JULIANA REINEHR
PROHEXADIONA DE CÁLCIO NO DESEMPENHO VITIVINÍCOLA DA CULTIVAR MERLOT EM REGIÃO DE ALTITUDE DE SANTA CATARINA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias da Universidade do Estado de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.
Orientador: Ph.D Amauri Bogo
Coorientador: Dr. Leo Rufato
Lages, SC 2019.
JULIANA REINEHR
PROHEXADIONA DE CÁLCIO NO DESEMPENHO VITIVINÍCOLA DA CULTIVAR MERLOT EM REGIÃO DE ALTITUDE DE SANTA CATARINA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal do Centro de Ciências Agroveterinárias, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal.
Banca examinadora
Lages, fevereiro de 2019
RESUMO
REINEHR, Juliana. Prohexadiona de cálcio no desempenho vitivinícola da cultivar Merlot em região de altitude de Santa Catarina. 2019, 89 p. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) - Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de pós-graduação em Produção Vegetal. Lages, 2019.
A viticultura no Planalto Catarinense enfrenta desafios no que diz respeito ao manejo vegetativo das plantas e no controle de doenças. Geralmente as plantas apresentam um alto vigor vegetativo proporcionado pela alta fertilidade do solo, associada às condições climáticas locais e manejo adotado, na qual demanda ainda ajustes para explorar o melhor potencial da cultura. A alta precipitação pluviométrica anual associada a baixa insolação ocasionada pelo alto vigor do dossel têm favorecido a ocorrência de várias doenças em pré colheita nas videiras. Estratégias de manejo têm sido estudadas e aplicadas nos vinhedos, no entanto o alto vigor vegetativo ainda é presente na maioria das áreas e novas alternativas estão sendo avaliadas. O objetivo do presente trabalho é avaliar o efeito do redutor de crescimento Prohexadiona de Cálcio (ProCa) no desenvolvimento vegetativo e na intensidade das doenças podridão cinzenta e míldio. O experimento foi conduzido em vinhedo comercial da cultivar Merlot, sustentado no sistema espaldeira simples, na região de São Joaquim-SC, durante as safras 2016/2017 e 2017/2018. Os tratamentos consistiram na aplicação de diferentes doses de ProCa concentração de 27,5% de ingrediente ativo, em diferentes estádios fenológicos da videira. As doses do produto comercial Viviful® ha-
1 e estádios fenológicos foram: A) 0 g ha-1 (testemunha); B) 1000 g ha-1 (inflorescência separada); C) 500+500 g ha-1 (inflorescência separada e floração); D) 500+500+500 g ha-1 (inflorescência separada, floração e baga chumbinho). Para o míldio as aplicações não demonstraram diferenças estatísticas. A podridão cinzenta apresentou retardo de 12 e 15 dias no aparecimento dos primeiros sintomas, para os tratamentos “C” e “D”, em comparação com a testemunha. Nas características do cacho, a aplicação em dose única (B) propiciou maior massa de cacho (109,4 g) do que a testemunha (88,9 g). As aplicações do produto com doses fracionadas nos tratamentos “C” e “D” ocasionam maior redução do diâmetro das bagas (12,60 cm e 12,38 m) e consequentemente da produção 448,8 g planta-1 e 687,2 g planta-1 e índice de Ravaz 0,59 kg e 0,64 Kg, respectivamente. Em relação aos atributos de maturação, a aplicação nas doses fracionadas induziu maior coloração das bagas sendo 37,9% e 18,1% nos tratamentos “D” e “C”, respectivamente. Já para o tratamento com uma dose única “B” ocasionou redução de 16,6% na coloração das bagas em comparação com a testemunha. Para a variável polifenóis totais as aplicações favoreceram um aumento significativo, sendo observado 2959,3 mg L-1 para testemunha e 3473,3, 4871,0 e 4188,0 mg L-1 para os tratamentos “B”, “C” e “D”, respectivamente. Da mesma forma os resultados das antocianinas, apresentaram efeitos significativos, sendo 826,7, 1052,4 e 1123,4 mg L-1 para os tratamentos “B”, “C” e “D”, respectivamente, enquanto a testemunha apresentou 673,4 mg L-1. As aplicações de Prohexadiona de cálcio em geral apresentaram melhorias na qualidade fenólica da uva. No entanto, para as variáveis produtivas não apresentou efeitos satisfatórios significativos, para uma possível recomendação de uso em videiras, necessitando de novos trabalhos com diferentes
doses e ou associada a outras práticas de manejo para melhores entendimentos da aplicabilidade do produto em videiras. Palavras-chave: Regulador de crescimento. Qualidade do fruto. Vitis vinifera.
ABSTRACT
REINEHR, Juliana. Calcium prohexadione in the winegrowing performance of the Merlot cultivar in an altitude region of Santa Catarina. 2019, 89 p. Dissertation (Master in Plant Production) - Santa Catarina State University. Postgraduate Program in Plant Production. Lages - Brazil. 2019.
Viticulture is facing challenges regarding the vegetative management of plants and the control of diseases in the highland regions of santa Catarina State. Generally the plants have a high vegetative vigor provided by high soil fertility, associated with local climatic conditions and adopted management, in which it still requires adjustments to explore the best potential of the crop. The high annual precipitation associated to low insolation caused by high canopy vigor has favoured the occurrence of several pre-harvest diseases in the grapevines. Management strategies have been studied and applied in vineyards, however the high vegetative vigor is still present in most areas and new alternatives are being evaluated. The objective of the present work is to evaluate the effect of the calcium reductant Prohexadione in the vegetative development and the intensity of the diseases gray rot and mildew. The experiment was conducted in a commercial vineyard of the cultivar Merlot in spinder training system, in the region of São Joaquim-SC, during the 2016/2017 and 2017/2018 harvests. Treatments consisted in application of different doses of Prohexadione of Calcium concentration of 27.5% of active ingredient in different phenological stages of the grapevine. The doses of Viviful® (commercial product) per hectare and phenological stages were: A) 0 g ha-1 (control); B) 1000 g ha-1 (separate inflorescence); C) 500 + 500 g ha-1 (separate inflorescence and flowering); D) 500 + 500 + 500 g ha-1 (separate inflorescence, flowering and buckshot berries). For Downy mildew disease the applications did not show statistical differences. Gray rot had a delay of 12 and 15 days in the appearance of the first symptoms, for the treatments of "C" and "D", in comparison to the control. In the characteristics of the bunch, the application of Calcium Prohexadione in a single dose (B) provided a larger bunch mass (109.4 g) than the control (88.9 g). The applications of the product with fractionated doses in the treatments "C" and "D" cause a greater reduction of the diameter of the berries (12,60 cm and 12,38 m) and consequently of the production 448,8 g plant-1 and 687,2 g plant-1 and Ravaz index 0.59 kg and 0.64 kg, respectively. Regarding the maturation attributes, the application of calcium Prohexadione in the fractional doses induced higher staining of the berries (37.9% and 18.1%) in the "D" and "C" treatments, respectively. For treatment with a single "B" dose, a reduction of 16.6% was observed in the coloring of the berries compared to the control. For the variable Polyphenols total the applications of Prohexadione favored a significant increase, being observed 2959.3 mg L-1 of Polyphenols for the control and 3473.3, 4871.0 and 4188.0 mg L-1 for treatments "B" , "C" and "D", respectively. Similarly, anthocyanins showed significant effects, being 826.7, 1052.4 and 1123.4 mg L-1 for treatments "B", "C" and "D", respectively, whereas the control had 673 , 4 mg L-1. Prohexadione applications of calcium in general showed improvements in the phenolic quality of the grape. However, for the productive variables, it did not present significant satisfactory effects, for a possible recommendation of use in vines, requiring new work with different doses and or associated to other management practices to better understand the applicability of the product in vines.
Key words: Growth regulators. Fruit quality. Vitis vinifera.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema simplificado da biossíntese de GA e principal ponto de inibição
por Prohexadiona de cálcio (MVA = ácido mevalônico, IPP = isopentenil-fosfato, GPP = geranilgeranil-bifosfato). ................................................... 25
Figura 2 - Folha de videira da variedade Merlot com sintoma de míldio, aspecto cotonoso da esporulação do fungo na face abaxial (A); sinal de "mancha-óleo" na face adaxial (B). ........................................................................ 32
Figura 3 - Área experimental da variedade Merlot. São Joaquim, safra 2017/2018. . 40
Figura 4 – Molhamento das folhas com as aplicações de Prohexadiona de cálcio em ponto de escorrimento. ............................................................................. 41
Figura 5 - Danos causados pela ocorrência de geada na variedade Merlot na safra 2017/2018. ............................................................................................... 42
Figura 6 – Método de análise da fertilidade de gema. Gema fértil (A), Gema vegetativa (B) e distribuições das gemas em espuma fenólica (C). .......................... 45
Figura 7 - Precipitação pluviométrica acumulada (mm), umidade relativa do ar (%) e temperatura média do ar (ºC) para São Joaquim - SC durante as safras 2016/2017 (A) e 2017/2018 (B). ............................................................... 50
Figura 8 - Área Abaixo da Curva de Progresso da Severidade da Doença (AACPSD) do Míldio na variedade Merlot, em São Joaquim - SC, na safra 2017/2018. ................................................................................................................. 51
Figura 9 - Área Abaixo da Curva de Progresso da Severidade da Doença (AACPSD) de Podridão cinzenta nos cachos da videira Merlot, em São Joaquim - SC, na safra 2017/2018. .................................................................................. 53
Figura 10 - Comprimento do ramo da videira Merlot, em São Joaquim - SC, na safra 2016/2017. .............................................................................................. 54
Figura 11 - Comprimento do ramo da videira Merlot, em São Joaquim - SC, na safra 2017/2018. .............................................................................................. 55
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Doses das aplicações de Prohexadiona de Cálcio em diferentes estádios fenológicos. ............................................................................................. 40
Tabela 2 - Efeito da aplicação de prohexadiona de cálcio no início do aparecimento dos sintomas (IAS), tempo para atingir a máxima incidência (TAMISD) e severidade (TAMSD), incidência máxima (Imax.), severidade máxima (Smax.) e área abaixo da curva de progresso da severidade em folhas da videira Merlot (Vitis vinifera) em região de altitude de Santa Catarina. Safra 2017/2018. ............................................................................................... 51
Tabela 3 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio no início do aparecimento dos sintomas (IAS), tempo para atingir a máxima incidência (TAMISD) e severidade (TAMSD), incidência máxima (Imax.), severidade máxima (Smax.) e área abaixo da curva de progresso da severidade de podridão cinzenta em cachos na videira Merlot (Vitis vinifera) em região altitude de Santa Catarina. Safra 2017/2018. ...................................................................... 52
Tabela 4 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio na videira Merlot em relação ao Comprimento de ramo nos ciclos 2016/2017 e 2017/2018. ................ 54
Tabela 5 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio na videira Merlot (Vitis vinifera) em relação a fertilidade de gemas (número de cachos gema-1) em região altitude de Santa Catarina nas safras 2016/2017 e 2017/2018. ............................................................................................................... 56
Tabela 6 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio na maturação tecnológica e fenólica da videira Merlot em região altitude de Santa Catarina nas safras 2017/2018. ............................................................................................... 57
Tabela 7 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio na arquitetura de cachos da videira Merlot (Vitis vinifera) em região de altitude de Santa Catarina. Safra 2017/2018. ............................................................................................... 58
LISTA DE ANEXOS
Anexos A - Escala diagramática utilizada para a avaliação do Míldio na videira proposta por Buffara et al., 2014. .............................................................................................................86
Anexos B - Escala diagramática utilizada para a avaliação da Podridão cinzenta na videira proposta por Hill et al., 2010. .............................................................................................................87
Anexos C - Estádios fenológicos da videira proposto por Eichorn e Lorenz, 1984.....................................................................................................88
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................. 17 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................... 19 2.1 VARIEDADE MERLOT ...................................................................................................... 19
2.2 CRESCIMENTO VEGETATIVO ..................................................................................... 20
2.3 GIBERELINAS E O CRESCIMENTO VEGETATIVO DA VIDEIRA .................... 23
2.4 REGULADOR DE CRESCIMENTO (PROHEXADIONA DE CÁLCIO) .............. 25
2.5 FERTILIDADE DE GEMA ................................................................................................. 28
2.6 EFEITO DO PROHEXADIONA DE CÁLCIO SOBRE AS DOENÇAS DA
VIDEIRA......... ..................................................................................................................... 30
2.7 DOENÇAS FÚNGICAS ..................................................................................................... 30
2.7.1 Míldio . ............................................................................................................30
2.7.1.1 Agente causal, sintomatologia e epidemiologia ............................................. 31
2.7.1.2 Controle..........................................................................................................32
2.7.2 Podridão cinzenta........................................................................................ 33
2.7.2.1 Agente causal, sintomatologia e epidemiologia ............................................. 35
2.7.2.2 Controle..........................................................................................................36
3 CAPÍTULO 1 EFEITO DO PROHEXADIONA DE CÁLCIO SOBRE PARÂMETROS VEGETATIVOS, PRODUTIVOS E INTENSIDADE DO MÍLDIO E PODRIDÃO CINZENTA NA CULTIVAR MERLOT EM REGIÃO DE ALTITUDE DO PLANALTO CATARINENSE ............................................... 37
3.1 RESUMO ............................................................................................................................... 37
3.2 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 38
3.3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 39
3.3.1 Variáveis avaliadas...................................................................................... 42
3.3.2 Delineamento experimental e análise estatística dos dados ....................... 48
3.4 RESULTADOS ..................................................................................................................... 48
3.5 DISCUSSÃO ......................................................................................................................... 59
3.6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 66
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 67 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 6 ANEXOS ...........................................................................................................
17
1 INTRODUÇÃO GERAL
A vitivinicultura brasileira destaca-se por sua importância cultural e
socioeconômica, não somente pela geração de renda, mas também como fonte de
empregos diretos e indiretos tanto na produção de frutas como também no
processamento e distribuição, além de estimular estabelecimentos voltados ao
atendimento turístico.
Nos últimos anos a produção nacional tem evoluído muito em questões
qualitativas, principalmente dos produtos oriundos de uvas viníferas, conquistando
não apenas o paladar dos consumidores nacionais, mas também apreciadores
estrangeiros. Atualmente o Brasil é o 5º maior produtor de vinhos no hemisfério sul,
contando com uma área de 79,1 mil hectares de videiras e mais de 1,1 mil
empreendimentos vinícolas (IBRAVIN, 2018). Esta crescente evolução na produção e
qualidade se deve pelas atuais tecnologias aplicadas na produção de uvas e vinhos.
Concomitantes a recentes regiões produtoras de uva para processamento como as
regiões de altitude do sul do Brasil têm proporcionado novas alternativas de produção
de vinhos finos. Das novas regiões produtoras, cita-se a região do planalto
catarinense, com altitudes acima de 900 m, onde preferencialmente são cultivadas
videiras da espécie Vitis vinifera para o processamento em vinho. Dentre as cultivares
V. vinífera destaca-se a cultivar Merlot, que ocupa o 3º lugar entre as mais produzidas.
A macro-região de altitude de Santa Catarina abrange os municípios de
Caçador, Campos Novos e São Joaquim, com condições diferenciada das demais
regiões do país. Além da altitude elevada, o clima mais ameno induz as plantas a um
ciclo vegetativo ampliado, com uma maturação mais lenta, porém com maior acúmulo
de compostos fenólicos. Estes compostos, durante o processo de vinificação, passam
a ser componentes do vinho, sendo estes produtos diferenciados em qualidade, pois
muitos apreciadores julgam tais características como sendo fatores qualitativos aos
produtos. Por ser uma região nova no cultivo de videiras, tem apresentado algumas
dificuldades de adaptação tecnológica e cientifica. E entre os inúmeros fatores
restritivos, podemos destacar a alta fertilidade do solo com teores de matéria orgânica
superiores a 3,5%, favorecendo um excessivo crescimento vegetativo do dossel, que
ocasiona um desequilíbrio vegetativo/produtivo, podendo afetar negativamente a
18
composição do fruto e a qualidade final dos vinhos (ZALAMENA et al., 2013; MARCON
FILHO et al., 2015).
