. Com esses
resultados, a produção acumulada em 2011 totalizou 29,7 milhões de toneladas de aço bruto e
21,4 milhões de toneladas de laminados, o que significou aumento de 6,7% e queda de 1,5%,
respectivamente, sobre o mesmo período de 2010.
Quanto às vendas internas, o resultado de Outubro de 2011 foi de 1,8 milhão de
toneladas de produtos, crescimento de 13,2% em relação a Outubro de 2010. As vendas
acumuladas em 2011, de 18,1 milhões de toneladas, mostraram crescimento de 2,1% com
relação ao mesmo período do ano anterior.
As exportações de produtos siderúrgicos em Outubro de 2011 atingiram 744 mil de
toneladas no valor 642 milhões de dólares. Com esse resultado as exportações em 2011
totalizaram 9,1 milhões de toneladas e 7,1 bilhões de dólares, representando aumento de
31,8% em volume e de 61,2% em valor quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
14
No que se refere às importações, registrou-se em Outubro volume de 253 mil toneladas
(US$ 333 milhões) totalizando, desse modo, 3,1 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos
importados no ano, 38,3% abaixo do mesmo período do ano anterior.
O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em Outubro foi de 2,1 milhões
de toneladas, totalizando 21,1 milhões de toneladas em 2011. Esses valores representaram
queda de 3,5% e 5,5%, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior.
Gráfico 4:
Evolução Comparativa da Produção de Aço Bruto no Brasil (2010-2011)
Fonte: IABr – 2011
O Instituto Aço Brasil (IABR) prevê alta de 6,3% na produção de aço em 2012, para
37,49 milhões de toneladas. O instituto anunciou os números de mercado do aço em 2011 e
previsões para 2012. Segundo o instituto, a venda de produtos siderúrgicos deve subir 8,4%
em 2012, totalizando 23,31 milhões de toneladas. No caso das exportações, os produtos
siderúrgicos devem ter alta de 1,8% nas vendas externas em 2012, atingindo 10,92 milhões de
toneladas.
A receita de exportação deve subir 2,4% somando US$ 8,5 bilhões. Já as importações de
siderúrgicos devem cair 0,7% em 2012, totalizando 3,64 milhões de toneladas. Mas a receita
15
com compras externas deve avançar 4,6%, no próximo ano, para US$ 4,6 bilhões. O instituto
informou ainda que o consumo aparente do setor deve subir 7,1% em 2012, para 26,735
milhões de toneladas em 2012.
Para o presidente do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, “o mercado internacional está
inundando o Brasil” com aço importado. O total de aço importado no país – que abarca o aço
contido em bens importados – deve somar 8,49 milhões de toneladas em 2011. O número “é
mais do que seria a produção de uma planta aqui no Brasil, o que preocupa bastante”, afirma.
O número apresentado pelo IABr abarca a importação direta de produtos siderúrgicos,
estimada para 2011 em 3,66 milhões de toneladas, e a importação indireta, constituída pelo
aço contido, que deve somar 4,83 milhões de toneladas no ano. O total de importações de aço,
no entanto, deve ser menor em 2011 do que o valor registrado em 2010, quando somou 10,09
milhões de toneladas. De acordo com o instituto, o setor de máquinas e equipamentos e o setor
automotivo são responsáveis, cada um, por 40% do volume total de importação indireta de
aço este ano.
A siderurgia brasileira cortou investimentos na ampliação da produção de aço, revelou
levantamento feito pelo BNDES. O volume de investimento em 2011 pode ser inferior a
metade do total aplicado em 2010. Murilo Ferreira, presidente da Vale, disse em reunião com
analistas de mercado, em Belo Horizonte, que a siderurgia brasileira está "atrasada" e que
perde dinheiro porque "não investe há muito tempo". Ferreira disse ainda que o setor está
"defasado". Ferreira comparou o país com a Coréia do Sul e a China, onde há dois grandes
parques siderúrgicos. Disse que essas nações são muito mais "vibrantes" do que o Brasil no
setor do aço. Segundo dados do BNDES, o desembolso de recursos para o setor entre janeiro a
setembro deste ano foi de R$ 1,5 bilhão. Isso demonstra queda acentuada em relação aos
níveis de empréstimo vistos até então. Duas razões levaram à queda dos investimentos: as
incertezas em relação ao desempenho da economia mundial e o fim de um ciclo de
investimentos no país.
