PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICA
Título: Gênero fábula como auxiliador do desenvolvimento da leitura
Autor
Leila Regina Cracco Scapin
Disciplina/Área
Língua Portuguesa 2012
Escola de implementação Projeto e sua localização
Escola Estadual Princesa Izabel - Ensino Fundamental
Município da escola
Cianorte
Núcleo Regional de Educação
Cianorte
Professor Orientador
Prof. Dr. Fábio Lucas Pierini
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual de Maringá - UEM
Relação Interdisciplinar
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Resumo
A produção didática pedagógica propõe trabalhar práticas de leitura com alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, por meio do Gênero Fábula, como forma de facilitar o gosto pela leitura. Trabalhar com os alunos o lado simbólico dos textos fabulares promovendo uma leitura reflexiva e bem como a formação de um cidadão consciente das relações de sentido entre a sociedade, a cultura e seus veículos de comunicação.
Palavras-chave
Leitura; Gênero Fábula
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Público Alvo
Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental
1- APRESENTAÇÃO
É através da leitura que o aluno terá a possibilidade de adquirir
conhecimentos que lhe permitirão atuar como cidadão crítico na sociedade, assim
como acessar o conhecimento historicamente produzido. Sendo assim, é importante
criar estratégias para motivar os alunos a ler.
O ensino de leitura na escola deve ser efetivado sob o enfoque dialógico
interacionista com vistas a formar um aluno capaz de interagir com os letramentos
múltiplos presentes no mundo contemporâneo.
A escolha do gênero “narrativas fabulares” possibilitará discussões variadas
por se tratar de um gênero que lida com as virtudes e defeitos dos seres humanos.
Permitirá que os alunos realizem questionamentos sobre suas próprias atitudes e
analisem de maneira crítica o mundo em que vivem ampliando seus conhecimentos
das habilidades de leituras.
Considerando o caráter didático da fábula, o trabalho de leitura com esse
gênero possibilitará ao leitor o exercício do senso crítico. E ainda o humor, que é
outra característica do gênero, seduz o leitor e torna prazeroso o ato de ler. Estes
pontos justificam a presença deste gênero literário já nos primeiros anos escolares.
De acordo com os autores:
Nesse sentido, essa uma unidade didática tem por objetivo desenvolver
práticas de leitura com alunos do 6º ano do ensino fundamental, por meio do gênero
f através do gênero fábula que serão trabalhados com alunos do 6º ano do ensino
fundamental.
1.1 OBJETIVO GERAL
Desenvolver práticas de leitura com alunos do 6º ano do ensino
fundamental, por meio do gênero fábula.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Trabalhar atividades de leitura de fábulas variadas como forma de facilitar
do gosto pela leitura;
- Despertar nos alunos o gosto pela leitura de texto escrito e desenvolver um
leitor crítico capaz de construir novos sentidos para o texto lido.
- Desenvolver através da fábula conceitos de valores éticos e de cidadania.
- Propiciar condições de conhecer os autores e compiladores da fábula;
- Conhecer as características do gênero fábula e a situação de comunicação
social em que é praticado: uma narrativa tradicional, de origem oral, com função de
promover ensinamentos norteadores de conduta social.
- Reconhecer a estrutura da sequencia narrativa (situação inicial, conflito,
resolução) e relacionar com a moral da fábula;
- Considerar a variação cultural e seus efeitos nas modificações da moral das
fábulas no decorrer dos tempos;
- Estudar o discurso direto e o adjetivo (auxiliar na caracterização das
personagens);
2 - UNIDADE DIDÁTICA
O GÊNERO FÁBULA
O conhecimento que adquirimos durante nossa vida, o nosso convívio na
sociedade, passa pela linguagem. Dessa forma, qualquer área do conhecimento, ou
qualquer profissão pressupõe certo domínio da linguagem. Na vida pessoal, também
precisamos muito dela: para conversar com os amigos, para namorar, para brincar,
para defender nossos direitos, e muito mais. Dominar a linguagem é, entre outras
coisas, saber como os diferentes textos se organizam, saber para que servem e que
intenções podem estar por trás do que é dito. Sendo assim, imaginamos que, para
você poder prosseguir seus estudos até ser um profissional formado, poder exigir
seus direitos, entender o porquê de seus deveres, enfim, se tornar um cidadão crítico
e atuante na sociedade seria importante saber mais sobre esses diversos textos que
pertencem a variados gêneros. Portanto, nesta unidade didática estudaremos o
gênero textual fábula.
