Espaço virtual: análise da criação e aplicação de modelos em 3D 1
Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia Civil
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Projeto de Pesquisa:
Espaço Virtual: Análise da criação e aplicação de modelos em 3D
Relatório Final
Doris C. C. K. Kowaltowski (orientadora)
Vanessa Gomes da Silva (coorientadora)
Thiago Cintra Pilegi (bolsista)
Julho 2001
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Projeto de pesquisa:
Espaço virtual: análise da criação e aplicação de modelos em 3D
1.1 Resumo
O projeto de pesquisa propõe a analise da criação e aplicações de modelos em 3D, visando
assim demonstrar os rumos que esta tecnologia referente ao uso de maquetes virtuais esta
tomando e orientar o procedimento de trabalho de projetistas com uma sistematização dos
parâmetros de criação para a modelos em três dimensões. Analisadas as diversas aplicações
destes modelos virtuais, assim como níveis de detalhamento e funções, temos com o estudo das
especificações e desempenho dos softwares disponíveis para esse fim, meios para comparar e
verificar como estes programas estão sendo utilizados na região de Campinas, fazendo um
paralelo com os dados obtidos anteriormente sobre o uso de programas de modelagem 3D no
exterior.
Os modelos 3D ocupam lugar cada vez maior no mercado e o arquiteto está cada vez
mais presente na criação destes espaços virtuais, abrindo assim o leque de atuação deste
profissional. Aparece então uma nova ferramenta para o desenvolvimento e apresentação de
projetos. O uso de maquetes virtuais simula a realidade, dando novas perspectivas não só aos
arquitetos e projetistas, mas também a profissionais das mais diversas áreas, como foi
apresentado e exemplificado na parte anterior deste projeto de pesquisa.
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Temos à nossa frente uma tecnologia que vem crescendo e se desenvolvendo a passos
largos. Os profissionais tem que estar atentos para as novas demandas mercadológicas. E assim
esperamos demonstrar com esta parte final do projeto , como esta sendo usada esta tecnologia que
vem fazer parte cada vez mais do nosso cotidiano.
2. Introdução
2.1 Justificativas
O uso da maquina como extensão do braço do homem e um conceito aplicado
inicialmente para o surgimentos de ferramentas e maquinas que mecanizaram o trabalho humano,
dando novas perspectivas para o conceito de produção. Podemos então comparar este conceito ao
surgimento de ferramentas que vieram otimizar e agilizar o processo de criação de projetos
técnicos feitos outorga à mão por profissionais projetistas. A necessidade de aumentar a
velocidade da geração de um produto, requer um aperfeiçoamento de uma técnica. E esta
mudança se deu no campo de projetos com o advento da informática, e mais especificadamente,
com a aparição das ferramentas CAD (Computer Aided Design).
Tendo em vista essa nova técnica, o processo de criação foi agilizado de uma forma notável, pois
agora o computador toma partido de uma exatidão, rapidez e flexibilidade que os projetos
deixam de vez de ser executados a mão, salvas raras exceções. O uso do AutoCad torna-se então
ferramenta indissociável dos escritórios.
Os projetistas ganham uma nova ferramenta que vai abrir um novo leque de possibilidades no
processo de criação, desenvolvimento e apresentação de projetos com o surgimento de técnicas de
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modelagem em três dimensões. Uma nova percepção do espaço, a elevação da planta em
volumes. O plano torna-se ganha mais uma dimensão. A representação do produto adquire uma
nova cara com uma representação que torna-se mais fiel à realidade.
Como toda técnica, depois da sua aparição, surge o aperfeiçoamento. E assim, tem-se novos
programas que elevam ao máximo a representação fiel de um modelo virtual, chegando cada vez
mais próximo da realidade.
Assim, o uso hoje de modelos virtuais e usado em diversas áreas, como foi ilustrado no relatório
anterior. Porem, como esta e uma tecnologia relativamente nova e que cresce muito rápido, temos
a necessidade de orientar os projetistas que estão adotando esses modelos para desenvolvimento e
apresentação de seus produtos, bem como explicitar as diferenças, propriedades e o uso dos
inúmeros programas que estão surgindo nessa área.