Segundo o diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, a companhia não
sentiu os efeitos da crise na Europa nas vendas de aço porque as fábricas do grupo estão
instaladas, principalmente, em países em desenvolvimento. Entretanto, ele ressaltou que há
preocupações sobre as perspectivas do impacto da crise sobre a demanda em 2012. O grupo
divulgou que o lucro consolidado subiu 17% no terceiro trimestre, na comparação com o valor
16
registrado um ano atrás, para R$ 713 milhões. A receita líquida do grupo totalizou R$ 8,9
bilhões no período, o que corresponde a um crescimento de 9% na comparação anual. .
Entre 11 e 20 de novembro, China produziu 1,664 milhão de toneladas de aço bruto,
mesmo nível dos 10 dias anteriores, mas o volume segue no patamar mais baixo em 12 meses,
de acordo com números da Associação de Ferro e Aço da China (Cisa).
A produção chinesa de aço vem caindo desde o fim de setembro, tendo em vista que a
demanda incerta fez as siderúrgicas do país programarem uma série de paradas e o mercado
não deve se recuperar até o próximo ano.
Entretanto, a produção mundial de aço bruto cresceu 6,2% em outubro, na comparação
com o mesmo mês do ano passado, para 124 milhões de toneladas métricas, de acordo com
dados divulgados pela WSA (World Steel Association) e baseados em informações fornecidas
por 64 países. Contudo, os números da WSA mostram que a taxa média de ocupação nas
siderúrgicas recuou para 76,5% no mês passado, no nível mais baixo verificado em 2011.
Frente a setembro, a queda foi de 2,2 pontos percentuais. Na comparação com outubro do ano
passado, houve alta de 1 ponto percentual.
3- SETOR AUTOMOTIVO
17
A utilização da capacidade instalada da indústria ficou em 84,0% no mês de novembro. O
que, com relação ao mês de outubro, representa uma queda de 1,8%. Em comparação ao mesmo
período do ano passado, a indústria apresenta uma queda de 2,5%.
Gráfico 5 Utilização Média da Capacidade Instalada –
Mecânica Fonte: FGV – 2011
O setor automotivo mantém o viés de baixa de suas atividades, acompanhando um
gradual desacelerar da econômica brasileira. A produção física de autoveículos no mês de
outubro foi de 265,6 mil unidades, representando um aumento de 1,7% frente ao mês de
setembro. É relevante ressaltar que dentre os indicadores setoriais, o principal destaque ficou
por conta da demanda por energia, que avançou 5,4% na passagem de outubro para
novembro, de acordo com o IPEA. Ainda segundo o IPEA, o setor de autoveículos deve avançar
4,7% na comparação interanual, com pequena retração de 0,1% na margem.
4- PAPEL E CELULOSE
80
81
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Nov/10 Jan/11 Mar/11 Mai/11 Jul/11 Set/11 Nov/11
Metalurgia
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O nível de utilização da capacidade instalada sofreu leve retração de 0,1% em relação à
outubro deste ano, ficando em 91,3% contra 91,4% no mês passado. O resultado representa
uma retração de 3,0% em relação a outubro do ano passado, quando o nível de utilização da
capacidade instalada estava em 94,3%.
Gráfico 6: Utilização Média da Capacidade Instalada –
Papel e Celulose Fonte: FGV – 2011
As exportações brasileiras de celulose se recuperaram em outubro e cresceram 5,9% na
comparação com o mês imediatamente anterior, para 721 mil toneladas, segundo dados
divulgados pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Em setembro, os
embarques da matéria-prima haviam caído 13,2% ante agosto.
Na comparação anual, o volume exportado de celulose brasileira avançou 0,7%. No
acumulado dos dez meses do ano, conforme a Bracelpa, os embarques da fibra totalizaram
6,978 milhões de toneladas, com alta de 1,2%. A produção nacional de celulose ficou em 1,213
milhão de toneladas em outubro, 7,8% acima do registrado em setembro.
Já as vendas domésticas de papel, de acordo com a Bracelpa, somaram 472 mil
toneladas em outubro, com queda de 1,3% ante setembro e alta de 2,8% frente ao registrado
um ano antes. De janeiro a outubro, o volume de papel vendido internamente chegou a 4,381
milhões de toneladas, um recuo de 0,8%. As importações de papel, por sua vez, caíram 17,4%
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89
90
91
92
93
94
95
Nov/10 Jan/11 Mar/11 Mai/11 Jul/11 Set/11 Nov/11
Papel e celulose
19
no mês passado, ante setembro, para 109 mil toneladas. Frente a outubro do ano passado, a
baixa foi de 1,8%.