Os seres humanos adoram contar histórias uns para os outros. Isso
acontece há muito tempo. Quem é que nunca se reuniu com a família com os amigos
para contar histórias de amor, histórias de terror, histórias de suspense, histórias
fantásticas. Entre essas muitas histórias que contamos estão também as fábulas,
umas das narrativas mais antigas da humanidade.
A palavra fábula veio do verbo latim fabulare, que significa “conversar,
narrar”. Desde suas origens as fábulas foram transmitidas oralmente de pai para filho,
de avó para neta, de amiga para amigo. São histórias que acontecem num tempo
indefinido, bem distante de nós e que costumam começar com expressões do tipo:
“Em um belo dia de inverno...”; “Houve uma vez uma raposa...”. As fábulas existiram
praticamente em todas as épocas e ainda hoje são contadas em muitas culturas.
As fábulas são narrativas curtas, geralmente as personagens são animais
com defeitos, e virtudes dos seres humanos, mas há fábulas em que as comparações
são feitas entre seres humanos e objetos ou plantas. Essas histórias têm servido para
ensinar o que é certo e errado, transmitir os valores éticos e morais das culturas e
dos povos que as criaram. Elas servem de exemplo para todos que as escutam. Por
isso, há sempre uma lição de moral escondida nelas, a tal da “moral da história”. Às
vezes, essa moral é explicada ao final, como a famosa fábula da coruja e a águia:
”MORAL: Quem ama o feio bonito lhe parece”. Outras vezes a moral da fábula não
está dita com todas as letras.
Certas fábulas foram sofrendo modificações ao longo dos anos. Ao serem
narradas de geração em geração e, também, ao serem contadas a pessoas de
diferentes regiões e de outras culturas, as fábulas foram se modificando. E até
mesmo a moral da fábula pode sofrer alterações dependendo da época e,
dependendo de quem conta.
As fábulas mais antigas que conhecemos começaram a serem contadas no
Oriente, milhares de anos atrás. De onde hoje fica a Índia, elas migraram para a
Persia e se espalharam pela Grécia Antiga.
O primeiro grande contador do Ocidente foi o grego Esopo (século Vl antes
de cristo). Aliás, Esopo não deixou nenhuma fábula escrita, pois só contava
oralmente. Quem escreveu suas histórias foram outros autores, entre eles, seu
grande admirador romano Fedro (que era escravo e viveu no século antes de cristo).
Durante a Idade Média, as fábulas gregas e romanas foram redescobertas.
O escritor Jean de La Fontaine (1621-1695) obteve muito sucesso ao traduzi-la em
versos para o francês. La Fontaine gostava tanto dessas histórias que até chegou a
inventar suas próprias fábulas.
Hoje em dia, vários autores utilizaram esses para contar suas histórias,
reescrevendo as fábulas tradicionais ou criando novas, às vezes, com morais
completamente diferentes daquelas dos povos antigos. Estudaremos também as
diferentes versões da fábula A cigarra e a formiga de Monteiro Lobato e o poema de
Paulo José Paes.
CARACTERÍSTÍCAS DO GÊNERO FÁBULA
A fábula é uma narrativa que apresenta a seguinte estrutura:
- Situação inicial
- Obstáculo
- Tentativa de solução
- Resultado final
- Moral
A fábula apresenta características específicas:
- Brevidade: a narrativa curta, geralmente, um diálogo;
- As personagens quase sempre são animais;
- Transmite sempre um ensinamento;
- No final da história, destaca-se uma moral;
- Sequências narrativas – apresenta os elementos da narrativa: - Ação (sequência
de acontecimentos);
- Personagem (seres que participam dos acontecimentos);
- Narrador (que conta a história);
- Tempo e espaço imprecisos: espaço (lugar dos acontecimentos), tempo (quando
acontece a história);
- Título composto pela referência às personagens; - Personagens típicas; - Os
ensinamentos são apresentados como válidos para qualquer época e lugar.
ATIVIDADE -1
Para saber mais sobre a fábula você começará sendo o pesquisador.