2.2 Objetivos
Antes de tudo o objetivo final é ampliar o estado atual do conhecimento sobre a aplicação
de maquetes virtuais. O primeiro objetivo desse projeto em sua ultima fase é analisar o uso dos
programas de modelagem 3D na região de Campinas, um importante centro tecnológico do pais e
principal cidade da recente formada Região Metropolitana de Campinas. Com isso, teremos uma
boa base para a discussão de como estão sendo utilizados estes softwares no pais tendo em vista
os dados obtidos anteriormente de uso de modelos 3D nos Estados Unidos – principal exportador
de tecnologia e de profusão de novas técnicas.
Espaço virtual: análise da criação e aplicação de modelos em 3D 5
O segundo objetivo é, através da criação de um ambiente virtual, no caso uma obra arquitetônica,
passo a passo, com intuito referencial da sistematização de toda a fase de desenvolvimento de um
projeto. Ao final do processo, teremos analisados então os diferentes usos e aplicações dos
modelos em 3D, bem como as ferramentas mais apropriadas a serem usadas na criação de um
modelo e o método de criação, sua precisão e grau de fidelidade na representação da realidade.
3. Metodologia
Dando continuidade ao estudo sobre o uso dos softwares de modelagem no pais, podemos
agora comparar os dados obtidos anteriormente com os dados atuais de quais programas estão
sendo utilizados, com que função e objetivo. Do relatório anterior, onde, de uma pesquisa feita
na Internet pelo site 3dark (http://www.3dark.com) com usuários de programas de animações e
modelagem 3D, observamos os programas mais utilizados nos Estados Unidos para modelagens
em três dimensões. Agora então, a partir de um relatório mandado aos escritórios de arquitetura
da região de Campinas – um importante centro tecnológico do pais – temos dados suficientes para
fazer um paralelo com as informações da pesquisa anterior. O relatório em questão foi enviado à
profissionais ligados diretamente ou indiretamente com modelagem tridimensional e leva em
questão pontos como programas atuais mais usados, o motivo da escolha desses programas, seus
custos, disponibilidade de mão de obra qualificada, natureza dos modelos e maquetes mais
requisitados, grau de realismo dos modelos, método de produção, critério para definição dos
preços médios dos modelos, entre outros. O questionário completo que foi enviado aos escritórios
está no Anexo I. Veremos na parte referente aos Resultados a análise desse paralelo.
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Um ponto importante a ressaltar é o uso bem difundido do AutoCad nos escritórios
relacionado a projetos de diversas naturezas, principalmente na área de arquitetura e engenharia
pois a geração de maquetes virtuais está também relacionada à ele. Devemos hoje reconhecer seu
uso como ferramenta indispensável na área de projetos. Assim, como o uso de maquetes virtuais
vem crescendo muito no que se refere a desenvolvimento e representação de projetos, é mais que
viável aliar o uso do AutoCad com programas que geram volumes e espaços virtuais a partir de
projetos desenvolvidos em sua plataforma. Para isso temos hoje um grande número de programas
capazes de utilizar a linguagem do AutoCad para desenvolver a partir daí modelos virtuais. Fora
os softwares específicos para modelagem 3D, temos ferramentas também já bem conhecidas que
são complementares ao AutoCad e que também geram volumes em três dimensões, como é o caso
do ArchiCad, porém não com o mesmo grau de detalhamento e realismo que obtemos nos
programas direcionados a esse fim. Sendo assim, vamos enão mostrar como pode ser feito essa
ligação de programas já difundidos (no caso o AutoCad) com programas novos (não muito
difundidos) como o 3D Estúdio Max, que é um programa para modelagem 3D. Esperamos com
isso demonstrar o ganho que se pode ter com a criação de um espaço virtual e mostrar a sua
viabilidade no sentido da facilidade do aprendizado por parte dos projetistas, alem de orientar
novos profissionais para detalhes como transferencia de arquivos e níveis de detalhamento.