O vigor excessivo das videiras exige maior mão de obra e, consequentemente,
maior custo de produção para realização de podas, principalmente podas verdes
(desfolhas, despontes sucessivos e desnetamento) (VILLAR et al., 2011;
HAWERROTH; PETRI, 2014). Além disso, o excessivo crescimento dos ramos
fornece maior sombreamento das partes reprodutivas das plantas de videira,
fornecendo uma maior umidade do dossel dificultando a circulação do ar, radiação
solar e redução da eficiência das aplicações fitossanitárias, o que pode favorecer a
infecção de patógenos, principalmente de podridão pré e pós-colheita como é o caso
da podridão cinzenta (Botrytis cinerea). Segundo Garrido; Sônego (2005), o controle
do Botrytis torna-se mais difícil quando a videira apresenta uma copa densa, com
grande crescimento e os cachos compactos, dificultando a cobertura completa pela
aplicação dos fungicidas. Para o controle das doenças na videira os viticultores
geralmente realizam aproximadamente 20 a 24 aplicações por ciclo, dados que podem
variar de ano para ano em função do clima e de cada cultivar, obtendo assim um custo
apenas com fungicidas nessas regiões de altitude de aproximadamente de R$
2.600,00 reais por hectare, relatos do enólogo da empresa Vila Francioni.
Alternativas de manejo, como o uso de reguladores de crescimento, podem
apresentar efeitos satisfatórios no controle do vigor vegetativo da videira, auxiliando
no manejo da copa e das principais doenças da videira no planalto catarinense, entre
elas míldio e podridão cinzenta. O Prohexadiona de cálcio tem sido sugerido como
uma alternativa que pode reduzir o vigor de algumas combinações cultivar porta-
enxerto e, neste contexto, esta dissertação foi desenvolvida com o objetivo de estudar
diferentes doses e épocas de aplicação desse regulador de crescimento na cultivar
Merlot, com o objetivo de oferecer aos produtores e técnicos com dados científicos
para a escolha do melhor momento de se intervir com a aplicação de reguladores de
crescimento nas videiras, para a obtenção de uvas e vinhos de melhor qualidade,
ampliando a possibilidade de cultivo e produção de uvas em Santa Catarina.
19
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A viticultura do sul do país se destaca como região tradicionalista,
principalmente a Serra Gaúcha no Rio Grande do Sul e o Vale do Rio do Peixe e o
Litoral Sul no estado de Santa Catarina. Estas regiões se consolidaram na viticultura
pela produção de uvas americanas e híbridas, tanto para consumo in natura e
processamento. Porém novas regiões produtoras têm surgido nestes estados nas
últimas décadas, com boa aptidão para a produção de uvas americanas e viníferas.
Como por exemplo o Planalto Catarinense e a Campanha Gaúcha (PROTAS;
CAMARGO, 2011).
O Planalto Catarinense distingue-se por uma viticultura diferenciada, no que
diz respeito às condições de clima, devido a amplitude térmica significativa que
oferece condições adequadas para a obtenção de vinhos finos de qualidade e
competitivos no atual mercado vitivinícola (LOSSO; PEREIRA, 2012).
Entre as principais cultivares de videiras vitis vinifera cultivadas no planalto
Catarinense se destacam a Cabernet Sauvignon, com a maior área de cultivo, seguida
pela Merlot e Chardonnay (MANNINI, 2004) e mais recentemente vem ganhando
espaço a cultivar Sauvignon Blanc pela adaptabilidade e características diferenciadas
passadas ao produto final de excelente qualidade.
2.1 VARIEDADE MERLOT
A cultivar 'Merlot' é uma das variedades mais cultivadas mundialmente, porém
são poucas as informações científicas a respeito de sua origem (TOMAZETTI et al.,
2015). Relatos indicam ser uma variedade originária da França, onde em 1850 já era
cultivada (SILVEIRA et al., 2015). Estudos realizados em 1999 com marcadores
moleculares estabeleceram que se trata de um cruzamento, provavelmente
espontâneo, entre Pinot Noir e Gouais Blanc (BOWERS et al., 1999), porém registros
em catálogo de cultivares do VIVC (Vitis International Variety Catalogue) indica ser
uma cultivar híbrida originária entre o cruzamento das cultivares Magdeleine Noire
Des Charentes e Cabernet Franc.
No Brasil, na década de 1920 a cultivar já apresentava registros na estação
experimental de Caxias do Sul - RS, informando que já era cultivada por viticultores
do município. Porém, foi na década de 1970 que seu cultivo se expandiu, juntamente
20
com a Cabernet Sauvignon tornando-se as principais cultivares viníferas do país e
marcando o início da produção de vinhos finos (SILVEIRA et al., 2015).
É uma cultivar muito bem adaptada às condições de clima dos estados de Rio
Grande do Sul e Santa Catarina, apresentando registros de cultivo que variam de 130
a 1415 m de altitude (TOMAZETTI et al., 2015). Entretanto, exige cuidados especiais
no controle das principais doenças fúngicas. Para a superação da dormência e início
da brotação a cultivar exige aproximadamente 300 horas de frio abaixo de 7,2ºC, e
1350 a 1781 graus dias para completar o ciclo vegetativo que dependendo da região
de cultivo pode variar de 148 a 212 dias (BRIGHENTI et al., 2013). Por sua alta
fertilidade, proporciona colheitas abundantes com cachos de características soltos e
alados, que podem variar de 100 à 200 gramas de peso, podendo atingir mais de 22º
Brix (RIZZON; MIELE, 2003).
Origina vinhos de alta qualidade, tanto varietal como em assemblage com
outras castas viníferas (CAMARGO, 2008). Em estudos realizados no planalto
Catarinense a cultivar apresentou parâmetros analíticos (físico-química) adequados
para a produção de vinhos, contudo sofrendo grande influência das características
climáticas de cada safra (FELIPPETO; ALLEBRANDT, 2014).
2.2 CRESCIMENTO VEGETATIVO
O crescimento vegetativo é o aumento irreversível no número e no tamanho
das células, tendo como consequência o aumento de tamanho e massa das partes da
planta (TAIZ; ZEIGER, 2009). O aumento da massa seca dos ramos possui
comportamento próximo da linearidade até a frutificação, quando então os cachos se
tornam o principal dreno de fotoassimilados (SANTOS, 2012). O crescimento dos
sarmentos da videira apresenta comportamento quase sigmóide, na qual há uma
sequência de períodos de crescimento; sendo inicialmente lento, depois acelerado e
novamente lento (SCARPARE, 2007; SANTOS, 2012). O crescimento inicial, após a
brotação, é suportado pelos carboidratos de reserva acumulados nas raízes e ramos
no ciclo anterior, principalmente no período pós colheita, resultando em um balanço
negativo de carbono. Com a expansão das folhas e o rápido desenvolvimento do
dossel, os carboidratos gerados a partir da fotossíntese retomam o balanço positivo
de carbono (GREER; WESTON, 2010). Durante a formação das bagas, a taxa de
21
crescimento vegetativo vai reduzindo, cessando durante a maturação (KLIEWER;
DOKOOZLIAN, 2005; LEEUWEN et al., 2004).
Borghezan (2010) observou no município de São Joaquim-SC o
comportamento sigmóide no desenvolvimento dos sarmentos, nas cultivares Merlot e
Cabernet Sauvignon, tendo um aumento lento do comprimento (média de 5 cm por
semana) dos ramos nas primeiras semanas após a brotação, seguido por um
crescimento linear a partir dos 20 dias, chegando a 25 cm por semana aos 45 dias;
após 110 dias constatou-se um decréscimo da taxa de crescimento, assim igualando-
se às taxas iniciais.
A taxa de crescimento dos ramos depende das condições nutricionais das
plantas e edafoclimáticas (COSTA, 2015), desta forma, ocorrendo condições
favoráveis, seu crescimento não finda. Luz, temperatura e disponibilidade de água têm
participação direta no crescimento vegetativo, sendo fundamentais para processos
metabólicos, bem como para fotossíntese. A temperatura é um fator importante na
ativação de enzimas da fotossíntese (Rubisco). À medida que a radiação solar
interceptada no dossel vegetativo aumenta a produção de biomassa, até determinado
momento (FAVERO, 2011). O fotoperíodo interfere no crescimento da videira por
favorecer a síntese de giberelinas através de dias longos (TAIZ; ZEIGER, 2009). Este
hormônio está relacionado com o crescimento vegetativo, onde altos níveis de
giberelina endógena proporcionam ramos com vigor excessivo, nestes ramos já foi
verificado o dobro de quantidade de ácido giberélico (GAs) ativas, comparada a ramos
de crescimento normal (CAMILI, 2007). A água é conhecida como o fator mais
limitante, principalmente no período inicial de desenvolvimento da planta, desta
maneira, contribuindo diretamente no alongamento celular, pela pressão de turgor
(TAIZ; ZEIGER, 2009; KERBAUY, 2017).
Outros fatores secundários também são relevantes na atuação do crescimento
vegetativo. O nutriente nitrogênio (N) é o mais exigido pelas culturas por executar
importantes funções estruturais, sendo limitante ao crescimento e por estar presente
na composição das mais importantes biomoléculas, tais como Trifosfato de adenosina
(ATP), Dinucleotídeo de nicotinamida e adenina (NADH), Dinucleotídeo de
nicotinamida e adenina fosfato (NADPH), clorofila, proteínas e muitas enzimas
(BREDEMEIER; MUNDSTOCK, 2000), no entanto quando em excesso na videira
pode promover um excessivo vigor vegetativo, somado ao aumento do comprimento
dos entrenós e maior área foliar, apresentando um período de crescimento
22
prolongado, proporcionando a videira exciso vigor e baixa produtiva (SANTOS, 2012;
ZALAMENA et al., 2013).
O cultivo da videira nas regiões de altitude do planalto catarinense, geralmente
são feitos em solos de campos naturais, na qual possuem alto teor de matéria orgânica
e elevada acidez potencial. Para a implantação dos vinhedos, tais solos devem ser
submetidos à aplicação de calcário para a correção da acidez do solo (ZALAMENA et
al., 2013). Entretanto, com o aumento do valor de pH, ocorre maior atividade
microbiana, o que aumenta a mineralização da matéria orgânica e, por consequência,
aumenta a disponibilidade de nutrientes, especialmente de N. Com isso, pode
acontecer um incremento do teor de N total nas folhas das videiras (BRUNETTO et
al., 2007; MAFRA et al., 2011; BRUNETTO et al., 2012) e favorecer o excessivo
crescimento vegetativo.
O crescimento vegetal também tem influência intercelular, envolvendo
substâncias hormonais. Os hormônios vegetais são compostos orgânicos que agem
em baixas concentrações, promovendo, retardando ou inibindo processos fisiológicos
e morfológicos. Desta forma, coordenando o crescimento e desenvolvimento das
plantas (CARVALHO et al., 2009). Para haver resposta dos hormônios, as células
devem conter concentração suficiente e em equilíbrio entre os hormônios, para que
haja o estímulo ou sinalização, para cada tipo de hormônio. Assim, os hormônios se
ligam a receptores protéicos específicos, formando um complexo hormônio-receptor,
que libera um mensageiro secundário que migra até o núcleo e provoca a expressão
gênica. Consequentemente, a formação do mRNA a partir do DNA induz a síntese de
enzimas que atuam nas ligações polissacarídicas, desencadeando o desenvolvimento
celular (CASTRO et al., 2002). Os hormônios não agem isoladamente, ou seja, há a
interação entre dois ou mais hormônios na resposta da planta. A concentração dos
mesmos é de fundamental importância, podendo assim, a interação ou até mesmo um
hormônio isoladamente refletir em acréscimo ou decréscimo na quantidade de sinais
químicos a serem integrados pela célula, promovendo ou inibindo
crescimento/desenvolvimento (KERBAUY, 2017). Alguns hormônios possuem papel
preponderante no processo de crescimento vegetativo e na relação parte
vegetativa/reprodutiva da videira, entre elas, a Giberelina.
23
2.3 GIBERELINAS E O CRESCIMENTO VEGETATIVO DA VIDEIRA
São conhecidas mais de cento e vinte cinco giberelinas oriundas de fungos e
plantas, sendo denominadas de giberelina e seu respectivo número seguindo a ordem
de descoberta. Destas apenas algumas são responsáveis pelos efeitos nas plantas, a
grande maioria são precursoras das promotoras de crescimento, tais como GA1 e
GA20 (KERBAUY, 2017). As giberelinas determinam importantes alterações
fisiológicas nas videiras, como a divisão e a expansão celular, promovendo o
crescimento de brotos, induzindo o florescimento, a partenocarpia, a expressão
sexual, o desenvolvimento dos frutos, a senescência e abscisão das folhas, a quebra
de dormência de gemas, manutenção da dominância apical e a promoção do
alongamento do caule. Em sementes ainda ocasionam o estímulo à produção de
enzimas α-amilase na germinação (DAVIES, 2004).
Nas videiras, as giberelinas são produzidas, principalmente, em folhas e bagas
jovens e em regiões de ativa divisão celular (RUIZ, 1998). Seu movimento aparenta
não ser polarizado, podendo ocorrer pelo floema ou pelo xilema (COLL et al., 2001).
Sua função no crescimento dos órgãos deve-se, principalmente, a um aumento do
tamanho de células já existentes ou recentemente divididas (MAIA; CAMARGO,
2012).
A inter-relação do crescimento e desenvolvimento celular resultam da
combinação de muitos sinais, entretanto o alongamento e a divisão celular têm
evidências na interação de giberelinas e auxinas. Seus efeitos modificam as
propriedades da parede celular, onde a taxa de alongamento pode ser influenciada
tanto pela extensibilidade da parede celular quanto pela taxa de absorção de água
controlada osmoticamente. No caso da auxina, o afrouxamento da parede celular
parece ser mediado, em parte, pela acidificação da parede. Já a giberelina causa um
aumento tanto na extensibilidade mecânica das paredes celulares quanto no
relaxamento por injúria das paredes das células vivas, sem acidificação. No entanto,
a giberelina nunca está presente em tecidos com ausência completa de auxina e os
efeitos da giberelina no crescimento podem depender da acidificação da parede
celular induzida por auxina (TAIZ; ZEIGER, 2009). Também quando aplicado
exogenamente, a giberelina pode acarretar a indução na hidrólise do amido resultante
da produção da α-amilase, o que aumenta a pressão osmótica do suco celular,
24
fazendo com que ocorra a entrada de água e, consequentemente, favoreça a
expansão da célula (PIRES; BOTELHO, 2000).
Na viticultura, a giberelina é largamente utilizada na forma comercial de
produtos contendo ácido giberélico (GA3). As aplicações efetuadas em diferentes
estádios fenológicos proporcionam diferentes efeitos. Quando aplicado cerca de 15
dias após o florescimento promove aumento do tamanho das bagas, especialmente
em cultivares sem sementes. Quando aplicado em plena floração pode promover
abortamento floral e alongamento do ráquis, o que torna os cachos mais soltos,
diminuindo a operação de raleio de bagas e facilitando o controle de doenças e
melhorando a conformação dos cachos (PIRES; BOTELHO, 2000). A aplicação de
ácido giberélico pode acarretar no alongamento e engrossamento dos pedúnculos e
engaços, propiciando a formação de cachos menos compactos, induzindo a apirenia,
uniformizando a maturação, antecipando a maturação e a colheita dos cachos,
evitando o enrugamento das bagas e aumentando o pegamento (PIRES; BOTELHO,
2000; PIRES et al., 2003; VIEIRA et al., 2008; SANTOS et al., 2015). Por outro lado,
produtos comerciais têm sido largamente estudados também para a promoção da
redução do crescimento vegetativo.