Organize junto com seu professor grupos de 4 a 5 colegas e faça uma pesquisa
utilizando a internet ou a biblioteca de sua escola sobre a vida e obras de Esopo, La
Fontaine, Fedro e Monteiro Lobato. Cada grupo ficará responsável por um fabulista e
trará para a sala uma fábula dele.
ATIVIDADE- 2
Cada grupo elegerá um representante que apresentará a pesquisa da vida do
fabulista e fará a leitura da fábula escolhida para a turma. Lembrando que o grupo
deverá ajudar o colega a organizar a apresentação.
ATIVIDADE – 3
Com base na pesquisa e as anotações feita no caderno responda:
a) As fábulas são histórias curtas ou longas?
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b) Quais das personagens listadas abaixo são mais utilizadas numa fábula.
Homens – bruxa – dragão - animais – princesa – plantas – detetives – reis – fadas –
objetos.
c) Assinale a alternativas que trata do tema das fábulas.
( ) Contar a origem das coisas do mundo.
( ) Falar sobre certas atitudes humanas.
( ) Propor solução de enigmas, crimes ou mistérios.
d) O que as fábulas trazem no final?
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e) Podemos afirmar que as fábulas são contadas há mais de 1.000 anos?
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f-) Quais dos títulos abaixo são fábulas?
( ) João e o pé de feijão ( ) A cigarra e a formiga
( ) Ladrão de raios ( ) Namorinho de portão
( ) Tom e Jerry ( ) O corvo e a raposa
( ) Sonata ao luar ( ) O veado e a videira
( ) Os Sete Anões ( ) A panela de barro e panela de ferro
ELEMENTOS DA NARRATIVA
A narração é o relato de um fato ou acontecimento, contado por um
narrador. Para construir esse tipo de texto, é preciso explorar os elementos da
narrativa: enredo, personagem, espaço, tempo e narrador.
Enredo é o conjunto de fatos de uma história.
O ENREDO
- Situação inicial- personagens e espaço são apresentados.
-Quebra da situação inicial- um acontecimento modifica a situação apresentada.
-Estabelecimento de um conflito – surgimento de uma situação a ser resolvida, que
quebra a estabilidade de personagens e acontecimentos.
-Desenvolvimento – busca de soluções para o conflito.
-Clímax – ponto de maior tensão na narrativa.
-Desfecho – solução do conflito. Note-se bem que a solução do conflito não significa
um final feliz. Pode ser um rompimento se, diante de um impasse, os personagens
optarem por essa solução.
-Personagem é um ser praticante das ações, responsável pelo desenvolvimento do
enredo; pode ser inventado ou inspirado na realidade.
- Espaço é o lugar onde se passa a ação numa narrativa.
- Tempo constitui o pano de fundo para o enredo. A época da história nem sempre
coincide com o tempo real em que foi publicada ou escrita.
- Narrador é o elemento estruturador da história. Há dois tipos de narrador,
identificados, à primeira vista, pelo pronome pessoal usado na narração 1ª ou 3ª
pessoa do singular. Exemplificando melhor:
- 1ª pessoa: é aquele que participa diretamente do enredo, é conhecido pelo nome
de narrador personagem.
- 3ª pessoa: é o narrador que está fora dos fatos narrados, é conhecido pelo nome
de narrador observador.
ATIVIDADE- 4
Agora vamos ler uma fábula contada por Esopo, aquele escravo grego que
você ficou conhecendo através da pesquisa. Em seguida responda as questões
abaixo com a orientação do professor.
O Lobo e o Cordeiro
Esopo
Um lobo estava bebendo água num riacho.
Um cordeirinho chegou e também começou a beber um pouco mais para baixo.
O lobo arreganhou os dentes e disse ao cordeiro:
_ Como é que você tem a ousadia de vir sujar a água que eu estou bebendo?
_ Como sujar ? _ respondeu o cordeiro. _ A água corre daí para cá , logo eu não
posso estar sujando a sua água.
_ Não me responda! _ tornou o lobo furioso._ Há seis meses seu pai me fez a
mesma coisa !
_ Há seis meses eu nem tinha nascido, como é que eu posso ter culpa disso? _
respondeu o cordeiro.
_ Mas você estragou todo o meu pasto_ tornou o lobo.
_ Como é que eu posso ter estragado seu pasto se nem dentes eu tenho?
O lobo , não tendo mais como culpar o cordeiro, não disse mais nada , pulou sobre
ele e o comeu .