4. Resultados
Já e conhecido pela pesquisa anterior quais são os softwares mais usados para modelagem
3D nos EUA, e pode-se notar que cada vez mais são usados programas específicos para
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modelagem tridimensional em decorrência de um mercado muito exigente e competitivo que
pede sempre o melhor resultado que a técnica vigente pode oferecer. Como um pais importador
de novas técnicas e de novas tecnologias, essas tendências acabam por chegar no pais com um
certo atraso. Notamos hoje uma procura crescente e um maior interesse do mercado e mesmo dos
escritórios em utilizar softwares mais poderosos e realistas na área de modelação gráfica. Porem,
fatores como custo e falta de mão de obra qualificada acabam por tornar essa utilização um tanto
tardia. Podemos no entanto notar bons resultados com esta pesquisa.
Nos Estados Unidos, o uso de programa de modelagem já e bem difundido, e programas
poderosos são utilizados por escritórios de engenharia e arquitetura, aproveitando o
desenvolvimento desses programas que crescem principalmente em decorrência dos estúdios de
animações e produtoras de filmes em geral. A utilização por parte de escritórios de propaganda e
de design também é crescente. De acordo com um dos gráficos do estudo anterior e que está no
Anexo II, vemos os programas mais utilizados nos EUA para modelagem 3D. São eles o 3D
Studio Max, o Cinema 4D, Animation Master, e destaques para o Maya, Ligthwave 3D e Blender.
Com destaque especial para o 3D Estúdio, que é o mais utilizado entre as plataformas 3D, temos,
seguindo essa tendência, aqui no pais o 3D Studio Max também como o software de modelagem
tridimensional como o mais utilizado. Veremos agora com o resultado do questionário o destaque
desse software na área de projetos de arquitetura e engenharia. Antes, vale ressaltar que o uso do
3D Studio Max nessa área e geralmente combinado com o uso do AutoCad ou do Arch3D. Essa
combinação de programas será abordada mais adiante, no exemplo a ser dado de um processo de
criação.
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De acordo com as respostas dos escritórios para o questionário, temos em primeiro lugar
aqueles que não usam programas para modelagem 3D. Destes, todos declaram interesse em
utilizar um software para modelagem, porem o custo alto, a falta de profissionais de informática
aplicada nessa área e a falta de treinamento dos projetistas são os principais fatores para a não
utilização desses programas. E como a oferta de mão de obra especializada é ainda pequena, os
modelos acabam tendo um custo alto, elevando o preço final do projeto. Deve-se lembrar ainda
que os modelos são utilizados principalmente para apresentação do projeto, o que torna os
modelos, as vezes, dispensáveis pelo fato de ainda terem outras formas de apresentação do
projeto, como o desenho a mão e também outros programas que geram volumes, mas que não tem
a mesma qualidade e definição que um programa próprio de modelagem pode oferecer.
Em segundo lugar estão os escritórios que utilizam programas para criação de modelos e
maquetes virtuais. Esses escritórios já estão em maioria em relação aos que não utilizam
programas para modelagem tridimensional, mas temos entre os que fazem uso de plataformas
para geração de modelos virtuais uma variedade de técnicas e programas diferentes, que será
mostrada em seguida. Os softwares mais utilizados são o 3D Studio, o ArchCad e o Arch3D.
Entre os escritórios é quase que consenso o uso do AutoCad para a criação e desenvolvimento do
projeto, para que em seguida se possa fazer uma volumetria do projeto em questão em um outro
programa compatível com a plataforma Cad. Temos também os escritórios que criam seus
projetos em programas similares ao AutoCad e que já oferecem ferramentas para a geração de
volumes a partir
da planta feita em duas dimensões, como e o caso do ArchCad. Depois, aparece um terceiro
grupo que desenvolve o projeto e gera os primeiros volumes ainda no mesmo programa para
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depois levar esses volumes a um segundo software para detalhamento e aplicação de texturas,
cores, cenário e luzes. Como é o caso do Arch3D para geração da estrutura do projeto e o 3D
Studio Max para tratamento dos volumes.