Além das alternativas de manejo, reguladores de biossíntese de GA tem sido
usado no controle do vigor vegetativo, sem reduzir produção. Em algumas culturas,
com efeitos comprovados e em outras ainda em fases de estudos, está sendo usado
o Prohexadiona de cálcio, especialmente na videira. O Prohexadiona como na maioria
dos reguladores de crescimento que atuam na biossíntese da giberelina, podem ser
divididos em três classes, nas quais atuam em etapas distintas da biossíntese (Figura
1): A primeira classe de compostos bloqueia a síntese do ent-caureno a partir do
geranil- difosfato (GPP), bloqueando a conversão de geranill difosfato para caureno.
Os produtos são amônio quaternário (cloreto de clormequat ou CCC, cloreto de
mepiquat e AMO-1618) e fosfônio (cloreto de clorfênio). AMO-1618 e CCC,
especificamente, inibem a atividade de copalil difosfato sintase e, em menor grau, da
ent-caureno sintase. A segunda classe interfere na passagem do caureno a GA12-
aldeído por inibir a oxidação do ent-caureno à ácido ent-caurenóico pelas P450
monooxigenases. São compostos heterocíclicos contendo nitrogênio, como ancimidol
(pirimidina), tetciclases (orbornanodiazetina) e compostos tipo triazol (paclobutrazol e
uniconazol). A última classe interfere nas reações finais da biossíntese, por terem
estrutura similar ao 2-oxoglutarato, inibindo a atividade da dioxigenase pela
25
competição pelo sítio ativo do co-substrato 2-oxoglutarato. Os compostos são
acilciclohexanoedionas como Prohexadiona de cálcio e trinexapac-etil (TrixE)
(RADEMACHER, 2000).
Figura 1 - Esquema simplificado da biossíntese de GA e principal ponto de inibição por Prohexadiona de cálcio (MVA = ácido mevalônico, IPP = isopentenil-fosfato, GPP = geranilgeranil-bifosfato).
Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de Evans et al., 1999.
2.4 REGULADOR DE CRESCIMENTO (PROHEXADIONA DE CÁLCIO)
O prohexadiona de cálcio (calcium 3-oxido-4-propionyl-5-oxo-3-
cyclohexenecarboxylate - C10H10CaO5) é um produto da classe dos
ciclohexanetriones 25 (acilciclohexanedione), regulador do crescimento de plantas
pela inibição da biossíntese de giberelinas (EVANS et al., 1999; RADEMACHER,
2000). O prohexadiona foi testado pela primeira vez em árvores frutíferas no início dos
anos 90 e desde o ano 2000, tornou-se comercialmente disponível para aplicação em
frutos, principalmente macieiras (RADEMACHER et al., 2004).
No Brasil, o prohexadiona de cálcio é registrado com o nome comercial de
Viviful®, sob duas formulações: Suspensão concentrada registada sob Nº 30817 com
concentração de 50% do ingrediente ativo (i.a); e o granulado dispersível registrado
com o Nº 08309 no MAPA, contendo 27,5% i.a. O Viviful® tem recomendação técnica
para as culturas da aveia, algodão, batata, begônia, centeio, cevada, crisântemo,
kalanchoe, maçã, poinsétia, trigo e triticale (ADAPAR, 2018).
26
O prohexadiona de cálcio é absorvido nas folhas de macieira num período de
até 4 horas após a aplicação. É translocado pela planta via xilema por transporte
acrópetal, necessitando de 8 horas para ser completamente translocado, penetrando
no tecido da planta somente em estado de dissolução, podendo ter ação duradoura
de três a oito semanas (EVANS et al., 1999). Seu modo de ação parte do princípio da
similaridade de sua estrutura química à estrutura do ácido 2-oxoglutárico (α-
cetoglutarato), que é um co-substrato para a enzima dioxigenase realizar a
hidroxilação do carbono (13 ou 3), envolvida nas etapas do terceiro estágio da
biossíntese de giberelinas, que realizam a conversão das GAs inativas em ativas. O
produto inibe majoritariamente a 3, β-hidroxilação (GA20 inativa à GA1 ativa),
promovendo um acumulo da forma inativa (EVANS et al., 1999; TAIZ; ZEIGER, 2009).
A efetividade da atividade do prohexadiona de cálcio pode ser influenciada por
inúmeros fatores, tal como a biodisponibilidade do ingrediente ativo no tecido alvo,
estádio fenológico da planta no momento da aplicação, número de tratamentos
(RADEMACHER et al., 2004), idade e espécie da planta, vigor, sensibilidade da
cultivar, concentração da calda e condições climáticas (EVANS et al., 1999). O pH da
calda também é um fator importante a ser considerado na aplicação de prohexadiona
de cálcio, sendo que pHs compreendidos entre 4,0 a 5,5 permite melhor absorção do
produto pelas membranas, facilitando atingir o alvo celular da planta (RADEMACHER;
KOBER, 2003).
A utilização do prohexadiona de cálcio vai ao encontro das exigências
preconizadas em sistema de produção integrada (HAWERROTH et al., 2012) devido
às características eco-toxicológicas, que apresenta forte degradação fotoquímica,
ação inofensiva para abelhas, ausência de toxicidade para minhocas, peixes,
pássaros e algas verdes, muito fraca toxicidade aguda e crônica para as pessoas e
rápida degradação no meio ambiente, pela rápida degradação no solo e na planta,
não permanecendo mais que 24 horas em solos com boa atividade microbiana
(EVANS et al., 1999).
O prohexadiona de cálcio difere da maioria dos inibidores de giberelina, que
atuam interferindo no primeiro estágio da biossíntese (reações de ciclização), na
formação do ent-caureno (LO GIUDICE et al., 2004). Efeitos mais rápidos da
prohexadiona de cálcio foram observado por Mouco et al., (2010), quando comparado
a aplicações com cloreto de chlormequat (CCC), que inibem a conversão de geranil
difosfato para caureno, do primeiro grupo de inibidores de giberelinas. Também de
27
paclobutrazol (PBZ), que inibem a passagem do caureno a GA12-aldeído, do segundo
grupo, foi observado por Rademacher, (2000).
O controle do crescimento dos ramos pelo prohexadiona é mais eficaz se o
produto for aplicado no início do período de desenvolvimento vegetativo, quando os
ramos ainda possuem poucos centímetros (10cm a 15cm) (RADEMACHER et al.,
2004; HAWERROTH; PETRI, 2014), contanto que na planta haja uma área foliar
considerável, pois uma vez que as giberelinas se formam nos pontos de crescimento
ativo, o produto pode ter efeito inverso por inibir a degradação que ocorre pela 2, β-
hidroxilação, agravando o alongamento de ramos (RADEMACHER et al., 2004).
Na videira diversos fatores negativos são relacionados com o excesso de vigor,
entretanto poucas pesquisas têm relacionado os inibidores de giberelina na cultura.
Rufato et al., (2014), em estudos com prohexadiona de cálcio, expôs que os efeitos
sobre a composição da uva são geralmente positivos, porém, os efeitos nas
características organolépticas do vinho foram pouco estudados. Seguindo Lo Giudice
et al., 2004; Rufato et al., 2014, um dos possíveis fatores negativos da utilização do
prohexadiona de cálcio, é a redução da frutificação e produtividade. Contudo, em
videiras o decréscimo da produtividade não é sempre mal visto quando vem
acompanhado de um acréscimo de qualidade principalmente em uvas para
processamento.
O prohexadiona de cálcio tem sido usado para a redução do crescimento
vegetativo, contudo tem demonstrado um efeito secundário e paralelo na diminuição
de doenças. Este efeito pode ser fisiológico, pela ação no metabolismo secundário da
planta e/ou paralelo pela diminuição da compactação do cacho e número de bagas,
favorecendo o microclima dos cachos de uva (SABATINI et al., 2003; RAMIREZ et al.,
2010; RUFATO et al., 2014). A ação do produto faria com que alguns flavonóides
dessem origem a luteoforol, que é uma fitoalexina que fornece maior resistência às
plantas (BAZZI et al., 2003; SPINELLI et al., 2007). Por consequência, a concentração
de antocianinas nos frutos pode sofrer alterações, tanto para mais como para menos,
dependendo das doses e épocas de prohexadiona de cálcio aplicadas (LO GIUDICE
et al., 2004; BRIGHENTI et al., 2013). A inibição pode ocorrer devido a biossíntese de
antocianidinas depender de enzimas dioxigenases que usam o 2- oxoglutarato como
co-substrato, em particular flavanona 3-hidroxilase, sendo alvo do produto pela
semelhança de estrutura química (RADEMACHER, 2000; RADEMACHER et al.,
2006).
28
O comprimento dos cachos de uva e o diâmetro das bagas também podem ser
alterados. Em trabalho de Gardin et al., (2011), foi verificado que o uso do
prohexadiona de cálcio induziu os cachos a ficarem mais compridos com bagas
menores, logo, menos compactos, resultando em menor massa média de cachos, mas
que pode melhorar o microclima dos cachos diminuindo as condições ideais para a
infecção de patógenos. Lo Giudice et al., (2004) e Tello; Ibáñez, (2018), citaram o
benefício de cachos menos compactos, tanto para as condições de maturação como
também diminuição considerável na incidência e severidade de podridões causadas
por Botrytis cinerea.
O prohexadiona pode promover desequilíbrio hormonal na planta por inibir a
síntese de giberelina, segundo Kerbauy, (2017), o equilíbrio hormonal na planta é de
fundamental importância para que cada hormônio desempenhe seu papel. Assim
devido a inibição das giberelinas, pode haver interferência nas respostas da planta
como por exemplo na fertilidade de gemas que é amplamente dependente do
equilíbrio entre citocinina e giberelina.
2.5 FERTILIDADE DE GEMA
A poda é uma etapa indispensável no cultivo de videiras. Tem como um dos
seus principais objetivos melhorar a frutificação em quantidade, mantendo a qualidade
dos frutos (MANDELLI; MIELE, 2003). Para isso, o conhecimento da posição das
gemas férteis é de fundamental importância na definição do tipo de poda a ser
empregada no vinhedo (LEÃO; SILVA, 2003).
A fertilidade de gemas da videira é definida pela sua capacidade de diferenciar-
se de um primórdio indiferenciado (vegetativa) em primórdio reprodutivo (frutífera),
podendo ser utilizada para a estimativa quantitativa do potencial produtivo de frutos
de um determinado vinhedo (LEÃO; MASHIMA, 2000; VIEIRA et al., 2006).
Esta diferenciação ocorre em três estágios bem definidos, primórdio
indiferenciado, primórdio de inflorescência e a formação das flores. Além disso, cada
etapa é influenciada por vários fatores: genética varietal, balanço hormonal, clima,
juvenilidade das plantas, intensidade luminosa, nutrição mineral, manejo e o vigor
vegetativo (SHIKHAMANY, 1999; MULLINS et al., 2000; MIELE; MANDELI, 2012).
O alto vigor vegetativo é um forte influenciador na fertilidade das gemas de
videira, pois é um indicativo de desequilíbrio nutricional, podendo fornecer maior
29
crescimento, diminuindo insolação, exigindo maior mão de obra em podas verdes e
ocasionando desequilíbrio hormonal, o que prejudica diretamente na diferenciação
dos primórdios (SRINIVASAN; MULLINS, 1981; LI-MALLET et al., 2016).
A formação do primórdio de inflorescência é o mais vulnerável, sendo muito
afetado por qualquer desequilíbrio entre os fatores envolvidos na diferenciação,
podendo levar o primórdio indiferenciado a dar origem a gavinha ou brotações
vegetativas (BOTELLO, 2006). Porém, ocasionalmente um primórdio de
inflorescência, parcialmente diferenciado, pode reverter-se em primórdio de gavinha
(SHIKHAMANY, 1999).
As duas formas mais utilizadas para determinar a fertilidade das gemas na
videira em período que antecede a sua brotação normal é por análise em Microscópio
Estereoscópio, que consiste em realizar cortes transversais na gema dormente e
verificar a presença ou ausência de primórdios de inflorescência (LEAO; MASHIMA,
2000; DE ALBUQUERQUE; ROCHA, 2004; MENDOÇA, 2015). Outra alternativa para
verificação da fertilidade é pela indução de brotação das gemas em câmara
incubadora tipo BOD (Biochemical Oxygen Demand), na qual consiste em forçar a
brotação das gemas para a verificação da presença de inflorescência (ANDREINI et
al., 2009; MUNHOZ et al., 2016; WÜRZ et al., 2018).
Em região de clima temperado, Mullins et al., (2000), notificaram que a
formação do primórdio indiferenciado ocorre no período de maturação dos ramos
(quando passa da coloração verde para a marrom) e a diferenciação em primórdios
de inflorescência somente próximo a entrada em dormência das gemas. No entanto,
Chadha e Shikhamany (1999), contrapõe citando que em condições de clima
temperado, a diferenciação coincide com o estádio fenológico de ‘pegamento’ dos
frutos. Em estudos realizados no estado de São Paulo por Botello et al., 2006,
verificou-se que aos 75 dias após a brotação, mais de 50% das gemas da videira da
cultivar Itália já apresentavam primórdios de inflorescência, o que coincide
aproximadamente com o estádio fenológico de pegamento à baga ervilha. Sabendo-
se, que no Brasil há muita diversidade climática entre as regiões vitícolas, que podem
interferir diretamente na biologia floral e na fertilidade das gemas, podendo ocasionar
em alguns locais redução da produtividade (BORGHEZAN; SILVA, 2018), como
também na ocorrência de doenças fúngicas necessitando manejos diferenciados entre
as regiões o que pode também influenciar na resposta produtiva da planta.
30
2.6 EFEITO DO PROHEXADIONA DE CÁLCIO SOBRE AS DOENÇAS DA VIDEIRA
Durante os primeiros testes para a formulação do protocolo de aplicação
adequado para o prohexadiona de cálcio em frutíferas, macieira foi constatado em que
as árvores tratadas eram significativamente menos infectadas pelo fogo bacteriano
(Erwinia amylovora Burrill) (FERNANDO; JONES, 1999). Posteriormente, o mesmo
efeito foi detectado em pereiras (BUBÁN et al., 2002). Com o avanço nas pesquisas
foi observado que o uso do prohexadiona de cálcio levou também a redução de
infecção da sarna da macieira (Venturia inaequalis Cooke Winter) (COSTA et al.,
2001), do oídio (Sphaerotheca pannosa Wallr. Lév.) no pessegueiro, mancha
bacteriana (Xanthomonas vesicatoria Dye) e Mancha bacteriana (Pseudomonas
syringae pv Tomato Okabe) em tomateiro e de Podridão cinzenta em videira (2002
por Bazzi et al., 2003). Entretanto, para algumas culturas a aplicação de prohexadiona
de cálcio não demonstrou efeitos em doenças como o oídio do trigo (Blumeria graminis
f. sp. Tritici Marchal), mofo cinzento em pimenta (Botrytis cinerea), e míldio em
tomateiros (Phytophthora infestans) (RADEMACHER, 2000).
Diante de tais relatos supõe-se que a aplicação de prohexadiona de cálcio em
videira do planalto catarinense possa reduzir o crescimento vegetativo e
consequentemente melhorar as condições microclimáticas e diminuir a incidência de
patógenos. O prohexadiona de cálcio inibe enzimas dioxigenases dependentes do
ácido 2-oxoglutárico, em particular flavanona 3-hidroxilase, envolvida na biossíntese
de flavonóides e de antocianinas. Os flavonóides funcionam como fitoalexinas,
ativando as propriedades antimicrobianas destes compostos químicos nas plantas,
imediatamente após a infecção pelos microorganismos (BAZZI et al., 2003).
Reduzindo a incidência de patógenos em plantas tratadas com prohexadiona de
cálcio.
2.7 DOENÇAS FÚNGICAS
2.7.1 Míldio
O míldio está entre as doenças de maior importância para a viticultura no sul
do Brasil, principalmente em regiões onde as condições climáticas no verão são
31
úmidas (KELLER; 2010; GARRIDO et al., 2004). Na América do Norte foi onde
verificou-se os primeiros relatos da doença. Subsequentemente com a troca de
materiais para a propagação, mudas infectadas foram levadas para a Europa, onde o
patógeno encontrou condições favoráveis à sua disseminação, pois as videiras
cultivadas eram todas suscetíveis, causando enormes prejuízos na espécie Vitis
vinifera e, consequentemente, colaborou para a descoberta da calda bordalesa em
1882, sendo um produto muito eficiente para o controle do patógeno (RIBEIRO, 2003).