“Contra a força não há argumentos”.
Orientações para o professor:
-Antes de iniciar a leitura do texto questione os alunos:
1) Lendo o título da fábula podemos saber quem são as personagens?
2) Que característica geralmente se atribui ao animal lobo? E o cordeiro?
3) Leia apenas a moral da fábula. O que você imagina que acontecerá na história?
Orientações para o professor:
- Após a leitura do texto questione os alunos:
1) Que outra maneira nós temos para resolvermos problema sem ser pela força, ou
seja, sem usar de violência?
2) Porque você acha que no caso da fábula que acabamos de ler a força
prevaleceu sobre o diálogo?
a) Na fábula que você acabou de reler, quem conta os fatos é apenas narrador ou é
narrador - personagem? A fábula está sendo narrada em que pessoa do discurso?
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b) Quais os personagens que participaram do enredo?
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c) Qual é o espaço em que ocorre a história?
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d) Indique os termos empregados no texto para indicar o tempo em que ocorrem os
fatos:
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e) Qual é a moral da fábula? Você concorda com ela?
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ATIVIDADE – 5
a) Você já sabe que a fábula é muito, muito antiga, não é mesmo? Então com certeza
seus avós seus tios e seus pais conhecem algumas fábulas. Você terá certeza
disso fazendo uma entrevista. Forme equipes de 4 a 5 colegas. Em casa, você e
cada membro de sua equipe vão entrevistar algumas pessoas ( pai, mãe, irmão,
avó etc.), perguntando-lhe os títulos de fábulas que eles conhecem e sobre o que
cada fábula fala. Registre no quadro abaixo os dados.
ENTRevISTADO FÁBULA CONHECIDA ASSUNTO DA FÁBULA
b) Chegou a hora de somar os dados. Junto com o professor verifique quais são as
fábulas mais conhecidas segundo os dados da pesquisa.
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ATIVIDADE - 6
As fábulas são história tão apreciadas pelas crianças que podemos encontrá-
las em filmes. Agora, sua professora organizará uma sessão com o filme: A Grande
corrida: A Tartaruga e a Lebre. Divirta-se!
Orientações para o professor:
- O filme está disponível em: www.youtube.com/watch?v=OLoh42zGjQQ - Antes de assistir ao filme questione os alunos:
1) A tartaruga e a lebre são animais que apresentam quais características?
2) Tente relacionar a sua personalidade com as características da tartaruga e as
características da lebre. Qual dos dois animais você poderia se comparar?
2- Responda sobre o filme:
ATIVIDADE - 7
Você percebeu que assistindo ao filme fez uma divertida leitura da história. E
assim ampliou mais seus conhecimentos sobre fábulas. Agora você já é capaz de
resolver as atividades a segui. Então, vamos lá!
a) Assinale a alternativa correta. A tartaruga ultrapassou a lebre porque:
( ) não correu — não parou — chegou
( ) correu — ultrapassou — dormiu
( ) ultrapassou — correu — chegou
b) A tartaruga e a lebre:
( ) se divertiam
( ) se desafiavam
( ) não brigavam
( ) dividiam o prêmio
c) No filme, a tartaruga venceu a lebre porque:
( ) A tartaruga respeitou suas próprias qualidades e não subestimou o adversário.
( ) Ela não confiou em suas próprias qualidades nem respeitou o adversário.
( ) A tartaruga confiou na lebre.
d) No final do filme, a lebre foi:
( ) traída por que teve muita confiança em si mesma.
( ) traída pela tartaruga.
( ) enganada pela tartaruga.
e) Quais dos adjetivos a seguir poderiam ser usados para caracterizar as
personagens da fábula:
- a lebre: ( ) rápida ( ) esperta ( ) convencida ( ) lenta
- a tartaruga: ( ) esforçada ( ) lenta ( ) esperta ( ) rápida
Orientações para o professor:
- Após assistir ao filme questione os alunos:
1) Pensando na atitude da tartaruga da fábula, você acha que as pessoas que
fazem as suas atividades em um ritmo mais lento que a maioria das outras pessoas
nunca chegam ao final de suas atividade com sucesso?
2) Que lição você tirou dessa história para a sua vida escolar desse ano?
f) Com suas palavra escreva uma moral para a fábula que assistiu.