Ainda é maioria os escritórios que utilizam programas como o Arch3D e o ArchCad para a
geração de uma estrutura simples e representativa do projeto. O uso do 3D Studio Max é mais
recente e vem sendo utilizado por uma minoria de profissionais. A tendência é que essa minoria
venha a ser maioria, uma vez que o resultado é melhor pois o grau de realismo dos modelos é
superior. Soma-se a isso o fato da compatibilidade de arquivos com plataformas conhecidas e
bem difundidas como o AutoCad e o Arch3D.
Retomando à analise dos questionários, vemos que os fatores que afetaram na escolha dos
programas estão ligados à compatibilidade do escritório com estes novos programas. Decorre daí
o fato da maioria utilizar programas similares ao AutoCad (Arch3D e ArchCad) para a geração de
modelos tridimensionais, pois o AutoCad é um programa que vem sendo utilizado a um bom
tempo e já há um domínio do softwares por boa parte dos profissionais. Outro fator bastante
citado, que é a facilidade de uso também decorre disso.
A disponibilidade de técnicos em informática aplicada nessa área é citada como razoável e
ate insuficiente, e o conhecimento adquirido que se aplica aos projetos em 3D tido por
autodidatismo e poucas vezes por curso especializados. Isso reflete a realidade citada
anteriormente de que essa nova técnica ainda é dominada por poucos profissionais.
A natureza dos modelos e maquetes mais requisitados, são edificações 3D em geral, como
projetos residências, lojas e edifícios de apartamentos. E os setores do mercado que mais
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procuram esses modelos são clientes particulares de residências, de comercio e grupos
relacionados à construção civil.
O preço dos modelos normalmente esta embutido do custo do projeto e leva em
consideração o tempo gasto na geração do modelo ou ainda a complexidade do projeto.
Um ultimo dado revela que os modelos são usado basicamente para apresentação do
projeto e uma pequena minoria cita como parte também do desenvolvimento do mesmo.
Processo de criação
O processo de criação de um modelo em 3D é aqui apresentado. É relevante demonstrar o
processo de criação de um ambiente em três dimensões, mostrando a compatibilidade de
programas bem difundidos no país (como o AutoCad e o Archi3D) com programas de modelagem
3D poderosos e muito realistas como o 3D Studio Max. Acaba-se por evidenciar o ganho em
qualidade e dinamismo em reproduções e apresentações de ambientes virtuais criados a partir de
outros programas.
Mostraremos então um exemplo de um projeto desenvolvido em AutoCad, que é o
software mais utilizado por projetistas e arquitetos para apresentação de projetos arquitetônicos.
A partir da planta básica do projeto, levaremos à construção e modelagem do projeto em 3D,
revelando a volumetria do edifício. Programas de modelagem originários ou que complementam
o AutoCad também oferecem o mesmo resultado, porém com uma qualidade e definição inferior.
O resultado é satisfatório quando se objetiva um grau de realismo razoável ou quando a intenção
é de simples apresentação e/ou visualização. Já quando a modelagem é feita em um software
como o 3D Studio Max , o resultado final é realmente bom, pois apresenta um grande grau de
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realismo, sem contar a facilidade de obtenção de volumes e elementos mais complexos ou
orgânicos. Tem-se ainda uma terceira opção que esta sendo bastante usada hoje que consiste em
modelar em 3D o projeto em programas derivados do AutoCad como o Arch3D, e uma vez pronto
a volumetria, o edifício é exportado para um programa de natureza essencial de modelagem
(como o 3D Studio Max ou Viz) e assim passar para a fase de acabamentos, como aplicação de
texturas e disposição de luzes e sombra.