A maior epidemia do míldio ocorre quando há um inverno e uma primavera
úmida, seguido de um verão úmido. Conforme Amorim; Kuniyuki, (2005), nestas
condições os oósporos sobrevivem no inverno e na primavera germinam, levando
assim ao desenvolvimento da doença, coincidindo com o período de crescimento
vegetativo da videira. Assim, se o patógeno encontrar condições climáticas favoráveis
pode completar seu ciclo (GESSLER et al., 2011).
2.7.1.1 Agente causal, sintomatologia e epidemiologia
O míldio da videira é causado pelo fungo Plasmopara viticola (Berk.& Curt) Berl.
& de Toni) (AGRIOS, 2005), sendo considerado um parasita obrigatório, biotrófico, que
necessita dos tecidos vivos do hospedeiro para sua sobrevivência e reprodução. No
período do inverno o fungo Oomyccete, tem sua sobrevivência e repouso dos
oósporos (esporos de resistência), que persistem no solo em restos culturais e estes
são favorecidos por invernos e primaveras úmidas no ciclo seguinte (GESSLER et al.,
2011; GINDRO et al., 2003). A germinação dos oósporos acontece quando a
temperatura do solo estiver superior a 10ºC. Na região sul do Brasil coincide com a
primavera. Os oósporos possuem um único tubo germinativo que termina em um
esporângio. Dentro dos esporângios são formados os zoósporos que são
disseminados com o auxílio do vento e respingos de chuva. Estes zoósporos
germinam e penetram na planta através de estômatos nas folhas e possíveis
ferimentos do hospedeiro. Contudo, após ser disseminado, estes morrem entre
aproximadamente 2 a 3 horas de exposição a baixa umidade e luz solar, no entanto,
em condições frias e úmidas podem sobreviver nas superfícies das folhas por mais de
24 horas (GINDRO, et al., 2003; ELLIS, 2008; WONG et al., 2001). As condições
ideais para a ocorrência, desenvolvimento ou infecção do patógeno são temperaturas
que variam de 20°C e 25°C e água livre nos tecidos por um período mínimo de duas
32
a três horas, onde para ocorrer a esporulação, a umidade relativa do ar deve estar
alta, em torno de 95% (ALMANÇA et al., 2015).
O míldio pode infectar tanto as partes reprodutivas como as vegetativas da
videira que ainda não se encontram lignificadas. Os primeiros sintomas, geralmente,
são visíveis nas folhas, aproximadamente 6 dias após a penetração. Os sintomas nas
folhas surgem com pequenas manchas irregulares, com uma tonalidade amarelada
na face adaxial da folha, apresentando um aspecto oleoso, sintoma este conhecido
como “manchas de óleo”. Na face abaxial da folha aparecem as estruturas de
frutificação tipo esporângios contendo os esporângiosporos contidos em micélio de
cor branca, aspecto cotonoso, conhecido por “mancha mofo” (Figura 2) (AMORIM et
al., 2016).
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.
2.7.1.2 Controle
A principal forma de controle do míldio é o controle químico. Também são
utilizadas práticas culturais que evitem ou reduzam a incidência da doença,
melhorando a eficiência dos produtos químicos. As práticas como poda verde e
desbrota diminuem o período de água livre sobre a planta, e aumentam a insolação e
ventilação, evitando ou reduzindo a infecção. Também, sempre que possível escolher
Figura 2 - Folha de videira da variedade Merlot com sintoma de míldio, aspecto cotonoso da esporulação do fungo na face abaxial (A); sinal de "mancha-óleo" na face adaxial (B).
33
áreas não sujeitas ao encharcamento e de boa drenagem, evitando sempre as áreas
de baixadas. Outras medidas são reduzir as fontes de inóculos, evitar o plantio de
cultivares suscetíveis e manter uma adubação equilibrada, evitando o excesso de
nitrogênio (GARRIDO et al., 2015).
Para o controle químico, deve-se utilizar agroquímicos registrados para a
cultura, no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Em relação
ao modo de ação dos produtos, estes podem ser caracterizados, com princípios ativos
protetores e ou curativos. Geralmente a utilização de produtos contra o míldio, se dá
através dos protetores (contato) até o início da floração. Na floração é um momento
crítico, em que a recomendação é o uso de produtos sistêmicos combinados ou
intercalados com produtos de contato (GARRIDO et al., 2015; BARBOSA et al., 2016).
Com relação aos químicos registrados no MAPA, para a proteção do míldio na
videira, podemos citar alguns exemplos como; cimoxanil + mancozeb, clorotalonil,
mancozeb + metalaxil, azoxistrobina, incluindo as formulações a base de cobre. O
importante da utilização de algum produto químico é que este atinja o alvo a ser
protegido, fornecendo uma cobertura eficiente do órgão (folha, cacho e ou ramo).
Produtos alternativos também podem ser utilizados para a proteção contra o
fungo Plasmopora viticola. Os fosfitos são alternativas muito eficientes (SÔNEGO et
al., 2003; SÔNEGO; GARRIDO 2005; PERUCH et al., 2007; MARTINS PERUCH;
DELLA BRUNA, 2008). Os fosfitos são registrados como fertilizantes, porém
apresentam ação estimulante das defesas naturais da planta e induzem a produção
de fitoalexinas (GARRIDO, 2017). Por serem produtos que não apresentam alta
toxicidade, vão ao encontro do determinado pela produção integrada e da
sustentabilidade da produção. Todavia, quaisquer dos produtos utilizados, químico ou
alternativo, devem ser reaplicados na ocorrência de precipitação acima de 20mm
(CAVALCANTI; GARRIDO, 2016).
2.7.2 Podridão cinzenta
É uma doença que reduz tanto a qualidade e a quantidade de uvas em
diferentes países vitícolas do mundo. Isto ocorre sobre tudo em variedades viníferas,
que possuem características de cachos compactos, gerando vários prejuízos para os
viticultores (GALLOTTI et al., 2004). O Botrytis pode causar perdas de mais de 50%
34
da produção de uvas, não só em pré-colheita, mas também em pós colheita (CAMILI
et al., 2007), necessitando de atenção especial na prevenção e controle.
Segundo Steel et al., (2013), embora o Botrytis cinerea e os outros fungos
associados à podridão de cacho, não sobrevivam ao processo de vinificação, devido
a sua baixa tolerância ao álcool e sua natureza aeróbica, os metabólitos produzidos
durante a infecção da baga no vinhedo impactam na qualidade sensorial do vinho.
O desenvolvimento de Botrytis cinerea na uva provoca uma degradação do seu
potencial qualitativo e, posteriormente, altera a qualidade do produto, pois o fungo
secreta uma série de substâncias prejudiciais durante o processo de elaboração do
vinho. As enzimas lacases e polifenoloxidases são responsáveis pela oxidação dos
compostos fenólicos nos vinhos, prejudicando a cor, degradando os compostos
aromáticos (terpenóides) e de sabor. Quando ocorre a oxidação dos compostos
fenólicos, ocasionada pela atividade das enzimas lacase e polifenoloxidase, estas são
convertidas em quinonas, que por sua vez, podem formar polímeros marrons, os quais
causam a descoloração nos vinhos tintos e o escurecimento nos vinhos brancos. O
fungo também converte os açúcares (glicose e frutose) em ácido glucônico e glicerol,
liberando polissacarídeos como β-glucano, que dificultam a clarificação do vinho
(SÔNEGO et al., 2005; RIBÉREAU-GAYON et al., 2013; ALMANÇA et al., 2015;
QUIJADA-MORIN et al., 2018).
Em condições específicas de clima com baixa umidade relativa, o Botrytis
cinerea também pode causar a infecção conhecida como “podridão nobre”, que
promove mudanças favoráveis na baga das uvas e o acúmulo de metabólitos
secundários que melhoram a composição da uva. Estas são utilizadas para a
elaboração de vinhos de sobremesa de alta qualidade, os chamados vinhos
botritizados. A "podridão nobre" ocorre pelo fungo crescer principalmente na epiderme
da baga, ocasionando a desidratação da baga e a concentração de compostos como
açúcares, ácidos e minerais, polissacarídeos especiais e compostos específicos do
aroma (PEZET et al., 2003; MAGYAR, 2011). Outra mudança benéfica adicional
causada pelo fungo é o acúmulo de glicerol nas bagas, o que contribui para a doçura
do vinho resultante de "podridão nobre" (RIBÉREAU-GAYON et al., 2006).
35
2.7.2.1 Agente causal, sintomatologia e epidemiologia
Botrytis cinerea Pers., fase conidiogênica de Botryotinina funkeliana (de Bary)
Whetzel, (1945), é um patógeno fúngico necrotrófico responsável pelo mofo cinzento,
que afeta uma ampla variedade de plantas, sendo um fungo que possui mais de 235
hospedeiros conhecidos, o que contribui para a sua disseminação (ALMANÇA et al.,
2015). É um Deuteromycetes da ordem Moniliales com o micélio septado, conidióforo
pouco ramificado e dispostos em forma de cacho. Os conídios são ovais e se
apresentam aglomerados sobre curtos esterigmas (AMORIN; KUNIUKI, 2005).
As condições de temperatura ideais para a germinação dos esporos do fungo
são de 18ºC a 24ºC, com um período de 2 horas de água livre sobre a superfície da
planta. Quando as condições climáticas forem desfavoráveis, o fungo sobrevive na
forma de escleródios nos restos culturais (ALMANÇA et al., 2015).
O patógeno infecta tanto folhas, sarmentos e inflorescências, porém os danos
mais graves são ocasionados nos cachos. A infecção do patógeno no cacho pode
ocorrer durante a floração, através dos órgãos florais, no qual mantém-se em estado
de latência até o período de amadurecimento dos frutos, quando ocorre assim o
desenvolvimento da infecção (SÔNEGO et al., 2005; LIMA et al., 2009). As condições
que fazem com que as infecções latentes se tornem ativas e causem as podridões
das bagas ainda não estão bem compreendidas, embora alta umidade relativa, alta
concentração de nitrogênio na baga e água livre na baga são todos fatores que
aparentam promover este processo (WILCOX, 2014).
No período de maturação, os primeiros sintomas nas bagas iniciam-se pela
presença de pontuações ligeiramente claras, circulares de 2 a 3mm, que podem ser
observadas 72 horas após a penetração do fungo nos tecidos.
Se as condições de umidade, temperatura e velocidade baixa do vento
persistirem, acontece o crescimento do micélio no interior da baga e,
consequentemente, o rompimento da epiderme. Assim, o líquido escorre sobre outras
bagas dando origem aos órgãos de frutificação, que podem infectar parcialmente ou
totalmente a baga, ocasionando o escurecimento e apodrecimento da mesma,
adquirindo um aspecto de mofo cinzento (SÔNEGO et al., 2003). As bagas infectadas
servem como forma de disseminação secundária, especialmente em variedades com
características de cachos compactos, pois o crescimento do micélio do fungo de uma
baga para outra pode ocorrer pelo contato (SÔNEGO et al., 2005).
36
2.7.2.2 Controle
O controle da podridão cinzenta não deve ser resumido apenas à aplicação de
fungicidas. Algumas medidas devem ser adotadas para aumentar a eficácia do
controle do patógeno (GARRIDO, 2017). Entre as principais medidas se destaca:
evitar cultivares de cacho compacto, controle da adubação nitrogenada, realizar poda
verde, adotar poda e espaçamento que proporcionem uma boa aeração e insolação
(SÔNEGO et al., 2003; GARRIDO, 2017). Outra importante medida de controle a ser
adotada é a redução da fonte de inóculo pela eliminação dos restos culturais de poda
e pela aplicação de calda sulfocálcica (4° Bé) (VALDEBENITO SANHUEZA et al.,
1996).
As medidas de prevenção citadas anteriormente, associadas à aplicação dos
produtos agroquímicos (Folpet, Iprodiona, Procimidone, Clorotalonil, Mancozeb),
auxiliam a eficácia da prevenção das infecções do Botrytis. As aplicações dos
químicos devem ser realizadas levando em consideração as condições climáticas e a
pressão de inóculo, principalmente se nos ciclos fenológicos mais críticos para a
infecção (floração, compactação do cacho, mudança de cor e maturação). Sendo que,
quando aplicado no período de maturação, deve-se respeitar o período mínimo de
carência dos produtos para a colheita (SÔNEGO et al., 2003; GARRIDO; SÔNEGO,
2005).
37
3 CAPÍTULO 1 EFEITO DO PROHEXADIONA DE CÁLCIO SOBRE PARÂMETROS VEGETATIVOS, PRODUTIVOS E INTENSIDADE DO MÍLDIO E PODRIDÃO CINZENTA NA CULTIVAR MERLOT EM REGIÃO DE ALTITUDE DO PLANALTO CATARINENSE
3.1 RESUMO
O elevado crescimento vegetativo das videiras exige maior mão de obra e, consequentemente maior custo de produção, tanto em práticas de manejo da vegetação, como também no controle das doenças fúngicas. O sombreamento causado pelo excesso de vigor modifica as condições de diferenciação de gema, dificulta as aplicações dos tratos culturais e modifica o microclima do dossel vegetativo, reduzindo a insolação e arejamento da copa, favorecendo o desenvolvimento de patógenos. O objetivo do presente trabalho é avaliar o efeito de diferentes doses e época de aplicação do redutor de crescimento Prohexadiona de Cálcio no desenvolvimento vegetativo, produtivo e intensidade do míldio e Podridão cinzenta em pré colheita. O experimento foi conduzido em vinhedo comercial da cultivar Merlot sustentado no sistema espaldeira simples, na região de São Joaquim-SC, durante as safras 2016/2017 e 2017/2018. Os tratamentos consistiram na aplicação de diferentes doses de Prohexadiona de Cálcio concentração de 27,5% de ingrediente ativo em diferentes estádios fenológicos da videira. As doses do produto comercial Viviful® ha-1 e estádios fenológicos foram: A) 0 g ha-1 (testemunha); B) 1000 g ha-1 (inflorescência separada); C) 500+500 g ha-1(inflorescência separada e floração); D) 500+500+500 g ha-1 (inflorescência separada, floração e baga chumbinho). A incidência e severidade foram avaliadas em folhas sob condições de infecção natural, distribuídas em quatro ramos medianos da planta com oito repetições por tratamento, sendo que as avaliações foram realizadas quinzenalmente. A incidência foi avaliada pela porcentagem de folhas com sintomas de infecção pelo fungo. A severidade do míldio foi avaliada pela escala diagramática de Buffara et al., 2014. A incidência de Podridão cinzenta foi avaliada pela porcentagem de cachos com presença de podridão e a severidade pela escala diagramática de Hill et al., 2010. A intensidade de podridão fora avaliada semanalmente, em 5 repetições totalizando 30 cachos aleatórios por tratamento durante o período de maturação. O míldio e a Podridão cinzenta foram comparados através das variáveis epidemiológicas: a) início do aparecimento dos sintomas (IAS); b) tempo para atingir a máxima incidência e severidade da doença (TAMID e TAMSD); c) valor máximo da incidência e severidade da doença (Imax. e Smax.) e d) área abaixo da curva de progresso da severidade da doença (AACPSD). Os parâmetros morfológicos dos cachos avaliados foram: comprimento do cacho, massa do cacho, índice de compactação, diâmetro das bagas e relação casca/polpa. A maturação tecnológica e fenólica das uvas foram avaliadas pelo: pH, sólidos solúveis (ºBrix), acidez total, cor nas absorbâncias 420, 520 e 620nm, intensidade de cor, polifenóis totais e antocianinas. O equilíbrio vegeto/produtivo das plantas foram avaliados pelos: índice Ravaz, produção, produtividade, crescimento do ramo e fertilidade de gemas. Todas as doses aplicadas nos diferentes estádios fenológicos mostraram um retardo de até 15 dias no aparecimento dos primeiros sintomas da podridão cinzenta, não havendo diferença significativa para o míldio da videira. Não houve diferença significativa para a maioria dos parâmetros vegeto-produtivos, com exceção da fertilidade de gema, intensidade de cor, polifenóis totais
38
e antocianina. A dose fracionada em 500+500+500 g ha-1 e aplicadas nos estádios fenológicos inflorescência separada, floração e baga chumbinho, mostrou maior incremento de 61,11% na intensidade de cor, maior valor polifenóis totais e de antocianinas 4188 mg L-1 e 1123,4 mg L-1, respectivamente. Houve diferença significativa na fertilidade de gema somente no ciclo vegetativo de 2017/2018, sendo que os tratamentos “B”, “C” e “D” apresentaram em média 36,9% menos fertilidade que a testemunha. A aplicação de Prohexadiona de cálcio demonstrou eficiência parcial nos parâmetros vegeto-produtivos e maior efeito epidemiológico sobre a podridão cinzenta na cultivar Merlot nas condições edafoclimáticas da região de altitude do planalto catarinense, durante as safras 2016/2017 e 2017/2018. Palavras-chave: Plasmopara vitícola. Botrytis cinerea. Vitis vinifera.