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g) Relate alguma situação da vida real que se assemelhe com o exemplo da fábula
que assistiu.
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ATIVIDADE - 8
Você já percebeu que as fábulas usam animais como personagens para
falar das virtudes dos defeitos dos seres humanos. As fábulas que vamos ler mais
adiante têm como personagens a formiga e a cigarra. Vamos saber mais sobre esses
animais fazendo uma pesquisa sobre as formigas e sobre as cigarras. As meninas
pesquisarão sobre as formigas e os meninos sobre as cigarras. Seguindo o roteiro
abaixo:
- Onde e como e vivem;
- Do que se alimentam;
- Alguma curiosidade;
ATIVIDADE - 9
Vamos apresentar a pesquisa para a turma toda. O grupo dos meninos e o
grupo das meninas elegerão três representantes cada, que se organizarão e
apresentarão para a turma a pesquisa que o grupo realizou.
Orientações para o professor:
- Essa atividade de pesquisa deve ser feita junto com o professor para que todos
participem e se sintam motivados.
-Organize uma pesquisa com a turma na biblioteca ou no laboratório de
informática.
ATIVIDADE - 10
Você agora vai se surpreender com as histórias que vai ouvir, ou seja, a
mesma história, da cigarra e a formiga, contada em diferentes versões. Prepare -se
para mergulhar nessa fantasia e no final escolher sua versão preferida. Boa leitura!
TEXTO 1 A cigarra e a formiga (ESOPO)
No inverno, as formigas estavam fazendo secar o grão molhado, quando uma
cigarra, faminta, lhes pediu algo para comer. As formigas lhe disseram: “Por que, no
verão, não reservaste também o teu alimento?”. A cigarra respondeu: “Não tinha
tempo, pois cantava melodiosamente”. E as formigas, rindo, disseram: “Pois bem, se
cantavas no verão, dança agora no inverno”.
A fábula mostra que não se deve negligenciar tristezas e perigos.
Esopo. Fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo: Moderna, 1994.
TEXTO 2 A cigarra e a formiga (versão de LA FONTAINE)
Depois de haver cantado durante todo o verão, quando se aproximava o
inverno a cigarra se encontrou em extrema penúria, por falta de provisões. Como
nada lhe restasse, nem um pequeno verme ou algum resto de mosca, e estando
faminta, foi à procura da amiga, sua vizinha. Pediu-lhe que lhe emprestasse alguns
grãos, a fim de manter-se até que voltasse o estio.
___ Eu lhe prometo minha amiga — disse a cigarra — sob palavra, a pagar-lhe
tudo, com juros, antes do mês de agosto.
A formiga, que nunca empresta nada a ninguém e, por isso, consegue amealhar,
perguntou à suplicante:
__ Que fazias durante o verão?
__ Passava cantando os dias e as noites — respondeu a cigarra.
__ Pois muito bem — a formiga. Cantava? Pois dance agora!
LA FONTAINE, Jean de. Fábulas de La Fontaine. Rio de Janeiro: Matos Peixoto,
1965.
TEXTO 3 A cigarra e a formiga boa de Monteiro Lobato:
luciajardimdasletras.blogspot.com/.../cigarra-e-formiga-formiga-boa-.
TEXTO 4 A cigarras e a formiga má de Monteiro Lobato:
www.revistasamizdat.com/.../cigarra-e-as-duas-formigas-de-monteiro...
TEXTO 5 A cigarra e a formiga – Poema de José Paulo Paes:
mundo-dos-textos.blogspot.com/.../jos-paulo-paes-transformou-em-p.
TEXTO 6 A FORMIGA E A CIGARRA (Autor desconhecido)
Era uma vez, uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o
outono a formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de
inverno. Não aproveitou nada do sol, da brisa suave do fim da tarde e nem do bate
papo com os amigos ao final do trabalho tomando uma cervejinha. Seu nome era
“trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares
da cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono,
dançou, aproveitou o sol, curtiu para valer sem se preocupar com o inverno que
estava por vir.
Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o inverno que estava
começando.
A formiguinha, exausta de tanto trabalhar, entrou para a sua singela e
aconchegante toca repleta de comida. Mas alguém chamava por ela do lado de fora
da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o que viu: sua
amiga cigarra estava dentro de uma Ferrari com um aconchegante casaco de vison.