Vamos mostrar então o processo de criação de um edifício, com suas etapas e
procedimentos como a exportação de arquivos de uma plataforma para outra.
No caso, um espaço virtual para um edifício de criação e edição de filmes, cenários e
fotos, começa , como um projeto real, pela planta. No exemplo a ser dado a planta partiu da
necessidade dos ambientes e elementos que deveriam ter no edifício. Uma vez pensada, ela foi
desenvolvida e criada em AutoCad em formato dwf.
A partir do arquivo dwf que consiste basicamente da planta baixa do edifício e a sua
implantação no terreno, podemos levar (exportar) o arquivo para um programa de modelagem em
3 dimensões para criarmos a partir da planta baixa uma elevação de linhas e criação de volumes a
fim de chegarmos ao um modelo virtual o mais próximo possível de como seria o edifício real.
Isso só é possível por que os programas de modelagem atuais suportam arquivos de programas
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reconhecidos e bastante utilizados na execução de projetos em geral. O projeto, ilustrado na
Figura 1, mostra a planta ainda em AutoCad a ser exportada para o 3D Studio Viz1.
Figura 1 - Planta baixa em AutoCad
Importada a planta para o Viz, podemos então começar o processo de criação de volumes.
O primeiro passo consiste em transformar as linhas da planta em volumes que formarão os
elementos horizontais tais como piso, terreno, chão, calçadas e vias de passagens. O processo é
simples, e utiliza-se marcadores (snaps) que definem os limites dos volumes a serem criados de
acordo com o desenho da planta. Como pode ser visto na Figura 2, o resultado e imediato e nos
mostra claramente o espaço novo criado, contribuindo desde o começo da criação para uma
percepção do espaço que não se tem quando se trabalha apenas com plantas e desenhos em duas
dimensões (2D). A Figura 3 mostra depois em vista superior o resultado, mostrando os pisos do
edifício, bem como a área de estacionamento, o recorte no terreno para a instalação de um
espelho d’água e o terreno em si. A ilustração esta representada já com texturas para uma melhor
percepção dos elementos, porem não é ainda nesta fase que este procedimento é feito.
1 O modelo em 3D foi feito mo programa 3D Studio Viz R2 , um programa derivado do 3D Studio MAX . O MAX ,
muito usado para animações , é um programa bem completo em matéria de modelagem e criação de modelos em 3D, já o 3D Studio
Viz é um software desenvolvido para profissionais ligado a área de arquitetura, uma vez que apresenta melhores e mais fáceis
soluções para modelos como edifícios, casas, e demais construções.
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Figura 2 - Volumes horizontais criados a partir da planta
Figura 3 - Vista superior dos volumes criados
O passo seguinte seria a criação dos volumes verticais básicos, como paredes e divisórias.
Com um processo similar à criação dos primeiros volumes horizontais, marca-se na planta os
limites ou as linhas a serem seguidas pelas paredes e divisórias. Em seguida, pode-se definir
propriedades para os objetos criados como altura, espessura e materiais. Também é um processo
simples , mas que exige atenção na marcação dos pontos para que o edifício continue fiel ao
desenho da planta. Nas figuras a seguir, mostraremos como aparece este resultado passo a passo.
Os volumes anteriormente criados não estão presentes no conjunto apenas para enfatizar o efeito
dos novos volumes verticais. São duas a figurais apresentadas aqui. Mostrando em primeiro lugar
a criação dos volumes básicos que definem espacialmente o edifício. A Figura 4 então mostra as
paredes do edifício já com as aberturas para portas e janelas. Essas aberturas são obtidas
facilmente com o uso de ferramentas próprias para a colocação de portas e janelas. Esse passo
será mostrado mais adiante. Na Figura 5 temos uma complementação dessa fase com a criação de
outros volumes verticais e horizontais, como uma cobertura, uma divisória curva, e outros
elementos que formam os volumes básicos que definem o edifício.