3.2 INTRODUÇÃO
O crescimento vegetativo é influenciado pela interação porta-enxerto e copa
(FELOBERG, 2007), disponibilidade hídrica e nutricional, características genéticas da
cultivar. Enfatiza-se que para o sucesso no cultivo e produção de uva é necessário
que haja equilíbrio entre as partes vegetativas e produtivas (BRIGHENTI, 2011). O
equilíbrio entre estes dois parâmetros é determinante para a composição e a
maturação proporcional dos compostos fenólicos (DA SILVA et al., 2010).
Em virtude da importância econômica atribuída aos componentes fenólicos, os
quais fazem parte do vinho tinto, é importante compreender suas interações e
variações, resultantes das técnicas de manejo aplicadas ao vinhedo, da maturação
dos frutos e das características inerentes a cultivar (KENNEDY et al., 2000).
O desequilíbrio da planta vem acompanhado de uma série de prejuízos não
somente relacionados à qualidade e composição dos frutos (LO GIUDICE, 2002), mas
também, devido ao menor arejamento e interceptação de luz na copa, causando
menor fertilidade das gemas (BOTELHO et al., 2004a), danos no desenvolvimento e
fecundação das inflorescências (CAMILI, 2007; ZALAMENA et al., 2013) e reduzindo
a eficácia do controle das principais doenças da videira (GARRIDO; SÔNEGO, 2005).
O Prohexadiona de cálcio tem sido usado e estudado com sucesso em algumas
culturas, melhorando as condições de manejo e produção. Neste contexto, o objetivo
deste trabalho foi verificar a melhor dose e época para a aplicação de Prohexadiona
de cálcio na videira, visando reduzir o excesso de vigor e, consequentemente, as
doenças fúngicas.
39
3.3 MATERIAL E MÉTODOS
Área experimental
O experimento foi conduzido em um vinhedo comercial, de propriedade da
vinícola Villa Francioni Agronegócios S/A, localizado no município de São Joaquim,
SC, coordenadas (28°17’39”S e 49°55’56”W), à 1230 metros de altitude acima do nível
do mar.
O ensaio foi realizado em videiras da cultivar Merlot, enxertada sobre o porta-
enxerto Paulsen 1103. O vinhedo possui 15 anos. Está instalado com espaçamento
de 3 metros entre fileira e 1,5 metros entre plantas. Este vinhedo é sustentado pelo
sistema de espaldeira simples e conduzido em cordão esporonado duplo, com 1,30
metros do nível do solo. O vinhedo é protegido com tela antigranizo de cor branca
(Figura 3). O método de poda adotado na área do experimento foi o de cordão
esporonado, com duas gemas cada. As aplicações de agroquímicos para o controle
das principais doenças e pragas foram realizados segundo padrão adotado pela
Empresa Villa Francioni, onde durante o ciclo vegetativo nas safras 2016/2017 e
2017/2018, foram utilizados os fungicidas: pirimetanil/MYTHOS SC (anilinopirimidina,
300 mL de ingrediente ativo (i.a)/L−1 , 150 g de produto comercial (p.c)/ha;
mancozeb/DITHANE NT (dithiocarbamate, 800 mL i.a/L−1 , 350 g/p.c/ha);
fenamidone/CENSOR SC (imidazole, 500 mL i.a/L−1 , 30 mL/p.c/ha), thiophanate
methyl/CERCOBIN 700WP (benzimidazole, 700 mL i.a/ L−1 , 70 mL/p.c/ha),
triazol/FOLICUR PM (tebuconazole, 100 g i.a/L-1, 250g/p.c/ha),
Clorothalonil/BRAVONIL 720 (Tetrachloroisophthalonitrile, 123 g i.a/L-1 , 150g/p.c/ha),
ditianona/DELAN WP (quinona, 750 g i.a/L-1, 125g/p.c/ha), efosetyl/ALIETTE
(fosfonato, 450g i.a/L-1, 250g/p.c/ha), iprodione/ROVRAL (dicarboxamida, 450g i.a/L-
1, 1500ml/p.c/ha).
Os solos da região enquadram-se nas classes Cambissolo Húmico, Neossolo
Litólico e Nitossolo Háplico, desenvolvidos a partir de rocha riodacito e basalto
(EMBRAPA, 2004). O clima da região, de acordo com o sistema de classificação
climática de Koeppen, é classificado como mesotérmico úmido e verão ameno (Cfb)
(BACK et al., 2012). Com temperaturas média anual de 13,4ºC, sendo 9,4ºC a média
mínima e 18,9ºC a média máxima. O mês mais quente é fevereiro com médias de
40
19,6ºC. A precipitação pluvial média anual é de 1621 mm e a umidade relativa do ar
média é de 80% (EMBRAPA, 2012).
O experimento foi realizado nos ciclos vegetativos de 2016/2017 e 2017/2018.
Os tratamentos foram compostos por quatro diferentes doses e épocas de aplicação
de prohexadiona de Cálcio conforme descrito na Tabela 1. O produto comercial
utilizado foi o Viviful® (27,5% de Prohexadiona de cálcio).
Tabela 1 - Doses das aplicações de Prohexadiona de Cálcio em diferentes estádios fenológicos.
Código dos tratamentos
Doses (gramas do produto comercial)
Estádios fenológicos
Inflorescência separada
Floração Baga
chumbinho
A 0 0 0 0 B 1000 1000 g ha-1 0 0 C 1000 500 g ha-1 500 g ha-1 0 D 1500 500 g ha-1 500 g ha-1 500 g ha-1
Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
Figura 3 - Área experimental da variedade Merlot. São Joaquim, safra 2017/2018.
Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
As pulverizações foram todas realizadas no período da manhã, seguindo as
recomendações do fabricante. Foram realizadas com pulverizador costal de 18L,
marca: Pulvimat, com bomba acoplada com alimentação à bateria, mantendo a
pressão de trabalho constante. O bico do pulverizador era do tipo cone aberto, com
diâmetro de 1,5 mm e vazão de 0,85 L min-1. A aplicação foi realizada nos dois lados
41
da copa, até o ponto de escorrimento (Figura 4), aumentando o volume de calda
conforme o aumento da vegetação. Sendo utilizado o mesmo volume de calda para
todos os tratamentos na data da aplicação. Para o tratamento controle foi realizada a
aplicação de água pura nos volumes iguais aos dos outros tratamentos.
Figura 4 – Molhamento das folhas com as aplicações de Prohexadiona de cálcio em ponto de escorrimento.
Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
O monitoramento das condições climáticas foi realizado através da coleta de
dados da Estação Meteorológica Automática de São Joaquim - SC, (28º16’S,
49º56’W, 1410 m de altitude). Os dados foram coletados do banco de dados do
Instituto Nacional de Meteorologia – INMET. Os parâmetros climáticos foram:
temperatura média do ar, (ºC), umidade relativa do ar (%) e precipitação pluviométrica
(mm).
No ciclo fenológico de 2017/2018, na data de 23 de outubro, houve a ocorrência
de temperaturas muito baixas (-0,3ºC) na área do vinhedo, tendo a formação de geada
sobre as plantas de videira. Estas apresentavam um tamanho médio de 60 cm. Este
fato ocasionou a queima e morte dos ápices dos sarmentos (Figura 5).
Consequentemente ocorreu a brotação de gemas laterais nas quais foi realizado uma
poda verde, deixando apenas um broto para a continuidade da avaliação do
crescimento do ramo.
42
No ciclo fenológico de 2016/2017 realizou-se apenas as avaliações de
crescimento do ramo e fertilidade de gemas. E as avaliações das doenças decidiu-se
avaliar a posteriori ao ciclo 2016/2017.
Figura 5 - Danos causados pela ocorrência de geada na variedade Merlot na safra 2017/2018.
Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
3.3.1 Variáveis avaliadas
Míldio
A incidência e a severidade do míldio foram avaliadas ao surgimento do
primeiro sintoma, em intervalos de 15 dias, sob condições de infecção natural. A
incidência foi calculada pela porcentagem das folhas, com pelo menos uma lesão em
relação ao número total avaliado. Para avaliação da severidade foi utilizada a escala
43
diagramática de Buffara et al., (2014), conforme Anexo A. Para cada repetição foram
avaliados quatro ramos medianos marcados aleatoriamente e com aproximadamente
25 folhas por sarmento.
Com os dados de intensidade do míldio da videira foram obtidos informações
de: início do aparecimento dos sintomas (IAS) (dias); tempo para atingir a máxima
incidência e severidade da doença (TAMID e TAMSD) (dias); valor máximo da
incidência (Imax) (%) e severidade (Smax) (%); área abaixo da curva de progresso da
severidade (AACPS). Para o cálculo da Área Abaixo da Curva de Progresso da
Severidade de Doença (AACPSD) utilizou-se a fórmula: AACPSD = Σ
((Yi+Yi+1)/2)(ti+1 – ti), onde Y representa a intensidade (incidência e severidade) da
doença, t o tempo e i o número de avaliações no tempo (CAMPBELL & MADDEN,
1990).
Podridão cinzenta
As avaliações de podridão cinzenta iniciaram a partir do estádio fenológico de
início da maturação da uva indo até a colheita.
A incidência foi obtida através de avaliação visual, sendo verificada a presença
ou ausência dos sintomas da doença. Realizou-se a verificação dos sintomas em
todos os cachos presentes em quatro plantas por parcela. A incidência foi calculada
pela porcentagem de cachos que apresentavam ao menos uma lesão em relação ao
número total de cachos.
A severidade foi feita a partir do aparecimento dos primeiros sintomas, em
intervalos de 7 dias. Para cada repetição foram avaliados 30 cachos aleatoriamente
nos diferentes tratamentos. A severidade foi avaliada de acordo com a escala
diagramática de Hill et al., (2010), conforme Anexo B.
Com os dados obtidos foram obtidas informações de: início do aparecimento
dos sintomas (IAS) (dias); tempo para atingir a máxima incidência e severidade da
doença (TAMID e TAMSD) (dias); valor máximo da incidência (Imax) (%) e severidade
(Smax) (%); área abaixo da curva de progresso da severidade (AACPS). Para o cálculo
da Área Abaixo da Curva de Progresso da Severidade de Doença (AACPSD) utilizou-
se a fórmula: AACPSD = Σ ((Yi+Yi+1)/2)(ti+1 –ti), onde Y representa a intensidade
(incidência e severidade) da doença, t o tempo e i o número de avaliações no tempo
(CAMPBELL & MADDEN, 1990).
44
Crescimento
A primeira aplicação foi realizada no estádio fenológico (17) Inflorescência
separada, quando aproximadamente os ramos estavam com 20 cm de comprimento
coincidindo com as datas de 20 de outubro de 2016 e dia 5 de outubro de 2017. Nestas
datas, 4 ramos de vigor semelhantes dispersos ao longo de cada parcela e de plantas
diferentes, contendo no mínimo um cacho, totalizando 16 ramos, foram selecionados
e medidos com uma fita métrica. A partir desta data iniciou-se a curva de crescimento
do ramo, a qual foi determinada a partir de várias medições em todo o ciclo vegetativo,
e uma medida total do ramo no período hibernal no momento da poda. A densidade
de ramos deixados na planta foi de aproximadamente 25 ramos/planta. No ciclo
2016/2017 as medições foram realizadas nos dias: 20/10, 26/10, 31/10, 11/11, 24/11,
01/12, 08/12, 15/12, 21/12, de 2016 e 03/01 e 13/07 de 2017. No ciclo 2017/2018 as
medições foram nas datas: 05/10, 11/10, 24/10, 08/11, 23/11, 30/11, 07/12, 20/12, de
2017 e 03/01 e 03/07 de 2018.
Fertilidade de gemas
Para a avaliação da fertilidade de gemas foram coletados 3 ramos do ano de
cada parcela e de plantas diferentes totalizando 12 ramos por tratamento. A coleta foi
realizada no período de dormência profunda das plantas, após a maturação das
gemas, durante o inverno de 2017 e no inverno de 2018. O material vegetativo
dormente foi levado imediatamente a Universidade do Estado de Santa Catarina, no
Centro de Ciências Agroveterinárias, em Lages (SC). As gemas foram
individualizadas de acordo com suas posições no ramo, até a 10º gema. Cada
segmento do ramo, contendo uma gema, foi disposto em bandejas contendo espuma
fenólica hidratada (Figura 6).
As bandejas foram colocadas em câmara incubadora (BOD) com temperatura,
fotoperíodo e umidade controlados (fitotron) com 60% de umidade relativa,
temperatura de 20°C e 14 horas de luz por dia com intensidade de 300-400 μE m-2s-
1 (ANDREINI et al., 2009). Para os resultados foram contabilizados o número de
cachos em cada gema, sendo estas divididas em gemas basais, gemas medianas e
gemas apicais. Onde as gemas basais são as primeiras 3, gemas medianas as da
posição 4 a 7 e as gemas apicais as das posições 8 a 10.
45
Figura 6 – Método de análise da fertilidade de gema. Gema fértil (A), Gema vegetativa (B) e distribuições das gemas em espuma fenólica (C).
Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
Variáveis físico-químicas do mosto
A determinação do teor de sólidos solúveis, acidez total e pH foi realizada na
data da colheita. Foram coletadas 100 bagas por parcela/tratamento, localizadas na
zona basal, mediana e apical de diferentes cachos tanto na posição leste como na
posição oeste das filas, segundo a metodologia proposta por Rizzon e Miele (2001).
Através do mosto, obtido com o esmagamento das bagas das uvas, foram
determinados os Sólidos Solúveis (ºBrix) e o pH, conforme a metodologia proposta
pelo Office International de la Vigne et du Vin (OIV, 2008).
1. Acidez total (AT) foi determinada através da titulação do mosto com solução
alcalina de Hidróxido de Sódio 0,1N padronizada e como indicador foi utilizado o azul
de bromotimol, o qual muda de coloração no pH 7, como previsto na metodologia
proposta por Ribéreau-Gayon, et al., (1998), e os resultados expressos em meq L-1.
2. Sólidos Solúveis (SS – ºBrix): através da leitura direta com refratômetro
digital de bancada – modelo ITREFD-45. O aparelho foi calibrado com água destilada,
em seguida o mosto foi distribuído sobre o prisma, a leitura ocorreu diretamente em
ºBrix.
3. pH: Avaliou-se através da leitura das amostras de mosto em pHmetro de
bancada – modelo MP 220 Metler-Toledo, calibrado com soluções tampão a pH 4,0 e
pH 7,0.
46
Variáveis da maturação fenólica
As cascas separadas das amostras de bagas foram pesadas, a fim de se obter
a relação casca/polpa. As cascas separadas da polpa passaram por um processo de
extração para a obtenção das amostras destinadas às análises de compostos
fenólicos e de cor.