E a cigarra disse para a formiguinha:
__ Olá amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da
minha toca?
E a formiguinha responde:
__ Claro, sem problemas! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu
dinheiro para ir a Paris e comprar esta Ferrari?
E a cigarra respondeu:
__ Imagine você que eu estava cantando em um bar na semana passada e um
produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows
em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
Respondeu a formiguinha:
__ Desejo sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, mande ele ir
para a...
Moral da história: Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois
trabalho em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine e ao seu patrão.
ATIVIDADE – 11
Essas questões poderão ser respondidas em dupla. Retornem ao texto sempre que
necessário. Bom trabalho!
a) Qual a intenção de Esopo ao narrar esta fábula?.
( ) Convencer as pessoas a desistirem de cantar e dançar.
( ) Ensinar as pessoas a fazer o que é essencial para elas mesmas, para não
passar apuros no futuro.
( ) Convencer as pessoas de que não se deve ser egoísta.
( ) Mostrar as pessoas que não se deve dar importância ao trabalho.
( ) Conscientizar as pessoas de que, para viver bem, precisamos de reservas
seguras.
b) Reescreva o trecho da fábula que mostra a preocupação que formiga tem com o
dia de amanhã.
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c) Monteiro Lobato recontou a fábula de duas maneiras. Qual é a principal diferença
entre essas duas versões?
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d) Do que a formiga boa chama a cigarra? E a formiga má, de que chama a cigarra?
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Orientações para o professor:
- Explicar novamente aos alunos que nas versões tradicionais e modernas da fábula “ A cigarra e a formiga” dependendo do momento histórico em que foi escrito cada texto há alguma diferenças e semelhanças, como a moral que foi desconstruída e reconstruída dependendo da época em que foi contada.
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e) Quais as semelhanças entre a formiga boa e a má? E quais as diferenças?
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f) Você percebeu que na versão de La Fontaine o trabalho da formiga era valorizado,
o que é valorizado na versão de monteiro Lobato?
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g) O autor Paulo José Paes reescreveu a fábula a sua maneira, mostrando uma nova
forma de contar. Que tipo de texto ele produziu? Quais as características observadas
no texto?
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h) O autor modificou somente a forma ou alterou o conteúdo da fábula?
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i) Quantas estrofes e quantos versos contem a versão poética de José Paulo Paes?
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j) Você percebeu que no poema, o canto da cigarra interage com o trabalho da
formiga, já nas versões tradicionais, o canto da cigarra é contrário ao trabalho da
formiga. Assinale a resposta correta.
Na versão de Paulo José Paes podemos concluir que:
( ) O trabalho do artista não apresenta valor diante dos demais trabalhos.
( ) O trabalho do artista é tão valioso quanto os outros trabalho.
NOSSA LÍNGUA EM FOCO
ADJETIVOS
Os adjetivos caracterizam os seres:
ATIVIDADES
1) Nas versões da fábula a cigarra e a formiga que nós lemos nesta unidade há
palavras que se referem às personagens, caracterizando-as. Escreva a quem se
refere as características a seguir. À cigarra, ou à formiga.
boa - trabalhadora - vagabunda - má - usurária - entanguidinha - invejosa -
cansadinha - friorenta - triste
cigarra: ______________________________________________________________
formiga:______________________________________________________________
2) Leia novamente a fábula, O lobo e o cordeio que se encontra no início desta
unidade e escreva características que podem ser atribuídas às personagens.
lobo: ________________________________________________________________
cordeiro: _____________________________________________________________
O DIÁLOGO: A VOZ DAS PERSONAGENS NA FÁBULA
Você notou que nas fábulas muitas vezes o narrador dá a palavra às
personagens por meio de diálogo.
Nos diálogos das fábulas temos a conversa entre duas ou mais personagens.
A Formiga boa.
Formiga: substantivo boa: adjetivo
Adjetivos são palavras que modificam o substantivo atribuindo-lhe
características como cor, tamanho, idade, finalidade, aspecto, estado, entre outras.
Para reproduzirmos o dialogo, usamos um travessão ( _ ), que indica que o
que se segue é a fala de uma personagem. Cada novo parágrafo, indicado por um
novo travessão, indica a mudança de turno das personagens.