Figura 4 - Criação das paredes
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Figura 5 - Edifício já com seus volumes básicos
Com os volumes básicos definidos, podemos agora inserir portas e janelas. Selecionando
as paredes e marcando nelas as disposições das aberturas, escolhemos os tipos de janelas e portas
a serem colocados nos seus respectivos lugares. Propriedades como altura, largura, espessura,
batente, presença ou não de vidro, modelo, ângulo de abertura, enfim. São numerosas as
propriedades a serem definidas, oferecendo ao criador/projetista um grande numero de opções e
uma liberdade de criação. . Se existirem aberturas nas paredes, essas podem ser feitas com
simples subtrações de volumes. É ilustrado na Figura 6, a mesma vista anterior, porém com as
porta e janelas já alocadas.
Figura 6 - Portas e janelas
Formados os volumes básicos, e colocados as portas e janelas, resta-nos modelar as lajes e
telhados antes de aplicarmos os materiais nos elementos criados. Os materiais podem ser
definidos durante a criação de cada elemento ou pode ser também definido quando os volumes já
estiverem prontos, como vamos mostrar a seguir.
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Pelo mesmo processo que se obtém os primeiros volumes horizontais, temos também as
lajes pelas marcações dos seus limites ainda na planta. . Cabe a nós apenas definir sua espessura e
tipo de material e ser usado.
Podemos ver as lajes representadas na Figura 7. Na outra ilustração, a Figura 8 nos
mostra uma vista superior do edifício ora sem as lajes, mostrando as divisões internas, ora com as
lajes.
Figura 7 - Edifício com as lajes
Figura 8 - Vista superior - divisões e lajes
Como o edifício em questão apenas para ilustrar uma metodologia de criação, não vamos
chegar a um nível de detalhamento que envolva moveis ,aparelhos eletrônicos e objetos menores
em geral. Assim , podemos agora aplicar as texturas nos elementos criados.
Cada item deve ser tratado separadamente, uma vez que cada elemento terá características
próprias. Como exemplo, o piso se tiver uma textura de madeira, este tem que ser definido a cor,
o tamanho das madeiras, o brilho, o que ele reflete e com que intensidade ele reflete, se vai ser
opaco, se vai ser brilhante, enfim, uma serie de fatores deve ser considerada para cada objeto a ser
estudado.
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Uma textura que represente grama vai ser aplicada no terreno, as paredes vão ser
pintadas, o estacionamento ganha aparência de asfalto, o espelho d’água recebe uma textura de
água, e assim por diante. A Figura 9 e a figura 10 mostram como fica o edifício após esse
processo e agora também e mostrado no seu lugar de origem, com o terreno e áreas de entorno.
As lajes foram ocultadas apenas para efeito de visualização.
Figura 9 - Edifício com texturas
Figura 10 - Perspectiva e vista superior
Para completar, pode-se ainda dar um maior realismo acrescentando ao conjunto áreas
verdes, com arvores e plantas. Na Figura 11 é representando um serie de arvores na proximidade
do conjunto.
E para fechar o processo, é colocada ao fundo uma imagem representando a atmosfera
(Figura 12). Pode ser definido o cenário de acordo com a implantação do conjunto arquitetônico,
o que e muito interessante pois o projeto pode ser visto volumetricamente no lugar a ser
construído antes mesmo de o ser.
Figura 11 - Entorno com arvores
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Figura 12 - Prédio concluído
5. Conclusões
Os modelos tridimensionais ocupam lugar cada vez maior no mercado, abrindo espaço
para uma nova ferramenta no que se refere à desenvolvimento e apresentação de projetos, que são
os programas que geram espaços virtuais. Tem –se uma nova percepção do espaço: a elevação da
planta em volumes. O projeto ganha uma representação que o aproxima da realidade.