Para a obtenção da solução extrato pesou-se 40 g de cascas frescas que foram
colocadas em um Erlenmeyer. Neste recipiente, adicionou-se 16 ml de uma solução
de álcool metílico 50% vv-1. Os frascos foram bem tampados com papel filme e
permaneceram em BOB a uma temperatura de 30°C (+ 0,5ºC) durante 24 horas. Após
este período, o extrato “a quente” foi separado em frasco de vidro. Nos Erlenmeyers,
adicionou-se 4 ml da solução de metanol, para enxaguar as cascas, e este volume
também foi adicionado ao frasco com o extrato pronto. Em seguida, mais 16 ml de
solução hidroalcoólica foi adicionada aos Erlenmeyers, para então as cascas
passarem pela extração a frio, em BOD a 0°C (+ 0,5ºC), por 24 horas. Depois desta
extração, o extrato “a frio” foi homogeneizado com o extrato a quente, e repetiu-se o
enxágue das cascas. Este extrato então foi centrifugado, em uma centrifuga marca
Fanem, modelo 206 a 3500 rpm por 5 min, para a decantação dos sólidos em
suspenção. Ao final do processo obteve-se um extrato de 40 ml para cada amostra.
O extrato obtido passou pelas análises de polifenóis totais, antocianinas totais
e intensidade de cor, de acordo com as metodologias que seguem:
a) Polifenóis totais: a metodologia aplicada para esta análise foi a de Singleton
e Rossi (1965), que utiliza o reagente de Folin Ciocalteau e uma curva de calibração
com ácido gálico. Para a construção da curva de calibração, 1 g de ácido gálico foi
secada em estufa a 105°C por 2 horas. Após a secagem, foram elaboradas soluções
com as concentrações de 100, 200, 300, 400, 500 e 600 mg L-1 de ácido gálico,
utilizando-se balança analítica e balões volumétricos de 10 ml. Em seguida, procedeu-
se a reação com o reagente Folin-Ciocalteau. Em um tubo de ensaio, adicionaram-se
7,9 mL de água destilada, 0,1 mL da solução padrão, 0,50 mL do reagente de Folin-
Ciocalteau, e após 3 minutos, 1,50 mL de solução de carbonato de sódio a 20%. As
amostras foram homogeneizadas e permaneceram no escuro por 2 horas para
completar a reação. Passadas as 2 horas, foram realizadas as leituras da absorbância
das amostras a um comprimento de 760 nm em espectrofotômetro. Para as leituras
47
obtidas ajustou-se uma curva de regressão linear. Para a obtenção da concentração
de polifenóis totais nos extratos de cascas de uva, realizou-se o mesmo procedimento
de reação, com o reagente Folin-Ciocalteu, descrito para a curva de calibração.
Exceto para o fato de que as soluções extratos tiveram que ser diluídas na proporção
1:10. As leituras obtidas com os extratos foram interpoladas na curva padrão e os
resultados foram expressos em mg equivalente de ácido gálico L-1;
b) Antocianinas totais: a metodologia seguida foi a descrita por Ribéreau-
Gayon, (1998). Método químico baseado na propriedade característica das
antocianinas, as quais variam sua cor de acordo com o pH. O método mensura a
diferença da densidade óptica na absorbância da onda de 520 nm (D.O.520), Δd’ =
d’1 - d’2, em uma cubeta de quartzo de 10,01 mm de percurso óptico. Este método
prevê a preparação das amostras para leitura em espectrofotômetro d’1 e d’2. A
primeira amostra (d’1) é composta por 1 mL de solução extrato, 1 mL de etanol, 0,1%
HCl e 10 mL de HCl 2% (pH = 0,8). A segunda (d’2) contém 1 mL de solução extrato,
1 mL de etanol 0,1%HCl e 10 mL de solução tampão (pH = 3,5). Mediante a fórmula
AE (mg 69L-1) = 388*Δd’, obtém-se a quantidade de antocianinas facilmente extraíveis
em miligrama por litro;
c) Intensidade de cor: As análises referentes à cor dos extratos foram efetuadas
segundo Ilandet et al., (2004). O extrato foi diluído na proporção 1:10 e analisado em
espectrofotômetro nos comprimentos de onda de 420 nm, 520 nm e 620 nm. A
intensidade de cor foi obtida através da fórmula Abs420 + Abs520 + Abs620.
Índice de Ravaz
O índice de Ravaz é uma forma de se verificar o equilíbrio vegetativo /produtivo
da videira, com os dados de produção e peso de poda.
Durante a colheita realizou-se a pesagem da produção de duas plantas por
parcela e durante a poda de inverno a pesagem do material podado, aplicando-se na
fórmula: Índice de Ravaz = Kg de uva / Kg de sarmento, obtendo-se a relação entre
as partes. O resultado permanecendo entre 5 a 10 indica equilíbrio entre vegetação e
produção.
48
Variáveis produtivas
No momento da colheita foram selecionadas duas plantas por parcela para
obtenção das variáveis: número de cachos e produção por planta e produtividade por
hectare. A produção por planta foi determinada com balança eletrônica de campo,
sendo os resultados expressos em kg planta-1. A produtividade estimada (t ha-1) foi
obtida através da multiplicação da produção por planta pela densidade de plantio
(2222 plantas ha-1).
Variáveis físicas dos cachos e bagas
Na colheita foram amostrados cinco cachos por parcela de forma aleatória,
totalizando 20 cachos, para proceder à realização das análises físicas: comprimento
do cacho (cm), medido com uso de uma régua graduada; massa do cacho (g), com
uma balança semi-analítica. O índice de compactação do cacho foi obtido pela
relação IC= [(Massa cacho) / (Comprimento do cacho) ²] proposto por Tello; Ibanez,
(2014). O diâmetro de bagas (cm) foi mensurado pela medida transversal do diâmetro
de 50 bagas por parcela utilizando-se um paquímetro digital.
Também avaliou-se a relação entre a massa da casca e da baga, obtida pela
equação: Relação casca/baga (%) = [massa casca (g)/ massa baga (g)]*100.
3.3.2 Delineamento experimental e análise estatística dos dados
O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso com 4 repetições, sendo que
cada parcela era composta por 10 plantas. Cada bloco foi separado por uma fileira de
bordadura e cada repetição por 2 plantas.
Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e comparados
pelo teste de médias Dunnett a 5% de probabilidade de erro.
3.4 RESULTADOS
Nos ciclos vegetativo 2016/2017 e 2017/2018 as condições climáticas foram
favoráveis ao desenvolvimento das videiras (Figura 7 A e B), sendo que no ciclo
vegetativo 2016/2017, durante o período de maior crescimento vegetativo e
49
maturação das uvas, que ocorre de dezembro a março, o acúmulo de precipitação foi
de 484 mm e umidade relativa média de 83%, com temperatura média de 16,6°C. No
ciclo vegetativo 2017/2018, no mesmo período, a temperatura média foi de 16,1°C,
acúmulo de precipitação de 519,8mm e a umidade relativa média de 79,4%.
A comparação da testemunha com as doses de prohexadiona de cálcio nas
variáveis epidemiológicas do míldio estão descritas na Tabela 2. Não foram
verificadas diferenças estatísticas no início do aparecimento dos primeiros sintomas
(IAS), pelo teste de Dunnett a 5%, sendo que os valores variaram de 28 dias para o
tratamento “D” (500+500+500 g ha-1, inflorescência separada, floração e baga
chumbinho) a 49 dias para o tratamento “A” (0 g ha-1, testemunha). Na variável tempo,
para atingir a máxima incidência da doença, também não apresentou diferença
estatística, levando um período de 84 dias para o tratamento “D”, 87,5 dias para o
tratamento “C” (500+500 g ha-1, inflorescência separada e floração) e 94,5 dias para
os tratamentos “B” (1000 g ha-1, inflorescência separada) e “A”. Também o tempo para
atingir a máxima severidade da doença não foi constatado diferença estatística,
ocorrendo com 98 dias para os tratamentos “D”, “B” e “A” e enquanto para o tratamento
“C” foi de 94,5 dias.
Na variável incidência máxima também não foram constatadas estatísticas
entre os tratamentos com a testemunha, permanecendo o valor mínimo de 72,5% para
o tratamento “C”, 75,2% para os tratamentos “A” e “B” e o valor máximo de 83,1% para
o tratamento “D”. A severidade máxima dos valores variaram de 14,8% no tratamento
“B” a 18,2% no tratamento “A”, permanecendo intermediários os tratamentos “C”
(17,2%) e “D” (16,7%), sendo que estes não diferiram estatisticamente entre si.
A área abaixo da curva de progresso da doença (Tabela 2) também não
apresentou diferença significativa entre as aplicações de prohexadiona de cálcio com
a testemunha, apresentando aos tratamentos “A”, “B”, “C” e “D” os respectivos valores
(378,2), (226,1), (312,1) e (305,2).
50
Figura 7 - Precipitação pluviométrica acumulada (mm), umidade relativa do ar (%) e temperatura média do ar (ºC) para São Joaquim - SC durante as safras 2016/2017 (A) e 2017/2018 (B).
Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
A área abaixo da curva de progresso da severidade da doença (AACPSD) em
comparação da testemunha e as aplicações de prohexadiona de cálcio está descrita
na Figura 8. A primeira avaliação de Míldio ocorreu no estádio fenológico, baga ervilha,
onde não observou-se neste período o início do aparecimento dos primeiros sintomas
nas folhas da videira. Também não apresentou diferença significativa entre as
aplicações de prohexadiona de cálcio com a testemunha. Contudo, constatou-se entre
os tratamentos e a testemunha que ambos possuem uma tendência de evolução da
doença de forma semelhante.
51
Tabela 2 - Efeito da aplicação de prohexadiona de cálcio no início do aparecimento dos sintomas (IAS), tempo para atingir a máxima incidência (TAMISD) e severidade (TAMSD), incidência máxima (Imax.), severidade máxima (Smax.) e área abaixo da curva de progresso da severidade em folhas da videira Merlot (Vitis vinifera) em região de altitude de Santa Catarina. Safra 2017/2018.
Ciclo 2017/2018
Variáveis A B C D CV(%)
IAS (dias) 49,0 42,0 = 31,5 = 28,0 = 47,7 TAMID (dias) 94,5 94,5 = 87,5 = 84,0 = 6,7 TAMSD (dias) 98,0 98,0 = 94,5 = 98,0 = 6,7 Imax. (%) 75,2 75,2 = 72,5 = 83,1 = 9,6 Smax. (%) 18,2 14,8 = 17,2 = 16,7 = 42,9 AACPSD 378,2 226,1 = 312,1 = 305,2 = 36,3
A = 0 g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. *Desempenhos classificados como superior (+), igual (=) ou inferior (-) em relação a testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade de erro. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
Figura 8 - Área Abaixo da Curva de Progresso da Severidade da Doença (AACPSD) do Míldio na variedade Merlot, em São Joaquim - SC, na safra 2017/2018.
A = 0 g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
Em relação a Podridão cinzenta, as aplicações de Prohexadiona de cálcio
atrasaram significativamente o início do aparecimento dos sintomas (IAS) em 6, 12 e
15 dias para os tratamentos “B”, “C” e “D” em comparação com “A” (Tabela 3).
0
50
100
150
200
250
0 14 28 42 56 70 84 98
AA
CP
SD
Dias Após a Primeira Avaliação (DAPA)
A B C D
52
Tabela 3 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio no início do aparecimento dos sintomas (IAS), tempo para atingir a máxima incidência (TAMISD) e severidade (TAMSD), incidência máxima (Imax.), severidade máxima (Smax.) e área abaixo da curva de progresso da severidade de podridão cinzenta em cachos na videira Merlot (Vitis vinifera) em região altitude de Santa Catarina. Safra 2017/2018.
Ciclo 2017/2018
Variáveis A B C D CV(%)
IAS (dias) 18 24 + 30 + 33 + 6,5 TAMID (dias) 33 30 = 30 = 36 = 14,2 TAMSD (dias) 33 30 = 30 = 36 = 14,2 Imax. (%) 55,0 45,0 = 45,0 = 45,0 = 43,8 Smax. (%) 4,4 3,7 = 0,7 = 1,6 = 77,1 AACPSD 73,2 83,2 + 13,65 - 10,35 - 89,1
A = 0 g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. *Desempenhos classificados como superior (+), igual (=) ou inferior (-) em relação a testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade de erro. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
Não foram constatadas diferenças estatísticas quanto às variáveis
epidemiológicas temporais do tempo para atingir a máxima incidência e severidade
da doença (TAMID e TAMSD) constituindo-se nos mesmos dias para as duas
variáveis (33 dias para “A”, 30 dias para os tratamentos “B” e “C” e 36 dias para o
tratamento “D”). Os tratamentos com Prohexadiona de cálcio apresentaram a mesma
incidência máxima (45%) enquanto que a testemunha revelou 55%, não sendo
significativo pelo teste de Dunnett a 5%. A severidade máxima não diferenciou
estatisticamente, porém observa-se que o tratamento “A” obteve severidade máxima
superior (4,4%) aos tratamentos com Prohexadiona de cálcio “B”, “C” e “D” que
apresentaram 3,7%, 0,7% e 1,6%, respectivamente.
Para a área abaixo da curva de progresso da severidade da doença, as
aplicações de Prohexadiona de cálcio diferiram estatisticamente da testemunha “A”,
que teve média de 73,2, o tratamento “B” apresentou a maior área com 83,2 e os
tratamentos “C” e “D” com doses fracionadas do produto, revelaram média de 13,65 e
10,35 respectivamente, conforme observado na Tabela 3.
A área abaixo da curva de progresso da severidade da doença (AACPSD) em
comparação com a testemunha e as aplicações de Prohexadiona de cálcio está
descrita na Figura 9. A primeira avaliação de Podridão cinzenta ocorreu no início da
maturação da uva, onde neste período não observava-se sintomas da doença.
Contudo, a partir dos 12 e 18 dias, após a primeira avaliação, identificou-se na
testemunha “A” e no tratamento “B”, respectivamente, sintomas de podridão na uva,
53
onde percebeu-se até o momento da colheita um aumento da AACPSD, para ambos
os tratamentos. Ressalta-se que o aumento dos valores da variável AACPSD foi
inferior para os tratamentos “C” e “D” em comparação com a testemunha “A” e o
tratamento “B”. Destaca-se que onde foi aplicado Prohexadiona de cálcio no estádio
fenológico de floração, os primeiros sintomas de podridão ocorreram 24 e 30 dias após
a primeira avaliação, tendo uma menor ocorrência de doença.
Figura 9 - Área Abaixo da Curva de Progresso da Severidade da Doença (AACPSD) de Podridão cinzenta nos cachos da videira Merlot, em São Joaquim - SC, na safra 2017/2018.
A = 0 g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
O comportamento vegetativo das videiras no ciclo 2016/2017 não
apresentaram diferenças significativas no crescimento dos ramos (Tabela 4). Da
mesma forma, a cinética de crescimento na qual manteve comportamento muito
semelhante entre os tratamentos mantendo a medida final com comprimento mínimo
de 266,4 cm e máximo de 290,4 cm (Figura 10).
0
5
10
15
20
25
30
35
0 6 12 18 24 30 36 42 48
AA
CP
SD
Dias Após a Primeira Avaliação (DAPA)
A B C D
54
Figura 10 - Comprimento do ramo da videira Merlot, em São Joaquim - SC, na safra 2016/2017.
A = 0 g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
Tabela 4 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio na videira Merlot em relação ao Comprimento de ramo nos ciclos 2016/2017 e 2017/2018.
Ciclo 2016/2017
Variáveis A B C D CV (%)
Comprimento de ramo (cm)
277,0 290,4 = 266,4 = 270,12 = 13,5
Ciclo 2017/2018
Comprimento de ramo (cm)
99,0 117,0 = 135,0 = 155,2 = 22,9
A = 0 g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. *Desempenhos classificados como superior (+), igual (=) ou inferior (-) em relação a testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade de erro. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
No ciclo 2017/2018 o crescimento não apresentou diferença estatística entre a
testemunha e as aplicações de Prohexadiona de cálcio. No entanto, na cinética do
crescimento (Figura 11), o tratamento “C” apresentou tendência de estimular o
crescimento em 36,2% a mais em relação a testemunha.