Com relação às novas fábricas de celulose a serem construídas no Brasil, o conselho de
administração da Klabin, maior fabricante brasileira de papéis para embalagens, deverá
decidir sobre a implantação ainda no primeiro trimestre de 2012, segundo o Valor Econômico.
Com investimento total estimado em US$ 3,8 bilhões, a unidade fabril terá capacidade de
produção anual de 1,5 milhão de toneladas. O estudo referente à implantação da fábrica foi
concluído e será submetido ao conselho nos próximos meses. Se o projeto for aprovado até
março, é possível que a unidade entre em operação em 2014.
Para o projeto, a Klabin constituirá uma nova empresa, denominada Klabin Celulose, na
qual deterá o controle. O investimento restante deverá ser executado por sócio estratégico e
pelo BNDES. A nova unidade de celulose no Paraná elevará a até 3,4 milhões de toneladas
anuais sua capacidade de produção da matéria-prima. A companhia também avalia uma nova
expansão no negócio de cartão, com a implantação de uma máquina de até 500 mil toneladas
anuais. Caso esse último investimento se concretize, a Klabin elevará a 2,4 milhões de
toneladas anuais a capacidade total de papéis e embalagens de papéis.
Porém, a execução de novos projetos fabris de celulose e papel, painéis de madeira e
energia renovável no país pode estar em risco, devido a um déficit de florestas. É o que mostra
um estudo da Pöyry Silviconsult, braço de consultoria em negócios florestais da finlandesa
Pöyry, que comparou dados de oferta de madeira e demanda, nos próximos anos, e foi
apresentado recentemente às companhias brasileiras. Até 2020, conforme o documento
haverá déficit de no mínimo 1,3 milhão de hectares de florestas plantadas para abastecer
projetos de expansão ou novas fábricas previstas por companhias de celulose, papel, painéis
reconstituídos, biomassa, carvão, madeira serrada e laminados.
Segundo o estudo da Pöyry Silviconsult, somente na indústria de celulose, a expectativa
é a de que a produção nacional seja incrementada em 10 milhões de toneladas até 2020 - os
projetos já anunciados envolvem volume ainda maior, de 17 milhões de toneladas por ano.
"Caso todos os projetos sejam implantados, o déficit de área plantada será da ordem de 2,3
milhões de hectares", aponta o levantamento.
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5- QUÍMICA E PETROQUÍMICA
Na indústria química, o nível de utilização da capacidade instalada registrou 85,1%,
representando uma expansão sutil, de 0,2% em relação ao mês passado, que foi de 84,9%, e de
uma retração de 0,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado
85,4% de capacidade média instalada em uso.
Gráfico 7:
Utilização Média da Capacidade Instalada – Química e Petroquímica
82,5
83
83,5
84
84,5
85
85,5
86
Nov/10 Jan/11 Mar/11 Mai/11 Jul/11 Set/11 Nov/11
Química e Petroquímica
Fonte: FGV – 2011
O mês de outubro foi de desaceleração para as indústrias químicas do país, de acordo
com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). A produção caiu 0,16% em
outubro, em relação a setembro, e as vendas internas tiveram recuo de 7,91% sobre o mesmo
período.
O consumo aparente nacional (CAN), que tinha apresentado redução de 1,56% em
setembro sobre agosto, caiu pelo segundo mês consecutivo, registrando retração de 5,38% em
outubro, sobre o mês anterior. As importações também caíram no mês 15,94%.
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A desaceleração recente, como reflexo pelo ambiente de incertezas gerais na economia,
sobretudo com a piora da crise internacional, preocupa as indústrias. Os resultados médios
alcançados em 2011, sobre os do ano anterior, mostram que a indústria local vem perdendo
competitividade de forma acelerada com relação à capacidade de atendimento da demanda
interna, segundo relatório da Abiquim.
De janeiro a outubro de 2011, sobre igual período do ano passado, o índice de produção
média apresentou baixa de 3,99%, enquanto o de vendas internas teve queda de 3,49%. O
índice de utilização da capacidade instalada foi de apenas 81% na média dos primeiros dez
meses deste ano, três pontos percentuais abaixo da média de igual período do ano passado.