Além de indicar a fala da personagem por meio de travessão, o narrador costuma
indicar também a quem pertence a fala. Para isso, usa verbos como perguntar,
indagar, dizer afirmar, responder, pedir, mandar, gritar, sussurrar, murmurar, rosnar,
berrar, soluçar, entre outros.
Esses verbos podem vir antes das falas da personagem, seguidos de dois
pontos:
Eles podem aparecer no meio da fala da personagem:
Podem também vir depois da fala da personagem:
_Olá amiga! _ cumprimentou a cigarra.
Fala da personagem fala do
narrador
E a formiguinha responde:
_ Claro, sem problemas!
_ Eu lhe prometo minha amiga — disse a cigarra — sob
palavra, a pagar-lhe tudo, com juros, antes do mês de agosto.
_ Que quer? − perguntou, examinando a triste mendiga suja de
lama e a tossir.
ATIVIDADES
1) No trecho abaixo não há indicação de qual personagem está falando, mas é fácil
deduzir essa informação. Reescreva-o e acrescente a indicação do narrador ao final
da fala da personagem.
_Que fazia durante o bom tempo?
_Eu... cantava ! ...
_Cantava? Pois dance agora, vagabunda.
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2) Escolha um par de personagens com características opostas:
. A raposa perigosa e a tartaruga bondosa.
. O tatu humilde e o pavão vaidoso.
. Imagine que esses personagens conversam entre si.
. O que diria a raposa para a tartaruga ou o tatu para o pavão?
. Como a outra personagem responderia? Escreva este diálogo.
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CONHECENDO OUTRAS FÁBULAS
Na biblioteca de nossa escola há algumas fábulas de Monteiro Lobato que
estão disponíveis para leitura. Os textos estão organizados em uma caixa que ficará
disponível para essa turma. Faremos um rodízio, cada aluno receberá uma fábula
que levará para casa para leitura, e na próxima aula troca com um colega. Assim,
todos terão a oportunidade de ler todas as fábulas da caixa. Divirta-se!
FÁBULAS DE MONTEIRO LOBATO
A rã e o boi A coruja e a águia
A menina do leite O reformador do mundo
Os dois viajantes na macacolândia A gralha enfeitada com penas de pavão
O galo que logrou a raposa O rato da cidade e o rato do campo
A assembleia dos ratos O velho, o menino e a mulinha
O touro e as rãs O pastor e o leão
O burro juiz Os carneiros jurados
Burrice O julgamento da ovelha
A mosca e a formiguinha Os dois burrinhos
O veado e a moita A rã sábia
O sabiá e o urubu O cavalo e as mutucas
A morte e o lenhador O ratinho, o gato e o galo
O útil e o belo O macaco e o gato
As aves de rapina e os pombos O carneiro e o papagaio
O burro na pele do leão Os animais e a peste
A raposa sem rabo O corvo e o pavão
O peru medroso O cão e o lobo
O leão, o lobo e a raposa Os dois pombinhos
O sabiá na gaiola A cabra, o cabrito e o lobo
Qualidade e quantidade A mutuca e o leão
3 – REFERÊNCIAS BAGNO, Marcos. Fábulas Fabulosas. In: CARVALHO, F. A. M.; MENDONÇA, H. R. (Org). Salto para o futuro: práticas de leitura. Brasília: Ministério da Educação. 2006. p. 53. DEZOTTI, Cansolin Maria Celeste. A Tradução da Fábula de Esopo a La Fontaine. Brasília: Editora Universidade de Brasília, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: 2003. ESOPO. Fábulas completas. Tradução de Neide Smolka. São Paulo: Moderna, 1994. LA FONTAINE, Jean de. Fábulas de La Fontaine. Rio de Janeiro: Matos Peixoto, 1965. LOBATO, Monteiro. A cigarra e a formiga boa. Disponível em:
http://www.luciajardimdasletras.blogspot.com/.../cigarra-e-formiga-formiga-boa.
Acesso em10 de setembro de 2012. LOBATO, Monteiro. A cigarra e a formiga má. - Disponível em: http://www.revistasamizdat.com/.../cigarra-e-as-duas-formigas-de-monteiro. Acesso em 22 de setembro de 2012. PAES, José Paulo. A cigarra e a formiga - Disponível em: http://www.mundo-dos-textos.blogspot.com/.../jos-paulo-paes-transformou-em-p. Acesso em 16 de agosto de 2012.