0
50
100
150
200
250
300
350
Co
mp
rim
en
to d
o r
am
o (
cm
)
Datas das realizações das medidas
A B C D
55
Figura 11 - Comprimento do ramo da videira Merlot, em São Joaquim - SC, na safra 2017/2018.
A = 0 g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescênc ia separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho.
A variável fertilidade de gemas no ciclo vegetativo 2016/2017 não foi
influenciada significativamente pela aplicação de Prohexadiona de cálcio. Já no ciclo
2017/2018, as aplicações influenciaram a variável conforme descrito na Tabela 5,
contudo constatou-se uma redução do número de cachos gema-1 com as aplicações
do produto. Nas gemas basais observou-se médias de 0,42, 0,38 e 0,58 cachos gema-
1, para os tratamentos “B”, “C” e “D”, respectivamente. Enquanto para a testemunha
“A” a média foi de 0,71 cachos gema-1. Nas gemas medianas verificou-se para os
tratamentos “B” 0,60 cachos gema-1, “C” 0,84 cachos gema-1 e “D” 0,83 cachos gema-
1, enquanto que para a testemunha “A” a média de 1,01 cachos gema-1. E nas gemas
apicais a fertilidade de gemas da testemunha “A” foi de 1,56 cachos gema-1 e nos
tratamentos “B” 0,79 cachos gema-1, “C” 0,82 cachos gema-1 e “D” 0,95 cachos gema-
1.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
Co
mp
rim
en
to d
o r
am
o (
cm
)
Datas das realizações das medidas
A B C D
56
Tabela 5 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio na videira Merlot (Vitis vinifera) em relação a fertilidade de gemas (número de cachos gema-1) em região altitude de Santa Catarina nas safras 2016/2017 e 2017/2018.
Ciclo 2016/2017
Variáveis A B C D CV (%)
Gemas Basais 1,10 1,02 = 0,92 = 0,97 = 22,3 Gemas Medianas 1,63 1,44 = 1,21 = 1,44 = 20,4 Gemas Apicais 1,71 2,03 = 1,21 = 1,72 = 28,9
Ciclo 2017/2018
Gemas Basais 0,71 0,42 - 0,38 - 0,58 - 26,5 Gemas Medianas 1,01 0,60 - 0,84 - 0,83 - 21,5 Gemas Apicais 1,56 0,79 - 0,82 - 0,95 - 15,2
A = 0g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. *Desempenhos classificados como superior (+), igual (=) ou inferior (-) em relação a testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade de erro. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
A maturação tecnológica é um dos principais indicativos do momento de se
realizar a colheita, sendo que esta é diretamente afetada pelo manejo. Neste sentido,
as aplicações de Prohexadiona de cálcio não influenciaram significativamente os
parâmetros da maturação tecnológica, sólidos solúveis (ºBrix), acidez total e pH
(Tabela 6). Ou seja, o conteúdo de sólidos solúveis variou de 19,0 ºBrix, 19,8 ºBrix,
19,7 ºBrix e 19,2 ºBrix observados nos tratamentos “C”, “D”, “A” e “B”,
respectivamente. Enquanto para a acidez total das bagas nos tratamentos “A”, “B”,
“C” e “D” estas variaram de 172,0 meq L-1, 181,5 meq L-1, 195,5 meq L-1 e 203,8 meq
L-1, respectivamente. No pH a menor observação foi para os tratamentos “A” e “C”
com pH 2,8 e “D” pH 2,9 e a maior foi de pH 3,0 no tratamento “B”.
As aplicações de Prohexadiona de cálcio influenciaram significativamente o
conteúdo de compostos fenólicos nas bagas das uvas conforme Tabela 6. A coloração
nas absorbâncias 420, 520 e 620 nm, foram influenciadas positivamente para os
tratamentos “C” e “D”, observando-se os valores na mesma ordem de 0,96 e 1,34 para
absorbância a 420 nm, 0,83 e 1,10 para absorbância a 520 nm e 0,32 e 0,50 para
absorbância a 620 nm. Enquanto que para a testemunha “A” os valores observados
foram 0,82, 0,70 e 0,30 para as absorbâncias 420, 520 e 620 nm, respectivamente.
No entanto, o tratamento “B” influenciou negativamente a coloração, tendo uma
redução de 18,2% na absorbância de 420 nm e de 12,5% para a absorbância de 520
e 620 nm.
A Intensidade de cor que é expressa pela soma dos valores observados nas
absorbâncias a 420, 520 e 620 nm, consequentemente, apresentou o mesmo
57
comportamento estatístico sendo para os tratamentos “C” e “D” os maiores valores
2,2 e 2,9. A testemunha “A” com valor de 1,8 e a menor observação de 1,5 para o
tratamento “B”.
A variável polifenóis totais apresentou valores de 3473,3 mg L-1, 4871 mg L-1 e
4188 mg L-1 para os tratamentos “B”, “C” e “D”, respectivamente, diferindo
estatisticamente com o valor de 2954,3 mg L-1, observado para a testemunha “A”.
Um aumento significativo também foi observado para as antocianinas em que
a testemunha apresentou valor de 673,4 mg L-1 enquanto os tratamentos “B”, “C” e
“D” apresentam valores de 826,7 mg L-1, 1052,4 mg L-1 e 1123,4 mg L-1,
respectivamente.
Tabela 6 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio na maturação tecnológica e fenólica da videira Merlot em região altitude de Santa Catarina nas safras 2017/2018.
Ciclo 2017/2018
Variáveis A B C D CV (%)
Acidez total (meq L-1) 172,0 181,5 = 195,5 = 203,8 = 9,8 Sólidos Solúveis 19,7 19,2 = 19,0 = 19,8 = 2,7 pH 2,8 3,0 = 2,8 = 2,9 = 3,2 Coloração (Abs 420nm) 0,82 0,67 - 0,96 + 1,34 + 2,6 Coloração (Abs 520nm) 0,70 0,60 - 0,83 + 1,10 + 3,1 Coloração (Abs 620nm) 0,30 0,20 - 0,32 + 0,50 + 7,5 Intensidade de Cor 1,8 1,5 - 2,2 + 2,9 + 1,8 Polifenóis Totais (mg L-1) 2959,3 3473,3 + 4871,0 + 4188,0 + 1,1 Antocianinas (mg L-1) 673,4 826,7 + 1052,4 + 1123,4 + 0,3 A = 0g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. *Desempenhos classificados como superior (+), igual (=) ou inferior (-) em relação a testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade de erro. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
A arquitetura do cacho foi pouco influenciada pela aplicação de Prohexadiona
de cálcio (Tabela 7). Sendo que no tratamento “B” a massa do cacho foi maior (109,4
g) que a testemunha “A” (88,9 g). Porém, nos tratamentos “C” (61,6 g) e “D” (57,1 g),
houve redução do peso do cacho, tendo diferenças significativas entre a testemunha
e os tratamentos com as doses de Prohexadiona de cálcio. Para o comprimento do
cacho não acusou diferenças significativas pelo teste aplicado, onde novamente a
maior média foi observada no tratamento “B” (17,0 cm) justificando juntamente com
as outras variáveis anteriormente citadas a maior massa do cacho. Os outros
tratamentos apresentaram comprimento de cacho de 16,8 cm para “A”, 13,3 cm para
“C” e 14 cm para “D”.
58
Em relação ao índice de compactação observou-se os valores de 0,33 para o
tratamento “A”, 0,38 para os tratamentos “B” e “C” e de 0,25 para “D”, não diferindo
estatisticamente.
A relação casca/baga, também não apresentou diferença estatística entre os
tratamentos e a testemunha, sendo observado os valores de (31,9% “A”), (31,4% “B”),
(30,9% “C”) e (31,2% “D”).
Em relação ao comportamento produtivo, os tratamentos de Prohexadiona de
cálcio ocasionaram redução significativa na produção por planta, sendo que a média
das plantas testemunhas foi de 1235,9 g planta-1 e para os outros tratamentos foi de
823,2 g planta-1 para “B”, 448,8 g planta-1 no tratamento “C” e 687,2 g planta-1 para o
tratamento “D”. Consequentemente a produtividade por hectare também foi afetada
pelas aplicações de Prohexadiona de cálcio, deferindo negativamente perante a
testemunha, que apresentou produtividade de 2745,8 ton ha-1, enquanto o tratamento
“B” apresentou 1829,2 ton ha-1, o tratamento “D” 1219,0 ton ha-1 e o tratamento “C”
com a menor produtividade de 996,7 ton ha-1. Outra constatação significativa
encontrada com a aplicação do produto, foi a diminuição do índice ravaz, na qual o
tratamento “C” revelou menor índice (0,59) e o maior índice foi encontrado no
tratamento “A” (2,43), permanecendo intermediário os tratamentos com o índice ravaz
de (1,73) “B” e (0,64) “D”.
Tabela 7 - Efeito da aplicação de Prohexadiona de cálcio na arquitetura de cachos da videira Merlot (Vitis vinifera) em região de altitude de Santa Catarina. Safra 2017/2018.
Ciclo 2017/2018
Variáveis A B C D CV (%)
Massa do cacho (gramas) 88,9 109,4 + 61,6 - 57,1 - 28,0
Massa de 50 bagas (gramas) 66,7 77,0 = 65,8 = 62,9 = 13,7 Massa da casca (gramas) 21,3 24,2 = 20,4 = 19,6 = 14,3
Comprimento do cacho (cm) 16,8 17,0 = 13,3 = 14,0 = 20,2 Diâmetro de baga (cm) 13,98 13,33 - 12,60 - 12,38 - 5,1
Índice de Compactação 0,33 0,38 = 0,38 = 0,25 = 29,2
Relação Casca/Polpa (%) 31,9 31,4 = 30,9 = 31,2 = 5,2
Produção (g planta-1) 1235,9 823,2 - 448,8 - 687,2 - 28,4 Produtividade (ton ha-1) 2745,8 1829,2 - 996,7 - 1219,0 - 28,3
Índice Ravaz 2,43 1,73 - 0,59 - 0,64 - 38,8 A = 0g ha-1 testemunha, B = 1000 g ha-1 inflorescência separada, C = 500+500 g ha-1 inflorescência separada e floração, D = 500+500+500 g ha-1 inflorescência separada, floração e baga chumbinho. *Desempenhos classificados como superior (+), igual (=) ou inferior (-) em relação a testemunha pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade de erro. Fonte: Elaborada pela autora, 2018.
59
3.5 DISCUSSÃO
As aplicações de prohexadiona de cálcio na videira Merlot não apresentaram
efeitos satisfatórios na redução do vigor nas duas safras, porém apresentou no ciclo
vegetativo 2017/2018 uma tendência de incremento no crescimento de ramo, em
relação a testemunha. Resultados parecidos foram encontrados por Lo Giudice et al.,
(2004), que com uma aplicação de prohexadiona de cálcio na dose de 250 mg L-1,
após o florescimento na cultivar Cabernet Franc, obteve crescimento de ramo superior
à testemunha. Do mesmo modo Marchi et al., (2015), obteve maior crescimento de
ramos em plantas de Cabernet Sauvignon com aplicações de 500 e 750 mg L-1. Em
experimento realizado no Paraná com a cultivar Merlot enxertada sobre Paulsen 1103,
o uso de prohexadiona de cálcio ocasionou aumento no tamanho dos ramos em 20%
quando aplicado em dose única ou parcelada de 375 mg L-1 em relação ao controle
(MARGOTI, 2016).
Entretanto, experimentos conduzidos por Rufato et al., (2014), em videiras
Cabernet Sauvignon com aplicação única de 250 mg L-1 de prohexadiona de cálcio,
30 dias após a floração obteve redução de 19% no tamanho dos ramos. Resultados
satisfatórios também foram encontrados por Villar et al., (2011), na cultivar Grano
d’Oro (Vitis Labrusca) com dose de 250 mg L-1 aplicado em plena florada. Lo Giudice,
(2002) e Disegna et al., (2003), também obtiveram redução de crescimento com
aplicações repetidas de prohexadiona de cálcio, sendo que o primeiro autor aplicou
24 e 8 dias antes da plena florada e o segundo com aplicações na fase de pegamento
de frutos e 15 dias após.
O efeito oposto ao objetivo das aplicações de prohexadiona de cálcio, pode ser
em função do estádio de desenvolvimento dos ramos, pois se aplicado em um estádio
de pleno desenvolvimento, o produto pode favorecer o incremento no
desenvolvimento dos ramos (RADEMACHER et al., 2006). Para Evans et al., (1999),
as aplicações em macieiras devem iniciar quando os brotos estiverem com 5 a 10 cm,
para expressar o melhor efeito.
Segundo Evans et al., (1999), as características de cultivo são determinantes
para a eficiência do prohexadiona de cálcio, sendo que plantas excessivamente
vigorosas não apresentam boas respostas a aplicação do produto (LO GIUDICE et al.,
2003).
60
A matéria orgânica presente nos solos do Planalto Catarinense são elevados,
ultrapassando 5% em alguns casos, promovendo alta disponibilidade de nitrogênio às
plantas o que favorece o crescimento (ZALAMENA et al., 2013).
Para Hawerroth; Petri, (2014), os resultados podem ser satisfatórios com
aplicações de reguladores, quando estes forem associados a outras medidas de
manejo para melhorar o equilíbrio vegetativo das plantas.
Isto evidencia que, o conhecimento minucioso da área a ser tratada com
prohexadiona de cálcio, com ajustes de doses e épocas de aplicações são
determinantes para os efeitos das aplicações do produto, uma vez que os resultados
encontrados são diversos.
O clima no geral durante os dois anos de avaliação foi favorável para o
desenvolvimento da cultura, tendo o volume de chuva considerado normal e bem
distribuída durante todo o ciclo vegetativo da videira, contudo as condições climáticas
favoreceram o desenvolvimento de patógenos.
Para o míldio, o molhamento foliar, o qual representa o tempo em que a folha
está coberta com uma película de água, proporcionada tanto por orvalho, chuva ou
irrigação, apresenta a formação de condições ideais para a germinação e penetração
dos esporos (ROTEM, 1978). Sendo que este período deve ter duração de pelo menos
duas horas. Os zoósporos que são biflagelados, necessitam da água para se
locomover no hospedeiro e causar as infecções primárias (GINDRO et al., 2003). A
temperatura demonstra não ser um fator de forte influência, sendo que o fungo se
desenvolve em uma faixa ampla de temperatura de 5 a 25ºC, segundo trabalhos
realizados por Lalancette et al., (1988).
No presente trabalho a ocorrência do míldio foi semelhante entre os
tratamentos, não apresentando diferenças significativas. Thomidis et al., (2018),
relatam os mesmos resultados em experimento conduzido com a cultivar Xinomavro.
Porém visualizando as aplicações separadamente (Figura 11) percebe-se que a
aplicação de prohexadiona de cálcio em uma dosagem alta (1000g), proporcionou
menos doenças que as demais doses. Isso pode ser devido ao cálcio presente na
formulação do produto, na qual pode ter proporcionado efeitos negativos ao patógeno,
uma vez que este é um importante constituinte da parede celular das células vegetais,
atribuindo resistência as mesmas. Desta mesma forma, pode se observar que o
tratamento testemunha, teve a maior ocorrência do Míldio.
61
Segundo Winkler, (1996) e Bazzi et al., (2003), a aplicação de prohexadiona de
cálcio induz resistência a patógenos por induzir a formação de 3-desoxiflavonoides,
que têm propriedades semelhantes as fitoalexinas, que atuam como mecanismos de
defesa das plantas a infecção de patógenos. E também por afetar a estrutura dos
cachos, como a compacidade, sendo a razão básica para mudar o nível de
suscetibilidade das bagas a infecção de Botrytis cinerea (MOLITOR et al., 2011;
SCHILDBERGER et al., 2011). Puhl et al., (2008) relata que, prohexadiona de cálcio
em si não possui qualquer atividade antimicrobiana, mas sua aplicação leva a redução
da infecção causada pela bactéria Erwinia amylovora em maçãs (RÖMMELT et
al.,1999; YODER et al.,1999) e peras (COSTA et al., 2001). Assim, muitos estudos
sugerem que compostos fenólicos podem estar envolvidos na resistência das plantas,
como compostos antimicrobianos ou como barreiras mecânicas (SCALBERT,1991).