Como pudemos observar, temos hoje uma crescente procura e um maior interesse do
mercado mesmo dos escritórios ligados à projetos em utilizar programas novos, mais poderosos e
realistas na área de modelagem em três dimensões. E apesar de entraves como custo dos
softwares e falta de técnicos em informática aplicada nesse setor, há uma conscientização por
parte dos escritórios de que modelos virtuais vão fazer parte do cotidiano dos projetistas, dando a
eles novas possibilidades para criação, desenvolvimento e apresentação/representação dos
projetos.
Um fato a destacar é que hoje no pais, o uso de modelos virtuais é apenas para
apresentação do projeto, basicamente. Ainda não é utilizado como uma ferramenta que auxilia o
processo de criação de um projeto, mas tudo nos leva a crer que com o aumento de profissionais
que dominam essa técnica, as maquetes virtuais vão ter participação maior neste processo
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criativo. Nesse sentido, o exemplo dado referente à criação de um edifício virtual, nos mostra que
aliando programas como o AutoCad, podemos facilmente gerar representações fieis de modelos
arquitetónicos com o auxilio de um software para modelagem 3D.
6. Bibliografia
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3dcafe, Site Internet, www.3dcafe.com
Espaço virtual: análise da criação e aplicação de modelos em 3D
7. Anexo I - Questionário
Dados da firma
Nome da empresa: Qual é o porte da sua empresa? ( ) Grande ( ) Mdia ( ) Pequena
Programas utilizados
1- É utilizado algum programa de modelagem 3D para projetos em sua firma? ( ) Sim ( ) Não 2- Em caso positivo, qual é o software utilizado? Software: 3- Se não utiliza um programa de modelagem 3D, o que seria necessário para faze-lo? ( ) Tempo ( ) Preço ( ) Treinamento ( ) Facilidade de uso ( ) Outros: 4- Utiliza-se mais de um software para modelagem 3D? ( ) Sim ( ) Não 5- Se utiliza mais de um software para modelos em 3D, quais são e qual o mais usado. Quais são: Mais usado: 6- Quais fatores afetaram na escolha dos programas? Numere em ordem crescente de
importancia. ( ) Facilidade de uso ( ) Ampla aceitação ( ) Preço ( ) Compatibilidade com o escritório ( ) Exigências de clientes ( ) Outros:
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7- Já foi utilizado outro pacote de modelagem 3D antes? ( ) Sim ( ) Não 8- Em caso de resposta positiva à pergunta 7, quais foram os fatores que influenciaram a troca
para outra plataforma 3D? ( ) Facilidade de uso ( ) Ampla aceitação ( ) Preço ( ) Compatibilidade com o escritório ( ) Exigências de clientes ( ) Outros: 9- Qual o tipo de hardware que voce usa em sua firma? ( ) PC ( ) Macintosh 10- Se utiliza Macintosh, como e a disponibilidade de software para modelagem 3D nesse setor? ( ) Grande ( ) Razoável ( ) Insuficiente Treinamento
11- Como foi adquirido o conhecimento aplicado aos projetos em 3D? ( ) Universidades ( ) Cursos especializados ( ) Autodidatismo 12- Qual a disponibilidade de técnicos em informática aplicada nessa área? ( ) Grande ( ) Razoável ( ) Insuficiente Uso dos programas
13- Qual é a natureza dos modelos/maquetes mais requisitados? ( ) Edificações 3D em geral ( ) Animações, videos ( ) Anúncios publicitários ( ) Outros: 14- Quais os setores do mercado que procuram esses modelos? Setores: Quais são os critérios para definição dos preços médio de criação de modelos 3D? Critérios:
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Função dos modelos
15- Qual a principal funcao dos modelos em 3D? ( ) Propaganda ( ) Desenvolvimento de projeto ( ) Apresentação do projeto ( ) Outros 16- O grau de realismo e o nível de detalhamento exigido são: ( ) Alto ( ) Médio ( ) Baixo
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9. Anexo II – Programas para modelagem 3D mais util izados nos EUA
Programas mais utilizados
0
5
10
15
20
25
30
3D S
tudio
Max
Animat
ion M
aste
r
Blende
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