Todas essas observações podem permitir que se utilize prohexadiona de cálcio como
indutor de compostos relacionados à resistência em qualquer planta. Devido ao fato
de que várias enzimas de flavonóides podem ser inibidas pelo produto (WEBER et
al.,1995; FEUCHT; TREUTTER, 1999; FISCHER et al., 2003).
Em experimento realizado com prohexadiona de cálcio em videiras da espécie
Vitis vinifera em 2012 na Grécia, Thomidis et al., (2018), observaram que o estádio
fenológico de aplicação influencia na porcentagem do Botrytis, sendo que as
aplicações realizadas na floração e novamente após a floração tiveram os melhores
resultados.
Tal resultado vai na direção do proposto pela recomendação de controle do
Botrytis cinerea na videira, que é de iniciar as aplicações preventivas no período de
floração coincidindo com um período crítico, onde o fungo tem sua infecção favorecida
pelo estigma floral, podendo após a infecção permanecer latente até a maturação dos
frutos.
Tais observações vão de encontro com o presente trabalho onde que os
tratamentos “C” e “D” que consistiram nas doses fracionadas (500+500 g ha-1 e
500+500+500 g ha-1) aplicados nos estádios fenológicos inflorescência separada,
floração e baga chumbinho (Tabela 1), obtiveram um retardo médio de 13,5 dias no
aparecimento dos primeiros sintomas da podridão cinzenta, em comparação com a
testemunha.
Outra verificação do presente estudo é a redução dos sintomas de podridão
cinzenta nos tratamentos com a aplicação de prohexadiona de cálcio em relação as
62
características do cacho, em que as aplicações, principalmente fracionadas
proporcionaram aos cachos menor diâmetro de bagas e menor tamanho de cachos.
Foi constatado que no tratamento “D” houve uma redução no índice de compactação
do cacho, não significativa pelo teste de Dunnett, mas que possivelmente possa ter
melhorado as condições para evitar a infecção do patógeno, uma vez que cultivares
com cachos mais compactos têm maior suscetibilidade de infecção por Botrytis
cinerea.
Em contrapartida Schildberger et al., (2011), apresentaram que a infecção por
Botrytis cinerea nas uvas da cultivar Grüner Veltliner não tratada, foi menor do que
nas uvas tratadas com prohexadiona de cálcio no seu primeiro ano de avaliação
(2009), pois com a aplicação ocasionou a diminuição das bagas e massa do cacho,
acarretando em cachos mais compactos e com maior predisposição a doença e no
segundo ano de avaliação (2010), nenhuma diferença significativa foi encontrada. O
mesmo resultado foi observado para o segundo ano de avaliação por Thomidis et al.,
(2018), na safra 2013.
A fertilidade de gemas é um importante meio para a tomada de decisão do tipo
de poda a ser adotada para cada cultivar (BRIGUENTI et al., 2017). Sendo que
inúmeros fatores podem interferir nos processos de diferenciação. Entre eles o
balanço hormonal entre citocinina e giberelina é fundamental (BORGHEZAN; SILVA,
2018; MULLINS et al., 2000).
A relação entre o alto vigor da planta e a fertilidade de gemas também
apresentam relações negativas. Assim, segundo Shikhamani, (1999), o uso de
reguladores de crescimento que inibem as giberelinas podem aumentar a fertilidade
de gemas.
Em trabalhos conduzidos por Botelho et al., (2004b), com aplicações de
giberelina exógena em videiras da cultivar Rubi demonstram o efeito negativo do
excesso de GAs na planta sob a diferenciação floral, principalmente quando aplicado
em pulverização em toda a copa vegetativa.
No presente trabalho, as aplicações de prohexadiona de cálcio apresentaram
efeitos negativos sob a fertilidade no ciclo 2017/2018. Estas influências podem ser
explicadas devido a ação da prohexadiona de cálcio, na qual, após sua aplicação
ocorre a interrupção da biossíntese das giberelinas inativas para as ativas. No entanto,
esta interrupção é temporária em aproximadamente 25 a 30 dias. Ocorrendo durante
este período o acúmulo das GAs inativas (GA20). Passando o período de ação da
63
prohexadiona, as GAs inativas retomam a biossíntese formando as GAs ativas,
podendo interferir diretamente na fertilidade das gemas por desbalancear a relação
citocininas/giberelinas. Uma vez que a diferenciação pode ser afetada por vários
fatores, durante todo o período vegetativo das plantas.
Atingir o equilíbrio entre a produtividade e a qualidade dos frutos é uma
aspiração na viticultura, particularmente desafiadora (MARTINS et al., 2018), assim
atualmente os parâmetros utilizados para a tomada de decisão da colheita da uva são
a sua sanidade e as análises da qualidade química da uva. As diferentes
concentrações e estádios fenológicos das aplicações de prohexadiona de cálcio não
afetaram a maturação tecnológica das uvas em relação às variáveis acidez total,
sólidos solúveis (ºBrix) e o pH. Resultados similares foram obtidos por Rufato et al.,
(2014), com a cultivar Cabernet Sauvignon, onde não observaram nenhum efeito da
aplicação de Prohexadiona de cálcio na qualidade química da uva. A composição
química também não foi influenciada pelas aplicações de prohexadiona de cálcio em
experimento de Mota et al., (2010), com a cultivar Alvarinho nas doses de 3 kg ha-1 de
produto comercial Regalis (10% de ingrediente ativo) aplicado em dose única ou
fracionada. Resultados semelhantes foram encontrados por Fernandes et al., (2009),
estudando o produto Regalis na dose de 3 kg ha-1 na cultivar Tempranillo.
Na maturação fenólica as aplicações de prohexadiona de cálcio na cultivar
Merlot proporcionaram um aumento da coloração das bagas nas absorbâncias
420nm, 520nm e 620nm quando realizadas as aplicações de forma fracionada.
Avizcuri-Inac et al., (2013), observaram que os tratamentos com prohexadiona
de cálcio nas cultivares Tempranillo e Grenache, obtiveram um aumento do índice de
cor e antocianinas nos vinhos elaborados com estas uvas em comparação com a
testemunha.
Lo Guidice et al., (2003) verificaram que aplicação de prohexadiona de cálcio
na Cabernet Sauvignon, ocasionou a redução do peso das bagas e
consequentemente um incremento na intensidade de cor, antocianinas totais e
Polifenóis totais na composição da uva. Ramírez et al., (2017) em estudos com a
cultivar Shiraz no México, sob as mesmas condições de aplicação do presente
trabalho, verificaram um aumento de 42% no teor de Polifenóis totais, com duas
aplicações de 300 mg L-1. Outra constatação dos autores foi um incremento de 68%
no total de antocianinas com duas aplicações de 200 mg L-1.
64
Tais resultados são benéficos a uva e ao vinho, pois a cor em um vinho tinto é
um atributo muito importante para a elaboração do produto, assim como sua
tonalidade e intensidade são características de prováveis indicadores da qualidade ou
defeito de um vinho. Destaca-se que a cor é o primeiro atributo sensorial avaliado em
uma degustação técnica (Wirth et al., 2012).
A composição fenólica de um vinho pode ser considerada como um dos
principais componentes da sua qualidade. Os compostos fenólicos presentes em
cultivares tintas estão 62,6% na semente, 33,3% na película, 0,7 % na polpa e 3,4 %
no suco. As antocianinas encontram-se localizadas na película e nas camadas da
hipoderme das bagas (Amerine; Ougha, 1986; Lópes et al., 2009; Wirth et al., 2012).
Segundo Deloire (1988), em defesa para situações adversas ou de estresse, a
planta sintetiza Polifenóis. Esta resposta metabólica ocorre quando a videira é exposta
a um estresse do tipo abiótico, como alterações de temperatura, déficit hídrico ou
radiação ultravioleta ou um estresse do tipo biótico, como o ataque de fungos. Isto
pode explicar os valores obtidos de Polifenóis totais, pois no ciclo vegetativo
2017/2018 que teve a ocorrência de geada, o que pode ter provocado estresse na
planta, mais a associação das aplicações de prohexadiona de cálcio, fazendo com
que a planta sintetiza-se mais Polifenóis. Pois segundo Martins et al., (2018), o cálcio
é um potente mensageiro secundário em muitas vias de sinalização, incluindo as dos
fitormônios que podem interferir na biossíntese de metabólitos especializados,
altamente importantes para a qualidade da uva e vinhos como os compostos fenólicos.
Além disso, Sabatini et al., (2003), relataram que a prohexadiona de cálcio
afetou positivamente a fotossíntese líquida por deprimir a expansão celular e
aumentar o número de células por unidade de superfície foliar, criando assim tecidos
mais compactos e mais fotossinteticamente ativos, podendo resultar em maior
acúmulo de compostos na fruta.
Outra constatação dos valores elevados de antocianinas e Polifenóis, obtidos
em regiões de altitude seja devido às baixas temperaturas noturnas, que diminuem
processos metabólicos como a respiração e favorecem o acúmulo de fotoassimilados
e compostos fenólicos (ROSIER, 2006).
Para a variável massa do cacho o tratamento “B” com dose de 1000 g ha-1,
proporcionou o maior peso do cacho. Possivelmente este efeito seja em função do
descrito por Hawerroth et al., (2012b), na qual descreve que uma única aplicação de
prohexadiona de cálcio pode ocasionar um novo fluxo de crescimento após a
65
neutralização do produto na planta, o que pode provocar crescimentos ainda maiores
que o normal, uma vez que o acúmulo de GAs inativas podem tornar-se ativas em um
espaço de tempo relativamente curto. Da mesma forma, as variáveis massa de 50
bagas, massa da casca e comprimento do cacho podem ser afetadas pelo mesmo
motivo. Entretanto para estas variáveis não houve diferenças significativas no
presente trabalho. Tais resultados corroboram com o encontrado por Rodrigues et al.,
(2011), com aplicação de giberelina exógena em videira com dose de 20 e 30 mg L-1
de AG3 proporcionou aumento na massa dos cachos e dos engaços.
Em relação às variáveis diâmetro de bagas, produção e consequentemente a
produtividade, apresentaram efeito das aplicações de prohexadiona de cálcio em
relação à testemunha, sendo que quando aplicada a prohexadiona de cálcio parcelada
em 2 e 3 doses proporcionou reduções nas variáveis. Isso comprova o determinado
por Winkler, (1969) e Miller, (2002), que doses parceladas de prohexadiona de cálcio
tem maior efeito no controle das GAs em plantas. Também Bunbán et al., (2004),
afirmam que múltiplas aplicações em baixas dosagens são mais efetivas no controle
de GAs. Santos et al., (2014), também relata tais efeitos do parcelamento das
aplicações de prohexadiona de cálcio. Mota et al., (2010), também obteve redução de
produção na cultivar Alvarinho com as aplicações de prohexadiona de cálcio. No
entanto, Margoti, (2016), não detectou diferenças com aplicações de prohexadiona de
cálcio sob a produção de Merlot no Paraná.
As aplicações de prohexadiona de cálcio também influenciaram de forma
negativa os resultados obtidos da variável índice de Ravaz. O ideal da relação do
índice de Ravaz é que fique compreendido entre 5 a 10 (KLIEWER & DOKOOZLIAN,
2005). No entanto os valores encontrados são 2,43 para a testemunha e 0,64 para o
tratamento parcelado em três doses. A redução do índice de Ravaz está diretamente
relacionada à redução da produção, ocasionado pelos tratamentos de prohexadiona
de cálcio. Também observa-se o desequilíbrio vegeto-produtivo da área experimental
através dos resultados obtidos da testemunha.
Borghezan et al., (2011), em avaliações das cultivares Cabernet Sauvignon,
Merlot e Sauvignon Blanc em região de altitude também encontraram baixa relação
no índice de Ravaz.
O desequilíbrio da planta pode promover um círculo vicioso, ocasionando
elevado crescimento vegetativo e baixas produções, em função do baixo grau de
insolação. No qual é um fator de grande importância para a diferenciação floral, por
66
proporcionar energia (temperatura) as células das gemas em desenvolvimento
(BOTELHO et al., 2006).
Um ajuste na carga de gemas deixadas na poda pode diminuir o vigor, devido
à maior competitividade de reservas de carbono e nitrogênio e aumentar o número de
cachos na planta. Porém, é necessário um ajuste de manejo com desfolhas, desbrotas
e condução dos sarmentos, possibilitando o aumento da iluminação foliar do dossel.
Dos Santos, (2006), relata que além de estimular a brotação e a fertilidade de gemas,
a entrada de radiação solar no dossel vegetativo, promove outros benefícios; maior
área foliar ativa, maior temperatura na região dos cachos, maturação mais uniforme,
maior ventilação e maior eficiência nos tratamentos fitossanitários.
3.6 CONCLUSÕES
1. As aplicações de prohexadiona de cálcio não responderam satisfatoriamente a
redução do vigor da planta nas doses e épocas estudadas;
2 As aplicações de prohexadiona de cálcio não influenciaram na intensidade do
Míldio;
3 As aplicações de prohexadiona de cálcio retardaram o aparecimento dos
primeiros sintomas da Podridão cinzenta;
4 Com as aplicações de prohexadiona de cálcio ocorreu redução da produção na
videira;
5 A fertilidade de gemas foi afetada negativamente com a aplicação de
prohexadiona de cálcio no segundo ciclo de aplicação;
6 A qualidade fenólica da uva foi favorecida pela aplicação de prohexadiona de
cálcio nas bagas, podendo ser uma alternativa, para melhorar a qualidade
fenólica da uva para processamento, no entanto deve-se realizar estudos para
verificar a extração e manutenção do conteúdo de polifenóis no vinho;
7 A relação produção/peso de poda na área experimental é muito baixa e as
aplicações do regulador causou uma redução ainda mais acentuada.
67
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se afirmar que o manejo do dossel vegetativo da videira Merlot, cultivada
em região de altitude de Santa Catarina, com o uso de prohexadiona de cálcio nas
doses estudadas, com o intuito de reduzir vigor para melhorar o equilíbrio vegetativo
da planta e consequentemente a sanidade, não viabiliza as aplicações, devendo ser
estudadas novas doses, combinadas com épocas de aplicações e associação com
manejo de desponte, buscando efeitos satisfatórios do produto.
Prohexadiona de cálcio pode ser uma alternativa para melhorar a qualidade
fenólica da uva, no entanto, deve-se realizar estudos para verificar extração e
manutenção do conteúdo de polifenóis no vinho, pois é verificado uma redução natural
do conteúdo de polifenóis totais no período de amadurecimento e envelhecimento dos
vinhos.
Realizar estudos para se obter conhecimento detalhado sobre as mudanças
qualitativas e quantitativas na composição de compostos fenólicos em plantas, sendo
um pré-requisito para a avaliação de prohexadiona de cálcio com respeito à indução
de resistência a doenças em videira.
Levando em consideração que o produto tem resposta muito eficiente para
outras culturas como macieira e pereira, os produtores e extensionistas, devem
manter-se sempre muito bem informados dos resultados adquiridos de experimentos.
Pois assim, evita-se casos oportunistas de negociantes que eventualmente possam
indicar certos produtos para resolução de problemas, com base em observações
encontradas em outras culturas, objetivando apenas a venda, sem prévio
conhecimento da real eficiência dos produtos na cultura de indicação.
68
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6 ANEXOS
Anexos A - Escala diagramática utilizada para a avaliação do Míldio na videira proposta por Buffara et al., 2014.
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Anexos B - Escala diagramática utilizada para a avaliação da Podridão cinzenta na videira proposta por Hill et al., 2010.
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Anexos C - Estádios fenológicos da videira proposto por Eichorn e Lorenz, 1984.